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INSTITUTO HAHNEMANNIANNO DO BRASIL

Departamento de Ensino

Curso de Pós-Graduação em Homeopatia

Área de Concentração: Medicina

MONOGRAFIA

Relatos de casos de afecções oftalmológicas


tratadas com homeopatia

Kátia Regina da Silva Couto

Rio de Janeiro
2016
INSTITUTO HAHNEMANNIANNO DO BRASIL
Departamento de Ensino

Curso de Pós-Graduação em Homeopatia

Área de Concentração: Medicina

Relatos de casos de afecções oftalmológicas tratadas com


homeopatia

KÁTIA REGINA DA SILVA COUTO

Sob a Orientação do Professor


Eliene Sobreiro Couto

Monografia submetida como requisito


parcial para obtenção do certificado de
conclusão do curso de formação de
especialista em Homeopatia – área de
Medicina.

Rio de Janeiro, RJ
Setembro de 2016
Couto, Kátia Regina da Silva
Relatos de casos de afecções oftalmológicas tratadas com homeopatia
Rio de janeiro / RJ. Instituto Hahnemanniano do Brasil. 2016.
22 p: il, 30 cm
Bibliografia: p 22
ISBN:
1. Dissertação acadêmica. 2. Monografia – normalização.
I. Couto, Eliene Sobreiro. II. Telhado, João Pereira.
III. Instituto Hahnemanniano do Brasil.
INSTITUTO HAHNEMANNIANNO DO BRASIL
Departamento de Ensino

Curso de Pós-Graduação em Homeopatia

Área de Concentração: Medicina

Relatos de casos de afecções oftalmológicas tratadas com


homeopatia

KÁTIA REGINA DA SILVA COUTO

MONOGRAFIA APROVADA EM ____/____/____

___________________________________________________
Instituto Hahnemanniano do Brasil
Eliene Sobreiro Couto. Especialista em Homeopatia pela AMHB
(Orientador)

____________________________________________________
Instituto Hahnemanniano do Brasil
Elisa Maria Bulhões de Carvalho
(Coordenador)
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos estudantes que se encantam com a homeopatia


e a todos os mestres que nos iniciam nesse maravilhoso caminho de cura.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a Deus a oportunidade de conhecer essa arte de curar.

Agradeço a minha querida orientadora, Eliene Sobreiro Couto, minha aliada


espiritual, pelos ensinamentos e generosidade.

Agradeço o incentivo e companheirismo das queridas Leontina Souza, Sandra


Regina Soares de Carvalho e Tatiana Roale.

Agradeço a todos os professores desta Instituição pelos maravilhosos


ensinamentos.
RESUMO

Desde 1979 a Homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pela


Associação Médica Brasileira, assim como desde 1980, pelo Conselho Federal
de Medicina. Apesar de ser utilizada cada vez mais na prática médica, sua
eficácia ainda é pouco documentada e divulgada para os médicos,
principalmente no que tange a certas especialidades médicas como a
oftalmologia.
A importância da divulgação dos resultados da homeopatia na oftalmologia é
observada através da possibilidade de se obter um tratamento eficaz e eficiente,
que facilita a aderência do paciente, sendo compatível para qualquer faixa etária,
além de ser ecologicamente correto.
Através da revisão de literatura, o presente trabalho tem o objetivo de divulgar
a eficácia do tratamento homeopático nas afecções oftalmológicas de diversas
áreas anatômicas do globo ocular: conjuntiva, córnea, cristalino, retina e nervo
óptico.

Palavras chave: tratamento homeopático, eficácia, afecções oftalmológicas.


ABSTRACT

Homeopathy has been recognized as a medical specialty by the Brazilian


Medical Association since 1979 and by the Federal Medical Council since
1980. Despite being increasingly used in medical practice, its effectiveness is still
poorly documented and publicised to doctors, particularly in certain medical
specialties, such as ophthalmology.
The dissemination of successful homeopathic outcomes in ophthalmology is
important as it may provide an effective and efficient treatment for any age group
with good patient compliance, which is also environmentally friendly.
A literature review was undertaken to identify the effectiveness of a
homeopathic approach in the treatment of diseases of different parts of the eye,
such as the conjunctiva, cornea, lens, retina and optic nerve.

Keywords: homeopathic treatment, effectiveness, ophthalmologic disorders.


LISTA DE ABREVIATURAS

CH Diluição centesimal Hahnemanniana


DH Diluição decimal Hahnemanniana
DMRI Degeneração macular relacionada à idade
PGE 2 Prostaglandina E2
1M 1.000 centesimal Hahnemanniana
10 M 10.000 centesimal Hahnemanniana
GPAA Glaucoma primário de ângulo aberto
VEGF-A Fator de crescimento endotelial vascular
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

página
Figura 1 – Desenho esquemático do olho humano 3
Figura 2 – Conjuntivite bacteriana 4
Figura 3 – Conjuntivite viral 5
Figura 4 – Conjuntivite alérgica 5
Figura 5 – Desenho esquemático da córnea humana 6
Figura 6 – Afecção vernal palpebral 7
Figura 7 – Afecção vernal límbica 8
Figura 8 – Ceratopatia vernal 8
Figura 9 – Catarata 14
Figura 10 – Degeneração macular relacionada à idade 16
Figura 11- Escavação de papila glaucomatosa 19
SUMÁRIO

página
1.Introdução 1

2.Revisão da Literatura 3

2.1 Conjuntiva 3

2.2. Córnea 6

2.3. Relato de casos de afecções corneanas e conjuntivais 9

2.4. Cristalino 13

2.5. Relato de casos de catarata 14

2.6. Retina 15

2.7. Relato de casos de afecções vítreo retinianas 17

2.8. Nervo óptico 18

2.9. Relato de casos de Neuropatias Ópticas 20

3. Conclusão 21

4. Referências Bibliográficas 22
1 INTRODUÇÃO

A homeopatia foi desenvolvida no século 18 na Europa pelo médico


Samuel Hahnemann, após a realização de diversos estudos e experimentações.
Desde então, a homeopatia difundiu-se por diversos países e no Brasil foi
introduzida por Benoit Mure em 1840, tornando-se uma nova opção de
tratamento para a população.

Os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia estabelecidos por


Hahnemann foram sistematizados em suas obras: “Organon da arte de curar” e
“Doenças crônicas”.

No primeiro parágrafo do Organon, Hahnemann define a missão do


médico:

“A mais alta e única missão do médico é restabelecer a saúde nos doentes, que
é o que se chama curar”.

A homeopatia é um sistema terapêutico cuja prática visa o


restabelecimento da saúde através de medicamentos preparados em diluições
infinitesimais e dinamizados. Seus princípios fundamentais baseiam-se nos
aspectos:

- Cura pelo semelhante, Similia similibus curentur ou “sejam os semelhantes


curados pelo semelhante”, onde qualquer substância capaz de provocar
determinados sintomas em um homem são, é capaz de curar um homem que
apresente um quadro mórbido semelhante, desde que em doses adequadas,
com exceção das lesões irreversíveis.

- Experimentação no homem são, através da qual testa-se as substâncias


medicinais em pessoas sadias para revelar os sintomas que refletirão a sua
ação.

- Doses infinitesimais, que é o processo farmacotécnico onde se usa diluições


infinitesimais e dinamizadas no intuito de evitar os efeitos tóxicos das altas doses

1
e os efeitos negativos da agravação dos sintomas, além de aumentar a reação
orgânica do paciente.

- Concepção do remédio único, onde apenas um medicamento é testado por vez


na experimentação patogenética, para se obter as características da substância
testada.

Com estas raízes filosóficas, a homeopatia vem permeando diversas


especialidades médicas, como é o caso da oftalmologia, onde observam-se
publicações variadas que comtemplam êxitos das abordagens homeopáticas
utilizados em muitas afecções oftalmológicas.

Baseando-se nestas publicações, algumas afecções oftalmológicas


descritas não apresentam cura através do tratamento alopático, outras
necessitam de abordagem cirúrgica ou de medicações de alto custo na tentativa
de melhora ou remissão do quadro. Não obstante, as vantagens do tratamento
homeopático são representadas pelo baixo custo, sendo um tratamento
compatível para qualquer faixa etária, além de ser elaborado de forma ecológica
por consumir pouca matéria prima em sua confecção. Por outro lado, o
tratamento alopático, ainda que de forma conservadora, inclui medicações
tópicas ou sistêmicas que em sua maioria conta com uma série de efeitos
colaterais, muitas vezes graves e irreversíveis.

Foi observado através de pesquisas que o tratamento homeopático


mostrou-se eficaz não só nas afecções da conjuntiva (as mais comuns) como
também em outros segmentos anatômicos do globo ocular, como córnea,
cristalino, retina e nervo óptico.

2
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CONJUNTIVA

A conjuntiva é uma membrana mucosa transparente que reveste a


superfície interna das pálpebras e a superfície do globo ocular até o limbo. Ela
faz parte da barreira de defesa contra infecções. Sua drenagem linfática se dá
para os gânglios pré-auriculares e submandibulares. A conjuntiva pode ser
subdividida em palpebral, bulbar (recobre a esclera anterior) e a conjuntiva do
fórnice (reveste a extremidade nasal e temporal).

Figura 1- Desenho esquemático do olho humano


Fonte: [Dantas, 1983]

A afecção mais comum da conjuntiva é a conjuntivite, caracterizada por


hiperemia, edema e secreção. É frequente a sensação de corpo estranho ocular

3
e turvação visual que melhoram com o piscar. São vários os agentes causadores
das conjuntivites, dentre eles encontram-se: bactérias, vírus, atopias, etc. O
tratamento alopático é prescrito de acordo com o agente etiológico de cada
conjuntivite, baseado principalmente no aspecto clínico da afecção. As
ilustrações a seguir são das conjuntivites mais comuns na clínica diária.

Figura 2 - Conjuntivite bacteriana


Fonte: [Kanski et al., 2008]

4
Figura 3 - Conjuntivite viral
Fonte: [Kanski et al., 2008]

Figura 4 - Conjuntivite alérgica


Fonte: [Kanski et al., 2008]

Os aspectos clínicos importantes para o diagnóstico diferencial das


inflamações conjuntivais são: sintomas, secreção, reação conjuntival, presença
de membranas, envolvimento corneano associado e linfadenopatia. Diversos
tipos de conjuntivites acometem também a córnea levando ao quadro de
ceratoconjuntivite.

5
2.2 CÓRNEA

A córnea é uma membrana avascular formada por cinco camadas:


epitélio, camada de Bowman, estroma (corresponde a 90% da espessura
corneana), membrana de Descemet e o endotélio.

Figura 5 - Desenho esquemático da córnea humana


Fonte: [Dantas, 1983]

A córnea é o tecido mais densamente inervado do corpo. A inervação


sensorial se dá pela primeira divisão do nervo trigêmeo. Em olhos com abrasões
corneanas ou ceratopatias bolhosas, o estímulo direto sobre estes terminais
nervosos causa dor, lacrimejamento reflexo e fotofobia. As afecções corneanas

6
podem ser superficiais (acometem somente o epitélio) ou profundas (lesões que
podem atingir até o endotélio). As lesões superficiais mais comuns são as
erosões epiteliais pontuadas e a ceratite epitelial pontuada; enquanto que as
lesões profundas mais encontradas na prática clínica incluem os infiltrados, as
ulcerações, as vascularizações, os depósitos lipídicos e as dobras e rupturas da
membrana de Descemet.

Diversos tipos de conjuntivites também podem acometer a córnea


ocasionando ceratoconjuntivite, como é o exemplo da Ceratoconjuntivite Vernal
ou Primaveril. Trata-se de uma afecção bilateral e recorrente de cunho alérgico
que afeta principalmente meninos na primeira década de vida. Nas regiões da
África subsaarianas representa um problema de saúde pública. A maioria dos
pacientes desenvolve asma e eczema na infância. A ceratoconjuntivite vernal
pode ter ocorrência sazonal, com pico de incidência no final da primavera e no
verão. Os principais sintomas são prurido intenso, lacrimejamento, fotofobia,
sensação de corpo estranho e presença de secreção mucóide espessa. Pode
ser classificada em afecção palpebral (de pior prognóstico, pois envolve a
conjuntiva tarsal superior e pode estar associada a doença corneana pela
aposição das placas tarsais e o epitélio corneano), límbica (em pacientes negros
e asiáticos) e a mista (afecção palpebral e límbica).

Figura 6 – Afecção vernal palpebral


Fonte: [Kanski et al., 2008]

7
Figura 7 – Afecção vernal límbica
Fonte: [Kanski et al., 2008]

Figura 8 – Ceratopatia vernal


Fonte: [Kanski et al., 2008]

8
Apesar de 95% dos pacientes acometidos sofrerem remissão até o fim da
adolescência, 5% desenvolve ceratoconjuntivite atópica, afecção crônica e não
remissiva, com baixa expectativa de resolução final, associada à baixa visual
importante cujo tratamento alopático se assemelha ao da ceratoconjuntivite
vernal. Este tratamento inclui o uso de colírios (estabilizadores de mastócitos,
anti-histamínicos, corticosteróide, acetilcisteína e ciclosporina), injeção
supratarsal de corticosteróide, tratamento sistêmico (imunossupressores e anti-
histamínicos orais) e tratamento cirúrgico (ceratectomia superficial e enxerto de
membrana amniótica).

Em contrapartida ao tratamento alopático, a homeopatia apresenta uma


alternativa de tratamento das conjuntivites e ceratoconjuntivites que logra êxito.

2.3 RELATOS DE CASOS DE AFECÇÕES CORNEANAS E CONJUNTIVAIS

Em 2001 foi realizado um estudo pelo Dr. Cláudio M. Sena e cols. sobre
os resultados iniciais do uso de medicação homeopática no tratamento da
ceratoconjuntivite primaveril. Treze pacientes que apresentavam
ceratoconjuntivite vernal foram acompanhados por 1 ano. Foram tratados com
medicamento homeopático em dose única, via oral, baseando-se na totalidade
sintomática de cada paciente. Todos os pacientes já haviam utilizado
corticosteróide tópico antes da sua inclusão no estudo. Até seis meses de
tratamento cada paciente foi examinado pelo mesmo médico a cada mês. Após
seis meses, a avaliação foi trimestral até completar 1 ano de tratamento
homeopático. A porcentagem de melhora dos sinais e sintomas foi significativa:
100% para o lacrimejamento e dor ocular, 92% de melhora para secreção ocular,
assim como 86% para sensação de corpo estranho. Nesse estudo, 84% dos
pacientes relataram melhora do prurido e da fotofobia, assim como diminuição
ou ausência do desconforto ocular provocado pela ceratoconjuntivite. Em 62,5%
dos casos houve melhora dos nódulos limbais. Não obstante, 61% dos casos
melhoraram da hiperemia conjuntival e em 58% houve melhora das erosões
epiteliais. Neste estudo evidenciou-se apenas 8% dos casos com melhora da
hipertrofia papilar tarsal. Portanto, conclui-se que o tratamento homeopático

9
apresentou melhoras dos sinais e sintomas da ceratoconjuntivite vernal neste
estudo.

Em 2005, a Dra. Margareth Mendes fez um levantamento bibliográfico


sobre a aplicação da homeopatia nas epidemias. A conjuntivite foi abordada
dentre as epidemias citadas. O primeiro trabalho foi um estudo duplo cego
randomizado realizado em Pittsburg, USA, durante uma epidemia onde foi
avaliado o uso de Euphrasia 30 CH ou placebo na prevenção das
ceratoconjuntivites. O estudo era composto de dois grupos de escolares de 4 a
15 anos, onde o primeiro grupo apresentava 658 escolares que usaram
profilaticamente Euphrasia 30 CH por 3 dias consecutivos, e o segundo grupo,
controle, apresentava 648 participantes que usaram placebo. Os sintomas foram
avaliados segundo uma pontuação. Os resultados não tiveram significância
estatística, pois não houve diferença na incidência e na gravidade da doença
entre o grupo experimental e o grupo controle. Não foi feita a valorização dos
sintomas que individualizaria aquela epidemia impossibilitando atingir o gênio
epidêmico da epidemia.

O segundo trabalho foi realizado em 1995, em uma ceratoconjuntivite


epidêmica em Cuba. Foram 108 pacientes distribuídos de forma aleatória para
tratamento com homeopatia e o grupo controle fez tratamento alopático. Os
sintomas e suas modalidades, sinais e exame físico, foram catalogados e após
realizar a repertorização, o medicamento mais importante era a Pulsatilla. O
Mercurius solubilis e a Euphrasia apresentaram respostas parciais. Foi utilizado
Pulsatilla 6 CH a cada duas ou três horas, espaçando conforme a melhora. Em
alguns casos, os sintomas persistiram nas 72 horas ou ocorreram novos
sintomas. Estes casos foram tratados individualmente após nova repertorização.
Foram excluídos 30 pacientes por falta de seguimento ou por uso de medicação
alopática. Os sintomas foram modalizados e distribuídos percentualmente. Os
resultados revelaram uma diferença significativa (p = 0,999), demonstrando que
o tratamento com a homeopatia apresentou mais eficácia do que o tratamento
alopático na melhora dos sintomas, em menos de 3 dias.

Em 2009, Antônio Cruz e cols. apresentaram os primeiros resultados do


uso do Vaccininum em pacientes com doenças conjuntivais e corneanas. O
primeiro caso foi de uma criança com ceratoconjuntivite primaveril grave com
10
intensa fotofobia, sensação de corpo estranho ocular e prurido. A criança em
questão fazia tratamento com homeopatia e mantinha uma melhora do quadro
oftalmológico, mas permanecia com baixa da acuidade visual consequente a
alterações da córnea. Durante a evolução do quadro, a criança apresentou
úlcera de córnea em ambos os olhos, diminuindo mais a acuidade visual.
Durante este período, ela contraiu varicela e evoluiu com melhora dos sintomas
e da visão. Fato este que corrobora Hahnemann quando constatou que a própria
natureza possui instrumentos homeopáticos de cura, comprovando a grande lei
da cura pelo semelhante. A partir dos sintomas oculares semelhantes da varicela
e da Vaccininum (Vaccinia), optou-se pelo uso do medicamento Vaccinia como
tratamento homeopático da conjuntivite primaveral da criança em questão. Não
obstante, usou-se Vaccinia em mais 5 pacientes selecionados pela semelhança
dos sintomas e sinais desta conjuntivite com o quadro da Vaccinia, além da falta
de resposta a outros tratamentos. Todos permaneceram no mínimo 7 dias sem
usar medicação alopática, com exceção de um paciente com úlcera de córnea
em escudo devido à gravidade do caso. Logo após a redução dos medicamentos
utilizados, este paciente iniciou o tratamento com a medicação homeopática. Foi
utilizada dose única em 35 CH de Vaccininum, via oral. Os pacientes evoluíram
com melhora dos sinais e sintomas, apresentando melhora da qualidade de vida
em relação aos tratamentos realizados anteriormente.

Em 2014, o mesmo autor, Antônio Carlos G. da Cruz e cols. apresentaram


um estudo com dois casos de melhora das papilas gigantes na ceratoconjuntivite
primaveril com tratamento homeopático. Dois pacientes que apresentavam
úlcera de córnea em escudo unilateral e hipertrofia papilar gigante, resistentes à
retirada do corticoide tópico e portadores de bronquite, foram tratados com uma
única dose de 30 CH, via oral, do medicamento homeopático individual
correspondente a totalidade sintomática de cada um. As revisões foram feitas
nos primeiros 30 dias após o uso do medicamento e subsequentemente a cada
dois meses.

O caso 1, M.C.F., masculino, 5 anos, apresentava prurido e fotofobia


intensos, sensação de corpo estranho e lacrimejamento. Era um menino
cuidadoso com a saúde dos familiares, preocupado em medicá-los em caso de
doença. Certas ocasiões ele ficava febril quando o pai demorava a chegar do

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trabalho. Ele tinha medo de escuro, de baratas e da morte. Ao exame
oftalmológico: hiperemia conjuntival bulbar, secreção mucosa, papilas gigantes
no tarso superior e erosões puntiformes em toda a córnea no olho direito e úlcera
em escudo no olho esquerdo de 0,7 x 0,7mm. Fazia tratamento tópico (corticoide,
anti-histamínico, anti-inflamatório) e sistêmico (anti-histamínico). Foi prescrito
Phosphorus 30 CH, via oral, em dose única.

O caso 2, W.H.S.R., masculino 6 anos, também apresentava prurido e


fotofobia intensos, sensação de corpo estranho e lacrimejamento. Era
acompanhado por sua avó nas consultas, e ela dizia que ele poderia furar os
próprios olhos de tanto coçá-los. Havia piora do quadro com calor. Ao exame
oftalmológico: hiperemia conjuntival bulbar, secreção mucosa, papilas gigantes
no tarso superior e erosões puntiformes em toda a córnea no olho direito, úlcera
em escudo no olho esquerdo de 2,0 x 2,5mm e infiltrado límbico com nódulos de
Tantras no olho direito. Este paciente fazia tratamento tópico (corticoide e
reparador oftálmico em forma de pomada) e sistêmico (anti-inflamatório não
hormonal). Foi prescrito Apis mellifica 30 CH, via oral, em dose única.

Os dois pacientes foram acompanhados por 15 e 20 meses


respectivamente até a alta. Após um mês de tratamento, o primeiro caso
encontrava-se sem queixas e apresentava cicatrização da úlcera em escudo. As
papilas gigantes diminuíram com mais lentidão a partir do décimo mês. Após um
ano e três meses o paciente não mais apresentava hipertrofia papilar. Não
apresentou qualquer episódio de febre, os medos suavizaram, e apenas alguns
episódios de bronquite se manifestaram. Surgiram erupções cutâneas
pruriginosas, principalmente nos membros inferiores que migravam das coxas
para as extremidades. Este paciente recebeu alta oftalmológica a partir deste
quadro, sendo encaminhado para o Instituto Mineiro de Homeopatia. Após
quinze dias da medicação, o segundo caso estava assintomático. Sua úlcera de
córnea cicatrizou após o quarto mês e durante esse período ocorreram suaves
episódios de bronquite. Após um ano e oito meses o paciente recebeu alta,
ocasião em que reduziu sua intolerância ao calor e houve o desparecimento da
hipertrofia papilar. Segundo os autores, não foi encontrada na literatura
oftalmológica nenhuma descrição de melhora da hipertrofia papilar tarsal com
uso de medicamentos na idade entre cinco e seis anos como nos casos acima.

12
Segundo a literatura, essa melhora ocorre espontaneamente, mas somente na
adolescência. A evolução dos dois casos se deu com apenas uma dose de cada
medicamento homeopático, facilitando o custo do tratamento, sem a
necessidade de ações mais agressivas e dispendiosas. Não obstante, o
desaparecimento dos sintomas em um período considerado rápido para o tipo
de afecção, houve a reintegração mais rápida dos pacientes à escola. Esse
estudo mostra que a homeopatia pode contribuir para o tratamento de quadros
graves da ceratoconjuntivite primaveril ou vernal.

2.4 CRISTALINO

O cristalino é uma lente biconvexa, avascular, elástica e transparente que


se localiza posteriormente à íris e é mantida em sua localização através dos
ligamentos do sistema zonular. Anatomicamente é possível o reconhecimento
de sua cápsula, do córtex e do núcleo. A cápsula estabelece os limites do
cristalino e em sendo elástica, está diretamente relacionada com o fenômeno da
acomodação. No decorrer da vida, o núcleo do cristalino sofre com aumento de
volume e rigidez causados por mecanismos de degeneração, precipitação,
desnaturação e coagulação de proteínas, originando a opacificação que diminui
a acuidade visual, chamada catarata. Esta pode ter origem congênita por
alterações embriológicas, precipitadas por doenças sistêmicas (Diabetes
Mellitus, Distrofia Miotônica, Dermatite Atópica e Neurofibromatose), assim como
ser secundária à doença ocular primária (Uveíte anterior crônica, Glaucoma de
ângulo fechado, Alta miopia, Distrofias hereditárias de fundo de olho).

Não há tratamento clínico na alopatia para a catarata. A cirurgia é indicada


quando a diminuição visual prejudica as atividades habituais do paciente.
Atualmente o tratamento cirúrgico pela facoemulsificação apresenta um alto
índice de eficácia.

13
Figura 9 – Catarata
Fonte: [Kanski et al., 2008]

2.5 RELATOS DE CASOS DE CATARATA

Em 1982, Diwan Harish Chand publicou o artigo “Role of homeopathy in


ophthalmological conditions” no Indian Journal of Ophthalmology, onde afirmava
que o colírio de Cineraria maritima deveria ser usado no estágio inicial da
opacificação do cristalino no intuito de prevenir ou diminuir o desenvolvimento
da catarata. Adicionado ao colírio, outras medicações homeopáticas de uso oral
deveriam fazer parte do tratamento, de acordo com a história do paciente. Os
medicamentos mais populares seriam: Calcarea carbonica e a Calcarea fluorica.
Por outro lado, ele relata que no British Homeopathic Journal foi descrito um caso
de catarata bilateral em um paciente de 82 anos que melhorou com Silicea. Já a
catarata consequente a traumatismo, o Conium maculatum ou a Arnica montana
seriam os mais indicados.

Jefferson Melamed apresentou a monografia de conclusão do curso de


formação de especialista em homeopatia do Instituto Hahnemanniano do Brasil
em 1998 sobre o Tratamento Homeopático da Catarata. O autor descreveu o
caso que envolveu o emprego de Cristalinum 30 CH, 05 gotas via oral, à noite,
por 90 dias a um grupo de 20 pacientes com catarata incipiente e idades entre
50 e 70 anos. A acuidade visual deste grupo variava de 50 a 70 %. Após 3 meses
de uso da medicação organoterápica, 15 pacientes (75% dos pacientes)
melhoraram a acuidade visual em 10 a 20%. Os 5 pacientes restantes (25% dos

14
pacientes), não apresentaram modificação da situação oftalmológica neste
período, sendo recomendado o tratamento cirúrgico. Também foi descrito pelo
autor outros casos que apresentaram resultados favoráveis através do
tratamento homeopático com o medicamento de fundo.

2.6 RETINA

A retina constitui o estrato neurossensorial do olho e possui dez camadas.


Sua parte óptica transforma o estímulo luminoso em estímulo nervoso,
resultando a sensação de visão. Sua função comtempla a detecção de um
estímulo no campo de visão. O suprimento sanguíneo da retina é realizado de 2
formas: pela coroidocapilar, correspondendo às camadas pigmentar e de cones
e bastonetes, e outra vascular compreendendo as camadas nuclear interna e
ganglionar, procedente da artéria central da retina.

A área central da retina corresponde a mácula e é responsável pela visão


de cores, de detalhes e da visão diurna. Já a área periférica da retina é
especializada na visão escotópica e noturna.

As alterações retinianas mais comuns são as doenças inflamatórias


(uveítes), doenças vasculares, degenerações (degenerações maculares),
distrofias, descolamento de retina e afecções consequentes a traumatismos.

A Degeneração Macular Relacionada com a Idade (DMRI) tem sido uma


das principais causas de cegueira nos pacientes acima de 50 anos na atualidade.
Trata-se de uma doença degenerativa e progressiva que acomete a área central
da retina (mácula), podendo levar à perda da visão central. Pode ser classificada
como seca, responsável pela maior parte dos casos (85%-90%), ou exsudativa,
também denominada neovascular ou úmida (10%-15%). Na DMRI seca ocorre
a formação de drusas e defeitos do epitélio pigmentar da retina, podendo evoluir
para um estágio final denominado atrofia geográfica. A DMRI exsudativa
caracteriza-se pela formação de membrana neovascular, sendo responsável
pela maior parte (90%) dos casos de cegueira (acuidade visual menor ou igual a
20/200). Atualmente, somente a DMRI exsudativa apresenta tratamento com
potencial melhora da visão. É um tratamento dispendioso que está baseado

15
na aplicação de fármacos na cavidade vítrea. Estes medicamentos atuam
bloqueando a atividade do fator do crescimento do endotélio vascular (VEGF-A:
vascular endothelium growth factor) e com isto inibe a permeabilidade
vascular e angiogênese. A ação do fármaco dura em torno de 4 a 6 semanas,
estabilizando e, em cerca de 1/3 dos casos, melhorando a acuidade visual. Os
resultados já podem ser observados nos primeiros 30 dias, mas são necessárias
aplicações contínuas dos medicamentos por período previamente imprevisível,
até não haver, nos casos responsivos, atividade da doença definida
conforme achados clínicos e de exames complementares.

Figura 10 – Degeneração macular relacionada à idade


Fonte: [Kanski et al., 2008]

16
2.7 RELATOS DE CASOS DE AFECÇÕES VÍTREO-RETINIANAS

David Milstein publicou o artigo “Degeneração Macular Relacionada com a


Idade tratada com Isopatia” na revista Homeopatia em 2012. O autor apresentou
três casos que obtiveram recuperação da visão após o tratamento isopático:

1- Para inibir o fator angiogênico gerador da rede de capilares e evitar


fibrose, prescreveu-se Fator de crescimento endotelial a 10.000 CH.
2- Fator ativador de fibroblastos 10.000 CH para evitar fibrose.
3- Para atenuar o processo inflamatório, PGE 2 10.000 CH.
4- S.O.D., Catalase, peroxidade, ubiquinona, todas em 6CH.
5- Retina 6 CH.
6- Em caso de participação viral ou bacteriana, foi incluído o nosódio
correspondente em 10.000 CH.

O primeiro caso era um paciente de 79 anos que apresentou diminuição da


acuidade visual, visão borrada e com a forma alterada (metamorfopsia), devido
à membrana epirretiniana. Em seis meses iniciou o tratamento homeopático,
referindo melhora após quatro meses. Comprovou-se através dos exames que
a membrana epirretiniana havia desaparecido. O segundo e o terceiro casos
eram pacientes que apresentavam catarata e degeneração macular relacionada
à idade e obtiveram melhora do quadro após o tratamento homeopático.

Em outro artigo, Sebastião José Ferreira Duque em 1992 descreve o caso


de um paciente com hemorragia vítrea pós-traumática que obteve resposta
favorável após o tratamento com homeopatia. Neste caso, o paciente apresentou
hifema (hemorragia na câmara anterior) e hemorragia vítrea devido ao impacto
direto de fragmento metálico após explosão de um equipamento no trabalho. O
caso foi documentado pelo Eco-oculograma tipo B evidenciando o extenso
hematoma vítreo. Na ocasião, a opção pelo tratamento cirúrgico (vitrectomia
posterior) poderia apresentar várias complicações. Foi prescrito o medicamento
de fundo e medicamentos organoterápicos. Era uma pessoa comunicativa que
gostava de ajudar o próximo, porém nunca esquecia uma ofensa. Dizia-se
teimoso e muito conservador, ligado à família, temendo que algo acontecesse
com um dos familiares. Não gostava de multidões ou de ser consolado. Referia
medo de ladrão e de passar necessidades. Tinha o sono leve e sonhava com

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casas velhas e com parentes e amigos que já haviam falecido. Foi prescrito
Natrum muriaticum 200 CH – 01 papel aos domingos em jejum, Arnica montana
12 CH – 3 glóbulos, 3 vezes ao dia, Crotalus horridus 9 CH - 3 glóbulos, 3 vezes
ao dia.

Após 1 mês, manteve acuidade visual de vultos, porém referiu melhora do


estado geral. A dinamização das medicações organotrópicas foram aumentadas
em seis meses, chegando a Arnica montana 10M - 1 papel e Crotalus horridus
1M – 1 papel. A acuidade visual chegou a 0,4, a hemorragia vítrea deu lugar a
uma área de fibrose vítrea discreta em periferia de retina e o Eco-oculograma
tipo B evidenciou opacidades vítreas moderadamente densas em quadrante
inferior sem tração vítreo-retinianas.

2.8 NERVO ÓPTICO

O nervo óptico é formado dos axônios das células ganglionares da retina,


transmitindo impulsos aferentes visuais e pupilomotores, formando sinapses no
corpo geniculado lateral. Ele se continua com o quiasma óptico, onde há uma
semidecussação das fibras nervosas, prosseguindo com os tratos ópticos (direito
e esquerdo), transmitindo o estímulo do quiasma aos corpos geniculados
laterais, para então se dirigir ao córtex cerebral. A porção intra- orbitária do nervo
óptico é nutrida pela artéria central do nervo óptico, enquanto a porção
intracraniana (quiasma óptico) é nutrida pelas artérias carótida interna, cerebral
anterior e comunicante anterior.

As alterações do nervo óptico podem ser consequentes as anomalias de


desenvolvimento, inflamações (neurites), atrofias primária ou secundária
(glaucomatosa), distúrbios circulatórios (edema de papila) e tumores. As
neuropatias ópticas secundárias ao glaucoma são as alterações mais comuns
que observamos na prática. O dano manifesta-se morfologicamente pelo
aumento da escavação papilar, alterações no campo visual e podem estar
associados ao aumento da pressão intraocular.

A evolução natural de um glaucoma não tratado é a cegueira irreversível,


sendo uma das principais causas de cegueira no mundo.

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A escavação glaucomatosa apresenta alguns sinais característicos como
a assimetria, a presença dos vasos em baioneta, assim como a palidez e atrofia.

O glaucoma é uma neuropatia óptica degenerativa que se apresenta ao


médico em diversos estágios de um processo contínuo caracterizado por morte
acelerada das células ganglionares, perda axonal subsequente e lesão do nervo
óptico, como também perda do campo visual. O glaucoma pode ser primário,
secundário ou congênito. O glaucoma primário pode ser classificado de ângulo
aberto ou fechado. O glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) apresenta o
ângulo de drenagem do humor aquoso aberto. Por outro lado, no glaucoma de
ângulo fechado, o ângulo entre a córnea e a íris encontra-se fechado, dificultando
o escoamento do humor aquoso através do trabeculado. O glaucoma pode ser
secundário a diversas situações: traumatismo ocular, catarata, uso de corticoide
tópico ou sistêmico, inflamações intraoculares, entre outras condições. Já o
glaucoma congênito pode ser primário ou secundário associado a alterações
oculares ou a anomalias congênitas. O tratamento alopático do glaucoma
depende da causa, podendo ser realizado de forma tópica e sistêmica, assim
como através de procedimentos a laser e cirurgias.

Figura 11 – Escavação de papila glaucomatosa


Fonte: [Kanski et al., 2000]

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2.9 RELATOS DE CASOS DE NEUROPATIAS ÓPTICAS

De acordo com o artigo “Role of homeopathy in ophthalmological


conditions”, Diwan Harish Chand relata que apesar das neuropatias serem
irreversíveis, ele testemunhou melhora clínica em alguns pacientes com a
utilização de Phosphorus e Tabacum. O autor também relata o uso de Spigelia
anthelmia para os casos de glaucoma (principalmente no olho esquerdo), além
de Phosphorus.

O médico naturista, especialista em homeopatia, Luis Rekarte de Silva,


descreveu em seu artigo “Tratamiento homeopático del glaucoma”, um caso de
glaucoma secundário ao uso de corticoide devido a laringo-traqueíte crônica. Na
anamnese, o paciente relatou piora do quadro pela manhã com tosse e opressão
no peito. A luz incomodava e era visto um halo colorido ao redor dos objetos.
Todo o quadro melhorava ao ar livre. O paciente queixava-se de uma dor ao
redor dos olhos, na parte anterior da cabeça e mais à direita, além do
lacrimejamento que piorava com a dor de cabeça. Esta, melhorava com a
pressão. O cansaço era pior à noite. O paciente dizia-se impaciente, inquieto e
muito sensível ao odor. Relatava medo de perder o seu posto no trabalho e
também o medo ilógico de achar que poderia ser causador de acidentes
ocorridos com outras pessoas. Foi prescrito Osmium 7 – 9 – 15 CH durante dois
meses. Nesse interim o paciente referiu piora da cefaleia e foi medicado com
Cobaltum, onde apresentou melhoras. No exame oftalmológico, a pressão
intraocular havia cedido bastante, obrigando o oftalmologista a suspender a
medicação (dispendiosa) tópica para o glaucoma (Latanoprosta). A tosse
desapareceu. Nesta ocasião foi medicado com Osmium 30 CH a cada mês, até
que retorne ao oftalmologista em 6 meses para revisão do quadro.

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3 CONCLUSÃO

Através da exposição dos casos relatados é evidenciado o êxito do


tratamento homeopático nas afecções de diversos segmentos do globo ocular.
Além do efeito no órgão afetado, a homeopatia também pode proporcionar bem
estar físico e emocional ao paciente, melhorando sua qualidade de vida,
proporcionando um tratamento mais cômodo, sem efeitos colaterais irreversíveis
e de melhor acesso financeiro, em comparação aos tratamentos alopáticos
disponíveis.

É necessária a divulgação do uso da homeopatia nas diversas


especialidades médicas, principalmente na oftalmologia, que foi o propósito
deste trabalho. A oftalmologia é uma especialidade médica que se desenvolveu
enormemente nos últimos 25 anos, no que tange à tecnologia de exames
complementares e procedimentos, criação de novos fármacos, assim como na
inovação cirúrgica. No entanto, o acesso a esta tecnologia é restrito a poucos.
Não só devido a questões geográficas, onde é preciso o paciente deslocar-se
para as grandes metrópoles que estão concentrados os parques tecnológicos
em questão, como também do ponto de vista político-econômico, onde o governo
não incentiva programas de inovação tecnológica de seus hospitais, assim como
o acesso facilitado do atendimento ao público. Ainda possuímos no Brasil um
alto índice de cegueira total devido à catarata. Estamos distantes do slogan
“Oftalmologia para todos”.

Diante deste cenário, contamos com uma grande “aliada” que é a


homeopatia, pois esta arte de curar facilita o seu usuário a manter-se fisicamente
e emocionalmente saudável para alcançar “os mais altos fins de sua existência”.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2001.
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Homeopatia Brasileira 1998; 4 (1): 491-494.
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levantamento bibliográfico, Brasília: Instituto de Saúde integral, 2005.
43p. Monografia (Curso de Especialização em Homeopatia).

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