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ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA EMPRESARIAL
RIO GRANDE
2017
ÉDIS ANTUNES PINTO JUNIOR
RIO GRANDE
2017
ÉDIS ANTUNES PINTO JUNIOR
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. Dr. Liércio André Isoldi
Orientador – Universidade Federal do Rio Grande - FURG
________________________________________
Prof.a Dra. Bianca Neves Machado
Membro 1 – Universidade Federal do Rio Grande – FURG
________________________________________
Prof. Dr. Elizaldo Domingues dos Santos
Membro 2 – Universidade Federal do Rio Grande – FURG
________________________________________
Prof. Dr. Jeferson Avila Souza
Membro 3 – Universidade Federal do Rio Grande – FURG
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 08
1.1 ENERGIAS RENOVÁVEIS ............................................................................. 08
1.2 ENERGIA DAS ONDAS COMO RECURSO .................................................. 10
1.3 DISPOSITIVOS PARA EXTRAÇÃO DE ENERGIA DAS ONDAS ................. 12
1.4 INTRODUÇÃO A MODELAGEM COMPUTACIONAL ................................... 14
1.5 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................... 15
1.6 OBJETIVOS ................................................................................................... 16
1.6.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................... 16
1.6.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................... 17
1.7 ESTADO DA ARTE ........................................................................................ 17
1.8 METODOLOGIA ............................................................................................. 22
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 24
2.1 MECÂNICA DOS FLUIDOS ........................................................................... 24
2.1.1 CONSERVAÇÃO DE MASSA ................................................................... 24
2.1.2 CONSERVAÇÃO DE ENERGIA MECÂNICA ........................................... 26
2.1.2.1 PERDA DE CARGA .......................................................................... 27
2.1.2.2 PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA................................................... 28
2.1.2.3 PERDA DE CARGA LOCALIZADA ................................................... 30
2.2 MODELAGEM COMPUTACIONAL ............................................................... 31
2.2.1 MODELO DE TURBULÊNCIA................................................................... 33
2.2.1.1 MODELO k-ɛ PADRÃO ..................................................................... 34
2.2.2 ACOPLAMENTO PRESSÃO E VELOCIDADE ......................................... 36
2.2.2.1 SIMPLE ............................................................................................. 36
2.2.2.2 SIMPLEC .......................................................................................... 38
2.2.2.3 PISO.................................................................................................. 38
2.2.2.4 COUPLED ......................................................................................... 41
3 MODELO E METODOLOGIA NUMÉRICA ....................................................... 43
3.1 TESTE DE INDEPENDÊNCIA DE MALHA .................................................... 45
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 47
4.1 RESULTADOS ANALÍTICOS ........................................................................ 47
4.2 RESULTADOS NUMÉRICOS ........................................................................ 52
4.3 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS .............................................................. 54
5 CONCLUSÕES ................................................................................................. 68
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 70
8
1 INTRODUÇÃO
De acordo com [5], a energia das ondas é particularmente atrativa para ilhas ou
países com extensas faixas costeiras, como é o caso do Brasil, com cerca de 8000
km de litoral. A potência de uma onda é proporcional ao quadrado da sua amplitude e
ao seu período. Ondas de grande amplitude, com cerca de 2 metros, e elevado
período, de 7 a 10 segundos, possuem fluxos de energia geralmente entre 40 e 70
kW por metro de frente de onda [8]. A Fig. 3 exemplifica o recurso energético das
ondas, onde o potencial anual médio de cada zona é representado em kW por metro
de frente de onda.
Fonte: [9]
1.5 JUSTIFICATIVAS
1.6 OBJETIVOS
utilizado nesta pesquisa foi composto pelo algoritmo PISO para o acoplamento
pressão-velocidade, o método PRESTO para a discretização da pressão, o esquema
de advecção upwind de primeira ordem, o modelo de turbulência k - ɛ padrão e as
soluções foram consideradas convergidas para resíduos de 1x10-5.
Ainda em 2016, uma pesquisa desenvolvida por [27] apresenta a comparação
entre dois modelos numéricos. O primeiro é baseado no estudo do escoamento de ar
em um dispositivo CAO através de um modelo simplificado de pistão e o outro leva
em consideração todo o domínio composto da câmara do dispositivo acoplado a um
tanque de ondas, de forma que o modelo se torna bifásico já que considera a interação
da água e o ar. Como resultado obtido, a comparação entre as duas metodologias
permite notar a importância de acoplar o modelo de pistão simples ao tanque de
ondas. Com este acoplamento obteve-se uma onda incidente mais realista, no
entanto, essa implementação exige muito mais tempo e esforço computacional além
de grande espaço para armazenamento.
A modelagem computacional é fundamental nas pesquisas em que dispositivos
conversores de energia das ondas do mar são analisados, pois ela permite o estudo
dos fenômenos envolvidos de forma relativamente barata e rápida se comparada com
métodos experimentais e de forma muito mais completa e precisa se comparada com
métodos analíticos. É perceptível a preferência pelo modelo VOF nas simulações
numéricas de dispositivos do tipo coluna de água oscilante por ela permitir se
aproximar mais dos fenômenos físicos reais envolvidos no problema. O modelo Piston
possui uma boa aproximação, porém sua real vantagem está no menor tempo de
processamento e esforço computacional exigidos. Para este trabalho o modelo Piston
foi escolhido justamente por exigir menos tempo de processamento e o método
utilizado será semelhante ao de [26]. O intuito é verificar um modelo numérico que em
trabalhos futuros possa simular dados reais de estado de mar inseridos na forma de
uma tabela para impor a velocidade de entrada na parte inferior da câmara do
dispositivo. Como o volume de dados impostos ao modelo computacional pode ser
muito grande é justificável buscar-se um modelo que exija menos esforço
computacional e tempo de processamento reduzido, por isso a escolha da
metodologia Piston na simulação numérica.
22
1.8 METODOLOGIA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
escoamento normal a dAc, indicado por Vn. Dessa forma a vazão mássica diferencial
pode ser expressa como:
𝛿𝑚̇ = 𝜌𝑉𝑛 𝑑𝐴𝑐 (1)
Onde 𝛿 indica uma quantidade diferencial. A vazão em massa é obtida por:
∑ 𝑚̇ = ∑ 𝑚̇ (5)
𝑒 𝑠
Em volumes de controle que possuem apenas uma entrada e uma saída a Eq.
5 pode ser reescrita como:
𝑚̇1 = 𝑚̇2 (6)
𝜌1 𝑉1 𝐴1 = 𝜌2 𝑉2 𝐴2 (7)
Para regimes permanentes com escoamento incompressível a massa
específica é uniforme, resultando em uma equação da continuidade simplificada:
𝑉1 𝐴1 = 𝑉2 𝐴2 (8)
26
Ainda de acordo com [28], uma maneira de definir a energia mecânica é como
sendo a forma de energia que pode ser convertida direta e completamente em trabalho
mecânico por um dispositivo mecânico ideal.
Para um escoamento invíscido, a energia mecânica, emec, do fluido pode ser
expressa, por unidade de massa, como:
𝑃 𝑉2
𝑒𝑚𝑒𝑐 = + + 𝑔𝑧 (9)
𝜌 2
Em que P é a pressão do fluido, g é a constante da gravidade, z é a altura do
ponto considerado e V a velocidade do fluido. Na equação o termo 𝑃⁄𝜌 é a energia
do escoamento, 𝑉 2 ⁄2 é a energia cinética e 𝑔𝑧 é a energia potencial, todas por
unidade de massa. A variação de energia mecânica durante escoamentos
incompressíveis torna-se:
𝑃2 − 𝑃1 𝑉22 − 𝑉12
∆𝑒𝑚𝑒𝑐 = + + 𝑔(𝑧2 − 𝑧1 ) (10)
𝜌 2
Conclui-se então que a energia mecânica de um fluido não varia durante um
escoamento se sua pressão, velocidade, massa específica e elevação permanecerem
constantes.
De acordo com a Primeira Lei da Termodinâmica, também conhecida como o
princípio da conservação de energia, a energia não pode ser criada nem destruída
durante um processo, ela pode apenas mudar de forma. Sendo assim, todas as partes
da energia devem ser levadas em conta durante um processo.
Supondo um sistema fechado genérico, o balanço de energia pode ser definido
como:
𝑑𝐸
𝑄̇ + 𝑊̇ = (11)
𝑑𝑡
Em que 𝑊̇ é o trabalho que entra no sistema, 𝑄̇ é o calor transferido para o
sistema e o termo diferencial expressa a variação de energia no sistema.
Para escoamentos em regime permanente, considerando um volume de
controle com apenas uma entrada e uma saída, a equação da energia pode ser
reescrita da seguinte forma:
27
𝑉22 − 𝑉12
𝑄̇ + 𝑊̇ = 𝑚̇ [(ℎ2 − ℎ1 ) + ( ) + 𝑔(𝑧2 − 𝑧1 )] (12)
2
A equação da energia para escoamento em regime permanente por unidade
de massa pode ser obtida pela divisão da Eq. 12 pela vazão de mássica 𝑚̇:
𝑉22 − 𝑉12
𝑄 + 𝑊 = (ℎ2 − ℎ1 ) + ( ) + 𝑔(𝑧2 − 𝑧1 ) (13)
2
Em que Q é a transferência total de calor para o fluido por unidade de massa e
W é a entrada total de trabalho para o fluido por unidade de massa. Utilizando a
definição de entalpia:
𝑃
ℎ=𝑢+ (14)
𝜌
Onde u é a energia interna e h a entalpia, é possível reorganizar a Eq. 13 como:
𝑃1 𝑉12 𝑃2 𝑉22
𝑊+ + + 𝑔𝑧1 = + + 𝑔𝑧2 + (𝑢2 − 𝑢1 − 𝑄) (15)
𝜌 2 𝜌 2
Se o escoamento for ideal, ou seja, sem nenhuma irreversibilidade tal como o
atrito, a energia mecânica total deve ser conservada, então para que não haja
nenhuma perda mecânica:
𝑄 = 𝑢2 − 𝑢1 (16)
Qualquer aumento da diferença das entalpias acima de Q se deve a conversão
irreversível de energia mecânica em energia térmica, por tanto, (𝑢2 − 𝑢1 − 𝑄)
representa a perda de energia mecânica. Ao se considerar as perdas que ocorrem
durante o escoamento do fluido, a equação da energia pode ser expressa em sua
forma mais comum em termos de carga como sendo:
𝑃1 𝑉12 𝑃2 𝑉22
+ + 𝑍1 = + + 𝑍2 + 𝐻 (17)
𝜌1 𝑔 2𝑔 𝜌2 𝑔 2𝑔
Onde H representa a perda total de carga durante o escoamento em um determinado
trecho.
A perda de carga, H, como é proposto por [28], ou perda de carga total, Hlt,
apresentada por [29], é a soma das perdas distribuídas, hl, devidas aos efeitos de
atrito no escoamento completamente desenvolvidos em tubos de seção constante,
28
64 𝐿 𝑉̅ 2
ℎ𝑙 = ( ) (19)
𝑅𝑒 𝐷 2
Onde hl é a perda de carga distribuída e L é o comprimento do trecho em que está
ocorrendo o escoamento.
No escoamento turbulento não há como avaliar a queda de pressão
analiticamente, deve-se recorrer a dados experimentais e utilizar a análise
dimensional para correlacioná-los.
Para determinar a perda de carga distribuída em um escoamento
completamente desenvolvido sob condições conhecidas, o número de Reynolds é o
primeiro parâmetro a ser avaliado, para determinar se o escoamento está em regime
laminar ou turbulento. A rugosidade relativa da parede é o segundo parâmetro que se
deve avaliar e, juntamente com o diâmetro da seção transversal determina-se o fator
de atrito. O fator de atrito é comumente lido no diagrama de Moody, diagrama que
leva o mesmo nome de seu criador. Os dados contidos nele foram determinados
experimentalmente e podem ser consultados na Fig. 5.
Fonte: [29].
Definidas a perda de carga distribuída e a perda de carga localizada, a perda
de carga total pode ser calculada da seguinte forma:
𝐻 = ℎ𝑙 + ℎ𝑙𝑚 (22)
De acordo com [31], o método das diferenças finitas é talvez o mais fácil de
entender dos três métodos listados acima. Para este método, o campo de fluxo é
decomposto em um conjunto de pontos de uma malha e as funções contínuas, como
velocidade e pressão, são aproximadas por valores discretos dessas funções
calculadas em cada ponto. As derivadas das funções são aproximadas usando as
diferenças entre os valores da função nos pontos da malha divididos pelo
espaçamento da malha. O método padrão para converter as equações diferenciais
parciais em equações algébricas é através do uso de expansões da série Taylor.
No método de volumes finitos, apresentado por [31], o domínio é dividido em
um conjunto de volumes de controle onde, em seguida, são formuladas equações
integrais de conservação de massa, quantidade de movimento e energia para cada
volume. As integrais são aproximadas numericamente e os valores das variáveis nas
faces de cada volume são aproximadas com informações das variáveis nodais. Isso
resulta em um sistema algébrico que então é resolvido por método iterativo. O número,
o tamanho e a forma dos elementos são ditados em parte pela geometria do domínio
e as condições de contorno para o problema proposto. A medida que o número de
elementos aumenta, como é necessário para domínios mais complexos, o número de
equações algébricas simultâneas que devem ser resolvidas também aumenta, o que
torna comum, para este método, problemas envolvendo números elevados de células
na malha.
O método dos elementos finitos, de acordo com [32], fornece um procedimento
sistemático para a derivação das funções de aproximação sobre sub-regiões do
domínio estudado. O método é dotado de três características básicas que explicam
sua vantagem em relação a outros métodos concorrentes. Primeiro, um domínio
geometricamente complexo do problema é representado como um conjunto de
subdomínios geometricamente simples, chamados elementos finitos. Em segundo
lugar, em cada elemento finito, as funções de aproximação são derivadas usando a
ideia básica de que qualquer função contínua pode ser representada por uma
combinação linear de polinômios algébricos. Em terceiro lugar, as relações algébricas
entre os coeficientes indeterminados, valores nodais, são obtidas ao satisfazer as
equações governantes em cada elemento. Assim, o método dos elementos finitos
pode ser visto, em particular, como uma aplicação elementar do método de resíduos
ponderados. Nisso, funções de aproximação são muitas vezes consideradas como
polinômios algébricos, e os parâmetros subjacentes representam os valores da
33
2.2.2.1 SIMPLE
∗ ∗ ∗ ∗
𝑎𝐼,𝑗 𝑣𝐼,𝑗 = ∑ 𝑎𝑛𝑏 𝑣𝑛𝑏 + (𝑝𝐼,𝐽−1 − 𝑝𝐼,𝐽 )𝐴𝐼,𝑗 − 𝑏𝐼,𝑗 (31)
2.2.2.2 SIMPLEC
2.2.2.3 PISO
∗∗ ∗ ∗∗ ∗∗
𝑎𝐼,𝑗 𝑣𝐼,𝑗 = ∑ 𝑎𝑛𝑏 𝑣𝑛𝑏 + (𝑝𝐼−1,𝐽 − 𝑝𝐼,𝐽 )𝐴𝐼,𝑗 + 𝑏𝐼,𝑗 (51)
Um campo de velocidade corrigido duas vezes (u***, v***) pode ser obtido
resolvendo as equações da quantidade de movimento mais uma vez:
∗∗∗ ∗∗ ∗∗∗ ∗∗∗
𝑎𝑖,𝐽 𝑢𝑖,𝐽 = ∑ 𝑎𝑛𝑏 𝑢𝑛𝑏 + (𝑝𝐼−1,𝐽 − 𝑝𝐼,𝐽 )𝐴𝑖,𝐽 + 𝑏𝑖,𝐽 (52)
∗∗
∑ 𝑎𝑛𝑏 (𝑢𝑛𝑏 ∗ )
∗∗∗ ∗∗
− 𝑢𝑛𝑏
𝑢𝑖,𝐽 = 𝑢𝑖,𝐽 + + 𝑑𝑖,𝐽 (𝑝′′𝐼−1,𝐽 − 𝑝′′𝐼,𝐽 ) (54)
𝑎𝑖,𝐽
∗∗
∑ 𝑎𝑛𝑏 (𝑣𝑛𝑏 ∗ )
∗∗∗ ∗∗
− 𝑣𝑛𝑏
𝑣𝐼,𝑗 = 𝑣𝐼,𝑗 + + 𝑑𝐼,𝑗 (𝑝′′𝐼,𝐽−1 − 𝑝′′𝐼,𝐽 ) (55)
𝑎𝐼,𝑗
Onde p’’ é a segunda correção da pressão para que p*** possa ser obtida por:
𝑝∗∗∗ = 𝑝∗∗ + 𝑝′′ (56)
A substituição de u*** e v*** na equação discreta da continuidade produz uma
segunda equação de correção de pressão:
𝑎𝐼,𝐽 𝑝′′𝐼,𝐽 = 𝑎𝐼+1,𝐽 𝑝′′𝐼+1,𝐽 + 𝑎𝐼−1,𝐽 𝑝′′𝐼−1,𝐽 + 𝑎𝐼,𝐽+1 𝑝′′𝐼,𝐽+1 + 𝑎𝐼,𝐽−1 𝑝′′𝐼,𝐽−1 + 𝑏′′𝐼,𝐽 (57)
A Eq. (57) é resolvida para obter o segundo campo de correção de pressão p’’,
e o campo de pressão corrigido duas vezes é obtido pela seguinte equação:
𝑝∗∗∗ = 𝑝∗∗ + 𝑝′′ = 𝑝∗ + 𝑝′ + 𝑝′′ (58)
No cálculo não-iterativo de fluxos instáveis, para o campo de pressão p*** e o
campo de velocidade representado por u*** e v*** são considerados os seus
correspondentes u, v e p.
A sequência de operações para um cálculo iterativo PISO estável possui
algumas etapas. Primeiramente são definidas as condições iniciais do problema, onde
são estimados o campo de pressão (p*), as componentes da velocidade (u* e v*) e
demais variáveis escalares (𝜙*). Os três próximos passos são similares aos
empregados no início do método SIMPLE, sendo que o segundo passo é a solução
da equação discretizada da quantidade de movimento, o terceiro é a solução da
equação de correção da pressão e o quarto é a correção dos valores de pressão e
velocidade.
O quinto passo desse método é a solução da segunda equação de correção da
pressão, Eq. (57), o sexto é a correção da pressão e velocidades aplicando as Eq.
(58), (54) e (55) respectivamente. O próximo passo é a solução de todas as outras
equações de transporte discretizada representada pela Eq. (40).
O último passo é verificar se a solução converge. Em caso positivo a iteração
chega ao fim, porém, em caso negativo as variáveis que foram corrigidas durante a
iteração serão as condições iniciais para a próxima iteração e o algoritmo continuará
corrigindo-as até a solução convergir.
41
2.2.2.4 COUPLED
∑ 𝑝𝑓 𝐴𝑘 = − ∑ 𝑎𝑢𝑘 𝑝 𝑝𝑗 (59)
𝑓 𝑗
𝑝𝑢 𝑝𝑝
∑ ∑ 𝑎𝑖𝑗 𝑘 𝑢𝑘𝑗 + ∑ 𝑎𝑖𝑗 𝑝𝑗 = 𝑏𝑖𝑝 (61)
𝑘 𝑗 𝑗
∑[𝐴]𝑖𝑗 𝑋⃗𝑗 = 𝐵
⃗⃗𝑖
(62)
𝑗
Fonte [26].
44
A definição da malha é importante, pois ela deve ser refinada o suficiente para
captar as variáveis decorrentes do escoamento de forma confiável sem gerar uma
solução com tempo de processamento elevado. Devido à simplicidade geométrica do
domínio computacional, foram utilizados elementos quadrilaterais a fim de obter uma
malha regular. Definido isso, foram geradas nove malhas, cada qual com um
determinado refinamento.
Para a simulação da onda entrando e saindo da câmara CAO, foram utilizadas
velocidades impostas na entrada câmara na forma de tabela. As velocidades foram
obtidas através da Eq. 68 apresentada em [26] que simula dados aproximados para o
real estado de mar.
𝐻𝜋 2𝜋𝑡
𝑤(𝑡) = cos ( ) (69)
𝑇 𝑇
Sendo w a velocidade na direção vertical (m/s), H a amplitude da onda (0,14 m), T o
período de onda (0,81 s) e t o tempo (s).
46
Malha (j) Quadriláteros (m) Nº de células Vel. Max. (m/s) Diferença Relativa (%)
1 0,100 13150 0,9491594 17,03218659
2 0,060 36554 1,1108220 7,45555994
3 0,050 52600 1,1936400 7,20443350
4 0,040 82250 1,2796350 3,41792777
5 0,035 107822 1,3233720 2,62496108
6 0,030 146392 1,3581100 2,36939570
7 0,025 210400 1,3902890 1,66922129
8 0,020 328750 1,4134960 1,35783900
9 0,015 584549 1,4326890 -
Fonte: Próprio autor.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Sucção Exaustão
V1 [m/s] V1 [m/s]
-1,250 1,250
-1,000 1,000
-0,750 0,750
-0,500 0,500
-0,250 0,250
-0,100 0,100
-0,075 0,075
-0,050 0,050
-0,025 0,025
-0,010 0,010
Fonte: Próprio autor.
Sucção Exaustão
V2 [m/s] V2 [m/s]
-6,522 6,522
-5,217 5,217
-3,913 3,913
-2,609 2,609
-1,304 1,304
-0,522 0,522
-0,391 0,391
-0,261 0,261
-0,130 0,130
-0,052 0,052
Fonte: Próprio autor.
A geometria em estudo possui uma mudança súbita de área, que pode ser
evidenciado na Fig. 7, que provoca uma perda de carga localizada considerável. Para
avaliar esta perda, utilizando a e Eq. 21, é necessário determinar o coeficiente de
perda que pode ser obtido na Fig. 6 através da razão de áreas (AR). Sabendo que a
relação de áreas na geometria é de (2,3 m)b para (12 m)b, onde b representa a
profundidade do dispositivo, obtém-se uma razão de áreas de 0,19, gerando um
coeficiente de perda de 0,45 para a contração e de 0,65 para a expansão. Definidos
os coeficientes, a perda de carga localizada pode ser calculada através da Eq. 21 e
seus valores podem ser consultados na Tabela 4.
Sucção Exaustão
V2[m/s] hlm [m] V2[m/s] hlm [m]
-6,522 1,40910 6,522 0,97553
-5,217 0,90182 5,217 0,62434
-3,913 0,50728 3,913 0,35119
-2,609 0,22546 2,609 0,15609
-1,304 0,05636 1,304 0,03902
-0,522 0,00902 0,522 0,00624
-0,391 0,00507 0,391 0,00351
-0,261 0,00226 0,261 0,00156
-0,130 0,00056 0,130 0,00039
-0,052 0,00009 0,052 0,00006
Fonte: Próprio autor.
49
Para a obtenção da perda de carga distribuída foi utilizada a Eq. 19, na qual é
necessário conhecer o fator de atrito que é obtido através de dois parâmetros, sendo
eles a rugosidade da parede em contato com o fluido e o número de Reynolds
decorrente do escoamento completamente desenvolvido. O número de Reynolds (Re),
para as diversas velocidades, pode ser calculado com o emprego da Eq. 18. Ele é
constante durante o escoamento entre os trechos de dimensões diferentes, pois o
mesmo depende da vazão do fluido, massa específica e viscosidade dinâmica.
Conhecendo as dimensões da geometria, as velocidades impostas e sabendo que o
fluido utilizado é o ar, pode-se adotar uma massa específica ρ = 1,225 kg/m 3 e uma
viscosidade dinâmica μ = 17,4x10-6 N.s/m2, com isso obtêm-se os números de
Reynolds para cada caso. Os resultados podem ser conferidos na Tabela 5.
Assim, conhecidos os valores do número de Reynolds para cada velocidade e
considerando a rugosidade das paredes muito baixas ao adotar a curva para tubo liso,
foi utilizado o Diagrama de Moody, conforme a Fig. 5, onde é possível obter o fator de
atrito para cada caso. Como os valores do número de Reynolds e o fator de atrito
dependem apenas do módulo da velocidade, para este caso especificamente onde o
problema é bidimensional e a vazão se mantém, então a Tabela 5 traz os valores que
serão utilizados tanto para o movimento de sucção quanto para o de exaustão.
Sucção Exaustão
V2 [m/s] H [m] V2[m/s] H [m]
-6,522 1,46405728 6,522 1,03048866
-5,217 0,93822010 5,217 0,66073619
-3,913 0,52878108 3,913 0,37269638
-2,609 0,23577847 2,609 0,16640749
-1,304 0,05926959 1,304 0,04192685
-0,522 0,00958407 0,522 0,00680923
-0,391 0,00540824 0,391 0,00384740
-0,261 0,00241896 0,261 0,00172525
-0,130 0,00061143 0,130 0,00043800
-0,052 0,00009997 0,052 0,00007222
Fonte: Próprio autor.
51
Sucção Exaustão
∆P [Pa] ∆P [Pa]
172,76 217,74
175,47 204,26
177,58 193,77
179,08 186,27
179,97 181,77
180,21 180,50
180,23 180,40
180,25 180,32
180,26 180,27
180,26 180,26
Fonte: Próprio autor.
Sucção Exaustão
∆P [Pa] ∆P [Pa]
155,16 205,35
164,20 196,32
171,22 189,29
176,24 184,27
179,25 181,26
180,10 180,42
180,17 180,35
180,22 180,30
180,25 180,27
180,26 180,26
Fonte: Próprio autor.
52
Sucção Exaustão
V2 [m/s] V2 [m/s]
-6,521739 6,521739
-5,217391 5,217391
-3,913043 3,913043
-2,608696 2,608696
-1,304348 1,304348
-0,521739 0,521739
-0,391304 0,391304
-0,260870 0,260870
-0,130435 0,130435
-0,052174 0,052174
Fonte: Próprio autor.
Sucção
V1[m/s] P1 [Pa] V2[m/s] P2 [Pa]
-1,250 162,246044 -6,522 0,343040
-1,000 168,658715 -5,217 0,149510
-0,750 173,690521 -3,913 0,344617
-0,500 177,310524 -2,609 0,345220
-0,250 179,416960 -1,304 0,150246
-0,100 179,946418 -0,522 0,345545
-0,075 179,994473 -0,391 0,345522
-0,050 180,035911 -0,261 0,345499
-0,025 180,073092 -0,130 0,150211
-0,010 180,094377 -0,052 0,345487
Fonte: Próprio autor.
53
Exaustão
Entrada Saída
220,515044 26,581074
206,061340 17,038981
194,810042 9,626690
186,752421 4,346076
181,875589 1,193989
180,455800 0,317097
180,326511 0,244093
180,226818 0,191945
180,155204 0,160653
180,124478 0,151888
Fonte: Próprio autor.
Sucção Exaustão
∆P [Pa] ∆P [Pa]
161,903004 193,933970
168,509205 189,022359
173,345904 185,183352
176,965304 182,406345
179,266714 180,681600
179,600873 180,138704
179,648950 180,082417
179,690411 180,034873
179,922881 179,994551
179,748890 179,972590
Fonte: Próprio autor.
54
É possível verificar, através da Tabela 14, que quanto maior o valor absoluto
da velocidade maior também é a diferença relativa entre os resultados obtidos, e essa
diferença apresenta valores de no máximo 10,9% para a velocidade de magnitude
1,25 m/s. Essas diferenças podem ser melhor visualizadas na Fig. 9, onde são
plotados os resultados de queda de pressão para as soluções analítica e numérica.
São apresentados na Tabela 15 os resultados da solução analítica
desconsiderando as perdas de carga e as diferenças apresentadas em comparação
com a solução numérica.
56
Sucção Exaustão
Analítico Numérico Diferença Analítico Numérico Diferença
-6,52173913 -6,52172844 0,00016% 6,52173913 6,52172820 0,00017%
-5,21739130 -5,21738212 0,00018% 5,21739130 5,21738272 0,00016%
-3,91304348 -3,91303788 0,00014% 3,91304348 3,91303713 0,00016%
-2,60869565 -2,60869196 0,00014% 2,60869565 2,60869166 0,00015%
-1,30434783 -1,30434686 0,00007% 1,30434783 1,30434684 0,00008%
-0,52173913 -0,52173940 0,00005% 0,52173913 0,52173940 0,00005%
-0,39130435 -0,39130453 0,00005% 0,39130435 0,39130463 0,00007%
-0,26086957 -0,26086988 0,00012% 0,26086957 0,26086986 0,00011%
-0,13043478 -0,13043452 0,00020% 0,13043478 0,13043508 0,00023%
-0,05217391 -0,05217373 0,00035% 0,05217391 0,05217414 0,00043%
Fonte: Próprio autor.
58
Pode ser evidenciado na Tabela 17 que não existe uma diferença significativa
entre as configurações escolhidas adotando o algoritmo Simple para o acoplamento
pressão-velocidade.
61
Pode ser verificado através da Tabela 20 que não existe uma diferença
significativa entre as configurações escolhidas adotando o algoritmo Coupled para o
acoplamento pressão-velocidade.
64
Pode ser verificado através da Tabela 21 que não existe uma diferença
significativa entre as configurações escolhidas adotando o algoritmo Simple para o
acoplamento pressão-velocidade.
65
Através da Tabela 23, pode ser verificado que não existe uma diferença
significativa entre as configurações escolhidas adotando o algoritmo Simplec para o
acoplamento pressão-velocidade.
67
Na Tabela 24, pode ser verificado que não existe uma diferença significativa
entre as configurações escolhidas adotando o algoritmo Coupled para o acoplamento
pressão-velocidade.
68
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
[08] CLÉMENT, A. et al. Wave energy in europe: current status and perspectives.
Renewable and sustainable energy reviews. Reino Unido, Elsevier, v. 6, n.
5, p. 405–431, 2002.
[17] COLI, A. B., MATA, M. M., 1993. Caracterização das Alturas de Onda no
Atlântico Sul Ocidental Através da Altimetria TOPEX/POSEIDON. Anais do
VIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Salvador, Bahia.
[19] CONDE, J. M. P., GATO, L. M. C., 2008. Numerical study of the air-flow in na
oscillating water column wave energy converter, Renewable Energy, vol. 33,
pp. 2637-2644.
[21] LIU, Z., HYUN B., HONG, K., 2008. Application of Numerical Wave Tank to
OWC Air Chamber for Wave Energy Conversion, International Offshore and
Polar Engineering Conference.
[29] FOX, R. W., MCDONALD, A. T., 2006. Introdução à mecânica dos fluidos.
Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos - LTC.
[30] MALISKA, Clovis R., 2004. Transferência de calor e mecânica dos fluidos
computacional. Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos - LTC.
73
[35] PATANKAR, S. V.,1980. Numerical heat transfer and fluid flow. Estados
Unidos. McGraw-Hill.