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Quarto distrito

O 4º Distrito de Porto Alegre é uma região que já foi central na atividade industrial e
social da capital gaúcha. Por ser central, próxima ao rio e ser caminho de uma linha
férrea que ligava Porto Alegre a outras regiões do estado, o que facilitava o
abastecimento de matéria-prima e o escoamento da produção, o 4º Distrito foi local
de grande desenvolvimento industrial a partir do início do século XX. Muitas fábricas
se instalaram na região e por consequência aumentou significativamente o número
de moradores e de estabelecimentos comerciais. O quarto distrito era então uma
zona próspera e desenvolvida da cidade.

Na década de 70 as indústrias saem da capital e se instalam em outras regiões do


estado. A diminuição da atividade industrial faz com que estabelecimentos
comerciais e habitantes também abandonem a região que rapidamente se degrada.
O 4º Distrito passa a ser uma região de baixa população, degradação arquitetônica,
concentração de casas noturnas e prostituição, pouca arborização, poucas praças,
alto fluxo de caminhões o baixo grau de urbanidade.

Mais recebtemente, iniciativas da prefeitura de Porto Alegre forma feitas no sentido


de resgatar o 4º Distrito como um polo criativo da cidade.
Assim surge a ideia do Distrito C, que se propõe a reunir empreendedores e
artistas etransformar o bairro em um polo de economia criativa.

Polo criativo

Apesar da degradação, os bairros do 4º Distrito não deixaram de compor uma área social e
comercial vibrante. Com tanta história e uma localização privilegiada, a região tem
um grande potencial cultural e econômico que tem sido melhor explorado nos últimos anos.

O poder público também passou a reconhecer a necessidade de resgatar a importância da


região. Em 2015, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou uma Lei Complementar do
Executivo que concede isenção de IPTU a imóveis utilizados por empresas de bases
tecnológica nos bairros que compõem o 4º Distrito.

Os empreendedores também podem solicitar isenção do Imposto sobre a Transmissão de


Bens Imóveis (ITBI) caso queiram adquirir sua sede no bairro Floresta, São Geraldo,
Navegantes, Farrapos ou Humaitá.

Espera-se, porém, medidas mais contundentes como parte de um plano


de revitalização efetiva da região. Enquanto isso não acontece, a comunidade de moradores e
empreendedores do 4º Distrito vai fazendo a sua parte.

é um belo exemplo de como cidades são organismos vivos e estão em constante


transformação.
Graças a iniciativas de empreendedores e criativos, que optam por instalar seus
negócios e promover suas atividades na área. Não apenas por conta do incentivo
tributário fornecido pela prefeitura, mas por acreditarem que o 4º Distrito tem
potencial para conquistar um lugar cada vez maior no coração dos porto-alegrenses.

Além

ZISPOA
A Zona de Inovação Sustentável de Porto Alegre (ZISPOA) é um movimento
independente que pretende transformar Porto Alegre em um dos lugares mais
inovadores e sustentáveis da América Latina. Ela engloba startups e projetos
criativos em alguns bairros da capital, entre eles o Floresta. Neste artigo, falamos
mais sobre a ZISPOA e alguns de seus projetos que estão no 4º Distrito.

Vila Flores
O Complexo Arquitetônico Vila Flores (Rua São Carlos, 753) é uma das
principais iniciativas inovadoras e colaborativas de Porto Alegre. Ele abriga uma
associação que promove atividades sociais e culturais e também empreendimentos
criativos de diversas áreas. Para saber mais, acesse este artigo de nosso blog.

Cluster criativo no bairro Floresta


Outra iniciativa legal do Floresta é o Distrito C, que reúne dezenas de
empreendedores e artistas que ajudam a transformar o bairro em um polo de
economia criativa. Para conhecer alguns dos lugares mais legais que fazem parte
do projeto (criado pela UrbsNova Porto Alegre – Barcelona), confira este artigo.

Coworking da produção
O Galpão Makers (Rua Gaspar Martins, 267) é uma comunidade composta por
vários empreendedores locais, que compartilham um pavilhão equipado com várias
máquinas para trabalhos em madeira e metal. Além dos residentes, com livre
acesso aos equipamentos, há a possibilidade de pagar diárias para usar o espaço. O
coletivo ainda promove oficinas, workshops e debates.
DE OLHO NO FUTURO:
CONHEÇA O 4º DISTRITO DE
PORTO ALEGRE
O 4º Distrito de Porto Alegre é um belo exemplo de como cidades são
organismos vivos e estão em constante transformação. É uma região histórica, que
já foi o centro da atividade social e industrial da capital gaúcha. Há muitos anos,
sofre com um certo abandono, mas aos poucos volta a reivindicar a importância de
outrora.

Graças a iniciativas de empreendedores e criativos, que optam por instalar seus


negócios e promover suas atividades na área. Não apenas por conta do incentivo
tributário fornecido pela prefeitura, mas por acreditarem que o 4º Distrito tem
potencial para conquistar um lugar cada vez maior no coração dos porto-
alegrenses.

Onde fica o 4º Distrito de Porto


Alegre?
É chamado de 4º Distrito a região que engloba os bairros porto-
alegrenses Floresta, São Geraldo, Navegantes, Farrapos e Humaitá. A área
forma uma faixa que faz limite com o Centro Histórico, passa ao lado da área
nobre do Moinhos de Vento e vai até a fronteira noroeste da cidade, onde fica a
Arena do Grêmio. Veja a área demarcada no mapa abaixo:

A área também faz limite com o rio Gravataí e delta do rio Jacuí, que desaguam no
Lago Guaíba. Por isso, nem todas as porções de terra do 4º Distrito sempre
estiveram ali: muitas delas são aterros. A Avenida Voluntários da Pátria, por
exemplo, antigamente ficava na beira do rio.

História do 4º Distrito
Além da proximidade com os rios, pelo 4º Distrito passava uma linha férrea que
ligava Porto Alegre a outras regiões do estado. Essas características garantiam a
quem se instalasse no local facilidade para o abastecimento de matéria-prima e no
escoamento da produção. Assim, foi natural que o desenvolvimento da
indústria ocorresse nessa região da cidade.
A partir das primeiras décadas do século 20, as fábricas começavam a se instalar na
Avenida Voluntários da Pátria. O desenvolvimento industrial trouxe também muita
gente para morar e instalar estabelecimentos comerciais nas redondezas. Outras
avenidas, como Farrapos, Cristóvão Colombo, Benjamin Constant e São Pedro,
também passaram a abrigar fábricas importantes e ganharam relevância.

Segundo contou Leila Mattar, arquiteta e professora da PUCRS, em reportagem da


Zero Hora sobre o 4º Distrito, a área entre as avenidas Farrapos e Voluntários da
Pátria já chegou a ser chamada de “bairro-cidade, pois tinha o que se precisava
para viver”.

Isso começou a mudar a partir da década de 1970, quando as indústrias migraram


para outras cidades da Região Metropolitana e do estado. Com a saída das
empresas, o interesse dos porto-alegrenses por viver no 4º Distrito foi diminuindo e
a região começou a se degradar.
Vista aérea do bairro Farrapos. Foto: Joel Vargas/PMPA.

Polo criativo
Apesar da degradação, os bairros do 4º Distrito não deixaram de compor uma área
social e comercial vibrante. Com tanta história e uma localização privilegiada, a
região tem um grande potencial cultural e econômico que tem sido melhor
explorado nos últimos anos.

O poder público também passou a reconhecer a necessidade de resgatar a


importância da região. Em 2015, a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou
uma Lei Complementar do Executivo que concede isenção de IPTU a imóveis
utilizados por empresas de bases tecnológica nos bairros que compõem o 4º
Distrito.

Os empreendedores também podem solicitar isenção do Imposto sobre a


Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) caso queiram adquirir sua sede no bairro
Floresta, São Geraldo, Navegantes, Farrapos ou Humaitá.

Espera-se, porém, medidas mais contundentes como parte de um plano


de revitalização efetiva da região. Enquanto isso não acontece, a comunidade de
moradores e empreendedores do 4º Distrito vai fazendo a sua parte.

O que tem de legal no 4º Distrito?


Agora que você já conhece a história do 4º Distrito, onde fica e qual o seu
potencial, que tal saber mais sobre as iniciativas e atrações da região? Veja a
seguir.

ZISPOA
A Zona de Inovação Sustentável de Porto Alegre (ZISPOA) é um movimento
independente que pretende transformar Porto Alegre em um dos lugares mais
inovadores e sustentáveis da América Latina. Ela engloba startups e projetos
criativos em alguns bairros da capital, entre eles o Floresta. Neste artigo, falamos
mais sobre a ZISPOA e alguns de seus projetos que estão no 4º Distrito.

Vila Flores
O Complexo Arquitetônico Vila Flores (Rua São Carlos, 753) é uma das
principais iniciativas inovadoras e colaborativas de Porto Alegre. Ele abriga uma
associação que promove atividades sociais e culturais e também empreendimentos
criativos de diversas áreas. Para saber mais, acesse este artigo de nosso blog.
Complexo arquitetônico Vila Flores. Foto: Fernando Banzi e Lauro Rocha

Cluster criativo no bairro Floresta


Outra iniciativa legal do Floresta é o Distrito C, que reúne dezenas de
empreendedores e artistas que ajudam a transformar o bairro em um polo de
economia criativa. Para conhecer alguns dos lugares mais legais que fazem parte
do projeto (criado pela UrbsNova Porto Alegre – Barcelona), confira este artigo.

Coworking da produção
O Galpão Makers (Rua Gaspar Martins, 267) é uma comunidade composta por
vários empreendedores locais, que compartilham um pavilhão equipado com várias
máquinas para trabalhos em madeira e metal. Além dos residentes, com livre
acesso aos equipamentos, há a possibilidade de pagar diárias para usar o espaço. O
coletivo ainda promove oficinas, workshops e debates.

Cervejas artesanais
O bairro São Geraldo tem atraído os amantes de uma boa cerveja. A Distrito
Brewpub (Av. Amazonas, 835) abre as portas para cervejeiros interessados na
produção colaborativa e a 4Beer (Av. Polônia, 200) tem 34 torneiras de chopp para
quem gosta de experimentar vários estilos diferentes.
Música ao vivo
Inaugurado em agosto de 2017, o Agulha (Rua Conselheiro Camargo, 300) é um
bar que busca agregar vários públicos e, por isso, evita estigmas. Desde que surgiu,
tem feito sucesso na noite porto-alegrense, movimentando uma área antes pouco
frequentada com ótimas atrações musicais locais, nacionais e internacionais.

Estúdio de primeiro nível


O estúdio Audio Porto (Rua Câncio Gomes, 609) foi criado com a intenção de
transformar Porto Alegre em referência na produção de áudio a nível nacional e
global. Tem mais de 900 m², as mais avançadas tecnologias e profissionais
qualificados. Uma estrutura que deixa qualquer músico babando.

Formada por 549 hectares de ruas da zona Norte ao Centro Histórico, a


região conhecida como 4º Distrito pode ser vista como um dos grandes
mistérios de Porto Alegre. Com localização estratégica – próxima aos
acessos rodoviários, ao porto e ao aeroporto da cidade, com ligação direta
para a região central – a área formada pelos bairros Floresta, São Geraldo,
Navegantes, Humaitá e Farrapos outrora caracterizado pela forte atividade
industrial e comercial sofre há décadas com o abandono.

Considerada promissora economicamente, o local passou por diversas


discussões e projetos ao longo dos últimos anos e, apesar de ainda parecer
esquecido em diversos pontos, já conta com pequenos empreendimentos
privados e deve começar a receber as primeiras iniciativas do poder público.

Logisticamente privilegiada, a região passou a ser pensada com foco na


inovação. Ainda nos últimas anos da gestão do prefeito José Fortunati,
representantes do Executivo municipal estiveram na Espanha, onde o modelo
do 22@Barcelona – projeto de revitalização da antiga área industrial da
cidade catalã – passou a ser considerado uma referência para o 4º Distrito de
Porto Alegre e o arquiteto espanhol Josep Pique como consultor.

Em dezembro de 2016, a prefeitura apresentou um masterplan elaborado


pelo Núcleo de Tecnologia Urbana (NTU) da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (Ufrgs), com apoio da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (PUCRS). Todo o território foi mapeado para a criação do
projeto. Alguns dos aspectos do Masterplan divulgados na época eram a
multiplicação em até oito vezes das áreas verdes, instalação de polo médico,
empresas voltadas à tecnologia, comunicações e inovação. O projeto também
contemplava um terminal hidroviário, espaços como centro clínico e hospital
metropolitano, além de prédios para empresas e startups. Um centro de
eventos, considerado uma carência da Capital, também estava no estudo,
assim como possibilidades de aumentar o número de moradores na região.
No ano passado, além da PUCRS e da Ufrgs, a Unisinos se engajou em uma
nova iniciativa criada com o objetivo de se pensar ações voltadas à
transformação da Capital em uma referência em inovação. Dentro desta
articulação, foi firmado em seguida o Pacto Alegre, com o intuito de se
conseguir compromisso e engajamento de instituições públicas e privadas
nessa transformação de Porto Alegre.

À frente do projeto, o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da


PUCRS, Jorge Audy, explica que, desde então, o 4º Distrito passou a ser um
dos pontos contemplados por esse Pacto que se propõe a pensar Porto
Alegre como um todo. Mais do que isso, de acordo com Audy, a região é um
dos projetos vitais da iniciativa. Outras duas prioridades são ações voltadas à
Educação e o Instituto Caldeira, espaço que deve reunir startups em antigas
fábricas da família Renner, localizadas dentro do 4º Distrito.

Sensação de abandono

Apesar da existência de projetos e propostas promissoras, o 4º Distrito é um


forte retrato do contraste entre o abandono e o funcionamento de Porto
Alegre. Apesar de ser formado por bairros com diferenças significativas entre
si, ao passar por algumas das ruas principais que formam essa grande região
da Capital é possível perceber que o que prevalece é a falta de iniciativa
pública e privada. Com diversos prédios de antigas fábricas e galpões
abandonados há décadas, a sensação que se tem é de que o poder público
não começou a atuar efetivamente naquele território.

A rua Voluntários da Pátria é uma importante via de ligação que pode


caracterizar parte do 4º Distrito. Nela e nas vias menores com que se cruza é
possível ver empreendimentos em funcionamento, mas cercados de imóveis
vazios e deteriorados, além de terrenos baldios que acumulam lixo. A rua
Câncio Gomes é um exemplo do abandono: o tamanho dos prédios não deixa
dúvida que empresas de grande porte funcionaram ali, mas o estado das
fachadas revela que os locais estão inativos há muito tempo.

Funcionário da coordenação Norte do Departamento Municipal de Água e


Esgotos (Dmae) – localizada na Câncio Gomes –, Hamilton de Oliveira diz
que os espaços começaram a se esvaziar na época em que começou a
trabalhar ali, em 1983. Com o tempo, o número de prédios inativos aumentou,
dando características de abandono a toda a região. “É uma zona meio
perigosa à noite”, comenta. Proprietário de um bar na mesma rua há quase
50 anos, Gilberto Ziego recorda que, no início, trabalhadores das empresas e
moradores do entorno davam ao local um movimento que não existe mais. A
sensação de esquecimento permeia outras das vias que formam a região.
Apesar disso, pequenas iniciativas recentes deram nova vida à localidade.
Pequenos reparos deveriam ser priorizados, opina empreendedor

Nos últimos anos, novos empreendedores resolveram aproveitar o potencial


da região. Um dos primeiros foi Caio de Santi, que escolheu a avenida
Polônia, no bairro São Geraldo, para instalar seu bar e cervejaria. Espaço
amplo, aluguel com preço acessível, proximidade de imóveis residenciais e
fácil acesso de quem vem da região central da cidade foram os principais
atrativos que o fizeram optar pelo local há cerca de três anos. Ao longo desse
tempo, outros empreendimentos noturnos também tiveram a mesma escolha
e aproveitam o movimento frequente de clientes durante toda a semana.

Para Santi, no entanto, apesar de atrair empreendedores, o 4º Distrito ainda é


uma região esquecida pelo poder público. Ele, que acompanhou a
apresentação e discussões sobre a revitalização do espaço, até agora só
percebeu iniciativas por parte das empresas privadas. Na sua visão, mesmo
que um grande projeto seja interessante, considera que primeiro a prefeitura
deveria dar atenção às ações menores, como cuidar dos alagamentos,
reforçar a iluminação e a segurança.

Outro ponto é a questão habitacional. Apesar da presença de prédios


residenciais na frente de seu estabelecimento, a maior parte do restante da
região até a ponte do Guaíba formada por pavilhões antigos, sem moradias.
“Não adianta vir um monte de empreendimentos se não tiver moradores”,
assinala.

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