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Circuitos elétricos I

Virgílio de Melo Langoni

Márcio Aparecido Arruda

Florisvaldo Cardozo Bomfim Júnior

Revisão técnica
Guilherme Henrique Alves
© 2017 by Universidade de Uberaba

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser


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Diagramação
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Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio

Revisão técnica
Guilherme Henrique Alves

Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE

Langoni, Virgílio de Melo.


L267c Circuitos elétricos I / Virgílio de Melo Langoni, Márcio
Aparecido Arruda, Florisvaldo Cardozo Bomfim Júnior. – Uberaba :
Universidade de Uberaba, 2017.
152 p. : il.

Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba.


Inclui bibliografia.
ISBN

1. Circuitos elétricos. 2. Eletricidade. I. Arruda, Márcio


Aparecido. II. Bomfim Júnior, Florisvaldo Cardozo. III.
Universidade de Uberaba. Programa de Educação a Distância. IV.
Título.
CDD 621.3192
Sobre os autores
Virgílio de Melo Langoni

Mestre e graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal


de Uberlândia. Professor da Universidade de Uberaba – Uniube. Tem
experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Circuitos
Eletrônicos e Inteligência Artificial.

Márcio Aparecido Arruda

Engenheiro eletricista pela Universidade de Uberaba – Uniube. Professor


titular nos cursos de Engenharia da Universidade de Uberaba. Tem
experiência na área de Engenharia Elétrica, com especialidade em
Sistemas Elétricos de Potência.

Florisvaldo Cardozo Bomfim Júnior

Bacharel em Engenharia da Computação e Engenharia Elétrica, com


ênfase em Automação Industrial, pela Universidade de Uberaba –
Uniube. Formação em diferentes cursos na área tecnológica e industrial.
Professor nos cursos da área de tecnologia na Universidade de Uberaba.
Sumário
Apresentação............................................................................................................... IX

Capítulo 1 Introdução à eletricidade....................................................... 1


1.1 Sistema Internacional de Medidas, arredondamento e potência de dez..................4
1.1.1 Histórico das unidades de medidas.................................................................5
1.1.2 Sistema Internacional de Medidas – SI...........................................................7
1.1.3 Algarismos significativos..................................................................................8
1.1.4 Erros.................................................................................................................8
1.1.5 Arredondamento.............................................................................................11
1.1.6 Notação científica...........................................................................................12
1.1.7 Prefixos do Sistema Internacional.................................................................14
1.2 Corrente e tensão....................................................................................................15
1.2.1 Condutores e isolantes..................................................................................16
1.2.2 Corrente elétrica.............................................................................................18
1.2.3 Tensão............................................................................................................21
1.3 Resistência...............................................................................................................25
1.3.1 Resistência em condutores............................................................................26
1.3.2 Condutância...................................................................................................27
1.3.3 Aspectos construtivos dos resistores.............................................................27
1.3.4 Coeficiente de temperatura α........................................................................31

Capítulo 2 Lei de Ohm e análise de circuitos elétricos........................ 35


2.1 Conhecendo a Lei de Ohm......................................................................................36
2.1.1 Potência e energia.........................................................................................38
2.2 Circuitos em série....................................................................................................42
2.2.1 Resistência total em um circuito em série.....................................................43
2.2.2 Resistência e potência em um circuito em série...........................................43
2.2.3 Lei de Kirchhoff para Tensão (LKT)...............................................................46
2.2.4 Fontes de tensão em série............................................................................47
2.2.5 Regras do divisor de tensão..........................................................................48
2.2.6 Resistência interna das fontes de tensão......................................................49
2.3 Circuitos em paralelo...............................................................................................51
2.3.1 Elementos em paralelo..................................................................................51
2.3.2 Condutância e resistências totais..................................................................51
2.3.3 Tensão e corrente em circuitos em paralelo..................................................55
2.3.4 Lei de Kirchhoff para a Corrente (LKC).........................................................55
2.3.5 Regra do divisor de corrente..........................................................................56
2.3.6 Fontes de tensão em paralelo.......................................................................57
2.4 Circuitos em série‑paralelo......................................................................................59
2.4.1 Resolução de circuito aplicando matriz.........................................................65

Capítulo 3 Métodos e teoremas para análise de circuitos elétricos..... 77


3.1 Métodos de análise dos circuitos elétricos..............................................................79
3.1.1 Conceitos fundamentais................................................................................79
3.1.2 Métodos de análise........................................................................................81
3.1.3 Circuitos em ponto.........................................................................................85
3.1.4 Conversões Y-∆ e ∆‑Y....................................................................................86
3.2 Teoremas para a análise de circuitos......................................................................87
3.2.1 Teorema da superposição..............................................................................87
3.2.2 Teorema de Thévenin....................................................................................88
3.2.3 Teorema de Norton........................................................................................89
3.2.4 Teorema da máxima transferência de potência.............................................91
3.2.5 Teorema de Millman.......................................................................................92
3.2.6 Teorema da substituição................................................................................93
3.2.7 Teorema da reciprocidade.............................................................................93

Capítulo 4 Elementos de circuitos........................................................ 95


4.1 Resistores................................................................................................................97
4.1.1 Resistor linear e invariante.............................................................................99
4.1.2 Resistor linear variável com o tempo...........................................................100
4.1.3 Resistor não-linear.......................................................................................101
4.2 Fontes independentes...........................................................................................101
4.2.1 Fonte de tensão...........................................................................................101
4.2.2 Fonte de corrente.........................................................................................103
4.3 Formas de ondas típicas de excitação..................................................................104
4.3.1 Função constante.........................................................................................104
4.3.2 Função degrau unitário................................................................................104
4.3.3 Função pulso................................................................................................105
4.3.4 Função rampa unitária.................................................................................106
4.3.5 Função impulso unitário...............................................................................107
4.3.6 Função senoidal...........................................................................................107
4.4 Elementos armazenadores de energia.................................................................109
4.4.1 Capacitor......................................................................................................109
4.4.2 Indutor.......................................................................................................... 111
4.5 Potência e energia.................................................................................................113
4.5.1 Potência.......................................................................................................113
4.5.2 Energia.........................................................................................................114
Capítulo 5 Associação de elementos de circuitos...............................119
5.1 Ligação série de fontes de tensão.........................................................................121
5.2 Fontes de corrente em paralelo.............................................................................123
5.3 Ligações série e paralela de resistores.................................................................124
5.3.1 Ligação série de resistores..........................................................................125
5.3.2 Ligação paralela de resistores.....................................................................128
5.4 Ligações série e paralela de capacitores..............................................................131
5.4.1 Capacitores ligados em série.......................................................................131
5.4.2 Capacitores ligados em paralelo..................................................................133
5.5 Ligações série e paralela de indutores..................................................................135
5.5.1 Indutores ligados em série...........................................................................135
5.5.2 Indutores ligados em paralelo......................................................................136
Apresentação
Prezado(a) aluno(a).

Este é o livro da disciplina Circuitos elétricos I. Nele, foram reunidos


cinco capítulos, especialmente produzidos para que você tenha uma
visão completa do assunto abordado e que é fundamental para a sua
formação profissional. A seguir, você terá uma síntese do que contém
cada um dos capítulos.

No primeiro capítulo, “Introdução à eletricidade”, você estudará a


representação de uma grandeza pelo Sistema Internacional de Medidas
e também o arredondamento e a representação de um número por
intermédi9o de notação científica e da utilização de prefixos. Após este
estudo inicial de grande relevância, você verá os conceitos básicos
relacionados à eletricidade, tais como corrente e tensão elétrica.
Finalmente, estudará o conceito de resistência elétrica.

No capítulo 2, intitulado “Lei de Ohm e análise de circuitos elétricos”, você


terá oportunidade de estudar as três leis básicas utilizadas na análise dos
circuitos elétricos: a lei de Ohm e as duas leis de Kirchhoff. Em seguida,
poderá utilizá-las na análise de circuitos elétricos em configurações
conhecidas como série, paralela e série-paralela (mista). Estudará
também os conceitos de fonte de tensão e fonte de corrente.

O capítulo 3 trata dos métodos e teoremas para análise de circuitos


elétricos. Um circuito elétrico pode conter uma fonte, seja ela de corrente
ou de tensão, ou ser mais complexo, incluindo mais de uma fonte.
Neste sentido também, a análise do circuito pode ser mais simples
X UNIUBE

ou mais complexa. Quando se trata de uma análise mais complexa, é


recomendável a utilização de técnicas que possam facilitar o trabalho
de análise dos circuitos elétricos. Este capítulo trata basicamente
dessas técnicas. São apresentados três métodos utilizados em análise
de circuitos elétricos que facilitam os cálculos de parâmetros relativos
aos circuitos em questão: o método de corrente nos ramos, o método
das malhas e o método dos nós. Mas, além dessas técnicas, há outras
ferramentas que são utilizadas na resolução de circuitos com uma ou
mais fontes: os teoremas de análise de circuitos elétricos. Os métodos
e os teoremas são úteis na resolução de qualquer circuito elétrico. Há
situações, porém, mais complexas e, nesse caso, temos que utilizar
outros recursos. É o caso, por exemplo, de quando os resistores em
um circuito não se apresentam nem em série nem em paralelo, é
necessário transformar o circuito em outro, de forma a facilitar a análise
e determinação dos parâmetros de interesse. Este caso será abordado
por nós, com o objetivo de oferecer-lhe os subsídios necessários para
a solução de casos complexos como esse, para o caso de você ter de
enfrentar situações como esta seja na vida acadêmica seja na vida
profissional.

Em seguida, no capítulo 4, intitulado “Elementos de circuitos”, veremos os


principais elementos presentes em circuitos elétricos: a fonte, o resistor, o
capacitor e o indutor e suas principais características básicas, tais como:
curvas características e equações que relacionam tensão e corrente a
esses componentes. Outro aspecto que será abordado neste capítulo são
as formas de onda típicas de excitação que são utilizadas na análise de
circuitos elétricos. Vamos estudar também a forma de onda senoidal e
algumas de suas características, que é a principal forma de onda utilizada
no estudo de sinais alternados. Finalmente, serão vistos conceitos sobre
potência e energia, sendo que o cálculo de energia será estendido aos
elementos capacitor e indutor, que são elementos armazenadores de
energia.
UNIUBE XI

No capítulo 5, abordaremos a associação de elementos de circuitos e


suas características. O conhecimento sobre como fontes, resistores,
capacitores e indutores são associados pode facilitar a análise de um
circuito de aparente complexidade. Você perceberá que a associação
aqui proposta é entre elementos iguais, ou seja, uma associação de
resistores ou uma associação de indutores, por exemplo. Uma vez
compreendido como elementos iguais são associados, incluindo suas
características, a análise de um circuito formado por dois ou mais tipos
de elementos ficará mais fácil de compreender. Ainda neste capítulo você
será levado a estudar duas leis importantes que dizem respeito à análise
de circuitos: as duas leis de Kirchhoff, para tensões e para correntes,
respectivamente, já vistas no capítulo 2 e que são utilizadas em todos os
estudos de associação de elementos.

Esperamos que o conteúdo aqui desenvolvido seja assimilado


satisfatoriamente por você e que o mesmo possa, de fato, trazer
subsídios importantes não só para a compreensão de matérias correlatas
em sua vida acadêmica mas também para um bom desempenho em sua
futura vida profissional.

Bons estudos!
Capítulo Introdução à eletricidade
1

Márcio Aparecido Arruda


Virgílio de Melo Langoni

Introdução
Caro(a) aluno(a).

Nos estudos sobre a eletricidade, é de grande importância saber


trabalhar com números. Constantemente são realizados cálculos
envolvendo medidas das grandezas de um circuito elétrico.
Como nem sempre os resultados dos cálculos são números
exatos, saber como arredondar esses números proporcionará ao
estudante trabalhar com um valor aproximado causando o menor
erro possível.

É abordada, neste capítulo, a correta forma de manipulação de


valores medidos das grandezas elétricas, com ênfase no correto
arredondamento desses valores. Trata ainda da transformação
dos valores, expressando‑os em notação de potência de dez e
ainda sobre o uso dos prefixos gregos utilizados em substituição
à potência de dez. Em muitos casos, principalmente quando
manipulando valores muito grandes ou muito pequenos, torna‑se
cômodo expressar e manipular esses valores em potência de dez.

Tão importante quanto expressar corretamente uma grandeza,


é saber atribuir a ela uma unidade correta. Por exemplo, não
podemos expressar um valor medido de uma determinada massa
2 UNIUBE

em metros. Não faz sentido algum. Assim, apresentamos neste


capítulo o Sistema Internacional de Medidas, que irá orientá‑lo(a)
quanto ao correto uso das unidades atribuídas às grandezas. Ainda
com relação ao uso de unidades, é importante observarmos que às
vezes nos deparamos com uma grandeza expressa em um unidade
diferente daquela à qual estamos acostumados, por exemplo, um
comprimento expresso em pés e não em metros. Neste sentido, em
várias situações será necessário converter uma unidade em outra
a fim de facilitar os cálculos que envolvem determinada grandeza.

Para que você tenha um bom aproveitamento, é desejável que


os conceitos relacionados ao arredondamento de valores e o
correto uso de unidades sejam compreendidos. Ainda, é desejável
que compreenda a respeito da conversão entre unidades e da
utilização do Sistema Internacional de Unidades.

INDICAÇÃO DE LEITURA

Para aprofundar os conceitos e exemplos, sugerimos a leitura de algumas


seções do livro Introdução à análise de circuitos de autoria de Robert L.
Boylestad (2004).

Objetivos
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:
• definir Sistema Internacional de Medidas;
• conhecer os diferentes instrumentos de medidas;
• utilizar as diferentes unidades de medidas, em seu dia a dia;
• converter uma unidade de medida em outra correspondente;
UNIUBE 3

• arredondar um número, considerando os algarismos


significativos;
• transformar um número utilizando a notação científica
padronizada;
• aplicar corretamente prefixos gregos em substituição à
potência de dez;
• compreender o funcionamento de circuitos que operam em
regime de corrente contínua.

Esquema
1.1 Sistema Internacional de Medidas, arredondamento e potência
de dez
1.1.1 Histórico das unidades de medidas
1.1.2 Sistema Internacional de Medidas – SI
1.1.3 Algarismos significativos
1.1.4 Erros
1.1.5 Arredondamento
1.1.6 Notação científica
1.1.7 Prefixos do Sistema Internacional
1.2 Corrente e tensão
1.2.1 Condutores e isolantes
1.2.2 Corrente elétrica
1.2.3 Tensão
1.3 Resistência
1.3.1 Resistência em condutores
1.3.2 Condutância
1.3.3 Aspectos construtivos dos resistores
1.3.4 Coeficiente de temperatura α
4 UNIUBE

1.1 Sistema Internacional de Medidas, arredondamento e


potência de dez

O Sistema Internacional de Medidas, conhecido por SI, foi criado com o


objetivo de estabelecer o uso adequado das unidades de medida para
que uma grandeza seja expressa e compreendida de forma correta.

Você já usou por várias vezes esse sistema de medidas em diferentes


situações de seu cotidiano. Já mediu, por exemplo, uma folha para ver
se era do tamanho ofício; já usou medidas proporcionais, para desenhar
figuras em quadrinhos; já mediu uma parede de seu quarto, para ver se
comportava um guarda‑roupa ou um outro móvel.

Nesse sentido, você já sabe que o ato de medir significa avaliar


ou determinar a medida de algum objeto. Sabe também que, para a
realização de uma medição, necessitamos de um padrão de comparação
da mesma espécie da quantidade a ser medida. A esse padrão
nomeamos unidade de medida.

Você conhece também várias unidades de medida e alguns instrumentos


utilizados para fazer medição. Sabemos que a medição deve ser
executada com um instrumento de medida calibrado e uma forma
padronizada de escrever o valor da medida conforme a sua unidade.
Veja, a seguir, algumas unidades de medida e alguns instrumentos:

Unidade de medida: metro, quilo, litro, Volt’s etc.

Instrumento de medida: trena, régua, balança, voltímetro, amperímetro etc.

Observe, atentamente, a Figura 1. Nela temos a medição de um objeto


por meio do instrumento régua. Note que 0,3 cm é uma aproximação;
para uma medida exata, a régua deveria ser dotada de graduação em
milímetros.
UNIUBE 5

Medida = 23,3 cm
Objeto a ser medido

10 20 30
Instrumento: régua graduada de 30 cm.
Padrão de medida = centímetros

Figura 1: Medida e padrão de medida.


Fonte: Márcio Arruda (2008).

1.1.1 Histórico das unidades de medidas

É indispensável ao profissional da área tecnológica conhecer e


compreender as unidades de medida.

Antigamente, essas unidades de medida eram representadas pelas


partes do corpo humano. A jarda, por exemplo, era tida como a medida
de um cinturão masculino da época, que recebia esse nome, e no século
XII, foi estabelecida como sendo a distância entre o nariz e o polegar do
braço estendido do rei da Inglaterra, Henrique I.

IMPORTANTE!

O símbolo da jarda é yd, do inglês yard. A relação oficial entre jardas e


metros é de 3600 m para 3937,0113 jardas. Isso significa que cada jarda
corresponde a aproximadamente 0,91439920429 metros.

A jarda tem como múltiplos:


• a braça, que equivale a 2 jardas;
• a milha terrestre, que equivale a 1760 jardas;
• a légua terrestre, que equivale a 3 milhas, ou seja, 5280 jardas.
6 UNIUBE

Os submúltiplos da jarda são o pé e a polegada. Uma jarda contém


36 polegadas ou 3 pés. Temos, ainda, o palmo que é equivalente a 8
polegadas, ou seja, 1 jarda contém 4,5 palmos (Figura 2).

Observe, com atenção, a Figura 2. Veja a relação feita do corpo humano


com as unidades de medidas.

Figura 2: Medidas no corpo humano.

Com a necessidade de medidas exatas, novos padrões de medidas


foram posteriormente estabelecidos. Por exemplo: o metro e o segundo.
Acompanhe, a seguir, as suas definições:
• metro: comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante
o intervalo de tempo de 1 / 299 792 458 de segundo;
• segundo: duração de 9 192 631 770 períodos da radiação
correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado
fundamental do átomo de Césio 133.
UNIUBE 7

1.1.2 Sistema Internacional de Medidas – SI

Trata‑se de um sistema de unidades coerentes, cujas unidades são


escolhidas de tal forma que as equações entre valores numéricos ou
equações correspondentes ou as equações correspondentes entre
grandezas tenham exatamente a mesma forma. Acompanhe, no Quadro
1, algumas correspondências.

Quadro 1: Unidades fundamentais

GRANDEZA SÍMBOLO NOME


Comprimento m metro
Massa kg quilograma
Tempo s segundo
Intensidade corrente elétrica A ampere
Temperatura K kelvin
Intensidade luminosa cd candela

1.1.2.1 A grafia das medidas

Ao expressar uma medida, não é permitida a utilização de símbolos


diferentes dos legais e a utilização de ponto após qualquer símbolo, a
não ser o ponto final de uma sentença.

O valor de uma grandeza deve sempre ser expresso por meio de uma só
unidade de medida da mesma espécie, exceto as medidas de tempo e
ângulo, que utilizam hora, minuto e segundos, no caso do tempo e graus,
minutos e segundos em medidas de ângulo.

A parte inteira é separada de sua parte decimal por meio de uma vírgula,
para facilitar a leitura e compreensão. O número pode ser dividido em
grupos de três algarismos, quer à esquerda, quer à direita da vírgula,
sendo que esses grupos se separam por um espaço correspondente ao
que seria ocupado por um algarismo.
8 UNIUBE

1.1.2.2 Mudança de unidades

Constantemente nos deparamos com a necessidade de converter uma


unidade em outra que nos seja mais conveniente. Apesar de, no Brasil,
a unidade de medida para volume utilizada ser o litro e seus múltiplos,
encontramos produtos comercializados em galão, por exemplo: galão
de tintas. Um outro exemplo interessante se refere às dimensões da
tela de um aparelho de televisão ou computador. Elas são fornecidas
em polegadas, enquanto a nossa unidade de medida padrão é o metro.

Em instalações elétricas, esse problema é constante, sobretudo em


ferragens, conexões e bitolas de cabos. Acompanhe, no Quadro 2,
algumas conversões de unidades.

Quadro 2: Conversão de unidades

SÍMBOLO UNIDADE CONVERSÃO FATOR DE


PARA MULTIPLICAÇÃO
Bb OU Bbs BARRIL LITROS 158,988
lb/pol2 LIBRA POR kgf/cm2 0,0703
POLEGADA
QUADRADA
lb LIBRA (PESO) kg 0,4536
pé PÉ m 0,3048
pol POLEGADA m 0,0254

1.1.3 Algarismos significativos

Algarismos significativos de uma grandeza são aqueles cujos valores


garantem o resultado prático da medida, de acordo com a precisão e a
graduação da escala do instrumento utilizado na medição.

1.1.4 Erros

O erro de uma medida é a diferença teórica entre o valor verdadeiro da


grandeza e o valor que é possível medir com o instrumento utilizado.
UNIUBE 9

1.1.4.1 Erro absoluto

O erro absoluto é definido como sendo o módulo da diferença entre o


valor exato e o valor aproximado de um número. Suponha, por exemplo,
que as massas de dois objetos sejam medidas. A massa do primeiro
objeto é exatamente igual a 10 kg, mas a medida resultou em 9 kg. Para
a massa do segundo objeto, o seu valor exato é de 20 kg, contudo, a
medida resultou em 21 kg. Assim, os erros absolutos são:

E=
1 10 − 9 = 1 kg
EE
=
=21
10
20 − 921==11kgkg
E=2 20 − 21 = 1 kg
1.1.4.2 Erro relativo

O erro relativo é definido como sendo a relação entre o erro absoluto e


o módulo do valor exato do número. Assim, utilizando os erros absolutos
calculados anteriormente, tem‑se:
1 kg
ER1 = 0,1 ou 10%
=
10
1 kg
=ER1 = 0,1 ou 10%
1 kg
10 kg
ER2
= = 0, 02 ou 2%
20 kg
1 kg
=ER2 = 0, 02 ou 2%
20 kg

As medidas realizadas dos erros absolutos se mostraram iguais, contudo,


ao se calcular o erro relativo, pode‑se observar que o erro cometido na
primeira medida foi 5 vezes maior do que o erro cometido na segunda
medida. Conclui‑se, assim, que o erro relativo produz um resultado com
informações mais úteis do que o erro absoluto, quando da comparação
entre erros.
10 UNIUBE

1.1.4.3 Valor verdadeiro

No ponto de vista da teoria de erros, costuma‑se idealizar que toda


grandeza física possui um valor bem definido, ou exato, que aqui
chamaremos de valor verdadeiro da grandeza.

Quando se repete a medição de uma grandeza, na maioria das vezes,


os sucessivos resultados não coincidem. Nesses casos, temos duas
situações:
• os erros encontrados podem ser sistemáticos, ou seja, o valor
medido fica fora dos padrões ou faixas de erros apresentados.
Nesse caso, essas medições devem ser expurgadas do cálculo do
valor mais provável da medição;
• os erros encontrados podem ser estatísticos, ou seja, os valores
medidos se encontram dentro de uma faixa aceitável de erro.

1.1.4.4 Valor mais provável e precisão

Na impossibilidade de se conhecer o valor exato de uma grandeza física,


estamos diante da seguinte questão:

Que valor devemos adotar para tal grandeza?

Consideremos as medidas sucessivas diferentes x1, x2, ..., xn, que são
obtidas para uma grandeza física e valor médio (média aritmética) dessas
medidas:
1
x = ∑x ,
n i i
(i = 1, 2, 3, ..., n)

Admitindo‑se que os erros sistemáticos tenham sido eliminados,


espera‑se que, quanto maior o número de medidas obtidas, mais próximo
estará o valor médio obtido do valor verdadeiro da grandeza.
UNIUBE 11

Exemplo

Considere as seis medidas apontadas, a seguir, obtidas para a massa de


um corpo, expressa em gramas: 13,62; 13,63; 13,64; 13,63; 13,60; 13,61.

O valor mais provável da massa do corpo será:

m = (13,62 + 13,63 +13,64 + 13,63 + 13,60 + 13,61) g / 6 = 81,73 g / 6


= 13,621 g.

Então, com quantos algarismos devemos escrever o resultado acima?

A resposta dependerá do valor obtido para o erro médio absoluto, uma


vez que este fornece a incerteza do valor mais provável.

Calculando os desvios (diferença entre o valor verdadeiro e o valor


medido) ∆mi de cada uma das medidas, obtemos: +0,001; –0,009;
–0,019; –0,009; +0,021; +0,011.

Assim, o erro médio absoluto será: = (0,001 + 0,009 + 0,019 + 0,009 +


0,021 + 0,011) / 6 = 0,70 g / 6 = 0,01166 g.

A incerteza no valor mais provável da medida se manifesta a partir da


segunda casa decimal (casa dos centésimos). Portanto, é inútil manter
algarismos que estão situados além da casa dos centésimos, tanto no
erro médio como no valor mais provável. O valor final para a massa do
corpo será escrito como:

m = (13,62 ± 0,01) g

1.1.5 Arredondamento

Por arredondamento entende‑se o ato de desprezar algarismos


significativos de uma medida excessivamente precisa para a operação
desejada, adotando‑se a seguinte regra:
12 UNIUBE

• se o último algarismo abandonado é menor do que cinco,


simplesmente desprezam‑se os algarismos excedentes, conservando
o valor do número arredondado.
• se o último algarismo abandonado é maior ou igual a cinco,
desprezam‑se os algarismos excedentes, adicionando uma unidade
à última casa decimal do valor do número arredondado;

Exemplo de arredondamento

Arredondar o número 36,65492 para duas, três e quatro casas após a


vírgula, considerando os algarismos significativos:
• duas casas: 36,65;
• três casas: 36,655;
• quatro casas: 36,6549.

1.1.6 Notação científica

A notação científica é um artifício utilizado para representar números


muito grandes ou muito pequenos. É baseado no uso de potências de
10. Acompanhe os exemplos, a seguir:

Exemplo 1

Para escrevermos um número muito grande, como o número de elétrons


em um Coulomb que é de 6,242 x 1018 elétrons, sem a utilização da
potência de dez, teríamos que escrever 6. 242 000 000 000 000 000
elétrons.

Exemplo 2

Assim, para escrevermos um número muito pequeno, a capacitância de


um capacitor cerâmico de 4,7 x 10–9 Farads, sem a utilização da potência
de dez, teríamos que escrever: 0,000 000 0047 Farads.
UNIUBE 13

Nesses casos, a representação dos números, na forma convencional,


torna‑se difícil em função da quantidade de zeros extremamente alta para
a velocidade normal de leitura dos números.

PARADA OBRIGATÓRIA

Um número escrito em notação científica deve seguir o seguinte modelo: m


x 10e. O número “m” é denominado mantissa e “e”, a ordem de grandeza. A
notação científica padronizada é aquela em que a mantissa deve ser maior
ou igual a 1 e menor que 10. Desse modo, cada número é representado
de uma única maneira. Assim, para transformar um número qualquer para
a notação científica padronizada, devemos deslocar a vírgula, obedecendo
ao princípio de equilíbrio, como 123456,78. Como a notação científica
padronizada exige que a mantissa esteja entre 1 e 10, o valor adequado
seria 1,2345678 x 105.

Acompanhe, passo a passo, o princípio do equilíbrio:

123456,78 x 100

12345,678 x 101

1234,5678 x 102

123,45678 x 103

12,345678 x 104

1,2345678 x 105

Veja outro exemplo com valor menor que 1:

0,000000673

0,000000673 x 100

0,00000673 x 10–1
14 UNIUBE

0,0000673 x 10–2

0,000673 x 10–3

0,00673 x 10–4

0,0673 x 10–5

0,673 x 10–6

6,73 x 10–7

1.1.7 Prefixos do Sistema Internacional

Os prefixos do SI permitem escrever quantidades sem o uso da notação


científica, de maneira mais simples. Acompanhe, no Quadro 3:

Quadro 3: Prefixos utilizados no Sistema Internacional


EQUIVALENTE
10N PREFIXO SÍMBOLO ESCALA
DECIMAL
1012 tera T Trilhão 1000 000 000 000

109 giga G Bilhão 1 000 000 000

106 mega M Milhão 1 000 000

103 quilo k Milhar 1 000

102 hecto h Centena 100

101 deca da Dezena 10

100

10–1 deci d Décimo 0,1

10−2 centi c Centésimo 0,01

10−3 mili m Milésimo 0,001

10−6 micro m Milionésimo 0,000 001

10−9 nano n Bilionésimo 0,000 000 001

10−12 pico p Trilionésimo 0,000 000 000 001


UNIUBE 15

Para utilizar esses prefixos, primeiro precisamos “preparar” o número


para substituição da potência de dez. Preparar o número significa
colocá‑lo em notação científica, não necessariamente padronizada, e
aplicar o prefixo grego em substituição à potência de dez.

Os prefixos mais utilizados nos estudos de eletricidade são:


• quilo;
• mega;
• giga;
• mili;
• micro;
• nano;
• pico.

IMPORTANTE!

Observe que todas as potências de dez dos prefixos citados são múltiplos
de três. Veja, a seguir, o exemplo de uma aplicação:

4 700 Ω = 4,7 x 103 Ω = 4,7 kΩ.

0,003 amperes = 3 x 10-3 A = 3 mA.

1 000 000 volts = 1 x 106 V = 1 MV.

1.2 Corrente e tensão

Nossa abordagem abrangerá a importância de conhecer os condutores


e isolantes de corrente e tensão, compreendendo o que é a corrente
elétrica e as forças que atuam sobre o fluxo dessa corrente.
16 UNIUBE

1.2.1 Condutores e isolantes

Na natureza, há materiais em que o movimento das cargas elétricas


ocorre com facilidade. Esses materiais são chamados de CONDUTORES.
Por exemplo: o cobre, o ferro, o alumínio, a prata, entre outros, são
condutores de corrente elétrica.

Existem também aqueles em que o movimento das cargas elétricas


é extremamente difícil, em função da sua própria estrutura molecular.
Esses materiais são chamados de ISOLANTES. Como exemplos temos
a borracha, a porcelana, o vidro, a madeira seca, entre outros.

1.2.1.1 Materiais condutores

Nos átomos dos materiais CONDUTORES, os elétrons que se movem


nas camadas mais distantes do núcleo atômico são fracamente atraídos
pelo núcleo, podendo escapar de um átomo para outro, constituindo‑se
nos ELÉTRONS LIVRES, abundantes nos metais. Acompanhe esse
movimento na Figura 3, a seguir.
Material condutor = muitos elétrons livres

Figura 3: Materiais condutores.

1.2.1.2 Materiais isolantes

Nos átomos dos materiais ISOLANTES, a forte atração exercida pelo


núcleo atômico sobre os elétrons das camadas mais externas do átomo
UNIUBE 17

não possibilitam a existência dos ELÉTRONS LIVRES. A Figura 4 ilustra


a referida força.
Material isolante = poucos elétrons livres

Figura 4: Materiais isolantes.

Outro aspecto importante a considerar é que não existem condutores


perfeitos nem isolantes perfeitos. Isso significa que um isolante pode
conduzir corrente elétrica em determinadas condições.

Exemplo

A madeira, quando seca, tem propriedade de ser isolante. No entanto,


úmida funciona como um condutor elétrico.

IMPORTANTE!

Na verdade, um isolante pode ser interpretado como um mau condutor de


eletricidade.

Vale lembrar que os materiais isolantes têm tanta importância na eletricidade


quanto os condutores. Os condutores é que nos permitem trabalhar com a
eletricidade de forma segura.
18 UNIUBE

1.2.2 Corrente elétrica

Todas as substâncias, gasosas, líquidas ou sólidas são constituídas


de pequenas partículas invisíveis a olho nu. Essas partículas são
denominadas átomos.

O átomo é composto de três partículas básicas. São elas:


• os prótons;
• os nêutrons;
• os elétrons.

Os prótons e os nêutrons formam o núcleo do átomo. O próton possui


carga elétrica positiva e o nêutron não possui carga elétrica. As suas
massas são equivalentes.

O elétron possui uma carga negativa e a sua massa, por ser muito
pequena, é desprezível.

Em um átomo, o número de elétrons é igual ao número de prótons,


sendo, portanto, o átomo eletricamente neutro, pois a soma das cargas
dos elétrons (negativas) com as cargas dos prótons (positivas) é igual
a zero.

A carga elétrica de um elétron é de 1,6 x 10–19 Coulombs. O Coulomb


é uma unidade fundamental do Sistema Internacional de unidades (SI)
utilizada para quantificar a carga elétrica presente em um corpo. Essa
unidade recebeu este nome em homenagem ao físico francês Charles
Augustin de Coulomb.

Para que tenhamos uma carga elétrica correspondente a 1C (um


Coulomb), é necessário somarmos a carga elétrica de 6,242 x 1018
elétrons.
UNIUBE 19

Os elétrons, quando presentes em um material considerado bom condutor


de eletricidade (metais por exemplo), estão em constante movimento
desordenado ganhando e perdendo energia o tempo todo (Figura 5).

+
Íon

+ +
Íon Íon

+
Íon
+
Íon
+
Íon
+
Íon

Figura 5: Movimento desordenado de elétrons.

Neste estado, o movimento resultante da agitação dos elétrons livres


é nulo. Ou seja, na ausência de uma força externa (campo elétrico por
exemplo), o fluxo de carga líquida em um condutor é nulo em qualquer
direção.

Quando submetemos as extremidades desse condutor a uma diferença


de potencial, provocamos nele um deslocamento de elétrons ordenados
segundo a polaridade dessa diferença de potencial. Observe, com
atenção, na Figura 6 a seguir:
20 UNIUBE

15W
12V

BATERIA

Figura 6: Corrente elétrica.

Conclusão: esse fluxo ordenado de elétrons chama‑se corrente elétrica.

1.2.2.1 Conceito de corrente elétrica

Quando 6,242 x 1018 elétrons (1 Coulomb = 1 C) atravessam, em 1


segundo, com velocidade uniforme, a seção reta circular de um condutor,
podemos dizer que este escoamento de carga corresponde a 1 ampere (A).

Q
I=
t

Em que:
I = intensidade de corrente (A)
Q = carga elétrica (C)
t = tempo (s)

O fluxo da corrente elétrica se dá do potencial com excesso de cargas


negativas (–) em direção ao potencial com falta de cargas elétricas
negativas (+). Este sentido da corrente (saindo do polo negativo em
direção ao polo positivo) é denominado sentido “real” ou “eletrônico” da
corrente elétrica.
UNIUBE 21

Em função de definições anteriores, a comprovação desse fato, segundo


as literaturas sobre eletricidade, consideram para efeito de estudo que o
fluxo da corrente se dá do terminal positivo de uma fonte para o terminal
negativo. Este sentido é denominado de “sentido convencional” da
corrente elétrica.

SAIBA MAIS

André Marie Ampère (1775-1836) introduziu um novo campo de estudos


em 18 de setembro de 1820. Esse estudo foi denominado eletrodinâmica.
Tem como objetivo estudar os efeitos causados por cargas elétricas em
movimento. O instrumento galvanômetro é destinado a medir intensidade de
corrente elétrica. Em homenagem a André Marie Ampère, foi dado o nome
de ampere (A) à unidade de medida da corrente elétrica.

PESQUISANDO NA WEB

Para conhecer um pouco mais sobre André Marie Ampère e seus trabalhos
científicos, acesse <http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9‑Marie_
Amp%C3%A8re>.

1.2.3 Tensão

1.2.3.1 Energia potencial

O fluxo ordenado de cargas elétricas é provocado por uma diferença de


potencial. A energia potencial é a capacidade que um corpo possui para
realizar um trabalho.

O trabalho é a grandeza cuja variação é igual ao produto escalar de uma


força pelo vetor deslocamento infinitesimal de seu ponto de aplicação
[símbolo: W ].
22 UNIUBE

1.2.3.2 Energia potencial gravitacional

Se um corpo de massa m for elevado a uma altura (h) de um metro acima


de um plano de referência, ao ser liberado, cai sobre este plano e realiza
determinado trabalho. Se, por sua vez, o mesmo corpo for elevado a
uma altura de dois metros acima do plano de referência, ao ser liberado
e cair sobre o plano de referência, o trabalho realizado será o dobro do
primeiro caso.

Nos dois casos, ao elevarmos o corpo, estamos adicionando a ele uma


energia potencial gravitacional que é expressa por:

W = F .d = F .h = m.g .h

Em que, W = Energia potencial expressa em joules, J.

Como nos dois casos, a massa do corpo é a mesma, podemos afirmar,


então, que o trabalho a ser realizado é uma função da altura:

W = k ' h    ou    W = f (h )

Portanto, é possível conhecer o quanto de trabalho gravitacional é


realizado em função da diferença de altura entre o objeto (corpo) e o
plano de referência.

1.2.3.3 Energia potencial elétrica

Em uma fonte de energia como, por exemplo, uma bateria, as reações


químicas internas estabelecem uma diferença de potencial elétrico entre
os polos positivo e negativo por meio do acúmulo de elétrons em um polo
(–) e a falta desses no outro polo (+). Existe, portanto, entre os polos da
bateria, uma energia potencial elétrica. Se ligarmos os dois polos com um
UNIUBE 23

material condutor, os elétrons acumulados no polo negativo terão energia


suficiente para se deslocarem até o polo positivo.

Diante disso, podemos dizer que existe uma diferença de potencial de 1


volt (V) entre dois pontos se acontece uma troca de energia de 1 joule (J)
quando se desloca uma carga de 1 Coulomb (C) entre estes dois pontos
(xy). Portanto é necessário gastar uma energia de 1 J para deslocar
uma carga elétrica de 1 C entre os pontos xy, se a diferença de energia
potencial entre os pontos for igual a 1 V.

Você sabia que a unidade de medida da tensão elétrica é o Volt


(V)?

Essa medida recebeu este nome em homenagem a Alessandro Giuseppe


Antonio Anastasio Volta – físico alemão, inventor da bateria.

PESQUISANDO NA WEB

Para conhecer um pouco mais sobre esse físico, acesse:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Alessandro_Volta>.

Veja, a seguir, a fórmula:


W
Vxy =
Q

Em que:

W = Trabalho realizado (joule, J);

Q = Carga elétrica (Coulomb, C);

Vxy = Diferença de potencial elétrico (ddp) entre os pontos x e y (Volts, V).

Assim, para uma carga Q constante, temos:


24 UNIUBE

W
Vxy =    ou    Vxy = k 'W    Portanto,
Q
Vxy = f (W )

Logo, a diferença de potencial entre dois pontos de um circuito é um


indicador de quanta energia é necessária para deslocar uma carga entre
estes dois pontos (x e y).

1.2.3.4 Paralelo entre energia potencial gravitacional e energia


potencial elétrica

Podemos estabelecer um paralelo entre a energia potencial gravitacional


e a energia elétrica. Acompanhe.

• potencial gravitacional: quanto mais alto (h) estiver o objeto


(massa) do solo, maior será a energia disponível para provocar a
queda do objeto ao solo;

W = f (h )

• potencial elétrico: quanto mais alta for a diferença de potencial


fornecida por uma fonte, maior será a quantidade de energia
disponível para provocar o escoamento de cargas elétricas (corrente
elétrica) em um circuito.

Vxy = f (W )

IMPORTANTE!

1. A determinação de uma diferença de potencial ou de uma tensão envolve


sempre dois pontos de um sistema. Se modificarmos a escolha de qualquer
um destes pontos, a diferença de potencial não será mais, em geral, a
mesma.
UNIUBE 25

2. A notação utilizada para tensões de fontes elétricas é igual a E.

3. A notação utilizada para as quedas de tensões é igual a V.

1.2.3.5 Simbologia de fonte de tensão

Observe, com atenção, a Figura 7. O símbolo mostra que o ponto x está


E volts mais alto que o ponto y. Assim, a diferença de potencial elétrico
entre x e y é de: E volts. Ou seja:

Vxy = E

– +
y x
E
Figura 7: Simbologia de fonte de tensão.
Fonte: Márcio Arruda (2008).

1.3 Resistência

Os elétrons livres, durante o movimento em um condutor, colidem com


átomos deste condutor, perdendo parte de sua energia cinética sob a
forma de calor. Essas colisões internas ao condutor que provocam a
perda de energia são denominadas de resistência do material.

PONTO-CHAVE

A resistência, então, é a propriedade do material em se opor ou resistir


ao movimento dos elétrons. A unidade da resistência no SI é ohm (Ω) e é
representada pela variável R.
26 UNIUBE

1.3.1 Resistência em condutores

A resistência de um condutor de seção reta e uniforme (Figura 8)


é diretamente proporcional ao seu comprimento e inversamente
proporcional à área da seção reta. A resistência de um condutor é dada por:

Em que:
ρ = resistividade (Ω.mm² /m);
L = comprimento do condutor (m);
S = área da seção transversal (mm²).

L
R=ρL
S

Figura 8: Resistência de um condutor.

A resistividade é uma propriedade que depende do tipo do material e os


metais mais usados para condução de energia elétrica são:
• Prata: utilizada em pastilhas de contato de contatores, relés etc.

Sua resistividade média é 0,016 Ωmm2/m a 20º C.


• Cobre: utilizado na fabricação de fios em geral e equipamentos
elétricos (chaves, interruptores, tomadas etc.).
Resistividade média do cobre duro é 0,0179 Ωmm2/m a 20º C.
• Alumínio: utilizado na fabricação de condutores para linhas e redes
por ser mais leve e de custo mais baixo. Os condutores de alumínio
podem ser de:
• CA – alumínio sem alma de aço;
• CAA – alumínio enrolado sobre um fio ou cabo de aço (alma de aço);
• Sua resistividade média é 0,028 Ωmm2/m a 20º C.
UNIUBE 27

COMPARANDO

Comparando os valores de resistividade do cobre e alumínio, pode ser


verificado que o cobre apresenta menor resistividade, consequentemente,
para uma mesma seção (mm2), os condutores de cobre conduzem mais
corrente elétrica.

1.3.2 Condutância

O inverso da resistência elétrica, ou seja, a facilidade que um determi-


nado material oferece à passagem da corrente elétrica é definido como
a condutância elétrica, representada pela letra G.

A unidade derivada do SI de condutância é Siemens (S).

Logo, podemos escrever:


1
G=
R

1.3.3 Aspectos construtivos dos resistores

Os resistores são usados basicamente para controlar a corrente em


um circuito elétrico. Os materiais mais utilizados para a fabricação de
resistores são o carbono e alguns tipos de ligas como a manganina, o
constantan e o níquel‑cromo.

Os resistores são construídos, em sua maioria, segundo uma das


seguintes técnicas: composição, fio, película. Vejamos:
• Técnica da composição

Os resistores construídos, segundo a técnica da composição, são


constituídos por um elemento de carvão pulverizado e misturado com
uma resina aglutinante, uma resina fenólica para proteção do elemento
resistivo e terminais metálicos para a fixação.
28 UNIUBE

De acordo com as porcentagens nas misturas de carbono e do


aglutinante, são obtidos os vários valores de resistências encontrados
comercialmente. As vantagens que essa técnica apresenta são baixo
custo final e pequeno volume, porém esses resistores são sujeitos a
“ruídos” (interferências) por apresentarem partículas de carbono com
pequena área de contato entre si.
• Técnica de fio

Os resistores de fio são fabricados utilizando fios de materiais de


resistividade considerada e enrolados sobre um tubo de porcelana. Após
as fixações dos terminais, o conjunto é recoberto por uma mistura de pó
de cerâmica com aglutinante.

Os resistores de fio são utilizados para grandes dissipações que,


obviamente, geram grande quantidade de calor e, portanto, apresentam
normalmente grandes proporções. São fabricados desde alguns ohms
a algumas dezenas de quilo‑ohms e com potências variáveis desde 5
W até 50 W.
• Técnica de película

Os resistores de película são fabricados utilizando película de carbono


ou película metálica. Os resistores de película de carbono ou carbon
film resistor são constituídos por um cilindro de porcelana sobre o qual é
aplicada uma fina película de carbono. Para resistências elevadas, faz‑se
um sulco sobre a película de carvão tal que a resistência seja uma faixa
helicoidal sobre o cilindro de porcelana.

Pode‑se controlar os vários valores de resistência, alternando a


espessura da película de carbono ou mudando o passo da faixa helicoidal
sobre o cilindro cerâmico.
UNIUBE 29

Nos resistores de fio, as características desse componente são impressas


diretamente no seu próprio corpo. Já em outros resistores, em função
do seu tamanho, as características são expressas por código de cores
impressos em seu corpo.

Os códigos de cores impressos nos resistores nos dão as informações


sobre o valor da resistência em Ohms e a tolerância. A tolerância dos
resistores indica uma faixa de valores em que o valor real da resistência
se encontra.

Exemplo 1

Um resistor de 100 Ω e tolerância de 5% pode ter o seu valor real entre


95 Ω e 105 Ω.

A Tabela 1 traz os códigos de cores utilizados para identificação do valor


da resistência em um resistor. Leia‑a com muita atenção.

Tabela 1: Tabela de cores dos resistores

FATOR
COR 1º ALGARISMO 2º ALGARISMO TOLERÂNCIA
MULTIPLICATIVO
Preto -- 0 ×10­0 --
Marrom 1 1 ×10 1
± 1%
Vermelho 2 2 ×102 ± 2%
Laranja 3 3 ×10 3
--
Amarelo 4 4 ×10 4
--
Verde 5 5 ×105 --
Azul 6 6 ×10 6
--
Violeta 7 7 ×107 --
Cinza 8 8 ×10 8
--
Branco 9 9 ×10 9
--
Ouro -- -- ×10-1 ± 5%
Prata -- -- ×10 -2
± 10%
30 UNIUBE

Observação 1: A cor preta não é utilizada como primeiro algarismo.

Observação 2: Normalmente, o 1º algarismo é a cor mais próxima de


uma das extremidades do resistor.

Exemplo 2

Suponha que um resistor possua a seguinte sequência de cores:

1ª cor = marrom

2ª cor = preta

3ª cor = vermelha

4ª cor = ouro

Qual o valor da resistência desse resistor incluindo sua tolerância?

Resposta

As duas primeiras cores são o 1º e o 2º algarismos, respectivamente.


Portanto, temos os valores 1 (marrom) e 0 (preto). A terceira cor indica o
fator multiplicativo, que neste exemplo vale 102. Por fim, temos a quarta
cor, que é a tolerância; neste caso, 5%. Resumindo, tem‑se:

Resistência = 10 × 102 ± 5% = 1000 Ω ± 5% ou 1k Ω ± 5%.

A tolerância, neste caso, indica que se utilizarmos um instrumento


(ohmímetro) para “ler” o valor desse resistor, devemos encontrar uma
resistência entre 950 Ω e 1050 Ω.

Um outro fator a ser identificado nos resistores é a potência que ele


pode dissipar. Essa característica é determinada pelo tamanho físico do
resistor, ou seja, quanto maior o resistor, maior será a potência de sua
dissipação.
UNIUBE 31

Os resistores variáveis são utilizados para variar ou mudar a resistência


de um circuito. São conhecidos como potenciômetros ou reostatos. À
medida que o braço deslizante gira, seu ponto de contato com o elemento
resistivo muda.

1.3.4 Coeficiente de temperatura α

O coeficiente de temperatura da resistência indica a quantidade de


variação da resistência para uma variação na temperatura. Um valor
positivo de α indica que R aumenta com a temperatura; um valor negativo
de α significa que R diminui; e um valor zero para α indica que R é
constante, isto é, não varia com a temperatura. Os valores típicos de
α são apresentados na Tabela 2 e o valor final da resistência de um
material é determinada por:
ρ = ρo .(1 + α .∆T )

Em que:

ρ = resistividade do material, em [Ω.m], à temperatura T;

ρo = resistividade do material, em [Ω.m], à uma temperatura de referência


To;

ΔT = T – To = variação da temperatura, em [ºC];

α = coeficiente de temperatura do material, em [ºC–1].

Tabela 2: Coeficientes de temperatura

CLASSIFICAÇÃO MATERIAL COEFICIENTE a


PRATA 0,0038
ALUMÍNIO 0,0039
METAL
COBRE 0,004
TUNGSTÊNIO 0,0048
32 UNIUBE

CONSTANTÃ VALOR MÉDIO = 0


LIGA NÍQUEL­‑CROMO 0,00017
LATÃO 0,0015
CARBONO GRAFITE −0,0002 A −0,0008

INDICAÇÃO DE LEITURA

Sugerimos a leitura de Introdução à análise de circuitos, referência aos


estudos de eletricidade. Trata‑se do livro de autoria de Robert L. Boylestad
(2004), fundamental a esses estudos, uma vez que aborda, de forma muito
clara, os conceitos mais importantes e necessários à compreensão dos
conteúdos da referida área. A obra é conhecida como a Bíblia dos estudiosos
da eletricidade.

Sugerimos a leitura das seguintes seções: 2.1, 2.2, 2.3, 2.4 e 2.5. Sugerimos,
também, a resolução dos seguintes exercícios:

• Seção 2.2: exercícios 8, 9 e 14;


• Seção 2.3: exercícios 18, 19 e 23;
• Seção 2.4: exercícios 26 e 27.

Resumo
Neste capítulo abordamos os conceitos básicos relacionados à
manipulação de números como arredondamento e notação científica.
Tratamos, ainda, a forma correta de representação de uma grandeza
com base no Sistema Internacional de Medidas e o uso de prefixos em
substituição à notação científica.

A segunda e a terceira partes do capítulo tratam de corrente, tensão e


resistência elétricas. Estas grandezas são de grande importância no
estudo da eletricidade e são a base para futuros estudos dos circuitos
elétricos.
UNIUBE 33

Referências
BOYLESTAD, Robert L. Corrente e tensão. In: ______. Introdução à
análise de circuitos. 10. ed. São Paulo: Pearson Education, 2004.

CAPUANO, Francisco Gabriel; MARINO, Maria Aparecida Mendes.


Laboratório de eletricidade e eletrônica. 24. ed. São Paulo: Érica, 2007.
Capítulo Lei de Ohm e análise
2 de circuitos elétricos

Florisvaldo Cardozo Bomfim Júnior


Márcio Aparecido Arruda

Introdução
Neste capítulo, abordamos a aplicação de lei de Ohm, fórmulas
e tipos de cálculo. Os conceitos que iremos trabalhar constituem
o requisito básico para a compreensão e a avaliação de circuitos
elétricos.

Recomendamos que, sempre que possível, organize um grupo de


estudos para que amplie seu conhecimento.

INDICAÇÃO DE LEITURA

Para aprofundar os conceitos e exemplos apresentados, sugerimos, ao


longo do texto, a leitura de alguns capítulos do livro Introdução à análise
de circuitos, de autoria de Robert L. Boylestad (2004).

Objetivos
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de:
• explicar a lei de Ohm;
• avaliar o funcionamento de diferentes circuitos;
• analisar o funcionamento de circuitos em corrente contínua;
• aplicar teoremas coerentes em análise de circuitos de
corrente contínua;
36 UNIUBE

• diferenciar circuitos em série e circuitos em paralelo;


• simular diferentes circuitos em corrente contínua.

Esquema
2.1 Conhecendo a Lei de Ohm
2.1.1 Potência e energia
2.2 Circuitos em série
2.2.1 Resistência total em um circuito em série
2.2.2 Resistência e potência em um circuito em série
2.2.3 Lei de Kirchhoff para Tensão (LKT)
2.2.4 Fontes de tensão em série
2.2.5 Regras do divisor de tensão
2.2.6 Resistência interna das fontes de tensão
2.3 Circuitos em paralelo
2.3.1 Elementos em paralelo
2.3.2 Condutância e resistência totais
2.3.3 Tensão e corrente em circuitos em paralelo
2.3.4 Lei de Kirchhoff para a Corrente (LKC)
2.3.5 Regra do divisor de corrente
2.3.6 Fontes de tensão em paralelo
2.4 Circuitos em série‑paralelo
2.4.1 Resolução de circuito aplicando matriz

2.1 Conhecendo a Lei de Ohm

Observe a relação, a seguir, expressa na equação:


CAUSA
EFEITO =
OPOSIÇÃO

Para entender essa relação, devemos nos ater aos seguintes aspectos:

1. qualquer processo de conversão de energia pode ser relacionado a


UNIUBE 37

esta equação. Em circuitos elétricos, o efeito que nós necessitamos


estabelecer é o fluxo da carga ou da corrente. A diferença potencial,
ou seja, a tensão entre dois pontos é a causa (pressão) e a resistência
é a oposição encontrada;
2. para uma resistência fixa, quanto maior a tensão (ou pressão) aplicada
aos terminais de um resistor, maior será a corrente;
3. para uma tensão fixa, quanto maior for a resistência, menor será a
corrente.

Diante do exposto, o que podemos concluir?

Concluímos que a corrente é proporcional à tensão aplicada e


inversamente proporcional à resistência.

Verifique, com atenção, a Figura 1, a seguir:

Figura 1: Lei de Ohm.

Na qual: I = corrente (amperes, A)

E = tensão (volts, V)

R = resistência (ohms, Ω)

O símbolo utilizado para designar a tensão na fonte (bateria) é a letra


maiúscula E, enquanto a queda de energia potencial sobre o resistor é
38 UNIUBE

simbolizada por V. A polaridade da queda de tensão (V) sobre o resistor


é determinada pela polaridade da fonte, porque os terminais da bateria
são conectados diretamente aos terminais do resistor.

Para um elemento resistivo isolado, a polaridade da queda de tensão


(V) é indicada em função da direção da corrente. Assim, o sentido da
corrente convencional no circuito é indicado por meio de uma seta.

Vale destacar que o ponto de entrada da seta em um elemento do circuito


indica a polaridade positiva. Observe na Figura 2, a seguir:

Figura 2: Polaridade da queda de tensão.

INDICAÇÃO DE LEITURA

Sugerimos a leitura das seções 4.1 e 4.2 do livro Introdução à análise de


circuitos de autoria de Robert L. Boylestad (2004). Essa obra é referência
aos seus estudos de eletricidade, porque ela aborda os conceitos mais
importantes e necessários à compreensão dos conteúdos da referida
área. Sugerimos, além da leitura das seções, a resolução dos exercícios
indicados, a seguir:
• Seção 4.1: exercícios de 1 a 12.
• Seção 4.2: exercícios 14 e 16.

2.1.1 Potência e energia

Para Boylestad (2004, p. 64), “a potência é a grandeza que mede quanto


trabalho pode ser analisado em certo período de tempo”. Há diferentes
tipos de potência.
UNIUBE 39

• Potência mecânica
Um sistema apresenta elevada potência mecânica se ele consegue
realizar muito trabalho em pouco tempo. Assim, potência é a relação
entre a energia gasta por um sistema e o tempo.

energia
P=
tempo

Na qual:

Energia = joules = J

Tempo = segundos = s

Potência = J/s = watt = W

• Potência elétrica
A potência elétrica (P) expressa a quantidade de trabalho realizado em
um espaço de tempo por um equipamento elétrico. No caso de nossos
estudos em corrente contínua e com circuitos puramente resistivos, a
potência elétrica medida em Watts é o produto da corrente elétrica pela
tensão aplicada ao elemento do circuito, ou seja:

P=VxI

Na qual:

P = Potência elétrica medida em Watts;

V = Tensão, medida em Volts (V);

I = Corrente elétrica, medida em amperes (A).


40 UNIUBE

Da equação, podemos obter, ainda:

Como V = R x I, teremos: P = (R x I) x I, então:

P = R x I2

Como I = V / R, teremos: P = V x (V / R), então:


V2
P=
R

Acompanhe o exemplo a seguir:

Qual a potência elétrica de um ferro de passar roupas que, quando


alimentado por uma tensão de 127 Volts, solicita uma corrente elétrica
de 7,48 amperes?

P = V x I = 127V x 7,48A = 949,96VA

P ≈ 950 Watts

SAIBA MAIS

Para circuitos puramente resistivos, a potência aparente medida em Volt


amperes (VA) é igual à potência útil medida em Watts (W).

• Energia elétrica
A energia elétrica que pagamos mensalmente na conta de energia
expressa em kWh é o produto da potência elétrica dos equipamentos
medida em kW, pelo período de sua utilização em hora. Veja a equação:

E=PxT
UNIUBE 41

Na qual:

E = Energia elétrica consumida (kWh);

P = Potência elétrica (kW);

T = Tempo (horas).

Exemplo

Qual a energia elétrica consumida pelo ferro elétrico (exemplo anterior),


se este permanecer ligado por 45 minutos?

Resolução:
E=PxT

Potência do equipamento = 950 Watts ou 0,95 kW

Tempo em horas = 45 minutos / 60 minutos = 0,75 horas

E = 0,95 kW x 0,75 horas

E = 0,7125 kWh

INDICAÇÃO DE LEITURA

Sugerimos a leitura das seções e a resolução dos exercícios indicados a


seguir do livro Introdução à análise de circuitos, de autoria de Robert L.
Boylestad (2004).
• Leitura das seções 4.3, 4.4, 4.5 e 4.6;

• Exercícios referentes à seção 4.3 (exercícios 19, 21 e 22);

• Exercícios referentes à seção 4.5 (exercício 41);

• Exercícios referentes à seção 4.6 (exercícios 52, 55 e 57).


42 UNIUBE

A leitura dessas seções e a resolução dos exercícios indicados possibilitam a


você, aluno(a) do curso de Engenharia, aprofundar seus estudos e vivenciar
as informações teóricas recebidas, em tarefas simples como, por exemplo,
aquecer uma refeição em um forno de micro‑ondas.

2.2 Circuitos em série

Atualmente, dois tipos de corrente elétrica são usados nos


equipamentos elétricos. São eles: o de corrente contínua (CC) e o de
corrente alternada (CA).

Abordaremos em nossos estudos somente o primeiro tipo – o de


corrente contínua.

No circuito, a corrente elétrica só possui um caminho a seguir, desde


que sai do polo positivo de uma fonte até retornar ao polo negativo desta
mesma fonte (sentido convencional). Portanto, nos circuitos em série, a
corrente é a mesma em todos os elementos que compõem este circuito.
Em outras palavras, a corrente que atravessa o resistor R1 é a mesma
que atravessa os resistores R2 e R3, e é exatamente aquela fornecida
pela fonte.

Observando a Figura 3, podemos observar que dois elementos estão


em série se:
• possuem somente um terminal em comum;
• o ponto comum entre os dois elementos não está conectado a outro
elemento percorrido por corrente.
UNIUBE 43

Figura 3: Circuito em série.

Assim, se todos os elementos do circuito estão em série, o circuito é


chamado circuito em série, e a corrente elétrica é a mesma em todos
os elementos de um circuito em série.

2.2.1 Resistência total em um circuito em série

A resistência total de um circuito em série é a soma das resistências do


circuito.

RT = R1 + R2 + R3 + R4 ….+ RN

Essa resistência total (RT) é a resistência “vista” pela fonte.

2.2.2 Resistência e potência em um circuito em série

Uma vez conhecida a resistência total RT, podemos determinar a corrente


drenada da fonte, utilizando a lei de Ohm:

E
Is = R
t

Como a tensão da fonte (E) é fixa, a intensidade da corrente depende


somente do valor de Rt.
44 UNIUBE

De posse do valor da corrente elétrica em um circuito série, que é a


mesma que percorre todos os elementos do circuito, podemos aplicar a
lei de Ohm para calcular o valor da tensão que fica retida em cada um
dos elementos do circuito. Verifique, a seguir:

V1 = I x R1;

V2 = I x R2;

V3 = I x R3;

VN = I x RN;

VT = V1 + V2 +V3 +....+VN.

Da mesma forma, podemos calcular a potência dissipada em cada


resistor. E a potência total fornecida pela fonte será a somatória de todas
as potências dissipadas em cada resistor do circuito:

P1 = V1 x I;

P2 = V2 x I;

P3 = V3 x I;

PN = VN x I;

PT = P1 + P2 + P3 +…+ PN

Exemplo 1

No circuito em série apresentado na Figura 4, determine a:

a) resistência total do circuito;


UNIUBE 45

b) corrente fornecida pela fonte;

c) queda de tensão em cada resistor e a tensão total fornecida pela fonte;

d) potência dissipada em cada resistor;

e) potência total fornecida pela fonte.


R1 = 10 ohms

E = 48 V I R2 = 8 ohms

R3 = 6 ohms

Figura 4: Exemplo de circuito em série 2.

Resolução:

a) RT = R1 + R2 + R3 ... RT = 10 Ω + 8 Ω + 6 Ω RT = 24Ω

b) Is = E / RT Is = 48 V / 24 Ω Is = 2 A;

c) Queda de tensão nos resistores:


• VR1 = R1 x Is VR1 = 10 Ω x 2A VR1 = 20 V;
• VR2 = R2 x Is VR2 = 8 Ω x 2A VR2 = 16 V;
• VR3 = R3 x Is VR3 = 6 Ω x 2 A VR3 = 12 V;
• E = VR1 + VR2 + VR3 E = 20 V + 16 V + 12 V E = 48 V.

d) Potência dissipada em cada resistor:


• PR1 = VR1 x I PR1 = 20 V x 2 A PR1 = 40 Watts;
• PR2 = VR2 x I PR2 = 16 V x 2 A PR1 = 32 Watts;
• PR3 = VR3 x I PR3 = 12 V x 2 A PR1 = 24 Watts.
46 UNIUBE

e) PT = PR1 + PR2 + PR3 PT = 40 W + 32 W + 24 W PT = 96 Watts.

2.2.3 Lei de Kirchhoff para Tensão (LKT)

Essa lei aponta que a somatória das quedas de tensão, nos elementos
de um circuito em série, será igual à tensão fornecida pela fonte. No caso
de duas ou mais fontes em um único circuito em série, a polaridade delas
devem ser consideradas. Então, podemos dizer que a soma algébrica
das elevações e das quedas de potencial em uma malha fechada será
sempre zero (Figura 5).
V1
a b
I R1 I

E LKT R2 V2

I I
d c
Figura 5: Lei de Kirchhoff para Tensão.

A tensão aplicada a um circuito em série é igual à soma das quedas de


tensão nos elementos em série: ∑ V elevações = ∑ V quedas.

Para aplicarmos a Lei de Kirchhoff para a Tensão, a soma das elevações


e quedas de potencial precisa ser feita percorrendo a malha em certo
sentido que, por convenção, será usado o sentido horário para todas as
aplicações da LKT.

Um sinal positivo indica uma elevação de potencial (de – para +), e um


sinal negativo, uma queda de potencial (de + para –).
UNIUBE 47

No circuito apresentado anteriormente, a corrente percorre o caminho


abcda, formando uma malha fechada.

Aplicando a lei de Kirchhoff para Tensão (LKT), no exemplo, a seguir,


teremos:

V1 – V2 + E = 0, portanto: E = V1 + V2

2.2.4 Fontes de tensão em série

As fontes de tensão podem ser conectadas em série para aumentar ou


diminuir a tensão aplicada a um sistema. Acompanhe, na Figura 6, a
seguir:

E1 = 1,5V

E2 = 1,5V
VR1 = 6V

E3 = 1,5V

E4 = 1,5V

Figura 6: Fontes de tensão em série.

A tensão resultante é determinada somando‑se as tensões das fontes de


mesma polaridade e subtraindo‑se as de polaridades diferentes.

Veja: ET = E2 + E3 – E1

Atenção! A polaridade resultante é aquela para a qual a soma é maior.


48 UNIUBE

2.2.5 Regras do divisor de tensão

A tensão entre os terminais dos elementos resistivos divide‑se na mesma


proporção que os valores de resistência. O resistor de maior valor captura
a maior parte da tensão aplicada, enquanto o menor fica com a menor
parte.

A regra dos divisores de tensão nos permite determinar as tensões em


cada resistor do circuito. Para isso, devemos utilizar:
Vx = RxE
RT

A tensão entre os terminais de um resistor em um circuito em série


será igual ao valor deste resistor multiplicado pela tensão total aplicada
aos elementos em série do circuito, dividida pela resistência total dos
elementos em série.

Exemplo 2

No circuito divisor de tensão, a seguir, determine as quedas de tensão


em cada resistor, na Figura 7.

R1 = 30 ohms

100V R2 = 50 ohms

R2 = 20 ohms

Figura 7: Circuito divisor de tensão


UNIUBE 49

VR1 = (R1 x E) / RT VR1 = (30 Ω x 100 V) / (30 Ω + 50 Ω + 20 Ω) VR1


= 30 V;

VR2 = (R2 x E) / RT VR1 = (50 Ω x 100 V) / (30 Ω + 50 Ω + 20 Ω) VR1


= 50 V;

VR3 = (R3 x E) / RT VR1 = (20 Ω x 100 V) / (20 Ω + 50 Ω + 20 Ω) VR1


= 20 V.

2.2.6 Resistência interna das fontes de tensão

Toda fonte de tensão (gerador, bateria, fontes de laboratório) possui uma


resistência interna. A fonte de tensão ideal não possui resistência interna
e a sua tensão de saída será sempre E com carga ou sem carga ligada
em seus terminais.

A tensão nos terminais de uma fonte de tensão com resistência interna


é calculada usando a seguinte fórmula:

Vint = IFL x Rint.

Na qual:
V int = queda de tensão interna da fonte de tensão (V);

IFL = corrente de carga (A);

Rint. = resistência interna da fonte (Ω).

Exemplo

No circuito a seguir (Figura 8), determine o valor da tensão nos terminais


da carga.
50 UNIUBE

Rint = 18 ohms
I(LF) = 50 mA

E = 96V VL = ? RL (Carga)

Figura 8: Resistência interna das fontes de tensão.

Vint = FL x Rint  V int = 500 × 10–3 × 18 Ω  V int = 9 V

Tensão na carga = VL = E – V int  VL = 96 V – 9 V   VL = 87 V

PARADA OBRIGATÓRIA

Com base nos resultados obtidos, o que podemos concluir?

Isso significa que dos 96 Volts fornecidos pela fonte, 9 Volts ficam retidos
na resistência interna da fonte e são dissipados na forma de calor, ficando
a carga submetida a uma tensão de 87 Volts.

INDICAÇÃO DE LEITURA

Sugerimos a leitura das seções e resoluções dos exercícios do livro


Introdução à análise de circuitos, de autoria de Robert L. Boylestad
(2004), conforme indicado a seguir.
• Leitura das seções de 5.1 a 5.9.
• Exercícios referentes à seção 5.2 (exercícios 1, 2 e 3).
• Exercícios referentes à seção 5.3 (exercício 5).
• Exercícios referentes à seção 5.4 (exercícios 9 e 10).
• Exercícios referentes à seção 5.6 (exercício 15).
UNIUBE 51

• Exercícios referentes à seção 5.7 (exercícios 24, 25 e 26).


• Exercícios referentes à seção 5.8 (exercício 35).

Nessa leitura, você encontrará importantes informações sobre a utilização


correta e segura dos equipamentos utilizados para medição das grandezas
elétricas, corrente e tensão. Para uma melhor fixação dos conceitos dos
circuitos em série, faça os exercícios indicados, a fim de compreender
melhor o conteúdo abordado.

2.3 Circuitos em paralelo

2.3.1 Elementos em paralelo

Dois elementos, ramos ou circuitos estão conectados em paralelo quando


possuem dois pontos em comum. Observe, com atenção, a Figura 9:

Figura 9: Elementos em paralelo.

2.3.2 Condutância e resistência totais

No caso de elementos em paralelo, a condutância total é a soma das


condutâncias individuais.

GT = + G1 + G2 + G3 +… + GN

À medida que o número de resistores em paralelo aumenta, a corrente


na entrada do circuito também aumenta, para uma tensão de entrada
constante. Efeito contrário ao que acontece no caso de resistores em série.
52 UNIUBE

Como G = 1/R, a resistência total do circuito será:

R R R R R

Note que o resultado desta equação nos dá o inverso da resistência total.


Uma vez executados os cálculos, devemos inverter o resultado para
obtermos a resistência total.

IMPORTANTE!

1. A resistência total de um conjunto de resistores em paralelo é sempre


menor que a do resistor de menor resistência do conjunto.

Quanto maior for a diferença entre o valor de duas resistências em paralelo,


mais o valor da resistência total se aproxima do valor da menor resistência.
A equação, a seguir, é utilizada para calcular a resistência total de resistores
de valores iguais em paralelo.

R
R
R
N
R
N
2. A resistência total referente a dois resistores em paralelo é o produto das
duas resistências dividido pela sua soma:

R R R
R R

Elementos em paralelo podem ser intercambiados sem alterar a resistência


total ou corrente total.
UNIUBE 53

Exemplo 3

Nos circuitos a seguir (Figura 10), calcule a resistência total:

Circuito 1:

100Ω 100Ω 100Ω 100Ω

Figura 10: Resistores em paralelo.

Quando os resistores têm o mesmo valor, utilizamos a seguinte fórmula:

R
R
N

RT = 100 Ω / 4

RT = 25 Ω

Circuito 2:

500Ω 750Ω

R
R Figura 11: Resistores em paralelo.
N

Observe a Figura 11. Percebeu que os resistores são de valores


diferentes? Neste caso, utilizamos a seguinte fórmula:

R R R
R R
54 UNIUBE

RT = (500 Ω x 750 Ω) / (500 Ω + 750 Ω)

RT = 300 Ω

Reestruturação da fórmula para 3 resistores em circuito paralelo.

1 1 1 1
= + +
R q R1 R 2 R3
Re

1 R 2 ⋅ R3 + R1 ⋅ R3 + R1 ⋅ R 2
=
R q
Re R1 ⋅ R 2 ⋅ R3

R1 ⋅ R 2 ⋅ R3
R q=
Re
R 2 ⋅ R3 + R1 ⋅ R3 + R1 ⋅ R 2

Exemplo 4

Determine a resistência equivalente do circuito representado na Figura 12.

20 ohms 10 ohms 5 ohms

Figura 12: Circuito paralelo.

R1 ⋅ R 2 ⋅ R3 20 ⋅10 ⋅ 5
R q=
Re =
R 2 ⋅ R3 + R1 ⋅ R3 + R1 ⋅ R 2 10 ⋅ 5 + 20 ⋅ 5 + 20 ⋅10

1 000 1 000
R q=
Re → = 2,86 Ω
50 + 100 + 200 350
UNIUBE 55

2.3.3 Tensão e corrente em circuitos em paralelo

A corrente total fornecida pela fonte é: Is = E / RT. Como a tensão obtida


entre os terminais de elementos em paralelo são iguais, ou seja, V1 = V2
= E, as correntes nos ramos serão então: I1 = V1/R1, I2 = V2/R2,......,IN
= VN/RN (Figura 13).

IS I1 I2

E V1 R1 V2 R2

IS

Figura 13: Tensão e corrente em circuitos paralelos.

Para circuitos em paralelo com apenas uma fonte, a corrente fornecida


pela fonte (Is) é igual à soma das correntes em cada um dos ramos do
circuito. Is = I1 + I2.

2.3.4 Lei de Kirchhoff para a Corrente (KLC)

A Lei de Kirchhoff para a Corrente (LKC) afirma que a soma algébrica das
correntes que entram em um nó é igual à soma algébrica das correntes
que saem deste nó. Veja a Figura 14:

Σ I.entram = Σ I.saem
56 UNIUBE

IS I1 I2

E R1 R2

IS

Figura 14: Tensão e corrente em circuitos paralelos.

Acompanhe no nó da Figura 13:


Σ I.entram = Is
Σ I.saem = I1 + I2 ou seja: Is = I1 + I2.

2.3.5 Regra do divisor de corrente

A regra do divisor de corrente (RDC) diz que a corrente que entra em um


conjunto de elementos em paralelos se dividirá entre estes elementos. No
caso de dois elementos em paralelo com resistências iguais, a corrente
se dividirá igualmente entre eles. Se os elementos em paralelo tiverem
resistências diferentes, o elemento de menor resistência será percorrido
pela maior fração da corrente.

A razão entre os valores de corrente nos dois ramos será inversamente


proporcional à razão entre as suas resistências (Figura 15).

Figura 15: Divisor de corrente.


UNIUBE 57

O valor da corrente em cada ramo será:

RT
Ix = Rx I

Analise a Figura 16 a seguir:


a
Is = 3A I(1) I(2)

56,25V 30 ohms 50 ohms

b
Figura 16: Divisor de corrente.

No caso particular de dois resistores em paralelo, como o da figura


anterior, utilizamos as seguintes fórmulas:

R2 x I R1 x I
I1 = R1 + R2
I2 = R1 + R2

I 1 = (50 Ω x 3 A) / (30 Ω + 50 Ω) = 1,87 A;

I 2 = (30Ω x 3 A) / (30 Ω + 50 Ω) = 1,13 A.

2.3.6 Fontes de tensão em paralelo

As fontes de tensão podem ser colocadas em paralelo somente se as


tensões nos terminais forem idênticas (Figura 17).
58 UNIUBE

A razão para colocarmos fontes de tensão em paralelo é a obtenção de


uma intensidade de corrente maior (e, como consequência, uma potência
maior):

A corrente total será:

IS = I1 + I2 +… IN

I(1) I(2) I(3)


Is = I(1) + I(2) + I(3)

E E E

Figura 17: Fontes de tensão em paralelo.

Se colocarmos duas baterias de diferentes tensões em paralelo, a bateria


de maior tensão tende a descarregar rapidamente até o seu valor de
tensão igualar‑se ao de menor tensão.

As resistências internas relativamente pequenas das fontes de tensão


são as únicas limitadoras para a corrente entre elas, resultando em uma
rápida descarga na bateria com maior valor de tensão e um impacto
destrutivo na fonte de menor tensão.

INDICAÇÃO DE LEITURA

Sugerimos a leitura das seções e resolução do Capítulo 6 do livro Introdução


à análise de circuitos, de autoria de Robert L. Boylestad (2004).
• Leitura das seções de 6.1 a 6.10.
• Exercício referente à seção 6.2 (exercício 2).
• Exercícios referentes à seção 6.3 (exercícios 3, 4 e 6).
UNIUBE 59

• Exercícios referentes à seção 6.4 (exercícios 8, 10 e 12).


• Exercícios referentes à seção 6.5 (exercícios 18,19 e 21).
• Exercícios referentes à seção 6.6 (exercícios 22, 24 e 27).
• Exercício referente à seção 6.7 (exercício 28).

Ao fazer o estudo sugerido, observe a influência da resistência interna dos


equipamentos de medição, especificamente o voltímetro, no resultado das
medições e as precauções que devem ser tomadas para evitar esses erros.

2.4 Circuitos em série‑paralelo

De acordo com Boylestad (2004), “Circuitos em série‑paralelo são os que


contêm componentes em série e em paralelo.”

Para determinar a resistência equivalente em um circuito composto


por uma associação de resistores, calcula‑se inicialmente a resistência
equivalente das associações em série e, em seguida, parte‑se as
associações em paralelo. Acompanhe na Figura 18:

6 ohms 6 ohms 8 ohms

12V
8 ohms

Figura 18: Circuito em paralelo.

Como exemplo, vamos considerar o circuito representado na Figura 18.

Como determinar a resistência equivalente do circuito?

Em primeiro lugar, reorganizamos o circuito. Veja como isso é feito na


Figura 19.
60 UNIUBE

6 ohms

6 ohms

8 ohms

12V 8 ohms

Figura 19: Circuito em série paralelo 2.

Os dois resistores de 6 Ω em paralelo podem ser simplificados como:

R
R
N

RT = 6 Ω / 2

R = 3RΩ R
RT
R R

Reorganizando o circuito (Figura 20):


3 ohms

8 ohms

12V 8 ohms

Figura 20: Circuito em série paralelo reduzido.


R
R
N UNIUBE 61

Os resistores de 3 Ω e 8 Ω podem ser simplificados, utilizando‑se a


seguinte fórmula:
R R R
R R

RT = (3 Ω x 8 Ω) / (3 Ω + 8 Ω)

RT = 2,18 Ω

Reorganizando o circuito (Figura 21).

2,18 ohms

12V 8 ohms

Figura 21: Circuito em série paralelo reduzido 2.

Os resistores agora estão em série. Para obter a resistência total, basta


somar o valor das duas resistências (Figura 22).

12V 10,18 ohms

Figura 22: Resistência equivalente de um circuito em série


paralelo.

Rt = 2,18 Ω + 8 Ω

Rt = 10,18 Ω
62 UNIUBE

Exemplo 5

Determine as tensões V1, V2, V3 e V4, a corrente fornecida pela fonte e a


potência dissipada em cada resistor do circuito apresentado na Figura 23.
4 ohms 6 ohms

3 ohms 5 ohms

24V 12V

Figura 23: Exemplo de circuito em série paralelo.

Acompanhe os procedimentos!

Redesenhar o circuito, agrupando as fontes que estão em série, assim


como os resistores (Figura 24).

Req1 = R3 + R4 = 4 Ω + 6 Ω

Req1 = 10 Ω

Req2 = R1 + R2 = 3 Ω + 5 Ω

Req1 = 8 Ω

Eeq = –24 V + 12 V

Eeq = –12 V
UNIUBE 63

Is I(1) I(2)

12V 10 ohms 8 ohms

R
R
N

Figura 24: Circuito em série paralelo redução.

R R R
R R

RT = (10 Ω X 8 Ω) / (10 Ω + 8 Ω)

RT = 4,44 Ω

Cálculo da corrente total fornecida pela fonte (Is):

Is = E / RT

Is = 12V / 4,44 Ω

Is = 2,7 A

Podemos aplicar, agora, a regra do divisor de corrente e determinar a


corrente em cada ramo:

R2 x I
I1 = R1 + R2

I1 = (10 Ω x 2,7 A) / (10 Ω + 8 Ω)

I1 = 1,5 A
64 UNIUBE

R1 x I
I2 = R1 + R2

I2 = (8 Ω x 2,7 A) / (10 Ω + 8 Ω)

I2 = 1,2 A

Redesenhando o circuito (Figura 25).

Is = 2,7A I(1) = 1,5A I(2) = 1,2A

3 ohms 4 ohms

12V

5 ohms 6 ohms

Figura 25: Circuito em série paralelo divisor de corrente.

Conhecendo a corrente em cada ramo, podemos agora calcular a queda


de tensão em cada resistor por meio da lei de Ohm:

V1 = R1 x I1

V1 = 3 Ω x 1,5 A

V1 = 4,5 V

V2 = R2 x I1

V2 = 5 Ω x 1,5 A

V2 = 7,5 V

V3 = R3 x I2
UNIUBE 65

V3 = 4 Ω x 1,2 A

V3 = 4,8 V

V4 = R 4 x I 2

V4 = 6 Ω x 1,2 A

V4 = 7,2 V

Conhecendo o valor da tensão e corrente em cada resistor, podemos


calcular a potência dissipada em cada um deles:

P1 = V 1 x I 1

P1 = 4,5 V x 1,5 A

P1 = 6,75 W

P2 = V2 x I1

P2 = 7,5V x 1,5A

P2 = 11,25 W

P3 = V 3 x I 2

P3 = 4,8 V x 1,2 A

P3 = 5,76 W

P4 = V 4 x I 2

P4 = 7,2 V x 1,2 A

P4 = 8,64 W

2.4.1 Resolução de circuito aplicando matriz

Para compreender esse método de resolução de circuitos em paralelos,


66 UNIUBE

veja as comparações entre ele e o método de malhas nos exemplos, a


seguir.

Exemplo 6

Determine os valores da corrente I1 e I2 e os valores de tensão nos


resistores R1, R2 e R3 do circuito representado na Figura 26:
10 ohms

20V 20 ohms

10 ohms

Figura 26: Circuito paralelo.

Resolução pelo método de malhas:

Encontrado o valor da corrente total do circuito, iremos agora calcular a


corrente e a tensão em cada resistor.

I (Resistor1) = It = 1,2 A

V (Resistor1) = 1,2 A⋅10 = 12 V

V (Resistor2) = V (Resistor3) = 20 V −12 V= 8 V

8
I (Resistor2) = = 0,8 A
10
8
I (Resistor3) = = 0, A
20
UNIUBE 67

Resolução pelo método da matriz:


20 = 10 ⋅ I1 + 10 ⋅ ( I1 − I 2)
0 = 10 ⋅ ( I 2 − I1) + 20( I 2)
20 = 20 ⋅ I1 − I 2
0 = −10 ⋅ I1 + 30 ⋅ I 2

 20 − 10  I1  20
Montando a matriz, teremos  ⋅  =  .
− 10 30   I 2  0 

Calculando o valor de I1 e I2:

,
,

,
,

Encontrado o valor das correntes I1 e I2 do circuito, iremos agora calcular


a corrente e a tensão em cada resistor.
,
, ,
,
, , ,
, , , ,
,
,
, ,
,
,
68 UNIUBE

Exemplo 7

Façamos, agora, com base no circuito representado na Figura 27.


,
,
I1

1, ohms
, , I2 2 ohms
,
1 ohms
10V ,
,
3 ohms I3 4 ohms

Montando cada malha do circuito.

Montando a representação em forma de matriz.

Calculando o determinante da matriz encontrada:

 4 − 1 − 3
 − 1 4 − 1 Det = 128 − 3 − 3 − 32 − 4 − 8 = 74
 
− 3 − 1 8 

Esse valor será usado para calcular a corrente desejada. Para encontrar
10 
 
o valor da corrente I1 do circuito, basta substituir a matriz resultado 0
 
 0 
UNIUBE 69

na linha correspondente à corrente, como no exemplo, a corrente I1 se


encontra na coluna 1, a I2 na coluna 2 e assim sucessivamente.

Calculado o valor das correntes I1, I2 e I3:

Teremos então que as seguintes correntes em cada resistor:


70 UNIUBE

Agora iremos calcular o valor da tensão e da potência de cada resistor.

RELEMBRANDO

Lembre‑se de que a potência é igual ao valor da tensão no resistor vezes a


corrente que passa por ele.

Potência no Resistor R1

V ( R1) = R1 ⋅ I ( R1) = 2, 71 V
P (R1) = 2,71 V.2,71 A= 7,34 W

Potência no Resistor R2

V ( R 2) = R 2 ⋅ I ( R 2) = 2,96 V
V
P((RR2) R2 ⋅ V
2) == 2,96 I ( ⋅R1,2)48=A2,96 V W
= 4,38
V
P ( R 2) = 2,96
R2 ⋅ V I ( ⋅R1,2)48=A2,96 V W
= 4,38
V
P ( R 2) = 2,96
R2 ⋅ V I ( ⋅R1,2)48=A2,96 V W
= 4,38
Potência no Resistor
P( R 2) = 2,96 V ⋅1, 48 AR3 = 4,38 W
V ( R3) = R3 ⋅ I ( R3) = 0, 27 V
V R3) == R
P ((R3) 3 ⋅ IV
0,27 ( R.3)0,27A
= 0, 27=V72,9 mW
V ( R 3) = R 3 ⋅ I ( R .3)
P (R3) = 0,27 V 0,27A = 72,9 mW= 0, 27 V
V R3) == R
P ((R3) 3 ⋅ IV
0,27 ( R.3)0,27A
= 0, 27=V72,9 mW
.
P (R3) = 0,27 V 0,27A = 72,9 mW
Potência
V ( R 4) = R no4 ⋅Resistor
I ( R 4) = 7,32R4 V
V R 4) =
P ((R4) =R 4 ⋅ IV
7,32 ( R.4) = 7,32
2,44 A =V17,86 W
V R 4) =
P ((R4) =R 4 ⋅ IV
7,32 .
( R 4) = 7,32
2,44 A =V17,86 W
P ((R4)
V R 4) ==R 4 ⋅ IV
7,32 .
( R 4) 2,44 A =V17,86 W
= 7,32
P (R4) = 7,32 V . 2,44 A = 17,86 W
V ( R5) = R5 ⋅ I ( R5) = 7V
Potência
VP(( R = 7Rno
5) =
R5) V5 ⋅⋅Resistor
I (75
1, R5)A= 7R5
V 25 W
= 12,
VP( R5) = 7RV5 ⋅ 1, I (75
R5)A= 12, 7V 25 W
VP( R5) = 7RV5 ⋅ 1, I (75
R5)A= 12, 7V 25 W
P ( R5) = 7V ⋅1, 75 A= 12, 25 W
UNIUBE 71

DICAS

Se alguma corrente encontrada possuir um valor negativo, quer dizer que


ela está no sentido contrário ao adotado.

Exemplo 8

Dado o circuito representado na Figura 28, encontre as correntes, as


tensões e as potências dos resistores.

I1

10 ohms I2 20 ohms

2 ohms
10V I4 10 ohms

40 ohms I3 50 ohms

Figura 28: Circuito paralelo.

Montando cada malha do circuito:


10 = ( I1 − I 2) ⋅ 10 + ( I1 − I 3) ⋅ 40
0 = ( I 2 − I1) ⋅ 10 + ( I 2 − I 3) ⋅ 2 + ( I 2 − I 4) ⋅ 20
0 = ( I 3 − I1) ⋅ 40 + ( I 3 − I 2) ⋅ 2 + ( I 3 − I 4) ⋅ 50
0 = ( I 4 − I 2) ⋅ 20 + ( I 4 − I 3) ⋅ 50 + I 4 ⋅ 10

Reorganizando em forma de matriz, temos:


 50 − 10 − 40 0   I1  10
 − 10 32 − 2 − 20  I 2  0 
 . =
− 40 − 2 92 − 50   I 3  0 
    
 0 − 20 − 50 80   I 4  0 
72 UNIUBE

Calculando o determinante da matriz encontrada:

Calculado o valor das correntes I1, I2, I3 e I4.

,
,

,
,

,
,

,
,

,
,

,
,
UNIUBE 73

Teremos então que as seguintes correntes em cada resistor:

Encontrado o valor da corrente em cada resistor, iremos calcular agora


o valor da tensão e da potência dos mesmos:

,
, V , A , W
,
, V , A , W

,
, , ,
,
, , ,

,
, , ,
,
, , ,

,
,
74 UNIUBE , , ,

,
, , ,

,
, , ,

,
, ,

Resumo
Neste capítulo, enfocamos o teorema da Lei de Ohm e os métodos de
resolução de circuitos em série e em paralelo. Também apresentamos as
resoluções usando os sistemas de malhas e de matrizes, tornando assim
possível o cálculo das correntes e potências de cada resistor contido no
circuito analisado.

Esperamos que você tenha assimilado os conteúdos que foram


abordados e, sempre que necessário, retome‑os. Lembre‑se de que
as leituras indicadas e as atividades solicitadas contribuirão para a sua
aprendizagem.
UNIUBE 75

Referências
BOYLESTAD, Robert L. Introdução à análise de circuitos. 10. ed. São Paulo:
Pearson Education, 2004.

____; NASHELSKY, Louis. Dispositivos eletrônicos e teoria dos circuitos. 8. ed.


São Paulo: Pearson Education, 2004.
Capítulo Métodos e teoremas
3 para análise de
circuitos elétricos

Virgílio de Melo Langoni

Introdução
Circuitos elétricos são uma constante na vida de um engenheiro
eletricista e, portanto, merecem uma atenção especial. Você
perceberá que a análise de circuitos contendo apenas uma fonte,
seja ela de corrente ou de tensão, é relativamente simples. Mas o
que acontece à medida que outras fontes são acrescentadas ao
circuito?

A análise de tais circuitos poderá se tornar complexa. Nesse caso,


é recomendável a utilização de técnicas que facilitem a análise de
circuitos elétricos.

Com o objetivo de auxiliá-lo na compreensão e utilização dessas


técnicas, elaboramos este roteiro de estudos. Para tanto,
apresentaremos três métodos utilizados em análise de circuitos
elétricos que facilitam os cálculos de parâmetros relativos aos
circuitos em questão: o método de corrente nos ramos, o método
das malhas e, por fim, o método dos nós.

Atente‑se, pois somente por meio de estudo e resolução de


exercícios você terá condições de identificar as vantagens
concernentes a cada método e, por conseguinte, determinar a
aplicação de um ou outro método.
78 UNIUBE

Outras ferramentas importantes utilizadas na resolução de circuitos


com uma ou mais fontes são os teoremas de análise de circuitos
elétricos.

Tanto os métodos como os teoremas são úteis na resolução de


qualquer circuito elétrico. Contudo, quando os elementos em um
circuito, como, por exemplo, os resistores, não se apresentam nem
em série nem em paralelo, necessitamos transformar o circuito em
outro, de forma a facilitar a análise e determinação dos parâmetros
de interesse. Abordaremos, também, este tópico com o objetivo
de lhe fornecer subsídios na resolução de circuitos elétricos mais
complexos.

IMPORTANTE!

Caso tenha alguma dúvida, não prossiga o estudo antes de elucidá‑la, pois
o entendimento dos conteúdos posteriores exigirá essa compreensão.

Antes de abordarmos os métodos e os teoremas, é necessário que você


compreenda alguns conceitos importantes, como fontes de corrente, fontes
de corrente em série e em paralelo, e a conversão entre fonte de corrente
e fonte de tensão.

Objetivos
Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de:
• compreender os conceitos relacionados a fontes de corrente
e da conversão entre fontes de corrente e de tensão;
• distinguir e resolver associações de fontes de corrente em
série e em paralelo;
• dominar os métodos utilizados em análise de circuitos
elétricos;
UNIUBE 79

• dominar os teoremas utilizados em análise de circuitos


elétricos;
• conhecer circuitos em ponte;
• realizar a conversão entre circuitos Y e ∆.

Esquema
3.1 Métodos de análise dos circuitos elétricos
3.1.1 Conceitos fundamentais
3.1.2 Métodos de análise
3.1.3 Circuitos em ponto
3.1.4 Conversões Y-∆ e ∆‑Y
3.2 Teoremas para a análise de circuitos
3.2.1 Teorema da superposição
3.2.2 Teorema de Thévenin
3.2.3 Teorema de Norton
3.2.4 Teorema da máxima transferência de potência
3.2.5 Teorema de Millman
3.2.6 Teorema da substituição
3.2.7 Teorema da reciprocidade

3.1 Métodos de análise dos circuitos elétricos

3.1.1 Conceitos fundamentais

3.1.1.1 Fontes de corrente

Uma fonte de corrente, também conhecida como dual da fonte de tensão,


é aquela que fornece uma corrente fixa ao circuito no qual está acoplada,
ainda que a tensão em seus terminais varie em função do circuito no qual
é conectada. O símbolo utilizado para fonte de corrente está ilustrado na
Figura 1 a seguir.
80 UNIUBE

Figura 1: Fonte de corrente.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

3.1.1.2 Conversões de fontes

A fonte de corrente vista no item anterior é conhecida como fonte de


corrente ideal por não possuir uma resistência interna. Contudo, não
importa qual seja a natureza de uma fonte (tensão ou corrente), ela irá
possuir uma resistência interna, como ilustrado a seguir, na Figura 2.

IL IL
Rs

I Rs RL RL

Figura 2: Fontes reais de corrente e de tensão.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

A conversão de uma fonte em outra define uma equivalência apenas no


que se refere ao circuito externo aos seus terminais, ou seja, o circuito
que está conectado à fonte, seja de corrente ou de tensão, não irá
perceber a conversão.

3.1.1.3 Fontes de corrente em paralelo e em série

As fontes de corrente, assim como as fontes de tensão, podem ser


associadas em paralelo ou em série. Para cada associação, existem
UNIUBE 81

regras a serem seguidas. Observe o exemplo a seguir, em que se deseja


reduzir as fontes de correntes em paralelo, ilustradas na Figura 3, em
uma única fonte de corrente.

8A 3 4A 6 4A 2

Figura 3: Exemplo de associação em paralelo de fontes de corrente.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

Veja que a fonte resultante é a soma das correntes, levando‑se em


consideração o sentido de cada corrente. A resistência resultante é o
equivalente paralelo entre as resistências das duas fontes.

IMPORTANTE!

Atenção:
As fontes de corrente também podem ser associadas em série; contudo,
esse tipo de associação exige que as fontes que serão associadas possuam
a mesma intensidade.

3.1.2 Métodos de análise

3.1.2.1 Método de correntes nos ramos

O primeiro método a ser estudado para a resolução de circuitos lineares


de corrente contínua contendo mais de uma fonte é denominado de
método de corrente nos ramos. Este método tem por objetivo, como o
próprio nome sugere, determinar a corrente em cada ramo de um circuito.
Uma vez de posse dessa informação, a tensão e a potência poderão ser
determinadas em qualquer parte do circuito que se desejar.
82 UNIUBE

INDICAÇÃO DE LEITURA

A aplicação do método está dividida em cinco passos e recomendamos que


faça a leitura indicada:

O método de análise das correntes nos ramos. Boylestad, 2004, p. 192-193


(exceto Solução usando o Mathcad), 194-195 (exceto item 8.7).

IMPORTANTE!

Você deve ter percebido que é necessário o conhecimento de resolução de


sistemas lineares utilizando matrizes. Nesse sentido, sugerimos que faça
uma revisão desse assunto, caso tenha alguma dúvida.

Após o estudo dos exemplos 8.9 e 8.10, contidos nas páginas indicadas
para estudo, resolva a atividade 1, com o intuito de verificar sua
aprendizagem.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 1
Determine o valor da corrente em cada resistor do circuito da Figura 4.

R1= 2 R3= 3 R5= 4


E 1 = 12V

E 2 = 6V
R4= 5
R2= 2

Figura 4: Método das correntes nos ramos.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).
UNIUBE 83

3.1.2.2 Método das malhas

O método das malhas pode ser visto como um método que identifica
as malhas de um circuito e escreve as equações gerais desse circuito
aplicando a lei de Kirchhoff para tensões a cada uma das malhas.

Trata-se de um método mais utilizado do que o método das correntes


nos ramos, contudo, como o estudante perceberá, muitos dos conceitos
aprendidos no método anterior serão utilizados aqui. O método
das malhas tem duas abordagens: abordagem geral e abordagem
padronizada.

Na abordagem geral, é introduzido o conceito de supermalhas. Este


conceito é útil quando o método das malhas é utilizado para resolver um
determinado circuito em que existe uma fonte de corrente e não há um
resistor em paralelo com a fonte, não sendo possível, assim, convertê‑la
para uma fonte de tensão. Você constatará que esta é justamente a
limitação da abordagem padronizada, ou seja, se existirem fontes de
corrente no circuito, estas fontes deverão ser convertidas em fontes
de tensão. Se não for possível, por causa da ausência do resistor em
paralelo com a fonte de corrente, a abordagem geral e o conceito de
supermalhas deverão ser utilizados.

Em cada abordagem, existem passos que deverão ser executados para


que um determinado circuito seja resolvido.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 2
Resolva o circuito da Figura 5, utilizando o método das malhas pela
abordagem geral.
84 UNIUBE

R4 = 4

R1 = 6 E2 = 3V

R5 = 3
R3 = 1
R2 = 2

E1 = 20V

Figura 5: Método das malhas.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

É importante que o estudante leia com atenção todos os textos indicados


e ainda compreenda cada exemplo apresentado no livro. Ao final de
cada capítulo do livro indicado, existem vários exercícios que deverão ser
resolvidos por você. Isso o(a) ajudará a fixar os conceitos apresentados.

3.1.2.3 Método dos nós

No método das malhas, foi utilizada a lei de Kirchhoff para tensões a


fim de descrever o circuito. Ao final, após a resolução do sistema linear,
tínhamos como resultado as correntes de malha. Agora, será utilizada a
lei de Kirchhoff para correntes nos nós de um circuito e, ao final, serão
obtidas as tensões dos nós.

Semelhante ao método das malhas, o método dos nós também tem


uma abordagem geral e uma abordagem padronizada. Neste método,
a restrição quanto ao uso da abordagem padronizada é que as fontes
de tensão existentes no circuito precisam ser convertidas em fontes de
corrente.

Outra semelhança entre os métodos é a existência do conceito do


supernó, no método dos nós.
UNIUBE 85

IMPORTANTE!

O supernó é utilizado para resolver um circuito em que é aplicado o método


nos nós e há uma fonte de tensão; contudo, não é possível convertê‑la em
fonte de corrente por não existir um resistor em série com a fonte de tensão.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 3
Resolva o circuito da Figura 6, utilizando o método dos nós pela abordagem
geral.

Figura 6: Método dos nós.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

3.1.3 Circuitos em ponto

Existem certas configurações de circuitos elétricos que possuem diversas


aplicações, e uma dessas configurações é o circuito em ponte. Como
exemplos, temos alguns medidores de corrente contínua e de corrente
alternada. Podemos citar, também, na eletrônica, os circuitos em ponte
utilizados para transformar um sinal alternado em sinal contínuo.

Um formato comum, mas não único, de um circuito em ponte é


apresentado na Figura 7.
86 UNIUBE

R1 R2
R5

R3 R4

Figura 7: Formato comum de um circuito em ponte.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

3.1.4 Conversões Y-∆ e ∆‑Y

Algumas configurações de circuitos podem apresentar seus componentes


(resistores, no caso) conectados de tal forma que não estão nem em
série nem em paralelo.

O que fazer neste caso?

Quando nos deparamos com tais configurações, talvez seja interessante


converter o circuito para outra configuração que facilite a determinação
de correntes e tensões.

Dois casos de circuitos elétricos bastante conhecidos e que apresentam


as características citadas, são os circuitos ípsilon (Y) e o delta (∆). Na
Figura 8, a seguir, temos a representação desses circuitos.

R1 R2

RB RA
R3

RC

Figura 8: Circuitos ípsilon (estrela) e delta (triângulo).


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).
UNIUBE 87

Por meio da análise dos dois circuitos, é possível determinarmos


equações que possibilitem a conversão de um circuito no outro.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 4
Por meio de uma conversão ∆‑Y, determine a corrente I no circuito da Figura 9.

1
4 4

24 V
2
5 8

Figura 9: Conversão triângulo‑estrela.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

3.2 Teoremas para a análise de circuitos

3.2.1 Teorema da superposição

O Teorema da superposição é uma ferramenta utilizada na resolução


de circuitos elétricos, em que as fontes envolvidas não estão nem em
série nem em paralelo. Por meio do uso do teorema da superposição, é
possível resolver um circuito elétrico sem o uso de sistemas matemáticos
mais complexos, por exemplo, determinantes. Isso diminui o risco de
erros. O enunciado do teorema da superposição, segundo Boylestad
(2004, p. 202), é o seguinte:
A corrente através de um elemento, ou a tensão
entre seus terminais, em um circuito linear bilateral é
igual à soma algébrica das correntes ou das tensões
produzidas independentemente por cada uma das
fontes.
88 UNIUBE

Pelo teorema da superposição, o efeito de cada fonte existente no


circuito deverá ser calculado individualmente e, ao final, realizada uma
soma algébrica de todos os resultados individuais obtidos. Para tanto,
é necessário que o efeito de cada fonte do circuito que não está sendo
analisada seja removido, sem que o resultado final seja afetado. Observe
a figura 10, em que os efeitos de fontes reais são removidos.

Para exercitar a teoria vista, resolva a atividade a seguir.

R int R int
I R int R int
E

Figura 10: Remoção dos efeitos de fontes reais.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 5
Utilizando o teorema da superposição, determine a corrente em cada um
dos resistores no circuito da Figura 11.

Figura 11: Teorema da superposição.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

3.2.2 Teorema de Thévenin

Segundo Boylestad (2004, p. 208), o teorema de Thévenin afirma que:


UNIUBE 89

Qualquer circuito de corrente contínua linear bilateral


de dois terminais pode ser substituído por um circuito
equivalente constituído por uma fonte de tensão e um
resistor em série.

A Figura 12 ilustra o circuito equivalente de Thévenin.

a
RTh

ETh

Figura 12: Circuito equivalente de Thévenin.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

O circuito à esquerda dos pontos a e b foi reduzido a uma fonte de tensão


(ETh) e uma resistência (RTh). O circuito original pode ser bem diferente,
no entanto, os efeitos à direita de a e b são os mesmos. Assim, para
reduzirmos um circuito elétrico, ou parte de um circuito elétrico, a um
circuito equivalente de Thévenin precisamos determinar ETh e RTh. Para
isso, existem passos a serem seguidos.

3.2.3 Teorema de Norton

Segundo Boylestad (2004, p. 216), o teorema de Norton afirma que:


Qualquer circuito de corrente contínua linear bilateral
de dois terminais pode ser substituído por um circuito
equivalente formado por uma fonte de corrente e um
resistor em paralelo.

A Figura 13 ilustra o circuito equivalente de Norton.


90 UNIUBE

IN
RN

Figura 13: Circuito equivalente de Norton.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

O circuito equivalente de Norton, como pode ser observado na Figura 13,


é o dual do circuito equivalente de Thévenin.

Lembra‑se da conversão de fontes?

Esta é exatamente a ideia, ou seja, quando um circuito, ou parte do


circuito, é reduzido a um equivalente, de Thévenin ou de Norton, esse
circuito equivalente pode ser convertido em seu dual. Da mesma forma,
existem passos a serem seguidos para se determinar IN e RN.

IMPORTANTE!

Salientamos que os teoremas de Thévenin e Norton são muito importantes


para a análise de circuitos elétricos. Verifique seu aprendizado resolvendo
os exercícios, a seguir, e aproveite para esclarecer possíveis dúvidas.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 6
Observe o circuito da Figura 14 e desenhe o circuito equivalente de Thévenin
para o circuito externo ao resistor R.
UNIUBE 91

4 2

12V 2 R

Figura 14: Teorema de Thévenin.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

Atividade 7
Considerando o circuito da Figura 15, desenhe o circuito equivalente de
Norton para o circuito externo ao resistor R.

Figura 15: Teorema de Norton.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).

3.2.4 Teorema da máxima transferência de potência

O teorema de Thévenin, visto anteriormente, reduz um circuito elétrico a


uma fonte de tensão (ETh) e uma resistência (RTh) em série com a fonte.
O Teorema da máxima transferência de potência estuda o efeito total de
um circuito sobre um resistor RL. Dessa forma, esses dois teoremas se
relacionam, e segundo Boylestad (2004, p. 219):
A potência transferida a uma carga por um circuito de
corrente contínua linear bilateral será máxima quando
a resistência desta carga for exatamente igual à
resistência de Thévenin do circuito ligado a esta carga.
92 UNIUBE

A afirmativa anterior diz que somente quando RL = RTh ocorrerá a máxima


transferência de potência da fonte para a carga.

IMPORTANTE!

Atenção!
Observe que o mesmo raciocínio pode ser aplicado utilizando o circuito
equivalente de Norton.

AGORA É A SUA VEZ

Agora, para verificar o seu aprendizado, resolva o exercício a seguir.

Atividade 8
Considerando a atividade 7, determine o valor de R para que ocorra a
máxima transferência de potência.

3.2.5 Teorema de Millman

Pelo teorema de Millman, a resolução de circuitos pode ser facilitada.


Basicamente, o teorema afirma que fontes de tensão que se encontram
em paralelo em um circuito podem ser reduzidas a apenas uma. Observe
a Figura 16 a seguir.

R1 R2 R3 Rn R eq
... RL
RL

E1 E2 E3 En E eq

Figura 16: Teorema de Millman.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).
UNIUBE 93

Mais uma vez, a ausência de cálculos mais complexos, como os exigidos


nos métodos das malhas e dos nós, por exemplo, diminui a probabilidade
de erros. A Figura 16 ilustra o caso de fontes de tensões reais, contudo,
a mesma ideia se aplicaria em fontes de correntes reais.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 9
Utilizando o teorema de Millman, calcule a corrente em RL no circuito da
Figura 17.

10k

100 20V
20V R L = 100

200V 100

Figura 17: Teorema de Millman.


Fonte: Adaptado de Boylestad (2004).
3.2.6 Teorema da substituição

Em um circuito elétrico qualquer, bilateral de corrente contínua, se


tomarmos dois ramos, poderemos afirmar que eles são equivalentes se
a corrente que percorre esses ramos e a tensão entre seus terminais
são iguais. Assim, segundo Boylestad (2004, p. 229), o Teorema da
substituição afirma que:
Se a corrente que atravessa um ramo qualquer de um
circuito bilateral de corrente contínua e a tensão entre
os terminais do mesmo ramo são conhecidas, este
ramo pode ser substituído por qualquer combinação de
componentes que mantenha inalteradas a tensão e a
corrente associadas ao ramo escolhido.

3.2.7 Teorema da reciprocidade

Dos teoremas vistos até agora, o Teorema da reciprocidade é o único


94 UNIUBE

que não é aplicado em circuitos contendo mais de uma fonte. Segundo


Boylestad (2004, p. 230), o teorema afirma que:
A corrente I em qualquer ramo de um circuito, com
uma única fonte de tensão E localizada em outro ramo
qualquer do mesmo circuito, é igual à corrente no ramo
em que se encontrava a fonte se ela for transferida para
o ramo no qual a corrente I foi originalmente medida.

INDICAÇÃO DE LEITURA

BOYLESTAD, R.L. Introdução à análise de circuitos. 10. ed. São Paulo:


Prentice Hall, 2004. p. 187-192; 195-205; 210-217; 231-258; e 802-806.

Resumo
O capítulo apresenta métodos de análise dos circuitos elétricos, abrange
conceitos fundamentais, conversões e teorema para análise de circuitos.
Com isso você, aluno(a), será capaz de realizar análise em circuitos que
serão aplicados ao longo do curso de Engenharia e na vida profissional.
Bons estudos!

Referências
BOYLESTAD, R.L. Introdução à análise de circuitos. 10. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2004. p. 187-192; 195-205; 210-217; 231-258; e 802-806.
Capítulo Elementos de circuitos
4

Virgílio de Melo Langoni

Introdução
Quando falamos em circuitos elétricos, quatro elementos básicos
devem ser lembrados:
• a fonte (seja de tensão ou de corrente);
• o resistor;
• o capacitor;
• o indutor.

Estes três últimos – o resistor, o capacitor e o indutor – são


chamados de componentes passivos por não proporcionarem
ganho, nem de tensão nem de corrente. Este capítulo tem como
objetivo apresentar características básicas desses elementos
de circuitos, tais como: curvas características e equações que
relacionam tensão e corrente a esses componentes.

Outro ponto que será abordado neste capítulo são as formas de


onda típicas de excitação que são utilizadas na análise de circuitos
elétricos. Utilizando-se sinais de excitação, pode-se simular, por
exemplo, o momento em que uma fonte em um circuito é acionada
e, assim, observar a resposta do circuito ou mesmo de um
componente específico. Vamos mostrar a forma de onda senoidal
e algumas de suas características. Você deverá dar especial
96 UNIUBE

atenção a essa demonstração, visto que essa é a principal forma


de onda utilizada no estudo de sinais alternados, que serão vistos
oportunamente.

Ainda, neste capítulo, serão vistos conceitos sobre potência


e energia, sendo que o cálculo de energia será estendido aos
elementos capacitor e indutor, uma vez que estes componentes
são elementos armazenadores de energia.

Objetivos
Ao término dos estudos que propomos neste capítulo, você estará
apto(a) a:

• identificar os elementos básicos de circuitos;


• identificar uma fonte de tensão e uma fonte de corrente;
• identificar as formas de ondas típicas de excitação e entender
a sua aplicação na análise de circuitos;
• utilizar equações que relacionam corrente e tensão em
resistores, indutores e capacitores;
• aplicar os conceitos de potência e energia relacionados aos
elementos básicos de circuitos.

Esquema
4.1 Resistores
4.1.1 Resistor linear e invariante
4.1.2 Resistor linear e variável com o tempo
4.1.3 Resistor não-linear
4.2 Fontes independentes
4.2.1 Fonte de tensão
4.2.2 Fonte de corrente
UNIUBE 97

4.3 Formas de ondas típicas de excitação


4.3.1 Função constante
4.3.2 Função degrau unitário
4.3.3 Função pulso
4.3.4 Função rampa unitária
4.3.5 Função impulso unitário
4.3.6 Função senoidal
4.4 Elementos armazenadores de energia
4.4.1 Capacitor
4.4.2 Indutor
4.5 Potência e energia
4.5.1 Potência
4.5.2 Energia

4.1 Resistores

Antes de falarmos sobre o resistor, é necessário definirmos uma


característica que todo material apresenta, uns mais, outros menos, que
é a resistência elétrica.

Você sabe o que é resistência elétrica?

SAIBA MAIS

A resistência elétrica pode ser definida como uma propriedade física de


oposição à passagem de um fluxo de cargas (corrente elétrica) por um dado
material.

O resultado da oposição ao fluxo de cargas, apresentado pelo material,


é a conversão de energia elétrica em outra forma de energia, como, por
exemplo, a energia térmica.
98 UNIUBE

Georg Simon Ohm, por volta de 1827, definiu a resistência R de um fio


condutor de seção reta constante como sendo:

A letra grega rhô (ρ) é denominada de resistividade e é uma característica


do material em questão.

SAIBA MAIS

George Simon Ohm (1787-1854), físico alemão que formulou a lei de Ohm
em 1827. O ohm foi escolhido como unidade de resistência elétrica em sua
homenagem.

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 1
Determine a resistência de um fio de cobre de 2mm de diâmetro e cujo
ρCu 1, 723µΩ ⋅ cm .
comprimento é de 1000m. Dado:=

Resolução

Para este exemplo, tem-se:

l =1000m =100000cm ; A =π ⋅ r 2 =π ⋅ ( 0,1cm ) ≅ 0, 031415cm 2


2

100000cm
Logo:
= R 1, 723 ×10−6 Ω ⋅ cm ⋅ ≅ 5, 48Ω
0, 031415cm 2
UNIUBE 99

O resistor é um componente muito utilizado em circuitos elétricos e é


chamado de resistor por apresentar uma resistência R, como o símbolo
apresentado na figura 1 e curva característica na figura 2.

Figura 1: Símbolo de um Resistor


Fonte: Autor

Figura 2: Curva característica de um Resistor.


Fonte: Autor.

Os resistores podem ser classificados em lineares e não-lineares e,


também, em variáveis e não-variáveis. Vejamos:

4.1.1 Resistor linear e invariante

Um resistor linear e invariante é caracterizado por uma reta que passa


pela origem e que não muda de posição com o tempo. Desta forma, a
relação entre v ( t ) e i ( t ) no resistor, é dada pela lei de Ohm:

1
v ( t )= R ⋅ i ( t ) ou i ( t )= G ⋅ v ( t ) em que: G =
R
100 UNIUBE

O parâmetro G é conhecido como condutância e é definido como sendo


o inverso da resistência.

Os valores de R e de G são independentes do tempo, da tensão e da


corrente e ainda satisfazem à lei de Ohm.

Existem dois tipos de resistores lineares e invariantes no tempo que


merecem especial atenção: o circuito aberto e o curto-circuito.

EXPLICANDO MELHOR

Um circuito aberto tem como característica uma corrente nula para qualquer
valor de tensão entre seus terminais, resultando R = ∞.

Um curto-circuito apresenta uma corrente infinita e valor de tensão nula, o


que resulta em R = 0.

Na Figura 3, estão apresentadas as curvas características de um circuito


aberto e de um curto-circuito, respectivamente.

Figura 3: Curvas características de um circuito aberto e de um curto-circuito, respectivamente.

4.1.2 Resistor linear variável com o tempo

Um resistor linear e variável com o tempo é descrito pela seguinte equação:


UNIUBE 101

1
v= ( t ) G ( t ) ⋅ v ( t ) em que: G ( t ) =
( t ) R ( t ) ⋅ i ( t ) ou i= R (t )

Como o estudante pode observar, a equação satisfaz à propriedade da


linearidade, contudo varia com o tempo. Um exemplo de resistor linear
variável com o tempo é o potenciômetro.

4.1.3 Resistor não-linear

Um resistor não-linear apresenta uma curva característica que não é


uma reta passando pela origem do plano v x i. Um exemplo de resistor
não-linear é o diodo de junção PN. Na Figura 4, tem-se o símbolo de um
diodo de junção PN e também sua curva característica.

Figura 4: Símbolo do diodo de junção PN e sua curva


característica.

4.2 Fontes independentes

4.2.1 Fonte de tensão

Diz-se que um elemento de dois terminais é uma fonte de tensão se, ao


ser ligado a um dado circuito, a tensão especificada em seus terminais
não se alterar. Essa afirmação nos leva a entender que a diferença de
102 UNIUBE

potencial nos terminais de uma fonte de tensão se mantém constante,


não importando qual seja a corrente requisitada pelo circuito ao qual a
fonte está conectada. Na Figura 5, podemos ver os símbolos de uma
fonte de tensão:

Figura 5: Símbolos de fonte de tensão.

A Figura 6 apresenta a curva característica de uma fonte de tensão com


base na definição apresentada anteriormente.

Figura 6: Curva característica de uma fonte de tensão.

Sabe-se que fontes de tensão ideais não existem e, na prática, as


fontes de tensão funcionam de forma semelhante às baterias, nas quais
a tensão e a corrente dependem da carga que está ligada à fonte. A
equação, neste caso, fica:

v ( t ) = E0 − R ⋅ i ( t )
UNIUBE 103

4.2.2 Fonte de corrente

Uma fonte de corrente, também conhecida como dual da fonte de tensão,


é aquela que fornece uma corrente fixa ao circuito no qual está acoplado,
ainda que a tensão em seus terminais varie em função do circuito no qual
é conectada. O símbolo utilizado para fonte de corrente está ilustrado na
Figura 7.

Figura 7: Símbolo de uma fonte de corrente.


Fonte: Adaptada de Boylestad, 2004, pelo autor.

A Figura 8 apresenta a curva característica de uma fonte de corrente com


base em sua definição.

Figura 8: Curva característica de uma fonte de corrente.


104 UNIUBE

4.3 Formas de ondas típicas de excitação

Diferentes funções matemáticas podem ser utilizadas para descrever


os sinais gerados em fontes de energia presentes em circuitos elétricos.
Vejamos algumas funções:

4.3.1 Função constante

A função constante é definida por um valor fixo para qualquer instante de


tempo em que se analise a função, ou seja:

f (t ) = K

Figura 9: Gráfico da Função Constante.

4.3.2 Função degrau unitário

A função degrau unitário é definida da seguinte forma:

1 se t ≥ 0
u (t ) = 
0 se t < 0

Tensões ou correntes com descontinuidades finitas podem ser


representadas pela função degrau unitário. A Figura 10 ilustra o gráfico
da função degrau unitário.
UNIUBE 105

Figura 10: Gráfico da Função Degrau Unitário.

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 2
Represente um degrau de tensão de 5V utilizando a função degrau unitário.

Resolução

Um degrau de tensão de 5V pode ser representado pelo produto 5 ⋅ u ( t ) .


Desta forma, temos:

5V se t ≥ 0
5 ⋅ u (t ) =

0 se t < 0

4.3.3 Função pulso

A função pulso pode ser definida por um pulso cuja altura vale 1/∆ e a
largura vale ∆, começado em t = 0s. Pode ser percebido que a área do
pulso vale sempre 1 para qualquer valor de ∆. Matematicamente, tem-se:
0 se t < 0
1

p∆ ( t )  se 0 < t < ∆
=
∆
0 se ∆ < t

O gráfico da função pulso pode ser visto na Figura 11, a seguir:


106 UNIUBE

Figura 11: Gráfico da Função Pulso.

4.3.4 Função rampa unitária

A função rampa unitária pode ser definida pela integral da função degrau
unitário. Matematicamente, pode-se definir a função rampa unitária da
seguinte forma:

0 se t < 0
r (t ) =
t ⋅ u (t ) r (t ) =

t se t ≥ 0

A Figura 12 ilustra, graficamente, a função rampa unitária.

Figura 12: Gráfico da Função Rampa Unitária.


UNIUBE 107

4.3.5 Função impulso unitário

A função impulso unitário pode ser definida como sendo a derivada da


função degrau unitário em relação ao tempo. Também conhecida como
função delta de Dirac, pode ser matematicamente expressa por:
0 se t ≠ 0
δ (t ) = 
singular em t = 0

Sua singularidade na origem é tal que, para qualquer ξ > 0, tem-se:


ξ

∫ξ δ ( t ) dt = 1

A Figura 13 ilustra a função delta de Dirac.

Figura 13: Gráfico da Função Impulso Unitário.

4.3.6 Função senoidal

Quando se trata da análise de circuitos elétricos, pode-se dizer


que as funções senoidais desempenham um papel fundamental.
Matematicamente, uma função senoidal pode ser representada da
seguinte maneira:
108 UNIUBE

f ( t ) = A ⋅ sen (ω ⋅ t + θ )

em que:

f(t) – é a função senoidal


A – é uma constante e representa a amplitude da onda senoidal
ω – é a frequência angular da senoide, em rad/s
θ – é conhecido como ângulo de fase da onda senoidal

A Figura 14 ilustra uma forma de onda senoidal.

Figura 14: Gráfico de uma forma de Onda Senoidal.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 1: Sabendo que a forma de onda nas tomadas elétricas é do tipo


senoidal, com frequência de 60Hz, pede-se desenhar um período de tal
forma de onda, considerando um ângulo de fase igual a zero e amplitude
de 180V.
UNIUBE 109

4.4 Elementos armazenadores de energia

Pelo estudo do resistor, pode-se perceber que, ao ser percorrido por


uma corrente (seja constante ou alternada), ocorre dissipação e não
armazenamento de energia. Contudo, existem elementos de circuito
onde ocorre o armazenamento de energia, como é o caso do capacitor
e do indutor.

4.4.1 Capacitor

Um capacitor pode ser definido como sendo um elemento de dois


terminais, composto por duas placas paralelas condutoras, separadas
por um material não condutor, chamado dielétrico.

O capacitor armazena energia em seu campo elétrico (armazena cargas


em suas placas) e, então, outro conceito importante pode ser introduzido:
a capacitância de um capacitor. A unidade de medida da capacitância é
o Farad (F).

Segundo Boylestad (2004, p. 272),


Capacitância é uma medida da quantidade de carga
que o capacitor pode armazenar em suas placas – em
outras palavras, é sua capacidade de armazenamento.
Um capacitor possui uma capacitância de 1 farad se
uma carga de 1 coulomb for depositada em suas placas
por uma diferença de potencial de 1 volt entre elas.

O símbolo do capacitor pode ser visto na Figura 15, a seguir.

Figura 15: Símbolos do Capacitor.


110 UNIUBE

Em um capacitor, a taxa de variação da carga em relação ao tempo é a


corrente que percorre o dispositivo, ou seja:
dq ( t )
i (t ) = → dq ( t ) = i ( t ) dt
dt

Em um capacitor linear, a característica é dada por: q ( t )= C ⋅ v ( t ) .


Derivando-se a equação característica, encontramos: dq ( t )= C ⋅ dv ( t ) .
Substituindo dq ( t ) resulta em:

dv ( t )
i ( t ) dt =
Cdv ( t ) → i ( t ) =
C⋅
dt

A expressão encontrada permite calcular a corrente no capacitor em


função do tempo. Também é possível encontrarmos uma expressão para
a tensão em um capacitor. A partir da expressão anterior, tem-se:

1
dv ( t=
ntegrando-se a equação, ) obtém-se:
⋅ i ( t ) dt Integrando-se a equação, obtém-se:
C
t t t
1 1
) = ∫ ⋅ i (t ) ⋅ dt ∫ dv(t ) = ∫ ⋅ i (t ) ⋅ dt
0
C 0 0
C

A integral anterior representa a tensão acumulada no capacitor durante


o intervalo [0,t]. Considerando que, no tempo igual a 0, a tensão no
capacitor seja de v ( 0 ) (condição inicial do capacitor) e que no tempo t
a tensão seja de v ( t ) , tem-se:

v( t ) t t
1 v( t ) 1
∫v 0 v ( t ) dt =
C
⋅ ∫ i ( t ) dt → v ( t ) v 0 =
( ) C
⋅ ∫ i ( t ) dt
( ) 0 0
t t
1 1
v (t ) − v ( 0) = ⋅ ∫ i ( t ) dt → v ( t ) = v ( 0 ) + ⋅ ∫ i ( t ) dt
C 0 C 0
UNIUBE 111

4.4.2 Indutor

Um indutor pode ser definido como sendo um elemento de dois terminais,


no qual, a qualquer instante de tempo t, seu fluxo magnético φ ( t ) e sua
corrente i ( t ) satisfazem uma relação definida por uma curva no plano φ
x i. As figuras 16 e 17 mostram, respectivamente, o símbolo do indutor e
a curva característica do indutor.

Figura 16: Símbolo do Indutor.

Figura 17: Curva Característica do Indutor.

dφ ( t )
Pela lei de Faraday, tem-se: v ( t ) =
dt

O fluxo magnético é dado pela equação: φ ( t )= L ⋅ i ( t ) , em que:


112 UNIUBE

φ(t) - é o fluxo magnético


L - é a indutância
i(t) - é a corrente

Assim como o capacitor, o indutor também armazena energia, com a


diferença que, agora, a energia é armazenada em um campo magnético,
sendo a indutância a medida da capacidade de um indutor armazenar
energia.

Derivando a equação do fluxo magnético, tem-se:

dφ ( t ) di ( t ) di ( t )
L⋅
= → v (t ) =
L⋅
dt dt dt

Isolando a corrente, tem-se:


1
di ( t ) = ⋅ v ( t ) ⋅ dt
L

Dessa forma, o valor da corrente i(t) pode ser determinado integrando-se


a equação anterior.

t
di ( t ) 1
t t t
1
∫ ⋅ dt = ∫ ⋅ v ( t ) ⋅ dt → ∫ di ( t ) = ∫ ⋅ v ( t ) ⋅ dt
0
dt 0
L 0 0
L

Supondo que no instante t = 0 o valor da corrente seja i(0), e que no


instante t a corrente seja i(t), tem-se:
i(t ) t t
1 i(t ) 1
∫ di ( t ) = ∫ ⋅ v ( t ) ⋅ dt → i ( t ) i 0 = ∫ ⋅ v ( t ) ⋅ dt
i( 0) 0
L ( )
0
L
t t
1 1
i ( t ) − i ( 0 ) =⋅ ∫ v ( t ) ⋅ dt → i ( t ) =
i ( 0 ) + ⋅ ∫ v ( t ) ⋅ dt
L 0 L 0
UNIUBE 113

4.5 Potência e energia

4.5.1 Potência

Segundo Boylestad (2004, p. 77),


A potência é uma grandeza que mede quanto trabalho
(conversão de energia de uma forma em outra) pode
ser realizado em determinado período de tempo, ou
seja, é a velocidade com que um trabalho é executado.

Assim, um motor ligado à rede elétrica, quando em operação, recebe


energia elétrica e a converte em energia mecânica em seu eixo. A
capacidade deste motor em realizar tal conversão, de acordo com suas
características, determina sua potência. Da mesma forma, uma lâmpada
converte energia elétrica em energia luminosa (e também em calor, como
o motor) segundo sua potência.

As unidades usuais de potência são:

Watt (W)
Joule/segundo (J/s) (1W = 1J/s)
Horsepower (hp) (1hp ≅ 746 W)
Cavalo-vapor (cv) (1cv ≅ 735,5 W)

Quando analisamos um elemento em um circuito elétrico, a potência


instantânea em seus terminais é dada pelo produto da tensão v(t) pela
corrente i(t). Assim, a potência instantânea pode ser calculada por:

( t ) v ( t ) ⋅ i ( t ) [W ]
p=
114 UNIUBE

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 3

Suponha um pequeno motor de corrente contínua alimentado por uma fonte


de 24V e que drena uma corrente de 500mA. Determine a potência entregue
pela fonte ao motor.

Resolução

Como o sistema fonte-motor é em corrente contínua, tem-se:


P = V ⋅ I = 24 ⋅ 0,5 = 12W

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 2: Suponha que em um circuito cc um resistor seja percorrido


por uma corrente de valor igual a 250mA, o que provoca uma dissipação de
potência de 51,25W. Determine o valor do resistor em questão.

4.5.2 Energia

Em um circuito, a energia recebida por um dispositivo é, por definição, a


integral da potência desde um instante t0 até um instante t qualquer. Por
exemplo, um motor que possua certa potência, só irá converter energia
elétrica em energia mecânica a partir do momento em que ele for ligado
e apenas durante o tempo em que ele ficar ligado.

t t
W (=
t0 , t ) ∫ p (=
t ) dt ∫ v ( t ) ⋅ i ( t ) dt
t0 t0

A grandeza energia, dada pela letra W, possui as seguintes unidades:

Watt-segundo (Ws)
Joule (J)
UNIUBE 115

IMPORTANTE!

Atenção!!!
Não confunda a energia (W) com a unidade de potência, watts [W].

Para a maioria dos casos práticos, a unidade Ws é muito pequena.


Dessa forma, pode-se calcular a energia considerando o tempo não em
segundo, mas em hora, ou seja:

Energia
= (W ) potência ( P ) × tempo ( t ) [Wh]

Ou, ainda, para sistemas maiores, pode-se ter:

potência ( P ) × tempo ( t )
Energia (W ) = [ kWh]
1000

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 4

Qual a energia, em kWh, consumida em um dia (24h) por um monitor de


LCD cuja potência vale 40W?

Resolução
40 × 24
=W = 0,96kWh
1000

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 3: Determine o consumo total de energia pela utilização dos


seguintes aparelhos:
a) televisão de 200W durante um dia e meio;
b) ar-condicionado de 860W durante 4 horas;
c) chuveiro de 4800W durante 15 minutos.
116 UNIUBE

4.5.2.1 Energia armazenada em capacitores

Considerando um capacitor linear, a seguinte expressão para a energia


armazenada nesse capacitor pode ser escrita:

1
WC = ⋅ C ⋅V 2
2

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 5

Qual a energia armazenada em um capacitor de capacitância igual a 50µF


submetido a uma tensão de 24V?

Resolução

1
WC = ⋅ 50 ×10−6 ⋅ 242 =14, 4mJ
2

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 4: Qual deve ser a capacitância de um capacitor para que este,


submetido a 50V, armazene 1,25J de energia?

4.5.2.2 Energia armazenada em indutores

Considerando um indutor linear, a seguinte expressão para a energia


armazenada nesse indutor pode ser escrita:
1
WL = ⋅L⋅I2
2
UNIUBE 117

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 6

Qual a energia armazenada em um indutor de indutância igual a 1mH


submetido a uma corrente de 4A?

Resolução
1
WL = ⋅1×10−3 ⋅ 42 = 8mJ
2

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 5

Qual o valor da corrente que percorre um indutor de indutância igual a 30mH


e que armazena uma energia de 0,6mJ?

Orientamos que refaça as atividades propostas no capítulo, preparando-


se mais ainda para as atividades de avaliação.

Resumo
Neste capítulo, apresentamos os elementos de circuitos mais comuns
encontrados em circuitos elétricos: fonte, resistor, capacitor e indutor.
Foram estudadas suas características e, sempre que possível, foi
apresentada a relação tensão-corrente desses elementos. Foram
estudadas ainda as formas de onda de excitação mais comuns
encontradas em circuitos elétricos, tendo um enfoque principal na onda
senoidal. Para completar este estudo, vimos como calcular a energia
armazenada nos elementos capacitor e indutor.
118 UNIUBE

Finalizamos este texto desejando que você consiga utilizar desses


conhecimentos em sua prática profissional.

Bons estudos!

Referências
BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. 10. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2004.

DORF, R. C.; SVOBODA, J. A. Introdução aos circuitos elétricos. 7. ed. Rio de


Janeiro: LTC Editora, 2008.
Capítulo Associação de
5 elementos de circuitos

Virgílio de Melo Langoni

Introdução
Abordaremos, neste capítulo, estudos sobre a associação de
elementos de circuitos e suas características. O conhecimento sobre
como fontes, resistores, capacitores e indutores são associados
pode facilitar a análise de um circuito de aparente complexidade.

Você perceberá que a associação aqui proposta é entre elementos


iguais, ou seja, uma associação de resistores ou uma associação
de indutores, por exemplo. Contudo, uma vez compreendido como
elementos iguais são associados, incluindo suas características, a
análise de um circuito formado por dois ou mais tipos de elementos
será facilitada.

Nas leituras indicadas no capítulo, você irá Gustav Robert


Kirchhoff (1824-
se deparar com duas leis extremamente 1887) foi um
importantes que dizem respeito à análise de físico alemão com
contribuições
circuitos, conhecidas como Lei de Kirchhoff científicas,
principalmente
para Tensões e Lei de Kirchhoff para no campo dos
circuitos elétricos,
Correntes. Essas leis devem ser estudadas na espectroscopia,
na emissão de
com bastante atenção, pois são utilizadas radiação dos corpos
em todos os estudos de associações de negros e na teoria
da elasticidade
elementos, mesmo que, muitas vezes, (modelo de placas
de Kirchhoff).
não sejam mencionadas de forma direta.
120 UNIUBE

Objetivos
Ao finalizar os estudos propostos neste capítulo, esperamos que
você seja capaz de:
• identificar as características de uma associação série de
fontes de tensão;
• calcular o equivalente de uma associação série de fontes de
tensão;
• reconhecer as características de um equivalente de uma
associação paralela de fontes de corrente;
• calcular o equivalente de uma associação paralela de fontes
de corrente;
• calcular o equivalente de uma associação série de resistores;
• aplicar a regra do divisor de tensão;
• calcular o divisor de uma série de resistores;
• conhecer um equivalente de uma associação paralela de
resistores;
• compreender a regra do divisor de corrente;
• calcular o divisor de corrente de uma associação paralela de
resistores;
• entender como os capacitores são associados em série e
em paralelo;
• calcular o equivalente de associação em série e em paralelo;
• diferençar os indutores em série e em paralelo.

Esquema
5.1. Ligação série de fontes de tensão
5.2. Fontes de corrente em paralelo
5.3. Ligações série e paralelo de resistores
UNIUBE 121

5.3.1 Ligação série de resistores


5.3.2 Ligação paralela de resistores
5.4. Ligação série e paralela de capacitores
5.4.1 Capacitores ligados em série
5.4.2 Capacitores ligados em paralelo
5.5. Ligação série e paralela de indutores
5.5.1 Indutores ligados em série
5.5.2 Indutores ligados em paralelo

5.1 Ligação série de fontes de tensão

Segundo Boylestad (2004, p. 98), dois elementos estão em série se:


1. Possuem somente um terminal em comum (isto é,
um terminal de um está conectado somente a um
terminal do outro).
2. O ponto comum entre os dois elementos não está
conectado a outro elemento percorrido por corrente.

E ainda, segundo esse estudioso (2004, p.98), “a corrente é a mesma


através dos elementos em série”.

Utilizando os conceitos descritos, podemos realizar a ligação série de


fontes de tensão, o que irá proporcionar o aumento, ou a queda da tensão
total aplicada a um sistema, como pode ser observado nas figuras 1 e 2,
respectivamente.

Figura 1: Associação Série de Fontes de Tensão: aumento da tensão total.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).
122 UNIUBE

Figura 2: Associação Série de Fontes de Tensão: queda da tensão total.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Como pode ser visto, quando todas as fontes de tensão estão em uma
mesma direção, o resultado final é um aumento na tensão total do
circuito. Por outro lado, quando se tem fontes de tensão em uma direção
e fonte(s) de tensão em direção oposta, a tensão total do circuito sofrerá
uma queda.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 1

Veja, com atenção, as figuras 3 e 4. Em seguida, determine a tensão


resultante das associações nelas apresentadas.

Figura 3: Atividade sobre associação de fontes de tensão – A


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004)

Figura 4: Atividade sobre associação de fontes de tensão – B.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).
UNIUBE 123

5.2 Fontes de corrente em paralelo

Segundo Boylestad (2004, p.127) “dois elementos, ramos ou circuitos


estão conectados em paralelo quando possuem dois pontos em comum”.

As fontes de corrente, assim como as fontes de tensão, podem ser


associadas em paralelo ou em série. Para cada associação, existem
regras a serem seguidas. Observe, com muita atenção, o exemplo, a
seguir, em que se deseja reduzir as fontes de correntes em paralelo
ilustradas na Figura 5 em uma única fonte de corrente.

Figura 5: Exemplo de Fontes de Corrente em Paralelo.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

IMPORTANTE!

Observe que a fonte resultante é a soma das correntes, considerando o


sentido de cada corrente. A resistência resultante é o equivalente paralelo
entre as resistências das duas fontes.

As fontes de corrente também podem ser associadas em série. Contudo,


esse tipo de associação exige que as fontes que serão associadas
possuam a mesma intensidade.
124 UNIUBE

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 2

Determine a fonte de corrente resultante da associação mostrada, a seguir,


na Figura 6.

Figura 6: Atividade sobre Fontes de Corrente em Paralelo.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Após os estudos acerca das fontes de corrente em paralelo, abordaremos


os estudos sobre resistores – ligações série e paralela. Caso tenha
alguma dúvida, retome-a, a fim de construir outros conhecimentos.

5.3 Ligações série e paralela de resistores

Os resistores podem ser associados em circuitos de três formas. São


elas:
• série;
• paralela;
• mista.

A associação mista, na verdade, é uma combinação das outras duas


associações e sua análise se dá por meio da análise individual da série
e da paralela.
UNIUBE 125

5.3.1 Ligação série de resistores

Lembre-se das características de elementos ligados em série e observe


o circuito da Figura 7, a seguir:

Figura 7: Ligação série de n Resistores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Veja que o resistor R1 tem apenas um ponto em comum com o resistor


R2 que, por sua vez, tem apenas um ponto em comum com o resistor
R3, e, assim por diante, até o n-ésimo resistor.

Observe, ainda, que os pontos em comum não estão ligados a nenhum


outro elemento percorrido por corrente. Pode ser observado, também,
que a corrente I do circuito é a mesma em todos os resistores. Diante
disso, podemos afirmar que os n resistores estão ligados em série. É
interessante destacar, segundo Boylestad (2004, p.98), que “a resistência
total de um circuito em série é a soma das resistências do circuito”.

Para um melhor entendimento, observe o circuito apresentado, a seguir,


na Figura 8.
126 UNIUBE

Figura 8: Ligação série de n Resistores.

Pela definição, podemos dizer que a resistência resultante vale:


RT = R1 + R2 +  + Rn .

E, pela lei de Ohm, temos: E = ( R1 + R2 +  + Rn ).I → E = RT .I .


Aplicando-se a lei de Ohm a cada resistor, temos:

V1 =
R1 ⋅ I ; V2 =
R2 ⋅ I ;  ; Vn =
Rn ⋅ I

IMPORTANTE!

Isso mostra que, em um circuito série, a tensão da fonte se divide nos


resistores de forma proporcional ao valor de cada resistor.

Segundo Boylestad (2004, p.105), a regra dos divisores de tensão


determina que:
[...] a tensão entre os terminais de um resistor em um
circuito em série seja igual ao valor desse resistor
multiplicado pela tensão total aplicada aos elementos
em série do circuito, dividida pela resistência total dos
elementos em série.
UNIUBE 127

Acompanhe, com atenção, o exemplo, a seguir:

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 1

Analise o circuito representado na Figura 9 e determine a tensão sobre o


resistor R2.

Figura 9: Exemplo sobre divisão de tensão.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Acompanhe, com muita atenção, como podemos determinar a tensão sobre


o resistor R2.

Resolução
R2 ⋅ E 6 ⋅12
V2
= = = 6V
RT 2+6+4

Observe que a equação também pode ser resolvida dividindo o resistor


R2 pelo resistor total RT e, depois, multiplicar por E. Ao dividir R2 por
RT , encontramos a contribuição de R2 na resistência total, ou seja,
a porcentagem de R2 em RT. Multiplicando essa porcentagem por E,
encontramos a porcentagem de tensão sobre o resistor R2.
128 UNIUBE

IMPORTANTE!

Atenção!

É importante ressaltar que, na associação série de resistores, a resistência


total da associação é maior do que o maior valor de resistência contida na
ligação.

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 3

Observe, com muita atenção, a Figura 10. Em seguida, determine a corrente


total do circuito e a tensão sobre o resistor R3.

Figura 10: Atividade sobre divisão de tensão.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

5.3.2 Ligação paralela de resistores

Observe, com atenção, a Figura 11, a seguir. Verifique que os resistores


podem ser associados em paralelo da forma:
UNIUBE 129

Figura 11: Ligação paralela de resistores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Já vimos que o inverso da resistência é chamado de condutância e


podemos representá-la da seguinte forma:

1 1 1 1 1 1
GT = G1 + G2 + G3 +  + Gn ou ainda = + +  já que Gn =
RT R1 R2 R3 Rn Rn

IMPORTANTE!

• Na ligação paralela de resistores, a resistência equivalente será menor


do que o menor valor de resistência contida na associação. Para a
ligação série de resistores, a resistência equivalente será maior do que
a maior resistência da associação.
• Também pode ser comprovado por medições que, na ligação paralela
de resistores, a corrente total do circuito se divide entre os resistores
da associação, inversamente proporcional ao valor do resistor. Já para
a associação série de resistores, a tensão se divide entre os resistores
da ligação, diretamente proporcional ao seu valor, ou seja, quanto
maior o valor de resistência, maior a queda de tensão no resistor.

Observe, agora, a Figura 12.

Figura 12: Divisão de Corrente na Ligação Paralela de Resistores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).
130 UNIUBE

Como pode ser observado, os resistores ligados em paralelo estão


submetidos à mesma diferença de potencial E. Logo, a corrente total
I irá se dividir pelos n resistores; com a diferença agora que, quanto
menor o valor de resistência, maior a corrente que irá fluir pelo resistor.
A igualdade I = I1 + I 2 +  + I n é válida desde que E seja a única fonte
no circuito.

Acompanhe, com atenção, o exemplo, a seguir.

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 2

Dado o circuito da Figura 13, a seguir, determine:


a) a resistência equivalente do circuito;
b) a corrente em cada resistor;
c) a corrente total do circuito.

Figura 13: Exemplo de Ligação de Resistores em Paralelo.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Acompanhe, com atenção, a resolução apresentada, a seguir, a fim de


observar como são feitos os cálculos.

Resolução
1 1 1 1 1 1 1 1
a) = + + → = + + → RT ≅ 1, 667Ω
RT R1 R2 R3 RT 15 3 5
UNIUBE 131

15 15 15
b) =
I1 = 1A ; I=
2 = 5 A ; I=
3 = 3A
15 3 5
E 15
c) I = I1 + I 2 + I 3 =1 + 5 + 3 = 9 A ou I = = =9A
RT 1, 667

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 4

Dado o circuito da Figura 14 apresentada, a seguir, determine a resistência


equivalente.

Observe que nessa atividade não apresentamos valores para os


resistores e corrente. Diante disso, sua resolução será literal.

Figura 14: Exemplo produto pela soma.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

5.4 Ligações série e paralela de capacitores

Assim como os resistores, os capacitores também podem ser associados


em série e em paralelo.

5.4.1 Capacitores ligados em série

A conexão de capacitores em série possui característica diferente da


ligação em série de resistores, ou seja, a capacitância total de uma
132 UNIUBE

ligação em série é menor do que a menor capacitância da ligação.


Observe, com atenção, o circuito da Figura 15, a seguir.

Figura 15: Capacitores Ligados em Série.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

1
C ∫
E = V1 + V2 + V3 +  + Vn A tensão em um capacitor vale: v = ⋅ i ⋅ dt , o que resulta em:

1 1 1 1  1 1 1 1 
E= ⋅ ∫ i ⋅ dt + ⋅ ∫ i ⋅ dt + ⋅ ∫ i ⋅ dt +  + ⋅ ∫ i ⋅ dt → E =  + + +  +  ⋅ ∫ i ⋅ dt
C1 C2 C3 Cn C1 C2 C3
 Cn 

1
CT

1 1 1 1 1
Logo: = + + + +
CT C1 C2 C3 Cn

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 3

Determine a capacitância total no circuito representado na Figura 16, a seguir.

Figura 16: Exemplo de Ligação Série de Capacitores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).
UNIUBE 133

Acompanhe, com atenção, a resolução apresentada, a seguir.

Resolução
1 1 1 1 1 1 1 1
= + + → = + + → CT ≅ 0,971µ F
CT C1 C2 C3 CT 100 µ 1µ 50 µ

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 5

Um circuito é formado por uma fonte dc de 30V e três capacitores ligados


em série. Sabendo que C1 = 30µF e que CT = 15µF, determine a tensão V1
sobre o capacitor C1.

Dos capacitores ligados em série, passaremos, a seguir, a estudar os


capacitores ligados em paralelo.

5.4.2 Capacitores ligados em paralelo

A associação paralela de capacitores pode ser observada na Figura 17,


a seguir.

Figura 17: Ligação de Capacitores em Paralelo.


Fonte: Adaptada de Boylestad, (2004).

Para a ligação em paralelo de capacitores, tem-se: I = I1 + I 2 + I 3 +  + I n


134 UNIUBE

dv dv dv dv dv
Como i =C ⋅ , pode-se escrever: I =C1 ⋅ + C2 ⋅ + C3 ⋅ +  + Cn ⋅ , ou ainda:
dt dt dt dt dt
dv
I = ( C1 + C2 + C3 +  + Cn ) ⋅
   dt
CT

Logo: CT = C1 + C2 + C3 +  + Cn

DICAS

Lembre-se de que, como os capacitores estão em paralelo, a tensão em


seus terminais é a mesma.

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 4

Determine a capacitância total na ligação mostrada na Figura 18, a seguir.

Figura 18: Exemplo de ligação em paralelo de capacitores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Acompanhe, com atenção, a resolução a seguir.

Resolução

CT = C1 + C2 + C3 → CT = 1µ + 10 µ + 9 µ = 20 µ F
UNIUBE 135

AGORA É A SUA VEZ

Atividade 6

Dado o circuito da Figura 19, determine a carga total armazenada nos


capacitores.

Figura 19: Atividade ligação paralela de capacitores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

5.5 Ligações série e paralela de indutores

As ligações série e paralela de indutores seguem o mesmo raciocínio das


ligações série e paralela de resistores.

5.5.1 Indutores ligados em série

Observe o circuito da Figura 20, apresentada, a seguir.

Figura 20: Ligação Série de Indutores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).
136 UNIUBE

di
E = V1 + V2 + V3 +  + Vn Como a tensão em um indutor vale: v = L , pode-se escrever:
dt
di di di di di
E = L1 ⋅ + L2 ⋅ + L3 ⋅ +  + Ln ⋅ → E = ( L1 + L2 + L3 +  + Ln ) ⋅
dt dt dt dt  dt
LT

Logo, a indutância total de uma ligação série de indutores é a soma das


indutâncias, ou seja:
LT = L1 + L2 + L3 +  + Ln

EXEMPLIFICANDO!

Exemplo 5

Determine a indutância total do circuito mostrado na Figura 21, a seguir.

Figura 21: Exemplo de Ligação Série de Indutores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

Acompanhe, atentamente, a resolução.

Resolução

LT = L1 + L2 + L3 → LT = 1m + 10m + 100m = 111mH

5.5.2 Indutores ligados em paralelo

A Figura 22, apresentada, a seguir, ilustra um circuito com indutores


ligados em paralelo.
UNIUBE 137

Figura 22: Ligação Paralela de Indutores.


Fonte: Adaptada de Boylestad (2004).

I = I1 + I 2 + I 3 +  + I n
1
Como a corrente em um indutor vale: i = ⋅ ∫ v ⋅ dt , pode-se escrever:
L
1 1 1 1
I = ⋅ ∫ v ⋅ dt + ⋅ ∫ v ⋅ dt + ⋅ ∫ v ⋅ dt +  + ⋅ ∫ v ⋅ dt
L1 L2 L3 Ln
1 1 1 1 
Logo : I =  + + +  +  ⋅ ∫ v ⋅ dt
L1 L2 L3
 Ln 

1
LT

Logo, o inverso da indutância total de uma ligação paralela de indutores


é a soma dos inversos das indutâncias, ou seja:
1 1 1 1 1
= + + + +
LT L1 L2 L3 Ln

Resumo
Neste capítulo, enfocamos as associações dos elementos de circuitos,
ou seja, as associações de fontes (tensão e corrente) e ainda as
associações de resistores, capacitores e indutores. Em cada associação,
analisamos as características do circuito como, por exemplo, a divisão
de tensão e a divisão de corrente. Para tanto, utilizamos uma abordagem
138 UNIUBE

clara e objetiva. Esperamos que os exemplos, as atividades, assim


como as leituras propostas tenham contribuído para a sua construção
de conhecimento. Sugerimos, ainda, caso necessário, que aprofunde
os seus conhecimentos, refazendo as atividades, os exemplos e
fundamentando-se nas leituras sugeridas.

Referências
BOYLESTAD, R.L. Introdução à Análise de Circuitos. 10. ed. São Paulo:
Prentice Hall, 2004.
Anotações
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