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Anotações Retiro com Buddharakitta 21 a 24 de janeiro de 2010

Letícia Santos de Lima


Qualquer dúvida, favor enviar email para: leticialimabh@yahoo.com.br

• Refúgio é onde nos protegemos. Tomar refúgio é nos proteger dos perigos internos.
• Buddha – aquele que despertou, ele tem a mente que não será atingida pelos perigos
da cobiça, ódio e ignorância.
• O sentimento por trás da tomada de refúgio no Buddha é a gratidão por ele ter nos
mostrado o caminho.
• Podemos meditar sobre as três qualidades do Buddha e dela nos lembramos ao
tomar refúgio nele: Pureza, Compaixão, Sabedoria.
• A compaixão é o motivo pelo qual estamos aqui. Temos compaixão por nós
mesmos, porque não queremos mais sofrer. E temos compaixão pelos outros, porque
não queremos provocar sofrimento nos outros.
• O Dhamma é as leis naturais, é a realidade das coisas. Conscientes ou não dessas
leis, elas existem e fazem efeito sobre todos nós.
• O primeiro momento da libertação altera a mente e nós não voltamos mais a ser
como antes.
• As pessoas que alcançaram a iluminação possuem uma fé e uma confiança
inabaláveis.
• O grupo de prática deve ter unidade, apoio e harmonia.
• Dos 5 preceitos que tomamos os três primeiros em seus dois sentidos são:
o Não destruir nenhum ser vivo – conservar e preservar a vida;
o Não tomar aquilo que não é dado – ser generoso e compassivo;
o Abster-se de condutas sexuais incorretas – combater o apego às sensações;
o (os demais eu não consegui anotar)
• Quando aceleramos demais nas atividades não conseguimos perceber detalhes
importantes de nossa vida.
• Quando a gente desacelera a gente consegue perceber coisas que passam pela mente.
• A generosidade combate a cobiça.
• Outras maneiras de pensar os 5 preceitos:
o 2º preceito: estar feliz e satisfeito com o que temos aqui e agora.
o 3º preceito: o controle sobre os sentidos preserva energia para se concentrar
na meditação
o 4º preceito: não ser indulgente com a fala ajuda-nos a concentrar e evita
atritos com as pessoas
o 5º preceito: não tomar intoxicantes ajuda a manter a mente acordada,
desperta e atenta.
• Dicas para avançar bem na meditação (para o retiro):
o Slow down
o Patience
o Expectation-free
o Continuity of mindfulness
o Intention
o Attitude of responding not reacting
o Letting go
• Slow down: desacelere em tudo
• Paciência: com a sua prática; Meditação leva tempo. Quando a gente planta as
sementes do Dhamma temos que ter a paciência com os frutos da mesma forma que
com uma árvore.
• Sem expectativas: expectativa é uma forma de desejo. Estar sempre aberto para as
experiências, sem expectativas. Estar aberto é ser livre. O excesso de expectativas
leva à frustração.
• Continuidade da plena atenção: procure manter a plena atenção até mesmo entre as
meditações. Uma plena atenção após outra, persistentemente, fortalece a mente.
Apenas uma é frágil, mas uma sequência é forte.
• Intenção: perceber a intenção prévia em qualquer ação. Intenção clara. Isso evita
esquecer coisas ou fazer coisas erradas. Comece prestando atenção pouco a pouco,
uma ação após a outra. Ex: vou treinar prestar atenção toda vez que eu me levantar.
Depois: aumentar para 2 ações: toda vez que eu beber água, etc...
• Atitude de responder ao invés de reagir: abrace suas experiências, responda a elas,
observe, compreenda, não reaja. Aceite as experiências.
• Deixar ir: apego, medo, aversão, estados mentais não saudáveis.
• Ouvir, entender e praticar o “deixar ir” significa ter compreendido todo o
ensinamento do Buddha. Pois todo o ensinamento pode ser resumido nisso.
• Até mesmo a questão do sucesso e progresso temos que deixar ir.
• Postura: conforto e sem se torturar – estamos aqui para sermos felizes e atingirmos a
iluminação.
• A postura do lótus completa favorece a curvatura natural da coluna e trava a postura
de tal maneira que o corpo fica estável.
• Várias posturas: lótus completa, meio lótus, ¼ de lótus, postura birmanesa cruzada
• Tipos de meditação: samatha, vipassana (insight)
• Vi – Passana
o Vi: especial, diferentemente
o Passana: visão (com o olho da sabedoria)
• A meditação vipassana, de insight se concentra em observar as três características
universais em tudo:
o Impermanência: tudo muda o tempo todo
o Insegurança = insatisfatoriedade
o Impessoalidade = as coisas estão para além de nosso controle
• Começamos observando as características específicas das coisas/experiências: calor,
tensão, pressão, pulsação. Perceber isso é a introdução ao vipassana.
• Quando começamos a perceber as 3 características universais das experiências
estamos praticando vipassana.
• Este é o caminho para obtermos sabedoria. Ganhamos sabedoria através do corpo.
• Objeto primário: atenção sobre a respiração, para dentro, para fora,
expansão/contração dos pulmões, ar passando pelas narinas.
• Não se fechar apenas a esse primeiro estágio.
• Quando surge pensamentos ou obstáculos (dúvida, raiva, medo, ...) Percebê-los,
deixá-los ir e depois voltar para o objeto primário.
• Quando sentir dor, percebê-la, observar suas características específicas e as
universais.
• Perceber o sentar/tocar, atenção sobre o corpo.
• Respiração é o objeto primário (nosso lar), nós retornamos a ela todo o tempo, os
demais são objetos secundários.
• Esteja consciente de tudo o que vier à mente no momento presente a partir do
momento em que o evento se tornar importante.
• O processo de pensar é natural e não é errado que pensemos durante a meditação,
errado é que nos apeguemos ao pensamento.
• A raiva, a tristeza e o medo vem da aversão. A raiz de todo o sofrimento vem do
desejo na forma de apego/aversão. O apego vem da vontade/ilusão de querer que as
coisas sejam permanentes, de que as coisas boas nunca terminem, etc. A aversão
vem do desejo de repelir situações indesejadas.

Desejos
sensoriais Desejo pela
Apego à não-
existênci existência,
a aniquilação,
Linha do Apego / Aversão
niilismo

Linha da Impermanência

Tudo está
sempre Tudo está
terminand Surgindo / sempre
o, mudando / nascendo,
passando. passando crescendo
, surgindo.

• Observar a linha da impermanência nos permite combater a linha do apego/aversão.


Por isso, a meditação de insight nos ajuda a fazer isso. A medida em que
percebemos a impermanência e a insatisfatoriedade de tudo, diminuímos a vontade
de nos apegar.
Nobre Caminho Óctuplo:

1º - compreensão correta: 4 nobres verdades


• Entender o sofrimento nos traz a felicidade
• Da mesma maneira que nos esforçamos para compreender o sofrimento, nos
esforçamos para praticar e nos livrar dele. Só podemos fazer algo a respeito de
alguma coisa se a conhecemos, se entendemos ela. Do contrário, desperdiçaremos
energia. Quando conhecemos o sofrimento adquirimos força e vontade para praticar
(também fé e confiança).
• Quando estamos com a mente concentrada, vemos as coisas como elas são, sem
emoção ou comoção.
• Quando sentimos sofrimento, usamos a compreensão para encontrar a fonte/raiz do
sofrimento.
• Quando temos desejo de nos divertir, muitas vezes não vemos que mesmo que nos
divertimos, ganhamos um bônus: o sofrimento.
• Dukkha: não é só a dor física, engloba toda a noção de sofrimento.
• Compreensão correta significa ver: impermanência, insatisfatoriedade,
impessoalidade.
• “Planting Dhamma Seeds” – livro do Buddharakitta

2ª – pensamento correto
• Tendo a visão/compreensão correta, podemos escolher pelo pensamento correto.
Deve-se cultivar os seguintes pensamentos corretos:
o Não-cobiça / generosidade
o Não-ódio / amizade amorosa, metta
o Não-crueldade / compaixão
• Ser generoso através do nosso tempo, fala, ouvidos e sorriso.
• Se você cultivar o contentamento na vida, se ficar feliz com a vida que tem, você
consegue evitar a cobiça.
• “O contentamento é a nossa maior riqueza/fortuna” – Buddha
• Quem é mais feliz? Aquele que tem pouco mas está contente ou aquele que tem
muito e não se contenta?
• Doar/oferecer é diferente de se livrar das coisas oferecendo-as a alguém.
• Metta: amor irradiante – abrir o coração em relação a todos os seres. A prática ajuda
a acalmar e se tornar pacífico. Metta significa construir pontes entre as pessoas,
pontes, ao invés de muros ou cercas. Metta é o amor universal.
• Essa prática se assemelha ao sermão da montanha.
• Samatha – concentração constante leva ao samadhi
• Vipassana – o objeto é visto em sua natureza
• Três características universais: anicca, anatha, dukka
• Procurar o discurso do Buddha chamado: “os sinais das 3 características”
• Anicca Anupassana: ver os sinais no momento presente, quando eles ocorrem, a
medida em que ocorrem:
o 1. Aumentando / surgindo
o 2. Diminuindo / desaparecendo
o 3. Os dois ao mesmo tempo
• Sinais de dukkha: dor física, mudança, cessação do prazer, condicionamento das
coisas
• Sinais de anatta: você não pode controlar os processos da vida

Cinco obstáculos
• Thinking (pensamentos) – ficar numa avalanche de pensamentos. Não é necessário
parar de meditar quando há muitos pensamentos. Se você puder estar consciente de
seus pensamentos, isso é meditação. A função da mente é pensar, portanto, não
podemos “brigar” com a cobeça. O melhor é se acalmar, fazer respirações profundas
e observar os pensamentos.
• Pensar não é um obstáculo. Ficar preso nos pensamentos é um obstáculo. Se
começar a sentir isso, procure pela fonte deles. De onde eles vem? Observar os
pensamentos mas sempre voltar para a respiração. Se isso não for suficiente,
pratique samatha.
• Vipassana é uma meditação ativa, enérgica
• Samatha é uma meditação de concentração e calma
• Você deve mudar de uma para outra de acordo com seu estado mental. Quando
agitado, pratique também metta
• Quando sua mente está bem/feliz, ela se concentra mais fácil. O contrário não é bem
verdade. Portanto, para se concentrar, prepare-se para isso com uma prática alegre.
Ex: pensar sobre as qualidades do Buddha.
• Para lidar com a sonolência: abrir os olhos, meditar em pé, iluminar o ambiente
(isso diminui a produção de um hormônio relativo ao sono), respirações rápidas ou
profundas porque aumenta o ritmo cardíaco e pressão sanguínea; meditar sobre a
percepção do corpo, como o sentar.
• Toda vez que você estiver agarrado às coisas, você irá sofrer.

Continuação dos 8 passos do Nobre Caminho


• Hábil/correto (skillfull) – é aquilo que traz felicidade para você e para os outros
• Inábil/incorreto – é aquilo que traz infelicidade para você, ou para os outros, ou para
ambos.
• É melhor evitar usar os termos “bom” e “ruim”
• Uma ação que é feita com generosidade, bondade e sabedoria é hábil/correto/sábio
• Pensamento aplicado / pensamento sustentado
• Na meditação de metta você começa direcionando para o pensamento correto,
depois sustentando-o e em seguida, sentindo.
• A felicidade é um caminho a ser cultivado

3º passo – Fala correta


• Abserte-se de falar mentiras. Treinar para isso é importante porque a mentira gera
uma série de turbilhões na mente, preocupações sobre a possibilidade de alguém
descobrir, tem que se lembrar de todas elas para não acabar se enrolando com
alguém, acaba tendo que reservar um bom espaço na mente para guardá-las.
• Abserter-se da fala que leva à desunião. Abserter-se da fala rude/grosseira. A fala
deve ser gentil e suave, pois favorece a felicidade. Abster-se da fala
vazia/fútil/blábláblá. Buscar falar coisas úteis, com significado: falar sobre o
dhamma, felicidade, libertação. A fala correta deve ser feita na hora correta.
• Deve-se levar o sentido da meditação e do Caminho em nossas ações na vida diária.
• A fala “certa” na hora errada, no lugar errado, pode mudar completamente a sua
aceitação
• Técnica para falas de correção: “a fala sanduíche”: ao invés de falar nervoso,
começar o “puxão de orelha” dizendo sobre o que a pessoa costuma fazer de certo,
depois, de forma amena, comunicar o que foi feito de errado, e por fim reforçar o
que ela tem feito de certo. Isso evita ressentimentos e mal estar na hora de corrigir
alguém. Serve muito para lidar com filhos.
• Gasta-se muito tempo e energia pensando sobre aquilo que não deveríamos ter
falado. Não se pode menosprezar a fala.

4º passo – Ação correta


• Preservar a vida e não matar os seres vivos: Lembrar que todos os seres vivos
buscam ficar a salvo e felizes.
• Não tomar aquilo que não é dado: praticar a generosidade. A generosidade é a base e
suporte para a conduta ética, para a concentração, sabedoria e para atingir a
iluminação.
• Evitar as condutas sexuais incorretas: isso significa ser fiel ao parceiro, praticar o
controle dos sentidos para conservar energia para o caminho meditativo, respeitar os
relacionamentos alheios.

• Obs: Meditação não é apenas ficar calmo sentado na almofada.

5º passo: Meios de vida corretos


• Ganhar a vida de uma forma ética.
• Princípios fundamentais:
o Respeitar a si mesmo e aos outros
o Preservar a vida
o Respeitar os relacionamentos
o Reciprocidade: faça aos outros aquilo que você gostaria que fizessem a você.
• As cinco profissões que se deve evitar:
o Vender venenos, entorpecentes, intoxicantes, álcool
o Vender armas
o Comércio de escravos
o Criação de animais para o abate

• 3 práticas ambientais:
o Simplicidade: simplifique a sua vida. Seguindo o caminho de 8 passos, sua
vida naturalmente se tornará mais simples
o Self-sufficiency (auto-suficiência): uma vida sem desperdícios, contenciosa,
suficiente e saudável
o Sustaining (sustentável): viver de acordo com suas posses, não comprar
coisas que te levem à preocupação, não consumir além de sua renda, não ter
posses em excesso.
• Preste atenção nas pessoas com quem você convive e trabalha. O seu meio social
influencia muito sua vida.
6º passo: Esforço correto
• Todo bom trabalho necessita de esforço e energia
• O esforço correto compreende:
o Evitar que algo não saudável aconteça. Ex: quando sentir que a raiva está
chegando, tornar-se consciente dela e trabalhar para trazer a calma. Sempre
buscar consciência do que te irrita. Esteja consciente de tudo o que está
vindo a tona ao seu redor, estar atento a tudo o que chega até as 6 portas dos
sentidos.
o Vencer (superar) uma coisa não saudável que aconteceu. Consicentizar-se da
sensação, sem reação. Ex: quando estiver com raiva, fazer anotação mental:
“raiva, raiva...”, quando você consegue fazer isso a raiva passa porque a
mente consegue se ocupar apenas de uma coisa por vez. Durante a
meditação, pode ocorrer a raiva por si mesmo, por pensar que não está dando
conta, que não está progredindo, etc.
o Criar/Fazer surgir estados mentais benéficos. Fazer esforço para
sustentar/manter os estados mentais benéficos.

• 4 Rs para se livrar da aversão/raiva:


o Reconhecer: tomar nota mental.
 Separe o objeto de raiva da raiva em si e trabalhe a consciência da
presença da raiva. Não se prenda ao objeto da raiva.
Na realidade, não fazemos muitas coisas ao mesmo tempo. Ficamos
pulando rapidamente de um objeto a outro.
o Responsabilidade: habilidade de responder, responsabilizar-se pela sua raiva.
 Não reagir. As pessoas são apenas gatilhos para a raiva que já está
dentro de você. Ser responsável é assumir a responsabilidade sobre a
sua raiva, não reagir aos estímulos externos mas tomar consciência
deles. A raiva libera adrenalina e esta faz com que a raiva aumente,
gerando um ciclo vicioso. Prestar atenção nos biofeedbacks do corpo
quando há raiva, fazer respirações profundas para acalmar.
o Reinvestigação: investigar várias vezes o sentimento de raiva e suas
características universais: impermanência, insatisfatoriedade e
impessoalidade.
o Releasing (liberação): deixar a raiva ir embora. Desapegar-se, let it go.
 Vocês querem ficar felizes ou querem ficar agarrados na sua raiva?
Se você pega uma panela quente, a reação imediata é soltar, portanto,
por que se agarrar à raiva? Há pessoas que se agarram tanto à sua
raiva que a tratam como sua propriedade: “tive uma infância ruim, e
é por isso que eu tenho raiva e tenho direito de sentir raiva.”
• Último recurso: praticar metta.

7º passo: Atenção Correta/ Plena Conscientização


• Quando você consegue estar plenamente atento, você se protege dos estados mentais
negativos. “Mindfulness” é igual a um espelho: apenas mostra a você o que está
acontecendo no momento presente. O espelho não te fala nada, não dá opiniões, só
mostra você do jeito que você é.
• Quando você começa a meditar você se torna mais sensível, começa a ver coisas que
não via. Por isso, às vezes, as pessoas acham que estão “piores” quando começam a
meditar.
Processo da Meditação:

• Lidando com a dor (enquanto tolerável)


o Recognition (mindfulness of pain) – reconhecimento – plena atenção na dor
o Respond (responder) - compreender, não reagir, perceber a vontade de
“fugir”
o Reinvestigate (reinvestigar) – verificar as características da dor
o Release (liberar) – pequenos movimentos para aliviar a dor
• Os meditantes reagem da seguinte maneira:
o Desejo de evitar a dor
o Raiva pela dor
o Ilusão – ignora ador achando que concentrar-se em outra coisa fará você não
percebê-la
o Ilusão – acham que a nova postura resolverá todos os problemas com dor e
não entendem que com o tempo a dor virá de novo
• Não segure a dor como se fosse sua
• Se for muita dor, não se torture
• Se a pessoa ficar mudando de posição o tempo todo ela estará cultivando 3
pensamentos inábeis:
o Raiva da posição anterior
o Cobiça pela nova posição
o Delusão de que a nova posição irá acabar de vez com a dor
GRÁFICO JOY/HAPPYNESS:

• Ao compreender o sofrimento ganhamos fé e confiança e isso leva à alegria


• Sila – conduta ética, nos leva a livrar-nos do remorso e isso nos leva à satisfação o
que nos traz alegria
o Sila:
 Fala correta
 Ação correta
 Meio de vida correto
• Mindfulness – ver as coisas como são nos traz alegria
• Concentração/visão correta (segundo o Dhammapada): aquele que as tem fica
alegre.
• Eliminar os cinco obstáculos traz alegria e felicidade

QUADRO DE PRÁTICA DOS 8 PASSOS DO CAMINHO:

3 níveis de impurezas
O nobre caminho Os três Árvore das
(ódio, cobiça e ilusão – raízes da
de 8 passos treinamentos impurezas
infelicidade)
3 – fala correta
Grupo da Nível da transgressão: ação e fala.
4 – ação correta COPA DA
Conduta Para combater: seguir os 5
5 – meio de vida ÁRVORE
Ética preceitos.
correto
6 – esforço correto
Nível da obsessão: obsessões na
7 – atenção plena TRONCO
Grupo da mente, pensamentos dispersos.
correta DA
Concentração Não há ações, porém as
8 – concentração ÁRVORE
impurezas ainda estão lá.
correta
1 – compreensão
correta Grupo da Nível de latência: impurezas RAÍZES DA
2 – pensamento Sabedoria dormentes ou latentes ÁRVORE
correto
Spiritual life:
• S – spiritual friends
• P – priority setting (dhamma first)
• I – intentions (motivation)
• R – regular practice
• I – investigating life
• T – training (3 trainings)
• U – Upekkha: equanimidade, equilíbrio
• A – attention
• L – letting go

• A fé adquirida não é cega, pois ao praticar o caminho vemos o resultado em


tranqüilidade e alegria. A fé e a confiança no caminho vem com a prática que leva à
compreensão. Quando não praticamos, vemos os resultados desagradáveis.
• A árvore dos “defilements” (impurezas) segundo o quadro de prática:
o Se praticarmos apenas os 5 preceitos, cortamos apenas a copa e as folhas
da árvore, mas as folhas irão crescer de novo.
o O “obsessive level” (nível obsessivo) corresponde ao tronco que irá
crescer novamente se você não cortar as raízes. O tronco corresponde
aos pensamentos obsessivos, mesmo que não haja ações exteriores.
• A fé no caminho é muito importante. A fé é adquirida através da prática e
verificação dos resultados. A auto-confiança é adquirida através da concentração. A
prática sustenta a fé e a confiança. A fé se torna inabalável quando a gente alcança
a o 1º nível de santidade. Antes disso, precisamos de muitas doses de fé.
• As raízes são cortadas apenas através da sabedoria e a sabedoria é atingida apenas
através da prática de Vipassana.
• Quando até as raízes são retiradas, o que há? Felicidade.
• Fé/confiança e compreensão são como conseqüência e causa uma da outra.
• As raízes não são cortadas de uma vez só
• Spiritual friends: são amigos que conhecem e falam sobre o Dhamma e que buscam
a felicidade da maneira correta. Fique atento às companhias que você tem
• Procure pelos amigos espirituais através da “e-sangha”, internet.
• Uma vez Ananda perguntou ao Buddha: venerável, são os amigos espirituais a
metade da vida sagrada? E Buddha respondeu: não. Os amigos espirituais são toda
a vida sagrada.
• Priority Setting: estabelecer as prioridades. Colocar o Dhamma no centro. O
Dhamma compreende a prática e todo o ensinamento.
• Intenção e motivação para a prática: eu quero ser feliz, quero me livrar do
sofrimento e o Dhamma é o mapa para isso.
• Regular practice: integrar as práticas à vida diária
• Meditação-minuto: boa prática para inserir na vida cotidiana.
• Cadavez que você não pratica, as impurezas encontram uma oportunidade para se
estabelecer. É como a poeira que entra porque a janela está aberta.
• Da mesma forma que a gente encontra tempo para limpar o corpo, devemos
encontrar tempo para limpar a mente.
• Os retiros são ótimos para “recarregar a bateria”
• É muito importante ter um grupo de prática
• Comece um grupo com você mesmo. Buddharakkita arrumou uma salinha, colocou
lá um altarzinho, uma almofada e o grupo só tinha ele. Com o tempo a mãe dele se
juntou, depois outra pessoa, e mais uma, etc, e agora o grupo está bem grande
• Comece a prática com poucos minutos e vá aumentando. 2x ao dia, todos os dias. A
regularidade vem com a prática e se torna um hábito. É melhor fazer menos tempo
e fazer duas vezes do que fazer um único tempo mais longo.
• Investigating life: observar a impermanência, insatisfatoriedade e impessoalidade.
• Training (3 treinamentos): praticar o tempo inteiro para a transformação da nossa
vida, trazendo felicidade para você e para os outros.
• Ver a vida com equanimidade, equilíbrio.
• Attention: prestar atenção em todos os momentos da vida.
• Letting go: deixar ir o que não é útil, o que nos faz mal, os nossos apegos, deixar ir
a raiva.
• Na vida diária, criar momentos de retiro, de atenção e silêncio. Evitar as falas
dispersivas.

Técnicas de Gerenciamento dos Pensamentos (do Buddharakkita): 5 Rs


• Replacement (substituir): identificar o tipo de pensamento, se é de raiva, cobiça,
etc e substituir ele por:
o Se for raiva: por metta
o Se for cobiça: por generosidade
o Se for crueldade: por compaixão
• Reflexion: refletir sobre as causas e consequências desses pensamentos.
o Problemas dos pensamentos inábeis:
 Danger – traz perigo para a mente
 Defilement – torna a mente impura
 Degret – degrada a mente
• Redirection: voltar para o corpo. Voltar para o momento presente. Se isso não
for o suficiente, vá dar um passeio em um jardim, lugar com árvores. Isso ajuda
a quebrar o ciclo de pensamentos negativos. Se não der, abra a internet e procure
por um livro de dhamma. Se não der, vá bordar, costurar, ou fazer algo que exija
concentração.
• Retracing: retraçar (remapear) de onde vem os pensamentos.
• Resolution: tomar a firme decisão de não ser dominado pelos pensamentos. Os
pensamentos na verdade são fracos (nem mesmo possuem pernas ou braços), só
recebem a força que damos a eles.

• Nibbanna:
o O único incondicionado
o Permanentemente permanente
o Felicidade, ausência de sofrimento
• Sobre o vazio (emptyness):
o Emptyness = non-self no Theravada
o O que estamos esvaziando? Estamos esvaziando a mente da raiva, da
cobiça, aversão, crueldade, ignorância, e todos os demais pensamentos
inábeis.
o Emptyness não significa “vácuo”!
• Podemos fazer qualquer coisa na vida, desde que não vá contra os 5 preceitos e que
seja feita dentro dos 3 treinamentos do Nobre Caminho.

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