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Ofidismo

ACIDENTES COM ANIMAIS


PEÇONHENTOS

Professor: Cleanto Santos Vieira


INTRODUÇÃO

 Chamamos de peçonhentos todos os animais que


possuem veneno e que podem inoculá-lo, prejudicando
a saúde do homem. Entre os animais peçonhentos mais
perigosos estão as serpentes. As picadas de atingem
as partes do corpo localizadas abaixo dos joelhos em
80% dos casos e 19% atingem mãos, antebraços e
braços.
INTRODUÇÃO
ACIDENTES CAUSADOS POR SERPENTES

 Serpentes de maior importância no Brasil.


 As serpentes são responsáveis por muitos
acidentes em nosso pais. Podem, matar ou
incapacitar o acidentado, quando não socorrido
em tempo hábil e tratado de forma correta com
a aplicação dos soros apropriados. As vítimas
mais comuns são trabalhadores rurais.Veja a
seguir os tipos de serpentes e como vivem.
Assim você poderá evitar acidentes.
CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DE SERPENTES
PEÇONHENTAS NO BRASIL

As serpentes do gênero Micrurus não Micrurus


apresentam fosseta loreal e possuem
dentes inoculadores pouco
desenvolvidos e fixos na região
anterior da boca
DISTINÇÃO
PRINCIPAIS GÊNEROS DE SERPENTES

 As Jararacas (gênero Bothrops) São serpentes


responsáveis por cerca de 90% dos acidentes
ofídicos registrados no país. 'Também
conhecidas por "jararacuçu", "urutu", "jararaca
do rabo branco", "cotiara",
“caicaca",surucucurana","patrona","jararaca-
pintada","preguiçosa" e outros.
BOTHROPS JARARACA
 Características: Coloração variada com padrão de
desenhos semelhantes a um "V" invertido. Corpo fino
medindo aproximadamente um metro de
comprimento.
 Possui fosseta Loreal, a cauda é lisa e afilada.
 Distribuição geográfica:
 É encontrada em todo Brasil.
 É encontrada principalmente nas zonas rurais e
periferia de grandes cidades, em lugares em que haja
roedores (paióis, celeiros, depósitos de lenha etc.).
 Sintomas após a picada:
 Dor , inchaço e manchas arrocheadas na região da
picada. Pode haver sangramento no local e em outras
partes do corpo, como nas gengivas, ferimentos
recentes e urina. E possível haver complicações, como
infecção e morte do tecido (necrose) no local picado.
Nos casos mais graves, os rins param de funcionar.
 Tipo de soro: Antibotrópico ou Antibotrópico-
Laquético.
BOTHROPS ATROX

 Bothrops atrox (caiçaca da Amazônia)


BOTHROPS NEUWIEDI

Nome Popular: Jararaca Pintada, Jararaca do Rabo


Branco
Nome Científico: Bothrops neuwiedi
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 0,80 metros
Habitat: Cerrado
Atividade: Noturna

•Serpente de hábito terrícola.


•Com ampla distribuição geográfica.
•Apresenta diversas subespécies.
•Com grande variação de desenhos e cores
BOTHROPS
ALTERNATUS
Nome Popular: Urutu
Nome Científico: Bothrops alternatus
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,20 metros
Habitat: Campos e Cerrados
Atividade: Noturna

•Serpente de hábito terrícola.


•É uma das mais temidas.
•É reconhecida pelas manchas brancas laterais em
forma de cruz que as vezes pode ocorrer na cabeça.
•Sua fama é maior do que ela merece, no dito popular
"Urutu quando não mata, aleija..." o que em parte é
verdadeiro, porque seu veneno destrói as células do
local atingido, podendo causar até necrose. Mas esse
poder de ação é característico de todas as Jararacas,
grupo do qual a Urutu faz parte.
BOTHROPS JARARACUÇU

Nome Popular: Jararacussu


Nome Científico: Bothrops jararacussu
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores,Anfíbios
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,50 metros
Habitat: Matas
Atividade: Diurna,Noturna

•Serpente de hábito terrícola.


•É uma das maiores serpentes do grupo da
Jararaca.
•Por ser de grande porte, consegue inocular
muito mais veneno que as outras portanto,
causa acidentes com consequências muito
mais graves, inclusive com casos fatais.
BOTHROPS LEUCURUS

Nome Popular: Jararaca


Nome Científico: Bothrops leucurus
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 0,80 metros
Habitat: Mata
Atividade: Noturna

•Serpente de hábito terrícola.


•Espécie endêmica da mata Atlântica, entre
Pernanbuco e o sul do Espírito Santo.
•Atualmente tem sido encontrada em regiões
onde tem ocorrido desmatamento para dar
lugar às atividades agrícolas
BOTHROPS MOOJENI

Nome Popular: Caiçaca,Jararacão


Nome Científico: Bothrops moojeni
Dentição: Solenóglifa
Alimentação Básica: Roedores,lagartos
Reprodução: Vivípara
Tamanho: 1,50 metros
Habitat: Cerrado
Atividade: Noturna

•Serpente de hábito terrícola.


•É uma das serpentes mais agressivas do grupo da
Jararaca.
•A distância do bote das serpentes corresponde a
aproximadamente 1/3 do seu comprimento e é dado mais
no sentido horizontal.
•A Caiçaca desfere seu bote mais para o sentido vertical,
podendo atingir dessa forma partes mais altas do corpo
de uma pessoa.
ACIDENTE BOTHRÓPICO

 Acidente ofídico de maior importância epidemiológica no país


cerca de 90% dos envenenamentos
 Ações da peçonha:
 Proteolítica
 Lesões locais, edema, bolhas e necrose patogênese complexa:
proteases, hialuronidases e PLA2, liberação de mediadores da
resposta inflamatória, ação das hemorraginas sobre o endotélio
vascular e ação pró-coagulante. Ação coagulante
 Ativa fator X e protrombina e tem ação semelhante à trombina,
incoagulabilidade sangüínea. Ação hemorrágica
 Hemorraginas que provocam lesões na membrana basal dos
capilares, associadas à plaquetopenia e alterações da coagulação.
ACIDENTE BOTHRÓPICO

 Quadro clínico:
 Manifestações locais - dor e edema no local da
picada, de intensidade variável e, em geral, de
instalação precoce e caráter progressivo.
Equimoses e sangramentos no ponto da picada
são freqüentes. Infartamento ganglionar e bolhas
podem aparecer na evolução, acompanhados ou
não de necrose.
 Manifestações sistêmicas - Além de
sangramentos em ferimentos cutâneos pré-
existentes, podem ser observadas hemorragias à
distância como gengivorragias, epistaxes,
hematêmese (sangue com origem do sistema
gastro-intestinal).
ACIDENTE BOTHRÓPICO

 Leve: dor e edema local pouco intenso ou ausente, manifestações


hemorrágicas discretas ou ausentes, com ou sem alteração do Tempo
de Coagulação.
 Moderado: dor e edema evidente ultrapassando a região da picada,
acompanhados ou não de alterações hemorrágicas locais ou sistêmicas
como gengivorragia, epistaxe (hemorragia nasal) e hermatúria
(presença de sangue na urina).
 Grave: edema local intenso e extenso, podendo atingir todo o membro
picado, acompanhado de dor intensa e, eventualmente com presença
de bolhas. O edema pode levar à isquemia local devido à compressão
de vasos e nervos. Hipotensão arterial, choque, oligoanúria (diminuição
ou ausência de produção de urina) ou hemorragias intensas.
ACIDENTE BOTHRÓPICO

 Complicações Locais:
 Síndrome Compartimental: isquemia de
extremidades provocada pelo edema.
Manifestações mais importantes: dor intensa,
parestesia, queda na temperatura do segmento
distal, cianose e déficit motor.
 Abscesso: Ação “proteolítica”favorece o
aparecimento de infecções locais.
 Necrose: É devida principalmente à ação
“proteolítica”do veneno, associada àisquemia
local decorrente de lesão vascular e de outros
fatores como infecção, trombose arterial,
síndrome de compartimento ou uso indevido
de torniquetes. O risco é maior nas picadas em
extremidades (dedos) podendo evoluir para
gangrena
ACIDENTE BOTHRÓPICO

 Complicações Sistêmicas:
 Choque: casos graves. Sua patogênese é
multifatorial, podendo decorrer da
liberação de substâncias vasoativas, do
seqüestro de líquido na área do edema e
de perdas por hemorragias.
 Insuficiência Renal Aguda: (IRA)também
de patogênese multifatorial, pode decorrer
da ação direta da peçonha sobre os rins,
isquemia renal secundária à deposição de
micro-trombos nos capilares, desidratação
ou hipotensão arterial e choque.
ACIDENTE BOTHRÓPICO

 Exames complementares:
 Tempo de Coagulação: (TC)fácil execução
e importante na elucidação diagnóstica
 Hemograma: leucocitose com neutrofilia e
desvio à esquerda, hemossedimentação
elevada nas primeiras horas do acidente e
plaquetopenia de intensidade variável.
 Exame sumário de urina: pode haver
proteinúria, hemafúria e leucocitúria.
 Outros exames laboratoriais: eletrólitos,
uréia e creatinina, visando à detecção da
insuficiência renal aguda.
 Métodos de imunodiagnóstico
 técnica de ELISA
ACIDENTE BOTHRÓPICO

 Tratamento:
 Específico: soro antibotrópico (SAB) i.v. Na falta
deste, soro antibotrópico-crotálico (SABC) ou
antibotrópico laquético (SABL).
 Geral: Manter elevado e estendido o segmento
picado; Analgésicos;Hidratação; Antibioticoterapia.
 Tratamento das complicações locais
diagnóstico + de síndrome de compartimento:
fasciotomia, debridamento de áreas necrosadas e
drenagem de abscessos
 Prognóstico geralmente é bom. A letalidade nos
casos tratados é baixa (0,3%). Há possibilidade de
ocorrer seqüelas locais anatômicas ou funcionais.
CROTALUS DURISSUS E CROTALUS
TERRIFICUS

 cascavel-de-quatro-ventas (Crotalus durissus)


é uma espécie de cascavel cuja área de
distribuição se estende, descontinuadamente,
do Mexico até Argentina. É também
conhecida como boicininga, boiçununga,
boiquira, maracá e maracabóia.
 Os machos chegam a atingir 1,5 m de
comprimento (as fêmeas são, em geral,
menores).
 O revestimento é castanho, com losangos
verticais escuros, e cores claras na margem. A
parte dorsal da cauda é escura com barras
transversais do mesmo tom. A região ventral
é mais clara.
 Alimentam-se de mamíferos e aves. Os
animais mais jovens preferem lagartos.
ACIDENTE CROTÁLICO

 Estatística: 7,7% dos acidentes ofídicos no Brasil.


30% em algumas regiões. Maior coeficiente de
letalidade devido à freqüência com que evolui para
insuficiência renal aguda (IRA).
 Ações da peçonha:
 Ação neurotóxica: Crotoxina, neurotoxina de ação
pré- sináptica que inibe a liberação de Ach
(paralisias motoras).
 Ação miotóxica: Lesões de fibras musculares
esqueléticas (rabdomiólise) com liberação de
enzimas e mioglobina para o soro e que são
posteriormente excretadas pela urina.
 Ação coagulante: atividade do tipo trombina.
Incoagulabilidade sangüínea. Geralmente não há
redução do número de plaquetas. As manifestações
hemorrágicas, quando presentes, são discretas.
ACIDENTE CROTÁLICO

 Quadro clínico:
 Manifestações locais pouco importantes:
 Não há dor.
 Há parestesia local ou regional, podendo ser acompanhada de edema discreto
ou eritema no ponto da picada.
 Manifestações sistêmicas gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náusea,
vômito, sonolência ou inquietação e secura da boca.
 Neurológicas:
 Ação neurotóxica da peçonha: fácies miastênica (fácies neurotóxica de
Rosenfeld) evidenciadas por ptose palpebral uni ou bilateral, flacidez da
musculatura da face, alteração do diâmetro pupilar, incapacidade de
movimentação do globo ocular (oftalmoplegia), podendo existir dificuldade
de acomodação (visão turva) e/ou visão dupla (diplopia). Pode ocorrer
paralisia velopalatina, com dificuldade à deglutição, diminuição do reflexo do
vômito, alterações do paladar e olfato e voz nasalada.
ACIDENTE CROTÁLICO

 Manifestações sistêmicas:
 Musculares: dor muscular
generalizada(mialgias). Fibra muscular
esquelética lesada: liberação de
mioglobina que é excretada pela urina
(mioglobinúria), conferindo-lhe uma cor
avermelhada ou de tonalidade mais
escura, até o marrom. A mioglobinúria
constitui a manifestação clínica mais
evidente da necrose da musculatura
esquelética (rabdomiólise-> é a quebra
rápida de músculo esquelético devido à
lesão no tecido muscular).
Coleta sequencial de urina até 48 horas após o
acidente
ACIDENTE CROTÁLICO

 Distúrbios da Coagulação: incoagulabilidade


sangüínea ou aumento do Tempo de
Coagulação, em 40% dos pacientes,
observando-se raramente sangramentos
restritos às gengivas (gengivorragia).
 Manifestações clínicas pouco frequentes:
Insuficiência respiratória aguda, fasciculações e
paralisia de grupos musculares têm sido
relatadas. Tais fenômenos são interpretados
como decorrentes da atividade neurotóxica
e/ou da ação miotóxica do veneno.
ACIDENTE CROTÁLICO

 Complicações locais: parestesias locais


duradouras, reversíveis após algumas
semanas. Sistêmicas insuficiência renal aguda,
com necrose tubular geralmente de
instalação nas primeiras 48 horas.
 Exames complementares:
Sanguecreatinoquinase (CK), desidrogenase
lática (LDH), aspartase-amino-transferase
(AST), aspartase-alanino-transferase (ALT),
aldolase, uréia, creatinina, ác úrico, fósforo,
potássio e calcemia.
 Tempo de Coagulação: Leucocitose, com
neutrofilia e desvio à esquerda.
 Urina: sedimento urinário normal quando
não há IRA e proteinúria discreta. Com IRA,
hematúria. Presença de mioglobina.
ACIDENTE CROTÁLICO

 Tratamento Específico: Soro anticrotálico, i.v.


Pode ser utilizado soro antibotrópico-crotálico
(SABC).
 Tratamento Geral: Hidratação adequada é
fundamental na prevenção da IRA. A diurese
osmótica pode ser induzida com manitol a 20%.
 Caso persista oligúria: uso de diuréticos de alça
tipo furosemida. O pH urinário deve ser > de 6,5
(urina ácida potencia a precipitação intra-tubular
de mioglobina), portanto, alcalinação da urina pela
administração parenteral de bicarbonato de sódio.
 Prognóstico: Bom nos acidentes leves e
moderados e nos pacientes atendidos até 6 horas
após a picada. Nos acidentes graves, depende da
existência de IRA. A evolução do quadro depende
de diálise eficiente, em tempo hábil.
LACHESIS MUTA

Lachesis muta, vulgarmente conhecida como surucucu,


surucutinga, surucucutinga, surucucu-de-fogo,
surucucu-pico-de-jaca e cobra-topete , é a maior cobra
peçonhenta da América do Sul.

"Surucucu" vem do Tupi suruku'ku. "Surucucutinga" e


"surucutinga" vêm do tupi suruku'kutinga, "surucucu
branca". Lachesis é uma referência a Láquesis, uma das três
Moiras mitológicas gregas que decidiam o destino dos
seres humanos e deuses. Muta (muda" em latin) é uma
referência ao fato de a surucucu vibrar sua cauda, como a
cascavel, sem, no entanto, produzir o ruído que esta
produz.

Habitat: Vive em florestas densas, principalmente na


Amazônia, mas conhecem-se registros na literatura da
presença desse animal até em áreas isoladas de resquícios
de Mata Atlântica.
LACHESIS MUTA

 Acidente Laquético:
 Informações disponíveis sobre acidentes
são raras: distribuição geográfica. Os
acidentes por Lachesis são raros, mesmo na
região Amazônica.
 Ações da peçonha:
 Ação proteolíticaLesão tecidual (~ botrópico)
 Ação coagulanteatividade tipo trombina
 Ação hemorrágicaintensa atividade
hemorrágica (hemorraginas)
 Ação neurotóxicaÉdescrita uma ação do tipo
estimulação vagal, porém ainda não
caracterizada.
ACIDENTE LAQUÉTICO

 Quadro clínico:
 Manifestações locais: ~botrópico -> dor
e edema, que podem progredir para
todo o membro. Podem surgir vesículas e
bolhas de conteúdo seroso ou sero-
hemorrágico logo após o acidente.
Hemorragia local.
 Manifestações sistêmicas: Hipotensão
arterial, tonturas, escurecimento da visão,
bradicardia, cólicas abdominais e diarréia
(síndrome vagal). Necrose por ação do veneno laquético
ACIDENTE LAQUÉTICO

 Acidentes Laquéticos:
 São classificados como moderados e graves.
Grande porte do animal e quantidade de
peçonha injetada. Complicações ~botrópico
(síndrome compartimental, necrose, infecção
secundária, abscesso, déficit funcional).
 Exames complementares: Tempo de
Coagulação (TC), hemograma, dosagens de
uréia, creatinina e eletrólitos. ELISA vem sendo
utilizado em caráter experimental.
 Diagnóstico diferencial Acidentes botrópico x
laquético: manifestações da “síndrome vagal”.
Maioria dos acidentes referidos pelos pacientes
como causados por Lachesis é do gênero
botrópico (ELISA).
ACIDENTE LAQUÉTICO

 Tratamento:
 Tratamento específico: Soro antilaquético
(SAL), ou antibotrópico-laquético (SABL), na
ausência dos 2, soro antibotrópico (não
neutraliza de maneira eficaz a ação
coagulante do veneno laquético).
 Tratamento geral: Mesmas medidas
indicadas para o acidente botrópico.
MICRURUS CORALLINUS

 A Micrurus corallinus é uma das espécies da


cobra coral, coral verdadeira e boicorá e é
uma das serpentes mais venenosas do Brasil.
 Habitat: preferencialmente a região do litoral.
As corais tem hábitos noturnos, vivem sob o
solo, folhas, troncos em decomposição, raízes
e pedras. Não é agresiva, oferecendo risco
somente quando manuseada ou acuada. Suas
presas de veneno são fixas e pequenas,
localizadas na parte anterior da boca, por isso
morde invés de picar, mesmo assim é uma
das corais de veneno mais ativo no homem.
Seu veneno pode causar a morte em pouco
tempo.
 Seu comprimento é em torno de 60 cm nos
machos e 70 nas fêmeas
MICRURUS LEMNISCATUS

 É uma variante das corais


mais encontrada nas
regiões Centro Oeste e
Norte do Brasil.
MICRURUS FRONTALIS

.Éoutra pertencente as corais, sua


distribuição geográfica no Brasil
abrange os Estados de Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
ACIDENTE ELAPÍDICO

 0,4% dos acidentes por serpentes peçonhentas


no Brasil. Pode evoluir para insuficiência
respiratória aguda, causa de óbito neste tipo de
envenenamento.
 Ações da peçonha (neurotóxica) NTX de ação
pós-sinápticapresente em todas sps estudadas.
Proteínas de baixo MW, rapidamente
distribuídas para os tecidos.
 precocidade dos sintomas de envenenamento.
As NTXs competem com Ach pelos receptores
colinérgicos da junção neuromuscular, atuando
de modo semelhante ao curare.
 Nos envenenamentos onde predomina essa
ação (M. frontalis), o uso de substâncias
anticolinesterásticas (edrofônio e neostigmina)
pode prolongar a vida média do
neurotransmissor (Ach), levando a uma rápida
melhora da sintomatologia.
ACIDENTE ELAPÍDICO

 Ações da peçonha (neurotóxica)


 NTX de ação pré-sináptica: Presentes em
algumas corais (M. coralliunus) e também em
alguns viperídeos, como a cascavel
sulamericana. Atuam na junção neuromuscular,
bloqueando a liberação de Ach pelos impulsos
nervosos, impedindo a deflagração do
potencial de ação. Esse mecanismo não é
antagonizado pelas substâncias
anticolinesterásicas.
ACIDENTE ELAPÍDICO

 Quadro clínico:
 Manifestações locais: Discreta dor local,
parestesia.
 Manifestações sistêmicas: Inicialmente,
vômitos. Posteriormente, fraqueza muscular
progressiva, ocorrendo ptose palpebral,
oftalmoplegia e a presença de fácies
miastênica ou “neurotóxica”. Dificuldade
para manutenção da posição ereta, mialgia
localizada ou generalizada e dificuldade para
deglutir em virtude da paralisia do véu
palatino. A paralisia flácida da musculatura
respiratória compromete a ventilação,
podendo haver evolução para insuficiência
respiratória aguda e apnéia.
ACIDENTE ELAPÍDICO

 Exames complementares: Não há


exames específicos para o diagnóstico.
Tratamento Tratamento específico Soro
antielapídico (SAE), i.v.
 Todos os casos de acidente por coral
com manifestações clínicas devem ser
considerados como potencialmente
graves.
 Tratamento geral: Nos casos de
insuficiência respiratória, ventilação
artificial, Anticolinesterásicos
(neostigmina) em acidentes por M.
frontalis, M. lemniscatus).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Elisabeth Ferroni Schwartz Laboratório de Toxinologia Departamento de Ciências Fisiológicas


Instituto de Ciências Biológicas –UnB
 CANTER, Henrique M., PUORTO, Giuseppe e FERREIRA SANTOS, Marcos. O Butantan e as
serpentes do Bra tan /Itautec, CD-ROW, 1996.
 FU lo: Folder Série Técnica n"- 4.
 INS z Guia Rural, 1992.
 MI e ofidismo (COBRAL). Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 1991.
 MI acidentes por animais peçonhentos. Bra .
 SEB Brasília, 1996.
 SEC SAÚDE. Manual de vigilância epidemiológica acidentes pó animais peç São Paulo: CVE,
lnstituto Butantan, 1993. SC avier, 1992.

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