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Assessoramento

RELATO no Ensino Superior


DE EXPERIÊNCIA
psicopedagógico

Assessoramento psicopedagógico
no Ensino Superior
Thiago Silva Prado; Eliane Rose Maio

RESUMO - A presente pesquisa tem por objetivo geral analisar o As­sesso­


ramento Psicopedagógico no Ensino Superior como uma ferramenta de
apoio aos gestores, docentes e discentes. Os procedimentos metodológicos
envolvem pesquisa de campo, com visita em uma instituição, e por meio da
aplicação de questionário, com duas profissionais da Educação, e, com uma
análise qualitativa, espera-se um comparativo entre as práticas adotadas em
uma instituição de Ensino Superior privada na cidade de Maringá/PR. A
pesquisa também se caracteriza como uma inovação na área da Educação,
pois existe uma lacuna sobre o assunto na literatura brasileira. Dessa forma,
acredita-se que este texto servirá como um auxílio e também como um
manual de como trabalhar com os alunos com problemas de aprendizagem
que chegam até o Ensino Superior. Utilizamos autores com representação na
área da Psicopedagogia como Azevedo, Echeita & Rodríguez e Saravali para
auxiliar nas reflexões sobre como abordar, diagnosticar e também prevenir
que o aluno fique sem a efetivação do ensino pela falta de assessoramento.
Por fim, as considerações indicam que no caso estudado ainda falta
conhecimento e aplicabilidade do assessor psicopedagógico, que poderia
ser um diferencial inclusive de mercado.

UNITERMOS: Psicopedagogia. Assessoramento Psicopedagógico.


Edu­cação.

Thiago Silva Prado – Mestre em Metodologias para o Correspondência:


Ensino de Linguagens e suas Tecnologias pela Uni­ Thiago Silva Prado
versidade Norte do Paraná (UNOPAR). Psi­copedagogo Rua Izaias Francisco dos Santos, 1175C – Conjunto
Clínico e Institucional pela Universidade Estadual Bom Pastor – Sarandi, PR, Brasil – CEP 87114-554
de Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil. E-mail: thiago.silvaprado@hotmail.com
Eliane Rose Maio – Professora Titular do Departamento
de Teoria e Prática da Educação e Coordenadora da
Especialização em Psicopedagogia Clínica e Ins­
titucional da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), Maringá, PR, Brasil.

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INTRODUÇÃO Ensino Superior, e seria adequado que as insti­


É comum escutar nos noticiários casos de tuições discutissem nessas semanas a questão
violência e abusos nas instituições escolares, objeto dessa proposta. No momento da coleta de
evasão escolar e muitos outros problemas, mas dados, verificamos nas respostas das participan­
pouco se fala sobre a parte fundamental, que tes que realmente nestas semanas acontecem
é realmente a efetivação do ensino. Muitas reuniões para esse tipo de orientação.
ve­zes, na visão dos alunos conforme visto nos O presente estudo se justifica primeiramente
autores que serão discutidos no texto, a escola pela necessidade de compreender o assesso­
acaba se tornando um lugar que não gostam de ramento psicopedagógico em instituições de
frequentar, principalmente se possuem alguma Ensino Superior. Como se dá a participação dos
demanda específica, como um atendimento docentes e gestores dessas instituições junto aos
individualizado. alunos que apresentam indicativos de proble­
Dessa forma, o presente estudo surgiu do mas de aprendizagem e requerem atendimento
interesse em investigar como pode acontecer o especializado.
assessoramento psicopedagógico nas universi­ Para o pesquisador, faz-se necessária a expla­
dades e faculdades. Em uma pesquisa de campo nação da temática, devido à sua atuação profissio­
verificou-se em um estudo de caso, por meio de nal na coordenação de cursos de nível superior e
um questionário com perguntas mistas, uma na docência em cursos de bacharelado, nos quais
faculdade privada na cidade de Maringá/PR, se os professores dificilmente possuem formação
existe nessa Instituição de Ensino Superior (IES) para o magistério, podendo desencadear falhas
algum profissional com formação específica em nos processos de ensino e aprendizagem.
Psicopedagogia prestando este tipo de trabalho. Para a comunidade científica, essa pesqui­
O profissional formado em Psicopedagogia sa servirá como um aporte teórico, por fazer
desenvolve habilidades e conhecimentos para um recorte entre a Pedagogia, Andragogia e
atuar em casos em que os alunos apresentam Psicopedagogia, sendo um diferencial na área
problemas de aprendizagem. No entanto, na da Educação, apresentando de forma objetiva
visão popular este profissional atua exclusiva­ as práticas de assessoramento adotadas por
mente no atendimento infantil, o que de certa uma faculdade privada no estado do Paraná.
forma previne o atraso escolar que pode se es­ A comunidade também será beneficiada com a
tender até o Ensino Superior. Entretanto, essa pesquisa, uma vez que servirá como uma fonte
investigação quer apresentar que, ao contrário de informações de interesse de muitas famílias,
do que se pensa, a Psicopedagogia pode e deve que possuem em seus núcleos crianças, jovens
ser utilizada também no Ensino Superior para o e adultos com alguma dificuldade específica, a
atendimento tanto dos alunos e professores, bem qual em muitos casos chega a levar o indivíduo
como da equipe pedagógica e gestores. a abandonar a sala de aula, provocando um au­
Sabe-se que algumas instituições possuem mento nos índices de evasão escolar.
Núcleos de Atendimento Especializado, que Portanto, por meio de uma reflexão sobre o
atendem pessoas com dificuldades e problemas olhar da Andragogia, Pedagogia e Psicopeda­
em geral, como de mobilidade e surdez, entre gogia, pretendeu-se analisar o assessoramento
outras. Assim, pretende-se verificar com esta psicopedagógico no Ensino Superior em uma
pesquisa se a faculdade investigada possui faculdade privada na cidade de Maringá/PR,
algum tipo de atendimento para pessoas com como uma ferramenta de apoio aos gestores, do­
essas necessidades. centes e discentes. Buscou-se também identificar
As semanas pedagógicas e reuniões docentes, os benefícios que a Psicopedagogia pode pro­
por exemplo, devem servir também como uma porcionar quando utilizada no Ensino Superior,
fonte de formação para todos os profissionais do além de verificar as práticas psicopedagógicas

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empregadas no Ensino Superior e discutir sobre abordagem clínica, acabaram chegando às es­
o assessoramento psicopedagógico no Ensino colas e ganhando um enfoque diferente do que
Superior como um diferencial para o desenvol­ o esperado. Muitas vezes, sem nenhum critério,
vimento dos acadêmicos. acabavam classificando as crianças com distúr­
Para compreender o conceito de assessoramen­ bios e disfunções cerebrais, indicando tratamen­
to psicopedagógico aplicado no Ensino Superior, to médico, o qual acarretava consequentemente
abaixo serão apresentadas algumas discussões que na medicalização destas crianças. Esse tipo de
introduzem o tema. Primeiramente, uma apresen­ diagnóstico deve ser minuciosamente estudado,
tação sobre o que é a Psicopedagogia e como ela para que uma intervenção indevida não prejudi­
se interrelaciona com o Ensino Superior. que o indivíduo ao invés de ajudá-lo1.
A Psicopedagogia é uma área que pode ser Atualmente, autores estrangeiros da área
muito útil para as instituições escolares, pois médica, de grande penetração nos meios psico­
atende demandas específicas, oportunizando pedagógicos, chamam a atenção para a dificul­
aqueles que possuem algum indicativo de pro­ dade de definir limites claros e objetivos entre
blemas de aprendizagem. Foi a partir da década os conceitos de normalidade e de patologia na
de 1960 que esse profissional começou a ganhar aprendizagem escolar. Para esses autores, um
destaque, uma vez que se iniciou a discussão mesmo sintoma pode ser considerado “normal”
sobre os casos de fracasso escolar. Inicialmen­ em uma determinada faixa etária e “patológico”
te, os trabalhos realizados pelo psicopedagogo em outra1.
restringiam-se a um atendimento clínico, mas, A Psicopedagogia, portanto, constitui-se
na década de 1980, devido à comprovação de sua atualmente como uma área que se dedica a
eficiência, houve uma expansão, tornando então discutir as questões relacionadas aos proble­
como corpo de conhecimentos e se transforman­ mas de aprendizagem, seja no âmbito clínico
do em campo de estudos multidisciplinares1. ou institucional, verificando as queixas e assim
No início, essa área de pesquisa e atuação promovendo estratégias que viabilizem o efetivo
recebeu grande influência da literatura estran­ processo de ensino e aprendizagem. O profis­
geira, principalmente de Johnson e Myklebust, sional conhecido como psicopedagogo deve
em 1987, quando estes autores investigavam os atuar nas instituições de ensino com trabalho
conceitos de disfunção cerebral mínima (DCM) preventivo e, quando necessário, intervir como
e distúrbios de aprendizagem, considerados os mediador entre o sujeito e a história que causou
principais responsáveis pela incapacidade de a dificuldade de aprendizagem3.
algumas crianças para aprender. Sem dúvida, Uma definição bem ampla sobre o papel da
essas discussões abriram as portas para um novo Psicopedagogia e da orientação, com enfoque
componente científico que necessita de aprofun­ no Ensino Superior, seria que a Psicopedagogia
damento para que a cada dia possa favorecer lida com a aprendizagem, investigando fatores,
ainda mais o Ensino1. patologias, processos etc, assumindo um caráter
Historicamente, os primórdios da Psicope­ multidisciplinar. Sua ação pode ser tanto reme­
dagogia ocorreram na Europa, ainda no século diativa como preventiva, embora, no nosso país,
XIX, evidenciada pela preocupação com pro­ ainda vivenciemos a cultura da remediação, ou
blemas de aprendizagem na área médica. Essa seja, os psicopedagogos são procurados quando
linha diagnóstica que procurava identificar os problemas já estão instalados4.
no físico as determinantes das dificuldades do Geralmente, nas instituições o acompanha­
aprendiz é encontrada no histórico da Educação mento acontece de forma mais remediativo,
Especial e também no da Psicopedagogia2. aconselhamentos e orientações. No entanto,
No entanto, os conceitos de problemas quando é notado algum caso mais específico, ou,
de aprendizagem, que até então eram de por assim dizer, mais grave, é feita então uma

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indicação para que o aluno procure uma ajuda a introdução destas disposições legais no orde­
especializada, ou seja, um atendimento clínico namento jurídico pátrio em forma de emenda
junto a um psicopedagogo de sua preferência4. constitucional5.
Os professores, no contexto das dificuldades Tais legislações, tratados e convenções cer­
de aprendizagem, são essenciais; são eles que tamente são necessários para que a Educação
devem também desenvolver a sensibilidade em possa chegar a todos de forma equalizada. De
perceber aqueles alunos, que, por motivos des­ fato, é fundamental que o avanço por políticas
conhecidos, apresentam baixo desempenho em de promoção do ensino e inclusão continue a
suas aulas. Algumas vezes, pode não ser nenhum acontecer, para que aquele aluno que possui
desequilíbrio em relação ao desenvolvimento dificuldades possa alcançar também sua eman­
cognitivo, mas, se o docente consegue desenvol­ cipação em relação aos conhecimentos que a
ver essa percepção, pode fazer o encaminhamen­ humanidade conquistou. Para falar de inclusão,
to do aluno para o atendimento especializado4. é preciso entender a Educação como direito de
O psicopedagogo não atuará somente em todos, de modo que os alunos com necessidades
casos pontuais de dificuldades de aprendizagem, especiais tenham todo direito ao acesso e à per­
pode preventivamente se envolver no processo manência no ambiente escolar5.
de ensino nas instituições. Dessa forma, intera­ É fundamental um olhar diferenciado para
gindo com a comunidade na qual está inserido, esses alunos, que possuem necessidades dife­
dando as devidas orientações, que podem ser renciadas, pois o objetivo da escola é promover
individuais ou em grupo, com discentes e do­ a efetivação do ensino, de qualidade e com o
centes, assim como o grupo de gestores3. mesmo direito para todos. A escola deve servir
Em relação à legislação sobre a inclusão esco­ como um ambiente de aprendizagem constante,
lar, existe a Constituição da República Federativa e não somente para aqueles alunos considerados
do Brasil de 1988, que apresenta a inclusão e dentro das condições esperadas.
tratamento igualitário para pessoas deficientes; Feita essa discussão sobre os aspectos con­
Lei 9.394/96 abordando o atendimento para pes­ ceituais sobre a Psicopedagogia, o profissio­
soas com deficiências, dentre outros documentos nal que atua nessa área e o direito ao ensino
que se propõem a defender o aluno que necessita igualitário, parte-se aqui para uma reflexão em
desse amparo3. relação ao olhar psicopedagógico para o Ensino
No entanto, na obra Transtornos Globais do Superior. Nota-se que em algumas instituições
Desenvolvimento e Inclusão, os autores afirmam de Ensino Superior existem núcleos de apoio a
que nos últimos tempos existe uma discussão alunos com dificuldades, mas o grande desafio
sobre a legislação a respeito da inclusão edu­ é compreender como se dá essa prática, ou seja,
cacional, mas é sabido também que promover como este aluno é tratado e como os docentes e
a igualdade é uma tarefa muito difícil, tendo gestores estão em relação ao preparo necessário
em vista que os indivíduos apresentam muitas para acompanhar as dificuldades de aprendiza­
diferenças, sendo na raça/cor, orientação sexual gem que chegam às salas de aulas das faculda­
e demais características pessoais5. des e universidades.
O direito à igualdade, historicamente con­ Em uma reflexão sobre o raciocínio do estu­
quistado pela sociedade, é tema de diversos dante universitário, destaca-se que esse neces­
do­cumentos internacionais, construídos em sita do raciocínio formal para assimilar as novas
tra­tados e convenções nos quais o Brasil foi atribuições que a vida universitária lhe coloca.
signatário. A previsão constitucional brasileira, Pensar sobre o próprio pensamento, analisar a
em observância às regras dos tratados e conven­ sociedade e estabelecer relações entre o que
ções internacionais, é de que, em se tratando de existe e pode existir (raciocínio hipotético dedu­
temas relacionados aos direitos humanos, haja tivo), trabalhar com conceitos abstratos, refletir

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e organizar formas para a execução do trabalho, Um dos agravantes do atendimento aos


enfim, são muitas atividades que requerem do alunos com necessidades específicas é que
estudante um pensamento mais destacado do em alguns cursos, como os de bacharelado, os
concreto4. professores não possuem formação didático­
Com esse pensamento, para que um acadêmi­ -pedagógica, e, mesmo que tenham passado por
co universitário consiga aproveitar plenamente formação stricto sensu, ainda assim enfrentam
dos conhecimentos específicos do curso superior desafios em relação ao conhecimento próprio
escolhido, seria necessário um desenvolvimento para atuação em sala de aula com casos de alu­
pleno de suas habilidades cognitivas. No en­ nos que requerem tratamento diferenciado para
tanto, é bem provável que ao chegar ao Ensino suas deficiências3.
Superior ainda esteja construindo esquemas Nesse sentido, o psicopedagogo no Ensino
e estruturas cognitivas que deveriam ter sido Superior, de posse dos dados apresentados
consolidadas durante a adolescência4. pela equipe multidisciplinar, seguindo o que
Por isso, é necessário que as instituições de prevê a legislação brasileira, deve participar
Ensino Superior busquem estratégias para aju­ das reuniões com o Núcleo Docente Estrutu­
dar os adultos ingressantes das universidades rante (NDE) e depois com o colegiado de curso
a se manterem em seus cursos, com o máximo para, a partir do projeto pedagógico, adaptar o
de aproveitamento possível. Mas, o modelo de currículo e sugerir intervenções de acordo com
Educação Andragógico deve promover um en­ as necessidades do sujeito que apresenta uma
sino em que os alunos participam das diversas necessidade especial3.
fases de ensino-aprendizagem, no diagnóstico Assim começa o trabalho de assessoramento
das necessidades educativas, na elaboração de psicopedagógico no Ensino Superior. E, para
plano, no estabelecimento de objetivas e nas com­preender o contexto e aplicabilidade o asses­
formas de avaliação6. soramento psicopedagógico, pode-se destacar
Por isso, a Andragogia é uma ciência que que é o trabalho de orientação e intervenção
busca o desenvolvimento da aprendizagem para frente às demandas institucionais que se origi­
adultos, o que se contrapõe em relação à Pedago­ nam da difícil dinâmica educacional7.
gia, que se desdobra mais para o atendimento e E, nessa perspectiva, a escola tem tentado
ensino de crianças e adolescentes. Para o ensino suprir carências que outrora eram providas pela
de adultos no Ensino Superior, o psicopedagogo família. Essa lacuna emocional, afetiva e social
torna-se um inovador em relação aos padrões mudou a dinâmica da convivência entre profes­
estabelecidos. Deve atuar como um mediador, sores e alunos e, consequentemente, vivencia­
buscando fazer uma revisão dos processos edu­ mos um mal-estar nas instituições educativas,
cacionais da instituição e propondo estratégias em que crescem as agressões verbais, físicas
facilitadoras do ensino e da aprendizagem6. e emocionais, tornando um ambiente tenso e
Além disso, muitas vezes os docentes não desfavorável tanto para quem trabalha quanto
sabem trabalhar com as especificidades e não para quem estuda7.
raro acham errado dar tratamento diferenciado Esse trabalho de assessoramento vem então
em função das dificuldades de cada um dos ao encontro das necessidades de cada insti­
discentes. Essa informação é crítica, no entanto, tuição, promovendo o bem-estar, funcionando
necessária para fazer um elo entre a proposta como um elo entre os docentes, discentes e
deste estudo, que é de colocar o assessor psi­ gestores, para que o ensino realmente se efetive.
copedagógico exatamente como um auxílio em Ao acadêmico do Ensino Superior, o trabalho
relação aos professores e gestores que possuem do psicopedagogo servirá como um grande
essa demanda para atendimento igualitário dos apoio às suas necessidades de aprendizagem,
estudantes, principalmente no Ensino Superior3. pois, como dito anteriormente, até mesmo no

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Ensino Superior encontram-se indivíduos que mudanças. Nesse processo, o assessor compar­
não conseguiram desenvolver plenamente suas tilha seus conhecimentos tácitos, sistematiza,
habilidades cognitivas. Dessa forma, a atuação analisa, compara e categoriza os conhecimentos
do assessor psicopedagógico tem como objetivo explícitos para criar novamente novos conheci­
promover estratégias e ações que previnam e mentos interiorizados7.
interfiram, positivamente, junto às demandas A prática desse profissional não depende
educacionais para um maior desenvolvimento somente dele, pois é um sujeito que está envol­
da inclusão e aprendizagem7. vido muitas vezes em situações complexas ao
Existe um livro que trata do tema de uma ponto de exigir outros profissionais para que
forma mais aproximada do objetivo deste artigo, seja garantida a eficácia do processo. Ele deve
intitulado Manual de Assessoramento Psico- motivar ações de reflexão nos demais agentes
pedagógico, em que são abordadas algumas escolares, para que juntos possam agir para
estratégias para desencadear reflexões acerca garantir o aprendizado dos acadêmicos que
do trabalho dos docentes junto aos seus alunos. possuem dificuldades.
Sobre essas estratégias, é apontada como neces­
sária ao docente a observação mútua de classes, MÉTODO
seguida de uma discussão estruturada sobre o
No que tange ao método para essa pesquisa,
desenvolvimento. A discussão em grupo das
foi utilizado o dialético, uma vez que esse pro­
gravações em vídeo do trabalho de um colega.
cesso entende que as investigações não devem
Escutar (dar voz) aos alunos e suas famílias. O
ser concentradas na reflexão imóvel ou acaba­
planejamento colaborativo das classes baseadas
das, mas sim, como algo a que se transforme
no estudo de casos ou nos dados procedentes de
continuamente. No caso desse estudo, sobre
entrevistas. Inovações no currículo. A coopera­
a verdade encontrada em relação às propostas
ção entre escolas, incluídas visitas mútuas para
sobre o atendimento especializado para pesso­
ajudar a recopilar informações relevantes8.
Percebe-se com isto que o docente se torna as com problemas de aprendizagem. Portanto,
um sujeito de muita relevância no processo, é por para a dialética, as coisas não são analisadas na
meio dele que um pré-diagnóstico acontece no qualidade de objetos fixos, mas em movimento:
aluno. No entanto, questiona-se se os docentes nenhuma coisa está “acabada”, encontrando-se
estão realmente preparados para todos esses sempre em via de se transformar, desenvolver; o
desdobramentos, se os saberes dos professores fim de um processo é sempre o começo de outro9.
têm sido suficientes para sua atuação frente às Se o intuito da Psicopedagogia é discutir as
salas de aulas universitárias. questões das dificuldades específicas de al­guns
Refletindo sobre essa lacuna, insere-se no acadêmicos, essa investigação deve ser contí­
ambiente do Ensino Superior o assessor psico­ nua, pois as transformações sociais certamente
pedagógico, que também necessita de formação provocam algum reflexo nos indivíduos, assim,
contínua para atender às demandas específicas os estudos sobre essa temática devem ser colo­
de cada instituição. O assessor na instituição cados em pauta nas universidades e faculdades,
escolar, previamente deverá pensar mudanças não só públicas, mas também nas particulares,
em si mesmo, as quais permitam recursos ne­ para que a equalização do ensino possa acon­
cessários para que se promovam alterações no tecer para todos os alunos.
comportamento das demais pessoas7. Sobre o tipo de pesquisa, optou-se pela
Esse conhecimento do assessor psicopeda­ pes­quisa de campo, na qual o objetivo/fonte é
gógico deve ser compartilhado com a equipe abor­dado em seu meio ambiente. A coleta de
multidisciplinar com a qual venha a trabalhar, dados é feita nas condições naturais em que os
para que atue realmente como um promotor de fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente

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observados, sem intervenção e manuseio por Com estes procedimentos, acredita-se que o
parte do pesquisador10. presente estudo foi capaz de alcançar seu obje­
Quanto à escolha para a coleta de dados, no tivo inicial. Sobre a escolha da faculdade para
caso de pesquisas com pessoas, os dados podem o estudo, deu-se principalmente pela afinidade
ser colhidos por meio de: 1) observação dos sujei­ do pesquisador com a instituição. Já em relação
tos em situações espontâneas no seu ambiente; às escolhas das pessoas participantes, aconteceu
2) observação dos sujeitos em situações criadas por meio da sugestão da própria direção da IES,
artificialmente; 3) aplicação de questionários por antecipar que eram as pedagogas participan­
ou entrevistas voltadas para o que as pessoas tes que realizavam atendimento especializado
pensam ou fazem11.
para os acadêmicos.
Dessa forma, para o presente estudo acredita­
-se que a melhor forma para a coleta de dados
RESULTADOS
seja pela aplicação de questionários, com os
Núcleos de Atendimento Psicopedagógicos. O presente estudo nasceu com o intuito de
Nesse caso em específico com uma faculdade verificar a participação do profissional com for­
privada na cidade de Maringá/PR, que atende mação em Psicopedagogia atuante no Ensino
uma gama ampla de cursos, da área de saúde, Superior. Para isso, foi elaborado e aplicado
humanas e sociais aplicadas. um questionário em uma instituição de Ensino
Sobre o questionário, consiste basicamente Superior privada na cidade de Maringá/PR. O
em traduzir os objetivos específicos da pesqui­ Quadro 1 apresenta de forma sucinta a respostas
sa em itens bem redigidos. Naturalmente, não das participantes.
existem normas rígidas a respeito da elaboração. Conforme mencionado anteriormente, a
Já sobre as entrevistas, estas devem ser condu­ es­colha das participantes da pesquisa foi uma
zidas de forma em que o entrevistador procure sugestão da própria direção da faculdade. O
fazer intervenções e questionamentos que pos­ questionário foi o instrumento de coleta de dados
sibilitem desvendar as investigações desejadas. proposto, pois requer um tempo mínimo com as
No presente estudo o questionário foi utilizado participantes, não atrapalhando suas rotinas diá­
conforme a necessidade da empresa, ou seja, rias. Entretanto, as questões foram mistas, para
devido ao tempo de coleta de dados sugeriram que as respostas não ficassem muito objetivas.
esse instrumento por ser de aplicação em pouco A instituição pesquisada se localiza em região
tempo, não prejudicando as atividades profissio­ nobre e central da cidade, e atua no segmento
nais das participantes12.
de Ensino Superior há 18 anos. É referência na
Pode-se complementar que o estudo se ca­
área de gestão com os cursos de Administração
racteriza também como exploratório e explica­
e Ciências Contábeis, também no curso de Di­
tivo, pois pretende buscar a precisão na inves­
reito e recentemente ingressaram no ensino na
tigação acerca do objeto, e, além de procurar
área da saúde, com os cursos de Fisioterapia,
a compreensão dos acontecimentos, fará uma
análise qualitativa, que complementará as re­ Biomedicina e Odontologia. Além dos cursos
flexões, permitindo que o dado não seja tratado mencionados, existem vários outros, dentre eles
apenas de forma matemática10. Psicologia, Pedagogia, etc.
Quanto à análise dos dados, foi qualitativa, já Todos os dados aqui tratados respeitaram os
que pode ser caracterizada como a tentativa de princípios da ética e confidencialidade, por isso,
uma compreensão detalhada dos significados e ca­ as participantes da pesquisa foram tratadas como
racterísticas situacionais apresentadas pelos entre­ participante 1 e 2. O questionário foi aplicado no
vistados, em lugar da produção de medidas quan­ primeiro semestre do ano de 2018, após o início
titativas de características ou comportamentos13. do período letivo na referida instituição.

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Quadro 1 – Resumo das respostas das participantes da pesquisa.


Questões Participante 1 Participante 2
1 Pedagoga, Pós em Aprendizagem e Pedagoga, Pós em Gestão Escolar, Mestrado em
Desenvolvimento no processo de escolarização, Educação, Doutoranda em Educação.
Teoria histórico-cultural, Mestrado em
Educação, Doutoranda em Educação.
2 Feminino Feminino
3 De um a três anos de experiência no Mais de cinco anos de experiência no atendimento
atendimento especializado especializado.
4 6 meses 5 anos
5 Mais de 1500 alunos Mais de 1500 alunos
6 Sempre Sempre
7 Pedagogos Pedagogos
8 Cursos específicos e Semana Pedagógica. Semana Pedagógica, reuniões com os docentes
para explicar as dificuldades dos alunos.
9 Antes de matricular-se Antes de matricular-se
10 Sim, existem núcleos Sim, existem núcleos
11 Ótimo Ótimo
12 É necessário no Ensino Superior no É necessário somente no atendimento infantil;
atendimento individualizado; poderia prestar um serviço, mas não há demanda
para ele no Ensino Superior.
13 Quase sempre Sempre
14 Leitura e escrita Leitura, escrita, dislexia
15 De 2 a 5 atendimentos De 2 a 5 atendimentos
16 Eles necessitam apresentar um laudo médico, O acompanhamento é individual, feito um plano
com a dificuldade. Conforme a necessidade de estudos e atendimento semanal. O tempo de
estabelecida pelo médico, é feita adaptação atendimento vai de acordo com a necessidade
na forma de avaliar ou de acordo com a do aluno, a aluna que mais necessitou de
necessidade do aluno. Não há tempo específico, acompanhamento foi atendida por um semestre.
a aluna que ficou mais tempo foi três meses.
Fonte: dados coletados pelo pesquisador (2018).

DISCUSSÃO experiência no atendimento especializado, e


Inicialmente, com a necessidade de caracteri­ a participante 2 aproximadamente cinco anos
zar as participantes da pesquisa, foi perguntado de experiência. Com essa investigação inicial,
sobre a formação de cada. A participante 1 tem já foi possível verificar que a instituição possui
formação em Pedagogia, Especialização em profissionais altamente capacitadas para o aten­
Aprendizagem e Desenvolvimento no processo dimento de seus alunos, entretanto, nenhuma
de Escolarização, Especialização em Teoria das participantes possui formação específica em
Histórico-Cultural, Mestrado em Educação, e Psicopedagogia.
cursa Doutorado em Educação. Já a participan­ Após estes questionamentos, foi verificada
te 2 é formada em Pedagogia, Especialização a média anual de alunos da instituição, sendo
em Gestão Escolar, Mestrado em Educação, que as duas participantes da pesquisa respon­
cursa Doutorado em Educação. Ambas do sexo deram que a IES atende mais de 1500 alunos
feminino, a participante 1 tem seis meses de por ano. Esse número é bastante significativo,

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principalmente se pensar na quantidade de da IES, as duas participantes disseram que


alunos dentre esses que podem ter dificuldades eles ficam sabendo desse atendimento antes
de aprendizagem. de matricular-se na instituição. O que é com­
Por isso, a próxima questão indagava se existe plementado pelas duas questões seguintes, nas
algum tipo de atendimento especializado para quais elas informam que a instituição possui
pessoas com dificuldades de aprendizagem na Núcleos de Atendimentos Específicos, NAPE
IES; nessa pergunta, as duas participantes res­ (Núcleo de Apoio Pedagógico) e que é ótimo o
ponderam que sempre existe. A complementação atendimento prestado por este núcleo.
a essa investigação está na próxima pergunta, Sobre o atendimento do psicopedagogo no
que levantou quais são os profissionais que Ensino Superior, esse tipo de acolhimento passa
prestam o atendimento especializado, as partici­ a ser uma inovação para as instituições, frente
pantes responderam que são pedagogos (sendo aos modelos conservadores que se encontram.
elas duas as responsáveis). Os psicopedagogos, nessa perspectiva, prestam
Certamente, os pedagogos são muito capa­ um serviço que vai além do que se pode observar.
citados para o atendimento em relação à apren­ Como um assessor, realmente ele atua como me­
dizagem dos alunos. Mas, o psicopedagogo diador, como revisor dos processos educacionais
também é necessário, pois ele pode atuar como e como estrategista, buscando melhoria contínua
um agente preventivo e remediativo na institui­ no processo de aprendizagem6.
ção de Ensino Superior, não somente aos alunos A próxima pergunta foi um pouco mais
que apresentam algum problema, mas também específica em relação a esta pesquisa, pois as
com toda a instituição. O psicopedagogo, além respostas possibilitaram investigar como as pe­
disso, pode avaliar o aluno, por meio de provas dagogas percebem o profissional da Psicopeda­
e testes, com a finalidade de atender de forma gogia. A participante 1 diz que o psicopedagogo
mais pontual possível suas dificuldades3. é necessário no Ensino Superior no atendimento
A questão número oito foi sobre como os pro­ individualizado. A participante 2 respondeu
fessores são preparados para atendimento de que este profissional é necessário somente no
alunos com dificuldades de aprendizagem. A atendimento infantil, além disso, ela respondeu
participante 1 afirma que é por meio de cursos que ele poderia prestar um serviço, mas não há
específicos e também na Semana Pedagógica, já demanda para ele no Ensino Superior.
a participante 2 diz que é na Semana Pedagógica As respostas das participantes divergiram um
e nas reuniões com os docentes para explicar as pouco nessa investigação, porém, é necessário
dificuldades dos alunos. destacar aqui que o psicopedagogo possui papel
Essa questão possui certa relevância, pois os fundamental no Ensino Superior, que suas de­
docentes são essenciais para o sucesso acadêmi­ mandas são grandes, principalmente se avaliar­
co do aluno. A corresponsabilidade do professor mos a instituição pesquisada, que oferece mais
com a dificuldade de aprendizagem é necessária, de 20 cursos para a sociedade. Para os autores,
pois é o docente quem está a maior parte do o psicopedagogo deve participar das reuniões
tempo com os alunos, o que favorece de certa de NDE e Colegiado de Curso, auxiliando no
forma a percepção sobre as condições de apren­ desenvolvimento do projeto pedagógico e tam­
dizagem de cada um. Uma vez diagnosticado bém fazendo sugestões sobre estratégias para os
algum problema, eles devem fazer os devidos alunos que requerem atendimento diferenciado3.
encaminhamentos, como, por exemplo, para Ao questionar se a mantenedora busca
o acompanhamento do psicopedagogo ou até atua­lização sobre os alunos com necessidades
mesmo reuniões com os pais ou responsáveis4. es­peciais de aprendizagem, a participante 1
Quando questionadas sobre como o aluno to­ respondeu que quase sempre. Já a participante 2
ma conhecimento do atendimento diferenciado que sempre. Esse conhecimento é considerável,

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pois as ações da instituição podem ser mais as­ pouco participam de forma mais ativa dos cursos
sertivas em relação à efetivação e equalização e suas reuniões. Assim, o assessor psicopeda­
do Ensino. gógico compartilha seus conhecimentos com a
Sobre as dificuldades de aprendizagem que instituição, para que a IES seja realmente justa
elas mais atendem, as participantes 1 e 2 afir­ com seus alunos, promovendo um ensino que
maram que são de leitura e escrita. Entretanto, seja capaz de alcançar a todos7.
a participante 2 enfatizou os casos de dislexia. A
Psicopedagogia historicamente passou por uma CONSIDERAÇÕES FINAIS
revolução em sua constituição. Inicialmente, Com a presente pesquisa, foi possível conhe­
eram feitos alguns diagnósticos, que por vezes cer um pouco mais sobre o trabalho de assesso­
ao invés de contribuir para o ensino acabavam ramento psicopedagógico aplicado ao Ensino
prejudicando os indivíduos, mas, hoje, a Psico­ Superior. No entanto, com o caso específico, ou
pedagogia busca avaliar de forma sistêmica as seja, a instituição pesquisada, notou-se que esse
queixas, para que seja feito um laudo que real­ profissional ainda é pouco conhecido e tido como
mente possa contribuir com a formação, ou seja, importante para o acadêmico do Ensino Superior.
busca compreender onde estão os problemas de Neste caso, pesquisou-se uma faculdade
aprendizagem do aluno, para assim constatar privada na cidade de Maringá/PR, para destacar
se ele precisa de um atendimento escolar es­ se nela existia algum profissional com formação
pecializado e/ou acompanhamento médico ou específica em Psicopedagogia, o que não foi
multidisciplinar1-3. constatado. Na instituição quem faz o acompa­
Em relação à quantidade de atendimentos nhamento aos alunos com problemas de apren­
feitos mensalmente, as participantes disseram dizagem são duas pedagogas, com uma média
que acontecem de dois a cinco atendimentos mensal de 2 a 5 alunos, sendo que a instituição
por mês. A participante 1 afirmou que para que possui cerca de 2500 alunos.
o atendimento ocorra é necessário que os alu­nos Percebeu-se também, por meio do questio­
apresentem um laudo médico, com a dificuldade, e nário, que a faculdade conta com um Núcleo
conforme a necessidade estabelecida pelo médico de Atendimento Pedagógico (NAPE), que faz
é feita uma adaptação na forma de avaliar, segundo um acompanhamento individualizado com os
ela não há tempo (duração) específico. A aluna alunos, que se manifestam alegando alguma
que recebeu atendimento por mais tempo com as dificuldade. Esse Núcleo é responsável em fazer
pedagogas foi por um período de três meses. também a formação e informação dos professo­
A outra participante disse que o acompanha­ res, por meio de semanas pedagógicas e também
mento é individual, feito um plano de estudos e reuniões individualizadas com os docentes sobre
atendimento semanal. O tempo de atendimento casos específicos.
vai de acordo com a necessidade do aluno. A Em relação aos procedimentos metodológi­
aluna que mais necessitou de acompanhamento cos, pode-se dizer que foram suficientes para
ficou sendo atendida pelas pedagogas da ins­ essa investigação inicial, mas sugere-se que
tituição, por meio de cronograma de estudos, sejam feitas pesquisas futuras. Como notado an­
leituras e exercícios durante seis meses. teriormente, ainda é pouco discutido o papel do
Se pensar na temática do texto em relação assessoramento psicopedagógico. O profissional
às respostas das participantes, verifica-se que a da Psicopedagogia ainda é visto como aquele
atuação atual praticada pela IES é relevante para que atende somente crianças ou em escolas de
os acadêmicos, mas não totalmente suficiente, Educação Básica.
uma vez que o atendimento que elas promovem De forma geral, foi possível alcançar o obje­
acontece quando o aluno se apresenta ao Núcleo tivo de conhecer como está a questão do aten­
específico. Mas não é feita uma avaliação e tão dimento psicopedagógico no Ensino Superior.

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Assessoramento psicopedagógico no Ensino Superior

Sugere-se, aqui, que aconteça uma ampliação na avaliação e acompanhamento de alunos, mas
na contratação destes profissionais, que podem também nos projetos pedagógicos, núcleos de
contribuir tanto com as instituições, não somente cursos e mantenedoras.

SUMMARY
Educational psychology counselling in Higher Education

The present research aims to analyze the educational psychology


counselling in Higher Education as a tool to support managers, teachers
and students. The methodological procedure concerns a field search in
a Higher Education institution of Maringá/PR with the application of a
questionnaire by two education professionals. After the query, the intention
is to establish a comparison among the educational practices embraced by
this institution through a qualitative analysis. Furthermore, the research is
also characterized as an innovation to the Educational area, because there is
a deficiency in theories that already exists. Therefore, it is possible to believe
that this study will serve as a manual to support the work with students with
special learning problems that arrive in the Higher Education. To fulfill the
study, authors among the psycho-pedagogy area, such as Azevedo, Echeita
& Rodríguez and Saravali, were used to assist the reflections about how to
approach, diagnose and prevent the student from being without effective
teaching counselling. Finally, the last observations of the present study
indicate that in this specific case there still is lack of knowledge and practice
by the psycho-pedagogy counsel, which could lead to a market disadvantage.

KEYWORDS: Psycho-pedagogy. Educational Psychology Counselling.


Education.

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Trabalho realizado na Universidade Estadual de Artigo recebido: 14/11/2018


Maringá (UEM), Maringá, PR, Brasil. Aprovado: 18/1/2019
Conflito de interesses: Os autores declaram não haver.
Artigo apresentado pelo autor como requisito para
obtenção do título de especialista em Psicopedagogia
Clínica e Institucional pela Universidade Estadual de
Maringá (UEM).

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