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não há dolo, não há conduta, mas poderá ter conduta a título de culpa, dependendo da
modalidade do erro.
3.1. Essencial/Relevante maior importância Como regra exclui o crime. Está previsto
no artigo 20, ocorre quando faltar ao agente consciência sobre os elementos do tipo
É classificado em (vencível ou invencível):
Para isso temos que questionar: ele poderia evitar? Precisa analisar de acordo com o
caso concreto, não em relação ao homem médio.
Exemplo 1Habib pega o Vade mecum do aluno que era verde igual o dele,
imaginando que era o DELE, logo, faltou consciência do elemento do tipo “alheio”,
posto que incidiu em erro ao achar que era seu É EVITÁVEL, prestando atenção e
levando o seu, até um imbecil médio.
Exemplo 2 cocaína na mochila sem dono saber, tinha consciência que transportava
mochila, mas não tinha consciência de que transportava droga é INEVITÁVEL
Exemplo 3 caçador atira atrás do arbusto e atinge homem. Tinha consciência de
matar um animal e não tinha consciência de matar um homem Poderá ser
INEVITÁVEL/evitável, já que pode variar conforme o caso concreto. Exemplo: se for o
primeiro a chegar ao local de caça será inevitável, mas se já houver vários outros
caçadores no parque de caça (evitável).
Exemplo 4 Caçar um jacaré, mas não sabe que o jacaré é do papo amarela, protegido
para evitar extinção. Tem consciência da caça, não tem consciência de que aquele
jacaré é do papo amarelo. É inevitável. (nesse caso, pode também não ter
consciência de que matar um jacaré do papo amarelo é proibido)
Exemplo 5 abre Tablet Tadeu, falta elemento alheio. É EVITÁVEL
Exemplo 6 Transporte de soja e o caminhoneiro não sabe que o produtor colocou
fuzil/droga no meio da carga É INEVITÁVEL
Exemplo 7 policial treina tiro em local vazio, mas havia caçamba, que tinha mendigo
dormindo dentro, mata o mendigo, mas sem ter consciência dolosa É EVITAVEL.
Consequências: se incidiu em erro de tipo é pq agiu sem consciência, logo, não tem
dolo (vontade+consciência). Logo, seja no vencível ou invencível, já se exclui o dolo
apenas pela aplicação do conceito de erro de tipo, ficando só a culpa para análise
evitável/inevitável.
No erro de TIPO INEVITÁVEL a culpa também é excluída, pois não há como falar em
descuido, violação de dever de cuidado, portanto, o agente não responderá por nada,
sendo que essa exclusão está na lei.
OBS: nos ERROS EVITÁVEIS, o agente violou um dever de cuidado/atenção, logo,
agente agiu com culpa, responderá a título de culpa, se houver crime culposo.
3.1.1.Invencível, inevitável ou escusável – NÃO TEM PREVISÃO LEGAL
3.1.1.1. Dolo o conceito de erro exclui o dolo não responde por nada
3.1.1.2. Culpa a ausência de violação de dever de cuidado não permite culpa.
3.1.2.Vencível, evitável ou inescusável -ART. 20, CP
3.1.2.1. Dolo o conceito de erro exclui o dolo
3.1.2.2. Culpa haverá culpa, devido a violação do dever de cuidado/atenção
nesse caso responderá a titulo de culpa SE houver previsão de crime
culposo. Assim, se não existe furto culposo, crime de dano culposo, o agente
não responderá por nada nos exemplos 1 e 5, não pela teoria do erro, mas
pelo tipo não prever essa modalidade.
O caçador e policial da caçamba responderão por ser evitável por homicídio
culposo ou lesão corporal culposa.
3.2. ERRO DE TIPO ACIDENTAL/IRRELEVANTE menor importância Como REGRA o
agente responde pelo crime que queria praticar, por isso chamado de irrelevante.
3.2.1. Erro na execução / aberratio ictus (art. 73) Lembrar do iter criminis
(cogitação, preparação, execução, consumação), é o erro que acontece no
momento da EXECUÇÃO, pode até consumar, mas erra na execução. Aqui o erro
incide de PESSOA para PESSOA. Exemplo: Tadeu atira em habib e acerta Paulo,
pois errou durante a execução.
Mulher em estado puerperal joga vaso de planta no seu filho para mata-lo, mas
erra, acertando outro bebe.
OBS: Tadeu vai matar Habib que tira a arma erra na execução em legitima defesa
e erra e mata Cláudio, nesse caso Gabriel não responde por crime. (legítima defesa
com aberratio ictus – descriminantes putativa?)
Art. 20, §3º – responde em face de quem o crime seria praticado, incidindo até
agravantes
Aberratio ictus COM RESULTADO DUPLO acerta quem queria acertar, mas
acerta também outra pessoa responde em concurso de crime, art. 70.
3.2.2.Erro sobre a pessoa in personae (art. 20, §3º) Incide sobre a pessoa. NÃO HÁ
ERRO NA EXECUÇÃO, o erro incide na PESSOA DA VÍTIMA (as consequências são
idênticas as da aberatio icuts), acerta-se no alvo, mas erra-se sobre o alvo. Atira
no careca de óculos achando q era Claudio, acerta o careca de óculos na rua (mirou
nee), mas na verdade não é Claudio e sim Jose (parente de Cláudio).
CASO REAL, dois irmãos gêmeos idênticos, A e B, eram brigões, o irmão A
quebrou caneca chope cabeça de C, depois C desferiu 9 tiros em B e não matou,
mas achou que era A. indivíduo C Responderá por homicídio tentado contra A
3.2.3. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDOaberratio criminis (art. 74) erro
também incide na execução, mas o erro não é de pessoa para pessoa. O erro incide
de COISA para PESSOA ou de PESSOA para COISA O agente irá responder por
CULPA (se for punível a título de culpa), se o erro não resultar no crime
pretendido. Exemplo: blackblock quer quebrar vidro, erra e atinge uma pessoa,
responde por lesão/homicídio culposo. Quer quebrar carro de Tadeu erra e acerta
ele.
Por outro lado, se ocorrer também o pretendido, responde em concurso.
OBS: Problema ocorre quando ocorre de Pessoa para coisa em regra não
existe crime culposo de dano e ainda ignoraria a tentativa. Exemplo: atira em
direção a Leo, erra e atinge o carro, pela teoria não haveria crime, mas se não
atingesse o carro, haveria tentativa de homicídio. Assim, a doutrina preconiza que
nesses casos(pessoa para coisa) NÃO SE APLICA O ART. 74 E O AGENTE RESPONDE
PELO SEU DOLO.
CASOS:
1)holandês maconha Vencível, porque bastava um mero informar para saber que a
conduta era proibida, logo, era possível atingir essa consciência. Exemplo em desuso, pela
descriminalização do uso.
2)Sujeito na mata que corta arvoré para fazer lenha, mas não sabe que aquele pinheiro é
uma espécie protegida lei – pinheiro nativo brasileiro Pode ser invencível ou vencível,
depende caso.
3)Sacar benefício previdenciário após o óbito Vencível. Alguns com dolo, mas outros
pensando que podem por ser herdeiro, por terem direito a pensão, mas é crime de
estelionato previdenciário, art. 171, §1º.
5) Curió gaiola do José Tadeu, analfabeto, não sabia nem diferenciar os números
Invencível.
4.2. ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO Sempre irá incidir sobre norma não incriminadora,
qual seja, uma norma permissiva. Aqui o erro incide sobre a EXISTÊNCIA ou LIMITES
da norma permissiva. Ex. agente pensa que a Norma penal permissiva (legitima defesa)
existe, só que não exista ou vai além dos limites.
Casos
Descriminantes sobre:
Divergência pela natureza do erro de tipo permissivo, por uma confusão do legislador, pois
na verdade ele é um erro híbrido, sui generis, eclético, misto, pois é ao mesmo tempo um
erro de tipo e de proibição. Sendo portanto, uma terceira espécie de erro, quais sejam, erro
de tipo, erro de proibição, erro sui generis.