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X i X i v i X i X i v X i v i v (5.1.1)
t t
onde o segundo termo do lado direito é balanço local de massa do componente i transportada com
a mistura (advecção de massa) e o terceiro termo representa o transporte por difusão do
componente i com relação à mistura, que se desloca com a velocidade média mássica. O fluxo de
massa:
Ji X i v i v (5.1.2)
é o fluxo de massa de difusão, o qual pode ser expresso pela Lei de Fick por meio da equação
(3.3.8). Expandindo os operadores diferenciais no lado direito da equação (5.1.1), temos:
X
X i X i v Ji X i i v X i X i v Ji (5.1.3)
t t t
Pela equação de conservação da massa global, equação (4.3.12), é possível verificar que:
Xi X i v X i v 0 (5.1.4)
t t
Desta forma, a equação de conservação da massa do componente i pode ser escrita como:
DXi
Ji Ri (5.1.5)
Dt
1
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onde
DXi X i
v X i (5.1.6)
Dt t
D
v 0 (5.1.7)
Dt
cx i cx i v i ri (5.1.8)
t
onde ri é a taxa com que moléculas do componente i são produzidas ou consumidas por unidade
de volume. Retomando a definição do fluxo molar de difusão como:
ji cx i v i v * (5.1.9)
o qual também pode ser escrito a partir da Lei de Fick pela equação (3.3.12), temos que a equação
(5.1.8) pode ser escrita na forma:
cx i cx i v * ji ri (5.1.10)
t
Ao contrário da equação (5.1.5), a equação acima não pode ser escrita em função da
derivada material, uma vez que o termo advectivo contém a velocidade média molar e não a média
mássica. De qualquer forma, ambas as equações podem servir como ponto de partida para a
derivação de relações mais simplificadas e específicas para a solução de uma determinada classe de
problemas. Como será detalhado à frente, em alguns casos, é mais conveniente trabalhar com a
equação de transporte na base molar do que na base mássica e vice-versa. Para escrever as
equações (5.1.5) e (5.1.10) em uma forma em que possam ser resolvidas, é preciso dispor de
relações constitutivas para os fluxos difusivos em função da concentração.
Substituindo a Lei de Fick, a equação (5.1.5) pode ser escrita na forma:
X i
v X i Di,eff X i Ri
(5.1.11)
t
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ou, na forma conservativa, isto é, incorporando a conservação da massa global:
X i X i v Di,eff X i Ri
(5.1.12)
t
cx i cx i v * cDi,eff x i ri
(5.1.13)
t
As expressões equivalentes às equações (5.1.11) a (5.1.13) para uma mistura binária são
dadas por:
X1
v X1 D12X1 R1 (5.1.14)
t
X1 X1v D12X1 R1 (5.1.15)
t
cx1 cx1v * cD12x1 r1 (5.1.16)
t
As equações (5.1.14) a (5.1.16) servem de ponto de partida para a dedução de formas mais
compactas e simplificadas das equações de conservação da massa do componente i na base mássica
e na base molar. As equações escritas em notação aberta nos sistemas de coordenadas cartesianas,
cilíndricas e esféricas são apresentadas no Apêndice A.
Em quaisquer das formas apresentadas acima, as equações de conservação dependem de
condições iniciais e de contorno para que sejam integradas e forneçam os perfis de concentração.
No presente texto, as condições de contorno para os problemas de difusão de calor e massa serão
estabelecidas em conjunto com equações de conservação de massa e energia aplicadas na interface
entre dois meios adjacentes. As considerações acerca do equilíbrio termodinâmico em uma
interface apresentadas no Capítulo 2 irão complementar o desenvolvimento de relações para as
condições de contorno.
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xIi,A KixIi,B (5.2.1)
onde n̂k é o vetor unitário normal apontando para fora do volume de controle interfacial, na face do
meio k (k = L,G). i,k é a concentração mássica do componente i no meio k. Ri é a taxa de produção
(ou de consumo) de massa do componente i na interface, por unidade de área (kg(i)/s.m2). zI é o
vetor posição do elemento de área interfacial entre os meios com relação a um referencial inercial.
Desta forma, sua derivada representa a taxa com que a interface entre os meios se desloca com
relação a este referencial e os termos entre parênteses são as velocidades relativas do soluto i nos
meios k com relação à interface. Ao definir os vetores fluxo de massa total do componente i
relativos à interface em ambos os meios por:
d zI
mI,i,k i,k v i,k (5.2.3)
dt
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VCI
d zI Ri
i,L v i,L
dt d zI
i,G v i,G
dt
zI
Meio L Meio G
n̂L n̂G
dAI
temos que a equação (5.2.2) pode ser escrita na forma (por unidade de área dAI):
mI,i,L n̂L mI,i,G n̂G Ri 0 (5.2.4)
Tomando o sentido positivo como aquele que aponta para fora do meio L, tal que n̂L n̂ e
n̂G n̂ , temos a equação de balanço em função dos componentes do vetor fluxo de massa relativo à
interface na direção do vetor normal:
ou seja:
onde v i,k ,n e z I,n são os resultados dos produtos escalares dos vetores velocidade do componente i e
taxa de deslocamento da interface com o vetor unitário n̂ .
Da definição do fluxo mássico total (advecção mais difusão) do componente i dado pelas
equações (3.3.5) e (3.3.6), temos que (na interface):
X i,k †
mi,k i,k v i,k ,n i,k v k ,n kDi,eff ,k (5.2.7)
n I
†
Por conveniência, o gradiente na direção do vetor normal será sempre denotado neste texto por n
, onde n̂ pode ser
decomposto nas direções do sistema de coordenadas adotado. O leitor deve estar atento ao fato de que, nos sistemas
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Substituindo a equação acima na equação (5.2.5) ou na (5.2.6), para k = L,G, temos:
Xi,L X
i,L vL ,n z I,n LDi,eff ,L i,G v G,n z I,n GDi,eff ,G i,G Ri 0 (5.2.8)
n I n I
VCI
d zI
L v L
dt d zI
G v G
dt
zI
Meio L Meio G
n̂L n̂G
dAI
Analogamente, definindo os vetores fluxo de massa total da mistura com relação à interface
em ambos os meios por:
d zI
mI,k k v k (5.2.10)
dt
temos que:
de coordenadas cilíndricas e esféricas, os componentes do vetor gradiente de uma função escalar nas direções e são
dados por 1r e r sin1 .
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mI,L n̂L mI,G n̂G 0 (5.2.11)
e efetuando os produtos escalares com a mesma convenção para o sentido positivo da coordenada
normal à interface n, temos que o fluxo de massa da mistura é tal que:
ou seja:
A relação acima aponta que a massa total da mistura se conserva ao atravessar uma
interface entre fases, visto que a interface é suposta sem espessura. Na equação (5.2.12), v k ,n é o
resultado do produto escalar do vetor velocidade média mássica da mistura com o vetor n̂ .
Em função das equações (5.2.12) e (5.2.13), podemos reescrever a equação (5.2.8) como:
Xi,L X
XIi,LmI LDi,eff ,L XIi,GmI GDi,eff ,G i,G Ri 0 (5.2.14)
n I n I
onde:
i,k
X Ii,k (5.2.15)
k I
Xi,L X
XIi,LmI LDi,eff ,L XIi,GmI GDi,eff ,G i,G (5.2.16)
n I n I
onde os primeiros termos em ambos os lados são termos de transporte de massa interfaciais por
advecção (com relação à interface) e os demais são devidos ao transporte de massa por difusão. A
combinação de ambos são os fluxos de massa interfaciais totais do componente i em cada fase.
Equações análogas às obtidas acima podem ser escritas também na base molar. Partindo do
princípio de conservação da massa na base molar para o componente i aplicado na interface:
d zI d zI
ci,L vi,L n̂L dAI ci,G vi,G n̂GdAI ridAI 0 (5.2.17)
dt dt
x i,L x
x Ii,LnI,L cLDi,eff ,L x Ii,GnI,G cGDi,eff ,G i,G ri 0 (5.2.18)
n I n I
onde:
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d zI
nI,k c k v *k (5.2.20)
dt
c i,k
x Ii,k (5.2.21)
ck I
Note que, a rigor, o balanço de massa interfacial da mistura, equação (5.2.13), não pode ser
estendido para a base molar. Isto é devido ao fato de que o número de moles pode não se
conservar, por exemplo, quando existir uma reação química na interface (a chamada reação
química heterogênea). Assim, o balanço molar da mistura na interface é escrito na forma:
N
nI,L n̂L nI,G n̂G ri 0 (5.2.22)
i1
onde o terceiro termo do lado esquerdo da equação acima só será nulo quando não existir uma
reação química na interface ou quando, na presença de uma reação, esta for tal que o número de
moles dos reagentes seja igual ao número de moles dos produtos.
As equações (5.2.14) e (5.2.18) são as formas gerais (nas bases mássica e molar) da condição
de contorno para a transferência de massa de uma determinada espécie i no acoplamento entre
dois meios. Formas simplificadas destas condições podem ser obtidas para casos especiais que
ocorrem com freqüência na prática. Tais situações são exemplificadas nas seções a seguir para duas
classes de problemas em transferência de massa: as condições de baixas e altas taxas de
transferência, respectivamente. As condições de baixas taxas de transferência são aquelas em que a
parcela advectiva do fluxo de massa na direção normal à interface é desprezível. Obviamente, em
contrapartida, nas condições de altas taxas de transferência, os fluxos na direção normal não são
desprezíveis. Como deverá ficlar claro mais adiante, tais fluxos podem ser forçados externamente
(como na sucção ou na injeção de um gás por meio de uma parede porosa no escoamento de uma
mistura paralelamente a ela), ou induzidos pelo próprio processo de difusão. Nesse último caso, a
magnitude dos fluxos interfaciais depende de uma série de fatores, como a volatilidade dos
compostos, a difusividade mássica e o próprio estado físico do meio em questão,ou seja, se o meio
é um sólido, um líquido ou um gás.
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representação esquemática em termos das frações mássicas seria idêntica, bastando substituir os
símbolos x por X no diagrama.
x1
xI1,L 1
x 1 ,L
xI1,G 1 x 1 ,G
0 n
Meio L Meio G
n̂L n̂G
dAI
Figura 5.3. Perfis de fração molar para o composto 1 infinitamente diluído no meio G.
x 1,G
x I1,LnI x I1,GnI cGD12,G (5.2.23)
n I
X1,G
XI1,LmI XI1,GmI GD12,G (5.2.24)
n I
Com a hipótese de que a fase L é uma substância pura, temos que XI1,L 1 e xI1,L 1 , e pela
condição imposta no equilíbrio termodinâmico na interface, temos que XI1,G 1 e xI1,G 1 . Desse
modo, as equações (5.2.23) e (5.2.24) se reduzem a:
x 1,G
nI nI,1 c GD12,G (5.2.26)
n I
X1,G
mI mI,1 GD12,G (5.2.27)
n I
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ou seja, o fluxo interfacial da mistura é o próprio fluxo individual do componente 1, visto que o
componente 2 não é transportado através da interface. Evidenciando nas equações (5.2.26) e
(5.2.27) a taxa de deslocamento da interface, temos as seguintes relações:
x 1,G
cL z I,n cL v *L ,n cGD12,G (5.2.28)
n I
X1,G
L z I,n L vL ,n GD12,G (5.2.29)
n I
as quais podem ser utilizadas para se determinar a taxa de deslocamento da interface com relação a
um referencial fixo, desde que se conheça a taxa com que o soluto 1 avança em direção à interface
pelo lado da fase L (a qual é representada pelo primeiro termo do lado direito do sinal). Por outro
lado, no caso em que há evaporação e a interface se mantém fixa em relação ao referencial inercial,
z I,n 0 , o fluxo do soluto 1 em direção à interface pela fase L é igual ao fluxo difusivo de 1 na fase G.
v G , Xi,G
X i,L XIi,L 1
XIi,G 1 X i ,G
0 n
Meio L Meio G
n̂L n̂G
dAI
Figura 5.4. Perfis de fração mássica para o composto i na condição de baixos fluxos.
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Para um sistema de referência que se desloca com a interface, ou para uma interface parada
com relação ao referencial inercial, o balanço de massa interfacial do soluto i escrito nas bases
mássica e molar é dado pelas formas simplificadas das equações (5.2.14) e (5.2.18), isto é,
desprezando a reação heterogênea e os termos advectivos:
Xi,L X
LDi,eff ,L GDi,eff ,G i,G (5.2.30)
n I n I
x i,L x
cLDi,eff ,L cGDi,eff ,G i,G (5.2.31)
n I n I
Xi,k
m,k XIi,k X i,k kDi,eff ,k (5.2.32)
nk I
~ x I x c D x i,k
(5.2.33)
nk
m ,k i ,k i ,k k i ,eff ,k
I
para as bases mássica e molar, respectivamente. Nas equações acima, nk é direcionado para o
interior do meio k. No sistema SI, as unidades dos coeficientes de transferência de massa m ,k e
~ são [kg/m2.s] e [kmol/m2.s]. Note que a presença do índice superior “ ” servirá para diferenciar
m ,k
X i,L
L Di,eff ,L m,G X Ii,G X i,G (5.2.34)
n I
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x i,L
cLDi,eff ,L ~ m ,G x Ii,G x i,G (5.2.35)
n I
parâmetros do problema físico na fase adjacente àquela em que se deseja calcular o campo de
concentrações. Este comportamento é, por sua vez, função da própria difusão ou da convecção
(difusão mais advecção) de massa na região do meio k adjacente à interface (a camada-limite).
Em problemas envolvendo a convecção de massa em condições de baixas taxas de
transferência, o coeficiente de transferência de massa de fluxo zero pode ser determinado a partir
de relações da teoria de convecção, como por exemplo (Lienhard e Lienhard, 2005):
m,kL k ~ L
Shk m,k k f Rek , Sck (5.2.36)
kDi ,eff ,k ckDi ,eff ,k
m ,kLk ~ L
Shk m ,k k f Rak , Sck (5.2.37)
kDi ,eff ,k ckDi ,eff ,k
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x1
xI1,L 1
x 1 ,L
x I1 ,G
x 1 ,G
0 n
Meio L Meio G
n̂L n̂G
dAI
Figura 5.5. Perfis de fração molar para o composto 1 com altas e moderadas
frações molares no meio G.
Como a fração molar do componente 1 na interface não possui um valor desprezível frente à
unidade, a equação de acoplamento se reduz a:
x 1,G
nI x I1,GnI c GD12,G (5.2.38)
n I
ou:
1 x
nI nI,1 cGD12,G 1,G (5.2.39)
1 x1,G
I
n I
1 X
mI mI,1 GD12,G 1,G (5.2.40)
1 X1,G
I
n I
Neste caso, as diferenças de potencial da difusão de massa, xI1,G x1,G e XI1,G X1,G , não são
desprezíveis e os fluxos difusivos por elas gerados podem ser significativos a ponto de desencadear
um fluxo advectivo na direção normal à interface. Tal fluxo, denominado de ‘efeito de sopro’ e
matematicamente representado pelo primeiro termo do lado direito da equação (5.2.38), é o
principal mecanismo de diferenciação entre as classes de problemas de altas taxas de transferência
e de baixas taxas de transferência. Entretanto, altas diferenças de potencial não são condições
exclusivas para a existência de um fluxo advectivo na direção normal. É necessário que o meio
possua, por exemplo, uma alta difusividade mássica (tal como uma mistura de gases) de modo a
facilitar o transporte na direção normal à interface. Em um sólido, onde a difusividade é baixa, o
efeito de sopro é inexistente já que o meio é estacionário.
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Note que as expressões equivalentes às equações (5.2.28) e (5.2.29) são dadas por:
cGD12,G x 1,G
cL z I,n cL v *L ,n (5.2.41)
1 x I1,G n I
GD12,G X1,G
L zI,n L vL ,n (5.2.42)
1 XI1,G n I
A Figura 5.6 ilustra o problema de altas taxas de transferência equivalente àquele descrito
na Figura 5.4, ou seja, há perfis de concentração em ambas as fases e os fluxos advectivos da
mistura (na direção n̂ ) com relação ao referencial fixo não são desprezíveis. A representação
esquemática em termos das frações mássicas seria idêntica, bastando substituir os símbolos x por X
no diagrama.
Xi
v G , Xi,G
X i,L
X Ii,L X Ii,G
X i ,G
0 n
Meio L Meio G
n̂L n̂G
dAI
Os balanços interfaciais com relação à interface para ambas as bases são dados por:
x i,L x
x Ii,LnI cLDi,eff ,L x Ii,GnI cGDi,eff ,G i,G (5.2.43)
n I n I
Xi,L X
XIi,LmI LDi,eff ,L XIi,GmI GDi,eff ,G i,G (5.2.44)
n I n I
Note que na ausência de reação heterogênea o fluxo molar total é conservado através da
interface. Assim, neste caso, nI nI,k . Antes de substituir a relação constitutiva da convecção no
lado da fase G nas equações (5.2.43) e (5.2.44), é importante avaliar a diferença entre os
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coeficientes de transferência de massa de fluxo zero e de fluxo finito. De uma forma geral, é
possível expressar a parcela difusiva do fluxo interfacial total em uma fase k em termos da relação
constitutiva da convecção. Assim, para as bases molar e mássica, temos que:
x
nI,i,k n̂k nI,i,k xIi,knI,k ckDi,eff ,k i,k xIi,knI,k ~ m,k xIi,k x i,k
(5.2.45)
n I
X
mI,i,k n̂k mI,i,k XIi,kmI kDi,eff ,k i,k XIi,kmI m,k XIi,k Xi,k
(5.2.46)
n I
onde m,k e ~ m ,k são os coeficientes de transferência de massa de fluxo finito, ou seja, definidos
levando em conta a presença de um fluxo de massa advectivo na direção normal à interface não-
nulo.
Graficamente, as variáveis envolvidas na definição dos coeficientes de transferência de
massa de fluxo finito podem ser representadas pela Figura 5.7. Considere inicialmente que não
exista fluxo de massa na direção normal à interface (condição de fluxo zero).
Xi
X Ii ,k
Xi,k nk
X i,k
0
nk
0
Na figura, que por simplicidade representa apenas a base mássica, o gradiente da fração
mássica na interface é dado por:
Xi,k
ta n (5.2.47)
nk I
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XIi,k X i,k
ta n (5.2.48)
0
onde 0 é a distância da interface na qual a tangente do perfil de frações mássicas corta a linha
X i,k X i,k e, fisicamente, representa uma primeira aproximação da ordem de grandeza da espessura
da camada limite de concentrações no meio k para a condição de fluxo zero. Caso a concentração
varie linearmente com relação à distância à interface, o que caracteriza um transporte de massa
desprezível ou inexistente na direção paralela à interface, 0 é igual a (a real espessura da
camada-limite). Combinando a equação (5.2.48) com a definição do coeficiente de transferência de
massa, equação (5.2.46), temos que:
kDi,eff ,k
0 (5.2.49)
m,k
cD
0 k~ i,eff ,k (5.2.50)
m,k
A existência de um fluxo de massa (ou molar) normal à interface, tal como numa situação de
altos fluxos, exerce alguma influência sobre o coeficiente de transferência de massa, uma vez que
este fluxo tenderá a distorcer o gradiente de concentrações junto à superfície. Na condição de
baixas taxas de transferência, onde o fluxo de massa advectivo na direção normal é desprezível e o
fluxo de massa do componente i é praticamente definido pela parcela difusiva, essa influência é
nula. Desse modo, temos que os coeficientes de transferência de massa de altos e baixos fluxos se
relacionam a partir da seguinte definição:
~ l i m ~ (5.2.52)
m ,k m ,k
nI,k 0
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reduzido (já que 0 E0 ). Quando o fluxo de massa total é no sentido oposto, ou seja, do meio k
para a interface, o perfil de concentrações é acentuado (aumento de θ), o que aumenta m,k (já que
C ). O comportamento é obviamente análogo para a base molar ~ .
0 0 m ,k
Xi
X Ii,k
mI 0
mI 0 mI 0
X i,k
0
nk
C0
0
E0
Figura 5.8. Perfis de fração mássica junto à interface nas condições de altos fluxos.
m ,k
m ,k
0 mI
m ,k
Figura 5.9. Influência do fluxo de massa sobre o coeficiente de transferência de massa.
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ou seja, quando o fluxo de massa é positivo (da interface para o meio, por exemplo, numa interface
líquido-vapor, caracterizando um fluxo de evaporação), temos que m,k m,k . Analogamente,
quando o fluxo de massa é negativo (do meio para a interface, caracterizando um fluxo de
condensação) temos que m,k m,k . Da mesma forma, na base molar:
~ nI,k ~
~ exp n
m ,k m ,k
~ 1 (5.2.54)
m ,k I,k m ,k
Xi,S X
SDi,eff ,S GDi,eff ,G i,G (5.2.55)
n I n I
x i,S x
c SDi,eff ,S cGDi,eff ,G i,G (5.2.56)
n I n I
X i,S
SDi,eff ,S m XIi,G Xi,G (5.2.57)
n I
ou:
x i,S
c SDi,eff ,S ~ m xIi,G x i,G (5.2.58)
n I
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Xi
v G , Xi,G
X i ,S XIi,S 1
XIi,G 1 X i ,G
0 n
Meio S Meio G
n̂S n̂G
dAI
Figura 5.10. Perfis de fração mássica para o composto i infinitamente diluído nos meios S e G
(no meio G ocorre convecção).
Por conveniência, na análise que segue abaixo, tomemos a equação na base molar. Com o
intuito de quantificar os efeitos dominantes sobre o balanço interfacial, tomemos a equação
(5.2.58) na forma adimensional. Sendo a distância da interface adimensional dada por:
n
(5.2.59)
LS
x i,G
x i,S
Ki
i,S (5.2.60)
x i,G
x i,S
0
Ki
onde Ki é o coeficiente de partição. Note que o valor de i,S é normalizado entre 0 e 1. O segundo
termo no numerador e no denominador da equação (5.2.60) representa a fração molar que teria o
meio S se em equilíbrio termodinâmico estivesse com o meio G a x i,G . x i0,S é o valor mais extremo
(máximo ou mínimo) assumido pela fração molar do meio S no problema em questão. Por exemplo,
em um problema transiente, x i0,S corresponderia à fração molar no instante de tempo inicial, ou seja,
antes que se iniciasse o processo de transferência de massa. A Figura 5.11 ilustra o comportamento
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ao longo do tempo dos perfis de concentração em ambos os lados da interface, para uma situação
em que x i0,S x i,S .
x i,G
tempo
Meio S
x Ii,G t
x Ii,S t
Meio G
x i,S t tempo
x i0,S x i,S
t 0
i,S
Bim i,S 1 (5.2.61)
1
onde
x i,G
x Ii ,S
Ki
i ,S 1 (5.2.62)
x i,G
x i ,S
0
Ki
~ L K
Bim m S i
(5.2.63)
c SDi,eff ,S
LS
(5.2.64)
c SDi,eff ,S
20
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enquanto a resistência no meio G (convecção) é definida por:
1
~ K (5.2.65)
m i
Desta forma, quando Bim 1 , pode-se dizer que o processo de transferência de massa entre
os meios é controlado pela difusão de massa no meio S. Tal situação é típica de sistemas onde o
coeficiente de transferência de massa é elevado e a difusividade do meio é pequena. Assim, o
gradiente de concentrações no meio S junto à interface é acentuado. Note que um valor de Ki 0
(como, por exemplo, para gases pouco solúveis em H2O, como O2 e N2, onde KHe 1 ) também
contribui para que a razão entre as resistências se amplifique.
Alternativamente, para Bim 0 , o processo de transferência de massa é controlado pela
convecção no meio G. Neste caso, a difusividade no meio S é alta o bastante para que não exista
resistência ao fluxo do soluto até a interface, uniformizando o gradiente de concentrações no meio
S. Um coeficiente de transferência de calor baixo faz dificulta o transporte de soluto para longe da
interface, aumentando a espessura da camada-limite de concentrações no meio G.
A Figura 5.12 ilustra os perfis de concentração no contorno para os casos de número de Biot
de transferência de massa altos e baixos, respectivamente.
Interface Interface
Meio S Meio G Meio S Meio G
vk
x i ,S
x Ii,S vk
x i ,S
x Ii,G x Ii,S
x Ii,G
x i ,G
x i ,G
cD cD
0 G~ i,eff ,G 0 G~ i,eff ,G
m,G m,G
(a) (b)
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xIi,G x i,G (5.2.66)
x i,G
x
I
i ,S (5.2.67)
Ki
o que caracteriza uma condição de fração molar prescrita no contorno, ou seja, uma condição de
primeiro tipo ou de Dirichlet. No caso extremo de Bim 0 , a equação (5.2.61) se transforma em:
i,S
0 (5.2.68)
1
i,S
(5.2.69)
1
onde pode ser uma constante ou, em um caso geral, depender do espaço e do tempo.
Por meio da equação (5.2.61), que representa uma condição de 3º tipo ou de Robin, é
possível observar e compreender que a magnitude das resistências à transferência de massa em
ambos os lados da interface é o fator decisivo para a decisão quanto ao tipo de condição de
contorno a ser aplicada na formulação de um problema de transferência de massa por difusão. Por
outro lado, a magnitude da difusividade é importante para a redução do número de dimensões
relevantes em um problema de difusão.
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soluto. Dessa forma, elas aparecem como termos das condições de acoplamento interfacial,
conforme visto na seção 5.2. Um exemplo de reação heterogênea é a oxidação de CO e de
hidrocarbonetos não queimados em gases de exaustão com excesso de O2 ao atravessar um reator
catalítico cuja interior contém um metal como níquel ou platina.
Tanto as reações homogêneas quanto as heterogêneas podem ser classificadas de acordo
com a sua dependência com relação a alguma concentração. Por exemplo, uma reação homogênea
de ordem zero é tal que:
Ri o (5.3.1)
onde o é a constante da reação de ordem zero (em kg/m3.s), uniforme em todo o volume. Uma
reação homogênea de primeira ordem pode ser dada por:
ri
~1ci (5.3.2)
onde
~ 1 é a constante da reação de primeira ordem (em s-1). Note que quando os valores das
constantes de reação forem positivos, há geração do soluto i, e quando forem negativos, há
consumo de i.
Uma reação heterogênea de n-ésima ordem pode ser escrita na forma:
~ cI n
ri (5.3.3)
n i ,k
Referências
Bird, R.B., Stewart, W.E., Lightfoot, E.N., 2002, Transport Phenomena, 2nd Ed., Wiley, NY.
Carey, V.P., 1992, Liquid-Vapor Phase-Change Phenomena, Hemisphere Publishing Corporation,
New York, NY.
Lienhard IV, J.H., Lienhard V, J.H., 2005, A Heat Transfer Textbook, 3rd Ed. Phlogiston Press,
Cambridge, MA.
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