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O Novo Modelo Contabilístico

Sistema de Normalização Contabilístico (SNC)

Maio a Julho de 2009


Manuel Andrino - O Novo Modelo Contabilístico - SNC (2009) 1
O Novo Modelo Contabilístico
Índice
Sistema de Normalização Contabilístico – SNC

Adopção pela Primeira Vez das NCRF:


9 NCRF 3 – Adopção pela Primeira Vez das NCRF
9 Caso prático:
– Reclassificação das DF construídas nos termos do POC
– Construção das DF de abertura de acordo com o SNC

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O Novo Modelo Contabilístico Adopção pela Primeira Vez
Sistema de Normalização Contabilístico – SNC das NCRF

NCRF 3 – Adopção pela Primeira Vez das


Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Objectivo Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Objectivo:
9 É de assegurar que as primeiras DFs de uma entidade de acordo com as NCRF,
contenham informação que:
– Seja transparente para os utentes;
– Seja comparável em todos os períodos apresentados;
– Proporcione um ponto de partida conveniente para a contabilização segundo as NCRF; e
– Possa ser gerada a um custo que não exceda os benefícios para os utentes.

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Âmbito Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Âmbito:
9 Uma entidade deve aplicar esta NCRF nas suas primeiras DFs de acordo com as
NCRF;
9 As primeiras DFs de uma entidade de acordo com as NCRF são as primeiras DFs
anuais nas quais a entidade adopta as NCRF, para o que emite uma declaração
explícita.

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Reconhecimento e mensuração Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Balanço de abertura de acordo com as NCRF:


9 Uma entidade deve preparar um balanço de abertura de acordo com as NCRF na data
da transição para as NCRF.

Balanço de uma entidade, publicado ou não


à data de transição para as NCRF.

Data de início do primeiro período para o qual a entidade


apresenta as suas primeiras DF de acordo com as NCRF.

9 É o ponto de partida da sua contabilização segundo as NCRF.


9 Serve para comparativo nas primeiras DFs de acordo com as NCRF.

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Reconhecimento e mensuração Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Políticas contabilísticas:
9 Devem ser usadas as mesmas políticas contabilísticas, de acordo com as NCRF, no
seu balanço de abertura e nas suas primeiras DFs.
9 Deve, no seu balanço de abertura, de acordo com as NCRF:
– Reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento seja exigido pelas NCRF;
– Não reconhecer itens como activos ou passivos se as NCRF não permitirem esse
reconhecimento;
– Reclassificar itens que reconheça segundo os PCGA anteriores como um tipo de activo,
passivo ou componente do capital próprio, mas que são um tipo diferente de activo,
passivo ou componente de capital próprio segundo as NCRF
– Aplicar as NCRF na mensuração de todos os activos e passivos reconhecidos.

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Reconhecimento e mensuração Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Políticas contabilísticas:
9 Os ajustamentos resultantes derivam de acontecimentos e transacções anteriores à
data da transição para as NCRF.
9 Esses ajustamentos devem ser reconhecidos:
– Directamente nos resultados retidos;
ou
– Se apropriado, noutro item do capital próprio.
À data da transição para as NCRF

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Reconhecimento e mensuração Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Excepções:
9 São estabelecidas duas excepções ao princípio de que o balanço de abertura de
acordo com as NCRF deve estar conforme com cada NCRF:
– Isenções de alguns requisitos de outras NCRF; e
– Proibições à aplicação retrospectiva de alguns aspectos de outras NCRF

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Reconhecimento e mensuração Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Excepções (Isenções):
9 Em função das situações concretas que se venham a verificar nas operações de
transição de cada entidade, esta pode optar pelo uso das isenções seguintes:
– Concentrações de actividades empresariais;
– Justo valor ou revalorização como custo considerado;
– Benefícios dos empregados;
– Diferenças de transposição cumulativas;
– Instrumentos financeiros compostos;
– Activos e passivos de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;
– A designação de instrumentos financeiros previamente reconhecidos;
– Locações; e
– Mensuração pelo justo valor de activos ou passivos financeiros no reconhecimento
inicial

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Reconhecimento e mensuração Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Excepções (Proibições):
9 Esta norma proíbe a aplicação retrospectiva das seguintes matérias de outras NCRF:
– O desreconhecimento de activos e passivos financeiros.
– Contabilidade de cobertura.
– Estimativas.
– Activos classificados como detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas.

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Apresentação e divulgação Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Informação comparativa:
9 As primeiras DFs de acordo com as NCRF devem incluir, pelo menos, um ano de
informação comparativa segundo as NCRF.
Explicação sobre a transição para as NCRF (nota 1.4 do Anexo):
9 Uma entidade deve explicar de que forma a transição dos PCGA anteriores para as
NCRF:
- afectou a sua posição financeira,
- o seu desempenho; e
- os seus fluxos de caixa relatados

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Apresentação e divulgação Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Reconciliações, as primeiras DFs de acordo com as NCRF devem incluir:


9 A reconciliação do seu capital próprio relatado segundo os PCGA anteriores com o
seu capital próprio segundo as NCRF, entre:
– A data de transição para as NCRF; e
– O final do último período apresentado nas mais recentes DFs anuais da entidade,
elaboradas segundo os PCGA anteriores.
9 A reconciliação do lucro ou perda relatado segundo os PCGA anteriores com o lucro
ou perda segundo as NCRF relativo ao mesmo período.
9 Caso se tenham reconhecido ou revertido quaisquer perdas por imparidade pela
primeira vez ao preparar o balanço de abertura de acordo com as NCRF, a entidade
deve apresentar as divulgações que a NCRF 12 teria exigido se a entidade tivesse
reconhecido essas perdas por imparidade ou reversões no período que começa na
data da transição para as NCRF.

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NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Apresentação e divulgação Normas Contabilísticas e de Relato
Financeiro

Reconciliações:
9 Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo os PCGA anteriores, deve
distinguir entre correcção desses erros e alterações das políticas contabilísticas.
9 A NCRF 4 – Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros, não se aplica:
- às alterações das políticas contabilísticas que ocorrem quando uma entidade adopta as
NCRF pela primeira vez.
- Por isso a NCRF 4 não se aplica às primeiras DFs de acordo com as NCRF.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Normas Contabilísticas e de Relato
Exemplo prático Financeiro

Exemplo prático:
9 Apresentam-se em anexo o balanço (Anexo A) e a DRN (Anexo B) da empresa
“Primeira Vez, SA” relativos ao período N, de acordo com o POC.
9 A partir de N+1, a “Primeira Vez, SA”, passa a adoptar o novo referencial
contabilístico, o que implica que as DFs a 31/12/N, tenham de ser refeitas por dois
motivos:
- permitir a obtenção de informação comparativa no novo referencial, quando da
preparação das DFs do ano N+1;
- tem que existir um “Balanço de abertura”, reportado a 01/01/N+1, construído
segundo o novo referencial, a partir do qual, em continuidade, se proceda ao
relato financeiro da sociedade segundo o SNC.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Normas Contabilísticas e de Relato
Exemplo prático Financeiro

Pretende-se:
9 A construção do balanço de abertura segundo o SNC reportado a 01/01/N+1,
procedendo-se através de 2 fases:
- Reclassificação provisória do balanço e da DR construído nos termos do POC;
- A introdução nas DFs reclassificadas de correcções/ajustamentos suscitadas
pelas situações que a seguir se enunciam.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Normas Contabilísticas e de Relato
Exemplo prático Financeiro

1. Imobilizações incorpóreas:
9 Estão incluídas despesas de constituição no montante líquido de € 200. As
amortizações do exercício N, foram de € 20.
9 As despesas de investigação e desenvolvimento dizem respeito a despesas de
pesquisa efectuadas em N, não tendo sido amortizadas neste exercício.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Normas Contabilísticas e de Relato
Exemplo prático Financeiro

2. Imobilizações corpóreas:
9 A amortização do equipamento básico foi determinada atendendo a requisitos fiscais. As
amortizações acumuladas, se reflectissem a vida útil dos activos, seria inferior em € 10.200,
dos quais € 2.300 respeitantes ao exercício N.
9 O terreno registado em imobilizações corpóreas, tem como objectivo a venda, tendo a
empresa já celebrado, em 15/12/N, um contrato de compra e venda, pelo montante de €
50.000.
9 Foi feita a avaliação, à data de 31/12/N, dos restantes bens do activo imobilizado corpóreo,
tendo-se apurado os seguintes justos valores:
- Edifício: € 150.000
- Viaturas: € 12.500
9 Notas:
- o valor da reserva de reavaliação constante do capital próprio respeita à reavaliação efectuada
em N-3 do edifício.
- a vida útil remanescente do edifício é de 20 anos.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
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Exemplo prático Financeiro

3. Existências:
9 A empresa tem aplicado o LIFO como método de custeio das existências. Pela
aplicação do custo médio ponderado, o valor das existências seria superior em €
1.500.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
Normas Contabilísticas e de Relato
Exemplo prático Financeiro

4. Clientes:
9 Existem ajustamentos relativos a clientes de cobrança duvidosa, na quantia de €
10.000, correspondendo à totalidade das respectivas dívidas.
9 Entretanto, relativamente a 3 clientes, representando € 2.500, cujos ajustamentos
foram constituídos em N, foi negociado em Janeiro/N+1, um acordo de regularização
de dívida no sentido da sua recuperação durante um prazo de 3 anos em prestações
mensais constantes, sem consideração de qualquer juro.
9 A empresa desconta títulos de crédito junto da banca e suporta uma taxa de juro
efectiva de 6% ao ano.
9 Estima-se que a quantia de € 2.500, descontada para 31/12/N, represente € 2.100.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
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Exemplo prático Financeiro

5. Subscritores de capital:
9 Estão por realizar € 12.500 referentes ao diferimento de 20% do último aumento de
capital.

6. Títulos negociáveis:
9 Os títulos negociáveis, à data de 31/12/N, têm uma cotação (valor de mercado) de €
12.500.

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Transição do POC para o SNC – DFs de abertura NCRF 3 – Adopção Pela Primeira Vez das
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7. Rédito na prestação de serviços:


9 A empresa tem um contrato de fornecimento junto de um cliente, através do qual
está a desenvolver um programa informático no âmbito do controlo das fases de
fabrico de móveis, cujo prazo de execução se iniciou em 1 de Maio de N e termina
em 15/03/N+2. Conhecem-se os seguintes elementos do contrato:
- Preço: € 15.000
- Custos incorridos em N: € 3.500
- Custos totais estimados do projecto: € 12.500
- Recebimentos já ocorridos: € 1.500
9 A empresa não reconheceu qualquer rédito até ao momento porque ainda não
procedeu à emissão de qualquer factura.

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8. Empréstimos bancários:
9 A empresa tem registada uma dívida a médio o longo prazo no montante de €
100.000, com um prazo de reembolso de 5 anos, através de 10 semestralidades. A
taxa de juro do contrato de empréstimo é de 6,5% ao ano. O valor actual da dívida
descontada àquela taxa é de € 82.300.

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