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JUAZEIRO – BA
2018
SIDNEY NUNES DE SOUSA
JUAZEIRO – BA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
Banca Examinadora
__________________________________
Nelson Cárdenas Olivier, Doutor, UNIVASF
__________________________________
Erlon Rabelo Cordeiro, Doutor, UNIVASF
__________________________________
Angel Bienvenido Gonzalez Rojas, Doutor, UNIVASF
A todos aqueles que acreditam em meu
potencial e que, de alguma forma, por mais
simples que seja, contribuem na formação
do meu ser ao longo da jornada da vida.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Key-words: Mechanical testing. Impact testing. Polymer. Charpy test. Izod test.
LISTA DE FIGURAS
m – Massa;
g – Gravidade;
𝐻𝑞 – Altura de queda;
ℎ𝑟 – Altura de rebote;
β – Ângulo de queda;
α – Ângulo de rebota;
V – Velocidade tangencial;
𝐹𝑐 – Força centrífuga;
r – Raio de giro;
ω – Velocidade angular;
P – Período de oscilação;
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 16
6. FABRICAÇÃO ...................................................................................................... 57
7. CALIBRAÇÃO ...................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69
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1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ensaio de impacto, já existente neste período, foi então aliado à indústria com
o propósito de se determinar a tendência de um metal em comportar-se de maneira
frágil. Os corpos de provas ensaiados são padronizados e providos de um entalhe
para localizar a região de fratura e provocar um estado triaxial de tensões, quando
nele é submetida a ação de uma força abrupta, mais especificamente flexão por
impacto, produzida por um martelo pendular (SOUZA, 1982, p. 83).
Silva (2004), introduz o ensaio do tipo Izod, em sua tese, informando que a
criação deste procedimento se sucedeu “durante a primeira metade do século XX,
quando um metalúrgico chamado Izod inventou um tipo de ensaio de impacto para se
determinar a capacidade de alguns metais como ferramentas de corte”. Em essência,
o teste possui os mesmos princípios do ensaio de impacto de Charpy: o pêndulo de
massa conhecida que se choca com um corpo de prova.
sua fratura. O material que experimenta uma baixa deformação plástica até a fratura
é denominado como frágil, do contrário, seria dúctil (CALLISTER, 2000, p. 89).
Figura 5 – Característica de superfície fosca e fibrosa decorrente de uma fratura dúctil após ensaio
Charpy em aço.
Figura 6 – Característica brilhante e granular da superfície resultante de fratura frágil após ensaio
Charpy em aço.
____________
¹ disponível em: <https://laboratorios-tork.com.br/servicos/testes-em-materiais/ensaio-de-impacto-
charpy-e-izod/>. Acesso em: ago. 2018.
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Ipiña (2011) acrescenta ainda que “os metais que exibem estrutura cristalina
cúbica de corpo centrado (CCC), possuem transição no modo da fratura: por clivagem
em temperaturas baixas, por rasgamento em temperaturas mais elevadas e misto na
região de transição”. Além dos metais, outros materiais apresentam este
comportamento, como os polímeros e cerâmicas. O gráfico 1 revela este
comportamento da energia absorvida em função da temperatura do material.
Desta equação (1), tem-se que a energia dissipada pelo pêndulo, seja ela por
atrito, resistência do ar ou vibração da estrutura, por ser um cálculo complexo, será
adicionada uma porcentagem de tolerância à energia final absorvida pelo material.
(ASTM D256, 2010).
Ao fim, tem-se então que a energia absorvida pelo corpo de prova pode ser
dada pela equação (2) a seguir, que relaciona a massa do pêndulo, a gravidade e as
alturas de queda e de rebote (GARCIA, 2012, p. 250).
Hq = S ∙ (1 − cosβ) (3)
hr = S ∙ (1 − cosα) (4)
V = √2 ∙ g ∙ Hq (5)
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4. PARÂMETROS DE PROJETO
A máquina deve consistir de uma pesada base, onde será montado o suporte
para o engaste do corpo de prova e também onde estará conectada a estrutura rígida
e mancais para o pêndulo. A máquina deve também obter um mecanismo de
travamento e soltura, além de um mecanismo de ponteiro e placa graduada para
indicar a energia envolvida no ensaio (ASTM D256, 2010).
As dimensões padrões para o corpo de prova do tipo Izod definidas pela norma
em questão são as apresentadas na figura 10 e tabela 2.
A 10,16 ± 0,05 mm
B 31,10 ± 1,00 mm
C 63,50 ± 2,00 mm
E 12,70 ± 0,20 mm
F 45 graus
Para este ensaio, assim como para o Izod, a energia perdida pelo pêndulo
durante a fratura do corpo de prova é a soma das energias requeridas para iniciar a
fratura; propagar a fratura pelo corpo de prova; empurrar as extremidades livres;
dobrar o corpo de prova; produzir vibração no braço do pêndulo e estrutura;
movimentação da base; atrito dos mancais; atrito do mecanismo de marcação do
ponteiro e para vencer a resistência do ar.
__________
¹ “Standard test method for determining the Charpy impact resistance of notched specimen of plastics”.
32
A máquina deve consistir de uma base maciça com dois suportes para segurar
o corpo de prova. Semelhante à norma para o ensaio Izod, a cartilha que padroniza o
ensaio Charpy também apresenta um modelo de martelo com as características
mínimas específicas para se obter um ensaio seguro e dentro dos padrões, este na
figura 12.
A 10,16 ± 0,05 mm
B 61,00 ≤ B ≤ 63,00 mm
C 124,50 ≤ C ≤ 127,00 mm
E 12,70 ± 0,15 mm
F 45 graus
5. DIMENSIONAMENTO E MODELAGEM
Eimpacto
m= (6)
g∙Hq
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5.2 ESTRUTURA
5.2.1 Base
5.2.2 Pilares
Figura 17 – Modelagem e dimensões dos suportes Izod em aço SAE 1045. Cotas em milímetros.
Ambos os suportes são compostos por dois elementos. Para o corpo de prova
Izod, figura 17, duas peças são requeridas: uma fixa e outra móvel que vai se adaptar
à largura do corpo de prova. Dois parafusos frontais são os responsáveis por engastar
o corpo de prova Izod em sua porção inferior. Já para o corpo de prova Charpy,
ambas as peças são parafusadas à base e o material a ser ensaiado é apenas apoiado
na superfície rebaixada, figura 18.
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Figura 18 – Modelagem e dimensão dos suportes Charpy em aço SAE 1045. Cotas em milímetros.
5.2.4 Eixo
m∙v2
Fc = m ∙ r ∙ ω2 = (7)
r
5.2.5 Mancais
5.3.1 Haste
Figura 28 – Conjunto do martelo com cutelo Charpy. Massa e centro de gravidade apresentados.
Figura 29 – Conjunto do martelo com cutelo Izod. Massa e centro de gravidade apresentados.
Para a graduação da placa, observa-se que, para cada ângulo α de rebote, uma
altura de rebote hr é obtida. Assim, a partir da equação (2) na seção 3, realizou-se
uma planilha com as energias de 0 a 22J e incremento de 0,5J, gerando como
resultado os ângulos de rebote α para cada incremento. Tabela 7.
5.5.3 Ponteiro
6. FABRICAÇÃO
Figura 38 – Máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod após construção e montagem final.
7. CALIBRAÇÃO
7.1 CHECKLIST
As normas ASTM D256-10 e ASTM D6110-18 trazem, como anexo, uma série
de procedimentos para aferição da perfeita construção da máquina. As medições e
verificações foram feitas e apresentadas na tabela 8.
Adição de tiras de
Aferir se a máquina “anda” na horizontal quando em operação. Não ok
EVA nos pés
Balanceamento
Verificar se o ponteiro permanece estável após o rebote Não ok
do eixo
Reposicionamento
Aferir o ângulo de queda – 60º Não ok
da alavanca
Figura 39 – Aumento do atrito da máquina com a superfície ao adicionar EVA aos pés.
g
L = ( ⁄4π2 ) ∙ P 2 (8)
Tempo de uma
1,24 s
oscilação
Figura 41 – Correção da precisão do ponteiro: (a) primeiro ponteiro projetado. Centro de gravidade
deslocado do eixo gerando momento de inércia. (b) Correção ao reduzir o tamanho do ponteiro e
adicionar carga de contrabalanceamento. Centro de gravidade no eixo.
𝐸−𝑚𝑔𝐿
𝛽 = sin−1( ) (9)
𝑚𝑔𝐿
8. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Viga R$ 118,00
Chapas R$ 125,00
Mancais R$ 120,00
Parafusos e porcas R$ 26,40
Tinta R$ 40,00
Total R$ 429,40
Fonte: Autoria própria.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não somente a fabricação da máquina era requerido como meta, mas também
a sua concepção a partir de custos baixos. O uso dos materiais, ferramentas e
maquinário disponíveis no próprio Laboratório de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal do Vale do São Francisco reduziu as despesas ao valor
montante de R$ 429,40, consideravelmente inferior ao valor praticado pelas empresas
nacionais, as quais cobram, em média, R$ 75000,00 pelo mesmo produto.
Para garantir que a máquina, além de barata, tenha a sua função exercida
dentro das tolerâncias requeridas pelas normas, foi realizada uma aguda calibração,
a ponto de ser necessário o retrabalho em determinadas peças, tanto no
dimensionamento e modelagem 3D, como também na própria usinagem. Ao fim,
atestando o desempenho esperado, realizou-se um ensaio de impacto em poliamida
e comparou-se com valores médios de energia de impacto para este material,
validando, portanto, a máquina desenvolvida.
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REFERÊNCIAS
GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. Ensaios dos materiais. 2. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2012. 365 p.