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Aula 2 - Neurociência e

desenvolvimento
• Nascimento e desenvolvimento
O SN em mudança

Desenvolvimento Construção Modificação Reparo e


dos circuitos dos circuitos regeneração
inicial do SN neurais (experiência) do SN
Os estágios iniciais da embriogênese transcorrem em diferentes regiões do sistema reprodutor da
mulher (pequeno retângulo no desenho de cima, à direita). A célula ovo ou zigoto divide-se várias
vezes a caminho do útero, e o embrião finalmente ―ancora‖ em algum ponto da parede uterina. A
sequência de baixo mostra as transformações do embrião.
Desenvolvimento
inicial do SN

• Geração neuronal
• Diferenciação neuronal
• Formação das vias axonais
• Estabelecimento das
sinapses
• Geração neuronal
• Diferenciação neuronal
• Formação das vias axonais
• Estabelecimento das
sinapses

Participação coletiva de
sinais secretados;

Receptores e
Reguladores de
transcrição;
Fatores envolvidos
Moléculas de adesão e
Reconhecimento
(identidade, posição e
conexões dos neurônios)
• Estabelecimento do SN primordial no embrião
• Geração inicial dos neurônios
• Formação das principais regiões encefálicas
• Migração dos neurônios dos locais de geração para as
posições finais

 Mutações genéticas
 Doenças
 Exposições a drogas
ou agentes químicos
Formação das vias e
conexões
Durante o primeiro mês de
gestação, o embrião pode
ser visto ―de cima‖, abrindo-
se a cavidade amniótica (A).

(A-D) A formação do tubo


neural a partir da placa
neural .

Cortes que passam nos


planos assinalados pelas
setas vermelhas, e que
podem ser vistos à direita
(A1-D1).

O fechamento do tubo
parece um zíper que se
fecha do centro para as
extremidades rostral
(cranial) e caudal.
Fechamento do Tubo neural
– final do 1º. mês de
gestação= 3 vesículas
primitivas;

Escala do embrião de 25 dias no


pequeno quadro à esquerda. Aos 25
dias, o sistema nervoso do embrião
não mede mais que 2 milímetros.

Depois e até o 4º. Mês =, o


tubo vai se retorcendo, as
vesículas crescem
desigualmente, o SNC do
embrião começa a se
parecer com o do adulto.

Depois do 4º. Mês e até o


nascimento- surgimento dos
sulcos, giros e folhas.
• O embrião de 8 semanas - nervos raquidianos alinhados com os segmentos
vertebrais.
• Ao nascimento - os segmentos vertebrais se desalinhem gradativamente dos
segmentos medulares; medula do bebê termina na altura do 2º. segmento lombar.
Cauda equina.
A. As cristas neurais - nas bordas de fusão (em vermelho) da placa neural, que se dobra para
formar o tubo neural. B. Imediatamente as células da crista neural (pequenas bolinhas
vermelhas) migram por longas distâncias para formar diversos gânglios e outros órgãos e tecidos.

250 mil neurônios por minuto


Construção
dos circuitos
neurais
(A) no telencéfalo do embrião, a formação das camadas corticais pode ser acompanhada passo a
passo(B).
(C) o córtex cerebral primitivo é um epitélio pseudoestratificado, com cels. mitóticas na base;
migração dos neurônios pós-mitóticos, e formação das camadas primitivas: primeiro a pré-placa (D),
depois a placa, a camada marginal e a subplaca (E)
(F) camadas definitivas que se formam dentro da placa cortical. (A)
A - a parede do tubo neural apresenta uma paliçada
de prolongamentos radiais (A), que pertencem a
células muito precoces chamadas glia radial (B, em
azul-claro) e atuam como ―trilhos‖ sobre os quais
migram alguns dos neurônios pós-mitóticos juvenis

B e C – (em amarelo). Nem


todos os neurônios migrantes
utilizam esses trilhos radiais:
alguns migram obliquamente
(tangencialmente) seguindo
pistas ainda mal conhecidas.

D - mostra prolongamentos de
glia radial no córtex cerebral
de um camundongo recém-
nascido. O citoesqueleto dos
prolongamentos radiais está
marcado em verde, e entre
eles podem-se ver os núcleos
dos neurônios juvenis
marcados em vermelho.
Depois de migrarem, os neurônios juvenis começam a se diferenciar, isto é, a
assumir a sua forma madura característica. São inicialmente células bipolares
simples, adaptadas à migração. Depois emitem dendritos que se ramificam cada vez
mais, e um axônio que se alonga até o alvo.
Três estágios bem precoces do
desenvolvimento do sistema
nervoso, durante os quais
ocorre a regionalização
dorsoventral

1. Proteínas da família das BMPs são


sinais dorsalizantes secretados pelo
ectoderma e pela placa do teto do
tubo neural, reconhecidos pelos
neuroprecursores mais dorsais que
vão originar neurônios sensoriais.

2. Já a proteína Sonic hedgehog é um


sinal ventralizante liberado pelo
notocórdio e pela placa do assoalho
do tubo neural, cuja concentração é
―percebida‖ pelos neuroprecursores
mais ventrais que vão originar os
motoneurônios.
A. A diferenciação rostrocaudal
começa logo no início do
desenvolvimento neural, já que os
fatores indutores são diferentes
nas regiões rostrais e caudais da
placa neural.

B. Mais tarde, o tubo neural


apresenta segmentos
(rombômeros r1, r2 etc.) que
possuem padrões próprios de
expressão

C. (barras horizontais) dos genes


homeóticos e suas proteínas (à
esquerda, em C).
No trajeto do cone de
crescimento em direção ao seu
alvo, são muitas as pistas de
direcionamento com ação de
curta distância.
Este pode aderir:
• a moléculas da matriz
extracelular (MEC, em A);
• a moléculas situadas na
membrana de células ao
longo do caminho (B).
• A outras moléculas na
membrana de outras células
podem provocar o efeito
contrário, repulsão (C).
• Finalmente, ao encontrar
outros axônios, o cone pode
aderir a eles e crescer junto,
formando um feixe: é a
chamada fasciculação (D).
Outras pistas orientam também os cones de crescimento a
longas distâncias. São geralmente moléculas difusíveis
capazes de atrair (A) ou repelir o cone (B).
Os axônios em crescimento
buscam o seu território alvo
para arborizar perto das células
pós-sinápticas.

Alguns — como os neurônios


do córtex cerebral que
atravessam a linha média em
busca do hemisfério oposto —
ultrapassam o alvo (situado na
altura do asterisco) crescendo
para longe (A), mas emitem
ramos colaterais que
arborizam no lugar certo (B).
No final (C), o ramo que
cresceu demais é eliminado.
Ao final do desenvolvimento, ocorrem processos regressivos que envolvem a morte
neuronal e a eliminação de axônios e sinapses:

A. Axônios inter-
hemisféricos após o
nascimento.

B. Região restrita do
córtex cerebral. Neste
caso, os diferentes
símbolos representam
contagens realizadas
em diferentes animais.
A mielinização marca o estágio final do desenvolvimento do sistema nervoso.
Nesse processo, tipos especiais de gliócitos enrolam-se em torno das fibras
nervosas: as células de Schwann são os gliócitos que englobam axônios do SNP
(A), e os oligodendrócitos são os que embainham axônios do SNC (B).
Maturidade
Modificação dos
circuitos
(experiência)

Novas conexões sinápticas, utilizando alguns


mecanismos do desenvolvimento:
• Aprendizagem
• Memória (novas e antigas)
• Neurônios novos
A foto de cima mostra
uma •
colônia de células-tronco
embrionárias, cultivadas no
laboratório sobre
microcarregadores (matrizes
que permitem o crescimento
em suspensão de células
aderentes). Nessas condições,
as células mantêm a sua
pluripotencialidade.

A foto de baixo mostra uma


intrincada rede neural formada
numa placa de cultura pelas
células-tronco embrionárias
quando se transformam em
neurônios.
Envelhecimento
Reparo e
regeneração
do SN

Doenças, Traumas e Degeneração

Manutenção e modificação dos


circuitos neurais
Células tronco
Definições:
• células tronco embrionárias (CTEs derivada de embriões pré-g´Sstrula);
• Células tronco somáticas (tecido em desenvolvimento e no adulto) –
geram mitoticamente tipos celulares do tecido específico;

Célula tronco (somática) neural difere da célula progenitora neural pois esta
última é incapaz de autorrenovação contínua.
Duas características:
a) São autorrenováveis continuamente
b) Dão origem a diferentes células.

Potenciais:
 Reposição neuronal - p ex. dopaminérgicos (motricidade);
 Reposição de mielina -Oligidendróglia – mielinização.

Riscos
 Assegurar a divisão controlada;
 Diferenciação desejada da classe de células.
Na falta da telomerase ocorre encurtamento dos telômeros, com sérias consequências para
as células. Desprovidas de proteção nas extremidades dos cromossomos, as células são
levadas à morte por instabilidade do DNA, ou produzem-se aberrações cromossômicas pela
fusão inadequada das pontas dos cromossomos durante a mitose. Em ambos os casos,
aumenta a probabilidade de câncer, senescência dos tecidos, e outras anomalias.
O cérebro de um idoso
portador da doença de
Alzheimer (B) é menor que o
de um indivíduo normal da
mesma idade (A). Além disso,
os giros são mais finos, e os
sulcos e ventrículos, mais
alargados (D, em comparação
com C). Examinado ao
microscópio, apresenta placas
senis devidas ao acúmulo de
certas proteínas anômalas
como a beta-amiloide (E), e
produtos de degeneração
celular não absorvida, como
os novelos neurofibrilares (F).
A imagem mostra um
neurônio cultivado em
laboratório, que foi
exposto a oligômeros do
peptídeo beta-amiloide. Os
pontinhos que vemos são
os oligômeros marcados
por um anticorpo
fluorescente, e que se
encontram ―colados‖ nos
prolongamentos dos
neurônios. Foi possível
observar que os oligômeros
se ligam com alta
especificidade às sinapses,
sugerindo que está aí o seu
mecanismo de agressão.

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