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AÇOS INOXIDÁVEIS

TEMPERATURA MÁXIMA DE TRABALHO


(TMT)

ADAYR BORRO JUNIOR


DOUTOR EM ENGENHARIA DE MATERIAIS
ESPECIALISTA EM INOXIDÁVEIS
OLÁ BEM-VINDO A ESTE NOVO E-BOOK.

ELE VEM COM UM PRESENTE PARA VOCÊ. O ANEXO TRAZ UMA


TABELA COM AS TTE
EMMP
PEER
RAAT
TUUR
RAASS M
MÁÁXXIIM
MAASS D
DEE TTR
RAAB
BAALLH
HOO (TMT)
PARA AS PRINCIPAIS LIGAS INOXIDÁVEIS.

SUGIRO QUE VOCE A IMPRIMA E A PLASTIFIQUE.

SABER A MÁXIMA TEMPERATURA DE TRABALHO (TMT) DAS


PRINCIPAIS LIGAS INOXIDÁVEIS SE REFERE A UMA DEMANDA
CONSTANTE DE USUÁRIOS E PROJETISTAS EM GERAL.

MEU MAIOR OBJETIVO CONTINUA SENDO QUE VOCE ADQUIRA


CONHECIMENTOS SOBRE O INOX DE UMA FORMA DIDÁTICA, SIMPLES
E QUE ESSES CONHECIMENTOS TRANSFORMEM VOCE EM UM
PROFISSIONAL MAIS CONFIANTE E SEMPRE EM ASCENDÊNCIA.

ESSA É MAIS UMA ETAPA DE NOSSA JORNADA, QUE INCLUI MAIS


ESSE E-BOOK, PROSSEGUIRÁ COM VÍDEOS, WEBNÁRIOS, MATERIAIS
DIDÁTICOS, CONTATOS PELAS REDES SOCIAIS ETC.

ACREDITO QUE A INFORMAÇÃO DÁ PODER E, FAZER ALGUÉM UM


ESPECIALISTA EM AÇO INOX, SIGNIFICA PARA MIM, TRANSFORMAR
ESSA PESSOA, EM ALGUÉM MAIOR DENTRO DE SUA ÁREA DE
ATUAÇÃO PROFISSIONAL OU ACADÊMICA.

VAMOS JUNTOS, TREINAR SEMPRE!!

Adayr Borro Junior

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NO ANEXO DESTE E-BOOK VOCE
ENCONTRARÁ UMA TABELA COM
AS TEMPERATURAS MÁXIMAS DE
TRABALHO (TMT) PARA AS
PRINICPAIS LIGAS INOXIDÁVEIS

Sumário
Conceito 1: Entenda o conceito de TMT para os
inoxidáveis .......................................................................... 3

Conceito 2: Quais propriedades dos inoxidáveis são


demandadas para aplicações a alta temperatura? ....... 8

Conceito 3: Principais ligas inoxidáveis aplicadas para


alta temperatura.............................................................. 10

ANEXO: Tabela de TMT para ligas inoxidáveis ........ 10

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Conceito 1: Entenda o conceito de TMT para os inoxidáveis

Aços inoxidáveis são naturalmente capazes de produzir uma camada própria

de proteção, sempre que sua superfície fica exposta a um meio contendo

oxigênio, suficiente para se ligar ao elemento cromo, formando assim uma

película de óxido de cromo, a qual é natural, estável e nanométrica. Essa

camada é denominada “camada passiva”, sendo responsável por todas as

características fundamentais dos aços inoxidáveis, tais como resistência a

corrosão, facilidade de assepsia e até mesmo pelo apelo estético destas ligas.

Uma constante abordagem, que vai além da resistência à corrosão dos

inoxidáveis, se refere a qual a temperatura máxima que ligas inoxidáveis

podem ser submetidas. Para se abordar o tema “Temperatura Máxima de

Trabalho” (TMT) para os inoxidáveis é necessário antes nivelarmos os

conceitos que se referem à corrosão a alta temperatura para estes materiais.

Primeiramente, define-se corrosão como a forma gradual de degradação de um

metal por reação química e/ou eletroquímica deste, com o meio ambiente que o

envolve. O resultado da corrosão normalmente está relacionado com perda de

massa, vazamento de fluidos em geral e

degradação da aparência destes materiais. Os


AÇO INOX
aços inoxidáveis são usualmente selecionados
NÃO É
para resistirem à corrosão devido ao filme
IMUNE A
passivo que os protege como acima mencionado. CORROSÃO!
No entanto, mesmo os inoxidáveis não estão

imunes a ataques e mecanismos de corrosão.

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A corrosão nos inoxidáveis pode ser classificada em:

 Corrosão Via Úmida: associada a meios aquosos e úmidos onde


prevalecem mecanismos eletroquímicos e temperaturas baixas.

 Corrosão a Alta Temperatura: associada a ambientes basicamente


compostos por fluídos e sólidos quentes, associando-se ou
contaminantes aos mesmos.

Quando materiais metálicos são submetidos a ambientes que se encontram em

alta temperatura, reações químicas ocorrem entre a superfície do material e os

elementos químicos presentes no meio. Em geral, tais reações levam

prontamente a formação de uma camada, exatamente na interface metal/

gases. A morfologia, a aderência, bem como a composição química da camada

formada depende exclusivamente do tipo do material empregado e da

composição do meio. Na prática, a camada formada nesta interface vai

efetivamente determinar a melhor ou pior desempenho de um material, por

exemplo, frente a gases quentes, por vezes, agressivos.

No caso específico dos aços inoxidáveis chamados de resistentes ao calor, a

adição ou incremento de alguns elementos químicos, como o Cr e o Si, bem

como um balanço estequiométrico correto dos mesmos, proporciona um

desempenho adequado para situações de alta temperatura desde que, seja

realizado um estudo adequado de seleção de materiais. Vale lembrar que para

Metalurgia, toma-se o termo “alta temperatura” para temperaturas superiores a

500ºC. Assim, a corrosão a alta temperatura se relaciona com o ataque

químico à superfície de um inoxidável produzido por gases, sólidos, sais ou

metais fundidos, usualmente a temperaturas superiores a 500ºC.

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O que determina a temperatura máxima de trabalho (TMT) de ligas inoxidáveis

é justamente a resistência das mesmas aos fenômenos associados à corrosão

a altas temperaturas. Tais mecanismos estão condicionados a uma série de

fatores, como o meio que estão inseridos, os ciclos de operação, questões de

projeto e, obviamente às temperaturas de exposição. A figura 1 apresenta uma

típica situação de exposição de tubos inoxidável a alta temperatura:

Figura 1: Tubos inoxidáveis expostos a alta temperatura em forno de pré-aquecimento


de sucata.

Assim como no caso da corrosão por via úmida, os aços inoxidáveis aplicados

em altas temperaturas devem confiar seu desempenho na formação de

camada de óxido na superfície. De fato, Quando materiais metálicos são

submetidos a ambientes que se encontram em alta temperatura, os quais

basicamente são compostos por gases quentes, reações químicas ocorrem

entre a superfície do material e os elementos químicos presentes nesses

gases.

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Em geral, tais reações levam prontamente a formação de uma camada,

exatamente na interface metal / gases. A morfologia, a aderência, bem como a

composição química da camada formada depende exclusivamente do tipo do

material empregado e da composição dos gases presentes.

A atmosfera ou ambiente deve ser oxidante o suficiente para a formação desta

camada constituída de óxidos de um ou vários elementos de liga presentes na

composição deste inoxidável. Estes óxidos, quanto mais estáveis a altas

temperaturas, mais garantem o desempenho da liga.

Devido a vários fatores, tais óxidos podem apresentar um crescimento

exagerado e contínuo, iniciando a formação de carepas, conhecidas como

óxidos instáveis e quebradiços, responsáveis pela queda sensível da vida útil

de ligas inoxidáveis expostas a altas temperaturas. A figura 2 apresenta típica

formação de carepa em aço inoxidável AISI 310, aplicado em sistema de

secador de fuligem.

Figura 2: Carepas formadas em aço inoxidável AISI 310 expostos a alta temperatura.

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As temperaturas máximas de trabalho

indicadas nos gráficos usuais para Contaminantes e


problemas
inoxidáveis, seja para serviço contínuo
operacionais
ou intermitente, normalmente se reduzem a TMT
referem à exposição em ar puro.
consideravelmente!

No entanto, tais informações devem ser consideradas com precaução. É

relevante a consideração de outras variáveis na fase de seleção dos

inoxidáveis para trabalho a alta temperatura, pois uma atmosfera redutora e/ou

presença de contaminantes, por exemplo, produz uma redução considerável da

TMT. Outra questão fundamental quanto a TMT se refere a questões

operacionais ou de projetos. Veja o exemplo prático de uma liga corretamente

selecionada para trabalho em atmosfera oxidante, no caso o aço inoxidável

AISI 310 a 1050ºC, que apresentou falha prematura, mostrada na figura 3.

Figura 3: Tubo apresentando falha catastrófica aplicado como lanças de queima.


Observam-se pedras de calcário provocando entupimento (seta).

Ao se realizar a análise de falha, observa-se problema operacional que

provocou entupimento dos tubos. De fato, tal entupimento provoca um aumento

gradativo da temperatura na região, dando origem a uma falha catastrófica.

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Conceito 2: Quais propriedades dos inoxidáveis são
demandadas para aplicações a alta temperatura?

Em geral, ligas inoxidáveis podem ser aplicadas em alguma situação de alta

temperatura. O AISI 304, por exemplo, aço mais popular e consumido dentre

todos os inoxidáveis, trabalha em excelentes condições até cerca de 840ºC em

ar puro. Obviamente, destacam-se outras ligas específicas para temperaturas

mais elevadas, tais como AISI 446, AISI 310, 253MA®, dentre outras.

Os materiais inoxidáveis aplicados para trabalho em altas temperaturas

naturalmente necessitam apresentar algumas propriedades inerentes à

aplicação. Dependendo das condições de operação, tais propriedades

demandas são:

 Estabilidade Microestrutural: devido às altas faixas de temperatura é


inerente o surgimento do fenômeno de difusão atômica nos inoxidáveis.
Isso representa que devido a energia térmica, átomos se movimentam
através da estrutura cristalina e afinidades entre elementos químicos se
alteram. Neste caso, destacam-se a formação de precipitados e/ou o
surgimento de fases indesejáveis, fenômenos que tendem a fragilizar
tanto propriedades mecânicas como corrosivas. Dessa forma, aços que
tendem a apresentar maior estabilidade estrutural, isto é, faixas menores
de exposição a formação de fases e precipitados indesejáveis,
classificam-se melhor para aplicação em altas temperaturas.

 Resistência a Oxidação: quando uma superfície inoxidável é exposta


simultaneamente a uma atmosfera oxidante e a alta temperatura, uma
camada de óxido inicia sua nucleação. Quando tal camada se estabiliza,
significa que a liga selecionada atende a aplicação em questão. No
entanto, dependo do tipo de serviço (contínuo ou intermitente), da
presença de contaminantes e outros fatores, tal nucleação migre para
um crescimento contínuo da camada, passando a tratar-se de óxidos
instáveis, isto é, de uma camada agora porosa, que atinge então um
ponto de craqueamento, ou seja, torna-se quebradiça e frágil. Além da
perda de massa no substrato (inoxidável), há uma óbvia vulnerabilidade
do filme passivo.

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 Resistência à fluência: Fluência é definida como uma deformação lenta
ocorrida em um material submetido à tensão e a temperatura, que irá
resultar numa deformação plástica permanente, resultando muitas vezes
em falha catastrófica. O projeto de seleção de ligas inoxidáveis a serem
submetidas a ciclo de cargas e temperatura passa por um estudo de
resistência à fluência deste material. Para isso utilizam-se gráficos e
ábacos que relacionam tensões, ciclos e temperaturas para as ligas
envolvidas.

 Resistência a corrosão-erosão: O impacto de partículas sólidas e/ou


situação de fricção tendem a romper localmente a camada de óxido,
reduzindo a vida útil dos materiais inoxidáveis submetidos a alta
temperatura. Estas aplicações demandam ligas que formem óxidos
aderentes, dúcteis e estáveis.

Adicionalmente às propriedades acima mencionadas, para qualquer projeto

que envolva seleção de materiais, é sempre vital lembrar que tais materiais

devem agregar ainda boa conformação, usinabilidade, soldabilidade e

viabilidade econômica.

Os fenômenos ocorridos à alta temperatura são difíceis de serem estudados

justamente pelas dificuldades de realização de ensaios in loco, medições,

observações macro e microscópicas. No entanto, diversos estudos relativos à

resistência e desempenho dos aços inoxidáveis empregados em situações de

alta temperatura proporcionaram a definição da máxima temperatura de

trabalho dessas ligas em algumas situações consideradas mais usuais no que

se refere a ambientes e atmosferas.

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Conceito 3: Principais ligas inoxidáveis aplicadas para alta
temperatura.

Embora diversos aços inoxidáveis, em geral possam ser aplicados à alta

temperatura, a tabela 1 apresenta as principais ligas inoxidáveis usualmente

selecionadas:

Tabela 1: Principais ligas inoxidáveis aplicadas em alta temperatura.


Composição Química (% em peso; nominal)
Nomenclatura
C Si Cr Ni Mo Outros
AISI 446 0,20 0,5 26,5 - - N=0,2
AISI 304/304H 0,05 0,6 18,5 9,0 - -
AISI 316/316H 0,05 0,4 17 12 2,6 -
AISI 321/321H 0,06 0,5 17,5 10 Ti = 5 x %C
AISI 347/347H 0,06 0,4 17,5 11 - Nb = 10 x %C
AISI 310S 0,06 0,75 24,5 21 -
253MA® 0,08 1,7 21 11 - N=0,17; adição de REM* (Ce)
353MA® 0,05 1,6 25 35 - N=0,16; adição de REM* (Ce)

* REM –Rare Earth Metals (elementos terra raras da tabela peródica)


® - Outokumpu OY trademarks

Observa-se pela tabela 1 que há um aço inoxidável ferrítico que aparece como

usual liga aplicada a alta temperatura. Trata-se do AISI 446, liga essa com alto

teor de cromo e com vasta aplicação em sistemas de exaustão automotiva

(escapamentos). Outro fato relevante se refere à aplicação de ligas comerciais

como o AISI 304 e 316. Destacam-se para situações extremadas as ligas AISI

310 e as ligas especiais 253MA e 353MA.

O anexo deste E-book (abaixo) traz a TMT de cada uma


das ligas apresentadas na tabela 1.

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Nota 1: Temperaturas estimadas não contemplando presença de elementos contaminantes como S, Na, V etc.
Nota 2: Para “Atm ao ar”, presença de umidade altera para baixo as temperaturas máximas em torno de 50ºC.
Nota 3: Ligas 253MA e 353MA  trademarks Outokumpu OY

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Chegamos ao final desse E-book lembrando que um passo fundamental
na carreira ou na vida de quem se depara com os inoxidáveis é estudar
esse material, desde sua história até suas aplicações mais modernas.
Aqui, sempre de uma forma bem didática, o mundo dos inoxidáveis ficará
simples e na profundidade certa.

Conte com a TREINAR SEMPRE!!!

ADAYR BORRO JUNIOR

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