T1 elétricos motores
Guia teórica e prática
Valentino Técnica - Training
Introdução do autor
Dedicado aos meus filhos
Lembramos que, para lidar com a corrente elétrica, é necessário ser ciente dos
perigos que a mesma traz e que também podem terminar com a morte, se a
mesma é manuseada de forma inadequada e sem o cumprimento das normas
de segurança.
Introdução ..................................................................................................................... 1
i
Índice analítico
ii
Introdução
Conceitualmente o estudo da eletricidade é
divido em três grandes áreas: a geração, a
distribuição e o uso. Dentre elas a disciplina de
comandos elétricos está direcionada ao uso
desta energia, assim pressupõe-se aqui que a
energia já foi gerada, transportada a altas
tensões e posteriormente reduzida aos valores
de consumo, com o uso de transformadores
apropriados. Por definição os comandos
elétricos tem por finalidade a manobra de
Figura 1
motores elétricos que são os elementos finais de
potência em um circuito automatizado. Um dos pontos fundamentais para o
entendimento dos comandos elétricos é a
Entende-se por manobra o estabelecimento e noção de que “os objetivos principais dos
condução, ou a interrupção de corrente elétrica elementos em um painel elétrico são:
em condições normais e de sobre-carga. Os
principais tipos de motores são: a) proteger o operador e
b) propiciar uma lógica de comando”.
? Motor de Indução
? Motor de corrente contínua Partindo do princípio da proteção do operador
? Motores síncronos uma seqüência genérica dos elementos
? Servomotores necessários a partida e manobra de motores é
? Motores de Passo mostrada na figura 2.
Os Servomotores e Motores de Passo Nela podem-se distinguir os seguintes
necessitam de um “driver” próprio para o seu elementos:
acionamento, tais conceitos fogem do escopo
deste curso. A) Seccionamento: Só pode ser operado sem
carga. Usado durante a manutenção e
Dentre os motores restantes, os que ainda têm a verificação do circuito.
maior aplicação no âmbito industrial são os
motores de indução trifásicos, pois em B) Proteção contra correntes de curto-circuito:
comparação com os motores de corrente Destina-se a proteção dos condutores do
contínua, de mesma potência, eles tem menor circuito terminal.
tamanho, menor peso e exigem menos
manutenção. C) Proteção contra correntes de sobrecarga:
para proteger as bobinas do enrolamento do
A figura 1 mostra um motor de indução trifásico motor.
típico.
D) Dispositivos de manobra: destinam-se a
O motor de indução tem características próprias ligar e desligar o motor de forma segura, ou
de funcionamento, que são interessantes para o seja, sem que haja o contato do operador no
entendimento dos comandos elétricos e serão circuito de potência, onde circula a maior
vistos em capítulos posteriores. corrente.
1
Introdução
O relé de sobrecarga, contatores e outros
elementos em maiores detalhes, serão
explicados nos capítulos posteriores, bem
como a sua aplicação prática em circuitos
reais.
2
Associação de contatos normalmente abertos
Basicamente existem dois tipos, a associação
em série ( figura 5) e em paralelo (figura 6).
3
Associação de contatos normalmente fechados
Figura 8
4
Principais elementos em comandos elétricos
Neste capítulo o objetivo é o de conhecer as Na “chave industrial” ou botoeira há o retorno
ferramentas necessárias à montagem de um para a posição de repouso através de uma
painel elétrico. mola, como pode ser observado na figura 9.
Assim como para trocar uma simples roda de O entendimento deste conceito é fundamental
carrro quando o pneu fura necessita conhecer as para compreender o porque da existência de
ferramentas próprias, em comandos elétricos um selo no circuito de comando.
para entender o funcionamento de um circuito e
posteriormente para desenhar o mesmo,
necessita conhecer os elementos apropriados.
5
Principais elementos em comandos elétricos
Ao substituir o botão manual por um rolete, 24 Vcc, diferente, menor e isolada do que á
tem-se a chave fim de curso, muito utilizada em em terminais de acionamento o de trabalho.
circuitos pneumáticos e hidráulicos.
Este conceito permitiu o surgimento de dois
Este é muito utilizado na movimentação de circuitos em um painel elétrico:
cargas, acionado no esbarro de um caixote,
engradado, ou qualquer outra carga. 1. Circuito de comando: neste encontra-se a
interface com o operador da máquina ou
Outros tipos de elementos de sinais são os dispositvo e portanto trabalha com baixas
Termostatos, Pressostatos, as Chaves de Nível e correntes (até 10A) e/ou baixas tensões.
as chaves de fim de curso (que podem ser
roletes). 2. Circuito de Potência: é o circuito onde se
encontram as cargas a serem acionadas, tais
Todos estes elementos exercem uma ação de como motores, resistências de aquecimento,
controle discreta, ou seja, liga / desliga. entre outras; neste podem circular correntes
elétricas da ordem de 10 A ou mais, e atingir
Como por exemplo, se a pressão de um sistema tensões de até 760 V.
atingir um valor máximo, a ação do Pressostato
será o de mover os contatos desligando o
sistema; caso a pressão atinja novamente um
valor mínimo atua-se religando o mesmo.
Relés
Uma característica importante dos relés, como Para fins didáticos pode-se considerar os
pode ser observado na figura 10 é que a tensão contatores como relés espandindos pois o
nos terminais (1) e (2) pode ser 5 Vcc, 12 Vcc ou principio de funcionamento é similar.
6
Principais elementos em comandos elétricos
Conceituando de forma mais técnica, o contator De forma simples pode-se afirmar que os
é um elemento eletro-mecânico de comando a contatores auxiliares tem como corrente
distância, com uma única posição de repouso e máxima de trabalho 10A e possuem de 4 a 8
sem travamento. contatos, podendo chegar a 12 contatos.
Como pode ser observado na figura 11, o Os contatores principais tem corrente máxima
contator consiste basicamente de um núcleo de até 600A.
magnético excitado por uma bobina.
De uma maneira geral possuem 3 contatos
Uma parte do núcleo magnético é móvel, e é principais do tipo NA, para manobra de cargas
atraído por forças de ação magnética quando a trifásicas a 3 fios.
bobina é percorrida por corrente e cria um fluxo
magnético. Um fator importante a ser observando no uso
dos contatores são as faíscas produzidas pelo
Quando não circula corrente pela bobina de impacto, durante a comutação dos contatos.
excitação essa parte do núcleo é repelida por
ação de molas. Isso promove o desgaste natural dos mesmos,
além de contituir riscos para a segurança.
Contatos elétricos são distribuídos
solidariamente a esta parte móvel do núcleo, A intensidade das faíscas pode se agravar em
constituindo um conjunto de contatos móveis. ambientes úmidos e também com a quantida
de corrente circulando na carga.
7
Principais elementos em comandos elétricos
A figura 12 mostra o aspeto de varios contatores
comuns.
Figura 13
8
Principais elementos em comandos elétricos
vação da corrente, enquanto os fusíveis devem
ser substituídos antes de uma nova operação.
Figura 17
Figura 15
9
Principais elementos em comandos elétricos
Relé proteção contra a falta de fase Relé sequência de fase
Um dos principais problemas para a proteção Pode acontecer que, em certos sistemas, a
dos motores trifásicos é o monitoramento rotação inversa do motor cria sérios riscos de
correto da presença das fases de alimentação. segurança ou danos à produção.
10
Principais elementos em comandos elétricos
Simbologia gráfica
Até o presente momento mostrou-se a presença No desenho elétrico cada um dos elementos é
de diversos elementos constituintes de um representado através de um símbolo.
painel elétrico.
A simbologia é padronizada através das
Em um comando, para saber como estes normas NBR, DIN e IEC. Na tabela abaixo
elementos são ligados entre si é necessário apresenta-se alguns símbolos referentes aos
consultar um desenho chamado de esquema elementos estudados nos parágrafos
elétrico. anteriores.
11
Conceitos básicos em manobras de motores
Para ler e compreeender a representação gráfica de um circuito elétrico, é imprescindível conhecer
os componentes básicos dos comandos e também sua finalidade.
Selo
Intertravamento
12
Conceitos básicos em manobras de motores
Ligamento condicionado
13
Conceitos básicos em manobras de motores
Proteção do sistema
Esquema Funcional
14
Conceitos básicos em manobras de motores
Esquema Multifiliar
Recomendações de tensão
15
Simbologia numérica e literal
Nos relés e contatores tem-se A1 e A2 para os A figura 19, em vez, mostra um contator
terminais da bobina. auxiliario com 4 contatos NAe 2 contatos NF.
Figura 18 Figura 19
16
Simbologia numérica e literal
M Motores
Transformadores de distribuição, de
T Transformadores potência, de potencial, de corrente,
autotransformadores.
17
Características dos motores de indução eme relação aos comandos
Neste curso trabalha-se com os motores de Uma delas é alimentar o motor com 50% ou
indução trifásicos do tipo gaiola de esquilo por 65% da tensão nominal, é o caso da partida
serem os mais comuns na indústria. estrela-triângulo, que será vista neste curso.
18
Características dos motores de indução em relação a os comandos
Figura 24
Figura 21
19
Características dos motores de indução eme relação aos comandos
Uma última característica importante do motor 4 – Regime de serviço
de indução a ser citada é a sua placa de 5 – Rendimento
identificação, que traz informações 6 – Modelo da carcaça
importantes; aqueles de maior interesse para o 7 – Grau de proteção
dimensionamento dos controles e proteções são 8 – Classe de isolamento
listadas a seguir: 9 – Temperatura da classe de isolamento
10 – Frequência
• CV: Potência mecânica do motor em cv 11 – Potência
• Ip/In: Relação entre as correntes de partida e 12 – Rotação nominal por minuto
nominal; 13 – Corrente nominal de operação
• Hz: Freqüência da tensão de operação do 14 – Fator de potência
motor; 15 – Temperatura ambiente
• RPM: Velocidade do motor na freqüência 16 – Fator de serviço
nominal de operação 17 – Altitude
• V: Tensão de alimentação 18 – Massa
• A: Corrente requerida pelo motor em 19 – Especificação do rolamento dianteiro e
condições nominais de operação quantidade de graxa
? F.S.: Fator de serviço, quando o fator de 20 – Especificação do rolamento traseiro e
serviço é igual a 1,0, isto implica que o motor quantidade de graxa
pode disponibilizar 100% de sua potência 21 – Tipo de graxa utilizada nos rolamentos
mecânica. 22 – Esquema de ligação para a tensão
nominal 220V
Abaixo um exemplo pratico de uma placa. 23 – Esquema de ligação para a tensão
nominal 380V
1 – Em geral è o código do motor 24 – Certificações
2 – Número de fases 25 – Relação da corrente de partida/corrente
3 – Tensão nominal de operação nominal
26 – Categoria de conjugado
20
Laboratório prático
Partida direta de Motores
potência comando
Funcionamento
dada por um circuito composto de contatos em
Para operar o motor, é necessário que a tensão série: S200 (STOP), FT100 (proteção térmica),
da rede, devitamente protegida ante, seja S300 (START) mais um contato auxiliario de
presente a os terminais de ligação U1-V1-W1. K100 em paralelo com S300 (SELO).
Para que isso aconteça, o contator K100 deve Ao fechar o contato S300, a bobina do contator è
fechar os contatos 1 - 2 / 3 - 4 / 5 - 6 alimentada, permitindo o fechamento dos
permanentemente para todo o tempo necessário contatos de potência e simultaneamente, o do
a o funcionamento. contato auxiliar, que permite de manter a bobina
K100 é capaz de realizar esta função, somente alimentada mesmo que o contacto S300 volta a
com a bobina (terminais A1 e A2) alimentada ser aberto. Com com a abertura de S200 o
para o circuito de comando . FT100 acaba a alimentação da bobina até que
Todos os componentes do circuito de controlo seja fechado outra veis S300 (se necesario
são protegido para os fusíveis FC200. restaurar ante a proteção térmica FT100).
Como você pode ver, a alimentação da bobina é EA1 advisa que o motor è em operação .
21
Laboratório prático
Partida direta de Motores com sinalização
potência comando
22
Laboratório prático
Partida de Motores com reversão (sistema básico)
Objetivo: Acionar, de forma automática, um motor com reversão do sentido de rotação, mostrando
algumas similaridades com a partida direta, introduzindo o conceito de “intertravamento” elétrico.
potência comando
23
Laboratório prático
Partida estrela-triângulo (Υ/Δ)
Objetivo: demonstrar uma das importantes estratégias para evitar altos picos de corrente durante a
partida de um motor de indução trifásico.
potência
Funcionamento (potência)
Quando o sistema è iniciado (botão START) o
A tensão da linha passa através do disjuntor Q1 contator K1 fecha junto a o contator K3;
e chega a os contatos 1-3-5 dos contatores K1 e criando uma ligação do motor em triangulo (ver
K2. página 19).
O contator K3, tem a tarefa de ligar os contatos Essa condição persiste por um tempo pré-
do motor W2-Y2-U2, para configurar-lo em definido, em relação com as características do
modalidade «estrella»; K2 tem a tarefa de ligar motor.
os contatos do motor W2-Y2-U2, com as Esgotado esse tempo K3 abre e K2 fecha
respetivas fases em configuração «triangulo». criando uma ligação do motor em estrela.
24
Laboratório prático
Partida estrela-triângulo (Υ/Δ)
comando
Funcionamento (comando)
Alguns milissegundos antes de alcançar a fim
A tensão da linha passa através do disjuntor Q2 da contagem, o contato em troca 15-16 abre
e chega a os terminais A2 de K1-K2-K3-K6 e a desengatando o contator K3.
o terminal 95 de F1. Chegado a fim da contagem, com um atraso de
K6 è um relé temporizador, que comanda um alguns milisegundos, fecha o contato em troca
contato em troca do tipo: atrasado em 15-18 engatando o contator K2.
fechamento e adiantado em abertura. Este adiantamento e atraso de comando entre os
Quando S1 fecha, o terminais A1 de K1, K3 e contatos 15-16/15-18 è necesario para garantir
K6 são alimentados (K3 condicionado a o uma comutação segura entre K3 e K2,
intertravamento de K2 e vice-versa). impedindo assim que, possíveis rejeições
K6 começa uma contagem regressiva do tempo mecânicas dos contatos de K3 geram um curto-
programado. circuito «de linha» com o fechamento de K2.
25
Laboratório prático
Comando de prensa com seqüência de acionamento
Objetivo: Conhecer uma estratégia no comando de prensas, para evitar que o operador inutilize
uma das botoeiras de comando.
Deste circuito, não será mostrada a seção de potência, que deve ser
feita em conformidade com as necessidades do motor.
Seqüência de acionamento:
apertar e manter apertado S1, depois apertar e manter apertado S2.
Se apertado S2 ante de S1 o sistema não deve funcionar.
Se um dos dois botão não è mais apertado o sistema deve parar.
comando
Funcionamento
energizado abrendo o seu contato 21-22 e
K1 è o contator de potência. ficando selado por meio do seu contato 13-14,
Apertando S1, o contator K2 è energizato desligado assim K2 que termina na posição de
pasando para os contatos 1-2 de S2 e fica selado repouso abrendo 13-14.
para o seu contato auxiliar 43-44; K2 também K1 ainda è energizado graças a seu contato 13-
fecha o seu auxiliario 13-14 autorizando a 14, que se encontra em paralelo com o 13-14 de
energização de K1. K2 que nesse momento è aberto.
Apertando S2 o seus contatos 3-4 são fechados e Parando de apertar S1 e S2, acaba a energização
1-2 abre mas a energização de K1 e ainda de K1 e K3, iniciando assim novamente o ciclo.
autorizada porque K2 13-14 permanece Se S1 não para de ser apertado K3 fica engatado
fechado por causa do seu selo; K1 è energizado, impedindo uma nova fechadura de K2 e asim o
o seu auxiliario 13-14 fecha junto a 43-44, K3 é comenso de uma nova seqüencia.
26
Laboratório prático
Comando de prensa com duas mãos e sistema que não permite de burlar os dois botões (NR 12)
Objetivo: conhecer uma das estratégias para segurança em prensas, evitando que o operador
inutilize burlando uma das botoeiras, trabalhando somente com a outra.
Deste circuito, não será mostrada a seção de potência, que deve ser feita
em conformidade com as necessidades do motor.
Com o sistema anterior, era possível burlar o botão S1, apos a
inicialização do sistema; travando o botão o sistema podeva ser usado
com uma mão, com este novo sistema isto è impossível, porque tem
que apertar os dois botões giunto, com um atraso maximo entre um e
outro de 0,5 segundos
comando
Funcionamento
A1-K3 são fechados, o contato 15-16 de K4
K3 è o contator de potência. também é fechado e asim o contator K3 è
Embora a lógica do presente sistema é mais alimentado, fechando os contatos de potencia e
complexa do que o anterior, a realização prática também o seu auxiliario 13-14 em paralelo com
e sua operação técnica são muito mais fáceis. 15-16 de K4.
O contator K3 para ser acionado, precisa que a K4 è um temporizador ultrarápido que, apos 0,5
serie de contatos ligados em A1 seja segundo de sua primeira excitação, abre o seu
constantemente fechada. contato 15-16, independentemente de qualquer
S1 e S2, os botões de acionamento, são ligados outra condição elétrica do circuito, por isso
em seria coma A1 dos contatores K1 e K2. precisa jumperar o seu contato quando K3 e
Apertando os dois botões junto, com um atraso fechado, caso contrário falta o fechamento em
maximo de 0,5 segundos os contatos em serie de série de A1-K3 parando o motor.
27
Para mais informações acesse o nosso site www.valentinotecnica.com.br
ou envie um e-mail para valentinotecnica@hotmail.com
Esta guia é distribuída gratuitamente em formato eletrônico
© 2014 todos os direitos reservados.
Cópia proibida sem a autorização por escrito da ValentinoTécnica Ltda