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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

DESENVOLVIMENTO DE PÊNDULO DE IMPACTO DE BAIXO CUSTO

SIDNEY NUNES DE SOUSA

JUAZEIRO – BA
2018
SIDNEY NUNES DE SOUSA

DESENVOLVIMENTO DE PÊNDULO DE IMPACTO DE BAIXO CUSTO

Trabalho apresentado a Universidade


Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF, Campus Juazeiro – BA, como
requisito para obtenção do título de
bacharel em Engenharia Mecânica.

Orientador: Prof. Dr. Nélson Cárdenas


Olivier

JUAZEIRO – BA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

FOLHA DE APROVAÇÃO

Sidney Nunes de Sousa

DESENVOLVIMENTO DE PÊNDULO DE IMPACTO DE BAIXO CUSTO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de bacharel em
Engenharia Mecânica, pela Universidade
Federal do Vale do São Francisco.

Aprovado em: ___ de ________________ de ______.

Banca Examinadora

__________________________________
Nelson Cárdenas Olivier, Doutor, UNIVASF

__________________________________
Erlon Rabelo Cordeiro, Doutor, UNIVASF

__________________________________
Angel Bienvenido Gonzalez Rojas, Doutor, UNIVASF
A todos aqueles que acreditam em meu
potencial e que, de alguma forma, por mais
simples que seja, contribuem na formação
do meu ser ao longo da jornada da vida.
AGRADECIMENTOS

A Deus, pela dádiva de poder acordar em todas as manhãs com a oportunidade


de, a cada novo dia, seguir batalhando em direção aos meus sonhos. A Ele, também
agradeço pela força e resignação para suportar as mudanças e recomeços que a vida
me propôs.
Quem eu sou, minhas virtudes e os valores de caráter e dignidade que carrego,
agradeço aos meus pais Valquíria Nunes e Zilson de Sousa. Obrigado por
compreenderem que as pessoas têm características distintas e que cada um tem o
seu tempo para encontrar o caminho por qual trilhar. Encontrei o meu! Minha função
nesta vida é vos orgulhar, alegrar e retribuir.
Novamente devo reconhecer que Deus, em sua infinita sabedoria, escreve
certo. Em tantas idas, vindas e reinícios, conheci Luana Barbosa, minha namorada,
psicóloga, orientadora, amiga, companheira. Meu amor. Do vestibular à formatura
você esteve ao meu lado, eu não poderia ter tanta sorte.
Aos meus avôs e avós pelos ensinamentos de ética, humildade e fé. Aos meus
irmãos Bruno, Halison, Aline e Lara pela eterna amizade. Me conforta saber que
sempre os terei ao meu lado para o que der e vier. Aos meus tios, primos e demais
familiares, meu muito obrigado.
Ao meu orientador, professor Nelson Cárdenas, obrigado pela confiança e
oportunidade. Seus ensinamentos serão um dos sólidos pilares que fortifiquei na
universidade e que sustentarão o meu futuro profissional. Ao grande mestre
Francimário Nesio, por tornar este trabalho possível. A Taquimara Souza, pela eterna
presteza. Aos ótimos professores, técnicos, secretárias, zeladores, porteiros,
seguranças, motoristas, cozinheiras, bibliotecárias e demais funcionários da
instituição, meus agradecimentos.
Aos grandes amigos que fiz em todas as cidades por onde morei e que, de
certa forma, tornaram mais fácil cada novo ciclo que se iniciava em minha vida, em
especial: Ricardo, Márcio e Ruan de Salvador; Renan de Feira de Santana; Pedro
Henrique de Petrolina. Guardarei todos em meu coração.
“Para ser grande, sê inteiro.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes.”
Fernando Pessoa
SOUSA, Sidney. Desenvolvimento de pêndulo de impacto de baixo custo. 2018.
Monografia (Trabalho de conclusão de curso em Engenharia Mecânica) – Colegiado
de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro,
2018.

RESUMO

Para qualquer aplicação estrutural de algum material na engenharia, faz-se


necessário conhecer as propriedades e comportamentos do mesmo quando inserido
no ambiente requerido. Para tanto, ensaios mecânicos são utilizados na determinação
destas características, justificando ou não o uso dos materiais, garantindo a
confiabilidade do projeto. O presente trabalho trata, portanto, do desenvolvimento de
uma máquina para realização de ensaios mecânicos de impacto do tipo Charpy e Izod
em materiais poliméricos conforme as normas internacionais ASTM D256-10 e ASTM
D6110-18, com a finalidade de estudar o comportamento dos plásticos quando na
presença de trincas, na variação da temperatura e/ou quando submetidos a choques
abruptos. A mudança do modo da fratura a partir da temperatura, conhecida como
transição dúctil/frágil é também empregada como resultado das análises realizadas
neste tipo de máquina. O projeto compreende o dimensionamento e modelagem 3D
de cada componente da máquina em software CAD, bem como a construção,
calibração e validação da mesma, objetivando, principalmente, o baixo custo para o
desenvolvimento total do equipamento.

Palavras-chave: Ensaios mecânicos. Ensaio de impacto. Polímeros. Ensaio Charpy.


Ensaio Izod.
SOUSA, Sidney. Desenvolvimento De Pêndulo De Impacto De Baixo Custo. 2018.
Monografia (Trabalho de conclusão de curso em Engenharia Mecânica) – Colegiado
de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Juazeiro,
2018.

ABSTRACT

For any structural application of some material in engineering, it is necessary to know


the properties and behaviors of them when inserted in the required environment. For
this purpose, mechanical tests are used in the determination of these characteristics,
justifying or not the use of these materials, guaranteeing the reliability of the project.
The present work deals, therefore, with the development of a machine to carry out
mechanical tests of impact type Charpy and Izod in polymeric materials according to
the international standards ASTM D256-10 and ASTM D6110-18, with the purpose of
studying the behavior of plastics when in the presence of cracks, in the temperature
variation and / or when subjected to abrupt shocks. The change of the fracture mode
from the temperature known as the ductile / brittle transition is also employed as a
result of the analyzes performed on this type of machine. The project comprises the
design and 3D modeling of each component of the machine in CAD software, as well
as the construction, calibration and validation of the same, aiming, mainly, the low cost
for the total development of the equipment.

Key-words: Mechanical testing. Impact testing. Polymer. Charpy test. Izod test.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Navio com fratura abrupta de característica frágil. .................................. 17


Figura 2 – Representação esquemática do equipamento para ensaios de impacto. 18
Figura 3 – Representação esquemática das características do ensaio Charpy. ...... 20
Figura 4 – Representação esquemática das características do ensaio Izod. ........... 21
Figura 5 – Característica de superfície fosca e fibrosa decorrente de uma fratura dúctil
após ensaio Charpy em aço. ..................................................................................... 23
Figura 6 – Característica brilhante e granular da superfície resultante de fratura frágil
após ensaio Charpy em aço. ..................................................................................... 23
Figura 7 – Configuração da máquina para ensaio de impacto: (a) componentes
estruturais necessários para o ensaio; (b) dimensões importantes para os cálculos da
energia absorvida pelo material. ............................................................................... 25
Figura 8 – Relações dimensionais padronizados por norma. ................................... 28
Figura 9 – Modelo de máquina de impacto Izod proposto pela norma padrão. ........ 29
Figura 10 – Dimensões do corpo de prova do tipo Izod. .......................................... 30
Figura 11 – Relações dimensionais padronizados por norma. ................................. 32
Figura 12 – Modelo de máquina de impacto Charpy apresentado pela norma padrão.
.................................................................................................................................. 33
Figura 13 – Dimensões do corpo de prova do tipo Charpy. ..................................... 34
Figura 14 – Determinação da altura de queda Hq a partir de relações trigonométricas.
.................................................................................................................................. 36
Figura 15 – Vista isométrica de modelagem 3D da base. Cotas em milímetros. ...... 37
Figura 16 – Modelagem e dimensões de pilar. Cotas em milímetros. ...................... 38
Figura 17 – Modelagem e dimensões dos suportes Izod em aço SAE 1045. Cotas em
milímetros. ................................................................................................................. 39
Figura 18 – Modelagem e dimensão dos suportes Charpy em aço SAE 1045. Cotas
em milímetros. ........................................................................................................... 40
Figura 19 – Modelagem 3D do eixo após dimensionamento. Cotas em milímetros. 41
Figura 20 – Mancal KFL003. Cotas em milímetros. .................................................. 41
Figura 21 – Modelagem 3D da estrutura da máquina. Vista isométrica. .................. 42
Figura 22 – Modelagem e dimensões da haste em milímetros. ............................... 43
Figura 23 – Modelagem e dimensões em milímetros da bucha da haste. ................ 44
Figura 24 – Modelagem e dimensões em milímetros da cabeça do martelo. ........... 45
Figura 25 – Chapas laterais de adição de massa. Cotas em milímetros. ................. 46
Figura 26 – Modelagem 3D de cutelo Izod e dimensões em milímetros. ................. 46
Figura 27 – Modelagem 3D de cutelo Charpy e dimensões em milímetros. ............ 47
Figura 28 – Conjunto do martelo com cutelo Charpy. Massa e centro de gravidade
apresentados............................................................................................................. 48
Figura 29 – Conjunto do martelo com cutelo Izod. Massa e centro de gravidade
apresentados............................................................................................................. 48
Figura 30 – Modelagem 3D do martelo pendular com todos os componentes. ........ 49
Figura 31 – Alavanca projetada. Dimensões em milímetros. ................................... 50
Figura 32 – Mecanismo de travamento e soltura posicionado na máquina. Alavanca
destacada em verde. ................................................................................................. 51
Figura 33 – Placa graduada com escalas extrudadas. ............................................. 53
Figura 34 – Eixo do ponteiro. Dimensões em milímetros. ........................................ 53
Figura 35 – Ponteiro do painel graduado. Dimensões em milímetros. ..................... 54
Figura 36 – Montagem do mecanismo de placa graduada e ponteiro. ..................... 55
Figura 37 – Montagem completa de todos os componentes da máquina. ............... 56
Figura 38 – Máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod após construção e
montagem final. ......................................................................................................... 58
Figura 39 – Aumento do atrito da máquina com a superfície ao adicionar EVA aos
pés. ........................................................................................................................... 60
Figura 40 – Massa corretiva adicionada em cada chapa lateral do martelo. ............ 61
Figura 41 – Correção da precisão do ponteiro: (a) primeiro ponteiro projetado. Centro
de gravidade deslocado do eixo gerando momento de inércia. (b) Correção ao reduzir
o tamanho do ponteiro e adicionar carga de contrabalanceamento. Centro de
gravidade no eixo. ..................................................................................................... 62
Figura 42 – Correção do ângulo de queda pela alteração do ponto de rotação da
alavanca. ................................................................................................................... 63
Figura 43 – Máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod em materiais poliméricos.
Isométrica. ................................................................................................................. 64
Figura 44 – Máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod em materiais poliméricos.
Frontal. ...................................................................................................................... 65
Figura 45 – Preço de máquinas fabricadas por empresas do ramo. ........................ 66
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Importantes parâmetros dimensionais para a máquina de impacto Izod.


.................................................................................................................................. 29
Tabela 2 – Dimensões do corpo de prova do tipo Izod. ............................................ 30
Tabela 3 – Parâmetros dimensionais para a máquina de ensaio Charpy. ................ 32
Tabela 4 – Dimensões do corpo de prova do tipo Charpy. ....................................... 34
Tabela 5 – Características iniciais da máquina projetada. ........................................ 35
Tabela 6 – Parâmetros iniciais para dimensionamento da máquina. ........................ 36
Tabela 7 – Cálculo e determinação das graduações com escala em Joule. ............ 52
Tabela 8 – Checklist para verificação de dimensões padrões da máquina pós
fabricação. ................................................................................................................. 59
Tabela 9 – Tempos coletados na medição de 20 oscilações do pêndulo. ................ 61
Tabela 10 – Custo total para o desenvolvimento da máquina de impacto. ............... 66
Tabela 11 – Orçamento para aquisição de cada máquina apresentada na figura 45.
.................................................................................................................................. 66
LISTA DE SÍMBOLOS

𝐸𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 – Energia absorvida;

𝐸𝑝𝑖 – Energia potencial inicial;

𝐸𝑝𝑓 – Energia potencial final;

𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 – Energia dissipada;

m – Massa;

g – Gravidade;

𝐻𝑞 – Altura de queda;

ℎ𝑟 – Altura de rebote;

S – Distância ao centro do pêndulo;

β – Ângulo de queda;

α – Ângulo de rebota;

V – Velocidade tangencial;

𝐹𝑐 – Força centrífuga;

r – Raio de giro;

ω – Velocidade angular;

P – Período de oscilação;

L – Comprimento efetivo do pêndulo.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 16

2.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 16

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................... 16

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 17

3.1 O ENSAIO DE IMPACTO ................................................................................ 17

3.2 TIPOS DE ENSAIOS DE IMPACTO ................................................................ 19

3.2.1 Ensaio de impacto Charpy ........................................................................ 19

3.2.2 Ensaio de impacto Izod ............................................................................. 20

3.3 MODOS DE FRATURA ................................................................................... 21

3.4 TRANSIÇÃO DÚCTIL-FRÁGIL ........................................................................ 23

3.5 CÁLCULOS E CONFIGURAÇÕES DO ENSAIO DE IMPACTO ..................... 25

4. PARÂMETROS DE PROJETO ............................................................................. 27

4.1 PARÂMETROS DE PROJETO: IZOD ............................................................. 27

4.1.1 Parâmetros dimensionais de projeto: Izod ................................................ 28

4.1.2 Corpo de prova Izod .................................................................................. 30

4.2 PARÂMETROS DE PROJETO: CHARPY ....................................................... 31

4.2.1 Parâmetros dimensionais de projeto: Charpy ........................................... 31

4.2.2 Corpo de prova Charpy ............................................................................. 33

5. DIMENSIONAMENTO E MODELAGEM ............................................................... 35

5.1 PARÂMETROS INICIAIS ................................................................................. 35

5.2 ESTRUTURA ................................................................................................... 36

5.2.1 Base .......................................................................................................... 37

5.2.2 Pilares ....................................................................................................... 38

5.2.3 Suportes para os corpos de prova Izod e Charpy ..................................... 39

5.2.4 Eixo ........................................................................................................... 40


5.2.5 Mancais ..................................................................................................... 41

5.2.6 Montagem completa da estrutura .............................................................. 42

5.3 MARTELO PENDULAR ................................................................................... 43

5.3.1 Haste ......................................................................................................... 43

5.3.2 Bucha de ligação da haste com o eixo ...................................................... 43

5.3.3 Cabeça do martelo .................................................................................... 44

5.3.4 Chapas de adição de massa ..................................................................... 45

5.3.5 Cutelos Izod e Charpy ............................................................................... 46

5.3.6 Massa e centro de gravidade do martelo .................................................. 47

5.3.7 Montagem completa do martelo pendular ................................................. 48

5.4 MECANISMO DE TRAVAMENTO E SOLTURA .............................................. 50

5.5 PONTEIRO E PLACA GRADUADA ................................................................. 51

5.5.1 Placa graduada ......................................................................................... 52

5.5.2 Eixo do ponteiro ........................................................................................ 53

5.5.3 Ponteiro ..................................................................................................... 54

5.5.4 Montagem completa do mecanismo do ponteiro ....................................... 54

5.6 MODELAGEM COMPLETA DA MÁQUINA DE IMPACTO .............................. 55

6. FABRICAÇÃO ...................................................................................................... 57

7. CALIBRAÇÃO ...................................................................................................... 59

7.1 CHECKLIST ..................................................................................................... 59

7.1.1 Movimento horizontal da máquina............................................................. 60

7.1.2 Verificação do comprimento efetivo do pêndulo ........................................ 60

7.1.3 Verificação da estabilidade do ponteiro ..................................................... 62

7.1.4 Aferição do ângulo de queda .................................................................... 63

8. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 64

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 68

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69
15

1. INTRODUÇÃO

Seja na construção civil, na mineração, nas fábricas, nas plataformas de


petróleo, na indústria aeroespacial ou em qualquer projeto de engenharia, se faz
necessário determinar as diversas propriedades, características e comportamentos
dos materiais disponíveis, a fim de melhor especificar o material ao contexto em que
será aplicado.

Atualmente, a determinação das características dos materiais se tornou peça


chave na engenharia e diversos métodos para se definir estas propriedades são
utilizados com o intuito de orientar o engenheiro projetista na escolha adequada. Os
ensaios mecânicos dos materiais são um conjunto de procedimentos empregados
para se determinar essas numerosas propriedades mecânicas que os materiais
possuem, sejam elas a elasticidade, plasticidade, resiliência e tenacidade.

Dentre os ensaios mecânicos, o ensaio de impacto é o procedimento


responsável por definir alguns importantes comportamentos do material. Este método
se caracteriza por imprimir à amostra uma força súbita ao ponto de fraturá-la e, com
isso, possibilitar a análise de dois comportamentos do material estudado. O primeiro
deles é a tenacidade ao entalhe, que reflete a energia total necessária para provocar
a fratura de um corpo de prova que contém trincas. O segundo, mais complexo, avalia
de forma comparativa o comportamento do material em diferentes meios, gerando
como resultado uma curva de transição dúctil-frágil.

A transição dúctil-frágil dos materiais é o momento em que estes alteram sua


característica dúctil, que é o grau de deformação suportável até o momento da fratura,
passando a comportarem-se como frágeis, fratura sem deformação, a depender de
alguns fatores inerentes ao meio onde estão aplicados. Através do ensaio de impacto
é possível determinar a faixa de temperatura em que isto ocorre e, assim, poder
estabelecer se aquele material é aplicável à determinado meio.

Com base nisso, este trabalho de conclusão de curso consistiu em projetar e


construir uma máquina de baixo custo, padronizada para realização de ensaios de
impacto em polímeros e possibilitar estudos futuros mais aprofundados no âmbito dos
materiais dentro da instituição de pesquisa.
16

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Desenvolver uma máquina de impacto com pêndulo a martelo de baixo custo


para realização de ensaios padronizados pelas normas internacionais ASTM D6110-
18 Charpy e ASTM D256-10 Izod em materiais poliméricos.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

▪ Dimensionar todas as peças componentes da máquina, apresentando modelo


3D final do pêndulo de impacto através de software CAD;
▪ Construir o equipamento nas dependências do Laboratório de Engenharia
Mecânica da Universidade do Vale do São Francisco;
▪ Calibrar a máquina conforme especificações das normas de padronização
utilizadas, de modo a garantir a fidelidade dos resultados;
▪ Validar os resultados da máquina a partir de ensaios de impacto em polímeros
e comparando com resultados pré-estabelecidos.
17

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Durante a segunda guerra mundial, um fenômeno despertou a atenção de


projetistas e engenheiros devido a sua alta incidência em estruturas soldadas de aço
de navios e tanques de guerra. Alguns navios simplesmente partiam-se ao meio,
conforme a figura 1, apresentando fratura frágil, ainda que fossem construídos em
aços-liga de razoável ductilidade, de acordo com ensaios de tração realizados à
temperatura ambiente. Notou-se também que as ocorrências eram nos meses de
inverno, o que motivou a implantação de programas de pesquisa para justificar e evitar
tais acontecimentos (GARCIA, 2012, p. 244).

Figura 1 – Navio com fratura abrupta de característica frágil.

Fonte: (CALLISTER, 1994)

3.1 O ENSAIO DE IMPACTO

Inúmeras pesquisas foram desenvolvidas a fim de se obter as respostas para


os problemas que ocorriam em projetos de engenharia em meados da década de 40,
até que se descobriu que os materiais dúcteis poderiam se comportar de maneira frágil
a depender do meio em que estivessem inseridos, muito em função da temperatura,
velocidade de deformação, estados internos de tensões ou presença de trincas.

Três fatores principais contribuem para o surgimento da fratura frágil em


materiais que são normalmente dúcteis à temperatura ambiente: (1)
existência de um estado triaxial de tensões, (2) baixas temperaturas e (3) taxa
ou velocidade de deformação elevada. Esses três fatores não precisam
necessariamente atuar ao mesmo tempo para produzir a fratura frágil
(GARCIA, 2012, p. 244).
18

O ensaio de impacto, já existente neste período, foi então aliado à indústria com
o propósito de se determinar a tendência de um metal em comportar-se de maneira
frágil. Os corpos de provas ensaiados são padronizados e providos de um entalhe
para localizar a região de fratura e provocar um estado triaxial de tensões, quando
nele é submetida a ação de uma força abrupta, mais especificamente flexão por
impacto, produzida por um martelo pendular (SOUZA, 1982, p. 83).

Outra definição para o ensaio de impacto é apresentada por Garcia (2012, p.


246) quando diz que “o ensaio de impacto é um ensaio dinâmico empregado para a
análise da fratura frágil de materiais. O resultado é simplesmente uma medida de
energia absorvida pelo corpo de prova [...]”. Ou seja, a análise do resultado do ensaio
não fornece indicações seguras do comportamento de toda a estrutura, mas sim
permite observações relativas a diferenças de comportamentos do material quando
em condições distintas das naturais.

O processo do ensaio pode ser descrito como:

A carga é aplicada como um impacto instantâneo de um martelo de pêndulo


balanceado que é liberado de uma posição elevada que se encontra a uma
altura fixa h. A amostra fica posicionada na base, como mostrado na figura 2.
Com a liberação, uma aresta em forma de faca atinge e fratura o corpo de
prova. O pêndulo continua o seu balanço, elevando-se a uma altura máxima
h’, inferior a h. A absorção de energia computada é a diferença entre as
energias potencias inicial e final (CALLISTER, 2000, p. 143).

Figura 2 – Representação esquemática do equipamento para ensaios de impacto.

Fonte: (HAYDEN; MOFFATT; WULFF, 1965)


19

3.2 TIPOS DE ENSAIOS DE IMPACTO

Vários tipos de testes de impacto em corpos de prova entalhados são usados


para determinar a tendência do material em se comportar de maneira frágil. Este
método de ensaio, na verdade, irá detectar comportamentos dos materiais que não
são observáveis em testes de tensão, muito embora os seus resultados não possuam
teor qualitativo na definição das propriedades inerentes ao material (DIETER, 1961,
p. 371, tradução nossa).

Ainda sobre os diferentes tipos de ensaios de impacto, Dieter (1961, p. 371,


tradução nossa) afirma que um grande grupo de métodos de ensaios para analisar
corpos de provas entalhados eram usados por pesquisadores na análise da fratura
frágil, mas duas classes de procedimentos tornaram-se padrões: o método Charpy,
mais comumente utilizado nos Estados Unidos; e o método Izod, mais difundido pelo
Reino Unido.

3.2.1 Ensaio de impacto Charpy

No início do século XX, o norte americano SB Russel e o francês Georges


Charpy desenvolveram um procedimento denominado como Teste de Impacto, para
melhor analisar a resiliência dos metais e, também, mensurar a tenacidade dos
mesmos. Logo notou-se que muitas outras importantes informações eram obtidas
daquele ensaio, o que o tornou uma importante ferramenta para a solução dos
problemas de engenharia durante a Segunda Guerra Mundial (SILVA, 2004).

Nesta técnica de ensaio, o corpo de prova fica apoiado horizontalmente no


suporte da máquina, essa engastada na base, conforme a vista superior da
configuração do corpo de prova Charpy na figura 3, com o entalhe na face exatamente
oposta à face pela qual o pêndulo realizará o impacto. O corpo de prova possui
dimensões, ângulos e profundidades dos entalhes padronizados em função do tipo do
material e da norma que o regulamenta.
20

Figura 3 – Representação esquemática das características do ensaio Charpy.

Fonte: (ASTM D6110, 2018)

3.2.2 Ensaio de impacto Izod

Silva (2004), introduz o ensaio do tipo Izod, em sua tese, informando que a
criação deste procedimento se sucedeu “durante a primeira metade do século XX,
quando um metalúrgico chamado Izod inventou um tipo de ensaio de impacto para se
determinar a capacidade de alguns metais como ferramentas de corte”. Em essência,
o teste possui os mesmos princípios do ensaio de impacto de Charpy: o pêndulo de
massa conhecida que se choca com um corpo de prova.

O que difere o ensaio de impacto de Izod para o de Charpy é a disposição do


corpo de prova no suporte da máquina de ensaio. Neste método, o suporte também
está engastado na base da máquina, entretanto o corpo de prova é fixado na posição
vertical e a face que possui o entalhe é a mesma que recebe o impacto do martelo,
como na figura 4.

Ambos os ensaios geram os mesmos resultados de energia absorvida por


centímetro de espessura do material do corpo de prova, divergindo apenas no tempo
de preparação inicial para a realização do procedimento, além da disposição do corpo
de prova como já descrito.
21

Figura 4 – Representação esquemática das características do ensaio Izod.

Fonte: (ASTM D256, 2010)

3.3 MODOS DE FRATURA

Para entender os modos de fratura resultantes de qualquer dos ensaios de


impacto, é necessário primeiro compreender algumas propriedades mecânicas dos
materiais e suas relações como efeitos dos comportamentos dos mesmos ao fim de
cada ensaio realizado.

Toda peça ou componente mecânico, quando submetido a qualquer forma de


tensão, sofre um tipo de deformação dimensional e estrutural, por mais imperceptível
que seja. Em caso de deformação elástica, haverá proporcionalidade linear entre a
deformação apresentada pela peça e a tensão nela aplicada. Callister (2000, p. 82)
complementa ainda que “a deformação elástica não é permanente, o que significa que
quando a carga aplicada é liberada, a peça retorna à sua forma original”.

Acontece, todavia, que o regime elástico durante a aplicação da carga persiste


apenas até determinadas deformações. À medida que o material é deformado além
do ponto de linearidade, a tensão deixa de ser proporcional com a deformação,
passando a deformar-se de forma permanente e irrecuperável. É a deformação
plástica (CALLISTER, 2000, p. 86).

Outra propriedade mecânica importante é a ductilidade, que representa uma


medida do grau de deformação plástica suportado pelo material até o momento da
22

sua fratura. O material que experimenta uma baixa deformação plástica até a fratura
é denominado como frágil, do contrário, seria dúctil (CALLISTER, 2000, p. 89).

A capacidade que os materiais têm em absorver energia e deformarem-se


elasticamente quando submetidos a uma carga é conhecida como resiliência. Já a
tenacidade representa a habilidade do material em absorver energia até a fratura, seja
por deformação elástica ou também plástica. A geometria do material, condições
dinâmicas do carregamento ou presença de pontos de concentração de tensões
alteram sua capacidade tenaz. Ou seja, o ensaio de impacto determina também o
quão tenaz é o material.

Entendido algumas propriedades dos materiais, pode-se agora conceber os


modos de fratura observados. Primeiramente, tem-se que fratura, para Callister (2000,
p. 130), “consiste na separação de um corpo em dois ou mais pedaços em resposta a
uma tensão imposta”. Assim, na engenharia, são possíveis dois modos de fratura: o
dúctil e o frágil.

Qualquer processo de fratura envolve duas etapas, a formação e a


propagação de trincas, em resposta à uma imposição de uma tensão. A
modalidade é altamente dependente do mecanismo de propagação da trinca.
A fratura dúctil é caracterizada por uma extensa deformação plástica na
vizinhança de uma trinca que está avançando. Ademais, o processo
prossegue de maneira relativamente lenta. Por outro lado, no caso de uma
fratura frágil, as trincas podem se espalhar de maneira extremamente rápida,
com o acompanhamento de pouquíssima deformação plástica (CALLISTER,
2000, p. 130).

A fratura dúctil apresenta características de superfície distintas tanto no nível


macroscópico, quanto no microscópico. Em metais e polímeros, sua aparência é fosca
e fibrosa, devido ao alongamento intersticial dos planos cristalográficos, como
mostrado na figura 5. A fratura frágil, por sua vez, possui superfície de fratura
relativamente plana. Visualmente, em metais, os padrões serão suficientemente
visíveis a olho nu, em virtude da superfície brilhante e granular, enquanto que para os
polímeros a superfície resultante da fratura frágil é brilhante, lisa e plana, conforme
mostrado na figura 6.
23

Figura 5 – Característica de superfície fosca e fibrosa decorrente de uma fratura dúctil após ensaio
Charpy em aço.

Fonte: Ensaio de Impacto Charpy e Izod – Laboratórios Tork¹.

Figura 6 – Característica brilhante e granular da superfície resultante de fratura frágil após ensaio
Charpy em aço.

Fonte: Ensaio de Impacto Charpy e Izod – Laboratórios Tork¹.

3.4 TRANSIÇÃO DÚCTIL-FRÁGIL

Um importante fator que influencia na intensidade de energia absorvida pelo


material no momento do impacto é a temperatura. Dois corpos de prova, um com
temperatura maior que a do outro, divergirão sensivelmente em termos de energia
absorvida de impacto, sendo maior a energia absorvida para o corpo de prova de

____________
¹ disponível em: <https://laboratorios-tork.com.br/servicos/testes-em-materiais/ensaio-de-impacto-
charpy-e-izod/>. Acesso em: ago. 2018.
24

maior temperatura e menor a energia para o corpo de prova de temperatura inferior.


Este fenômeno ocorre porque, em baixas temperaturas, a trinca pode se
propagar a velocidades maiores do que os mecanismos de deformação plástica do
material, absorvendo menos energia como consequência. Por outro lado, em altas
temperaturas, ocorre a deformação plástica antes da propagação das trincas por
clivagem do material, acarretando numa maior absorção energética no momento do
impacto.

A principal função dos ensaios Charpy e Izod consiste em determinar se o


material possui essa transição dúctil-frágil e em que faixa de temperaturas ocorre esta
mudança de comportamento (GARCIA, 2012, p. 248).

Ipiña (2011) acrescenta ainda que “os metais que exibem estrutura cristalina
cúbica de corpo centrado (CCC), possuem transição no modo da fratura: por clivagem
em temperaturas baixas, por rasgamento em temperaturas mais elevadas e misto na
região de transição”. Além dos metais, outros materiais apresentam este
comportamento, como os polímeros e cerâmicas. O gráfico 1 revela este
comportamento da energia absorvida em função da temperatura do material.

Gráfico 1 – Transição dúctil-frágil em um material em função da temperatura e energia absorvida.

Fonte: (GARCIA, 2012)


25

3.5 CÁLCULOS E CONFIGURAÇÕES DO ENSAIO DE IMPACTO

O dispositivo empregado para realizar os ensaios de impacto do tipo Izod e


Charpy deve atender algumas características padrões para que os resultados
possuam aplicabilidade no meio científico. Na estrutura principal da máquina, alguns
elementos são indispensáveis para que o pêndulo tenha a energia suficientemente
necessária para fraturar o corpo de prova. São elas: massa, eixo de rotação, haste do
martelo, estrutura, base, suporte para o corpo de prova e o cutelo de impacto, como
mostrado na figura 7a.

Para os cálculos quantitativos, as dimensões dos elementos do mecanismo


serão de fundamental importância para a determinação das energias resultantes
envolvidas no ensaio. Na figura 7b, observa-se os dados essenciais para que seja
possível realizar os cálculos da energia absorvida pelo corpo de prova ao fim do
ensaio de impacto.

Figura 7 – Configuração da máquina para ensaio de impacto: (a) componentes estruturais


necessários para o ensaio; (b) dimensões importantes para os cálculos da energia absorvida pelo
material.

Fonte: (GARCIA, 2012)

Para se determinar a energia absorvida pelo corpo de prova após o impacto,


utiliza-se o princípio da conservação da energia mecânica que, no sistema, aplica-se
na igualdade entre as energias cinética e potencial do estado inicial e do estado final
da trajetória do pêndulo (HALLIDAY, 2008, p. 187).
26

No momento inicial, quando o pêndulo está em repouso e na iminência para


seguir sua trajetória, a única forma de energia envolvida é a energia potencial
gravitacional, o mesmo acontece no rebote do pêndulo após o choque com o corpo
de prova. Assim, as energias envolvidas durante o ensaio, necessárias para o cálculo
da absorção do corpo de prova, são: energia potencial inicial, energia potencial final,
energia absorvida e energia dissipada. Então, conforme o princípio da conservação
da energia mecânica, tem-se a equação (1):

Eabsorvida = Epi − Epf − Edissipada (1)

Desta equação (1), tem-se que a energia dissipada pelo pêndulo, seja ela por
atrito, resistência do ar ou vibração da estrutura, por ser um cálculo complexo, será
adicionada uma porcentagem de tolerância à energia final absorvida pelo material.
(ASTM D256, 2010).

Ao fim, tem-se então que a energia absorvida pelo corpo de prova pode ser
dada pela equação (2) a seguir, que relaciona a massa do pêndulo, a gravidade e as
alturas de queda e de rebote (GARCIA, 2012, p. 250).

Eabsorvida = m ∙ g ∙ (Hq − hr ) (2)

Para se determinar as alturas de queda e de rebote apresentadas na equação


(2) e descritas na figura 7b, baseia-se nos ângulos de queda β e de rebote α, além da
distância ao centro do pêndulo S, conforme as equações (3) e (4) (GARCIA, 2012):

Hq = S ∙ (1 − cosβ) (3)

hr = S ∙ (1 − cosα) (4)

A velocidade do cutelo de impacto no momento do choque pode ser


determinada também pelo princípio da conservação da energia mecânica,
comparando o estado inicial e o instante do impacto. Após o trabalho algébrico, a
equação (5) resultante é a que se segue (GARCIA, 2012, p. 250):

V = √2 ∙ g ∙ Hq (5)
27

4. PARÂMETROS DE PROJETO

Para o desenvolvimento da máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod, faz-


se necessário definir algumas delimitações de projeto. Budynas e Nisbett (2016)
observam que “o projeto mecânico é um empreendimento complexo que exige várias
habilidades. Relações abrangentes precisam ser subdivididas em uma série de tarefas
mais simples. A complexidade do assunto requer uma sequência conceitual”. Para
tanto, a primeira etapa da concepção da máquina é a definição dos parâmetros de
projeto.

Como o projeto consiste no desenvolvimento de uma máquina que seja capaz


de realizar os dois tipos de ensaio de impacto mais aplicados na engenharia, duas
normas que padronizam a prática devem ser utilizadas. As literaturas mais difundidas
no meio científico internacional para ensaio de impacto em polímeros são as
americanas: ASTM D256-10, para ensaios Izod; ASTM 6110-18, para ensaios Charpy.
As referidas são justamente as normas escolhidas como escopo deste projeto.

4.1 PARÂMETROS DE PROJETO: IZOD

ASTM D256-10 “Métodos de ensaios padronizados para determinar a


resistência de plásticos ao impacto do pêndulo Izod” (tradução nossa) ¹. Esta norma
aborda a determinação da resistência de plásticos por martelos pendulares
padronizados; montados em máquinas padronizadas; na ruptura de corpos de prova
entalhados e padronizados, que produzem uma concentração de tensões e aumentam
a probabilidade de uma fratura frágil, em vez de dúctil. Os resultados dos testes são
reportados em termos de energia absorvida por unidade de espessura ou por unidade
de área da seção transversal.

Segundo a norma, alguns pontos devem ser levados em consideração:

O uso de célula de carga não gera resultados equivalentes aos resultados


manuais ou digitais e outros parâmetros podem afetar significativamente os
resultados do teste: método de fabricação, método de entalhe e velocidade
de entalhe, tempo entre entalhe e teste, dureza do corpo de prova, largura do
corpo de prova e condições ambientais. (ASTM D256-10, 2004, tradução
nossa)
__________
¹ “Standard test methods for determining the Izod pendulum impact resistance of plastics”.
28

4.1.1 Parâmetros dimensionais de projeto: Izod

Quatro métodos similares de testes usando a mesma máquina e mesmas


dimensões do corpo de prova são apresentados na norma, mas o que possui
aplicabilidade para este trabalho é o Método de Teste A, em que o corpo de prova é
engastado como uma viga vertical em balanço e é quebrado por um único golpe do
pêndulo. A linha de contato inicial do cutelo está a uma distância fixa do engaste e
também do entalhe, presente na mesma face, conforme mostra a figura 8.

Figura 8 – Relações dimensionais padronizados por norma.

Fonte: (ASTM D256, 2010)

A máquina deve consistir de uma pesada base, onde será montado o suporte
para o engaste do corpo de prova e também onde estará conectada a estrutura rígida
e mancais para o pêndulo. A máquina deve também obter um mecanismo de
travamento e soltura, além de um mecanismo de ponteiro e placa graduada para
indicar a energia envolvida no ensaio (ASTM D256, 2010).

O pêndulo deve ter um braço simples ou múltiplo, com um mancal em uma


extremidade, e na outra a cabeça do martelo contendo o cutelo. O braço deve ser
rígido o suficiente para evitar vibrações e garantir as relações geométricas da
estrutura. O cutelo deve ser feito em aço duro e possuir superfície cilíndrica com
29

dimensões conforme a figura 8. Um modelo de configuração para a máquina


apresentado pela norma é exposto na figura 09. (ASTM D256, 2010).

Figura 9 – Modelo de máquina de impacto Izod proposto pela norma padrão.

Fonte: (ASTM D256, 2010)

Ao fim, outros importantes parâmetros dimensionais que devem ser garantidos


na construção de uma máquina de ensaio de impacto Izod podem ser visualizados na
tabela 1.

Tabela 1 – Importantes parâmetros dimensionais para a máquina de impacto Izod.


Fatores Valores

Distância entre mecanismo de soltura e a base da estrutura 0,610 ± 0,002 mm

Velocidade estimada de impacto 3,500 m/s

Comprimento efetivo do pêndulo 0,330 m - 0,400 m

Elevação do martelo em relação ao eixo horizontal 30º - 60º

Energia máxima de impacto ≤ 22,70 ± 0,14 J

Fonte: (ASTM D256, 2010)


30

4.1.2 Corpo de prova Izod

Antes de proceder com os testes, as especificações do material do corpo de


prova devem ser referenciadas. Todos os parâmetros, condicionamento, dimensões
e preparação deve seguir a referência do fabricante. Caso não haja, seguir
padronização da norma. Observa-se também que o material do corpo de prova deve
possuir energia de absorção de impacto inferior a 85% da capacidade da máquina,
para manter a velocidade do cutelo constante durante o choque (ASTM D256, 2010).

As dimensões padrões para o corpo de prova do tipo Izod definidas pela norma
em questão são as apresentadas na figura 10 e tabela 2.

Figura 10 – Dimensões do corpo de prova do tipo Izod.

Fonte: (ASTM D256, 2010)

Tabela 2 – Dimensões do corpo de prova do tipo Izod.


Descrição Dimensões

A 10,16 ± 0,05 mm

B 31,10 ± 1,00 mm

C 63,50 ± 2,00 mm

D 0,25R ± 0,05 grau

E 12,70 ± 0,20 mm

F 45 graus

Fonte: (ASTM D256, 2010)


31

4.2 PARÂMETROS DE PROJETO: CHARPY

ASTM D6110-18 “Método de ensaio padronizado para determinar a resistência


ao impacto Charpy de corpos de prova plásticos e entalhados” (tradução nossa) ¹.
Este teste é usado para determinar a resistência de polímeros plásticos à fratura por
choque de flexão através da energia extraída de um pêndulo padronizado.

Para este ensaio, assim como para o Izod, a energia perdida pelo pêndulo
durante a fratura do corpo de prova é a soma das energias requeridas para iniciar a
fratura; propagar a fratura pelo corpo de prova; empurrar as extremidades livres;
dobrar o corpo de prova; produzir vibração no braço do pêndulo e estrutura;
movimentação da base; atrito dos mancais; atrito do mecanismo de marcação do
ponteiro e para vencer a resistência do ar.

4.2.1 Parâmetros dimensionais de projeto: Charpy

É de fundamental importância localizar o centro de gravidade precisamente no


ponto de impacto do cutelo para reduzir os efeitos vibracionais do braço do pêndulo.
Neste tipo de teste é requerido, também, que o corpo de prova frature por completo e
seja jogado. Testes que não ocorrem tal situação são considerados fora dos padrões.
As dimensões requeridas para o suporte do corpo de prova definidos pela norma são
os apresentados na figura 11.

__________
¹ “Standard test method for determining the Charpy impact resistance of notched specimen of plastics”.
32

Figura 11 – Relações dimensionais padronizados por norma.

Fonte: (ASTM D6110, 2018)

A máquina deve consistir de uma base maciça com dois suportes para segurar
o corpo de prova. Semelhante à norma para o ensaio Izod, a cartilha que padroniza o
ensaio Charpy também apresenta um modelo de martelo com as características
mínimas específicas para se obter um ensaio seguro e dentro dos padrões, este na
figura 12.

Além das dimensões do suporte para o corpo de prova, a referência em questão


também delimita alguns parâmetros a serem respeitados quando da fabricação deste
tipo de máquina, todos listados na tabela 3 que se segue.

Tabela 3 – Parâmetros dimensionais para a máquina de ensaio Charpy.


Fatores Valores

Distância entre mecanismo de soltura e a base da estrutura 0,610 ± 0,002 m

Velocidade estimada de impacto 3,460 m/s

Comprimento efetivo do pêndulo 0,325 m - 0,406 m

Elevação do martelo em relação ao eixo horizontal 30º - 60º

Energia mínima de impacto ≥ 2,70 ± 0,14 J

Fonte: (ASTM D6110, 2018)


33

Figura 12 – Modelo de máquina de impacto Charpy apresentado pela norma padrão.

Fonte: (ASTM D6110, 2018)

4.2.2 Corpo de prova Charpy

O corpo de prova deve estar em conformidade dimensional com o apresentado


na figura 13 e tabela 4, exceto por materiais com referências próprias para a realização
deste tipo de ensaio. Ademais, para garantir as corretas condições de contorno do
entalhe específico, deve-se, também, atentar-se para as dimensões do entalhe
propostas pela norma.

Recomenda-se que a largura dos corpos de prova siga as especificações do


próprio fabricante consoante o processo de fabricação daquele material. Caso não
haja qualquer tipo de menção a tal dimensão ou método de fabricação aplicado ao
material, a norma propõe que a largura respeite a dimensão de meia polegada, ou
12,70mm.
34

Figura 13 – Dimensões do corpo de prova do tipo Charpy.

Fonte: (ASTM D6110, 2018)

Tabela 4 – Dimensões do corpo de prova do tipo Charpy.


Descrição Dimensões

A 10,16 ± 0,05 mm

B 61,00 ≤ B ≤ 63,00 mm

C 124,50 ≤ C ≤ 127,00 mm

D 0,25R ± 0,05 grau

E 12,70 ± 0,15 mm

F 45 graus

Fonte: (ASTM D6110, 2018)


35

5. DIMENSIONAMENTO E MODELAGEM

5.1 PARÂMETROS INICIAIS

Diante de tantos elementos a serem dimensionados, fez-se necessária uma


abordagem sequencial e sistemática para o desenvolvimento de todo o projeto. Desta
forma, primeiramente elaborou-se um levantamento dos requisitos iniciais que a
máquina – como produto – deveria possuir. Assim, mediante as referências
padronizadas apresentadas nas tabelas 1 e 3, define-se como características
preliminares o que se segue na tabela 5.

Tabela 5 – Características iniciais da máquina projetada.


Fatores Valores

Energia máxima de impacto 22 J

Energia mínima de impacto 2,7 J

Ângulo de queda (em relação ao plano horizontal) 60º

Comprimento efetivo do pêndulo 0,400 m

Altura da estrutura 0,610 m

Fonte: Autoria própria.

A partir dos dados iniciais definidos, os primeiros parâmetros a serem


calculados seriam as massas necessárias para garantir as energias de impacto
mínima e máxima, em vista da configuração da máquina, e também a velocidade de
impacto do pêndulo. Para tanto, é de imprescindível importância a determinação da
altura de queda 𝐻𝑞 , executado em cálculo geométrico, como mostra a figura 14.

As massas foram determinadas a partir da adequação algébrica da equação


(2), resultando na equação (6):

Eimpacto
m= (6)
g∙Hq
36

Já a velocidade foi calculada a partir da equação (5). Resultados apresentados


na tabela 6.

Figura 14 – Determinação da altura de queda Hq a partir de relações trigonométricas.

Fonte: Autoria própria.

Tabela 6 – Parâmetros iniciais para dimensionamento da máquina.


Massa para 22 J Velocidade de impacto

3,0046 kg 3,8 m⁄s


Fonte: Autoria própria.

Ao fim dos cálculos dos parâmetros iniciais, torna-se possível o


dimensionamento e modelagem de todos os componentes da máquina de ensaio
Charpy e Izod. Seguindo a abordagem sequencial proposta, divide-se a máquina em
pequenos subsistemas. São eles: estrutura; martelo pendular; mecanismo de
travamento e soltura; ponteiro e placa graduada.

5.2 ESTRUTURA

O subsistema da estrutura da máquina é composto pelos elementos: base,


pilares, suportes para os corpos de prova Charpy e Izod, eixo, mancais e olhais de
fixação das peças de outros subsistemas.
37

5.2.1 Base

A base da máquina deve ser constituída de estrutura maciça, pesada o


suficiente para absorver as vibrações provocadas pelo impacto e os movimentos
resultantes das forças centrífugas do pêndulo e também dimensões consideráveis
para garantir que a estrutura permaneça estática quando em operação.

Sempre em mente o baixo custo final para a concepção de toda a máquina,


determinou-se o material da base como sendo o aço SAE 1020, cujo preço por metro
quadrado da chapa é o mais barato dentre as ligas de aço carbono. A partir das
dimensões, furos e espessura comercial de 3/8”, a massa teórica da base é de
13,43kg. O modelo 3D da peça, elaborado através do software Autodesk Inventor
2018, assim como suas dimensões, pode ser observado em vista isométrica na figura
15.

Figura 15 – Vista isométrica de modelagem 3D da base. Cotas em milímetros.

Fonte: Autoria própria.


38

5.2.2 Pilares

Os pilares que sustentarão os mancais, eixo e martelo pendular não possuem


características estruturais definidas pelas normas, salvo altura determinada para a
posição do mecanismo de travamento e soltura. Assim, para o dimensionamento
desta peça, observou-se que a componente centrífuga do martelo, quando em
operação, era consideravelmente inferior às resistências de flambagem e flexão de
um pilar feito com uma viga em U de aço SAE 1020, 4” e chapa de 3mm, como
mostrado na figura 16.

Figura 16 – Modelagem e dimensões de pilar. Cotas em milímetros.

Fonte: Autoria própria.


39

5.2.3 Suportes para os corpos de prova Izod e Charpy

Para os suportes dos corpos de prova seguiu-se estritamente os parâmetros


definidos pelas normas, ambos nas figuras 8 e 11, para o dimensionamento e
modelagem destas peças. Ambas em aço SAE 1045 como mostram as figuras 17 e
18.

Figura 17 – Modelagem e dimensões dos suportes Izod em aço SAE 1045. Cotas em milímetros.

Fonte: Autoria própria.

Ambos os suportes são compostos por dois elementos. Para o corpo de prova
Izod, figura 17, duas peças são requeridas: uma fixa e outra móvel que vai se adaptar
à largura do corpo de prova. Dois parafusos frontais são os responsáveis por engastar
o corpo de prova Izod em sua porção inferior. Já para o corpo de prova Charpy,
ambas as peças são parafusadas à base e o material a ser ensaiado é apenas apoiado
na superfície rebaixada, figura 18.
40

Figura 18 – Modelagem e dimensão dos suportes Charpy em aço SAE 1045. Cotas em milímetros.

Fonte: Autoria própria.

5.2.4 Eixo

Para o dimensionamento do diâmetro do eixo, definiu-se o seu material como


sendo aço SAE 1020. Em seguida, a partir da massa do sistema pendular de 3kg,
determinou-se a força centrífuga atuante na peça através da equação (7) a seguir
(HALLIDAY, 2008).

m∙v2
Fc = m ∙ r ∙ ω2 = (7)
r

A força centrífuga de 108,3N e seu consequente esforço cortante de 54,15N,


considerando a tensão de ruptura do aço escolhido como 225MPa , a partir da tensão
de cisalhamento por flexão da peça, gerou um diâmetro extremamente pequeno,
ainda que o fator de segurança escolhido tenha sido de 5. Assim, com liberdade para
a escolha do diâmetro com base em características comerciais e a garantia do seu
superdimensionamento, optou-se por um eixo de 17mm de diâmetro, conforme a
modelagem ilustrada na figura 19.
41

Figura 19 – Modelagem 3D do eixo após dimensionamento. Cotas em milímetros.

Fonte: Autoria própria.

5.2.5 Mancais

Os mancais selecionados para a compra são do tipo flangeado para fixação


lateral, modelo KFL003. Material alumínio fundido e diâmetro de 17mm conforme o
eixo. Figura 20 mostra o mancal e cotas principais.

Figura 20 – Mancal KFL003. Cotas em milímetros.

Fonte: Autoria própria.


42

5.2.6 Montagem completa da estrutura

Dimensionados e modelados todos os componentes da estrutura, fez-se a


montagem 3D final das peças, como mostra a figura 21.

Figura 21 – Modelagem 3D da estrutura da máquina. Vista isométrica.

Fonte: Autoria própria.


43

5.3 MARTELO PENDULAR

O subsistema do martelo pendular é composto pelos elementos: haste, bucha


de ligação da haste com o eixo, cabeça do martelo, chapas de adição de massa e dos
cutelos tipo Izod e Charpy.

5.3.1 Haste

A haste é o componente que vai conferir ao martelo o comprimento efetivo


necessário para que adquira a energia requerida. Para a haste, utilizou-se um tubo
disponível de 1pol de diâmetro e parede de 1,5mm, com massa estimada de 300g. Na
figura 22 as dimensões e modelagem da peça.

Figura 22 – Modelagem e dimensões da haste em milímetros.

Fonte: Autoria própria.

5.3.2 Bucha de ligação da haste com o eixo

Este elemento é importante no alinhamento do martelo no plano perpendicular


à base, além de garantir que todo o sistema do pêndulo esteja fixado com o eixo, sem
haver deslizamentos e perdas de energia por atrito. Figura 23.
44

Figura 23 – Modelagem e dimensões em milímetros da bucha da haste.

Fonte: Autoria própria.

A bucha estará ajustada no diâmetro do eixo e um parafuso prisioneiro de 6mm


será responsável por fixar as duas peças, evitando o deslizamento lateral. No
quadrilátero plano será soldada uma extremidade da haste do martelo. Esta peça,
figura 23, foi dimensionada em aço SAE 1020, devido a baixa solicitação de cargas.

5.3.3 Cabeça do martelo

Elemento que compõe a outra extremidade da haste do martelo e é responsável


por receber o cutelo de impacto. Como a máquina foi projetada para realizar ambos
os ensaios Charpy e Izod, então esta peça deve garantir que os diferentes cutelos
para o choque sejam intercambiáveis, além de compor a massa calculada para atingir
a energia necessária de impacto.

Na figura 24 observa-se as dimensões em milímetros, assim como as furações


para a fixação dos cutelos de impacto e das chapas laterais de adição de massa. A
extremidade da haste será fixada permanentemente por soldagem. Esta peça foi
projetada em aço SAE 1020 e a sua massa virtual é de 0,797kg.
45

Figura 24 – Modelagem e dimensões em milímetros da cabeça do martelo.

Fonte: Autoria própria.

5.3.4 Chapas de adição de massa

As chapas laterais de adição de massa possuem duas exclusivas funções:


conferir massa ao pêndulo e garantir que o centro de massa do martelo esteja no
ponto de impacto do cutelo. Para tanto, este componente possui massa virtual de
1,035kg, que concederá a energia necessária ao martelo, e deve possuir também
configuração simétrica para centralizar o centro de gravidade do conjunto. Na figura
25 observa-se a modelagem e dimensões da peça, que foi projetada em aço SAE
1020. Em posterior seção, a soma das massas dos componentes do martelo e o centro
de gravidade do percurso.
46

Figura 25 – Chapas laterais de adição de massa. Cotas em milímetros.

Fonte: Autoria própria.

5.3.5 Cutelos Izod e Charpy

Em acordo com os parâmetros de projeto definidos na seção 4 deste trabalho,


os quais delimitam as características dimensionais das peças da máquina,
desenvolveu-se os cutelos de impacto para o ensaio do tipo Izod e do tipo Charpy.
Ambas as peças foram projetadas em aço SAE 1045 e suas dimensões são
apresentadas nas figuras 26 e 27.

Figura 26 – Modelagem 3D de cutelo Izod e dimensões em milímetros.

Fonte: Autoria própria.


47

Figura 27 – Modelagem 3D de cutelo Charpy e dimensões em milímetros.

Fonte: Autoria própria.

5.3.6 Massa e centro de gravidade do martelo

Como proposto no item 5.3.4 e na tabela 6, a massa do martelo com o cutelo


Charpy, assim como com o Izod, deve ser de 3kg. Outra característica fundamental é
que a configuração do martelo deve proporcionar que o centro de gravidade deste
esteja no ponto de impacto de ambos os cutelos. As figuras 28 e 29 transparecem o
martelo com ambos os cutelos e seus centros de gravidade.

Para cada configuração do martelo de impacto, observa-se que as massas são


de 2,979kg e 2,964kg, respectivamente para o cutelo Charpy e o cutelo Izod. Salienta-
se ainda que serão acrescidos 20g pelos elementos de fixação, complementando a
massa para o que foi projetado.
48

Figura 28 – Conjunto do martelo com cutelo Charpy. Massa e centro de gravidade apresentados.

Fonte: Autoria própria.

Figura 29 – Conjunto do martelo com cutelo Izod. Massa e centro de gravidade apresentados.

Fonte: Autoria própria.

5.3.7 Montagem completa do martelo pendular

Ao fim do dimensionamento e modelagem de todos os componentes do


subsistema do martelo pendular, fez-se a montagem das peças, como exposto na
figura 30, finalizando esta etapa do projeto.
49

Figura 30 – Modelagem 3D do martelo pendular com todos os componentes.

Fonte: Autoria própria.


50

5.4 MECANISMO DE TRAVAMENTO E SOLTURA

Este mecanismo é um subsistema essencial da máquina, o qual proporciona a


liberação do pêndulo da altura inicial, sem promover qualquer aceleração inicial ao
martelo e garantindo o início da trajetória a partir do repouso. As normas que
referenciam este trabalho não delimitam qualquer tipo de sistema ou configuração
para o mecanismo, apenas o seu posicionamento em relação à altura da estrutura da
máquina.

Atendendo as funções propostas para este mecanismo, um sistema simples de


alavanca foi desenvolvido, de modo a liberar o martelo de sua altura de queda a partir
do repouso. O princípio de funcionamento é básico: na haste há um furo pelo qual a
alavanca trava o pêndulo no ângulo de queda determinado. Quando acionada a
alavanca, seu movimento libera o martelo e este começa sua trajetória. Na figura 31,
a modelagem em 3D da peça com dimensões em milímetros. Na figura 32 a
montagem completa do subsistema na máquina.

Figura 31 – Alavanca projetada. Dimensões em milímetros.

Fonte: Autoria própria.


51

Figura 32 – Mecanismo de travamento e soltura posicionado na máquina. Alavanca destacada em


verde.

Fonte: Autoria própria.

5.5 PONTEIRO E PLACA GRADUADA

Este subsistema é o responsável por apresentar ao operador os dados


produzidos pelo ensaio realizado. Para tal, um mecanismo analógico de ponteiro e
placa graduada foi escolhido pelo baixo custo, facilidade de confecção e aplicação e
simplicidade de calibração. Os componentes básicos são: placa graduada, eixo do
ponteiro e o próprio ponteiro.
52

5.5.1 Placa graduada

Para a graduação da placa, observa-se que, para cada ângulo α de rebote, uma
altura de rebote hr é obtida. Assim, a partir da equação (2) na seção 3, realizou-se
uma planilha com as energias de 0 a 22J e incremento de 0,5J, gerando como
resultado os ângulos de rebote α para cada incremento. Tabela 7.

Tabela 7 – Cálculo e determinação das graduações com escala em Joule.


Energia de Ângulo Energia de Ângulo Energia de Ângulo Energia de Ângulo
impacto α impacto α impacto α impacto α

21,5 J 16,8° 16,0 J 60,6° 10,5 J 88,7° 5,0 J 116,4°

21,0 J 23,8° 15,5 J 63,4° 10,0 J 91,1° 4,5 J 119,1°

20, 5 J 29,2° 15,0 J 66,1° 9,5 J 93,5° 4,0 J 121,9°

20,0 J 33,9° 14,5 J 68,7° 9,0 J 96,0° 3,5 J 124,9°

19,5 J 38,0° 14,0 J 71,3° 8,5 J 98,4° 3,0 J 127,9°

19,0 J 41,8° 13,5 J 73,9° 8,0 J 100,9° 2,5 J 131,0°

18,5 J 45,4° 13,0 J 76,4° 7,5 J 103,4° 2,0 J 134,3°

18,0 J 48,7° 12,5 J 78,9° 7,0 J 105,9° 1,5 J 137,9°

17,5 J 51,8° 12,0 J 81,3° 6,5 J 108,5° 1,0 J 141,6°

17,0 J 54,9° 11,5 J 83,8° 6,0 J 111,0° 0,5 J 145,7°

16,5 J 57,8° 11,0 J 86,2° 5,5 J 113,7° 0,0 J 150,0°

Fonte: Autoria própria.

Determinadas as escalas, modelou-se o painel em material polipropileno


acrílico com o escalonamento das graduações extrudadas na placa, como mostra a
figura 33.
53

Figura 33 – Placa graduada com escalas extrudadas.

Fonte: Autoria própria.

5.5.2 Eixo do ponteiro

Para o mecanismo, necessita-se de um eixo preso à estrutura para possibilitar


ao ponteiro percorrer a trajetória circular do eixo em balanço. Uma alusão a um mancal
de deslizamento, conforme mostra a figura 34 com a peça dimensionada e modelada
em aço SAE 1020.

Figura 34 – Eixo do ponteiro. Dimensões em milímetros.

Fone: Autoria própria.


54

5.5.3 Ponteiro

O ponteiro é o responsável por demarcar a energia de impacto no painel


graduado. Este é acionado pelo pêndulo quando começa a trajetória de rebote. Como
o sistema é analógico e simplificado, um pequeno ponteiro em aço SAE 1020 soldado
ao mancal deslizante foi dimensionado e modelado, como mostra a figura 35.

Figura 35 – Ponteiro do painel graduado. Dimensões em milímetros.

Fonte: Autoria própria.

5.5.4 Montagem completa do mecanismo do ponteiro

Todos os componentes dimensionados e modelados, fez-se uma montagem


completa do subsistema de placa graduada e ponteiro, como vê-se na figura 36. Ao
eixo, uma extensão fixada por parafuso será o componente responsável por arrastar
o ponteiro durante a oscilação do pêndulo até o ponto da altura de rebote,
proporcionando a marcação da energia absorvida de impacto do corpo de prova.
55

Figura 36 – Montagem do mecanismo de placa graduada e ponteiro.

Fonte: Autoria própria.

5.6 MODELAGEM COMPLETA DA MÁQUINA DE IMPACTO

Dimensionados e modelados todos os componentes de cada subsistema da


máquina de impacto seguindo os parâmetros estabelecidos pelas normas ASTM
D256-10 e ASTM D6110-18, torna-se possível a montagem completa da máquina em
software de modelagem 3D. Na figura 37, observa-se o resultado obtido e previsão do
produto final após construção.

Para cada tipo de ensaio, Izod ou Charpy, a única alteração necessária é a do


cutelo de impacto para o respectivo modelo, como exposto na seção 5.3.5.
56

Figura 37 – Montagem completa de todos os componentes da máquina.

Fonte: Autoria própria.


57

6. FABRICAÇÃO

Para a etapa de fabricação das peças da máquina de ensaios de impacto,


elaborou-se uma sequência lógica a partir de cada subsistema. Primeiro, os
componentes da estrutura foram confeccionados, já que esta é o cerne para os outros
mecanismos. A partir de então, usinou-se cada elemento do martelo pendular, em
seguida do mecanismo de travamento e soltura e, ao fim, o sistema de painel
graduado e ponteiro.

Atento ao objetivo geral de construção de uma máquina de baixo custo,


priorizou-se em usinar cada elemento nas próprias dependências do Laboratório de
Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Vale do São Francisco. Todo o
maquinário e ferramental necessário para elaborar as mais diversas atividades fabris
estão disponíveis no local, com exceção de procedimentos específicos, como o corte
em plasma de chapas espessas, por exemplo.

Iniciando pela estrutura, o primeiro componente, a base, fora usinada em


empresa terceirizada a partir de corte plasma computadorizado, a fim de garantir a
plenitude da chapa e garantia das dimensões. O serviço custou R$100,00. Em
sequência, fez-se todas as furações na base para a fixação dos demais componentes.
Os pilares da estrutura, que são vigas em perfil U, foram adquiridos em empresa da
região por R$118,00. Estes foram cortados nas dimensões projetadas e usinados para
fixação dos mancais, os quais custaram R$120,00.

As demais peças da estrutura foram usinadas a partir de processos de


torneamento, fresamento, furação, soldagem e demais processos de fabricação.
Ressalta-se a aplicação de usinagem CNC nos suportes Charpy e Izod para garantia
do esquadro, alinhamento e dimensões. Todos os componentes citados foram
manufaturados a partir de matérias primas já existentes na instituição.

Para o martelo de impacto, as chapas de adição de massa laterais e a cabeça


do martelo, chapas de 3⁄8 ", foram também confeccionadas a partir de cortes por
plasma em máquina CNC, para assegurar às mesmas as dimensões projetadas e,
com isso, as massas requeridas para cada peça. Os três componentes custaram
R$25,00. Já as demais peças foram produzidas na própria instituição. Os cutelos de
impacto Charpy e Izod usinados em centro de usinagem CNC.
58

Único componente presente no mecanismo de travamento e soltura, a alavanca


fora também fabricada no Laboratório de Engenharia Mecânica. O mesmo para o
sistema de ponteiro e placa graduada. O painel, neste caso, fora fabricado por
completo no centro de usinagem CNC, para certificar a perfeita graduação e marcação
das escalas na chapa de acrílico.

Ao fim da fabricação de todas as peças e componentes de cada subsistema,


acoplou-os à estrutura a partir de fixação permanente por soldagem e também por
elementos de fixação, como parafusos e porcas. Os elementos de fixação custaram
R$26,40. Em seguida, para promover maior vida útil à máquina e prevenir contra a
oxidação e ação do tempo, lixou-se todas as superfícies da mesma e aplicou-se tinta
spray de alta aderência. Tinta e lixas por R$40,00.

Concluído todo o processo de revisão bibliográfica, parametrização,


dimensionamento, modelagem e fabricação, obteve-se a primeira versão da máquina
de impacto Charpy e Izod, conforme figura 38.

Figura 38 – Máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod após construção e montagem final.

Fonte: Autoria própria.


59

7. CALIBRAÇÃO

Como previsto no planejamento inicial, a etapa de calibração da máquina é


requerida para solucionar pequenos erros que pudessem surgir com a montagem e
também para assegurar que a mesma atenda aos requisitos das normas de
referência.

7.1 CHECKLIST

As normas ASTM D256-10 e ASTM D6110-18 trazem, como anexo, uma série
de procedimentos para aferição da perfeita construção da máquina. As medições e
verificações foram feitas e apresentadas na tabela 8.

Tabela 8 – Checklist para verificação de dimensões padrões da máquina pós fabricação.


Procedimentos Análise Solução

Adição de tiras de
Aferir se a máquina “anda” na horizontal quando em operação. Não ok
EVA nos pés

Aferir o comprimento efetivo do pêndulo Não ok Adição de massa

Balanceamento
Verificar se o ponteiro permanece estável após o rebote Não ok
do eixo
Reposicionamento
Aferir o ângulo de queda – 60º Não ok
da alavanca

Aferir se há diferença de altura entre suporte Izod fixo e móvel Ok x

Verificar se o corpo de prova compreende toda a superfície do


Ok x
suporte Charpy

Verificar raio dos cutelos de impacto Charpy e Izod Ok x

Medir a distância vertical do sistema de travamento – 610mm Ok x

Verificar a plenitude da base através de um level Ok x

Verificar o nivelamento dos pilares Ok x

Fonte: ASTM D256, 2010.


60

7.1.1 Movimento horizontal da máquina

Conforme a ASTM D256-10, em seu anexo referente a calibração da máquina,


o pêndulo não pode, em hipótese alguma, “andar” na superfície em que esteja
apoiado. Esta discrepância foi notada na máquina e solucionada ao adicionar tiras de
EVA aos pés, figura 39, impedindo o movimento horizontal e consequente dissipação
de energia.

Figura 39 – Aumento do atrito da máquina com a superfície ao adicionar EVA aos pés.

Fonte: Autoria própria.

7.1.2 Verificação do comprimento efetivo do pêndulo

O comprimento efetivo real do pêndulo, que é a distância entre o centro de


rotação do eixo com o ponto de impacto do cutelo, pode ser medido através da
equação (ASTM D256, 2010):

g
L = ( ⁄4π2 ) ∙ P 2 (8)

Na equação (8), L é o comprimento efetivo real do pêndulo e P o período, em


segundos, de uma trajetória completa medida através da média de vinte oscilações
consecutivas. O ângulo de oscilação deve ser pequeno, em torno de 5°, para o uso
desta equação. Foram feitas cinco medições do período de vinte oscilações, calculou-
61

se a média destes e, ao se dividir por vinte, obteve-se o tempo em segundos para


uma oscilação. Dados na tabela 9.

Tabela 9 – Tempos coletados na medição de 20 oscilações do pêndulo.


1ª Medição 2ª Medição 3ª Medição 4ª Medição 5ª Medição

24,73 s 24,70 s 24,61 s 24,81 s 24,74 s

Média 24,72 ± 0,07 s

Tempo de uma
1,24 s
oscilação

Fonte: Autoria própria.

Então, com o tempo de uma oscilação medido na tabela 9, a partir da equação


(8), tem-se que o comprimento efetivo real do pêndulo é de 382mm. Uma discrepância
de 18mm para o comprimento de projeto, ainda que esteja dentro dos parâmetros da
norma, que delimita um comprimento efetivo entre 325 e 406mm. Esta diferença entre
o comprimento real do projetado gera um erro na capacidade energética na ordem de
5%, mais precisamente 1J de energia a menos.

Como medida corretiva, recalculou-se a massa necessária para conceder ao


pêndulo capacidade energética de 22J através da equação (2) na seção 3, desta vez
usando o comprimento efetivo real. Ao fim, tem-se que uma massa de 146g deve ser
adicionada ao pêndulo para corrigir e calibrá-lo neste quesito, mostrada na figura 40.

Figura 40 – Massa corretiva adicionada em cada chapa lateral do martelo.

Fonte: Autoria própria.


62

7.1.3 Verificação da estabilidade do ponteiro

A trajetória do pêndulo, quando no rebote, promove o deslocamento do


ponteiro, mecanismo apresentado na seção 5. Entretanto, dois quesitos devem ser
observados no sistema: atrito mínimo suficiente para desacelerar o ponteiro após ser
empurrado e a estabilidade do ponteiro no local de marcação após ser deslocado pelo
martelo. O primeiro quesito foi solucionado ao refazer as peças 5.5.2 e 5.5.3,
removendo a excentricidade que havia no eixo do ponteiro.

A estabilidade do ponteiro no ponto de marcação da energia, por sua vez, é


garantida se o mesmo estiver balanceado. Da forma como projetado e fabricado, o
centro de gravidade do ponteiro estava deslocado do seu eixo, figura 41a, o que
gerava um momento de inércia e provocava a flutuação do ponteiro quando em
operação. Para corrigir este problema, um novo ponteiro foi modelado, figura 41b,
desta vez com menores dimensões e menor massa. Além desta medida, uma massa
de contrabalanceamento foi adicionada na superfície diametralmente oposta, para
balancear o eixo.

Figura 41 – Correção da precisão do ponteiro: (a) primeiro ponteiro projetado. Centro de gravidade
deslocado do eixo gerando momento de inércia. (b) Correção ao reduzir o tamanho do ponteiro e
adicionar carga de contrabalanceamento. Centro de gravidade no eixo.

Fonte: Autoria própria.


63

7.1.4 Aferição do ângulo de queda

Ao adicionar a massa calculada na seção 7.1.2, notou-se que a máquina ainda


não estava completamente calibrada. Ou seja, o pêndulo, quando solto da posição
inicial e oscilando livremente, empurrava o ponteiro na escala de 21J, em vez de 22J.
Assim, calculou-se o ângulo de queda para esta energia a partir da equação (9):

𝐸−𝑚𝑔𝐿
𝛽 = sin−1( ) (9)
𝑚𝑔𝐿

Pela equação (9), teve-se como resultado um ângulo de queda β de 51º, em


vez dos 60º de projetado. Ao medir este ângulo com o uso do goniômetro, confirmou-
se a previsão, sendo necessário corrigir o ângulo de queda. Figura 42.

Figura 42 – Correção do ângulo de queda pela alteração do ponto de rotação da alavanca.

Fonte: Autoria própria.


64

8. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Passados todos os processos de levantamento bibliográfico, parametrização,


dimensionamento, modelagem, fabricação, calibração e validação, obteve-se,
finalmente, o produto esperado. As figuras 43 e 44 apresentam o resultado
conquistado: a máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod em materiais
poliméricos.

Figura 43 – Máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod em materiais poliméricos. Isométrica.

Fonte: Autoria própria.


65

Figura 44 – Máquina de ensaios de impacto Charpy e Izod em materiais poliméricos. Frontal.

Fonte: Autoria própria.

O seu desenvolvimento permeou, em todas as etapas, o objetivo de produzir


uma máquina de baixo custo. Na tabela 10, um levantamento de todos os custos
envolvidos na fabricação da máquina.
66

Tabela 10 – Custo total para o desenvolvimento da máquina de impacto.


Descrição Preço

Viga R$ 118,00
Chapas R$ 125,00
Mancais R$ 120,00
Parafusos e porcas R$ 26,40
Tinta R$ 40,00
Total R$ 429,40
Fonte: Autoria própria.

O valor total para o completo desenvolvimento da máquina foi de R$ 429,40.


Em pesquisa dos preços praticados pelas empresas que comercializam o mesmo tipo
de produto, seguindo as mesmas normas, com única diferença relacionada à
possibilidade de instrumentação da máquina, apresentadas na figura 45, obteve-se o
orçamento mostrado na tabela 11.

Figura 45 – Preço de máquinas fabricadas por empresas do ramo.

Fonte: Impacto Charpy/Izod em não metais.

Tabela 11 – Orçamento para aquisição de cada máquina apresentada na figura 45.

Fonte: Impacto Charpy/Izod em não metais.


67

Na tabela 11, os serviços oferecidos por R$ 5500,00 envolvem despesas de


viagem para um funcionário da empresa instalar a máquina e aplicar um treinamento
inicial. Sem contar com o frete de R$ 4800,00 para uma máquina de dimensões
reduzidas. Portanto, ao se comparar o valor total da máquina de ensaios de impacto
desenvolvida neste trabalho e as comercializadas no mercado laboratorial nacional,
observa-se uma diferença de 18033,57% entre os preços.
68

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de desenvolvimento de uma máquina para realização de ensaios


de impacto do tipo Charpy e Izod, tema do presente trabalho, abrange variáveis além
das envolvidas especificamente em projetos de máquinas. O planejamento deve
seguir, à risca, as normas universais que padronizam esta prática, a fim de qualificar
a máquina e assegurar a aplicabilidade dos seus resultados. Para tanto, este projeto
baseou-se nas normas americanas ASTM D256-10 e ASTM D6110-18.

Não somente a fabricação da máquina era requerido como meta, mas também
a sua concepção a partir de custos baixos. O uso dos materiais, ferramentas e
maquinário disponíveis no próprio Laboratório de Engenharia Mecânica da
Universidade Federal do Vale do São Francisco reduziu as despesas ao valor
montante de R$ 429,40, consideravelmente inferior ao valor praticado pelas empresas
nacionais, as quais cobram, em média, R$ 75000,00 pelo mesmo produto.

Para garantir que a máquina, além de barata, tenha a sua função exercida
dentro das tolerâncias requeridas pelas normas, foi realizada uma aguda calibração,
a ponto de ser necessário o retrabalho em determinadas peças, tanto no
dimensionamento e modelagem 3D, como também na própria usinagem. Ao fim,
atestando o desempenho esperado, realizou-se um ensaio de impacto em poliamida
e comparou-se com valores médios de energia de impacto para este material,
validando, portanto, a máquina desenvolvida.
69

REFERÊNCIAS

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (ASTM). Standard D256-10.


Standard test methods for determining the Izod pendulum impact resistance of
plastics. Pennsylvania: ASTM, 2010.

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (ASTM). Standard D6110-


18. Standard test method for determining the Charpy impact resistance of
notched specimens of plastics. Pennsylvania: ASTM, 2018.

BUDYNAS, R. G.; NISBETT, J. K. Elementos de máquinas de Shigley. 10. ed. Porto


Alegre: AMGH, 2016. 1073 p.

CALLISTER, W. D. Jr. Materials science and engineering: an introduction. New


York: John Wiley and Sons. Inc., 1994.

CALLISTER, W. D. Jr. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5. ed.


Rio de Janeiro: LTC, 2000.

DIETER, G. E. Jr. Mechanical metallurgy. New York: McGraw-Hill, 1961. 615 p.

GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. Ensaios dos materiais. 2. ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2012. 365 p.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física: mecânica. Vol.


1. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. 349 p.

HAYDEN, H. W.; MOFFAT, W. G.; WULFF, J. The structure and properties of


materials: mechanical behavior. Vol. 3. New York: Wiley, 1965.

IPIÑA, J. E. P. Transição dúctil-frágil: análise estatística de resultados, avaliação de


um valor mínimo e estudo do limite com o upper-shelf. 2011. 104f. Tese (Doutorado
em Mecânica) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.

SILVA, F. A. Tenacidade de materiais compósitos não convencionais. 2004. 234f.


Dissertação (Mestrado em Ciências de Engenharia Civil) – Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

SOUZA, S. A. Ensaios mecânicos de materiais metálicos. 5. ed. São Paulo: Edgar


Blücher, 1982. 286 p.

TORK, Laboratórios. Ensaio de impacto Charpy e Izod. Disponível em:


<https://laboratorios-tork.com.br/servicos/testes-em-materiais/ensaio-de-impacto-
charpy-e-izod/>. Acesso em: 10 jun. 2018.

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