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Acadêmico: Ivo Sergio Gomes Reis - Professor: Erickson Cristiano dos Santos
Ivo S. G. Reis - ivosgreis@globo.com
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SUMÁRIO
(Os nºs à esquerda representam os nºs dos slides)
30 min
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Sumário
MENTE, CÉREBRO E SUAS DIFERENÇAS (1)
Com toda certeza, esta é a parte de mais difícil entendimento nesta aula,
primeiro, por conta das confusões generalizadas que ainda se fazem em torno
desses dois conceitos; segundo, porque a ciência não conseguiu também
solucioná-las por completo, criando apenas um “paradigma científico provisório”
que, é claro, só serve como ponto de partida para pesquisas mais profundas.
Cérebro e mente são entidades distintas ou são uma coisa só? Convivem em uma
relação simbiótica, numa relação biunívoca ou unívoca? Se existem relações de
dependências, quais são e qual o seu grau? Quem depende mais de quem?
Mesmo assim, como entender um órgão que tem bilhões de células nervosas, 86
bilhões de neurônios e uma rede neural com trilhões de relações sinápticas? O que
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acontece à mente quando o cérebro adoece ou morre?
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MENTE, CÉREBRO E SUAS DIFERENÇAS (2)
Sobre a mente...
Não existe definição universalmente aceita sobre a mente. O que existe são tentativas de
definições, centenas delas, e nenhuma aceita sem restrições. Sempre haverá alguém que
conteste. Ninguém sabe exatamente o que é, onde fica e em que circunstâncias exatas o seu
mecanismo é acionado. Selecionamos abaixo dois conceitos que nos pareceram mais
“aceitáveis” (Maslin não se arriscou a defini-la, no seu “glossário):
1 - Pode definir-se a mente como a potência intelectual da alma. A mente implica um conjunto
de processos e atividades que se desenvolvem na psique, de forma consciente e inconsciente, e
que, na sua maioria, são de carácter cognitivo. Trata-se de uma faculdade do cérebro que
permite ao ser humano compilar informação, analisá-la e extrair conclusões. (Fonte:
https://conceito.de/mente)
2 - a mente se refere a um fenômeno bem complexo e está associada ao nosso pensamento,
conhecimento e expressão das ideias. Também pode ser definido como potencial intelectual da
alma. Trata-se de uma atividade do cérebro que permite copiar informações e tirar conclusões.
Ela é responsável pela criação do pensamento, pelo nosso raciocínio, entendimento, memória,
emoção e imaginação. (neurocirurgião Koshiro Nikumi).
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O cérebro é pois um órgão que se encontra na cavidade craniana e que apresenta uma grande
quantidade de neurónios (células do sistema nervoso). A mente, por sua vez, emerge do cérebro
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MENTE, CÉREBRO E CORPO (1)
Vamos mostrar, agora AS RELAÇÕES entre corpo, cérebro e mente. Para efeitos somente didáticos,
e para não fugir do livro-texto, entenda-se aqui a “mente” como sinônimo de “alma”, para não
complicar mais:
Mesencéfalo
Tronco Ponte
Encefálico Bulbo
Ou Cerebral Medula Cerebelo
Dualismo de substâncias
Este tipo de dualismo descreve que cada mente é uma res não-física distinta, um aglomerado
individual de substância não-física, uma coisa cujas propriedades são independentes de um corpo
que porventura esteja "conectada". Segundo ela, os estados mentais são oriundos dessas mesmas
propriedades não-físicas, distintas e únicas de substância.
Levando-se em conta essas propriedades citadas, ao longo da história da filosofia teve-se a idéia
de caracterizar negativamente esta abordagem, apesar de certos expoentes da filosofia tentarem
manejar uma explicação positiva com relação ao assunto, dentre eles René Descartes.
Dualismo de propriedades
Descreve uma categoria de posições em filosofia da mente que advogam que, apesar de o mundo
ser constituído por apenas um tipo de substância, do tipo físico, existem dois tipos distintos de
propriedades: propriedades físicas e propriedades mentais.
Por outras palavras, é a visão segundo a qual as propriedades não-físicas, mentais, como crenças,
desejos e emoções, inerem em alguma substância física, nomeadamente o cérebro[1].
O dualismo de substâncias, por seu lado, é a visão de que existem dois tipos de substância: física e
não-física (a mente), e por consequência também dois tipos de propriedades relacionadas com as
respectivas substâncias.
Fonte: Wikipédia 11
ONDAS CEREBRAIS
Ondas cerebrais são os impulsos gerados pela atividade elétrica do nosso cérebro. Essa atividade
pode ser medida e registrada através do eletroencefalograma (EEG). O eletroencefalograma
registra graficamente as correntes elétricas dos hemisférios esquerdo
e direito do cérebro, através de eletrodos aplicados no couro cabeludo.
As ondas cerebrais são medidas em “ciclos por segundo”, tendo por unidade o “Hertz”(Hz).
Existem 4 tipos comuns de onda (delta, teta, alfa e beta) e um mais raro, denominado gama, de
altíssima frequência. 14
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“Em sentido psicológico, a consciência é a percepção do eu por si mesmo Em termos
metafísicos, chamamos muitas vezes à consciência de “o Eu”.
O MNR rejeita o dualismo cartesiano e/ou o dualismo de substâncias, mas admite, com
ressalvas, o dualismo de propriedades. Atrela-se aos critérios de superveniência e
subveniência e é dito não-redutivo porque“não insiste que as propriedades mentais não16
sejam nada além de propriedades físicas” (Maslin, IFM, p.160).
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AS TEORIAS DUALISTAS
Essas teorias, nos dias autuais, têm sido rejeitadas pela ciência, por carecerem de
comprovação de qualquer espécie. Seus maiores defensores foram dois grandes filósofos:
Platão e Descartes (talvez por isso, e só por isso, ainda sejam discutidas até hoje. O dualismo
cartesiano ou de substância defende que corpo e mente são substâncias distintas; uma (o
corpo) de natureza material e outra (a mente ou alma, que ele não distingue), de natureza
imaterial, subsistindo após a morte do corpo (???).
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AS TEORIAS DUALISTAS (2)
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OUTROS CONCEITOS ÚTEIS AO MNR(1)
Reducionismo
O reducionismo é um tipo de interpretação da realidade através do qual tudo o que ocorre
em um sistema, pode ser entendido estudando o comportamento individual de suas peças,
seus componentes, isoladamente. O estudo feito tem apenas um único foco e abstém-se das
visões periféricas ou globais.
Naturalismo Biológico
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OUTROS CONCEITOS ÚTEIS AO MNR(2)
Superveniência/Subveniência
sem sem
Epifenomenalismo
Em filosofia da mente, o epifenomenalismo é a visão segundo a qual alguns ou
todos os estados mentais são meros epifenómenos (efeitos secundários ou sub-
produtos) do estado físico do mundo. Então, o epifenomenalismo nega que
a mente tenha qualquer influência no corpo ou em qualquer outra parte do
mundo físico: enquanto que os estados mentais são causados por estados
físicos, os estados mentais não têm influência nos estados físicos. Algumas
versões do epifenomenalismo advogam que todos os estados mentais são
inertes, enquanto outras advogam que apenas alguns estados mentais são
inertes. A última versão muitas vezes diz que apenas aqueles tipos de estados
mentais que são especialmente difíceis de justificar cientificamente são
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epifenomenológicos, tais como os estados mentais qualitativos (como por
exemplo, a sensação de dor). Ir
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AS DISCUSSÕES ONTOLÓGICAS E O POSICIONAMENTO DO
“MONISMO NÃO-REDUTIVO”
As correntes teóricas
Mental
Físico
M1, M2
Fenômenos mentais
F1, F2:
Fenômenos físicos
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Definição de MNR: Ir para slide nº 16
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PARTE III
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O PRINCÍPIO DA NAVALHA DE OCKHAM...
“ A Navalha de Occam é um princípio lógico e epistemológico que
afirma que a explicação para qualquer fenômeno deve assumir a menor
quantidade de premissas possível. As entidades não devem ser multiplicadas
além da necessidade. Apesar disso, considera-se que a navalha de Occam é
apenas uma dentre várias navalhas filosóficas que podem ser consideradas
‘princípios de parcimônia’.
Originalmente um princípio da filosofia reducionista e do nominalismo, é
hoje tido como uma das máximas heurísticas (regra geral) que aconselham
economia, parcimônia e simplicidade, especialmente nas teorias científicas. A
Navalha de Occam é um princípio metodológico, e não uma lei.”
Fonte: Wikipédia. Navalha de Ockham (https://pt.wikipedia.org/wiki/Navalha_de_Occam
Observando esse simples critério e aplicando-o a assunto tão controverso, com ele
concordamos (mas sem assumir posição) e acompanhamos John Searle, que assim se
manifesta:
“[...] O problema mente-corpo tradicional tem uma "solução simples":
os fenômenos mentais são causados por processos biológicos no25
cérebro e são eles mesmos características do cérebro.(V. Maslin, IFM, p.165)
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Embora não faça parte desta aula, recomendamos fortemente o vídeo abaixo, do
filósofo estadunidense John Searle, vivo, que há 40 anos pesquisa sobre a “filosofia da mente”.
Searle, no século passado, juntamente com Bertrand Russell, Gottlob Frege e Wittgenstein, foi um
notável filósofo, atuando na área de “filosofia da linguagem”. Pesquisando sobre linguagem,
chegou à filosofia da mente, de onde não mais saiu, até hoje. Já possui cerca de 20 livros
traduzidos para a língua portuguesa e visitou o Brasil por duas vezes, onde deu importantes
entrevistas. Declarou que não encontrou nenhum filósofo da mente que diz o que precisa ser dito. É
por isso que ele escreve tantos livros sobre o assunto. Diz que vai continuar a escrever, apenas
porque há muitas visões equivocadas que ainda estão por aí afora. Ressalta ainda que a pior
catástrofe na filosofia da mente foi Descartes.
Naturalismo biológico é uma teoria monista sobre a relação entre a mente e
o corpo (ou seja, o cérebro). Foi proposta por John R. Searle, em 1980.
A Intencionalidade no sistema mente-corpo, pela ótica do “naturalismo biológico”:
A definição de intencionalidade, apresentada pelo próprio Searle (1995) é a seguinte: “A
intencionalidade é aquela propriedade de muitos estados e eventos mentais pelos quais estes são
dirigidos para, ou acerca de objetos e estados de coisas no mundo”. É também dele a frase: “Não
deveríamos nunca esquecer quem somos; e, por sermos como somos, é um erro admitir que tudo o
que existe é compreensível aos nossos cérebros”.
Link para o vídeo “A consciência é um fenômeno biológico”, de John Searle (clique aqui!) 26
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Consciencia e Linguagem
Consciousness and Language (essay collection; 2002)
Liberdade e Neurobiologia
Freedom and Neurobiology (lecture collection; 2004)
SEARLE, J. R. A Redescoberta da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
______. Intencionalidade. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
______. O Mistério da Consciência. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
IV – Outras Obras:
CANAL, R. Sobre a filosofia de John Searle. Marília: UNESP, 2010. 171 f. Dissertação (Mestrado
em filosofia) – Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Mente, Epistemologia e Lógica,
Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita filho”,
Marília, SP, 2010.
CASTOÑON, G. John Searle e o Cognitivismo. Ciência & Cognição, Rio de Janeiro, v. 08, pp. 96-
109, ago. 2006. Disponível em:
<http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/584/365> Acesso em:
08 dez. 2018.
DENNETT, D. C. Tipos de Mentes: rumo a uma compreensão da consciência. Rio de Janeiro: Rocco,
1997, pp. 25-51. 29
- https://www.youtube.com/watch?v=pJqm_tQWqds
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