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Aracuã-do-pantanal

O aracuã-do-pantanal é uma ave galliforme da família Cracidae. Também conhecido


como charata e na planície pantaneira pela variante aranquã (araquã).
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (grego) ortalis = galinha; e do (latim) canus =
cinza; e collis, collum = pescoço; canicollis = pescoço cinza.  Galinha com
pescoço cinza.
Características
Mede entre 50 e 56 centímetros de comprimento e pesa entre 480 e 600 gramas,
sendo a maior espécie do gênero Ortalis.
Testa anegrada, cabeça e nuca cinzas. Pele do olho vermelha. A característica mais
marcante na plumagem é a cauda, longa, onde destacam-se as penas laterais
marrom avermelhadas, contrastando com o cinza escuro das demais. Em voo ou
pousados, deixam a cauda entreaberta, tornando visível essa característica. Pelo
formato das asas, relativamente pequenas e redondas, precisam batê-las
intensamente para cruzar áreas abertas. Apesar disso, atravessam os rios
pantaneiros sem problemas. Seu som é dominante nas manhãs e tardes do
Pantanal.

aracuã-do-pantanal adulto
aracuã-do-pantanal jovem

Subespécies
Possui duas subespécies reconhecidas:
● Ortalis canicollis canicollis (Wagler, 1830) - ocorre do Chaco do leste da
Bolívia até o oeste do Paraguai e no norte da Argentina.

● Ortalis canicollis pantanalensis (Cherrie & Reichenberger, 1921) - ocorre no


oeste do Brasil, no sudoeste do estado de Mato Grosso.

(Piacentini et al. 2015; Gill & Wright, 2017; Clements checklist, 2016).
Fotos das subespécies de Ortalis canicollis
(ssp. canicollis) (ssp. pantanalensis)

Ortalis canicollis canicollis


Ortalis canicollis pantanalensis
Vocalização
Fazem dueto alto, forte “kara-kaka, tototo´terere”; etc. Os casais e grupos familiares
gritam seu chamado. Um casal ou grupo começa a gritar e, pouco a pouco, outros
começam a responder, espalhando-se por toda a região. O som do macho é mais
grave do que o da fêmea, sendo ambos produzidos pelo ar passando pela longa
traqueia, maior no macho. Esse comprimento é tão longo que, vinda do pulmão, a
traqueia dobra-se sobre o peito e parte da barriga da ave (sob a pele), antes de
voltar ao pescoço e chegar à garganta. Em alguns lugares, transcreve-se o canto do
macho como “quero matar”, ao qual a fêmea responderia “quero casar”.
Alimentação
O aracuã vive tanto no solo, quanto nas árvores, preferindo as alturas, alimentando-
se de folhas, frutos, sementes e flores, além de lagartas. No período de baixa de
águas, quando várias árvores ficam sem folhas e florescem (como os ipês e Tarumã
Vitex cymosa), pode-se observar os aracuãs comendo flores nas pontas dos galhos
nus. Em bandos de até 30 indivíduos ficam empoleiradas nas galharias à procura de
frutos, defecando as sementes intactas e atuando como grandes dispersoras.

aracuã-do-pantanal se alimentando
Reprodução
No início das chuvas, começam a reproduzir. Fazem ninhos com galhos, cipós e
folhas, em formato de plataforma e material pouco organizado. Ficam em árvores ou
arbustos com folhagem densa, de 2,5 a 4 metros de altura, onde são postos 4 ovos
alaranjados ou de cor creme escuro, chocados durante 28 dias. Um ou dois dias
após nascerem, os filhotes emplumados já voam, acompanhando os pais ou grupo
pelas árvores. Para dormir, ficam empoleirados ao lado de um adulto, o qual os
protege com as asas entreabertas.

Casal de aracuã-do-pantanal

Ninho de aracuã-do-pantanal
Filhote de aracuã-do-pantanal

Hábitos
Quando não é perseguido, habita as áreas próximas às casas. Chega a freqüentar o
terreiro das residências pantaneiras.

Bando de aracuã-do-pantanal

Habitat
Vive em matas ciliares, mata de galeria, palmares, capoeiras, matas secundárias,
carandazais, bacurizais, veredas, ambientes alagadiços, cerradão e matas secas.
No pantanal só não vive em campos e cerrados sem capões de matas.
Distribuição Geográfica
No Brasil está presente em toda a planície do pantanal. Ocorre também no
Paraguai, na Bolívia e na Argentina.

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