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Setembro, 2002
Documentos 69
Agropecuária em Rondônia:
evolução e perspectivas
Porto Velho, RO
2002
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Embrapa Rondônia
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Comitê de Publicações
1ª edição
1ª impressão: 2002, tiragem: 200 exemplares
CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação.
Embrapa Rondônia
ISSN 0103-9865
CDD 533.68
Embrapa – 2002
Autores
Prognóstico ....................................................................................................................
Agropecuária em Rondônia:
Evolução e Perspectivas
Aspectos Físicos
Clima
Segundo a classificação de Köppen, Rondônia apresenta clima tropical chuvoso dos tipos Am e
Aw. O tipo Am caracteriza-se por total pluviométrico anual elevado e moderado período de
estiagem e o Aw por total pluviométrico anual entre elevado e moderadamente elevado com nítido
período de estiagem. O tipo Am ocorre nas regiões de Porto Velho e Ariquemes e o Aw nas
demais regiões do estado. A precipitação pluviométrica é o componente que proporciona maiores
diferenciações climáticas no estado; seus valores anuais variam de menos de 2.000 mm na região
de Guajará-Mirim; de 2.000 a 2.100 mm na parte alta do Vale do Rio Ji-Paraná no sentido sul do
Estado e, mais de 2.100 mm na área que abrange os municípios de Porto Velho, Candeias do
Jamari e Itapoã d´Oeste.
A estação chuvosa tem início em setembro e prolonga-se até maio, sendo dezembro a março o
período de maiores precipitações. A menor queda pluviométrica concentra-se no trimestre junho-
agosto. Entretanto, as alturas pluviométricas dos meses de maio e, notadamente de setembro,
alcançam freqüentemente valores inferiores a 50 mm, principalmente em Ouro Preto d'Oeste,
Vilhena e Guajará-Mirim.
A umidade relativa do ar, em todo o estado, apresenta-se mais elevada no período de dezembro a
maio, entretanto, esse parâmetro varia consideravelmente em espaço, em termos de magnitude.
Em Porto Velho, são encontrados, em geral, os valores médios mensais e anuais mais elevados,
enquanto que em Vilhena são registrados os menores. A média anual da umidade relativa do ar
oscila entre 75 e 83%.
Solos
De acordo com o levantamento de solos efetuado pela Embrapa (1983), as principais unidades de
mapeamento que ocorrem em Rondônia estão representadas pelos Latossolos Amarelo e
Vermelho-Amarelo álicos que ocorrem em mais de 40% da área do Estado, e pelos Podzólicos
Vermelho-Amarelo álicos distróficos em mais de 20%, seguindo-se com menor freqüência
Podzólicos eutróficos e Terra Roxa Estruturada, que representam cerca de 10% da superfície do
Estado. O restante é representado por Areias Quartzosas, Glei Pouco Úmico, Cambissolos,
Plintissolos, Aluviais distróficos, Hidromórficos e Afloramentos Rochosos. (Tabela 1).
2 2
No Estado foram identificados 186.422 km de solos aptos para lavouras; 8.626 km podem ser
2
indicados para o estabelecimento de pastagens cultivadas e 6.549 km podem ser utilizados para
2
silvicultura e pastagens naturais. Identificaram-se ainda 41.427 km de solos que não apresentam
2
aptidão agrícola. (Brasil, 1980). Em 161.689 km (66,53%) da área do Estado os solos têm como
2
principal limitação a fertilidade natural, enquanto que em 79.138 km (32.63%) são considerados
2
solos de média a alta fertilidade. Uma área de 15.173 km de solo classificado como Areais
Quartzosas deve ser considerada como reserva ecológica, pois corresponde a um ecossistema
extremamente frágil, passível de desequilíbrios irreversíveis caso sejam desmatados (Jorge e
Souza Lima, 1988).
Considerando-se que a baixa fertilidade natural dos solos de Rondônia é um dos principais fatores
limitantes ao desenvolvimento das atividades agropecuárias e florestais, algumas práticas podem
ser recomendadas, visando evitar problemas de erosão, compactação e perda de nutrientes e
matéria orgânica:
1. Uso de leguminosas como fonte protetora do solo, visando o aumento de sua fertilidade com o
nitrogênio oriundo da massa vegetal decomposta e da fixação biológica do nitrogênio.
2. Utilização de consórcios das culturas anuais ou perenes com leguminosas arbóreas.
3. Utilização de consórcios de culturas perenes com perenes e/ou perenes com anuais, a fim de
proteger o solo das intempéries climáticas, manter os teores de matéria orgânica e reduzir as
perdas de nutrientes.
4. Evitar o uso de máquinas pesadas no preparo das áreas, uma vez que podem provocar
alterações drásticas na estrutura do solo, causando sua compactação e comprometendo a
porosidade, drenagem e retenção de água.
5. Utilização da cobertura morta com a finalidade de diminuir a temperatura do solo, aumentar a
retenção de água no período seco e reduzir a incidência de plantas invasoras.
6. Uso de esterco de animais, de compostos orgânicos e de restos culturais.
9 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Vegetação
Rondônia encontra-se, em grande parte, coberta pela Floresta Amazônica, seguida por cerrados e
campos. Estas fisionomias vegetais variam por causa do clima, relevo e solo. Segundo
levantamento da Embrapa (1983), ocorrem no Estado as seguintes fases de vegetação:
Relevo
O relevo de Rondônia é bastante variável, ocorrendo planícies inundáveis no Vale do Rio Guaporé
e aluviões no Rio Madeira, passando por superfícies tabulares e dissecadas das Serras e
Chapadas do Cachimbo (400 m de altitude), até montanhas escarpadas. Em geral, o relevo é
formado por baixos e altos platôs, intercalados por superfícies dissecadas, onde a altitude varia de
100 até mais de 500 metros.
A Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro, com altitudes variando de 100 a 600 m foi a área
escolhida para concentrar os Projetos de Colonização. É cortada pela BR 364 e se caracteriza
pela exploração pecuária e cultivos de café, cacau, arroz, feijão, milho, mandioca e frutíferas
tropicais.
A Chapada do Parecis, Pacaás Novos (planaltos residuais) formam uma faixa estreita no sentido
noroeste-sudeste, variando de 600 a 1.000 m de altitude. É a região dos cerrados de Rondônia.
10 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Finalmente, o Vale dos Rios Guaporé-Mamoré se caracteriza pelas inundações periódicas típicas
de um pantanal.
O mundo moderno, atualmente, vem passando por grandes e rápidas transformações, onde a
competitividade é fator crítico e determinante para a sobrevivência das organizações. Neste
contexto, o processo de modernização se faz cada vez mais presente na produção, na
transformação e processamento, no armazenamento e comercialização. Por outro lado, os
produtores e consumidores estão cada vez mais conscientes e portanto, mais exigentes. Com isto,
as empresas de pesquisas, responsáveis pela geração e/ou adaptação de tecnologias, serviços,
produtos e conhecimentos são cada vez mais requisitadas.
Na administração destas políticas a Embrapa recomenda que todas as ações institucionais sejam
pautadas sobre um conjunto de princípios estratégicos: 1. parceria como mecanismo de interação
e fortalecimento institucional; 2. enfoque sistêmico de modo a estabelecer uma visão global e
holística do setor, das cadeias produtivas, dos sistemas de produção e dos sistemas biológicos no
estabelecimento de suas ações; 3. P&D como compromisso de não apenas gerar conhecimento
científico (ciência) mas, principalmente, de transformá-lo em produtos, práticas, processos e
serviços que possam ser apropriados pela sociedade (tecnologia); 4. demanda, de maneira que as
ações de P&D sejam voltadas para o mercado; 5. cadeia produtiva para ter como referencial de
análise não apenas o sistema de produção dentro de uma propriedade rural, mas a conformação e
as tendências de toda a cadeia produtiva; 6. sustentabilidade para que as soluções desenvolvidas
tenham como objetivo final o desenvolvimento rural sustentável nas suas dimensões econômica,
ecológica, social e biológica; 7. qualidade total, em especial na organização do trabalho,
fundamentado na gerência de processos para otimizar os recursos utilizados com maior
flexibilidade organizacional e garantir resultados mais satisfatórios para os clientes e/ou usuários.
Na região amazônica, a agricultura familiar é um dos principais sistema de uso da terra, tanto sob
o aspecto econômico, sendo responsável por pelo menos 80% da produção de alimentos básicos
da região (arroz, feijão, mandioca, milho), quanto social, já que é desenvolvida em praticamente
toda a região por, pelo menos, 500 mil produtores. Este tipo de exploração tem como
característica a relativa autonomia na gestão dos meios de produção; a família como unidade
básica de produção, pois, geralmente, não há contratação de mão-de-obra adicional; grande parte
da produção é destinada ao auto-consumo, sendo comercializado apenas pequeno excedente;
sistema de produção diversificado procurando conciliar parâmetros econômicos, sociais e
ecológicos; o tamanho da propriedade é sempre reduzido; o nível de renda da unidade produtiva é
baixo, face ao baixo nível tecnológico adotado e o grau de integração com o mercado de insumos
12 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
e de produtos é reduzido. A importância deste segmento pode ser constatada pelos dados do
Censo Agropecuário (1998). O número de unidades produtivas com menos de 100 ha passou de
43,3% em 1975, para 74,1% em 1995. Em Rondônia, onde a agricultura familiar desempenha um
papel primordial na ocupação da terra, cerca de 93% das 85.907 propriedades rurais do Estado
possuem área inferior a 200 ha.
Grandes extensões de áreas de florestas amazônicas têm sido desmatadas para a prática da
agricultura itinerante, que tem sido o principal sistema de uso da terra da agricultura familiar.
Apesar de seus baixos níveis de sustentabilidade e a tendência de desaparecer a médio prazo,
como conseqüência da pressão demográfica, globalização da economia mundial e a necessidade
de maior conservação ambiental dos recursos naturais, a agricultura familiar, como sistema de uso
da terra deverá continuar a desempenhar importante papel nos processos de colonização da
Amazônia, contudo em níveis cada vez menores.
Desde que os fatores de produção na pequena propriedade rural são disponíveis em quantidades
fixas, seu desenvolvimento fica fundamentalmente condicionada aos ganhos advindos das
inovações tecnológicos. O uso de sementes com alta potencialidade de produção é uma
alternativa para que o pequeno produtor obtenha maiores níveis de desenvolvimento sócio-
econômico, já que este tipo de tecnologia é de fácil aceitação e transferência, pois exige poucos
recursos para a sua aquisição e oferece, em contrapartida, aumentos significativos em termos de
produtividade.
O SAF consiste na combinação de culturas de ciclo curto (milho, arroz, feijão, mandioca) por dois
a três anos com essências florestais de rápido crescimento (mogno, freijó, paricá), espécies
frutíferas (coco, cupuaçu, guaraná, graviola, mangaba) ou industrias (castanha, café, seringueira,
dendê), podendo também ser introduzido o componente animal, quando há formação de
pastagens dentro do sistema. Tal tecnologia proporciona uma transformação gradual da
agricultura migratória num sistema baseado na produção de alimentos, madeiras e produtos de
origem animal, podendo assegurar níveis satisfatórios de produtividade e rentabilidade econômica.
quanto nos animais que, uma vez estabelecidas, obrigam à eliminação das culturas e ao
sacrifício dos animais, além de aumentar os custos de produção e, conseqüentemente a
rentabilidade da exploração agropecuária.
3. Baixo nível de agregação de valor aos produtos agrícolas – ocorre desde o processo de
produção até a fase de comercialização, quando os produtos são comercializados de forma in
natura, sem passar por nenhum processo de transformação para o comércio. Outro fator
limitante é o desperdício de frutas, hortaliças, além do leite, face a pouca disponibilidade de
agroindústrias que transformem os produtos não comercializados, de forma a maximizar a
rentabilidade da produção agropecuária.
4. Nível gerencial e de organização – a propriedade rural deve ser administrada como uma
empresa e para tanto deve existir um planejamento, acompanhamento e análise de viabilidade
técnica e econômica de todas as etapas do processo da agricultura familiar. A falta de
organização rural não permite a obtenção de uma economia de escala, a qual é muito
importante para a redução dos custos de aquisição de insumos, na agroindustrialização, no
transporte e na comercialização. A organização econômica da produção é o único caminho
para a sobrevivência produtiva, na medida em que fortalece o poder reivindicatório do setor
rural e, conseqüentemente, da auferição dos benefícios decorrentes das políticas
públicasDeste modo, a pesquisa agropecuária deve concentrar suas atividades no aumento da
oferta e a melhoria da qualidade dos produtos básicos da alimentação; ao uso mais racional e a
melhor gestão do espaço rural e, melhoria da renda dos agricultores familiares, permitindo a
retenção de um maior número de empregos no campo.
As regiões de clima tropical úmido são, em termos biológicos, as mais produtivas do mundo. Essa
produtividade se manifesta tanto pela quantidade de biomassa produzida por unidade de área
como pela biodiversidade da flora e da fauna de tais regiões. A causa está na abundância dos dois
principais fatores que estimulam a fotossíntese: energia solar e água. Para a obtenção de uma
elevada produtividade biológica, o solo não precisa ser fértil, bastando que possua boa estrutura
física, ou seja, não apresente impedimentos capazes de reduzir o crescimento, a penetração e
respiração das raízes, o que certamente limitaria a absorção de água e dos nutrientes minerais
indispensáveis para a vida das plantas (Alvim, 2000).
A grande quantidade de recursos e produtos ainda pouco conhecidos ou de baixo valor econômico
agregado, além do vácuo científico e tecnológico prevalecente, por insuficiência de recursos
físicos, humanos e financeiros nas instituições de P&D da região amazônica, têm se constituído
em grande dificuldade para o estabelecimento de prioridades de pesquisa. Ampliar o
conhecimento científico sobre os recursos naturais da Amazônia, visando objetivos definidos para
as principais atividades econômicas do agronegócio regional é uma aspiração da sociedade
brasileira. Ademais, o processo desordenado de ocupação do espaço regional tem se refletido em
cenários sócio-econômicos que se caracterizam por baixa eficiência produtiva e severos impactos
agroambientais.
Logo, tornam-se da maior importância que se desenvolvam ações voltadas para a gestão do uso
da terra. Torna-se estratégico fortalecer e priorizar o desenvolvimento de tecnologias de caráter
produtivo para aumentar a eficiência das atividades do setor primário, visando reduzir a pressão
sobre os recursos naturais existentes. Neste sentido, devem ser considerados, pela sua natureza,
14 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
dois segmentos importantes: a agricultura familiar pela sua relevância social e de segurança
alimentar e a agricultura empresarial pela sua maior capacidade de investimento e geração de
divisas.
1. ser competitivo, pelo incremento da produtividade, redução dos custos de produção e melhoria
da qualidade dos produtos; 2. sustentabilidade dos recursos naturais; e, 3. eqüidade, no sentido
de oferecer oportunidades de progresso a todos os produtores rurais (Portugal e Contini, 1998).
Para tanto, a ciência e tecnologia podem contribuir substancialmente para a superação dos
desafios colocados. A inserção de Rondônia na economia globalizada estimulará direta ou
indiretamente o desenvolvimento das atividades agropecuárias, florestais e agroindustriais. As
seguintes cadeias produtivas demandarão conhecimentos, tecnologias, produtos e serviços que se
inserem no âmbito da missão e do mandato da Embrapa na região amazônica:
Diagnóstico
Rondônia representa a mais dinâmica fronteira agrícola da Amazônia. Sua população passou de
36.935 habitantes em 1970 para 1.377.793 em 2000. Cerca de 40% da população concentra-se na
zona rural, que conta com cerca de 72.887 propriedades rurais com menos de 200 ha. Apesar da
desaceleração do processo migratório e das restrições ecológicas à abertura de novas áreas de
16 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Culturas anuais
Tabela 3. Área colhida, produção e produtividade das principais culturas anuais de Rondônia.
Cultura Área (mil ha) Produção (mil t) Produtividade (kg/ha)
1985 1995 2000 1985 1995 2000 1985 1995 2000
Arroz 147,8 148,6 96,5 219 262 154 1.482 1.763 1.595
Feijão 59,6 123,6 86,2 36 81 50 604 655 580
Milho 90,8 198,8 130,0 147 370 204 1.619 1.861 1.570
Mandioca 28,8 41,8 16,2 487 708 245 16.910 16.938 15.123
Soja 1,3 4,5 11,8 1,6 9 36 1.230 2.000 3.051
Algodão -- 19,1 0,7 -- 27 6 -- 1.413 857
Olericultura
Culturas Perenes
Tabela 4. Área colhida, produção e produtividade das principais culturas perenes de Rondônia.
Cultura Área (mil ha) Produção (mil t) Produtividade (kg/ha)
1985 1995 2000 1985 1995 2000 1985 1995 2000
Café 62,6 137,8 203,2 74,1 175 213 1.183 1.270 1.048
Cacau 37,6 34,6 16,2 22,7 15,6 6,8 604 451 419
Banana 24,2 30,9 7,9 21,7 25,9 5,8 897 838 734
Guaraná -- 0,4 0,2 -- -- -- -- 436 343
Laranja -- 1,6 0,9 -- -- -- -- 66.418* 70.062*
Manga -- 0,8 0,2 -- -- -- -- 18.889* 20.837*
Coco -- 2,7 0,4 -- -- -- -- 2.177* 4.979*
Mamão -- 0,9 0,1 -- -- -- -- 14.278* 13.631*
* Frutos/hectare.
18 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Rondônia ocupa, atualmente, o quarto lugar como produtor de café no país e o segundo como
produtor de café do tipo Robusta. Predominam na região pequenos e médios produtores, com
sistemas de produção similares aos utilizados nas regiões produtoras tradicionais do país. Estima-
se que aproximadamente 44.000 produtores tenham a cultura do café como base econômica de
suas propriedades. As cultivares mais plantadas são Kouillou (Conilon), da espécie Coffea
canephora (Café Robusta), Catuaí e Mundo Novo de Coffea arábica. Essas duas últimas cultivares
apresentam maturação bastante precoce no Estado, com início em fevereiro e março, em plena
estação chuvosa, prejudicando as operações de colheita e pós-colheita do produto (SUFRAMA,
2001).
Quanto ao palmito de pupunha, dados levantados pelo ITERON, em 1996, mostram que a
extração do palmito ocorreu em 21 municípios de Rondônia e alcançou um volume de 820.300
estirpes, o que correspondeu aproximadamente a 230 t de produto final líquido. A indústria de
conserva do palmito apresenta uma estrutura tecnológica relativamente simples que não demanda
elevados investimentos e depende da eficiência de operações manuais de corte e
acondicionamento do produto. Segundo o ITERON, em 1996, operaram 11 unidades de produção
em situação jurídica regular, embora existam pequenas unidades clandestinas nas áreas de maior
produção. A produção de conserva de palmito em Rondônia está estimada em torno de 300t/ano
de peso líquido. A relação produto bruto industrializado/palmito natural varia bastante em função
da qualidade das estirpes. A média geral do Estado é de 3.585 estirpes para produzir uma
tonelada de palmito (peso líquido), com uma variação entre extremos de 2.297 a 4.000 estirpes
(SUFRAMA, 2001).
Para o cupuaçu, torna-se bastante difícil prever no momento qual seria o mercado potencial. A sua
expansão deve ficar condicionada às pressões da demanda regional e nacional, que deverá
crescer em função do crescimento da população e pelo rebaixamento dos preços, considerados
altos em relação a outras frutas, dada a sua baixa oferta. A conquista de novos mercados exige
competência, agressividade, apresentação de um produto confiável, higiênico e garantia de oferta.
Pecuária
Os primeiros dados registrados pelo IBGE sobre a pecuária em Rondônia datam de 1973,
revelando um efetivo bovino total de 20.249 cabeças, no então território. Nos anos seguintes,
registrou-se uma taxa geométrica de crescimento de 35,1% ao ano, sendo constatado já em 1979
no levantamento realizado pelo mesmo órgão, um total de 176.221 cabeças de bovinos no estado.
Os anos 70, em especial 78 e 79, foram marcados pela injeção de significativo volume de crédito
através dos programas especiais PROTERRA (Programa de Redistribuição de Terras e de
Estímulo à Agricultura do Norte e Nordeste) e POLAMAZÔNIA (Programa de Desenvolvimento de
Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia), que repassaram recursos para investimentos
e custeio a juros médios de 7% ao ano, sendo esta a forma esperada para incentivar um
crescimento mais rápido da pecuária, com vistas a suprir a demanda interna em níveis de
expansão cada vez mais elevados, em virtude do intenso fluxo migratório experimentado pelo
território.
19 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
A partir do ano de 1979, com a decisão do Conselho Monetário Nacional de retirar gradativamente
os subsídios ao Crédito Rural, o volume de recursos emprestados aos pecuaristas pelas às
instituições financeiras evoluiu negativamente, registrando-se no ano de 1983, em valores
deflacionados, um volume de apenas 11% daquele tomado pelo produtor no ano de 1978. A soma
dos recursos tomados nos quatro últimos anos (1980/83) foi de 42% do total dos recursos
concedidos nos dois anos iniciais (1978/79).
É importante ressaltar ainda que uma parcela do crescimento do rebanho bovino em Rondônia
deve ser creditada à tendência natural de expansão da atividade, na medida em que o fluxo
migratório tornou-se mais intenso, mais produtores dedicaram-se à pecuária e,
conseqüentemente, novas áreas foram formadas com pastagens.
pecuária de leite tem-se desenvolvido nas áreas de pequenas e médias propriedades, atuando
como fator de agregação de renda aos agricultores tradicionais. A expansão do gado leiteiro
apresentou um incremento de 19,15% ao ano, no período 1985/95. A produção de leite em
Rondônia é alta, apesar da média ser em torno de 45 litros/produtor/dia (Tabelas 4 e 5). A
produção de leite do Estado passou de 158 milhões de litros em 1990 para 409 milhões de litros
em 1999, o que representou um acréscimo de 259%. Concomitantemente, a produtividade
(litros/vaca/ano) também foi incrementada, passando de 602 em 1990 para 920 em 1999 (Zoccal,
2001). No período 1990/2000, Rondônia foi o Estado que apresentou a maior taxa de crescimento
na produção de leite (10,35%), a qual foi semelhante apenas à registrada no Distrito Federal
(10,38%) (Gomes, 2001). Em 1999 Rondônia foi o 11° produtor nacional de leite, com um total
anual de 408.749 bilhões de litros.
Quanto à sanidade do rebanho, são mínimos os cuidados dispensados aos animais. O controle às
principais doenças infecto-contagiosas, restringe-se à vacinação contra a aftosa, que na maioria
dos casos não é sistemática. No caso da febre aftosa, com a criação do Fundo de Erradicação da
Febre Aftosa (FEFA), nos anos de 2000 e 2001, mais de 99% do rebanho estadual foi vacinado. É
bastante elevada a incidência de brucelose no rebanho, chegando a atingir, em média 10% das
vacas em produção. A falta de higiene, principalmente durante a realização das ordenhas tem
contribuído significativamente para o aumento dos casos de mamite. As helmintoses
gastrintestinais são responsáveis em grande parte pela mortalidade de animais jovens (± 15%) e
pela baixa produtividade leiteira; isso reflete a falta de vermifugações sistemáticas. A
pneumoenterite em bezerros é muito freqüente sendo uma das doenças que mais dizimam essa
categoria. As moléstias transmitidas pelo carrapato são preocupantes. Em área de pastagens
“sujas”, onde a ocorrência de plantas invasora é generalizada, ou naquelas estabelecidas em
solos arenosos, são bastante freqüentes mortes causadas por plantas tóxicas e por doenças
carenciais.
A reprodução, geralmente, se dá através da monta natural a campo, sem controle e sem critério
de natureza genética. A inseminação artificial já está sendo adotada por um considerável
número de pecuaristas. O sistema de criação adotado é o semi-extensivo. Na quase totalidade
dos casos, realiza-se apenas uma ordenha e a duração de lactação das vacas é em média de 180
dias. Ainda utiliza-se o bezerro para apojar a vaca. A ausência de um manejo animal faz com que
fêmeas ainda muito jovens sejam cobertas, prejudicando assim o desenvolvimento ponderal e a
vida útil do animal.
As instalações usadas são rústicas, porém, na maioria dos casos, atendem às necessidades
principalmente levando-se em conta as práticas de manejo utilizadas. Em geral, constam de um
estábulo (tamanho variável em função do rebanho) cobertos com telhas amianto ou cavacos de
madeiras, piso de cascalho batido, pedras ou cimentado, cocheiras de alvenaria, divisões com
réguas de madeira e curral anexo construído em madeira lavrada. Em muitos casos apresentam
um brete rústico. Vale ressaltar que as madeiras de lei são abundantes na região.
Sistemas agroflorestais
Florestas
3
As indústrias madeireiras em Rondônia vem utilizando 4,7 milhões de m de madeira/ano para
abastecer suas necessidades de matéria-prima. Estima-se que nas florestas remanescentes do
3
Estado é extraído, anualmente, uma média de 15 m /ha, numa área de aproximadamente 313 mil
ha. Portanto, 60% dos 24,3 milhões de ha da área territorial de Rondônia já sofreram alterações
antrópicas, tanto com a implantação de pastagens como pela exploração seletiva de madeira. As
unidades de conservação compostas por florestas representam 24% da área do estado. Nos 16%
restantes, correspondentes a 3,8 milhões de ha de reservas florestais, com uma exploração anual
de 313 mil ha/ano, estima-se que a matéria-prima disponível será suficiente para abastecer as
indústrias madeireiras, somente por mais 12 anos. De acordo com a Legislação em vigor, Portaria
nº 1282 de 19/10/94, que regulamenta a política florestal da Amazônia, ficou estabelecido que é
3
obrigatório a reposição de seis mudas para cada m de madeira consumida. Com base nesta Lei,
as indústrias madeireiras deveriam plantar cerca de 28,2 milhões de mudas/ano (consumo de 4,7
3
milhões de m /ano), utilizando uma área equivalente a 17 mil ha/ano. Nos últimos três anos foram
reflorestadas cerca de 14 milhões de árvores, enquanto que, neste período, deveriam ter sido
repostas 84 milhões de árvores. Em parte, esta baixa reposição pode ser justificada pela incerteza
de retorno dos investimentos aplicados pelas empresas madeireiras. Os fatores mais importantes
que contribuíram para este fato foram a falta de sementes florestais de espécies nativas, em
qualidade e quantidade, e o desconhecimento de técnicas silviculturais para espécies florestais
nativas.
Como na Amazônia existe um grande número de espécies de comprovado valor silvicultural que
podem participar ativamente dos programas de reflorestamento, torna-se necessário o
desenvolvimento de tecnologias, através da implantação de experimentos de crescimento de
espécies, de espaçamentos e desbastes para dar suporte a um bom programa de produção de
matéria-prima e sementes.
23 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Extrativismo
Prognóstico
Rondônia representa uma situação privilegiada dentro da Amazônia, pois sua estrutura viária e
seu sistema fundiário permitem respostas rápidas às políticas de fomento para as produções
agrícola, pecuária, florestal e agroflorestal, desde que viabilizadas as estruturas necessárias para
o armazenamento, beneficiamento e comercialização. A proximidade com os mercados dos
Países Andinos, aliadas às perspectivas de abertura viária para o Pacífico, colocam Rondônia em
uma situação privilegiada, sendo promissores os resultados destes esforços, desde que estas
alternativas sejam incluídas num futuro próximo.
O cenário atual sinaliza um grande ciclo de desenvolvimento para a Amazônia e Oeste de Mato
Grosso e por extensão, para todo o Brasil, com a existência da hidrovia do Rio Madeira, que abre
um grande corredor de exportação para os países da Ásia e Europa, tornando os produtos
agropecuários estaduais mais competitivos no mercado Exterior.
A iniciativa privada, com suporte do governo estadual, implementou projeto para a exportação de
soja a granel através de Porto Velho. As alternativas presentes residem no aproveitamento da
estrutura do porto existente e construção de unidades para o armazenamento e transferência dos
grãos para as balsas de transporte, além da construção de um novo porto jusante ao antigo, cujo
projeto foi aprovado pela SUDAM. Com este sistema hidroviário, os grãos produzidos,
24 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
principalmente, em Mato Grosso e sul de Rondônia serão escoados para Itacoatiara (AM) e daí
para o exterior. É prevista uma grande movimentação de soja através deste porto. No período
1999/2001, estima-se em mais de 3 milhões de toneladas o volume de grãos, notadamente a soja,
exportada através de Porto Velho.
Colonização e Desmatamento
A intensa atividade agrícola registrada na região Amazônica pode ser avaliada pelos níveis de
desmatamentos. Em termos globais, a Amazônia apresentou uma redução nos níveis de desmatamentos
da floresta densa e de capoeiras, com 2,4 milhões de hectares em 1989; 1,4 milhão de hectares em 1990
e 1,3 milhão de hectares em 1992. No entanto, a partir do biênio 1992/94 o nível de desmatamento voltou
a subir atingindo 1,5 milhão de hectares (Tabelas 7 e 8).
2
Tabela 7. Extensão do desmatamento bruto da Amazônia Legal (km ).
Estados 1978 1988 1990 1991 1992 1994 1998
Acre 2.500 8.900 10.300 10.700 11.100 12.064 14.714
Amapá 200 800 1.300 1.700 1.736 1.736 1.962
Amazonas 1.700 19.700 22.200 23.200 23.999 24.739 28.856
Maranhão* 63.900 90.800 93.400 94.100 95.235 95.979 100.590
Mato Grosso 20.000 71.500 83.600 86.500 91.174 103.614 131.806
Pará* 56.400 131.500 144.200 148.000 151.787 160.355 188.372
Rondônia 4.200 30.000 33.500 34.600 36.865 42.055 53.275
Roraima 100 2.700 3.800 4.200 4.481 4.961 5.791
Tocantins 3.200 21.600 22.900 23.400 23.809 24.475 26.404
Fonte: INPE/PRODES
* Incluindo o desmatamento anterior a 1978.
25 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
2
Tabela 8. Taxa média de desmatamento bruto da Amazônia Legal (km /ano).
Estados 1978/88 1988/89 1989/90 1990/91 1992/94 1997/98
Acre 620 540 550 380 482 536
Amapá 60 130 250 410 0 30
Amazonas 1.510 1.180 520 980 370 670
Maranhão 2.450 1.420 1.100 670 372 1.012
Mato Grosso 5.140 5.960 4.020 2.840 6.220 6.466
Pará 6.990 5.750 4.890 3.780 4.284 5.829
Rondônia 2.340 1.430 1.670 1.110 2.595 2.041
Roraima 290 630 150 420 240 223
Tocantins 1.650 730 580 440 333 576
Fonte: INPE/PRODES.
Com a criação do Estado de Rondônia, a Unidade passou a assumir uma nova identidade,
Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual (UEPAE de Porto Velho), que em 1990, foi
transformada em Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia (CPAF Rondônia), visando
proporcionar o fortalecimento das ações de pesquisa, voltadas para a geração de conhecimentos
básicos e tecnológicos, que propiciem o desenvolvimento sustentável de Rondônia, através de
uma política harmoniosa de utilização e conservação dos recursos naturais. Além disto, pode
desempenhar um papel estratégico muito importante, no que se refere ao relacionamento do Brasil
com os países fronteiriços, localizados na bacia Amazônica.
Segundo seu novo Plano Diretor, a Embrapa Rondônia tem por missão viabilizar soluções
tecnológicas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio da Amazônia, com foco em
Rondônia, por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias, em
benefício da sociedade. Deste modo, são objetivos do Centro:
Objetivo 1
Viabilizar soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável e competitivo do
agronegócio de Rondônia, com ênfase na produção de alimentos e matérias-primas, em uma
economia globalizada.
- Viabilizar soluções tecnológicas para as regiões, com vantagens comparativas para a produção
de grãos e matérias-primas na Amazônia.
- Adaptar tecnologias para o desenvolvimento da aqüicultura estadual.
- Ampliar as alternativas de exploração agropecuária e florestal das áreas sob florestas e
cerrados.
- Adaptar e/ou desenvolver técnicas de manejo, correção e fertilização dos solos tropicais.
Objetivo 2
Viabilizar soluções tecnológicas para a promoção da sustentabilidade econômica e ambiental
dos sistemas produtivos agropecuários e florestais de Rondônia.
Objetivo 3
Viabilizar soluções tecnológicas que contribuam para diminuir os desequilíbrios sociais, com
ênfase na promoção sócio-econômica da agricultura familiar
.
- Desenvolver e/ou adaptar tecnologias para a reincorporação de áreas abandonadas pela
agricultura migratória ao sistema produtivo.
- Adequar sistemas de produção visando maior valor agregado aos produtos e sua inserção no
mercado globalizado e competitivo.
- Maximizar o aproveitamento das vantagens comparativas do ambiente florestal nas
comunidades de agricultura familiar.
- Testar espécies florestais em áreas degradadas, buscando o reaproveitamento daquelas com
aptidão florestal.
- Desenvolver modelos para assentamentos agropecuários com base no zoneamento
agroecológico.
- Estudar os sistemas agroflorestais tradicionais buscando melhorar o seu desempenho;
- adaptar e/ou desenvolver alternativas de módulos de sistemas agroflorestais para agricultura
de baixa renda.
- Introduzir e avaliar genótipos de fruteiras tropicais visando a diversificação da produção e
melhoria da qualidade dos produtos.
- Estudar as cadeias produtivas dos produtos agropecuários e florestais, oriundos da agricultura
familiar.
- Introduzir e avaliar genótipos de cultivos industriais adequados para a pequena produção.
- Adaptar e/ou desenvolver tecnologias de manejo e conservação de solos para a agricultura de
baixo insumo, visando a utilização sustentável das áreas desmatadas.
28 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Objetivo 4
Viabilizar soluções tecnológicas para o fornecimento de matérias-primas e alimentos que
promovam a saúde e a melhoria do nível nutricional e da qualidade de vida da população.
Âmbito Estadual
- Desenvolvimento sustentável na dimensão da P&D.
- Diagnósticos temáticos/setoriais.
- Avaliação de recursos sócioeconômicos.
- Avaliação de ambientes e recursos naturais.
- Produtos de referência de interesse estadual (seringueira, mandioca, pimenta-do-reino,
pimenta-longa, guaraná, silvicultura, pecuária bubalina, pequenos ruminantes, manejo
integrado de pragas, plantas medicinais, manejo florestal, agrofloresta, fruticultura, manejo
florestal).
- Sistemas de informação (aspectos gerais, bancos de dados, sistema de informações
geográficas)
- Reaproveitamento de áreas degradadas pela agropecuária.
Âmbito Mesorregional
- Sistemas de produção de pupunha, algodão, gado de leite e corte, hortaliças.
- Conservação e manejo de solo.
Âmbito Regional
- Sistemas de produção de grãos e café.
29 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Análise Programática
A pesquisa agropecuária para a Amazônia deve ser orientada para a geração de conhecimentos
científicos e tecnológicos que assegurem a sustentabilidade dos investimentos nas atividades
agropecuárias e agroflorestal, de modo a permitir o equilíbrio entre exploração sócio-econômica e
a ecológica.
A pesquisa agropecuária para a Amazônia tem como papel fundamental atender à demanda de
conhecimentos científicos e tecnológicos, tanto para o presente quanto para a agropecuária do
futuro. Neste contexto, é importante destacar que a pesquisa agropecuária deve servir de
instrumento próprio e talvez o mais adequado para influir na orientação das políticas relacionadas
com o setor primário e no desenvolvimento tecnológico do setor agrícola.
Produção Vegetal
- Lançamento e/ou recomendação de cultivares/híbridos ou clones de arroz de sequeiro, milho,
feijão, soja, algodão, mandioca, café, guaraná- pimenta-do-reino, seringueira.
- Melhoramento genético de populações de milho.
- Curvas de neutralização dos principais solos de Rondônia.
- Recomendações técnicas para o cultivo do arroz de sequeiro, milho, feijão, soja, algodão,
mandioca, café, pimenta-do-reino, seringueira, guaraná.
- Recomendações técnicas para o cultivo comercial de hortaliças.
- Recomendação de compostos orgânicos para a produção de mudas de cupuaçu e pupunha.
- Produção de mudas e propagação vegetativa da castanha-do-Brasil.
- Indicação de herbicidas para controle em pré-emergência de plantas invasoras do milho.
- Recomendação de dois sistemas de produção de mudas de pupunha.
- Técnicas de manejo cultural para o controle da brocas pequenas do cupuaçu.
- Monitoramento e níveis de controle das principais pragas e doenças do cafeeiro.
- Identificação, levantamento e controle das principais pragas e doenças que afetam as culturas
anuais e perenes.
- Quebra da dormência de sementes de pinho-cuiabano;
- Tecnologia de sementes florestais nativas da Amazônia Ocidental.
- Desenvolvimento de metodologia para a determinação da renda líquida na propriedade rural.
- Recomendação de protótipos de Sistemas Agroflorestais.
- Recomendação de procedências de Pinus tecunumani para a região de cerrados.
- Análise técnica e econômica dos sistemas de produção de arroz, soja, milho, produção de leite
e sistemas agroflorestais.
Produção Animal
- Introdução e avaliação de germoplasma forrageiro (gramíneas e leguminosas).
- Manejo de plantas forrageiras (sistema de pastejo, carga animal, diferimento).
- Consorciação de gramíneas e leguminosas forrageiras.
- Dinâmica populaçional e controle biológico e cultural da cigarrinha-das-pastagens.
- Seleção de gramíneas forrageiras resistentes às cigarrinhas-das-pastagens.
- Calagem e adubação de plantas forrageiras.
- Métodos de controle de plantas invasoras.
- Avaliação de cultivares de sorgo forrageiro e granífero.
- Manejo de leguminosas arbustivas.
- Microbiologia do solo (micorrizas).
- Manejo de capineiras (regimes de corte, diferimento, consorciação com leguminosas, sistemas
de pastejo).
- Formação e manejo de bancos-de-proteína.
- Recuperação e renovação de pastagens degradadas.
- Manejo da mandioca para produção de forragem.
- Uso da casca de café na alimentação de ovinos deslanados.
- Sistema de produção para gado de leite e corte.
- Introdução e avaliação de ovinos deslanados e caprinos de dupla aptidão (carne e leite).
- Bioclimatologia em bovinos leiteiros.
- Desempenho produtivo de pequenos ruminantes em sistemas silvipastoris.
- Formulação de misturas minerais para ruminantes.
- Avaliação de sistemas de produção para bubalinos de carne e leite.
- Epidemiologia e controle de helmintos gastrintestinais em bovinos de carne e leite.
- Epidemiologia de helmintos gastrintestinais em ovinos deslanados.
- Controle químico e biológico da mosca-dos-chifres.
31 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
Uma análise crítica baseada no cenário atual e aqueles vislumbrados a curto e médio prazo,
permitem a identificação de diversas oportunidades atuais e potenciais, as quais poderão
desempenhar um papel de relevante importância para a consolidação da Embrapa Rondônia
como instituição de pesquisa comprometida com o desenvolvimento sustentado dos setores
agropecuário e florestal. Dentre os mais importante, podem ser citados:
Análise Institucional
A execução da pesquisa agropecuária em Rondônia tem sido uma tarefa árdua para as
instituições e profissionais que se dedicam a essa atividade, com dificuldades que somente são
superadas graças ao idealismo e determinação constantes.
Apesar de seu mandato estadual e da definição clara e objetiva das demandas de pesquisa, de
sua clientela e beneficiários, a Embrapa Rondônia, desde a sua implantação, não logrou a
formação e consolidação de uma equipe qualificada de pesquisadores para suprir as
necessidades mínimas de sua programação de pesquisa. Esta situação tem acarretado uma
32 Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas
sobrecarga de trabalho para alguns pesquisadores, os quais se desdobram para assegurar níveis
satisfatórios de qualidade das atividades desenvolvidas.
Os diversos estudos e diagnósticos sobre a tecnologia atualmente em uso e seus efeitos gerais na
economia, na sociedade, na ecologia e mesmo nos aspectos científicos, além das
macrotendências a serem consideradas em nível nacional, mostram que certos parâmetros
básicos devem ser tomados para a definição das diretrizes de pesquisa e que alguns
pressupostos devem ser assumidos:
Estratégias de Ação
Estratégias de Ação
Estratégias de Ação
Estratégias de Ação
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