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Aula 05

ROMA
A civilização romana começa aproximadamente sete séculos antes de Cristo e
termina com as invasões dos bárbaros, em meados do quinto século da era cristã. Os três
períodos mais importantes estão associados com os três diferentes sistemas políticos:
monarquia, república e império. Estes períodos são óbvios na expansão do território
romano: da cidadela limitada pelas sete colinas em torno de Roma para a península itálica,
os soldados partem para impor a organização romana por toda a bacia mediterrânea,
chegando ao norte até mais longe na Inglaterra e a leste no Oriente Médio.
A característica mais importante da civilização romana é sua capacidade de
sintetizar, de colher as influências estrangeiras e assimilá-las em uma cultura unificada. No
campo das artes a influência mais determinante, a partir do séc. II AC, é a grega, que pode
ser observada na arquitetura, escultura e pintura, que, contudo, mostram também aspectos
originais.

Arquitetura Romana

Contemporânea da arquitetura do período helenístico, a arquitetura romana é


magnificente. Outra característica é sua tendência utilitária. Além disso Roma desenvolve
um estilo específico: o estilo composto. O estilo composto combina o coríntio e o jônico.
O capitel inclui folhas de acanto sustentando volutas jônicas. Também é comum vermos
combinações dos estilos dórico, jônico e coríntio. O Coliseo tem colunas dóricas no
segundo pavimento, jônicas no segundo e coríntias no terceiro.
Finalmente o uso do arco e a vasta variedade de edifícios torna a arquitetura
romana muito original.
(Porta Nigra, na Alemanha, uso abundante de arcos em vários pavimentos edifício utilitário
Trier).

O arco romano

Seria um erro pensar que os romanos inventaram o arco. Já existia antes, mas os
latinos deram-lhe grande importância. O arco romano é semicircular. Seu valor
arquitetônico está na sua construção característica que permite a edificação de grandes
espaços.
Através da translação o arco gera a abóbada e pela rotação produz a cúpula. O que
lhe dá firmeza são o formato e a disposição das pedras que o compõem. Estas pedras não
são retangulares, mas têm dois lados ligeiramente arqueados e dois retos que ajudam as
pedras a se encaixarem. O lado arqueado mais estreito é colocado do lado do centro do arco
e o outro lado é colocado para o exterior. A pedra do meio, no alto (cimalha), é a que dá
firmeza ao arco e sustenta a construção. O arco semicircular é a base para outros tipos de
arcos. Os arcos, as abóbadas e as cúpulas estarão presentes no desenvolvimento da
arquitetura na Idade Média e na Idade Moderna. Ainda hoje notamos estas estruturas de
origem romana.
Construções Romanas

Os romanos, assim como os gregos, construíam principalmente templos e teatros.


Os templos romanos, com mais escadas na frente, são mais altos que os templos gregos e
podem ser circulares ou cobertos por uma abóbada. O teatro é semicircular e mais alto que
o grego. Também é uma construção ao ar livre.

Outras construções que devem ser mencionadas são:


- o anfiteatro circular, usado para os jogos populares; o circo alongado para as corridas
equestres O coliseo é o anfiteatro mais popular por causa de seu tamanho extraordinário.
Há outros anfiteatros deste tipo em outras cidades, com as mesmas funções, isto é, jogos
de gladiadores, por exemplo em Verona e Nîmes.
- os balneários públicos com salas de uso múltiplo: massagem, reuniões etc.
- a basílica retangular com a ábside semicircular, onde os mercadores se reúnem As
basílicas eram construções comerciais. Eram os locais de reuniões dos mercadores e na
abside semicircular havia um altar da Justiça. Este tipo de edifício, como se adequava às
cerimônias cristãs foi adotado como modelo pela igreja católica. (Ábside = parte
semicircular que sai do corpo de uma construção)
- os arcos do triunfo
- as colunas comemorativas - com o passar do tempo as colunas ficaram menores e sem os
relevos.
- aquedutos
- forum
- pontes
- estradas

Escultura Romana

A escultura romana tem um objetivo público: tornar conhecidos os heróis romanos


e os eventos históricos que tornaram Roma famosa. O realismo, tanto nos relevos como
nas estátuas, é sua característica principal. Mesmo nas representações narrativas que
ornamentavam as colunas comemorativas, cada personagem tem traços individuais e
expressão facial própria. Para o artista romano que trabalha com a evolução da arte
helenística ou mesmo posterior a esta, os detalhes e a fidelidade para com a realidade são
mais importantes que o respeito ao cânon. A beleza convencional da arte grega é
abandonada a favor do testemunho e da verdade.

O relevo romano

O relevo romano tem seus melhores exemplares nas colunas comemorativas, como
a de Trajano. O escultor torna-se um narrador, gravando na pedra episódios do governo de
Trajano. Faz isto com realismo e cada personagem tem expressões e traços individuais.
A estátua romana
Uma estátua característica do que os romanos produziram: A expressão selvagem
do homem torna evidente que se trata de um bárbaro e não de um romano. O artista
abandona a serenidade da arte grega em favor do realismo. A outra obra trata da
instituição mais vital da sociedade romana: a família. Os cônjuges, já velhos, apoiam um
ao outro. Nos dois casos o escultor torna-se um retratista, que reproduz fielmente os
defeitos físicos dos personagens de suas obras.

A pintura Romana

Ficou conhecida principalmente depois da descoberta de Pompéia. Foram


encontrados afrescos nas paredes e retratos em encáustica sobre plaquinhas de madeira.
Os retratos são caracterizados pelos olhos grandes, distribuição harmoniosa das sombras e
efeitos de claro-escuro. Os temas mais comuns são mitológicos, mas também se encontram
representações de construções, jardins e plantas. Do século I AC ao século I DC
desenvolvem-se quatro estilos distintos na pintura romana. A técnica usada para pintar é
semelhante à pincelada rápida dos impressionistas. Os romanos também desenvolvem a
arte do mosaico e aplicam-na para revestir o chão, misturando pedras multicoloridas.

PALEOCRISTÃO

A arte dos primeiros cristãos desenvolve-se em Roma e na Península Itálica nos


primeiros quatro séculos de nossa era. Ainda que seja inspirada pela arte romana, falta-lhe
a qualidade que caracterizou esta última. A pintura, escultura e arquitetura paleocristãs não
demonstram a existência de grandes talentos e seu simbolismo é o oposto do realismo
característico da arte romana. Os primeiros cristãos não concebem a arte como uma
maneira de exprimir a beleza, mas sim de transmitir sua fé e sua crença.

Pintura Paleocristã

Tanto a pintura como a escultura paleocristãs representam cenas e mensagens do


evangelho ou cenas típicas da vida religiosa da época. É por isto que um motivo muito
comum é a representação de pessoas rezando ou o sacramento da comunhão. A pintura
paleocristã não tem o realismo da pintura romana. As pinceladas são rápidas e imprecisas.
Pode-se, contudo, notar a influência grega e oriental (simbolismo), mas o mais importante
é sempre a transmissão da idéia, da mensagem religiosa.

Escultura Paleocristã

Há poucos exemplos de estátuas e quase todas representam o bom pastor. Os


sarcófagos mostram baixo-relevos muito simples e rústicos, que, contudo, transmitem a
espiritualidade da nova religião, mesmo nas suas imperfeições. A falta de proporção é
freqüente, favorecendo a cabeça, e não o corpo, pois é na cabeça que está a espiritualidade.
A verosimilhança é abandonada e o drama místico é exagerado. Frequentemente os
personagens estão olhando para o céu, de onde esperam a salvação.

Arquitetura Paleocristã

Antes do século IV DC os cristãos tinham que se esconder. Assim, praticamente


não há arquitetura desta época ligada a eles. O que se pode mencionar nesta época são as
catacumbas, onde enterravam os mortos e realizavam suas reuniões religiosas. Na verdade
não são construções, mas áreas escavadas na terra.Ocupam às vezes vários níveis para
aproveitar o espaço. Seguem um plano preestabelecido e nas suas paredes e sarcófagos são
encontradas as pinturas e os relevos.
No final deste período, depois do Edito de Constantino (313) começam a aparecer
basílicas com caráter religioso(cristão).

Simbolismo na Arte Paleocristã

Ao contrário da arte romana, a arte paleocristã não é realista e não pretende


representar a realidade como ela é. Não pretende também ser idealista, como é a arte grega
do período clássico. O que caracteriza a arte paleocristã é seu simbolismo religioso.
Frequentemente os desenhos são escolhidos pelo valor simbólico e não pelo que
representam na realidade. Assim, o peixe (ictios) pois as letras da palavra em grego são as
iniciais de “Jesus Cristo filho de Deus”.
- a vinha e as uvas, que relembram a Eucaristia;
- a palma (folha de palmeira) símbolo do martírio;
- as letras alfa e ômega, Deus como princípio e fim de todas as coisas;
- o bom pastor, que anuncia a missão de Cristo.

Bizantino

A arte bizantina desenvolve-se entre os séculos IV e XV DC. Da Grécia ela se


expande para o Leste da Europa. É uma arte extremamente subordinada ao poder do
imperador, e quando este se torna cristão a arte se submete também à religião. Podem-se
determinar três influências distintas: o cristianismo incipiente, o racionalismo grego e
finalmente o islamismo.
Vários eventos afetarão seu desenvolvimento. Os mais importantes são: o
movimento iconoclasta no século VIII e durante o século XI a ruptura entre as igrejas
cristãs do Ocidente (Roma) e do Oriente. A arte bizantina manifesta-se através de uma
arquitetura monumental, mosaicos esplêndidos e esculturas muito marcantes. Duas cidades
são muito importantes: Ravenna (na península itálica) e Bizâncio (Constantinopla =
Istambul).

Movimento Iconoclasta

Surge durante o século VIII quando parte do clero não aceita a adoração de
ïmagens”, enquanto outra parte considera estas imagens vitais para a educação religiosa do
povo. Muitas imagens e ícones são quebrados. Quando cessam os distúrbios adotam-se na
pintura regras rígidas para a representação. Estas regras manifestam-se nos ícones e nos
mosaicos. Os ícones portáteis usam a técnica da encáustica e representam cenas das vidas
de Jesus e Maria.

Arquitetura Bizantina
A arquitetura bizantina é variada e monumental. Combina a basílica como plano de
distribuição herdado dos romanos, com o plano circular e a cruz grega. Para dar conta de
espaços cada vez maiores são combinadas as colunas com arcos e cúpulas. Os bizantinos
desenvolvem a construção de cúpulas mais leves, de tijolos e cerâmica. O material da
construção envolve pedras, tijolos e argamassa.As paredes exteriores são sóbrias com
acabamento natural. A decoração no interior na maioria das vezes consiste de mosaicos e
é luxuosa
A Basílica de Santa Sofia (Hagia Sophia) em Istambul é uma das construções
bizantinas mais importantes. Várias cúpulas circundam a cúpula principal. As torres são
minaretes, acrescentadas pelos muçulmanos depois da conquista de Constantinopla.
Colunas Bizantinas
São colunas decorativas. Têm um papel importante no jogo de luz e cores
característico das construções bizantinas. São feitas de mármore colorido. Como não
sustentam vigas (lintéis) mas sim arcos seus capitéis são volumosos. Estes capitéis são
decorados de várias maneiras, principalmente com motivos vegetais. O ábaco muda sua
forma para um trapézio, o que é mais conveniente para as arcadas.

Arco Bizantino

O arco semicircular é um elemento essencial na arquitetura bizantina. Arcos


“cegos”são usados frequentemente na decoração de paredes. O papel destes arcos
(“cegos”) é sustentar paredes altas e finas.
São comuns as arcadas, paralelas às paredes exteriores e que se repetem em vários
pavimentos. Assim grandes vãos podem ser obtidos. As igrejas bizantinas, com muitas
janelas, são luminosas, o que acentua o simbolismo presente na arte bizantina.
Cúpula Bizantina
O elemento mais evidente da arquitetura bizantina é a cúpula. As cúpulas
simbolizam a ábobada celeste.
São amplas e numerosas. No início são circularesmas com o passar do tempo e sob
influência islâmica as cúpulas evoluem para um formato de cebola, muito comuns na
Russia. As cúpulas podem estar diretamente sobre as paredes ou serem isoladas por um
“tambor”. No último caso são unidas à base pelo zimbório.

Mosaicos Bizantinos

Têm função didática e simbólica. São abundantes nas construções bizantinas, muito
coloridos e luminosos.
Como no período tardio da arte romana, a técnica usada é a do opus tesselatum.
Esta técnica consiste na mistura de pedras e vidros coloridos. Agora mostra-se grande
preferência pelo dourado e segue-se um rígido simbolismo para as demais cores: a púrpura
para Cristo ressuscitado, para os imperadores etc.
Os mosaicos cobrem as paredes interiores e as cúpulas. Nas paredes o espaço é
dividido simbolicamente em três níveis: inferior, para as representações terrenas, médio,
para as de transição e superior para as celestes. Os elementos têm que estar de acordo com
o cânon que dignifica a vida dos imperadores e dos personagens religiosos. A figura é
nitidamente delineada em negro. O comprimento do corpo é nove vezes o da cabeça ou
três vezes o do tórax, enfatizando a espiritualidade. O comprimento da cabeça é três vezes
o do nariz. A adoção sistemática de dimensões com múltiplos de três tem uma relação
direta com a Santíssima Trindade. Os olhos são grandes e expressivos, as mãos longas e
delicadas. As cores, os elementos naturais, os animais e as plantas, todos são simbólicos.
Por exemplo, a palma (folha de palmeira) representa o martírio, as vinhas a Eucaristia.
Todos estes elementos permitem o reconhecimento de cenas em um sistema de
representação que se refere mais ao valor simbólico dos elementos do que à semelhança
com a realidade. Uma característica observada na representação de cortejos e procissões é
a isocefalia, todas as cabeças exatamente na mesma altura. Além das regras há posições e
figuras que são bastante freqüentes.
Algumas das figuras mais recorrentes nos mosaicos bizantinos são:
- a Virgem Maria sentada no trono, a mão direita no peito, segurando o Menino Jesus com
o braço esquerdo. Este ícone, um dos mais conhecidos, ainda que não seja dos mais antigos,
é chamado a Virgem de Vladimir e mostra características presentes em muitos mosaicos
bizantinos.
- o Pantocrator, com os braços abertos, dominando a criação e a humanidade.

Escultura

A escultura bizantina é encontrada principalmente em dois tipos: enorme ou


pequena, mas em ambos os casos é rara. Em oposição à tradição romana, não se preocupa
com a semelhança com a realidade. As esculturas são frontais, hieráticas, formais. Os olhos
são grandes e dirigidos para cima, transmitindo ansiedades transcendentais. As estátuas
grandes são de mármore ou outra pedra, as pequenas são relevos dispostos em dípticos
portáteis, entalhados no marfim.

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