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DIREITO PROCESSUAL CONTEMPORÂNEO

Prof. Luís Eduardo Simardi Fernandes (9D)

OBJETIVO DA DISCIPLINA
Enfrentar os principais aspectos do novo código de processo civil, estabelecendo um
estudo comparativo em relação ao CPC/1973 e preparando o aluno para a aplicação do
novo diploma.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• I. NORMAS FUNDAMENTAIS DO NOVO CPC
• II. NOVIDADES QUANTO ÀS REGRAS DE COMPETÊNCIA
• III. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
• IV. AS TUTELAS PROVISÓRIAS
• V. PETIÇÃO INICIAL E PEDIDO
• VI. DEFESAS DO RÉU
• VII. SANEAMENTO DO PROCESSO
• VIII. AUDIÊNCIAS
• IX. AS PROVAS
• X. CUMPRIMENTO PROVISÓRIO E DEFINITIVO DA SENTENÇA
• XI. EXECUÇÃO DO TÍTULO EXTRAJUDICIAL
• XII. RECURSOS
• XIII. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS

P1 - MARÇO – Peso: 5 → individuais, com consulta a lei seca


P2 - MAIO – Peso: 5

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BUENO, Cassio Scarpinella: Manual de D. Processual Civil – Lei 13.105/2015 – Ed
Saraiva: 2015.
FUX, Luiz: Novo Código de Processo Civil temático – Editora Mackenzie: 2015.
(CODIGO)
MEDINA, José Miguel Garcia: Direito Processual Civil Moderno – Editora RT:2015.
ROQUE, André e outros: Novo CPC Anotado e Comparado – Editora Foco: 2015.
(CÓDIGO)
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim e outros: Breves Comentários ao Novo CPC – RT: 2.015.

NORMAS FUNDAMENTAIS DO NOVO CPC

NORMAS CONSTITUCIONAIS
• Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e
as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil,
observando-se as disposições deste Código. → CPC será ordenado conforme as normas
constitucionais; realça princípios fundamentais da CF
• iniciativa da parte e impulso oficial
• Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.
MEIOS DE COMPOSIÇÃO DOS CONFLITOS
. 3 GRUPOS: as formas de solução das controvérsias dividem-se em 3 grandes grupos:
a) AUTOTUTELA: solução se dá através do uso da força por um dos interessados.
b) AUTOCOMPOSIÇÃO: a forma de composição é encontrada pelas PARTES, SEM QUE
A DEFINIÇÃO DO IMPASSE SEJA IMPOSTA POR TERCEIRO: NEGOCIAÇÃO,
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO;
c) HETEROCOMPOSIÇÃO: o resultado É DEFINIDO POR TERCEIRO, tal como ocorre
no PROCESSO JUDICIAL (JUIZ) ou na ARBITRAGEM (ÁRBITRO).

FORMAS DE AUTOCOMPOSIÇÃO
a) NEGOCIAÇÃO: quando a autocomposição é encaminhada pelas próprias partes, SEM
INTERMEDIAÇÃO DE TERCEIRO.
b) MEDIAÇÃO: quando as partes na autocomposição são auxiliadas por um
FACILITADOR TREINADO, CAPACITADO E NEUTRO, MAS QUE NÃO PROPÕE
ALTERNATIVAS (MEDIADOR), pois estas serão construídas pelas próprias partes. Ele
atua no sentido de REESTABELECER A COMUNICAÇÃO ENTRE AS PARTES,
reforçando o diálogo.
c) CONCILIAÇÃO: quando as partes são auxiliadas na autocomposição por um
TERCEIRO, QUE PARTICIPA MAIS ATIVAMENTE, INDICANDO SAÍDAS PARA
SOLUÇÃO (CONCILIADOR), mas SEM FORÇAR A REALIZAÇÃO DO ACORDO.

AUTOCOMPOSIÇÃO
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos,


responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo
desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
autocomposição.
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal,
observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização
de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior
entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em
conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por
si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO


• Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.
• consagra no CPC o que a EC 45/2004 introduziu na CF: art. 5o. “LXXVIII a todos, no
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação.” (Incluído pela EC 45, de 2004)

BOA-FÉ PROCESSUAL
• Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de
acordo com a boa-fé
• COOPERAÇÃO
• Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

IGUALDADE DE TRATAMENTO
• Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
• PRINCÍPIO DA IGUALDADE
• CF: Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição;
• IGUALDADE REAL, NÃO MERAMENTE FORMAL.

RESPEITO AO CONTRADITÓRIO
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela
seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III – à decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
CF 5o. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes
• PREVÊ AMPLA APLICAÇÃO NO PROCESSO DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DO
CONTRADITÓRIO. FIM DAS DECISÕES SURPRESA.

DIREITO INTERTEMPORAL E ALCANCE DO CPC


• Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos
em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada.
• Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e
subsidiariamente.

CONVENÇÃO DE PROCEDIMENTO
• Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.
• Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das
convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de
nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se
encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

COMPETÊNCIA

• REGRAS DE COMPETÊNCIA – objetivos: organização das tarefas e racionalização do


trabalho. Seria improdutivo fixar nas mãos de todos os juízes todas as demandas judiciais
possíveis, o que PIORARIA A QUALIDADE E RETARDARIA ainda mais os julgamentos.
• critérios: há vários critérios para fixação da competência, tais como MATÉRIA, VALOR
DA CAUSA, TERRITÓRIO, dentre outros.
• PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL:
CF 5º., XXXVII: “não haverá juízo ou tribunal de exceção”.
CF 5º, LIII: “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente”. Juiz deve ser definido segundo regras pré-fixadas.
• objetivo → impedir:
a) que o tribunal seja criado após a ocorrência do fato e
b) que seja criado para julgar um caso específico.

COMPETÊNCIA ABSOLUTA x RELATIVA


• A competência pode ser absoluta ou relativa, gerando, por conseqüência, a
incompetência absoluta e relativa.
• A COMPETÊNCIA ABSOLUTA NÃO SE PRORROGA, ENQUANTO A RELATIVA SIM, se
a incompetência não for tempestivamente alegada pela parte interessada.
Nem o trânsito em julgado sana o vício da incompetência absoluta.

INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA
• mais grave: É mais grave, podendo ser alegada em QUALQUER TEMPO E GRAU DE
JURISDIÇÃO, e por todo mundo (autor, réu, MP, 3º interessado...) devendo inclusive ser
pronunciada DE OFÍCIO. O juiz incompetente é incompetente até o fim.
• razão da maior gravidade: as regras de competência absoluta têm como fundamento
razões de ordem pública, buscando melhorar o serviço jurisdicional e racionalizar a
distribuição de trabalho. Foi instituída no interesse do Poder Judiciário (para permitir que
ele se especialize), e não das partes, por isso é de mais gravidade. Para os funcionários
poderem julgar melhor e com mais rapidez.
. Não decorar... pensar se a regra foi instituída para o Judiciário (absoluta) ou para as
partes (relativa).
• QUANDO É ABSOLUTA: em razão da MATÉRIA e a FUNCIONAL.
• QUEM PODE ARGUIR A INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA: todos os sujeitos processuais
são legitimados a argüi-la: AUTOR, RÉU, TERCEIROS INTERVENIENTES, MP E JUIZ
DE OFÍCIO.
• AÇÃO RESCISÓRIA: a sentença pode ser rescindida por AÇÃO RESCISÓRIA, nos
termos do CPC 966 II, se juiz for absolutamente incompetente.
• ONDE ALEGAR: em PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO (NCPC 337,II)
• CONSEQUÊNCIA DO RECONHECIMENTO DA INCOMPETÊNCIA (já era assim e
continua sendo no NCPC, mas como não se sana, pode peticionar depois)

• No CPC/73, OS AUTOS DEVERIAM SER REMETIDOS AO COMPETENTE, SENDO


NULOS OS ATOS DECISÓRIOS. Mudou:
• NCPC 64 §4º: decisão proferida por juiz incompetente CONSERVA SEUS EFEITOS, até
que outra seja proferida pelo juiz competente. Vale tanto para incompetência absoluta
quando para relativa. Não existe mais a incompetência automática do CPC/73.

INCOMPETÊNCIA RELATIVA
• menos grave: se não argüida HÁ A PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA para o juízo
originalmente incompetente, e DEVE SER LEVANTADA PELA PARTE, não podendo ser
declarada de ofício.
• SÚM 33 STJ: “A INCOMPETÊNCIA RELATIVA NÃO PODE SER DECLARADA DE
OFÍCIO”.
. é o interesse do particular; a parte que tem que reclamar; o juiz não pode agir de oficio e
reclamar em favor de uma das partes

EXCEÇÃO - 63, §3º: juiz pode considerar abusiva a cláusula de eleição de foro de ofício
ex. comprou armário em SP, entrega em SP, instalação em SP; loja com filiais em todo o
Brasil; o contrato estipulava cláusula de eleição de foro em Rio Branco (AC); o juiz vai
pensar que foi feito propositalmente para dificultar o direito de ação, e declara que a
cláusula é abusiva e que a competência é de outro juiz (de SP), reconhecendo de ofício.

• RAZÃO DA MENOR GRAVIDADE: as regras de competência relativa são INSTITUÍDAS


NO INTERESSE DAS PARTES, por isso são dispositivas.
• QDO É RELATIVA: fixada em razão do TERRITÓRIO ou VALOR (?).
• AUTOR E RÉU PODEM ALEGAR? SOMENTE O RÉU PODE ALEGAR afronta de regra
de competência relativa, pois AUTOR JÁ EXERCEU A OPÇÃO.
• onde alegar: PRELIMINAR DE CONTESTAÇÃO (mudou: antes era exceção de
competência)
. preliminar = é alegada antes, pq o juiz nem julga o resto do processo
. se o réu deixa de alegar incompetência relativa em preliminar, o juiz vira competente. O
vício desaparece. Na absoluta, pode ser levantado a qualquer momento, por qualquer um.

NCPC – ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA


Art. 64 A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente. (mudou: antes as decisões eram nulas)
NOVO CPC - COMPETÊNCIA CONCORRENTE
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
. diz que o BRA é competente, mas não elimina a possível competência da justiça do país
de origem
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens,
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou
residência no Brasil;
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.

COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: (ou
seja, a Justiça brasileira não aceita sentença estrangeira nesse caso)
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular
e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja
de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território nacional.
ex. 2 holandeses moravam no Brasil e comprar um terreno (bem imóvel situado no Brasil);
voltaram para a Holanda; devem ajuizar a ação no Brasil, e não na Holanda, senão a
sentença estrangeira não será homologada pelo STJ, pois a competência é exclusiva
nesse caso.

LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL
. não existe litispendência internacional:
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos
bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no
Brasil.
Assim:
HOMOLOGAÇÃO PERANTE O STJ: Obtida a homologação, o processo nacional
deverá ser extinto, sem julgamento de mérito, por existência de coisa julgada. Por
outro lado, se transitar em julgado a sentença proferida no Brasil, STJ não poderá
homologar a sentença estrangeira.
Se já foi feito o pedido de homologação no STJ, não paralisa a ação no Brasil; então, no
momento de homologar, deve analisar se já houve transito em julgado. A não ser que haja
uma liminar pedindo a suspensão do processo que corre no Brasil.

SEPARAÇÃO, CONVERSÃO EM DIVÓRCIO E ANULAÇÃO DE CASAMENTO


• CPC/73 100 I – Competência do foro da mulher. (ideia de que a mulher estava em
desvantagem)
A CF/88 instituiu que “homens e mulheres são considerados iguais”
• SEPARAÇÃO JUDICIAL: permanecia diante da CF 226 § 6º ?
• “OS DIREITOS E DEVERES REFERENTES À SOCIEDADE CONJUGAL SÃO
EXERCIDOS IGUALMENTE PELO HOMEM E PELA MULHER”.
• STJ: CPC 100 I não sofreu qualquer alteração. Presunção de que a mulher era a parte
mais fraca. (O STJ entendeu que na maior parte das vezes, nas ações de família, a
mulher era o ponto mais fraco)
O novo CPC mudou:
Art. 53. É competente o foro:
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou
dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; (ex.
cada um mudou para uma cidade diferente)
II – de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;

PREVENÇÃO
• implica na fixação da competência em um juízo, nas hipóteses que sejam competentes
mais de um juízo. (Tem que identificar qual será o juízo prevento)
• PREVENÇÃO DE CAUSAS CONEXAS: quando existem duas ou mais ações conexas,
todas devem ser reunidas perante um mesmo juízo, que as decidirá, em prol do princípio
da ECONOMIA PROCESSUAL E DA HARMONIZAÇÃO DAS DECISÕES.

JUÍZO PREVENTO?
Critérios: (antes havia 2 critérios diferentes, sem justificativa)
• CPC/73 106: entre juízes de MESMA COMPETÊNCIA TERRITORIAL, PREVENTO ERA
O QUE DESPACHOU EM PRIMEIRO LUGAR. STJ tendia a dizer que somente o
DESPACHO DE CITAÇÃO DO RÉU previne juízo. (Despacho citatório: “cite o réu”)
• CPC/73 219 caput: esse artigo se aplica quando NÃO SE ESTÁ FRENTE A JUÍZES DE
MESMA COMPETÊNCIA TERRITORIAL. PREVENTO é o JUÍZO que realizou a
PRIMEIRA CITAÇÃO.
Novo CPC mudou:
• Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde
serão decididas simultaneamente.
• Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. (Ver
qual ação foi ajuizada primeira; este será o juízo prevento; anterioridade de ingresso)
Obs: distribuição = quando tem mais de uma Vara
registro = uma única Vara
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

DA ASSISTÊNCIA
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente
interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo
para assisti-la. Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e
em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se
encontre.
. pode entrar em qualquer fase, mas quanto antes entrar, mais vai influenciar o juiz
. é um espécie de intervenção de 3º; o resultado vai beneficiá-lo ou prejudicá-lo menos;

CONCEITO E OBJETIVO DA ASSISTÊNCIA


• instituto através do qual um terceiro ingressa voluntariamente em processo alheio
pendente para atuar em favor de uma das partes, dito assistido.
• objetivo: obter decisão favorável ao assistido.
• requisitos:
1) causa pendente;
2) demonstração do interesse jurídico
. quando a relação jurídica da qual o 3º é titular puder ser atingida pelo resultado da
demanda
. ex. contrato de locação, entre A e B; C é fiador; se B for despejado, atrapalharia C;
então ele tem interesse em ajudar B a não ser despejado; não tem a ver com interesse
econômico (ele não viabiliza a assistência);
. ex. A deve $ para B e C; o credor C ajuizou ação de cobrança em face de A e B fica
sabendo; o valor ultrapassa o patrimônio de A; C quer que A não perca a ação de
cobrança para não perder seu patrimônio; C não pode ser assistente de A; o interesse é
somente econômico; a relação jurídica vai continuar a mesma, só vai faltar $ para pagar;
não tem interesse jurídico;
• momento: o pedido de assistência pode ocorrer em qualquer momento, ainda que já
proferida a sentença;
. só pode agir a partir do deferimento do ingresso pelo juiz;
• NÃO SUSPENSÃO: o pedido de assistência não suspende o andamento do processo.
PEDIDO DE INTERVENÇÃO PELO ASSISTENTE
Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente
será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. Parágrafo único. Se qualquer parte
alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente,
sem suspensão do processo.
. o próprio interessado que pede seu ingresso; tem que peticionar e justificar o interesse
jurídico; juiz abre às partes oportunidade de se manifestar em 15 dias e depois defere o
ingresso do assistente; se o juiz INDEFERIR o ingresso, cabe AGRAVO DE
INSTRUMENTO; se for deferido, a parte que não queria seu ingresso, ela pode agravar;
como não tem efeito suspensivo, o assistente começa a participar normalmente;

MODALIDADES DE ASSISTÊNCIA: (níveis de poder de atuação diferentes)


• SIMPLES (NCPC 121): assistente intervém porque os efeitos da decisão desfavorável
atingem diretamente a relação jurídica que existe entre ele e o assistido. NÃO HÁ
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE O ASSISTENTE E O ADVERSÁRIO DO ASSISTIDO. O
objeto da demanda não é a relação dele; o resultado da disputa vai atingir seu interesse;
• LITISCONSORCIAL (NCPC 124): assistente intervém porque DESFRUTA, COM O
ADVERSÁRIO DO ASSISTIDO, A MESMA RELAÇÃO JURÍDICA MATERIAL A QUE SE
REFERE A DEMANDA. O objeto da demanda é a relação dele;
. ex. A e B possuem imóvel; C invadiu o imóvel (esbulho possessório); A entra com ação
de reintegração de posse; não precisa de B estar junto, necessariamente; CC diz que
qualquer possuidor sozinho pode defender a posse de todos; B fica sabendo e ingressa
como assistente de A; B é assistente litisconsorcial; também é titular da mesma relação
jurídica; defende interesse próprio; não é LITISCONSORTE porque não entrou na ação
junto com A;
• IMPORTÂNCIA DA IDENTIFICAÇÃO: variação nos poderes do assistente.
• NCPC Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre
que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
. Ele poderia ter sido parte na ação desde o começo? Tinha legitimidade? Se SIM = é
titular da relação em discussão = assistente litisconsorte; se NÃO = é assistente simples;
o grau de atuação é diferente;
. ex. assistido não quer produzir provas: se for assistente simples, não pode ir contra essa
vontade/insistir; se for assistente litisconsorcial, pode produzir provas/tem ampla
liberdade, mesmo contra a vontade do assistido;

DENUNCIAÇÃO DA LIDE
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao
denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva,
o prejuízo de quem for vencido no processo.
§ 1o O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
§ 2o Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra
seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo,
não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que
eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE
• O QUE É?: meio pelo qual AUTOR OU RÉU podem TRAZER TERCEIRO ao feito, para
EXERCÍCIO de EVENTUAIS DIREITOS DE REGRESSO a que possam fazer jus.
• PEDIDO DE TUTELA: é um pedido de tutela apresentado pelo AUTOR ou RÉU em face
de TERCEIRO, que por disposição LEGAL ou CONTRATUAL, tenha responsabilidade por
suportar eventuais prejuízos sofridos com a demanda.
. ex. contrato de seguro; A foi vitima de acidente provocado por B; A ajuiza ação
indenizatória contra B; B contesta; na contestação, faz também a denunciação da lide em
face de sua seguradora; “que minha seguradora seja citada, para caso eu venha a ser
condenado a pagar algo ao autor, que a seguradora seja condenada a me ressarcir pelo
prejuízo sofrido”;
. B poderia pagar e depois ajuizar uma outra ação contra a seguradora → NCPC diz que
não é obrigatória a denunciação da lide
. tanto autor quando réu, podem fazer a denunciação; embora seja mais comum ser feita
pelo réu
• NOVA LIDE: inclui-se NOVA LIDE NO PROCESSO, que envolve DENUNCIANTE E
DENUNCIADO.
• 2 PEDIDOS: com a denunciação, o mesmo processo apresentará DOIS PEDIDOS
DIVERSOS DE TUTELA JURISDICIONAL. PEDIDO PRINCIPAL, formulado pelo AUTOR
em face do RÉU, e PEDIDO SECUNDÁRIO, do DENUNCIANTE em face do
DENUNCIADO.

OBRIGAÇÃO OU FACULDADE
• O CPC/73 70: diz que a DENUNCIAÇÃO DA LIDE é OBRIGATÓRIA nas hipóteses que
aponta.
• porém, a doutrina e jurisprudência entendem, majoritariamente, que a denunciação
SOMENTE É OBRIGATÓRIA na hipótese de EVICÇÃO → NÃO OBRIGATORIEDADE
• RAZÃO DO ENTENDIMENTO: funda-se no CC 456, segundo o qual PERDE O DIREITO
DE REGRESSO o adquirente que não realizar a notificação do alienante, quando assim
determinarem as leis do processo.
• - DEMAIS CASOS: NÃO OBRIGATÓRIOS por FALTA DE LEI MATERIAL no mesmo
sentido.
. toda essa discussão acabou; o NCPC não fala mais em obrigatoriedade! Ela é
admissível!
• NCPC: fala em faculdade, admitindo que em caso de não admissão ou não
promoção da denunciação, o direito regressivo seja objeto de ação autônoma.

DENUNCIAÇÃO SUCESSIVA
• DENUNCIAÇÃO PELO DENUNCIADO: NCPC ADMITE UMA.
• MOMENTO PARA A DENUNCIAÇÃO
• PELO AUTOR: NA PETIÇÃO INICIAL
• PELO RÉU: NA CONSTESTAÇÃO.
• NCPC: ADMITE POSSIBILIDADE DE EXECUÇÃO DIRETA DO DENUNCIADO PELO
ADVERSÁRIO DO DENUNCIANTE
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso,
requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da
condenação ($150 mil) deste na ação regressiva.
. para evitar injustiças na falta de indenização; ex. A (Monza) bate em B (Ferrari); A chama
a seguradora C na denunciação e o juiz entende devida a indenização; A tem que
indenizar B em $500 mil e B tem direito de regresso quando a C no valor de $150 mil; B
pode pedir denunciação sucessiva de C até o valor de $150 mil, e o resto só pode cobrar
de A;
. somente UMA denunciação sucessiva → C para D (1ª denunciação sucessiva); D para E
não pode (seria a 2ª sucessiva); se não limitar o processo não anda;

DO CHAMAMENTO AO PROCESSO
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: (exclusivamente)
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.

• OBJETIVO: INTERVENÇÃO DE TERCEIROS através do qual Réu faz com que


CODEVEDORES passem a INTEGRAR O PÓLO PASSIVO da demanda.
• TÍTULO EXECUTIVO: com isso, forma-se um TÍTULO EXECUTIVO em face de TODOS
OS DEVEDORES. Assim, pode exercer o direito de sub-rogação.
• SUB-ROGAÇÃO: esse título, formado em face de todos os devedores, serve para FINS
DE SUB-ROGAÇÃO em benefício do DEVEDOR QUE PAGAR ao credor comum. Senão
teria que ajuizar uma ação contra os outros. Aquele que estiver sozinho, pode incluir os
outros no título executivo para estabelecer a responsabilidade de todos.
• MOMENTO DO REQUERIMENTO: exclusivamente pelo RÉU na CONTESTAÇÃO.

DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA


Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a
pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. (não se
inicia de ofício, cabe ao interessado provocar a instauração do incidente)
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei. (para avaliar se cabe ou não, tem que observar a lei material, e não o
CPC, que só disciplina o procedimento)
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da
personalidade jurídica.

• NCPC: REGULA E GARANTE O CONTRADITÓRIO NA DESCONSIDERAÇÃO.


. o contraditório é muito importante no NCPC; o legislador percebeu que muitas vezes o
contraditório não era respeitado; um dos reflexos é a criação do incidente de
desconsideração de personalidade jurídica; antes, a desconsideração era requerida e
deferida, determinando constrição patrimonial, e só depois o sócio ficava sabendo do
processo.
. OBEJTIVO é garantir o contraditório prévio do sócio, e só depois de todo o contraditório,
o juiz analisa se desconsidera ou não. Antes o juiz não ouvia o sócio; agora ele tem que
ser citado e observado o contraditório.
. Onde encontra as hipóteses? Art.50, CC é um dos fundamentos mais relevantes; art. 28,
CDC, é mais aberto, permite com mais facilidade a desconsideração, pode ser usado se
for uma relação de consumo.
• FUNDAMENTO: o pedido de DESCONSIDERAÇÃO deve ser fundado nas regras do
DIREITO MATERIAL. CÓDIGO CIVIL: art. 50; CDC 28 e ART. 5o., LEI 9605/98 (Lei de
crimes ambientais).
Desconsideração “normal” → desconsidera a pessoa jurídica e vai atrás do patrimônio do
sócio

• DESCONSIDERAÇÃO INVERSA: NCPC reconhece expressamente a


DESCONSIDERAÇÃO INVERSA, permitindo que por força de dívida da PESSOA FÍSICA
DO RÉU seja alcançado PATRIMÔNIO DA PESSOA JURÍDICA de que o devedor faça
parte.
• procedimento de acordo com o respeito ao contraditório exigido pelo NCPC.

Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.

Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de


conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo
extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as
anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade
jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa
jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais
específicos para desconsideração da personalidade jurídica. (apresenta o pedido, o juiz
faz análise do incidente, antes de instaurá-lo)

. MOMENTO: desconsideração pode ser requerida em TODAS AS FASES do processo,


tanto na fase de CONHECIMENTO, quanto no CUMPRIMENTO, cabendo também na
EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL.
• DESCONSIDERAÇÃO REQUERIDA DA INICIAL: dispensa a formação do incidente,
pois o SÓCIO será citado para DEFENDER-SE. Não precisa aguardar uma
desconsideração culpada, pode pedir quanto aos 2 ao mesmo tempo → pessoa física e
pessoa jurídica no polo passivo litisconsorte passivo entre pessoa física e jurídica
• SUSPENSÃO DO PROCESSO: a INSTAURAÇÃO DO INCIDENTE implicará na
suspensão do processo, salvo pedido na inicial (§ 2º)

Art. 135 Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-
se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

• CITAÇÃO: o SÓCIO será CITADO, e não meramente INTIMADO, atribuindo-se 15 dias


para DEFESA. CITAÇÃO: sócio adquire CONDIÇÃO DE PARTE, com direito ao PLENO
CONTRADITÓRIO.
• DEFESA E PROVAS: além de apresentar DEFESAS, o requerido terá também a
possibilidade de requerer provas. (todas que forem pertinentes)
• DECISÃO: só depois de o contraditório ser observado que o juiz poderá decidir o
incidente.
. no CPC/73 o sócio era pego de surpresa e era mais fácil conseguir pegar o patrimônio;
tem mais tempo para tentar “sumir” com o patrimônio; por isso, pode ser necessário um
pedido de liminar junto com o pedido de desconsideração para bloquear os bens;
dependendo do bem, o pedido cautelar tem mais importância ainda;
Obs.: quando o juiz recebe o pedido e vê que é plausível, ele instaura o incidente e
manda para o distribuidor

DO AMICUS CURIAE
. NCPC não criou, mas ampliou as hipóteses em que essa figura pode acontecer, desde
que presentes determinadas circunstâncias:
Art. 138 O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do
tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão
irrecorrível (intimado pelo juiz), de ofício ou a requerimento das partes ou de quem
pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica,
órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15
(quinze) dias de sua intimação.
. precisa justificar intervenção: matéria relevante, tema específico ou repercussão social
. pode se dar por atuação do juiz (intimado) ou por pedido de terceiro (espontaneamente)
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem
autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e
a hipótese do § 3o.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir
os poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.
. pode aparecer em qualquer processo, desde o 1o grau; não houve criação, mas
generalização do instituto, como hipótese de intervenção de 3º;
. AMICUS CURIAE: terceiro admitido no processo para fornecer subsídios à solução da
causa.
• pressupostos: MATÉRIA RELEVANTE, ESPECIFICIDADE DO TEMA ou
REPERCUSSÃO SOCIAL DA CONTROVÉRSIA.
• AMICUS CURIAE: pode ser PESSOA NATURAL ou JURÍDICA, que deverá demonstrar a
RAZÃO DA SUA INTERVENÇÃO, e que seu INTERESSE INSTITUCIONAL relaciona-se
com o tema do processo.
• PODERES DO AMICUS CURIAE: definidos pelo JUIZ ou RELATOR, na decisão que
SOLICITAR ou REQUERER a intervenção.
• RECURSO: AMICUS CURIAE não pode RECORRER, salvo EMBARGAR DE
DECLARAÇÃO (se a decisão tem um vício ela tem que ser afastada, pois não está
completa) ou RECORRER da decisão que JULGAR IRDR. (§3º) → qualquer uma das
partes ou dos juízes pode pedir o IRDR; o TJ vai julgar e fixar um precedente que é
obrigatório para os demais processos;

SUBSTITUIÇÃO DO POLO PASSIVO


Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável
pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da
petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os
honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento
do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º.
IMPORTANTE → Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de
arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da
falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 dias, à alteração da
petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art.
338.
§ 2º No prazo de 15 dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
TUTELA PROVISÓRIA
Tema importante não só por sua relevância natural, mas também porque foi objeto de
muita mudança no novo CPC.

JUSTIFICATIVA PARA A TUTELA PROVISÓRIA


O que justifica a tutela provisória? Quando o Estado toma para si a jurisdição, proibindo,
como regra, a autotutela, ele tem o poder-dever de resolver os problemas que lhe são
colocados. E, muitas vezes, não se pode aguardar o trânsito em julgado da sentença,
sendo necessário se deferir uma tutela provisória. O princípio constitucional da
inafastabilidade da tutela jurisdicional garante um direito formal de petição, bem como
tutelas efetivas, em tempo razoável, que evitem o perecimento do Direito, sendo
necessária a concessão de tutelas provisórias.
Houve uma mudança de estrutura significativa do CPC/1973 para o CPC/2015: 273 e 461
para antecipação de tutela e, em outros dispositivos, tutela cautelar. No CPC, dentro do
título tutela provisória, foram incluídos os dispositivos da tutela cautelar e o da tutela
antecipada, havendo uma reorganização da disciplina do tema. A tutela antecipada ou
tutela satisfativa pode ser de urgência (quando existe o risco ao perecimento do direito)
ou de evidência (situação em que não existe risco, mas em que o direito do autor é
evidente), embora esta já existisse no código de 1973. No novo CPC, cria-se a figura da
tutela antecipada antecedente (situação de muita urgência, pedir uma tutela antecipada,
antes de oferecer a petição inicial acabada ou de forma completa), sem previsão no CPC/
1973. Nesse caso, a petição inicial visa apenas requerer a tutela antecipada antecedente,
e depois da apreciação do pedido pelo juiz, o requerente apresentará a petição inicial será
complementada, sendo que esse aditamento poderá ser amplo, não havendo limitação a
respeito. No CPC/1973, a tutela podia ser preparatória ou incidental.

TUTELA CAUTELAR
É a primeira espécie. A previsão de antecipação de tutela surgiu em 1994, nos artigos 273
e 461. Antes, não havia tutela cautelar satisfativa, que foi construída pelos advogados e
posteriormente acatada pela jurisprudência para suprir uma lacuna existente no CPC/
1973. A tutela cautelar visa deferir uma medida que conserve/preserve o direito objeto do
pedido principal do requerente. Exemplo: credor descobre que devedor está transferindo
seu patrimônio e requer o bloqueio (arresto) dos bens do devedor. A cautelar dá uma
medida que não satisfaz, mas preserva o direito. Para obter a medida, deve-se
demonstrar a fumaça do bom direito e o perigo de demora. O pedido de cautelar
preparatória deve indicar na petição inicial qual será o pedido principal, porque, como já
se apontou, a cautelar tem a função de preservar o direito objeto do pedido principal do
autor, nos termos 305, "caput", do novo CPC. Afinal, o juiz só poderá avaliar a adequação
do pedido de cautelar preparatória, se ele souber qual será o pedido principal. Pelo
parágrafo único do art. 305, do CPC, se o pedido for de natureza cautelar antecedente, e
o juiz entender que o pedido tem natureza antecipada e não cautelar, o magistrado deverá
apenas respeitar a natureza própria da antecipada, disposta no art. 303, o que consagra o
princípio da fungibilidade das formas processuais. Isso é para evitar o indeferimento em
razão da natureza jurídica da tutela antecipada (inadequação do meio). Algumas siuações
não são claras. Por exemplo, separação de corpor pode ser interpretada como cautelar,
por uns, e como antecipada, por outros. É para situações como essas que surgiu o
princípio da fungibilidade.

CONCESSÃO DA LIMINAR - Pode ser deferida em três momentos:


. Antes da oitiva do réu
. Antes da oitiva, mas após justificação prévia, que dá elementos ao juiz para que decida
se defere ou não a liminar
. Após a oitiva, mas antes da sentença (quando não for caso de extrema urgência, com
possibilidade de se garantir o contraditório)
Sempre que se executa uma medida não definitiva (provisória), assume-se o risco de
indenizar a parte contrária do prejuízo que lhe foi causado, caso a decisão seja revogada;
daí a previsão de caução, nos termos do artigo 300, § 1o, do CPC/2015. Isso não significa
que a fixação de caução seja pré-requisito para a concessão de liminar. A caução é a
garantia de eventual ressarcimento a que faça jus o executado.

EFICÁCIA DA MEDIDA CAUTELAR (art. 309)


Há três hipóteses em que a cautelar perde a eficácia:
. Se, conseguida a medida cautelar preparatória, em 30 dias, não for feito o pedido
principal. Isso ocorre porque não é justo que o réu sofra o prejuízo indefinito no tempo,
por força de uma decisão que não é provisória. No novo CPC, não há necessidade de
ajuizamento de outra ação, peticionando-se o pedido principal nos mesmos autos do
pedido cautelar, nos termos art.308, CPC.
. Se não houver efetivação da medida em 30 dias (se concedida, mas não for efetivada
em 30 dias)
. Se a decisão do pedido principal for desfavorável ao autor (hipótese lógica); ou seja,
quando a sentença for desfavorável ao autor, a cautelar perderá sua eficácia

DISCIPLINA DAS CAUTELARES (art. 301)


Sistema típico - Todas as cautelares estão disciplinadas; ou seja, expressamente
previstas e disciplinadas (arresto, sequestro, arrolamento de bens, produção antecipada
de provas etc.).
Sistema atípico - Sistema que não tipifica nenhuma, ficando tudo nas mãos do juiz, que
tem grande liberdade de atuação (este é o sistema do novo CPC, conforme disposto no
art. 301, do CPC/2015). O legislador fez menção a medidas consagradas no código
revogado, mas não as disciplinou, a exemplo do arresto, sequestro, arrolamento de bens,
registro de protesto contra alienação de bem. Por isso, para se entender a disciplina
dessas medidas, deve-se recorrer ao código revogado.
Sistema misto - Sistema que prevê a existência de cautelares tipificadas e no qual, além
disso, o juiz pode conceder outras medidas não expressamente previstas que julgar
adequadas.

ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Muitas vezes a cautelar não serve para impedir o perecimento do direito, sendo
necessário a entrega do próprio direito (tutela satisfativa).

DIFERENÇAS ENTRE TUTELAS CAUTELAR E ANTECIPADA


Cautelar visa conservar, pois não atribui o bem da vida, mas garantir a utilidade prática da
ação principal. Aqui, o pedido cautelar é diferente do pedido principal. Logo, o pedido
cautelar não coincide com o pedido principal.
Antecipada visa satisfazer. Só pode ser antecipado o objeto do pedido principal.

SEMELHANÇAS ENTRE TUTELAS CAUTELAR E ANTECIPADA


. são técnicas de cognição sumária, próprias de juízo de probabilidade (não cognição
profunda)
. ambas caracterizam-se pela provisoriedade.
. ambas têm fundamento constitucional: princípio da inafastabilidade da tutela
jurisdicional, para garantir a todos o acesso ao Judiciário.

TUTELA PROVISÓRIA
• JUSTIFICATIVA PARA A TUTELA PROVISÓRIA:
• PROIBIÇÃO DE AUTOTUTELA: a possibilidade de concessão das chamadas
medidas urgentes está ligada à proibição da justiça por mãos próprias.
• PACIFICAÇÃO SOCIAL: Não basta proibir o exercício da autodefesa, é necessário
que o Estado preste tutela ADEQUADA, ÚTIL E EFICAZ.
• PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA TUTELA: A CF, no art. 5º. XXXV consagra o
princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, garantindo a todos acesso ao
judiciário. Não basta garantir o acesso ao Judiciário, é necessário que o Estado
garanta TUTELA EFETIVA, EFICAZ, sob pena de verdadeira DENEGAÇÃO DA
JUSTIÇA.
• PARTE GERAL - ARTS. 294/311: SUBSTITUI CPC 273 e LIVRO III DO CPC/73 (Do
processo cautelar).
• TUTELA PROVISÓRIA: TUTELAS CAUTELARES E TUTELAS SATISFATIVAS
TRATADAS CONJUNTAMENTE, APROXIMANDO AINDA MAIS AS MEDIDAS.
• MOMENTO: ANTECEDENTE OU INCIDENTAL, TANTO A CAUTELAR QUANTO A
ANTECIPADA.
• TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE: NOVIDADE DO CPC/15, SEM PREVISÃO
NO CPC/73

• PRIMEIRA ESPÉCIE: a tutela cautelar foi a PRIMEIRA ESPÉCIE DE TUTELA DE


URGÊNCIA CONSAGRADA PELO LEGISLADOR de maneira genérica e abrangente.
• OBJETIVO: assegurar UTILIDADE e a EFETIVIDADE do pedido principal.
• FUMUS E PERICULUM: a parte deve demonstrar a probabilidade do direito (fumus boni
iuris) e o risco de perecimento (periculum in mora).
• INDICAÇÃO DO PEDIDO PRINCIPAL: se for preparatória.
• REQUERIMENTO DE LIMINAR: se for o caso.

• NCPC Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em
caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que
se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
• Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.

• - MOMENTO:
• - ANTES DA OITIVA DO RÉU
• - ANTES DA OITIVA, MAS APÓS JUSTIFICAÇÃO PRÉVIA
• - APÓS A OITIVA (ANTES DA SENTENÇA).
• - RAZÃO: garantir ressarcimento de futuros danos causados pela liminar, na
hipótese de ser revogada a liminar.
• - NCPC 300 §1º. MANTÉM POSSIBILIDADE DE O JUIZ EXIGIR CAUÇÃO
• Cessa a eficácia da medida (CPC 309):
• 1) DESRESPEITO AO PRAZO DE 30 DIAS PARA O PEDIDO PRINCIPAL
• Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos
em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de
novas custas processuais.
• § 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela
cautelar.
• § 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido
principal.
• 2) NÃO EFETIVAÇÃO EM 30 DIAS: se concedida, não for efetivada em 30 dias,
também perde a sua eficácia.
• 3) DECISÃO DO PEDIDO PRINCIPAL DESFAVORÁVEL AO AUTOR: quando a
sentença for desfavorável ao autor, a cautelar pede a eficácia.

• LEGISLADOR TEM 3 OPÇÕES:


• 1º) SISTEMA TÍPICO: ações e medidas cautelares arroladas e disciplinadas
exaustivamente no ordenamento, em numerus clausus. Não se dá liberdade de
atuação ao juiz.
• 2º) SISTEMA ATÍPICO: não há nenhuma medida arrolada. Tudo fica nas mãos do
juiz, que tem grande liberdade de atuação.
• 3º) SISTEMA MISTO: algumas medidas são arroladas, com previsão dos seus
requisitos, mas é dado ao juiz liberdade para deferir medidas não expressamente
previstas (poder geral de cautela).
• NCPC – CAUTELARES NOMINADAS
• - PROCEDIMENTOS REALOCADOS: alguns PROCEDIMENTOS CAUTELARES
ESPECÍFICOS foram mantidos e aprimorados, mas REALOCADOS.
• - PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS: REGULADA JUNTO ÀS REGRAS
QUANTO À PRODUÇÃO DE PROVAS

• ARRESTO E SEQUESTRO: NCPC 301: FAZ APENAS MENÇÃO A ELES, MAS


SEM ATRIBUIR-LHES QUALQUER PROCEDIMENTO ESPECÍFICO.
• Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de
bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

- CPC 273 E 461: introduzidos pela Lei 8.952/94, ROMPERAM O PARADIGMA LIBERAL
DO PROCESSO. Esses dispositivos legais generalizaram a possibilidade de concessão
de tutelas antecipadas.
- SATISFAÇÃO: a antecipação de tutela permite que o favorecido obtenha os MESMOS
BENEFÍCIOS que só obteria com a prolação da SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. FIM
DO USO ANÔMALO DO PODER GERAL DE CAUTELA

DIFERENÇAS ENTRE TUTELAS CAUTELAR E ANTECIPADA


- CONSERVAÇÃO X SATISFATIVIDADE: a tutela cautelar tem escopo de
CONSERVAÇÃO, pois NÃO ATRIBUI O BEM DA VIDA, mas visa garantir a utilidade
prática da ação principal. Já na ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, percebe-se o OBJETIVO
DE SATISFAÇÃO, pois o titular do direito material recebe aquilo que ele receberia se o
direito material fosse atendido.

- COINCIDÊNCIA DE EFEITOS ENTRE TUTELA ANTECIPADA E DECISÃO FINAL X


NÃO COINCIDÊNCIA NA CAUTELA
- COGNIÇÃO SUMÁRIA: ambas são TÉCNICAS DE COGNIÇÃO SUMÁRIA, próprias de
JUÍZO DE PROBABILIDADE.
- PROVISORIEDADE: justamente porque a decisão é proferida com base em cognição
sumária, ela É SEMPRE PROVISÓRIA, não possuindo autoridade para formação de
coisa julgada material.
- AMBAS TEM FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL: princípio da INAFASTABILIDADE DA
TUTELA JURISDICIONAL – ART.5º. XXXV CF. FINALIDADE DE AMBAS: garantir o
pleno exercício do direito de ação, visto como ACESSO À ORDEM JURÍDICA JUSTA.

- NCPC 300 CAPUT – TUTELA DE URGÊNCIA: REQUISITOS: PROBABILIDADE DO


DIREITO E PERIGO DE DANO OU RISCO AO RESULTADO ÚTIL DO PROCESSO.
(VALE PARA CAUTELAR OU SATISFATIVA).
- NCPC 311 – REQUISITOS DA TUTELA DE EVIDÊNCIA: INDEPENDE DO PERIGO DE
DANO OU RISCO AO RESULTADO DO PROCESSO.
- NCPC MANTÉM A VEDAÇÃO DO CPC/73 273 §2º. INTERPRETAÇÃO DEVA SER A
MESMA.
- 300 § 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
- PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE: ao analisar essa vedação legal, juiz deve
aplicar o princípio da proporcionalidade, SOPESANDO OS VALORES ENVOLVIDOS,
até porque a NÃO CONCESSÃO pode causar DANOS IRREVERSÍVEIS AO AUTOR.

REVOGAÇÃO/MODIFICAÇÃO
NCPC 296 – AUTORIZA SEJA REVOGADA OU MODIFICADA A QUALQUER TEMPO.
REQUISITO: REVOGAÇÃO ou MODIFICAÇÃO pressupõe a vinda aos autos de
ELEMENTOS NOVOS, que justifiquem a alteração da CONVICÇÃO DO JUIZ.

NOVO CPC: RECURSO DA DECISÃO SOBRE TUTELA PROVISÓRIA


• HOJE CABE AGRAVO DE INSTRUMENTO.
• NCPC: LIMITAÇÃO RECURSAL: NCPC ACABA COM O AGRAVO RETIDO E
RELACIONA AS HIPÓTESES DE CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO.
• RECORRIBILIDADE: 1015 I DEIXA CLARO QUE A DECISÃO QUE APRECIA
PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA COMPORTA AGRAVO DE INSTRUMENTO.
• SE DEFERIDA NA SENTENÇA: APELAÇÃO.

Novidade do NCPC
Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do
pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. -> cria a antecipação da tutela
antecedente; P.I. não está completa/acabada, mas é apresentada, avisando o juiz; e, após
o deferimento, vai aprimorar/completar a P.I. dentro de 15 dias
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze)
dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo
será extinto sem resolução do mérito.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto
no caput deste artigo.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão
jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de
ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

ESTABILIZAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA -> posições muito diferentes/este artigo


não foi muito bem feito
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da
decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso. -> cria a estabilização da
tutela antecipada antecedente
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste
artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o
processo, nos termos do § 1º.

AGRAVO DE INSTRUMENTO: da decisão que conceder a antecipação de tutela cabe


AGRAVO DE INSTRUMENTO. Se NÃO AGRAVAR, fica ESTABILIZADA A TUTELA, com
EXTINÇÃO DO PROCESSO.
DEMANDA PARA REVER, MODIFICAR OU INVALIDAR A TUTELA: qualquer das partes
pode ajuizá-la, no prazo de até 2 anos da ciência da decisão de extinção.

NCPC – PREVÊ EXPRESSAMENTE A TUTELA DE EVIDÊNCIA


Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório
da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;IV – a petição inicial for instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha
prova capaz de gerar dúvida razoável
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
28-03-2017 [aula depois P1] -> Sandra
REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Para obter a tutela de urgência é preciso demonstrar a probabilidade do direito
(fumus boni iuris) e o risco de dano (periculum in mora). Os requisitos são os
mesmos para tutela cautelar ou satisfativa.
Tutela de evidência (art. 311) - Independe de urgência, mas depende da evidência
do direito do autor. O novo CPC ampliou as hipóteses da tutela de evidência a qual
já existia no Código anterior, quando era concedida na hipótese de pedido
incontroverso.
RISCO DE IRREVERSIBILIDADE
Art. 300, § 3o - Dispõe que, se houver risco de irreversibilidade dos efeitos da
decisão, a tutela não deverá ser deferida. Embora, aqui, tenha-se uma vedação,
ela não pode ser vista como impedimento intransponível, pois o juiz deve pesar os
valores envolvidos para, eventualmente, privilegiar algo mais valioso em
detrimento dessa vedação. Essa vedação deve ser interpretada frente ao princípio
da proporcionalidade; o que se exige é que o juiz tome mais cuidado. Exemplo:
Paciente necessita de transplante de coração com urgência.
REVOGAÇÃO/MODIFICAÇÃO
Art. 296 - Autoriza seja a tutela provisória revogada ou modificada a qualquer
tempo, porque é fruto de uma cognição sumária/superficial e não de uma cognição
profunda, mas desde que venham ao processo novas provas e não ao sabor da
vontade do juiz.
RECURSO DA DECISÃO SOBRE TUTELA PROVISÓRIA
Hoje, cabe agravo de instrumento. No novo CPC, deve-se verificar se a hipótese
está relacionada no art. 1.015, caso em que caberá agravo de instrumento, do
contrário, dever-se-á recorrer da decisão interlocutória em preliminar de
contestação de apelação, não ocorrendo preclusão nesse caso. Essa é uma
importante novidade trazida pelo novo CPC em sede de recurso.
A decisão de tutela provisória também é agravável, ou seja, é cabível agravo de
instrumento da decisão que defere ou indefere tutela provisória, por expressa
previsão do art. 1.015, inciso I.
Se deferida a tutela provisória na sentença, caberá apenas apelação, e, dessa
parte que antecipa a tutela, a apelação deverá ser recebida SEM efeito
suspensivo.
NOVIDADE DO NOVO CPC
Art. 303 - Cria a antecipação de tutela antecedente. O advogado apresenta a
petição inicial que ainda não está pronta, avisando o juiz sobre esse fato, e requer
a antecipação de tutela, para, posteriormente, apresentar a complementação da
petição inicial (aditamento) com argumentação, juntada de documentos, pedido
completo, no prazo de 15 dias, sob pena de extinção do processo sem resolução
do mérito.
Art. 304 - Artigo mais infeliz do novo CPC. Decorre do dispositivo anterior. Cria a
estabilização da tutela antecipada, se o réu não recorrer dessa decisão; daí porque
está sendo muito criticado porque impõe à parte contrária recorrer da decisão que
defere a tutela, mesmo que não queira requerer, o que vai de encontro à
celeridade do processo. Mas, no prazo de dois anos, permanecerá o direito de
rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada. Nesse caso, não se trata de Ação
Rescisão (cabimento apenas nas hipóteses do art. 966), embora o prazo seja o
mesmo do da Ação Rescisória, porque, aqui, não se trata de coisa julgada.
Art. 311 - Prevê expressamente a tutela de evidência (inciso IV). Por força de prova
documental robusta e que não é desmerecida pelo réu em contestação, o autor vai
usufruindo do direito até a prolação da sentença.
"Art. 311, inciso IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente
dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.
Parágrafo único - Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
imediatamente."

04-04-2017 PETIÇÃO INICIAL, PEDIDO E DEFESA - REQUISITOS DA P.I.


Art. 319 - É quase uma reprodução do artigo do CPC/1973, a principal diferença é
o inciso VII, segundo o qual é na PI que o autor tem de indicar se deseja ou não a
audiência de conciliação ou mediação. Não se realiza quando ambas as partes
alegarem que não desejam a audiência ou quando o direito for indisponível, não
admitindo transação. O réu deve peticionar antes da audiência falando se deseja
ou não, e não falar na contestação.
A PI deve vir acompanhada dos documentos imprescindíveis à propositura da
demanda. Não existe um rol de documentos indispensáveis. Na ação de despejo, o
documento indispensável é o contrato de locação etc. É no caso concreto que se
avalia quais são os documentos indispensáveis. Além desses, deve acompanhar a
petição inicial todos os documentos que o autor tenha disponibilidade de uso. Em
regra, as provas são produzidas na fase instrutória, menos na prova documental
que deve ser feita na fase instrutória do processo. A rigor só é admissível a juntada
de outros documentos se forem documentos novos ou se forem documentos para
provar fatos supervenientes ou para como contraprova do alegado pela outra
parte. Por isso, o juiz poderá indeferir a juntada de documentos nas fases
posteriores. Se isso ocorrer, será caso de recorrer em preliminar de Apelação e
não mais em agravo de instrumento.
O pedido de vê ser certo (art. 322) E determinado (art. 324). Pedido certo é o que
descreve com exatidão a extensão, quantidade e qualidade do que se pede.
Pedido determinado é o que específica de forma precisa o bem da vida. Toda vez
que o autor tiver condições de fazer um pedido certo e determinado deverá fazê-lo.
PEDIDO GENÉRICO (art. 324, § 1o)
Quando não for possível identificar o valor que é devido, é possível fazer pedido
genérico.
Nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens
demandados.
Quando não for possível determinar, de modo definitivo, as consequências do fato
ou do ato ilícito.
Quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu. Exemplo: ação de exibição de contas (quem administra o
patrimônio de uma pessoa tem o dever de prestar contas). De acordo com as
contas que forem apresentadas, será apurado ou não eventual crédito favorável ao
que tem o patrimônio administrado.
O que vale para o autor também vale para o juiz. O juiz, sempre que possível, deve
identificar na sentença o montante devido, ainda que o pedido tenha sido genérico
(art. 491, caput). As exceções previstas no art. 491, incisos I e II.
PEDIDOS IMPLÍCITOS (exceção)
Via de regra, o autor deve pedir expressamente os objetos de seus pedidos e
requerimentos. Os pedidos implícitos do CPC/1973 são os mesmos do CPC/2015.
Pedido implícito é aquele que não foi feito pelo autor, mas o juiz deve considerar
como se esse pedido tivesse sido formulado pelo autor. Por ser uma situação
excepcional, ela depende de previsão legal. Quais são os pedidos implícitos? São
os dispostos no art. 322, § 1o e § 2o: juros legais, correção monetária, verbas de
sucumbência, incluindo honorários advocatícios (§ 1o). O § 2o assim dispõe: "A
interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o
princípio da boa-fé." Essa regra do § 2o gera uma certa controvérsia: há uma
corrente que entende que o juiz deve analisar a PI como um todo para verificar,
para identificar os pedidos do autor, incluindo os implícitos. As hipóteses de pedido
implícito existem para proteger possíveis "cochilos" do advogado, mas o ideal é
fazer o pedido explicitamente e o mais completo possível.
Distribuída uma PI, avaliar-se-á se ela preenche os requisitos mínimos para a
prestação jurisdicional. Há três tipos de juízo de admissibilidades: juízo negativo de
admissibilidade; juízo positivo de admissibilidade; juízo de admissibilidade neutro
(o que não é nem negativo, nem positivo). Se, uma vez intimado, o autor não
corrigir, o juiz indeferirá a PI (cf. Art. 321, parágrafo único). Única diferença desse
dispositivo em relação ao CPC/1973: "(...) indicando com precisão o que deve ser
corrigido ou completado." Sobre a emenda da inicial: o juiz deve indicar
PRECISAMENTE o que precisa ser emendado, pois o autor não precisará
adivinhar o que está a cabeça do juiz.
CITAÇÃO
Feito o juízo de admissibilidade positivo, o juiz determinará a citação do réu. Como
regra, no procedimento comun do novo CPC, o réu deve ser citado, não para
contestar, mas sim para comparecer à audiência inicial da conciliação ou
mediação. Se feito acordo, é homologado; se não for feito acordo, é a partir daí
que se contam os 15 dias úteis para apresentação da defesa. Vantagens: o réu
não perde tempo preparando uma defesa inutilmente; permite uma primeira
tentativa de acordo enquanto ainda não houve aumento da litigiosidade.
CITAÇÃO PELO CORREIO
A forma natural do novo CPC é pelo correio, como já era no CPC/1973. Para que
seja válida a citação pelo correio, quem tem de assinar o AR? Quando se faz a
citação de pessoa jurídica, a assinatura do AR por "pessoa com poderes de
gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário responsável pelo
recebimentos de correspondências" (§ 2o). Quando se faz a citação de pessoa
física, "Nos condomínios editalícios ou nos loteamentos com controle de acesso,
será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo
recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento,
se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência
está ausente [= não tem comparecido naquele endereço]." (§ 4o). Na vigência do
CPC/1973, a pessoa destinatária tinha de assinar o AR. Na vigência do CPC/2015,
entendeu-se que o tratamento devia ser o oposto do entendimento jurisprudencial
que existia na vigência do código antigo. Ou seja, a citação recebida pelo
funcionário da portaria é válida. Mas essa é uma situação de insegurança jurídica,
por que assinado o AR pelo porteiro, presume-se recebido pelo destinatário, no
entanto, essa presunção não é absoluta, devendo o destinatário provar o contrário.
Portanto, em se tratando de citação de pessoa física, o texto legal atual contraria a
jurisprudência existente até então.
CONTESTAÇÃO
O réu trará as defesas de direito material e de direito processual (= preliminares,
que são alegadas antes para serem apreciadas antes, podendo ensejar anulação
do processo).
A contestação é o momento em que o réu deve apresentar sua prova documental.
Princípios da contestação:
Princípio da concentração da defesa - Toda matéria de defesa deve ser
apresentada na contestação, não se devendo "guardar" defesas, pois, mesmo que
esteja dentro do prazo de oferecimento da contestação, uma vez ofertada, não
poderá o advogado aditá-la (preclusão consumativa).
Princípio da eventualidade - Pode-se cumular defesas, ainda que sejam
incompatíveis entre si, para que o juiz, rejeitando uma, possa apreciar outra.
Princípio da impugnação especificada - Todos os fatos negados pelo réu devem
ser negados de maneira expressa, porque, se o réu não se manifestar em relação
a algum fato, este será aceito como verdadeiro (= fatos incontroversos).

PETIÇÃO INICIAL, PEDIDO E DEFESA

PETIÇÃO INICIAL E PEDIDO


REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
CPC/73 282: TRAZIA OS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL, PARA QUE
PUDESSE SER CONSIDERADA APTA A PROVOCAR A MOVIMENTAÇÃO DO
PODER JUDICIÁRIO, EM DIREÇÃO A UMA SENTENÇA.
Art. 319. A petição inicial indicará:
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
CPC/73 283 – INICIAL INSTRUÍDA COM DOCS. INDISPENSÁVEIS • - NCPC 320
– REPRODUZ O CPC 283.
• QUAIS SÃO: docs. necessários para prova do alegado pelo autor, SEM OS
QUAIS IMPOSSÍVEL O JULGAMENTO DO PEDIDO. NA FALTA DESSE
DOCUMENTO, juiz não deve indeferir a inicial, mas dar oportunidade para a sua
juntada.
• DOCUMENTOS A JUNTAR COM INICIAL: INDISPENSÁVEIS E TODOS
AQUELES REFERIDOS NA INICIAL, QUE AUTOR TENHA DISPONIBILIDADE DE
USO. A prova documental será produzida com a inicial e com a contestação.
• DOCUMENTOS NOVOS: É AUTORIZADA A JUNTADA DE DOCUMENTOS
NOVOS OU QUANDO DESTINADOS A FAZER PROVA DE FATOS
SUPERVENIENTES.

PEDIDO – CPC/73 286 a 294


• CPC/73 286 – EXIGIA PEDIDO CERTO OU DETERMINADO (devia se ler “e”,
não “ou”). AUTOR DEVE SER CLARO AO FORMULAR O PEDIDO, indicando
precisamente o que quer lhe seja deferido pelo juiz.
• PEDIDO CERTO: pedido que descreve com exatidão a EXTENSÃO,
QUANTIDADE e QUALIDADE do que se pede (Cássio).
• PEDIDO DETERMINADO: pedido que ESPECIFICA O BEM DA VIDA pretendido,
distinguindo-o de qualquer outro.
• NCPC 322: EXIGE PEDIDO CERTO
• NCPC 324: EXIGE PEDIDO DETERMINADO

PEDIDO GENÉRICO
I – NAS AÇÕES UNIVERSAIS, SE NÃO PUDER O AUTOR INDIVIDUAR NA
PETIÇÃO OS BENS DEMANDADOS.
II – QUANDO NÃO FOR POSSÍVEL DETERMINAR, DE MODO DEFINITIVO, AS
CONSEQUÊNCIAS DO ATO OU DO FATO ILÍCITO.
III – QUANDO A DETERMINAÇÃO DO VALOR DA CONDENAÇÃO DEPENDER
DE ATO QUE DEVA SER PRATICADO PELO RÉU
(NCPC 324 §1o. REPETE O QUE JÁ CONSTAVA DO CPC/73)

RECOMENDAÇÃO DE LIQUIDEZ NA SENTENÇA NO NCPC


Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado
pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice
de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade
da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização
demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.

PEDIDOS IMPLÍCITOS - EXCEÇÃO


• DEFINIÇÃO: o seu deferimento não depende da sua formulação expressa, já que
derivam da lei.
• PRESTAÇÕES PERIÓDICAS – CPC/73 290: A OBRIGAÇÃO NÃO SE EXAURE
COM A APRESENTAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL, RAZÃO PELA QUAL AS
PRESTAÇÕES SEGUINTES CONSIDERAM-SE FORMULADAS EM JUÍZO,
mesmo que sem pedido expresso do autor. EVITA-SE A PROPOSITURA DE
NOVAS DEMANDAS OU ADITAMENTOS PERIÓDICOS DA INICIAL.
• JUROS LEGAIS – CPC/73 293: os JUROS LEGAIS consideram- se pedidos,
independentemente de requerimento expresso. O mesmo vale para a CORREÇÃO
MONETÁRIA, DESPESAS PROCESSUAIS E HONORÁRIOS,

PEDIDOS IMPLICITOS - NCPC SEGUE ESSA LINHA


Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as
verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o
princípio da boa-fé.
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações
sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de
declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a
obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-
las.

EMENDA DA INICIAL - NCPC


Art. 321 O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos
arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a
emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a
petição inicial.
• EMENDA DA INICIAL: JUIZ DEVE INDICAR PRECISAMENTE O QUE DEVE
SER EMENDADO.
• CPC/73: JÁ SE ENTENDIA OBRIGATÓRIA ESSA INDICAÇÃO, POIS AUTOR
NÃO TEM QUE ADIVINHAR.
• CPC/73: RÉU ERA CITADO PARA RESPONDER.

CITAÇÃO
• PRAZO PARA DEFESA NO CPC/73: no procedimento ordinário, 15 dias da
juntada aos autos do mandado cumprido.
• NCPC: RÉU SERÁ CITADO PARA COMPARECER À AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO, antes que apresentada defesa (procedimento comum).
• PRAZO PARA DEFESA - NCPC: 15 DIAS CONTADOS DA AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO INFRUTÍFERA.
• VANTAGEM DO SISTEMA DO PROJETO: 1) Réu não tem que se preocupar em
preparar a defesa, evitando trabalho inútil, o que deve repercutir nos honorários; 2)
Não ocorre aumento da litigiosidade antes da tentativa de conciliação.

CITAÇÃO PELO CORREIO


Art. 248 Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secretaria
remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o
prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
§ 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa
com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a funcionário
responsável pelo recebimento de correspondências.
§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de acesso, será
válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo
recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento,
se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência
está ausente.
• PESSOA JURÍDICA - NCPC: na CITAÇÃO PELO CORREIO basta que mando
seja entregue ao FUNCIONÁRIO que RECEBE AS CORRESPONDÊNCIAS.
• PESSOA FÍSICA – NCPC: VALE A ENTREGA AO FUNCIONÁRIO DA PORTARIA
– NOVIDADE COM GRANDE IMPACTO

CONTESTAÇÃO
• DEFINIÇÃO: CONTRAPOSIÇÃO AO PEDIDO INICIAL DO AUTOR,
exteriorizando o exercício do DIREITO DE DEFESA.
• FORMA AMPLA: contestação é a forma mais AMPLA DE DEFESA DO RÉU, onde
deve trazer TODAS AS ALEGAÇÕES, MATERIAIS OU PROCESSUAIS, contra a
pretensão do autor.
• JUNTADA DE DOCUMENTOS: é na contestação que o réu deve produzir toda a
PROVA DOCUMENTAL que dispuser. Juntada posterior deve ser admitida apenas
quanto a DOCUMENTOS NOVOS.
• DEFESAS: na contestação o réu pode trazer defesas no plano do DIREITO
MATERIAL e de NATUREZA PROCESSUAL.

PRINCÍPIOS ATINENTES À CONTESTAÇÃO


1) PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DA DEFESA
• CONTEÚDO: réu deve argüir TODA A DEFESA POSSÍVEL na mesma
oportunidade, tanto as PROCESSUAIS quanto as de DIREITO MATERIAL.
• CONTESTAÇÃO APRESENTADA: uma vez apresentada a contestação, ainda
que esteja DENTRO DO PRAZO, RÉU NÃO PODERÁ ALTERÁ-LA OU ADITÁ- LA.

2) PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE
• CUMULAÇÃO DE DEFESAS: por força desse princípio, cabe ao Réu CUMULAR
DEFESAS, para que o juiz, rejeitando uma, possa acolher outra, AINDA QUE
SEJAM INCOMPATÍVEIS.

3) PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA


• Cabe ao réu MANIFESTAR-SE PRECISAMENTE SOBRE OS FATOS
ALEGADOS PELO AUTOR, sob pena de se PRESUMIR A SUA VERACIDADE.
Não basta a DEFESA GENÉRICA ou por NEGAÇÃO GERAL.

DEFESAS
• 2 GRUPOS: dividem-se em 2 grupos:
1) DEFESAS PROCESSUAIS
DEFESAS RELATIVAS AO PROCESSO ou ao DIREITO DE AÇÃO. Nelas
defende-se a INADMISSIBILIDADE DO PROCESSO.
MOMENTO DE APRESENTAÇÃO: essas defesas devem ser apresentadas na
própria CONTESTAÇÃO, ANTES DAS DEFESAS RELATIVAS AO MÉRITO, sendo
chamadas de PRELIMINARES.
ANÁLISE DE OFÍCIO: todas as preliminares, à EXCEÇÃO da INCOMPETÊNCIA
RELATIVA e da CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM, podem ser apreciadas de
OFÍCIO.

PRELIMINARES NO NOVO CPC


Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
• NOVOS CONTEÚDOS DA CONTESTAÇÃO NO NCPC: INCOMPETÊNCIA,
SEJA ABSOLUTA OU RELATIVA, questionamento do VALOR DA CAUSA e
indevida concessão de JUSTIÇA GRATUITA.

2) DEFESAS SUBSTANCIAIS
OBJETO: voltam-se ao DIREITO MATERIAL
A) DIRETAS: NEGA O FATO CONSTITUTIVO do direito do autor ou NEGA AS
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS pretendidas pelo autor
B) INDIRETAS: o réu indica FATOS que EXTINGUEM, IMPEDEM OU MODIFICAM
os fatos ou conseqüências jurídicas almejados pelo autor
DEFESA DIRETA X INDIRETA: ÔNUS DA PROVA: a identificação da defesa
apresentada como DIRETA ou INDIRETA é relevante para fixação dos ônus da
prova. No caso de DEFESA DIRETA, o ônus da prova é do AUTOR. Quando o réu
apresenta DEFESA INDIRETA, é do réu o ônus de provar os novos fatos que traz a
exame.

RECONVENÇÃO
DEFINIÇÃO: AÇÃO que o Réu move em face do Autor, nos autos do processo em
curso. Ao invés de apenas REAGIR, ele também AGE.
• PRINCÍPIO OBSERVADO: da ECONOMIA PROCESSUAL
• AUTONOMIA DA RECONVENÇÃO: a desistência ou extinção da ação NÃO
OBSTA O PROSSEGUIMENTO DA RECONVENÇÃO
• PRESSUPOSTOS: reconvenção só é aceita se for CONEXA COM A AÇÃO
PRINCIPAL o com o FUNDAMENTO DA DEFESA
• APRESENTAÇÃO SIMULTÂNEA – no CPC/73 299, a reconvenção devia ser
apresentada SIMULTANEAMENTE com a CONTESTAÇÃO, em PEÇAS
AUTÔNOMAS
NCPC: RECONVENÇÃO VEM NA PRÓPRIA CONTESTAÇÃO, BASTA QUE ELA
FIQUE DESTACADA, para que seja facilmente identificada.
NCPC Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa

JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA RECONVENÇÃO


JUIZO DE ADMISSIBILIDADE: recebida a reconvenção, deve o juiz fazer o mesmo
juízo de admissibilidade que faz quando recebe a petição inicial.
INTIMAÇÃO DO AUTOR: proferido juízo de admissibilidade positivo, Autor será
intimado, NA PESSOA DO ADVOGADO, para contestar o pedido do réu em 15
dias (NCPC 343 §1o).
INTIMAÇÃO X CITAÇÃO: basta a INTIMAÇÃO, pelo fato de o Autor já estar
vinculado àquele processo, o que dispensa a CITAÇÃO. A intimação é feita na
pessoa do advogado, que NÃO PRECISA DE PODERES PARA RECEBER
CITAÇÃO.

RESPOSTA DO AUTOR-RECONVINDO
PRAZO: autor-reconvindo terá 15 dias para apresentar contestação.
JULGAMENTO DA RECONVENÇÃO
JULGAMENTO CONJUNTO: reconvenção será julgada em conjunto com o pedido
formulado pelo autor, em UMA SÓ SENTENÇA.
CUSTAS E HONORÁRIOS: no julgamento da reconvenção, a parte vencida será
condenada no pagamento das custas e honorários advocatícios, como ocorre na
ação.

AMPLIAÇÃO E RESTRIÇÃO SUBJETIVA


• AMPLIAÇÃO SUBJETIVA: discutia-se no CPC/73 se CABIA AMPLIAÇÃO
SUBJETIVA DA RELAÇÃO PROCESSUAL, ou seja, incluir na reconvenção
sujeitos até então estranhos à lide.
• LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: se na lide reconvencional for caso de
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO, vedar a ampliação implicará em descabimento
da reconvenção.
• AUSÊNCIA DE VEDAÇÃO: não há nenhuma vedação à ampliação, tanto em face
de LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO quanto FACULTATIVO. NÃO É PACÍFICO.
• RESTRIÇÃO SUBJETIVA: não é necessário que todos os litigantes sejam
incluídos na reconvenção. Em caso de LITISCONSÓRCIO MISTO, um litisconsorte
passivo pode reconvir em face de apenas um litisconsorte ativo.

DA RECONVENÇÃO NO NOVO CPC


Art. 343 Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado,
para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame
de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com
terceiro.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do
autor, também na qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

AUDIÊNCIAS E SANEAMENTO

Na 2a fase, a ORDINATÓRIA, o juiz tem 5 POSSIBILIDADES. Ele pode:


1) EXTINGUIR a ação SEM JULGAMENTO DE MÉRITO (NCPC 485);
2) EXTINGUIR a ação COM JULGAMENTO DE MÉRITO (NCPC 487 II e III);
3) JULGAR ANTECIPADAMENTE A LIDE;
4) SANEAR NO GABINETE;
5) DESIGNAR AUDIÊNCIA PRELIMINAR (CPC/73).
• NCPC 356: JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
Se não for caso de julgamento parcial, o juiz profere a decisão de saneamento:
• SANEAMENTO: EM PRINCÍPIO FEITO NO GABINETE -> em regra, não há
audiência para isso; mas o código até prevê sua designação para causas
complexas, ou seja, não é proibida; (novidade do NCPC)

JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE


PRESSUPOSTO PARA O SEU CABIMENTO: DESNECESSIDADE DE PRODUZIR
PROVAS -> grande novidade na fase ordinatória é a possibilidade de
julgamento antecipado PARCIAL do mérito; os pedido não precisam ser julgados
juntos como previa o CPC/73; haverá 2 decisões de mérito, mas não 2 sentenças;
sentença é o ato do juiz que tem conteúdo do 485 ou 487 + põe fim à fase
cognitiva do procedimento comum;

Do Julgamento Antecipado do Mérito -> CABIMENTO:


Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com
resolução de mérito, quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento
de prova, na forma do art. 349.

AUDIÊNCIA PRELIMINAR NO CPC/73 TINHA 3 OBJETIVOS


1) TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO. ERA O PRIMEIRO ATO A SER REALIZADO NA
AUDIÊNCIA PRELIMINAR. Obtida a conciliação, juiz homologava e era lavrado o
termo de transação.
2) frustrada a conciliação, FIXAVAM-SE OS PONTOS CONTROVERTIDOS
PERTINENTES E RELEVANTES, FIXANDO O OBJETO DO PROCESSO. Era feito
com a colaboração das partes com o juiz.
3) juiz DECLARAVA SANEADO o processo, momento em que 1) PROFERIA
DECISÃO EXPRESSA SOBRE AS MATÉRIAS PRELIMINARES e 2) DEFERIA A
PRODUÇÃO DE PROVA, À LUZ DOS FATOS CONTROVERTIDOS FIXADOS,
DESIGNANDO AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO, se possível e necessário.

SANEAMENTO
SANEAR = CURAR, SANAR. HÁ IRREGULARIDADES QUE PRECISAM SER
SANADAS, PARA NORMALIZAÇÃO DOS AUTOS, PARA QUE O FEITO CHEGUE
REGULARMENTE AO SEU FIM.
NÃO É UM ÚNICO ATO: o saneamento não se restringe a um único ato ou
despacho, mas sim uma SUCESSÃO DE ATOS em busca de se evitar máculas e
sanar irregularidades existentes, bem como ordenar o processo ao desfecho final.
DESDE O INÍCIO: desde o primeiro momento em que passa a ter contato com a
petição inicial, até a publicação da sentença, o juiz exerce o controle de
saneamento do processo, preparando-o e mantendo-o isento de qualquer.

MOMENTO DA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO E NOVO CPC


A EVOLUÇÃO DO TEMA DEVE SER ANALISADA EM TRÊS MOMENTOS
DISTINTOS NO CPC/73:
CPC/73 - ANTES DA REFORMA DE 1994:
• ENCERRADA A FASE POSTULATÓRIA, JUIZ DEVERIA AVALIAR
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS E CONDIÇÕES DA AÇÃO.
• NÃO SENDO O CASO DE EXTINÇÃO, juiz avaliava se era caso de EXAME DE
MÉRITO COM BASE NO CPC 330.
• SE NÃO FOSSE, JUIZ DECLARAVA SANEADO O PROCESSO, deferindo
produção de provas.
• MOMENTO PARA CONCILIAÇÃO: juiz fazia a primeira tentativa de conciliação
no INÍCIO DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO e julgamento.
• APÓS LEI 8952/94: NOVA FASE SANEADORA. NÃO SENDO CASO DO 329 OU
330, JUIZ DEVERIA DESIGNAR AUDIÊNCIA DE CONCILIÇÃO.
• APÓS LEI 10444/02
• CPC 331 – AUDIÊNCIA PRELIMINAR- TROCOU-SE O NOME.
• FACULTATIVIDADE: não havia nulidade se ela não fosse designada.
• SE FOSSE CASO DE EXTINÇÃO DO PROCESSO (329) OU JULGAMENTO
ANTECIPADO (330), NÃO ERA DESIGNADA.
• DIREITOS QUE ADMITAM TRANSAÇÃO - RAZÃO DA MUDANÇA: EXISTEM
DIREITOS INDISPONÍVEIS QUE COMPORTAM TRANSAÇÃO
• IMPROBABILIDADE DE OBTENÇÃO DE TRANSAÇÃO: juiz NÃO PRECISAVA
DESIGNÁ-LA.

AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO NO NCPC


• NOVA AUDIÊNCIA - INICIAL: O NCPC cria uma nova audiência, no art. 334. É A
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO. PODE HAVER MAIS DE 1,
desde que no prazo de 2 meses da primeira.
• MOMENTO: ANTES DA CONTESTAÇÃO, que deve ser apresentada no prazo de
15 dias contado da audiência.
• OBJETIVO: APENAS AUTOCOMPOSIÇÃO
• TENDÊNCIA: ANTECIPAÇÃO-VALORIZAÇÃO DA AUTOCOMPOSIÇÃO
• VANTAGEM: abre-se oportunidade de conciliação antes da apresentação de
defesa, quando 1) MENOR A LITIGIOSIDADE, 2) MENORES OS GASTOS e 3)
NÃO SE PERDEU MUITO TEMPO.

NORMAS FUNDAMENTAIS DO NOVO CPC


VALORIZAÇÃO DA AUTOCOMPOSIÇÃO -> criação da audiência inicial de
tentativa de conciliação/mediação é um reflexo disso
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e
membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

HIPÓTESES de dispensa dessa audiência no NCPC:


A) PEDIDO DE AMBAS AS PARTES: Quando as partes forem contrárias. Se
tiverem LITISCONSORTES, TODOS devem manifestar seu DESINTERESSE.
• MOMENTO PARA INFORMAR DESINTERESSE:
Autor: na petição inicial; Réu: petição apresentada com 10 dias de antecedência da
data da audiência designada. Tem sido alvo de crítica pois permite que o réu
retarde o início do processo. O prazo deveria ser de alguns dias (ex. 15) após a
citação. Em São Paulo esta audiência não está sendo realizada, só no interior.

B) QUANDO A MATÉRIA NÃO ADMITIR AUTOCOMPOSIÇÃO


INTIMAÇÃO PARA AUDIÊNCIA E CITAÇÃO DO RÉU
Autor – 334 §3º: na pessoa do advogado.
Réu – no momento da citação, que deve ocorrer com ao menos 20 dias de
antecedência.
CITAÇÃO NO NCPC: Réu será citado para comparecer à audiência de conciliação,
antes da defesa.
PRAZO PARA DEFESA: 15 dias contados da audiência de conciliação infrutífera.
Se informar que não quer audiência, se conta da data do protocolo dessa petição.

VANTAGEM DO SISTEMA DO PROJETO: 1) Réu não precisa preparar a defesa; e


2) Não ocorre aumento da litigiosidade até a audiência.
Ausência do AUTOR ou do RÉU – NCPC 334, §8º: É ato atentatório à dignidade da
Justiça, sancionado com MULTA DE ATÉ 2% do calor da causa ou da vantagem
objetivada (em favor da União ou Estado).
ADVOGADOS: partes devem comparecer e estar acompanhadas de seus
advogados, mas podem se fazer substituir por representantes, com poderes para
transigir (NCPC 334, §8º, §9º e §10º).
AUDIÊNCIA DO CPC/73 331 – PRELIMINAR: É EXTINTA: Muitas vezes, era inútil
por ser mal utilizada, sem que se cumprisse todas as suas fases.
SANEAMENTO COMPARTILHADO - Extinção da audiência do 331: acaba, em
regra, o saneamento compartilhado e fixação dos pontos controvertidos e
deferimento das provas na presença e com a participação das partes.
CAUSAS COMPLEXAS: aí sim deve designar AUDIÊNCIA para fazer o
SANEAMENTO COMPARTILHADO.

SANEAMENTO NO NOVO CPC E AUDIÊNCIA SANEADORA


Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em
decisão de saneamento e de organização do processo:
II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,
especificando os meios de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do
mérito;
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação
consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a
qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá
o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as
partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou
esclarecer suas alegações.

TEORIA GERAL DA PROVA PROVAS EM ESPÉCIE

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

ATO PROCESSUAL COMPLEXO: DIVERSAS ATIVIDADES são praticadas,


especialmente voltadas à FORMAÇÃO DA CONVICÇÃO DO JUIZ, com vistas ao
JULGAMENTO DA CAUSA.

OBJETIVOS:
A) NOVA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO,
B) COLHEITA DA PROVA ORAL,
C) DEBATE ORAL E
D) SENTENCIAMENTO DO FEITO.

ORDEM DAS ATIVIDADES NA AUDIÊNCIA


CONCILIAÇÃO: primeiramente, tenta-se o acordo entre partes.
COLHEITA DAS PROVAS
ORDEM DAS PROVAS EM AUDIÊNCIA:
A) OITIVA DE PERITO E ASSISTENTES;
B) DEPOIMENTO PESSOAL, primeiro do AUTOR depois do RÉU;
C) OITIVA DAS TESTEMUNHAS, primeiro as do autor depois as do réu.
PREFERENCIALMENTE: NCPC 361 DIZ QUE ESSA ORDEM SERÁ
PREFERENCIALMENTE SEGUIDA.

GRAVAÇÃO DA AUDIÊNCIA NCPC - Art. 367


§ 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em
meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos
órgãos julgadores, observada a legislação específica.
§ 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por
qualquer das partes, independentemente de autorização judicial.

TEORIA GERAL DA PROVA

PROVA – O QUE É?: DEMONSTRAÇÃO DOS FATOS.


OBJETO – QUAIS FATOS: Deve versar sobre os FATOS RELEVANTES
(influenciam o julgamento), PERTINENTES (relação com a causa) e
CONTROVERTIDOS (afirmados por um e negado por outro).
PROVA DE DIREITO: normalmente o que se prova são os FATOS. Mas o CPC 376
traz exceção à regra, estabelecendo EXCEPCIONALMENTE a necessidade de
PROVA DO DIREITO.
NCPC 376: “A PARTE, QUE ALEGAR DIREITO MUNICIPAL, ESTADUAL,
ESTRANGEIRO OU CONSUETUDINÁRIO, PROVAR-LHE- Á O TEOR E A
VIGÊNCIA, SE ASSIM DETERMINAR O JUIZ”.
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as
provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis
ou meramente protelatórias.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do
sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu
convencimento.

ÔNUS DA PROVA – CPC/73


ESTÁTICA: É FIXADA, DE MANEIRA ESTÁTICA, pelo artigo 333 do CPC,
segundo o qual “O ÔNUS DA PROVA INCUMBE: I – AO AUTOR, QUANTO A FATO
CONSTITUTIVO (acontecimento da vida que serve de fundamento ao pedido) DO
SEU DIREITO; II – AO RÉU, QUANTO À EXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO
(incapacidade civil), MODIFICATIVO (novação) OU EXTINTIVO DO DIREITO DO
AUTOR (pagamento da dívida)”.
IMPORTÂNCIA DO ÔNUS: se a prova foi feita, essas regras deixam de ser
importantes, pois o juiz formará sua convicção conforme o CONTINGENTE
PROBATÓRIO, pouco importa quem produziu essa prova.

ÔNUS DA PROVA NO NOVO CPC


Novidade:
. o NCPC prevê a DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA do ônus da prova; feita de caso a
caso; 373, 1o; a regra genérica pode gerar injustiça, portanto, o juiz avalia as
peculiaridades do caso e cria uma distribuição sob medida naquele caso concreto;
essa novidade não exclui a regra padrão;

Problema: PROVA DIFÍCIL - muitas vezes, é muito difícil ou impossível para uma
parte fazer determinada prova. Aí entra a importância de se flexibilizar as regras do
CPC/73 333.

CARGA DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA: NCPC mantém a regra atual, mas no


seu art. 373 §1o. dá a possibilidade de o juiz, analisando as particularidades do
litígio e avaliando quem tem melhores condições de produzir determinada prova,
distribuir o ônus da prova entre as partes.
Quem vai provar? Quem tem melhores condições de fazê-lo.
Requisitos para essa distribuição: 1) através de DECISÃO FUNDAMENTADA; 2)
precedida de CONTRADITÓRIO; 3) necessário dar à parte a OPORTUNIDADE DE
DESEMPENHAR O ÔNUS PROBATÓRIO que lhe foi atribuído.
Art. 373 § 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por
convenção das partes, salvo quando:
I – recair sobre direito indisponível da parte;
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§4o A convenção de que trata o §3o pode ser celebrada antes ou durante o
processo.

PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA


CPC/73 – arts 846 a 851 (tratava-se de ação cautelar nominada)
NCPC – art. 381/383 (tratada com a disciplina da prova)
CABIMENTO: NCPC mantém o cabimento da produção antecipada quando há
risco de perecimento da prova, mas inclui 2 outras possibilidades:
II – prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a tentativa de conciliação;
III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de
ação.
NCPC: fica claro que a produção antecipada de provas não gera prevenção para a
ação a ser proposta.
Art. 381 § 3o A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo
para a ação que venha a ser proposta.

DESTINO DOS AUTOS


CPC/73 851: autos ficarão em cartório, para interessados solicitarem certidões.
Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de
cópias e certidões pelos interessados.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da
medida.

DA ATA NOTARIAL NO NOVO CPC


Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou
documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos
eletrônicos poderão constar da ata notarial.

PROVAS EM ESPÉCIE
DEPOIMENTO PESSOAL – NCPC 385/388
DEFINIÇÃO: meios de prova segundo o qual as próprias partes, autor e réu, são
ouvidas pelo juiz a respeito dos fatos controvertidos.
OBJETIVO: pretende-se obter da parte contrária a confissão dos fatos relevantes e
pertinentes à solução da causa.
INTERESSE DA PARTE CONTRÁRIA: como as partes têm interesse no resultado
do processo, suas afirmações e declarações não fazem prova em seu favor, mas
servem para fornecer subsídios para o juiz formar a sua convicção.
REQUISIÇÃO PELA PARTE CONTRÁRIA: a parte não pode requerer o seu próprio
depoimento pessoal, e tampouco o advogado da parte depoente pode lhe fazer
perguntas.
REQUERIMENTO PELO JUIZ: juiz também pode, em qualquer fase do processo,
determinar o comparecimento pessoal das partes para inquiri-las.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para
inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de
confesso;
Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a fim de que
esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem prejuízo do
poder do juiz de ordená-lo de ofício.
§ 3o O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção
judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens
em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a realização da audiência
de instrução e julgamento.
PRODUÇÃO DO DEPOIMENTO:
DISCIPLINA: a mesma destinada às testemunhas.
ORDEM: primeiro autor e depois o réu. JUIZ faz as perguntas que entender
pertinentes, e, findas, o advogado da outra parte poderá formular suas questões ao
depoente, que buscará provocar a confissão. Advogado da própria parte não pode
fazer perguntas.
PERGUNTAS DIRETAS – VEDADAS NO CPC/73: o advogado não fazia perguntas
diretas à parte, mas ao juiz, que, analisando se eram relevantes e pertinentes, as
formularia ao depoente.
NCPC: possível fazer perguntas diretas ao depoente.

CONFISSÃO – NCPC 389/395


DEFINIÇÃO: ato voluntário pelo qual a parte admite como verdadeiro fato que lhe
é prejudicial, alegado pelo adversário. Pode ser feita pelo autor ou réu.
DISPENSA DE PROVA: a admissão da veracidade do fato dispensa a produção de
prova.
PRODUÇÃO: pode ser feita pela própria parte ou por procurador com poderes
especiais.

PROVA DOCUMENTAL
FASE POSTULATÓRIA: as provas documentais devem instruir a petição inicial ou
a resposta do réu NCPC 434.
DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS: nesses casos, exige-se a apresentação com a
petição inicial, sem flexibilizações. Mas a não apresentação deles não acarreta o
indeferimento da petição, devendo o juiz dar prazo para apresentação - NCPC 321.
OUTROS DOCUMENTOS: juntada posterior tem sido aceita, sendo imprescindível
a oitiva da outra parte. Não deve ser aceito se for com o intuito de surpreender a
outra parte ou com fins procrastinatórios.
JUNTADA POSTERIOR: NCPC 435 autoriza a juntada posterior, quando se tratar
de documento novo, destinado a fazer prova de fatos ocorridos depois dos
articulados e para CONTRAPÔ-LOS aos produzidos nos autos.
CONTRADITÓRIO: sempre que uma parte requerer a juntada de documentos, a
outra deverá ser ouvida no prazo de 5 dias.

FOTOGRAFIAS DIGITAIS E MENSAGENS ELETRÔNICAS


FOTOGRAFIAS - NEGATIVOS: o CPC, em seu artigo 385 §1o., exigia que as
fotografias vinham acompanhadas do seu negativo. Ocorre que os filmes
fotográficos são pouco utilizados, em razão da substituição das máquinas
tradicionais pelas digitais.
FOTOGRAFIA DIGITAL - NCPC 422 §1o.: adaptando a legislação às novas
tecnologias, aceita a fotografia digital ou as extraídas da internet, mas se for
impugnada a sua autenticidade, terá que ser apresentada autenticação eletrônica
ou realizada perícia.
MENSAGEM ELETRÔNICA o mesmo vale para as mensagens eletrônicas. CPC/
73 não falava disso, até porque inexistiam essas tecnologias.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
DISCIPLINA: o NCPC 439/441 disciplina a utilização de documentos eletrônicos, a
respeito dos quais silencia o atual CPC.
UTILIZAÇÃO: a sua utilização DEPENDERÁ DA SUA CONVERSÃO À FORMA
IMPRESSA E DA VERIFICAÇÃO DA SUA AUTENTICIDADE, na forma da Lei.
DOCUMENTO ELETRÔNICO NÃO CONVERTIDO: juiz apreciará o seu valor
probante.
Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo convencional
dependerá de sua conversão à forma impressa e da verificação de sua
autenticidade, na forma da lei.
Art. 440. O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido,
assegurado às partes o acesso ao seu teor.
Art. 441. Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com
a observância da legislação específica.
PROVA TESTEMUNHAL (NCPC 442/463)
CONCEITO DE TESTEMUNHA: pessoa física estranha ao processo que
comparece perante o juiz para relatar fatos de que tem conhecimento e que
interessam à solução da lide.
NÃO PODEM DEPOR (NCPC 447): A) INCAPAZES, B) IMPEDIDAS OU C)
SUSPEITAS.
INCAPAZES: aqueles que, em razão de DEFICIÊNCIA MENTAL OU FÍSICA, OU
POR CONTA DA POUCA IDADE, não têm condições de esclarecer
adequadamente os fatos. Doente mental, menor de 16, cego e surdo, se ciência do
fato depender do sentido faltante.
IMPEDIDOS: aqueles que, por VÍNCULO DE PARENTESCO OU AFINIDADE, não
podem depor com imparcialidade ou isenção de ânimo. As causas de impedimento
são OBJETIVAS, ou seja, podem ser verificadas de plano sem maiores discussões.
CÔNJUGE, ASCENDENTE, DESCENDENTE, COLATERAL ATÉ 3o. GRAU,
QUEM É PARTE OU INTERVÉM EM NOME DE UMA PARTE (tutor, representante
legal da PJ, advogados).
SUSPEITOS: aqueles que, POR RAZÕES DIVERSAS, NÃO MERECEM
CREDIBILIDADE. As causas de suspeição são SUBJETIVAS, sendo, pois,
passíveis de discussão. CONDENADO POR FALSO TESTEMUNHO, INDIGNO DE
FÉ, INIMIGO OU AMIGO DA PARTE, INTERESSADO NO LITÍGIO.
EXCEPCIONALMENTE: juiz pode excepcionalmente ouvir INCAPAZES,
IMPEDIDOS E SUSPEITOS. (NCPC 447 §4o).
INTIMAÇÃO PELO ADVOGADO – NCPC 455: Cabe ao advogado intimar a
testemunha arrolada, informando local, dia e hora da audiência. INÉRCIA importa
na desistência da oitiva. COMO: por carta, com aviso de recebimento, juntando
aos autos a comprovação no mínimo 3 dias antes da audiência.
INTIMAÇÃO JUDICIAL DA TESTEMUNHA (§4o.): EM ALGUNS CASOS
NCPC AUTORIZA OITIVA DA TESTEMUNHA POR VIDEOCONFERÊNCIA
Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de instrução e julgamento, perante
o juiz da causa, exceto:
I – as que prestam depoimento antecipadamente;
II – as que são inquiridas por carta.
§ 1o A oitiva de testemunha que residir em comarca, seção ou subseção judiciária
diversa daquela onde tramita o processo poderá ser realizada por meio de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão e recepção de sons
e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a audiência de
instrução e julgamento.
VIDEOCONFERÊNCIA: NCPC autoriza a produção de PROVA ORAL por
VIDECONFERÊNCIA, quando o DEPOENTE ou TESTEMUNHA residir em OUTRA
COMARCA. A produção por precatória faz perder muito da prova oral.
ARROLAMENTO DE TESTEMUNHAS NO NOVO CPC: Caso deferida a produção
de prova testemunhal, deverá o juiz fixar prazo de até quinze dias para o
arrolamento das testemunhas pelas partes, que poderão, cada uma destas, arrolar
um máximo de 10, sendo até 3 testemunhas para a prova de cada fato. Mas tais
números poderão ser limitados pelo magistrado de acordo com a complexidade da
causa.
Na hipótese de ser realizada a audiência saneadora, as partes já deverão levar
seu rol de testemunhas para esse ato, não sendo o caso de o juiz deferir prazo
para as partes providenciarem dito arrolamento.
INQUIRIÇÃO
ORDEM (NCPC 456): primeiro as do AUTOR depois as do RÉU. NCPC autoriza
que o juiz alterem a ordem se as partes concordarem.
PARTES: podem formular perguntas depois do juiz. NCPC 459 §1o. AUTORIZA
QUE O JUIZ INTERROGUE A TESTEMUNHA ANTES OU DEPOIS DAS PARTES.
Primeiro a parte que a arrolou, depois a parte contrária.
RESPOSTAS: serão ditadas pelo juiz ao escrevente ou taquigrafadas, facultada às
partes a sua gravação.
N CPC 45 9: PERGU N TAS SER ÃO FOR MU L AD AS PEL AS PARTES
DIRETAMENTE ÀS TESTEMUNHAS E AUTORIZA A GRAVAÇÃO DO
DEPOIMENTO.
Art. 459. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha,
começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a
resposta, não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade
probatória ou importarem repetição de outra já respondida.
§ 1o O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes quanto depois da inquirição
feita pelas partes.
§ 2o As testemunhas devem ser tratadas com urbanidade, não se lhes fazendo
perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias.
§ 3o As perguntas que o juiz indeferir serão transcritas no termo, se a parte o
requerer.
Art. 460. O depoimento poderá ser documentado por meio de gravação.

PROVA PERICIAL
PREVÊ A PROVA PERICIAL SIMPLIFICADA DE FORMA MAIS COMPLETA:
464 § 2o De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substituição à
perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto
controvertido for de menor complexidade.
§ 3o A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de especialista,
pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial conhecimento
científico ou técnico.
§ 4o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmica
específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclarecer os pontos
controvertidos da causa.
ESCOLHA DO PERITO PELAS PARTES – NOVIDADE DO NCPC
PARTICIPAÇÃO: o NCPC da maior liberdade às partes na definição do
procedimento.
ESCOLHA: dentro dessa liberdade, permite às partes que INDIQUEM, DE
COMUM ACORDO, o PERITO.
CONDIÇOES: desde que a) SEJAM PLENAMENTE CAPAZES e b) A CAUSA
ADMITA AUTOCOMPOSIÇÁO.

PROCEDIMENTO DA PRODUÇÃO DA PROVA PERICIAL


NOMEAÇÃO DO PERITO: deferida a perícia, JUIZ NOMEARÁ PERITO, FIXANDO
PRAZO PARA ENTREGA DO LAUDO, ATÉ 20 DIAS ANTES DA AUDIÊNCIA.
NCPC 465 §1o.: DÁ 15 dias para nomeação assistente e apresentação quesitos.
PRAZO PARA ASSISTENTES - NCPC 477§1o.: AMPLIA ESSE PRAZO PARA 15
DIAS, QUE TAMBÉM VALE PARA AS PARTES SE MANIFESTAREM.
ACOMPANHAMENTO DAS DILIGÊNCIAS PELOS ASSISTENTES
NCPC Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi
cometido, independentemente de termo de compromisso.
§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a
impedimento ou suspeição.
§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia
comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.

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