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Quadro clínico:
Manifestações locais - dor e edema no local da
picada, de intensidade variável e, em geral, de
instalação precoce e caráter progressivo.
Equimoses e sangramentos no ponto da picada
são freqüentes. Infartamento ganglionar e bolhas
podem aparecer na evolução, acompanhados ou
não de necrose.
Manifestações sistêmicas - Além de
sangramentos em ferimentos cutâneos pré-
existentes, podem ser observadas hemorragias à
distância como gengivorragias, epistaxes,
hematêmese (sangue com origem do sistema
gastro-intestinal).
ACIDENTE BOTHRÓPICO
Complicações Locais:
Síndrome Compartimental: isquemia de
extremidades provocada pelo edema.
Manifestações mais importantes: dor intensa,
parestesia, queda na temperatura do segmento
distal, cianose e déficit motor.
Abscesso: Ação “proteolítica”favorece o
aparecimento de infecções locais.
Necrose: É devida principalmente à ação
“proteolítica”do veneno, associada àisquemia
local decorrente de lesão vascular e de outros
fatores como infecção, trombose arterial,
síndrome de compartimento ou uso indevido
de torniquetes. O risco é maior nas picadas em
extremidades (dedos) podendo evoluir para
gangrena
ACIDENTE BOTHRÓPICO
Complicações Sistêmicas:
Choque: casos graves. Sua patogênese é
multifatorial, podendo decorrer da
liberação de substâncias vasoativas, do
seqüestro de líquido na área do edema e
de perdas por hemorragias.
Insuficiência Renal Aguda: (IRA)também
de patogênese multifatorial, pode decorrer
da ação direta da peçonha sobre os rins,
isquemia renal secundária à deposição de
micro-trombos nos capilares, desidratação
ou hipotensão arterial e choque.
ACIDENTE BOTHRÓPICO
Exames complementares:
Tempo de Coagulação: (TC)fácil execução
e importante na elucidação diagnóstica
Hemograma: leucocitose com neutrofilia e
desvio à esquerda, hemossedimentação
elevada nas primeiras horas do acidente e
plaquetopenia de intensidade variável.
Exame sumário de urina: pode haver
proteinúria, hemafúria e leucocitúria.
Outros exames laboratoriais: eletrólitos,
uréia e creatinina, visando à detecção da
insuficiência renal aguda.
Métodos de imunodiagnóstico
técnica de ELISA
ACIDENTE BOTHRÓPICO
Tratamento:
Específico: soro antibotrópico (SAB) i.v. Na falta
deste, soro antibotrópico-crotálico (SABC) ou
antibotrópico laquético (SABL).
Geral: Manter elevado e estendido o segmento
picado; Analgésicos;Hidratação; Antibioticoterapia.
Tratamento das complicações locais
diagnóstico + de síndrome de compartimento:
fasciotomia, debridamento de áreas necrosadas e
drenagem de abscessos
Prognóstico geralmente é bom. A letalidade nos
casos tratados é baixa (0,3%). Há possibilidade de
ocorrer seqüelas locais anatômicas ou funcionais.
CROTALUS DURISSUS E CROTALUS
TERRIFICUS
Quadro clínico:
Manifestações locais pouco importantes:
Não há dor.
Há parestesia local ou regional, podendo ser acompanhada de edema discreto
ou eritema no ponto da picada.
Manifestações sistêmicas gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náusea,
vômito, sonolência ou inquietação e secura da boca.
Neurológicas:
Ação neurotóxica da peçonha: fácies miastênica (fácies neurotóxica de
Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da
musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de
movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade
de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Pode ocorrer
paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do
vômito, alterações do paladar e olfato e voz nasalada.
ACIDENTE CROTÁLICO
Manifestações sistêmicas:
Musculares: dor muscular
generalizada(mialgias). Fibra muscular
esquelética lesada: liberação de
mioglobina que é excretada pela urina
(mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor
avermelhada ou de tonalidade mais
escura, até o marrom. A mioglobinúria
constitui a manifestação clínica mais
evidente da necrose da musculatura
esquelética (rabdomiólise-> é a quebra
rápida de músculo esquelético devido à
lesão no tecido muscular).
Coleta sequencial de urina até 48 horas após o
acidente
ACIDENTE CROTÁLICO
Acidente Laquético:
Informações disponíveis sobre acidentes
são raras: distribuição geográfica. Os
acidentes por Lachesis são raros, mesmo na
região Amazônica.
Ações da peçonha:
Ação proteolíticaLesão tecidual (~ botrópico)
Ação coagulanteatividade tipo trombina
Ação hemorrágicaintensa atividade
hemorrágica (hemorraginas)
Ação neurotóxicaÉdescrita uma ação do tipo
estimulação vagal, porém ainda não
caracterizada.
ACIDENTE LAQUÉTICO
Quadro clínico:
Manifestações locais: ~botrópico -> dor
e edema, que podem progredir para
todo o membro. Podem surgir vesículas e
bolhas de conteúdo seroso ou sero-
hemorrágico logo após o acidente.
Hemorragia local.
Manifestações sistêmicas: Hipotensão
arterial, tonturas, escurecimento da visão,
bradicardia, cólicas abdominais e diarréia
(síndrome vagal). Necrose por ação do veneno laquético
ACIDENTE LAQUÉTICO
Acidentes Laquéticos:
São classificados como moderados e graves.
Grande porte do animal e quantidade de
peçonha injetada. Complicações ~botrópico
(síndrome compartimental, necrose, infecção
secundária, abscesso, déficit funcional).
Exames complementares: Tempo de
Coagulação (TC), hemograma, dosagens de
uréia, creatinina e eletrólitos. ELISA vem sendo
utilizado em caráter experimental.
Diagnóstico diferencial Acidentes botrópico x
laquético: manifestações da “síndrome vagal”.
Maioria dos acidentes referidos pelos pacientes
como causados por Lachesis é do gênero
botrópico (ELISA).
ACIDENTE LAQUÉTICO
Tratamento:
Tratamento específico: Soro antilaquético
(SAL), ou antibotrópico-laquético (SABL), na
ausência dos 2, soro antibotrópico (não
neutraliza de maneira eficaz a ação
coagulante do veneno laquético).
Tratamento geral: Mesmas medidas
indicadas para o acidente botrópico.
MICRURUS CORALLINUS
Quadro clínico:
Manifestações locais: Discreta dor local,
parestesia.
Manifestações sistêmicas: Inicialmente,
vômitos. Posteriormente, fraqueza muscular
progressiva, ocorrendo ptose palpebral,
oftalmoplegia e a presença de fácies
miastênica ou “neurotóxica”. Dificuldade
para manutenção da posição ereta, mialgia
localizada ou generalizada e dificuldade para
deglutir em virtude da paralisia do véu
palatino. A paralisia flácida da musculatura
respiratória compromete a ventilação,
podendo haver evolução para insuficiência
respiratória aguda e apnéia.
ACIDENTE ELAPÍDICO