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PCDF

PROVAS
(Agente/Escrivão)
FLÁVIO MILHOMEM
PROVAS
• É o conjunto de atos praticados pelas partes e por
terceiros, destinados a levar ao magistrado a convicção
acerca da existência ou inexistência de um fato, da
falsidade ou veracidade de uma afirmação.
SISTEMA PROCESSUAL BRASILEIRO
• Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,
sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada
pela Lei nº 11.690, de 2008)
• I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
• II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida
sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
MEIOS DE PROVA

• Meio de prova é o meio através do qual se oferece ao juiz


meios de conhecimento, de formação da história do crime,
cujos resultados probatórios podem ser utilizados
diretamente na decisão.
MEIOS DE PROVA
• O CPP disciplina os seguintes meios de prova:
• I) exame de corpo de delito e perícias em geral (art. 158 a
184),
• II) confissão (arts. 197 a 200),
• III) perguntas ao ofendido (art. 201),
• III) testemunhas (arts. 202 a 225),
MEIOS DE PROVA

• IV) reconhecimento de pessoas ou coisas (arts. 226 a 228),


• V) acareação (arts. 229 e 230),
• VI) documentos (arts. 231 a 238),
• VII) indícios (art. 239),
• VIII) busca e apreensão (arts. 240 a 250).
MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA
• Meios de obtenção de prova (mezzi di ricerca della prova)
são instrumentos que permitem chegar-se à prova.
MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA

• O único meio de obtenção de provas disciplinado pelo CPP


é a busca e apreensão, embora elencada, erroneamente,
entre os meios de prova.
MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA PREVISTOS EM LEIS
ESPECIAIS
• Interceptação das comunicações telefônicas (L.
9.296/96);
• Interceptação ambiental (L. 12.850/13);
• As quebras de sigilos legalmente protegidos,
como o financeiro (LC 105/2001), o fiscal (CTN, art.
198), o profissional etc.;
• Infiltração de agentes, prevista nos arts. 10 a 14 da
Lei nº 12.850/13.
PROVA PROIBIDA

• Por expressa disposição


constitucional (CF, art. 5º, LVI), são
inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos.
PROVA ILÍCITA
• Art. 157. São inadmissíveis, devendo
ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO
(FRUITS OF THE POISONOUS TREE)
• São aquelas lícitas em si mesmas (ontologicamente
lícitas), mas produzidas a partir de outra ilegalmente
obtida.
• Ex: Obtenção, em juízo, de mandado de busca e apreensão
para cumprimento em local que ficou conhecido graças à
tortura do autor do crime.
PROVAS DERIVADAS INDEPENDENTES

• Art. 157.
• § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas
das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte
independente das primeiras.
• § 2o Considera-se fonte independente aquela que
por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,
próprios da investigação ou instrução criminal, seria
capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
QUESTÕES
1. (2018/VUNESP/PC-SP/Escrivão de Polícia Civil)
A respeito das provas, disciplinadas nos artigos 155 a 250 do Código de Processo
Penal, é correto afirmar que
a)o juiz, no ordenamento brasileiro, não pode determinar a produção de prova, de
ofício. A atividade probatória é de iniciativa das partes, cabendo ao juiz deferi-las
ou indeferi-las, tendo em vista a pertinência.
b)o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
judicialmente em contraditório e nos elementos informativos colhidos no curso do
inquérito policial que, inclusive, poderão fundamentar exclusivamente a decisão.
c)os pais, os filhos e irmãos do acusado poderão se recusar a depor em processo,
salvo quando não for possível, por outro meio, obter-se a prova do fato e suas
circunstâncias, ocasião em que prestarão compromisso de dizer a verdade.
d)as cartas remetidas ao acusado poderão ser juntadas em prol de sua defesa,
ainda que não haja consentimento dos signatários.
e)o exame de corpo e delito, direto ou indireto, é indispensável nos crimes que
deixam vestígios, exceto quando há confissão do acusado.
CPP
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a
fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
produção antecipada de provas consideradas urgentes
e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de
proferir sentença, a realização de diligências para
dirimir dúvida sobre ponto relevante.
CPP
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela
livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo
fundamentar sua decisão exclusivamente
nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas
cautelares, não repetíveis e antecipadas.
CPP
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se
a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em
linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão
e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo
quando não for possível, por outro modo, obter-se
ou integrar-se a prova do fato e de suas
circunstâncias.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude
o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos
menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a
que se refere o art. 206.
CPP
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou
obtidas por meios criminosos, não serão admitidas
em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em
juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de
seu direito, ainda que não haja consentimento do
signatário.
CPP
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.​
2.(2017/FEPESE/PC-SC/Escrivão de Polícia Civil)
De acordo com a norma processual penal, a busca e apreensão:
a) será apenas domiciliar, não podendo ter como objeto pessoa.
b) deverá sempre ser precedida de mandado judicial.
c) quando feita em mulher, somente poderá ser realizada por outra mulher.
d) poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes.
e) deverá ocorrer na presença, indispensável, do Ministério Público.
CPP
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
CPP
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado,
no caso de prisão ou quando houver fundada
suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam
corpo de delito, ou quando a medida for
determinada no curso de busca domiciliar.
CPP
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra
mulher, se não importar retardamento ou prejuízo
da diligência.
CPP
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício
ou a requerimento de qualquer das partes.
3. (2016/CESPE/PC-GO/Escrivão de Polícia Substituto)
Quanto à prova e aos seus meios de produção no processo penal, assinale a
opção correta.
a)A acareação no processo penal é admitida entre acusados ou entre estes
e testemunhas, sendo legalmente vedado tal procedimento entre acusado
ou testemunha e a pessoa ofendida.
b)O interrogatório, a ser realizado em momento anterior à inquirição das
testemunhas e da produção de outras provas, constitui ato restrito à
autoridade judiciária e ao acusado, não podendo o defensor do acusado
intervir ou influir, de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas.
c)Estão dispensados de depor na condição de testemunha o ascendente ou
descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que separado ou
divorciado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado.
d)A lei não prevê qualquer medida coercitiva contra o ofendido que,
intimado para depor, deixar de comparecer em juízo, com ou sem
justificado motivo, porquanto sua inquirição no processo não é obrigatória.
e)Para os fins de prova documental a ser formalizada na ação penal,
consideram-se documentos apenas os escritos, instrumentos ou papéis
públicos cuja originalidade possa ser oficialmente comprovada.
CPP
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados,
entre acusado e testemunha, entre testemunhas,
entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e
entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem,
em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias
relevantes.
CPP
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a
ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido,
à inquirição das testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o
disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao
reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-
se, em seguida, o acusado.
CPP
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da
obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se
a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em
linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão
e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo
quando não for possível, por outro modo, obter-se
ou integrar-se a prova do fato e de suas
circunstâncias.
CPP
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da
infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
provas que possa indicar, tomando-se por termo as
suas declarações.
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de
comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser
conduzido à presença da autoridade.
CPP
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer
escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou
particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento,
devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do
original.
4. (2018/COPS-UEL/PC-PR/ Escrivão de Polícia)
Sobre as provas no processo penal, considere as afirmativas a seguir.
I. No exame de corpo de delito por precatória, a nomeação dos peritos far-se-
á no juízo deprecado. Havendo, porém, eventual acordo entre as partes, no
caso de ação penal privada, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
deprecante.
II. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do
exame as declarações e as respostas de um e de outro, ou cada um redigirá,
separadamente, o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este
divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por
outros peritos.
III. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por dois
peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior; porém, na falta de
peritos oficiais, o exame será realizado por duas pessoas idôneas, portadoras
de diploma de curso superior, preferencialmente, na área específica, entre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
IV. Conforme previsão do Código de Processo Penal, quando a infração deixar
vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto.
Todavia a sua não realização poderá ser suprida pela confissão do acusado.
Assinale a alternativa correta.
A) Somente as afirmativas I e II são corretas.
B) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
C) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
CPP
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos
peritos far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém,
no caso de ação privada, acordo das partes, essa
nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes
serão transcritos na precatória.
CPP
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos,
serão consignadas no auto do exame as declarações
e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará
um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade
poderá mandar proceder a novo exame por outros
peritos.
CPP
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial, portador
de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado
por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma
de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica
relacionada com a natureza do exame.
CPP
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.

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