O proponente deste projecto tem um DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra) para mil
(1000) há, todos para povoar de sisal. O Projecto começou em 2014 e neste momento já tem 100
ha, plantados de Sisal, usando fundos dos seus salários mensais. Chegado a esta altura, o
proponente apesar de ainda conseguir povoar 25ha por ano os fundos agora são exíguos, porque
a responsabilidade do proponente aumentou, tem uma família grande, levou os filhos a escola e
não tem outra fonte senão os seus ordenados mensais. Para além disso, as operações culturais;
nomeadamente; sachas rotineiras geram custos acima da capacidade financeira do proponente o
que permiti cobrir com sisal a totalidade de área ainda disponível.
Estes 100 ha repovoados, o proponente usou a mão-de-obra da população local, que faz o
trabalho diário e ganha a sua remuneração pelo trabalho oferecido. Na Localidade de Terela, a
renda das famílias depende deste projecto, visto que ela pratica a agricultura familiar de pequeno
rendimento para o consumo. O que colhem durante o ano, cobre apenas oito (8) meses das suas
necessidades alimentares passando os restantes quatro (4) meses sem comida. Com este projecto,
aumentou a renda anual e mudou a economia do povoado de Terela.
Este projecto é para fortalecer a agricultura por meio de acções voltadas para a melhoria das
práticas produtivas da actividade sisaleira e a diversificação da produção, gerando mais renda
para a concretização dos seus objectivos sociais. Desde 2014 que começou a se concretizar este
projecto, nota-se a melhoria da economia da população local. Antes todas habitações eram de
construção precária e cobertas de capim. Hoje é bem notório que 3% da população tem casas
construídas com paredes de cimento e cobertas de chapas de Zingo, fruto de renda adquirida no
projecto de plantação de sisal no povoado de Terela. E ainda acreditamos que com o
financiamento deste projecto, 80% da população deste povoado vai melhorar significativamente
a sua economia, habitação e o seu nível de vida baixo para mudara para a desenvolvida. Grande
parte desta população já tem um meio de transporte (motorizadas), que lhes leva rapidamente a
chegar na cidade e fazer suas compras, muitas crianças já frequenta a Escola primaria e alguns
alunos frequentam ao ensino secundário geral (ESG).
Rapale é um distrito com a sua Sede no povoado de Rapale, está localizado a Oeste da Cidade
Capital Provincial de Nampula, confinando a Norte com os distritos de Mecuburi e Muecate, a
Sul com o distrito de Mogovolas, a Este com o distrito de Meconta e a Oeste com o Distrito de
Murrupula. A superfície do distrito é de 3.675 km 2 e a sua população está estimada em 253 mil
habitantes à data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 68,9hab/km,
prevê-se que o distrito em 2020 venha a atingir os 330 mil habitantes. A estrutura etária do
distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1.1, isto é, por cada 10 crianças ou
anciãos existem 11 pessoas em idade activa. Com uma população jovem (44%, abaixo dos 15
anos), tem um índice de masculinidade de 98% (por cada 100 pessoas do sexo feminino existem
98 do masculino) e uma matriz rural acentuada.
Estes rios são, na sua maioria, de regime periódico, contribuindo, em grande medida, para a
vida da população, pois abastecem água, peixe e as terras banhadas por estes rios são férteis
para agricultura. Existem no distrito vários riachos e lagoas de regime periódico e temporário.
De uma forma generalizada pode-se dizer que a região é caracterizada pela ocorrência de três
sistemas de produção agrícola dominantes. O primeiro corresponde à vasta zona planáltica baixa
onde domina a consociação das culturas alimentares, nomeadamente mandioca/milho/feijões
nhemba e bóer, como culturas de 1a época (época das chuvas) e a produção de arroz pluvial nos
vales dos rios, dambos e partes inferiores dos declives. Na maioria da região, este sistema é
característico do topo dos interflúvios, declives superiores e intermédios.
Neste distrito de Rapale, encontram-se matas e florestas fechadas, nas áreas de Ehenene, no
Posto Administrativo de Mutivaze, Tchaiane Posto Administrativo de Rapale Sede, Namachilo
Posto Administrativo de Anchilo, Rio-Mogingual Posto Administrativo de Anchilo e Namaita,
com árvores de grande porte de valor económico como: Imbila, Jambirre, Pau-ferro, Chanfuta,
Moco, Medonha, Pau-preto.
A fauna é diversificada pois encontramos quadrúpedes, tais como, macacos, gazelas, porcos
do mato, crocodilos, répteis, insectos e aves de variadas espécies e lindas cores e plumagem no
interior das florestas do distrito. A pesca é uma actividade pouco significativa no distrito, pratica-
se nos rios e riachos, principalmente na época chuvosa. A pequena indústria local (pesca,
carpintaria e artesanato) surge como alternativa à actividade agrícola, ou prolongamento da sua
actividade. No sector industrial do distrito predominam as moageiras, num total de 45, das quais
17 em Rapale e outras distribuídas em Nacuia, Tchaiane e Napome. Existem, ainda, prensas
manuais de fabrico de óleo alimentar e duas indústrias incubadoras em Rapale Sede com o
objectivo de incrementar o desenvolvimento, o distrito tem promovido feiras, lojas e barracas em
diferentes comunidades, de forma a incentivar a troca de produtos entre as regiões do distrito.
1.2. Demografia
A superfície do distrito é de 3.675 km2 e a sua população está estimada em 174707 mil habitantes
de acordo com ultimo censo da população.
Entretanto, mesmo nas condições de insegurança e atraso em que é produzido, o sisal constitui
um importante meio de sobrevivência e factor de fixação da população no campo, pelo
predomínio do trabalho remunerado em seu cultivo. É também reconhecida sua capacidade de
geração de empregos, por meio de sua cadeia de produção: plantação, trabalhos de sachas,
extracção (corte das folhas), desfibramento das folhas, secagem, processamento da fibra para
beneficiamento, industrialização e manufactura de diversos produtos e artesanatos. Este projecto,
visa especificamente a valorização da produção de sisal, sua industrialização e exportação, o
estímulo ao incentivo ao associativismo e cooperativismo. Visa, igualmente a melhoria das
condições de vida das comunidades directamente engajadas ao projecto e de toda a população da
Localidade.
Neste projecto, destacamos aspecto peculiar; o facto de ser o primeiro a ser implantado, em todo
o país, por nacional apos a independência.
São também apresentadas, de forma objectiva, as principais lições que serão aprendidas; o
trabalho agrícola remunerado, uma alternativa sustentável de uso e aproveitamento de terra no
distrito através do tecido empresarial.
Para os representantes da comunidade local, a ousadia de querer fazer, o compromisso com a
causa, a dedicação, o envolvimento do proponente como agricultor. A comunidade local sente
que o projecto de sisal e importante, contribui em qualquer posição que esteja, o que demonstra o
nível de identificação e de doação que as pessoas têm para com o projecto. Neste contexto, uma
lição aprendida fica por conta da importância que deve ser conferida a sustentabilidade
económica que o projecto tem para a comunidade local. A receita de sucesso, deste projecto, e
acreditar nos objectivos predefinidos sustentados pela responsabilidade, persistência e
transparência na gestão de recursos alocados.
1.3.4. Indicadores
1.3.5. Caracterização da economia do distrito de Rapale
A economia do distrito de Rapale, é caracterizado pelos factores históricos e de desenvolvimento
retardado, próprio da Província de Nampula. Base da sua economia e a agricultura praticada
maioritariamente pelo sector familiar. A pecuária, e exploração florestal para fins madeireiros e
de fonte energética doméstica e exploração turística são igualmente fontes de rendimentos dos
habitantes de Rapale.
Num distrito onde a agricultura se limita ao sector familiar e a indústria não tem expressão
significativa, é evidente que o mercado de trabalho se apresente extremamente fraco. A nível do
comércio, o dinamismo relativo do sector informal, tem compensado, de alguma forma, a
fraqueza que se nota no sector formal.
2. Formulação do Projecto
2.1. Matriz de Planificação
2.3. Detalhe
Para melhor compreensão do uso das jornas solicitadas para a prossecução das actividades,
detalha-se abaixo cada uma ou grupo de jornas a ser recrutado:
O técnico a ser recrutado será o responsável de implementação do projecto. Cabe lhe a tarefa de
garantir que todos detalhes inerentes ao projecto sejam implementados com sucesso. Terá um
período de 360 dias de trabalho remunerados pelo projecto e os restantes quatro anos o seu
salário será gerado pelos 100ha que a partir de 2020 vão ao corte e posteriormente pelos cash
flows gerados pelo próprio projecto.
Sendo que em 2020 teremos fibra em processo de produção há necessidade de termos guardas
que lhes cabe a tarefa de guarnecer o material do projecto e fazer o controlo de incêndios no
campo. Também vão ser remunerados no primeiro ano pelo projecto e nos anos subsequentes a
sua remuneração será assegurada pela produção vinda dos 100ha cujo corte inicia em 2020 e dai
em diante pelos cash flows do projecto.
O processo de corte é levado a cabo por jornas que durante o processo necessitam de água. Então
é este aguadeiro que deve assegurar o seu fornecimento.
Os sazonais são todos aqueles trabalhadores que vão fazer o dia-a-dia do projecto. Destaque
neste grupo de operacionais vai para sachadores que terão um período longo de trabalho por ser
uma operação que se repete ao longo de todo ciclo de crescimento de sisal (5 anos).Os restantes
vão ser remunerados um ano pelo projecto pelo facto de absorverem valores que nos anos
subsequentes o projecto pode gerar.
Portanto, a parte operacional do projecto, vai consumir 4.158.990,00 mt correspondentes a
59.04% do valor global, equivalentes a 59.414,14 Euros.
3. Factores de viabilidade
3.1. Estrutura
O projecto, por ser ainda pequeno, e suportado por fundos familiares, a sua estrutura está
centralizada mas com entrada de capitais para fins sociais a estrutura mudara para horizontal co
participação activa dos vários stekeholder.
O pessoal de apoio é constituído por um técnico de apoio administrativo, um técnico agrícola de
nível médio e uma auxiliar de campo.
3.2. Análise do ambiente geral
Moçambique é um país cuja percentagem de terra em uso é das mais baixas da SADC, sendo
razão suficiente para o conjunto de políticas levadas a cabo pelo governo para o desenvolvimento
da agricultura. Todavia estes esforços são ainda insuficientes se tomarmos em linha de conta que
sendo um país com enormes potencialidades agrícolas muito podiam contribuir para a robustez
do PIB através de massificação de micros, pequenas e médias empresas agrícolas inovadoras,
mas somente 30% é que provém do sector primário devido às dificuldades de acesso aos créditos
agrícolas e pior para fins sociais.
É ciente da contribuição que a agricultura pode gerar para o PIB, de forma geral, e em particular
para a renda das famílias rurais que o governo determina que a agricultura é a base do
desenvolvimento e olha o distrito como polo de desenvolvimento dotando a sua estrutura
orgânica de serviços de agricultura e segurança alimentar que, dentre outras funções, incentivam
a produção de culturas não só alimentares como a de rendimento.
O governo, como um todo, tem na sua legislação um conjunto de políticas e ambiente que
incentivam o desenvolvimento agrícola o que é consubstanciado pela existência de instituições
vocacionadas como o MITADER através do projecto Sustenta, CEPAGRI, entre outras ainda
insuficientes para a demanda existente de apoio agrícola.
3.6. Produtos
O projecto, mal tenha o financiamento, predispõe-se a produzir e comercializar a sua produção
em quantidade considerável. Actualmente na província existem quatro empresas de produção de
fibra de sisal, mas somente contribuem para perfazer 50% (produção de América, Africa, Asia)
da demanda mundial por esta fibra.
3.10. Fornecedores
Por apostar em novas tecnologias no controlo de infestantes, insectos e fungos; o Glifosato,
insecticida e fungicidas a utilizar serão fornecidos pela Agrifocus em Nampula em quantidade
bastante e a pronto pagamento para merecer um preço de compra bonificado.
Os equipamentos de mecanização agrícola serão adquiridos no mercado externo com o qual já há
contactos e vontade expressa de fornecer equipamento de acordo com as especificidades do
cliente e capacidade financeira existente.
4. Plano de mercado
O projecto identificou a fibra de sisal como produto que pode produzir e encontrar melhor
oportunidade de negócio.
4.1. Preço
Os preços actualmente em vigor no mercado são considerados óptimos e cobrem os custos de
produção com margem para cumprir com os desígnios do projecto, nomeadamente; construção
de posto de saúde e escola, abertura de fonte de água e instalação de energia eléctrica.
5. Análise de Participação
Pelo facto de este projecto representar os anseios da comunidade de Terela, a sua participação
deverá circunscrever-se no processo de tomada de decisão, execução do projecto e seguimento.
Pressupõe-se que a comunidade é a parte prioritariamente beneficiária do projecto. E a sua
participação deve corresponder a 70% na prossecução de todas as actividades inerentes a
produção de sisal e deve estar representada nos órgãos de tomada de decisão.
O governo por ser a entidade reguladora, tem uma participação através de aceitação, seguimento
e fiscalização do cumprimento das acções sociais. Tem uma representação de 5%, representados
através da estrutura da base e dos serviços distritais de agricultura e actividades económicas.
Ao proponente cabe a tarefa de cumprir escrupulosamente com as directrizes acordadas com o
doador, garantir a sua implementação, produção e envio de relatórios a entidade financiadora,
fiscalização e realização de encontros de balanço. A sua participação deve ser em 25%.
Pela composição das partes envolvidas, o projecto mostra a sua cumplicidade com a
transparência e rigor na gestão de recursos cujo propósito primário é desenvolvimento
socioeconómico da comunidade de Terela e distrito de Rapale, em geral.
5.5. Eficiência
A eficácia de um projecto resulta da correcta operacionalização do mesmo projecto e a eficácia
do projecto não se mede: ela se constrói, negocia-se, pratica-se e se vive. Eficácia não deve ser
medida, mas deve ser fruto de um trabalho iniciado no interior do projecto, com uma reflexão
envolvendo o conceito de eficácia, negociando, em seguida, os objectivos, as formas e os
procedimentos de uma avaliação que, além do diagnóstico, permita elaborar o sentido da
mudança da vida da comunidade envolvida e colocá-lo em prática. Assim, a eficácia é definida
no interior do projecto a partir dos seus membros que, em etapas sucessivas, definem e ajustam
seu contrato, suas finalidades, suas exigências, seus critérios de eficácia e organizam o controlo
contínuo dos progressos feitos pelo projecto, realizando os ajustes necessários da própria vida da
comunidade local beneficiária.
5.7. Sustentabilidade
Em projectos de intervenção social, a sustentabilidade mede-se pelos impactos da melhoria da
qualidade da vida da comunidade local. Pressupõe-se que as acções devem garantir acesso aos
bens serviços (trabalho, educação e saúde principalmente), diminuir as desigualdades sociais,
ampliar os direitos que visam possibilitar as pessoas e comunidades acesso pleno à cidadania e
justiça social.
6. Orçamento
4.1. Plano Financeiro
NOTA: Esta folha tem o seu início em 2023/2024 apesar de o pedido de financiamento referir-se
ao ano em curso (2019). Tal deve-se ao facto de o sisal ser uma cultura com ciclo de crescimento
de 36 a 48 meses dependendo das condições de boa preparação de terra que se fizer antes do
plantio.
Portanto com este ciclo significa que o corte vai iniciar em 2023/24 e a partir dai teremos os cash
flows.
Entretanto, enquanto se espera pelo corte do sisal de 200ha, a partir de 2020 começará o corte de
sisal dos 100ha que foram plantados em 2015 cuja receita servirá para suportar as despesas do
projecto enquanto se espera pelos restantes 200ha que serão adicionados pelo financiamento do
projecto.
Detalhamento
Impacto do Projecto
Sendo um projecto meramente de cunho social, o seu impacto é imensurável tomando em
consideração as carências do país e do nosso distrito em particular na questão de infrastruturas
sociais.
O projecto vai dar uma nova visibilidade a uma comunidade que antes era o rosto de pobreza
caracterizada por falta de meios de geração de renda, água, energia, escola e centro de saúde.
7. Documentos do Projecto
Como descrito no início deste projecto, na localidade de Terela, nunca houve um projecto
elaborado para uma agricultura comercial. Neste contexto, o projecto tem o seu impacto:
introdução da agricultura comercial através das actividades de cultivo de sisal.
Agradecemos desde já a vossa atenção pelo tempo gasto a escutar o nosso clamor e pedido de
financiamento. E com a implementação deste projecto, nós vamos seguir todas as orientações da
entidade financiadora, no que diz respeito de prestação dos relatórios de todo o processo.
Proponente
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