Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O processo produtivo da indústria estudada (FIGURA 1), foi desenhado para dar
sustentabilidade às estratégias de negócio, as quais têm sido baseadas na diferenciação,
ofertando ao mercado produtos e serviços agregados com qualidade e diferenciais tecnológicos,
com atendimento responsivo e preços competitivos.
Tal processo teve início em 2014 com o projeto de excelência operacional. A partir desse
momento, o sistema de gestão da produção tem evoluído gradualmente passando por etapas de:
i) introdução de novos conceitos; ii) desenvolvimento da liderança; iii) revisão da estrutura
organizacional; iv) implantação; e v) replicação do modelo nas diferentes unidades produtivas.
Do ponto de vista de bases conceituais, está estruturado nos seguintes níveis: pessoas; melhoria
contínua do processo; circuitos de produtividade, atendimento, lead time, flexibilidade,
qualidade e segurança e meio ambiente; e, por fim, os resultados internos e no cliente.
Desde a implantação do SGA, a empresa já investiu mais de R$ 115 milhões em obras,
e R$ 7 milhões em equipamentos e melhorias nos processos, nas suas plantas industriais de
Joinville e Mauá. Entre as melhorias implantadas estão novos sistemas de exaustão e controle
dos fornos, que captam materiais particulados por meio de filtros de manga, com índices de
eficiência que variam entre 90 e 98%.
Os números referentes ao SGA da indústria podem ser observados na Figura 2, e
referem-se ao ano de 2017.
Cuidar dos efluentes sanitários, originários de banheiros e cozinhas que atendem a cerca
de oito mil empregados, foi um grande avanço e uma contribuição importante ao saneamento
da cidade. Outro avanço significativo está no fato do sistema funcionar em circuito fechado,
permitindo que toda a água resultante retorne aos processos fabris. Em 2017 foram tratados 398
milhões de litros e efluentes.
O reuso de água, além de uma contribuição ao meio ambiente, resulta também em
economia de recursos financeiros, visto que menos água é demandada do serviço de
abastecimento público. Em quatro anos, a empresa reduziu o consumo de água potável em 48%.
Ainda sobre economia de água, vale ressaltar que edificações novas foram projetadas para
captar água de chuva e essa vem sendo utilizada na lavação de veículos e em alguns processos
industriais, contribuindo também para a redução do consumo de água originária de fontes
externas, que em 2017, somaram 9 milhões de litros.
A indústria também é detentora de reservas florestais nativas de mata
atlântica, localizadas em regiões de preservação permanente no estado de Santa Catarina,
neutralizando com isso parte de suas próprias emissões de CO2. Essas áreas abrigam nascentes
e espécies de flora e fauna sob risco de extinção, e contribuem como sequestradoras de carbono
e reguladoras de águas subterrâneas e de rios.
Além disso, a empresa também é proprietária de uma extensa área urbana localizada no
Morro do Boa Vista, em Joinville, um dos poucos remanescentes de mata atlântica original na
região central da cidade. No total, são 2600 hectares de florestas mantidas e preservadas em
Santa Catarina.
A certificação inicial do SGA na norma ISO 14001, em 2001, demonstra o tratamento
prioritário no que se refere ao gerenciamento de riscos ambientais, como parte da administração
cotidiana dos negócios da indústria. Ressalte-se que a aprovação do SGA segundo o padrão
internacional ISO 14001 requer auditorias executadas periodicamente por organização externa
e independente. Em maio de 2017, a indústria passou por um processo de recertificação na ISO
14001 em sua nova versão 2015.
O fundamento econômico do compromisso acima mencionado com a certificação
encontra-se no sistema produtivo, o qual tem a segurança do trabalho e a preservação do meio
ambiente entre os pilares que conectam a geração de resultados aos acionistas e aos clientes
com a melhoria contínua de processos e a participação das pessoas.
Nesse contexto, a efetividade da gestão ambiental requer o engajamento dos
funcionários para o exercício contínuo de práticas e procedimentos corretos, sendo essencial
que sejam devidamente educados e treinados.
Para tal, o SGA implantado na indústria conta com equipe de profissionais qualificados
no Brasil e no México que atuam na manutenção dos controles ambientais, licenciamentos
ambientais, gestão de resíduos, tratamento de efluentes, auditorias internas, avaliação de
requisitos legais, educação ambiental entre outros projetos de melhoria contínua.
A realização de modificações realizadas culminou no estabelecimento de
responsabilidade social corporativa e colaborou em comprovar que a implantação do SGA
trouxe melhora contínua nos processos produtivos, com vistas a reduzir o uso de recursos
naturais e a minimizar seus impactos no meio ambiente.
Discussão
Conclusão
Referências
ABAD, J.; DALMAU, I.; VILAJOSANA, J. Taxonomic proposal for integration levels of management systems
based on empirical evidence and derived corporate benefits. J. Clean. Prod., v.78, n.1, p. 164-173, 2014.
AGAN, Y.; ACAR, M. F.; BORODIN, A. Drivers of environmental processes and their impact on performance:
a study of Turkish SMEs. J. Clean. Prod., v.51, n.1, p. 23-33, 2013.
ARIMURA, T. H.; HIKIBI, A.; KATAYAMA, H. Is a voluntary approach an effective environmental policy
instrument? A case for environmental management systems. J. Environ. Econ. Manag., v.55, n.1, p. 281-295,
2008.
BERNARDO, M.; SIMON, A.; TARÍ, J. J.; MOLINA-AZORÍN, J. F. Benefits of management systems
integration: a literature review. J. Clean. Prod., v.94, n.1, p. 260-267, 2015.
BEST, M. N.; THAPA, B. Motives, facilitators and constraints of environmental management in the Caribbean
accommodations sector. J. Clean. Prod., v.52, n.1, p. 165-175, 2013.
BOGUE; R. Sustainable manufacturing: a critical discipline for the 21st century. Assem. Autom., v.34, n.2, s.p.,
2014.
CAMPOS, L. M. S. Environmental management systems (EMS) for small companies: a study in Southern
Brazil. J. Clean. Prod., v.32, n.1, p. 141-148, 2016.
CASTKA, P.; PRAJOGO, D. The effect of pressure from stakeholders on the internalization of ISO 14001.
J. Clean. Prod., v.47, n.1, p. 245-252, 2013.
CHAN, E. S. W.; WONG, S. C. K. Motivations for ISO 14001 in the hotel industry. Tour. Manag., v.27, n.1,
p. 481-492, 2004.
DE JONG, P.; PAULRAJ, A.; BLOME, C. The financial impact of ISO 14001 certification: top-line, bottom-
line, or both? J. Bus. Ethics, v.119, n.1, p. 131-149, 2014.
DELMAS, D. The diffusion of environmental management standards in Europe and in the United States: an
institutional perspective. Policy Sci., v.35, n.1, p. 91-119, 2002.
DJEKIC, I.; RAJKOVIC, A.; TOMIC, N.; SMIGIC, N.; RADOVANOVIC, R. Environmental management
effects in certified Serbian food companies. J. Clean. Prod., v.76, n.1, p. 196-199, 2014.
FRESNER, J. Cleaner production as means for effective environmental management. J. Clean. Prod., v.7, n.6,
p. 171-179, 1998.
GALE, R. Environmental costs at a Canadian paper mill: a case study of Environmental Management
Accounting (EMA). J. Clean. Prod., v.14, n.14, p. 1237-1251, 2005.
GASBARRO, F.; RIZZI, F.; FREY, M. The mutual influence of Environmental Management Systems and the
EU ETS: Findings for the Italian pulp and paper industry. European Management Journal, v. 31, p. 16– 26,
2013.
GAVRONSKI, I.; FERRER, G.; PAIVA, E. L. ISO 14001 certification in Brazil: motivations and benefits.
J. Clean. Prod., v.16, n.1, p. 87-94, 2008.
GAVRONSKI, I.; PAIVA, E. L.; TEIXEIRA, R.; ANDRADE, M. C. F. ISO 14001 certified plants in Brazil –
taxonomy and practices. J. Clean. Prod., v.39, n.1, p. 32-41, 2013.
GHISELLINI, A.; THURSTON, D. L. Decision traps in ISO 14001 implementation process: case study results
from Illinois certified companies. J. Clean. Prod., v.13, n.8, p. 763-777, 2005.
HILSON, G., NAYEE, V. Environmental management system implementation in the mining industry: a key to
achieving cleaner production. Int. J. Miner. Process., v.64, n.1, p. 19-41, 2002.
INOUE, E.; ARIMURA, T.; NAKANO, M. A new insight into environmental innovation: does the maturity of
environmental management systems matter? Ecol. Econ., v.94, n.1, p. 156-163, 2013.
IRALDO, F.; TESTA, F.; FREY, M. Is an environmental management system able to influence environmental
and competitive performance? The case of the eco-management and audit scheme (EMAS) in the European
Union. J. Clean. Prod., v.17, n.1, p. 1444-1452, 2009.
ISO 14001:2004. Environmental Management Systems: Requirements with Guidance for Use
International Organization for Standardization, Geneva, Switzerland, 2004.
JABBOUR, C.J.C. Non-linear pathways of corporate environmental management: a survey of ISO 14001-
certified companies in Brazil. J. Clean. Prod., v.18, n.1, p. 1222-1225, 2010.
JASCH, C. The use of environmental management accounting (EMA) for identifying environmental costs.
J. Clean. Prod., v.11, n.6, p. 667-676, 2003.
KERRET, D. ISO 14401 as an environmental capacity building tool – variations among nations. Environ. Sci.
Technol., v.42, n.1, p. 2773-2779, 2008.
KHAN, Z. Cleaner production: an economical option for ISO certification in developing countries. J. Clean.
Prod., v.16, n.1, p. 22-27, 2008.
LIU, N.; TANG, S.Y.; LO, C. W. H.; ZHAN, X. Stakeholder demands and corporate environmental coping
strategies in China. J. Environ. Manag., v.165, n.1, p. 140-149, 2016.
MARCOUX, C.; URPELAINEN, J. Dynamics of spatial interdependence: the contingent effect of international
trade on voluntary environmental standards. Environ. Plan. C Gov. Policy, v.30, n.1, p. 871-890, 2012.
MATTHEWS, D. H.; CHRISTINI, G. C.; HENDRICKSON, C. T. Five elements for organizational decision-
making with an environmental management system. Environ. Sci. Technol., v.38, n.7, p. 1927-1932, 2004.
MASSOUD, M. A.; FAYAD, R.; EL-FADEL, M.; KAMLEH, R. Drivers, barriers and incentives to
implementing environmental management systems in the food industry: a case of Lebanon. J. Clean. Prod., v.18,
n.1, p. 200-209, 2010.
MCGUIRE, W. The effect of ISO 14001 on environmental regulatory compliance in China. Ecol. Econ., v.105,
n.1, p. 254-264, 2015.
MENG, X. H.; ZENG, S. X.; SHI, J. J.; QI, G. Y.; ZHANG, Z. B. The relationship between corporate
environmental performance and environmental disclosure: an empirical study in China. J. Environ.
Manag., v.145, n.1, p. 357-367, 2014.
NASH J.; EHRENFELD J. Code green. Environment, v.38, n.1, p.1645, 1996.
NGUYEN, Q. A.; HENS, L. Environmental performance of the cement industry in Vietnam: the influence of
ISO 14001 certification. J. Clean. Prod., v.96, n.1, p. 362-378, 2015.
NISHITANI, K.; KANEKO, S.; FUJII, H.; KOMASTU, S. Are firms' voluntary environmental management
activities beneficial for the environment and business? an empirical study focusing on Japanese manufacturing
firms. J. Environ. Manag., v.105, n.1, p. 121-130, 2012.
OLIVEIRA, O. J. Guidelines for the integration of certifiable management systems in industrial companies.
J. Clean. Prod., v.58, n.1, p. 124-133, 2013.
OLIVEIRA, O. J.; Serra, J. R.; Salgado, M. E. Does ISO 14001 work in Brazil? J. Clean. Prod., v.18, n.1,
p. 1797-1806, 2010.
PADMA, P.; GANESH, L. S.; RAJENDRAN, C. A study on the ISO 14000 certification and organizational
performance on Indian manufacturing firms. Benchmarking Int. J., v.15, n.1, p. 73-100, 2008.
PHAN, T. N.; BAIRD, K. The comprehensiveness of environmental management systems: the influence of
institutional pressures and the impact on environmental performance. J. Environ. Manag., v.160, n.1, p. 45-56,
2015.
POMBO, F. R.; MAGRINI, A. Panorama de aplicação da norma ISO 14001 no Brasil. Gest. Prod., v. 15, n. 1, p.
1-10, 2008.
SANTOS, G.; MENDES, F.; BARBOSA, J. Certification and integration of management systems: the
experience of Portuguese small and medium enterprises. J. Clean. Prod., v.19, n.17-18, p. 1965-1974, 2011.
SIVA, V.; GREMYR, I.; BERGQUIST, B.; GARVARE, R.; ZOBEL, T.; ISAKSSON, R. The support of
Quality Management to sustainable development: a literature review. J. Clean. Prod., v.138, n.2, p. 148-157,
2016.
SKOULOUDIS, A.; JONES, K.; SFAKIANAKI, E.; LAZOUDI, E.; EVANGELINOS, K. EMAS statement:
benign accountability or wishful thinking? insights from the Greek EMAS registry. J. Environ. Manag., v.128,
n.1, p. 1043-1049, 2013.
TATOGLU, E.; BAYRAKTAR, E.; ARDA, O. A. Adoption of corporate environmental policies in Turkey.
J. Clean. Prod., v.91, n.1, p. 313-326, 2015.
TESTA, F.; RIZZI, F.; DADDI, T.; GUSMEROTTI, N.M; FREY, M. EMAS and ISO 14001: the differences in
effectively improving environmental performance. J. Clean. Prod., v.68, n.1, p. 165-173, 2014.
TIBOR T.; FELDMAN I. Implementing IS0 14000, a practical, comprehensive guide to the IS0 14 000
environmental management standards. Chicago: Irwin Professional, 1997.
THOUMY, M.; VACHON, S. Environmental projects and financial performance: Exploring the impact of
project characteristics. Int. J. Production Economics, v. 140, p. 28–34, 2012.
TO, W.M.; LEE, P.K.C. Diffusion of ISO 14001 environmental management system: global, regional and
country-level analysis. J. Clean. Prod., v.66, n.1, p. 489-498, 2014.
TURK, A.M. The benefits associated with ISO 14001 certification for construction firms: Turkish case. J. Clean.
Prod., v.17, n.1, p. 559-569, 2009.
WIENGARTEN, F.; PAGELL, M. The importance of quality management for the success of environmental
management initiatives. Int. J. Production Economics, v. 140, p. 407–415, 2012.
WU, J. Environmental compliance: the good, the bad, and the super green. J. Environ. Manag., v.90, n.1,
p. 3363-3381, 2009.
ZENG, S.X.; MENG, X.H.; ZENG, R.C.; TAM, C.M.; TAM, V.W.Y.; JIN, T. How environmental management
driving forces affect environmental and economic performance of SMEs: a study in the Northern China district.
J. Clean. Prod., v.19, n.1, p. 1426-1437, 2011.
ZHANG, B.; YUAN, Z.; GE, J.; LIU, B.; Bu, M. Why do firms engage in environmental management? An
empirical study in China. J. Clean. Prod., v.16, n.1, p. 1036-1045, 2008.
ZUTSHI, A.; SOHAL, A. Environmental management system adoption by Australasian organisations – Part 1:
reasons, benefits and impediments. Technovation, v.24, n.1, p. 335-357, 2004.