1 INTRODUÇÃO
1PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado. 2ª ed., tomo V. Rio de
Janeiro: Borsoi, 1955. p. 101.
6
2 Os artigos que versavam sobre os prazos prescricionais diziam, por exemplo, que “as ações pessoais
prescrevem, ordinariamente, em vinte anos, as reais em dez, entre presentes e entre ausentes, em
quinze, contados da data em que poderiam ter sido propostas” (art. 177) ou que “prescreve em dez
dias, contados do casamento, a ação do marido para anular o matrimônio (...)” (art. 178, §1º).
3 PONTES DE MIRANDA, Op. cit., p. 452-454.
4 Ibidem, p. 452-453.
5 Idem.
8
por sua vez, vai além da exigibilidade: é a junção da exigência (pretensão) com a
atividade para a satisfação.
Para ilustrar a diferença entre pretensão e ação, exemplifica o jurista: “Se digo
ao devedor que desejo que me pague o que me deve, exijo-o; porém ainda não ajo
contra êle: se lhe tomo a coisa, que me deve, ajo condenatoriamente, condeno e
executo.”.6
Ainda, quanto ao conceito de ação, Pontes de Miranda faz uma ressalva
importante: a ação a que se refere, nessas circunstâncias, é a de direito material, que
não se confunde com a ação de direito processual. A ação de direito material é
preexistente e não está condicionada à de direito processual, que se estabelece entre
o demandante e o Estado. A actio (ação de direito material) é, pois, o objeto da análise
do juiz, ou seja, a “coisa trazida em juízo”.7
Apresentados os conceitos, Pontes de Miranda revela que o elemento atingido
pela prescrição é a pretensão, ou seja, a exigibilidade do direito e não o direito
subjetivo em si. Adverte, no entanto, que os prazos prescricionais não extinguem as
pretensões, mas apenas encobrem sua eficácia. São imprescindíveis, na medida em
que instituem um termo final para a exigibilidade do direito, servindo, portanto, à
segurança e à paz públicas.8
Cumpre salientar que, uma vez encoberta a eficácia da pretensão, restará
igualmente encoberta fração dos efeitos atinentes ao direito subjetivo – eis que a
pretensão é elemento do suporte fático de extinção do direito – e à ação, que,
conforme exposto, constitui-se, em parte, pela pretensão. Contudo, não se pode
afirmar que a prescrição levará à extinção do direito ou da ação, motivo pelo qual
merece correção a doutrina que afirma que esses elementos são fulminados pelo
instituto9.10
Assim sendo, adverte o autor que, quando por imprecisão técnica se utiliza a
expressão “prescreveu o direito”, o que se pretende noticiar é que “o direito teve
6 Ibidem, p. 460.
7 Idem.
8 Ibidem, p. 101.
9 Antônio Luis da Câmara Leal, por exemplo, afirmava que a prescrição se dirigia à inércia do titular do
direito em protegê-lo, por meio de ação, diante de ameaça ou violação, servindo, pois, ao interesse
social de que a situação de incerteza e instabilidade não se prolongasse indefinidamente. (LEAL,
Antônio Luis da Câmara. Da prescrição e da decadência. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 1978. p.
10).
10 PONTES DE MIRANDA, Op. cit., p. 102-107.
9
prescrita a pretensão (ou ação11) que dele se irradiava, ou teve prescritas todas as
pretensões (ou ações) que dele se irradiavam”. Em outras palavras, quando se diz
que há uma “dívida prescrita”, quer-se dizer que a dívida tem a pretensão encobrível
(ou já encoberta) pela exceção da prescrição.12
Quanto à ação processual, Pontes de Miranda entende que não está
condicionada aos prazos prescricionais, sujeitando-se apenas à preclusão13.14
A propósito, acerca da incolumidade da ação judicial à luz da Constituição
Brasileira de 1988, leciona Sérgio Cruz Arenhart:
Como se sabe, a garantia da ação não tem assento apenas na legislação ordinária. Ao
contrário, ela está alojada no texto constitucional, no seu art. 5º, inc. XXXV. De fato, quando
a Lei Maior prevê que nenhuma lesão ou ameaça a direito pode ser excluída da apreciação
do Poder Judiciário, está inserida aí a necessária garantia de que qualquer pessoa pode
sempre buscar, junto à jurisdição, a proteção de seus interesses. E, como notório, esse
direito, público, subjetivo e abstrato, de requerer a tutela jurisdicional do Estado é o que se
chama de ação.
Ora, se a ação é uma garantia constitucional, arrolada dentre as garantias fundamentais
constitucionais, é certo que não se pode ter uma norma infraconstitucional que lhe venha a
diminuir a extensão ou lhe tolher a eficácia. Por isso, se fosse verdade que a prescrição se
refere às ações (processuais), então seria forçoso concluir que todas as normas que tratam
da prescrição seriam inconstitucionais, por violarem expressa garantia constitucional
fundamental – afinal, a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.
Acreditar, portanto, que a prescrição se refira à ação processual é tornar completamente inútil
o instituto, por lançá-lo à inconstitucionalidade. Ademais, é incidir em crassa confusão, que
sequer é admitida pelo direito positivo.15
11 Relembre-se que a ação mencionada pelo autor, nessas circunstâncias, é a ação de direito material.
12 PONTES DE MIRANDA, Op. cit., p. 102-103.
13 O termo “preclusão”, utilizado pelo autor, refere-se ao que se convencionou chamar, atualmente, de
decadência.
14 PONTES DE MIRANDA, Op. cit., p. 103-104.
15 ARENHART, Sergio Cruz. O regime da prescrição em ações coletivas. Disponível em:
de Agnelo Amorim Filho. Revista dos Tribunais Online. [s. l.]. vol. 836. Jun. de 2005. p. 9.
10
Cumpre mencionar, ainda, que tanto no CPC/73 (art. 269, VI) quanto no
CPC/15 (art. 487, II), a prescrição figura entre as hipóteses de extinção do processo
com resolução de mérito, o que corrobora a ideia de que o instituto incide sob aspectos
de direito material e não processual.
Para finalizar a modesta exposição dos ensinamentos de Pontes de Miranda,
cuja contribuição para a compreensão do fenômeno prescricional é imensurável, vale
dizer que o autor classificou o instituto como ato-fato jurídico e lhe conferiu o status
de exceção, na medida em que não extingue automaticamente a pretensão, sendo
necessária sua invocação pelo devedor17.
Sobre o caráter de exceção, acrescenta José Carlos Barbosa Moreira: “a
prescrição não subtrai arma alguma ao credor: cinge-se a fornecer ao devedor um
escudo, do qual se poderá servir-se ou não, a seu talante”18.
Saliente-se, neste particular, que o art. 487, parágrafo único, do CPC/15
admite o reconhecimento oficioso da prescrição, desde que oportunizada a
manifestação prévia das partes, exceto na hipótese de improcedência liminar do
pedido, prevista no art. 332, §1º.
Em que pese o novo diploma processual tenha excepcionado a necessidade
de intimação prévia das partes para o reconhecimento da prescrição, a interpretação
do dispositivo conforme a Constituição e a própria sistemática instituída pelo CPC/15
recomenda o contraditório prévio, não apenas pela natureza material do instituto19,
o Código dispense a manifestação prévia dos litigantes na hipótese em análise, nenhum juiz tem, na
prática, condições de, pela simples leitura da inicial, reconhecer ou rejeitar uma prescrição. Não se trata
de uma questão apenas de direito, como é a decadência, que se afere por meio de um simples cálculo
do tempo ocorrido após o nascimento do direito potestativo de duração predeterminada. A prescrição
não opera ipso iure; envolve necessariamente fatos verificáveis no exterior da relação jurídica, cuja
presença ou ausência são decisivas para a configuração da causa extintiva da pretensão do credor
insatisfeito. Sem dúvida, as questões de fato e de direito se entrelaçam profundamente, de sorte que
não se pode tratar a prescrição como uma simples questão de direito que o juiz possa, ex officio,
levantar e resolver liminarmente, sem o contraditório entre os litigantes. A prescrição envolve,
sobretudo, questões de fato, que, por versar sobre eventos não conhecidos do juiz, o inibem de
pronunciamentos prematuros e alheios às alegações e conveniências dos titulares dos interesses em
confronto”. (THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum. v. I. 56ª ed. rev., atual. e ampl. Rio
de Janeiro: Forense, 2015. p. 766-767).
11
mas para evitar danos ao jurisdicionado20. Com efeito, caso o juiz anteveja a
ocorrência da prescrição, deve intimar previamente demandante e demandado para
que, querendo, manifestem-se antes do julgamento liminar de improcedência.
Vale lembrar que, embora o CPC/73 já admitisse o pronunciamento da
prescrição ex officio (art. 219, §5º, com redação dada pela Lei nº 11.280/0621), o STJ
já havia decidido que o juiz deveria intimar previamente o devedor para que se
pronunciasse, sobretudo pela possibilidade de optar pelo adimplemento da obrigação
natural22. E, do mesmo modo, entendiam Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero23.
Apesar da esclarecedora lição de Pontes de Miranda acerca da natureza
jurídica da prescrição e do elemento atingido pelo instituto, permanecia nebulosa a
distinção entre prescrição e decadência, pois, como já noticiado, as matérias foram
tratadas de maneira equivocada pelo CC/16.
Segundo Costa Manso, no projeto original elaborado por Clóvis Beviláqua os
prazos decadenciais estavam oportunamente espalhados pelo Código, enquanto
todos os prazos prescricionais estavam reunidos na Parte Geral. Todavia, a Comissão
Revisora, no intuito de sistematizar o Diploma Civil, realocou os prazos de decadência,
colocando-os ao lado dos prazos de prescrição, sem qualquer discriminação. O
detalhe passou despercebido e o CC/16 foi aprovado pelo Legislativo com o
famigerado erro de classificação24.
Nesse cenário, o professor Agnelo Amorim Filho apresentou, em artigo
publicado no ano de 1960, o critério científico por ele desenvolvido não apenas para
distinguir, aprioristicamente, a prescrição da decadência, como também para
identificar ações imprescritíveis, tema pouco debatido até então. Passa-se, pois, a
expor o raciocínio do respeitável jurista.
20 Nessa linha: ABBOUD, Georges; SANTOS, José Carlos V. C. de Almeida. In: Tereza Arruda Alvim
Wambier (coord.). Breves Comentários ao Novo Código de Processo Civil. São Paulo: RT, 2015.
p. 860.
21 Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda
quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973) (...) § 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição.
(Redação dada pela Lei nº 11.280, de 2006).
22 Vide AgRg no Ag 736.990/MG.
23 MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Código de Processo Civil: comentado artigo por
artigo. 4ª ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: RT, 2012. p. 225. Em sentido contrário: NERY JÚNIOR,
Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil comentado e legislação
extravagante. 13ª ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: RT, 2013. p. 566.
24 MANSO, Manuel da Costa. apud THEODORO JR., Distinção.... p. 1.
12
Em que pese Antônio Luís da Câmara Leal possa ser considerado o autor do
estudo mais amplo e minucioso da prescrição e da decadência à luz do CC/16, no que
diz respeito à diferenciação entre os institutos, limitou-se a examinar e separar,
pragmaticamente, as hipóteses de prescrição e de decadência previstas naquele
Diploma Civil, a partir de critérios instituídos por ele próprio, sem qualquer fundamento
científico, senão vejamos:
A teoria que construímos, pelo exame atento do instituto da decadência, torna facilmente
discrimináveis, na prática, os prazos de decadência dos prazos de prescrição das ações.
Duas regras, apenas, solucionam todas as dificuldades [...] se o direito e a ação
nascem, concomitantemente, do mesmo fato; se a ação representa o meio de que
dispõe o titular, para tornar efetivo o exercício de seu direito [...] o prazo estabelecido
pela lei para o exercício da ação é um prazo de decadência, e não de prescrição, porque é
prefixado, aparentemente, ao exercício da ação, mas, na realidade, ao exercício do direito,
representado pela ação.25 (grifo nosso)
(...) é que a lesão dá origem a uma ação, e a possibilidade de propositura desta, com o fim
de reclamar uma prestação destinada a restaurar o direito, é que concorre para criar aquêle
estado de intranqüilidade social que o instituto da prescrição procura evitar. Assim, com a
prescrição, limita-se o prazo para exercício da ação. Esgotado o prazo, extingue-se a ação,
mas sòmente a ação, pois o direito correspondente continua a subsistir, se bem que em
estado latente, podendo até, em alguns casos, voltar a atuar. A sobrevivência do direito
violado em estado latente por si só não causa intranqüilidade social. O que causa tal
intranqüilidade é a ação, isto é, a possibilidade de ser ela proposta a qualquer momento.
Dêste modo, não se faz necessário extinguir o direito para fazer cessar a intranqüilidade -
basta extinguir a ação (...).33
Ora, as ações declaratórias nem são meio de proteção ou restauração de direitos lesados,
nem são, tampouco, meio de exercício de quaisquer direitos (criação, modificação ou extinção
de um estado jurídico). (...). Daí é fácil concluir que o conceito de ação declaratória é
visceralmente inconciliável com os institutos da prescrição e da decadência: as ações
desta espécie não estão, e nem podem estar, ligadas a prazos prescricionais ou
decadenciais. Realmente, como já vimos, o objetivo da prescrição é liberar o sujeito passivo
de uma prestação, e o da decadência, o de liberá-lo da possibilidade de sofrer uma sujeição.
Ora, se as ações declaratórias não têm o efeito de realizar uma prestação, nem tampouco o
de criar um estado de sujeição, como ligar essas ações a qualquer dos dois institutos em
análise? Se o único efeito de tais ações é a declaração da existência ou inexistência de uma
relação jurídica, ou da autenticidade ou falsidade de um documento, qual a finalidade da
fixação de um prazo para o seu exercício? E quais seriam as conseqüências do decurso do
prazo sem propositura da ação? A relação inexistente passaria a existir? E a existente
deixaria de existir?39 (grifo nosso)
35 Idem.
36 Idem.
37 Por exemplo, BEVILÁQUA, Clóvis. Teoria geral do Direito Civil. 2ª ed. rev. e atual. por Caio Mário
(...). Sendo a imprescritibilidade um conceito negativo, pode ser definido por exclusão (...) são
perpétuas (imprescritíveis) tôdas aquelas ações que não estão sujeitas nem a prescrição
nem, indiretamente, a decadência. Por aí se verifica fàcilmente que são perpétuas
(imprescritíveis): a) tôdas as ações meramente declaratórias; e b) algumas ações
constitutivas (aquelas que não têm prazo especial de exercício fixado em lei). Quanto
às ações condenatórias, não há, entre elas, ações perpétuas (imprescritíveis). (...).41
(Grifo nosso)
40 Muitas vezes se utiliza o termo “ações imprescritíveis” para aquelas inatingíveis tanto pelo prazo
decadencial quanto pelo prazo prescricional. No entanto, ensina Agnelo Amorim Filho que
“imprescritível significa que não prescreve ou não sujeito a prescrição. Dêste modo, lógica e
gramaticalmente, a expressão abrange, não só a) as ações não sujeitas nem a prescrição nem a
decadência, como também b) as ações sujeitas a decadência (indiretamente, por fôrça da extinção do
direito a elas correspondente), pois estas últimas também são ações que não prescrevem. A expressão
em foco tem, por conseguinte, uma compreensão mais ampla do que o sentido em que é utilizada, pois
abrange uma categoria de ações (aquelas sujeitas a decadência) que não se tem em mente abranger
quando se faz uso dela. (...) há necessidade de ser substituída a expressão ações imprescritíveis por
uma outra que corresponda com exatidão à idéia que se pretende exprimir, e concilie a realidade com
a lógica. Para êsse fim não vemos outra melhor do que a expressão ações perpétuas (...).” (AMORIM
FILHO, Op. cit., loc. cit.).
41 Idem.
42 THEODORO JR., Distinção.... p. 49.
43 Idem.
17
44Vide arts. 501, 504, 505, 512, 559, 618, 859, entre outros do Código Civil de 2002.
45MARTINS-COSTA, Judith. O projeto de Código Civil brasileiro: em busca da “ética da situação”.
Revista Jurídica. Porto Alegre, vol. 282, 2001. p. 38.
18
49 BELLINETTI, Luiz Fernando. A legitimidade ativa “ad causam” do Ministério Público para ações
visando a defesa de interesses individuais homogêneos. In: Livro de teses: o Ministério Público
social. Associação Paranaense do Ministério Público: Confederação Nacional do Ministério Público.
Curitiba: 1999. p. 309-315.
50 LEONEL, Ricardo de Barros. Manual do processo coletivo. 3ª ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:
do desenvolvimento anglo-americano dos litígios coletivos dividida por Stephen Yeazell em três
momentos: medieval (do século XII ao XV), primitivo-moderno (séculos XVI e XVII) e moderno (do
século XVIII em diante). (MENDES, Aluísio Gonçalves de Castro. Ações coletivas no direito
comparado e nacional. São Paulo: RT, 2002. p. 43). Ricardo de Barros Leonel, por sua vez, apontou
a existência de uma espécie de ação popular em período ainda mais remoto, no seio da civilização
20
É supérfluo acrescentar que o reconhecimento dos direitos sociais suscita, além do problema
da proliferação dos direitos do homem, problemas bem mais difíceis de resolver no que
concerne à ‘prática’ de que falei no início: é que a proteção destes últimos requer uma
intervenção ativa do Estado, que não é requerida pela proteção dos direitos de liberdade,
produzindo aquela organização dos serviços públicos de onde nasceu até mesmo uma nova
forma de Estado, o Estado Social. Enquanto os direitos de liberdade nascem contra o
superpoder do Estado – e, portanto, com o objetivo de limitar o poder –, os direitos sociais
exigem para a sua realização prática, ou seja, para a passagem da declaração puramente
verbal à sua proteção efetiva, precisamente o contrário, isto é, a ampliação dos poderes do
Estado.54
romana (LEONEL, Op. cit., p. 39-50). Entretanto, com a pós-modernidade essa classe de direitos
obteve destaque e influenciou diretamente o processo, razão pela qual está sendo utilizada como
marco.
52 GRINOVER, Ada Pellegrini. Significado social, político e jurídico da tutela dos interesses
difusos. In: ____. A marcha do processo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000. p. 17-23.
53 VENTURI, Elton. Processo.... p. 30.
54 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Campus,
1992. p.72.
21
55 MACEDO JR., Ronaldo Porto. Ação civil pública, o direito social e os princípios. In: MILARÉ,
Édis (Coord.). A ação civil pública após 20 anos: efetividade e desafios. São Paulo: RT, 2005. p. 560.
56 BORBA, Joselita Nepomuceno. Efetividade da tutela coletiva. São Paulo: LTr, 2008. p. 21-22.
57 DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 5ª ed. rev. e atual. São Paulo:
tanto o direito público quanto o direito privado, veja-se: HESSE, Konrad. A força normativa da
Constituição. Trad. Gilmar Ferreira Mendes. Porto Alegre: Fabris, 1991. p. 5.
62 MACEDO JR., Op. cit., loc. cit.
63 Além dessas leis, há outras, periféricas, como a Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92),
estadunidenses. De qualquer modo, é oportuno noticiar que, exceto quanto a alguns pormenores
técnicos relacionados, por exemplo, à legitimidade de agir e à coisa julgada, não há diferenças teóricas
23
significativas entre os ordenamentos. Os aspectos que, na prática, distanciam a tutela coletiva no Brasil
e nos Estados Unidos decorrem das discrepâncias entre o direito, o processo e os sistemas político,
social e econômico dos dois países, convindo salientar, no mais, que a inspiração da tutela brasileira é
indireta, na medida em que a sistemática norte-americana foi introduzida em nosso país por meio da
doutrina italiana. (GIDI, Antonio. As class actions como instrumento da tutela coletiva dos direitos:
as ações coletivas em uma perspectiva comparada. São Paulo: RT, 2007. p. 17).
65 Ibidem, p. 25.
66 Vide: MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de
processo civil: tutela dos direitos mediante procedimentos diferenciados. v. 3. São Paulo: RT, 2015;
VENTURI, Processo...; MARANHÃO, Clayton de Albuquerque. Tutela jurisdicional do direito à
saúde: arts. 83 e 84 do CDC. São Paulo: RT, 2003; DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes.
Princípio da adequação jurisdicional do processo coletivo – benfazeja proposta contida no projeto
de nova lei de Ação Civil Pública. In: GOZZOLI, Maria Clara; CIANCI, Mirna; CALMON, Petrônio;
QUARIERI, Rita (coord.). Em defesa de um novo sistema de processos coletivos: estudos em
homenagem à Ada Pellegrini Grinover. São Paulo: Saraiva, 2010; MANCUSO, Rodolfo de Camargo.
Ação civil pública: em defesa do meio ambiente, do patrimônio cultura e dos consumidores: Lei
7.347/1985 e legislação complementar. 13ª ed. rev., atual., e ampl. São Paulo: RT, 2014 e ALMEIDA,
Gregório Assagra de. Direito processual coletivo brasileiro – Um novo ramo do direito processual.
São Paulo: Saraiva, 2003.
67 Há julgados recentes do STJ que destacam a principiologia das ações coletivas, v.g., REsp
1405697/MG e AgRg no REsp 755.429/PR. Contudo, verifica-se considerável resistência dos Tribunais
à adaptação dos institutos tradicionais do processo civil à filosofia coletiva.
68 Não obstante a principiologia esteja implícita nas leis que compõem o microssistema de tutela
coletiva, v.g., o art. 6º do CDC, perante a estrutura jurídica civil law é recomendável a reunião
sistemática de todos os princípios, bem como a previsão legislativa expressa de que se aplicam a todo
e qualquer processo coletivo, para tornar forçosa sua observância pelos operadores do direito.
24
69 Disponível em
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=CFE5A237C8C40272669
5F58 FD690A6BC.proposicoesWeb1?codteor=651669&filename=PL+5139/2009 Acesso em 27 de
mar. de 2017.
70 VENTURI, Elton. Execução da tutela coletiva. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 78-79 e ALMEIDA,
73 Nesse sentido: MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Curso de processo civil:
procedimentos especiais. vol. 5. 3ª ed., rev. e atual. São Paulo: RT, 2012. p. 302.
74 Mauro Cappelletti, por exemplo, se referia à saúde e ao meio ambiente como interesses típicos do
novo mundo, de caráter coletivo e difuso, pois pertencentes à coletividade e não ao indivíduo
(CAPPELLETTI, Mauro. Appunti sulla tutela giurisdizionale di interesse collettivi o diffusi. In:
____. Le azioni a tutela di interessi collettivi. Pádua: CEDAM, 1976. p. 192).
75 Entende Venturi que, embora haja diferenças entre os direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos, para a proteção judicial interessa menos descobrir a espécie da pretensão que analisar,
na prática, a admissibilidade de seu processamento pela via coletiva, ou seja, o que realmente importa
é aferir se a pretensão deduzida em juízo comporta tutela coletiva ou individual. (VENTURI,
Processo.... p. 84-95).
26
1990, com o CDC. O art. 81 do referido diploma cuidou de definir e, com isso,
distinguir, os interesses difusos, coletivos estrito senso e individuais homogêneos,
assegurando, em qualquer caso, o exercício da defesa judicial coletiva.
Segundo o CDC, interesses ou direitos difusos são “os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato”. No campo doutrinário, Hugo Nigro Mazzilli os conceitua
como um “feixe ou conjunto de interesses individuais, de objeto indivisível,
compartilhados por pessoas indetermináveis, que se encontrem unidas por
circunstâncias de fato conexas”76.
A indivisibilidade está ligada à natureza da pretensão, cuja fruição deve
ocorrer de maneira uniforme entre todos os seus titulares, e a agregação dos sujeitos,
que não podem ser identificados um a um, é ocasionada por determinadas
contingências fáticas, como habitarem a mesma localidade ou consumirem certo
produto77.
É importante notar que a inseparabilidade e a indeterminabilidade fazem com
que a tutela coletiva dos interesses difusos não apenas seja desejável, mas
imprescindível para sua defesa satisfatória em juízo.
São exemplos de pretensões difusas as que nascem a partir de uma
propaganda enganosa veiculada na televisão ou do derramamento de óleo em
determinado trecho do oceano. Todos aqueles cuja exposição à propaganda ou o
acesso à contaminação é efetivo ou potencial, são reunidos para a proteção de suas
pretensões, pouco importando que cada um dos sujeitos não possa ser identificado
(efetiva ou potencialmente atingidos), bastando que derivem da mesma circunstância
fática (a veiculação da propaganda enganosa ou o acidente ambiental) e sejam
indivisíveis (só podem ser consideradas conjuntamente).
Tais interesses, adverte Venturi, têm essência extrapatrimonial, porquanto
estão atrelados à qualidade de vida e, por isso, sempre existiram, ainda que não
fossem reconhecidos e respeitados no período pré-moderno. O que há de novo, na
realidade, é a previsão de proteção judicial coletiva dessa espécie de pretensões78.
76 MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente, consumidor,
patrimônio cultural, patrimônio público e outros interesses. 27ª ed. rev. ampl. e atual. São Paulo:
Saraiva, 2014. p. 53.
77 MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos e coletivos. São Paulo: RT, 1998. p. 75.
78 VENTURI, Processo.... p. 50-51.
27
81 Ibidem, p. 807.
82 GRINOVER, Ada Pellegrini. Das class action for damages à ação de classe brasileira: os
requisitos de admissibilidade. In: MILARÉ, Édis (coord.). Ação civil pública: Lei 7.347/85 – 15 anos. 2ª
ed. rev. e atual. São Paulo: RT, 2002. p. 32.
83 VENTURI, Processo.... p. 74.
84 NERY JR.; NERY, Código Civil.... p. 973.
85 EREsp 141.491/SC.
29
86 Rizzatto Nunes, ao contrário, entende que os efeitos da violação de direitos coletivos stricto sensu
podem gerar direitos individuais homogêneos, mas com eles não se confundem. De qualquer modo,
compartilha a ideia de que os interesses individuais homogêneos são uma subespécie de direitos
coletivos lato sensu. (NUNES, Rizzatto. Curso de direito do consumidor. 7ª ed. rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2012. p. 801-802).
87 CUNHA, Alcides Munhoz da. Evolução das ações coletivas no Brasil. Revista de Processo nº 77.
3. Interesses difusos são aqueles que abrangem número indeterminado de pessoas unidas
pelas mesmas circunstâncias de fato e coletivos aqueles pertencentes a grupos, categorias
ou classes de pessoas determináveis, ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica base. 3.1. A indeterminidade é a característica fundamental dos interesses
difusos e a determinidade a daqueles interesses que envolvem os coletivos.
4. Direitos ou interesses homogêneos são os que têm a mesma origem comum (art. 81, III,
da Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990), constituindo-se em subespécie de direitos
coletivos. 4.1. Quer se afirme interesses coletivos ou particularmente interesses homogêneos,
stricto sensu, ambos estão cingidos a uma mesma base jurídica, sendo coletivos,
explicitamente dizendo, porque são relativos a grupos, categorias ou classes de pessoas, que
conquanto digam respeito às pessoas isoladamente, não se classificam como direitos
individuais para o fim de ser vedada a sua defesa em ação civil pública, porque sua concepção
finalística destina-se à proteção desses grupos, categorias ou classe de pessoas;
Também sob a perspectiva material, autores como Didier Jr. e Zaneti Jr.
entendem que os direitos individuais homogêneos são verdadeiramente coletivos e
não direitos individuais coletivamente tratados, pois o interesse homogêneo, em
alguns casos, pode não encontrar atrativos para sua realização individual e depender
totalmente da defesa coletiva para ser respeitado, como na hipótese de lesão no
mercado de ações, que cause prejuízo financeiro ínfimo a cada um dos acionistas.
Nessa circunstância, dizem os juristas, embora comprovado o ilícito e o direito ao
ressarcimento seja indiscutível, não é economicamente atrativo o ajuizamento de
ações individuais pelos acionistas lesados – ainda que a soma dos valores seja
88ARAÚJO FILHO, Luiz Paulo da Silva. Ações coletivas: a tutela jurisdicional dos direitos individuais
homogêneos. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 114.
31
A concepção tradicional de relação jurídica enfoca o Direito como uma forma de proteger
direitos subjetivos individuais.
Com a sociedade de massa, é necessária outra perspectiva, que encara situações jurídicas,
em que a preocupação não é propriamente estabelecer regras que protejam os direitos
subjetivos das pessoas envolvidas, mas sim fixar normas que preservem determinados
bens ou valores que interessam a um grupo (determinado ou indeterminado) de
pessoas, estatuindo o dever jurídico de respeito a esses bens ou valores, e conferindo a
determinados entes da sociedade o poder de acionar a Jurisdição para fazer cumprir tais
deveres.
(...)
A ideia de que a relação jurídica ocorre entre pessoas, devendo ter um sujeito ativo (titular do
direito) e um sujeito passivo (titular do dever), perde sentido. O que há é o ordenamento
jurídico impondo o dever jurídico de respeito a determinados interesses do grupo
social.90 (Grifo nosso)
Por essa lógica, ao contrário da relação jurídica que diz respeito a direitos
puramente individuais, a que envolve direitos coletivos lato sensu não ocorre
propriamente entre sujeitos, mas entre normas ou fatos determinados pelas normas.
O caráter transindividual desses interesses – inclusive dos individuais homogêneos –
leva à imposição, pelo ordenamento jurídico, do dever de preservação dos direitos de
um grupo de pessoas e não de um sujeito específico91.
Assim, por exemplo, os titulares dos direitos metaindividuais seriam aqueles
que, conforme o sistema normativo, têm o poder de exigir o cumprimento do dever
jurídico – agindo como auxiliares na criação e na aplicação da lei – e que, portanto,
têm legitimidade ativa para requerer que o Poder Judiciário imponha coercitivamente
a observância deste dever jurídico, ou aplique a sanção prevista para o
descumprimento da norma. A legitimidade ad causam, nesses casos, não decorre da
vinculação entre o sujeito do poder jurídico e o sujeito do dever jurídico, senão do
89 DIDIER JR., Fredie; ZANETI JR., Hermes. Curso de direito processual civil: processo coletivo. 10ª
ed. Salvador: JusPodivm, 2016. p. 75-77.
90 BELLINETTI, Op. cit., loc. cit.
91 Idem.
32
92 Idem.
93 MAGGIO, Marcelo Paulo. Condições da ação – com ênfase na ação civil pública para a tutela dos
interesses difusos. 2ª ed. Curitiba: Juruá, 2008. p. 128-129.
94 BELLINETTI, Op. cit., loc. cit.
33
Ada Pellegrini (Coord.). A tutela dos interesses difusos. São Paulo: Max Limonad, 1984. p. 10-11.
98 ZAVASCKI, Teori Albino. Defesa de direitos coletivos e defesa coletiva de direitos. São Paulo:
(...). Os direitos difusos e coletivos são transindividuais, indivisíveis e sem titular determinado,
sendo, por isso mesmo, tutelados em juízo invariavelmente em regime de substituição
processual, por iniciativa dos órgãos e entidades indicados pelo sistema normativo, entre os
quais o Ministério Público, que tem, nessa legitimação ativa, uma de suas relevantes funções
institucionais (CF art. 129, III). 2. Já os direitos individuais homogêneos pertencem à categoria
dos direitos subjetivos, são divisíveis, tem titular determinado ou determinável e em geral são
de natureza disponível. Sua tutela jurisdicional pode se dar (a) por iniciativa do próprio titular,
em regime processual comum, ou (b) pelo procedimento especial da ação civil coletiva, em
regime de substituição processual, por iniciativa de qualquer dos órgãos ou entidades para
tanto legitimados pelo sistema normativo. 3. Segundo o procedimento estabelecido nos
artigos 91 a 100 da Lei 8.078/90, aplicável subsidiariamente aos direitos individuais
homogêneos de um modo geral, a tutela coletiva desses direitos se dá em duas distintas
fases: uma, a da ação coletiva propriamente dita, destinada a obter sentença genérica a
respeito dos elementos que compõem o núcleo de homogeneidade dos direitos tutelados (an
debeatur, quid debeatur e quis debeat); e outra, caso procedente o pedido na primeira fase,
a da ação de cumprimento da sentença genérica, destinada (a) a complementar a atividade
cognitiva mediante juízo específico sobre as situações individuais de cada um dos lesados (=
a margem de heterogeneidade dos direitos homogêneos, que compreende o cui debeatur e
o quantum debeatur), bem como (b) a efetivar os correspondentes atos executórios. (...).
Nesse viés, Barbosa Moreira afirma que nem toda a ação coletiva envolve
direitos genuinamente coletivos. Na visão do autor, os “litígios essencialmente
coletivos” são aqueles que, objetivamente, possuam um objeto indivisível, e
subjetivamente, digam respeito a um número indeterminado e, para efeitos práticos,
indetermináveis de sujeitos. Já os “litígios acidentalmente coletivos” são os que,
apesar de terem um objeto divisível, são processados pela técnica coletiva99.
Humberto Dalla Bernardina de Pinho, por sua vez, entende que os direitos
individuais homogêneos estão atrelados à relevância social100, sendo, pois, “direitos
subjetivos complexos”, que ensejam o manejo de ação coletiva para sua defesa.
Segundo o doutrinador, “é um direito individual porque diz respeito às necessidades,
aos anseios, de uma única pessoa”, mas, simultaneamente, “é complexo, porque suas
necessidades são as mesmas de todo um grupo de pessoas, fazendo nascer,
destarte, a relevância social da questão”101.
99 MOREIRA, José Carlos Barbosa. Ações coletivas na Constituição de 1988. Revista de Processo
nº 61. [s. l.]. Jan./Mar. de 1991. p. 187-188.
100 A propósito, citando as disposições do Anteprojeto de Código Modelo de Processos Coletivos para
sua tutela pelo Ministério Público como forma de acesso à justiça. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
p. 33.
35
3.3.3 Síntese
<http://www.conjur.com.br/2012-set-12/consultor-tributario-seguranca-juridica-sistema-tributacao>.
Acesso em 10 de mar. de 2017.
112 LEAL, Op. cit., p. 27-28.
113 AMARAL, Francisco. Direito civil: introdução. 6ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 567.
114 Nesse sentido: DINIZ, Maria Helena. Prescrição e decadência no novo direito de família: alguns
aspectos relevantes. In: CIANCI, Mirna (Coord.). Prescrição no Código Civil: uma análise
interdisciplinar. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 142 e MARQUES, José Dias. Prescrição extintiva.
Coimbra: Coimbra Editora, 1953. p. 15.
39
115 SAVIGNY, Friedrich Carl von. Traité de droit romain. Paris: Firmin Didot, 1846. p. 289.
116 V.g., Carpenter, para quem “o fundamento da prescrição, quer extintiva, quer aquisitiva, é a
necessidade social, é a ordem social”. (CARPENTER, Luiz F. Da prescrição. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Editora Nacional de Direito, 1958. p. 80).
117 SIMÃO, José Fernando. Prescrição e decadência: início dos prazos. São Paulo: Atlas, 2013. p.
141.
118 Além dele: BORGES. Paulo Torminn. Decadência e prescrição. São Paulo: Pró-Livro, 1980. p. 54-
56 e FISCHER, Brenno. A prescrição nos tribunais. Rio de Janeiro: José Konfino, 1957. p. 23.
119 Na realidade, para o autor, todos os institutos de direito material tradicionais devem ser aplicados
O prazo prescricional para a tutela coletiva de direitos individuais homogêneos será o prazo
prescricional das referidas pretensões individuais. Não há qualquer razão para que haja
prazos diversos, um para a ação coletiva e outro para a ação individual. Assim, se se trata de
pretensões individuais ressarcitórias que prescrevem em três anos, três anos será o prazo
para o ajuizamento da respectiva ação coletiva para a tutela dos direitos individuais
homogêneos. É relevante notar que este prazo é vinculado ao direito material tutelado, não
existe no ordenamento brasileiro, em princípio, nenhum prazo prescricional puramente
processual121.
124 Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos.
125 Para Meirelles, “apesar das diferenças entre as ações civis públicas e as ações populares, que não
podem ser desprezadas, é inegável, porém, que ambas fazem parte de um mesmo sistema de defesa
dos interesses difusos e coletivos. As regras aplicáveis a ambas, assim, devem ser compatibilizadas e
integradas numa interpretação sistemática. Dentro desde esforço de aproximação e coordenação das
duas modalidades de ações, em virtude do silêncio da Lei n. 7.347/85, é de se ter como aplicável às
ações civis públicas, por analogia, o prazo prescricional de cinco anos, previsto para as ações
populares”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança. São Paulo: Malheiros, 2011. p. 189).
42
direitos homogêneos, ainda que não se refiram a defeitos de segurança, com base na
ideia de microssistema de tutela coletiva. São inaplicáveis, entretanto, os prazos
previstos CC/16, vigente à época dos fatos (anos de 1984 e 1987), pois embora o
CDC autorize a aplicação subsidiária da legislação comum, só seria necessário se
não houvesse solução dentro do próprio sistema de tutela coletiva.
Não obstante a tese tenha sido acolhida pela maioria dos votantes, o Min.
Teori Zavascki apresentou voto-divergente, alertando para as consequências
negativas que o julgamento traria para o sistema de tutela coletiva brasileiro. Colhe-
se do referido voto:
(...). Acho que se fez uma grande confusão. Para a ação civil pública, o prazo [prescricional]
é de 05 anos como é da ação popular, mas ação civil pública é uma denominação genérica
que engloba muita coisa. Especificamente, a lei que prevê o prazo de cinco anos para a ação
civil pública é para direitos transindividuais.
A ação civil pública, que na verdade a lei chama de ação civil coletiva e se refere a direitos
individuais homogêneos, ela se refere a outra espécie de direitos; são direitos subjetivos
individuais, que podem ser tutelados individualmente.
O que acontece? Quando se trata de tutelar direitos subjetivos individuais, que têm um
prazo diferente de cinco anos, não podemos, a pretexto de tutelá-los coletivamente,
criar uma situação pior para quem é tutelado. Salvo melhor juízo, foi isso o que
aconteceu lá [no julgamento do REsp 1.070.896/SC]. São poupadores que entraram
com ação contra o banco que tinha, na época vinte anos, e que a ação civil pública,
pela decisão aí, disse que é cinco anos. A pretexto de tutelar, tirou quinze anos de
prescrição (...). (Grifo nosso)
Em que pese o resultado tenha sido aplaudido por alguns126, de modo geral,
não foi visto com bons olhos pela doutrina.
Didier Jr. e Zaneti Jr. consideraram o entendimento absurdo e lamentável, na
medida em que não apenas desestimula, mas inviabiliza a tutela coletiva, que passa
a contar, em certas hipóteses, com prazo inferior ao previsto para a prescrição das
pretensões individuais127. De fato, nos parece incoerente que uma ação coletiva, cujo
propósito é justamente facilitar a defesa de interesses individuais homogêneos, tenha
suas pretensões (substancialmente individuais) fulminadas em prazo muito inferior
que se tuteladas em demandas singulares.
Em parecer oferecido ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IDEC,
autor da ACP analisada pelo STJ, Cláudia Lima Marques e Bruno Miragem lembraram
que a prescrição é tema de direito material, não constituindo a perda do direito,
tampouco da ação, senão da pretensão. Defenderam, dentre outras coisas, que não
haveria sentido em usar um prazo processual analogicamente se, à falta de disposição
específica, poderia ser utilizado o prazo material previsto no art. 177 do CC/16128,
como autorizava o art. 179 do Diploma Civil vigente129 e o art. 7º do CDC130.131
Argumentaram os pareceristas que:
(...) normas que limitam as pretensões privadas, os direitos de ação (prescrição), são
interpretadas sempre restritivamente, considerando-se que a sua não existência na lei reenvia
ao prazo geral de prescrição. Se assim não o fosse, se criariam lacunas ideológicas e toda
vez que não houvesse prazo especial para uma pretensão, o juiz teria que usar a analogia
(que é proibia em matéria de prescrição!) e o prazo geral (subsidiário) previsto expressamente
no sistema do Código Civil de 1916 nunca teria usado no sistema do direito privado! 132
126 A exemplo de FERREIRA, Marcus Vinicius Vita. Do prazo prescricional da Ação Civil Pública
para tutela de direitos difusos, coletivos e homogêneos: os expurgos inflacionários - comentários
ao RESP 1.070.896/SC. Revista de Direito Bancário e do Mercado de Capitais. [s. l.]. vol. 50. Out. de
2010. p. 285.
127 DIDIER JR.; ZANETI JR., Curso.... p. 287-288.
128 Art. 177. As ações pessoais prescrevem, ordinariamente, em 20 (vinte) anos, as reais em 10 (dez),
entre presentes, e entre ausentes, em 15 (quinze), contados da data em que poderiam ter sido
propostas (Redação dada pela Lei 2.437, de 07.03.1955).
129 Art. 179. Os casos de prescrição não previstos neste Código serão regulados, quanto ao prazo, pelo
art. 177.
130 Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções
Arenhart também critica o uso da analogia do prazo previsto na LAP. Por não
ser a prescrição instituto de direito processual, assevera o autor que referido prazo foi
equivocadamente denominado como prescricional, pois não é a Ação Popular que
prescreve em 5 anos, mas simplesmente o emprego daquele instrumento é que está
limitado ao lapso quinquenário. Tratar-se-ia, portanto, de previsão semelhante à do
art. 23 da Lei nº 12.016/09 – Lei do Mandado de Segurança133.
Na realidade, com este julgado houve uma mudança significativa no
posicionamento do STJ, que vinha afastando a aplicação analógica do art. 21 da LAP
às pretensões tuteladas em Ação Civil Pública134 e empregando o prazo previsto no
Diploma Civil135.
Porém, apesar das ferrenhas críticas, o Superior Tribunal de Justiça replicou
este entendimento em diversas ocasiões136, consolidando indiretamente a tese em
2013, no julgamento do REsp nº 1.273.643/PR (sistemática de recursos repetitivos),
de Relatoria do Min. Sidnei Beneti, no qual se discutia o prazo prescricional para o
ajuizamento de execução individual de sentença coletiva.
Merece destaque, novamente, o voto-divergente, dessa vez apresentado pela
Min. Nancy Andrighi que, aderindo ao posicionamento de Zavascki (visão instrumental
dos direitos homogêneos), passou a defender a aplicação do regime prescricional
antevisto no CC às pretensões homogêneas. Para a jurista, a criação de novel
modalidade de tutela pelo CDC, visando, justamente, a facilitar a defesa dessas
pretensões, em nada interfere no regramento do direito material envolvido, ainda mais
para prejudicar os interessados com a redução do prazo prescricional.
Segundo Andrighi, aceitar que uma pretensão, quando exercida
individualmente, esteja submetida a prazo prescricional maior que quando tutelada
coletivamente, é negar vigência a Lei Consumerista e, a pretexto de realçar,
desestimula a defesa coletiva das pretensões individuais homogêneas.
Com o devido respeito aos argumentos contrários, filiamo-nos à corrente que
defende a aplicação da normativa prescricional antevista no Diploma Civil às
pretensões homogêneas, sejam elas tuteladas via ações individuais ou coletivas, à
exceção das regras de direito material que dispõe sobre situações específicas, como
o art. 27 do CDC, aplicável às pretensões indenizatórias referentes a danos causados
por fato do produto ou do serviço.
A nosso ver, a medida assegura a efetividade do processo coletivo sem
desconsiderar a natureza jurídica (individual) dos direitos homogêneos tutelados.
De fato, essa não é a interpretação literal do art. 189 do Código Civil, de resto pensado para
a tutela de direitos requerida pelo próprio titular do direito afirmado. Mas ela está em pleno
acordo com a ratio das regras que impedem a prescrição no atual ordenamento. Assim, se
na base da prescrição estão previstas as finalidades de estabilizar o direito (premissa coletiva
de segurança jurídica) e de sanção pela inércia (premissa individual), pelo menos a segunda
deve ser mitigada em face das peculiaridades do direito coletivo.138
137 Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos
prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
138 DIDIER JR.; ZANETI JR. Curso.... p. 292.
46
139 MARQUES, Cláudia Lima; BENEJAMIN, Antônio Herman V.; MIRAGEM, Bruno. Comentários ao
Código de Defesa do Consumidor. São Paulo: RT, 2003. p. 380.
140 DIDIER JR.; ZANETI JR. Curso.... p. 293.
141 FISCHER, Brenno. Op. cit., p. 24-25.
142 Art. 206. Prescreve: (...) § 3o Em três anos: (...) V - a pretensão de reparação civil.
143 SIMÃO, Op. cit., p. 212-213.
47
lhes era favorável, diante da prescrição de suas pretensões. Com isso, aqueles que
tiverem seus interesses tutelados via ação coletiva se verão obrigados a propor,
concomitantemente, ações individuais, resultando na ineficiência do sistema
coletivo148.
Seguindo o mesmo raciocínio, acrescenta Venturi que a citação válida na
ação coletiva é suficiente para afastar a prescrição, pois todas as pretensões
individuais são automática e implicitamente deduzidas na demanda, não havendo
negligência dos interessados e, consequentemente, motivo para sancioná-los,
retirando-lhes o poder de exigir determinada prestação em juízo149.
De outro lado, não se desconhece que o STJ tem entendido, mesmo sem
previsão legal, que a suspensão das demandas individuais deve ser promovida de
ofício e de forma vinculada com o ajuizamento de ação coletiva150. Porém,
considerando a divergência de posicionamento entre as Cortes, bem como a lógica
do sistema jurídico civil law, a positivação dos comandos é, sem dúvida, importante
marco para a consolidação do processo coletivo brasileiro.
Nesse cenário, nos parece adequado que, conforme a previsão do art. 15 do
PL nº 1.539 e tal como defendido pela doutrina majoritária151, a citação na ação
coletiva interrompa a prescrição das pretensões individuais, cujo prazo só voltará a
fluir após o encerramento do processo em que se deu a interrupção.
Curso.... p. 298-299.
152 Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com
153 Nessa linha: SILVA, Érica Barbosa e. Cumprimento de sentença em ações coletivas. São Paulo:
Atlas, 2009. p. 55.
154 Vide: TJPR - 16ª C.Cível - AC - 558627-8 - Curitiba - Rel.: Renato Naves Barcellos - Unânime - -
MARINONI; ARENHART, Curso.... p. 331 e GRINOVER, Ada Pellegrini. Código brasileiro de defesa
do consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 8ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2005. p. 887.
51
A crítica mais significativa foi tecida por Vicente de Paula Ataíde Jr., para
quem o entendimento sumulado só pode incidir quando há relação entre a fase de
conhecimento e a fase de execução, ou seja, nas hipóteses em que esta nada mais é
que um desdobramento daquela, o que não se vislumbra nas execuções individuais
de sentença coletiva159.
Entende o autor que a autonomia do procedimento executivo, característica
que decorre das particularidades do processo coletivo para a tutela de direitos
homogêneos, “atrai a natureza individual da pretensão de direito material que lhe é
ínsita”, de modo que “não há mais processo coletivo ou ação civil pública”. Assim, a
execução deve ser regida pelo mesmo prazo prescricional aplicável à ação individual
que veicularia aquela pretensão material, e não pelo quinquênio aplicável à ação
coletiva160.
Como se percebe, embora alcance, praticamente, o mesmo resultado prático,
o raciocínio do doutrinador se distancia daqueles que defendem a utilização dos
prazos prescricionais antevistos no CC independentemente da via eleita para a defesa
das pretensões individuais (homogêneas) em juízo (ação individual ou coletiva). Do
que se infere, Ataíde Jr. admite a aplicação analógica do art. 21 da LAP às ações
coletivas em geral, discordando, apenas, quanto à incidência do lapso quinquenal às
execuções individuais, imposta pela Súmula 150 do STF.
Aliás, entendimento similar foi adotado, como tese subsidiária, pela Min.
Nancy Andrighi no voto-divergente antes referenciado. Para a jurista, ainda que se
anuísse à aplicação do prazo quinquenal às demandas coletivas, a autonomia do
procedimento executivo tornaria imperiosa a observância do prazo prescricional do
direito subjetivo em debate, sendo cabível a Súmula 150 se a ação utilizada como
parâmetro for a individual, tratando-se, pois, da aplicabilidade imprópria do enunciado
sumular.
159 ATAÍDE JR., Vicente de Paula. A prescrição das execuções individuais da sentença coletiva
da poupança - Caso APADECO/CEF. Disponível em:
<http://www.ibrajus.org.br/revista/artigo.asp?idArtigo=248>. Acesso em 13 de abr. de 2017.
160 Idem.
52
como que há casos em que não serão promovidas a liquidação e a execução individual
da sentença coletiva (v.g., as hipóteses em que prevaleça a tutela específica sobre a
tutela pelo equivalente), gerando prejuízos irreversíveis ao demandado165.
Diante disso, e visando a assegurar o devido processo legal a ambos os
interessados, sugere o autor que seja facultado ao réu invocar a prescrição parcial ou
total das pretensões tuteladas em ação coletiva e, caso exercida a defesa, sejam
comunicados todos os potencialmente afetados pela alegação, para que, querendo,
possam se manifestar em prazo razoável166.
Nas palavras de Arenhart:
Isso tudo ponderado, parece que a solução mais adequada para o caso seja a admissão da
alegação dessas questões ou na fase de conhecimento ou na fase de execução (individual
ou coletiva). Caso, porém, a alegação seja feita na fase de execução individual, o problema
do contraditório estará superado, já que o indivíduo apresentar-se-á pessoalmente para a
execução, podendo responder à alegação. Caso se trate de execução coletiva ou de alegação
na fase de conhecimento, a preservação do contraditório deve dar-se por meio da
comunicação aos indivíduos representados na ação coletiva, para que, querendo, possam
em prazo razoável manifestar-se a respeito da defesa pessoal alegada contra si. Assim, para
esta questão ficaria em suspenso a legitimação extraordinária do autor da ação coletiva para
defender os interesses dos indivíduos, autorizando-se que estes venham de maneira isolada,
defender sua pretensão contra a alegada prescrição (ou outra exceção pessoal levantada).
Embora não haja previsão legal dessa possibilidade, trata-se de atender a garantia
constitucional, de modo que a ausência de dispositivo legal não pode inviabilizar a
preservação da garantia.167
165 Idem.
166 Idem.
167 Idem.
168 A exemplo dos arts. 198, I, II e III e 202, I, ambos do CC.
54
5 CONCLUSÃO
mesma questão de justiça em que se pauta o STJ para assim decidir no âmbito das
ações indenizatórias individuais.
Por derradeiro, e sem pretensão de esgotar o tema, ressaltamos a
necessidade de positivação das normas de interrupção e suspensão do prazo
prescricional das pretensões individuais na pendência de ação coletiva que verse
sobre os mesmos interesses, assim como manifestamos receio quanto à possibilidade
de exame da prescrição ainda na fase cognitiva da demanda coletiva, salientando que
o tumulto processual poderia fulminar a efetividade da tutela coletiva.
57
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