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FACULDADE DE TEOLOGIA EVANGÉLICA DO RIO DE JANEIRO

NÚCLEO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA


Curso de Bacharelado em Teologia

NOME DO ALUNO

A PAROUSIA

Rio de Janeiro - RJ
2019
FACULDADE DE TEOLOGIA EVANGÉLICA DO RIO DE JANEIRO
NÚCLEO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
Curso de Bacharelado em Teologia

NOME DO ALUNO

A PAROUSIA

Monografia apresentada à FATERJ -


Faculdade de Teologia Evangélica do Rio de
Janeiro, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Teologia, sob a
orientação do professor,
Esp. José Ricardo dos Santos Junior.

Rio de Janeiro - RJ
2019
FACULDADE DE TEOLOGIA EVANGÉLICA DO RIO DE JANEIRO
NÚCLEO DE GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
Curso de Bacharelado em Teologia

TERMO DE APROVAÇÃO

A Monografia, A PAROUSIA, elaborada por NOME DO ALUNO, como requisito


parcial para obtenção do título de Bacharel em Teologia. Apresentada aos membros
da banca examinadora do departamento de graduação da FATERJ - Faculdade de
Teologia do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro - RJ, _______ de ____________________ de 2019.

RESULTADO:

________________________________________________
Prof. Esp. José Ricardo do Santos Júnior
Orientador

________________________________________________
Prof. Esp. ?????????????????????????
Examinador

________________________________________________
Prof. Esp. ??????????????????????????
Examinador

________________________________________________
????????????????????????????
Coordenador do Curso
DEDICATÓRIA

Esta Monografia é dedicada em primeiro lugar ao Senhor e Salvador Jesus


Cristo, o único e verdadeiro Deus, e a todos os irmãos que se fizeram instrumento de
Deus em minha vida.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram para a realização dente trabalho, fica


expressa aqui a minha gratidão especialmente a minha esposa, a meus filhos e aos
meus líderes.
EPÍGRAFE

Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o


Senhor DEUS as lágrimas de todos os rostos, e tirará o
opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o SENHOR
o disse. E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso
Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará;
este é o SENHOR, a quem aguardávamos;
na sua salvação gozaremos e nos alegraremos.
(Is 25:8-9)
RESUMO

Sempre que há um desastre natural ou a possibilidade anunciada de uma


catástrofe em alguma parte do planeta, a humanidade se vê dominada por temores
apocalípticos e inquietações quanto ao Final dos Tempos. Existem inúmeras
especulações que tentam dar conta desse tema buscando colocar no mesmo patamar
de credibilidade interpretações e “revelações” de videntes, falsos profetas, ufólogos e
cristãos.
Todavia, o presente trabalho indica uma breve introdução ao estudo
escatológico dando ênfase à Parousia (segunda vinda de Cristo). Não versará sobre
uma visão teológica a respeito de toda a história da humanidade, antes terá como alvo
o estudo dos acontecimentos finais segundo a promessa de Deus revelada em sua
Palavra como o Plano redentor do Criador.

Palavras Chave: Escatologia, Revelação, Salvação, Teologia.


ABSTRACT

Whenever there is a natural disaster or it is announced the possibility of a ca-


tastrophe in any part of the planet, humanity finds itself dominated by apocalyptic fears
and concerns about the End Times. There are countless speculations that try to ac-
count for trying to put this issue on the same level of credibility interpretations and
"revelations" of visionaries, false prophets, ufologists and Christians.
However, this study indicates a brief introduction to the eschatological study
giving emphasis to the Parousia (Christ's second coming). It won´t focus on a theolog-
ical perspective on the history of mankind, rather the study will target the final events
according to the promise of God revealed in His Word as the redemptive plan of the
Creator.

Keywords: Eschatology, Revelation, Salvation, Theology.


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2. NOÇÕES ETIMOLÓGICAS .................................................................................. 14
2.1 ETIMOLOGIA DA PALAVRA ESCATOLOGIA ................................................. 14
2.2 A ESCATOLOGIA NO ANTIGO TESTAMENTO .............................................. 14
2.3 A ESCATOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO ................................................. 15
3. CORRENTES TEOLÓGICAS DE INTERPRETAÇÃO: ........................................ 17
3.1 CONCEITOS MILENISTAS:............................................................................. 17
3.2 PÓS-MILENISMO ............................................................................................ 17
3.3 AMILENISMO .................................................................................................. 17
3.4 PRÉ-MILENISMO ............................................................................................ 18
3.5 CONCEITOS TRIBULACIONISTAS:................................................................ 18
3.6 A GRANDE TRIBULAÇÃO ............................................................................... 19
3.7 AS RESSURREIÇÕES: ................................................................................... 22
3.8 O ARREBATAMENTO: .................................................................................... 23
4. A SEGUNDA VINDA DE JESUS CRISTO............................................................ 24
4.1 ETIMOLOGIA DA PALAVRA PAROUSIA ........................................................ 24
4.2 AS PROFECIAS SOBRE A PAROUSIA ........................................................... 24
4.3 A NATUREZA DA PAROUSIA ......................................................................... 25
4.4 ARREBATAMENTO E RESSUREIÇÃO DE MORTOS..................................... 30
4.5 O PROPÓSITO DA PAROUSIA ....................................................................... 31
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 34
6. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 37
11

1. INTRODUÇÃO

Esse é um tema de suma importância para os cristãos, a “Doutrina das Últimas


Coisas”, ou seja, a Escatologia. Todavia, no mundo moderno o interesse pelas coisas
que irão acontecer e que são descritas na Bíblia Sagrada, somente ocorre quando
acontece uma catástrofe ou existe essa possibilidade em alguma parte da terra.

E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira


terra passaram, e o mar já não existe. (Apocalipse 21:1)

Além disso, embora existam muitos livros e obras que tratam do tema, com
frequência os escritores se utilizam de especulações sem fundamento, interpretações
inadequadas e inferências impróprias e conclusões fora de sintonia com a Palavra de
Deus. São Teologias sem revelação, vazias, mortas e por vezes, diabólicas! A única
unanimidade que há entre os teólogos e estudiosos é em relação à volta de Jesus.
Sim, Ele voltará! Nos demais aspectos da Escatologia são várias as correntes
defendidas. Essas dificuldades na interpretação dos aspectos da “Doutrina das
Últimas Coisas” se dão por quatro fatores abaixo listados:

a) Abismo histórico: separação temporal;


b) Abismo cultural: diferenças entre as culturas dos povos;
c) Abismo linguístico: hebraico, aramaico e grego;
d) Abismo filosófico: várias opiniões entre a cultura acerca da vida, das
circunstâncias e do Universo.

Esse trabalho apresenta uma breve introdução à Escatologia com ênfase


especial à segunda vinda de Cristo, a denominada “Parousia”, evento culminante da
obra salvífica do Nosso Senhor Jesus Cristo, que é profetizada, descrita, anunciada e
retratada ao longo de toda Bíblia, quer no Antigo como no Novo Testamento, sempre
de forma relevante e intensa. Sem dúvidas, esse glorioso evento é o foco central, o
âmago, o coração da Escatologia.
Desde logo, cabe destacar que ao longo da História da Revelação de Deus, a
Escatologia tem assumido uma posição das mais relevantes e, várias são as profecias
contidas na Bíblia que lhe dizem respeito. De fato, esse tema despertava e desperta
12

agudo interesse na Igreja de Jesus Cristo desde os seus primórdios. Porém, poucos
são os pregadores atuais que têm usado o púlpito para exortar a Igreja a estar
preparada para a volta do Senhor.
Ademais, consoante ao próprio significado da palavra, a Escatologia não trata
de uma visão teológica a respeito de toda a história da civilização humana, antes
focaliza e direciona o estudo para os acontecimentos finais dessa e o estado eterno
do homem segundo o Plano Redentor do Criador.
Para o teólogo Henry C. Thiessen (THIESSEN, 2001), a importância do
retorno de Jesus pode ser destacada e demonstrada por, dentre outros, cinco fortes
e relevantes motivos:

1) Sua proeminência nas Escrituras - Só no Novo Testamento encontramos


mais de 300 referências à segunda vinda de Jesus;
2) Muitos temas, ordenanças, promessas e simbolismo contidos em
diversos livros na Bíblia só ficam plenamente claros a luz da doutrina do retorno de
Jesus a terra, a exemplo de:

Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião. Proclamarei o
decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e
eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu
os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso
de oleiro. (Salmo 2:6-9)

Mas o SENHOR está assentado perpetuamente; já preparou o seu tribunal


para julgar. Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre
povos com retidão. (Salmo 9:7-8)

Além dos Salmos 22, 24 e 45, o livro dos Atos dos Apóstolos capítulo 3
versículos de 19 a 24; Epístola de Tiago capítulo 5 versículo 8; Carta aos Hebreus
capítulo 10 versículo 37; Livro do Apocalipse capítulo 1 versículo 7 e capítulo 22
versículos de 12 a 20;
3) Esse retorno é a esperança da igreja conforme Tito 2:13 “Aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Salvador Jesus Cristo”;

4) Essa volta é um incentivo para os crentes viverem um verdadeiro


cristianismo bíblico, posto que nos induz a autopurificação, nos inspira vigilância e
perseverança conforme:
13

Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão
com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as
obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas
coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade; (2Pe 3:10-
11)

Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir
à hora em que não penseis; (Mt 24:44)

E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono;


porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando
aceitamos a fé; (Rm 13:11)

5) Tem como consequência um maior incentivo ao testemunho de vida


cristã e a pregação do evangelho, conforme:

E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono;


porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando
aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as
obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. (Rm 13:11-12)

Finalmente, considerando que a Escatologia envolve acontecimentos futuros,


considerando a riqueza do simbolismo utilizado e a dificuldade de entendimento em
diversos textos e passagens, em particular, nas passagens proféticas é natural que
se apresentem alguns pontos controversos e, por via de consequência, que alguns
estudiosos se esquivem de discutir esses temas que geram, ou podem gerar, muitos
debates em face das naturais dificuldades. Não obstante, de acordo com Millard J.
Erickson (ERICKSON, 2010): “quer concordemos que estas questões são importante,
quer não, devemos examiná-las, pois aqueles que as discutem as consideram
importantes".

E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
(Apocalipse 21:4)
14

2. NOÇÕES ETIMOLÓGICAS

2.1 ETIMOLOGIA DA PALAVRA ESCATOLOGIA

Segundo Betiato (BETIATO, 2008) “A palavra escatologia vem do grego


‘eskhatom’ que significa “o futuro absoluto”, o fim último da existência humana, [...] as
últimas de todas as coisas”. Em outras palavras escatologia é uma parte da Teologia
que se preocupa em estudar as realidades últimas da existência humana na esfera da
fé. É a reflexão teológica sobre o que acontecerá no final desta vida terrena.
Silva (SILVA, 2007), diz que “Escatologia é a doutrina que diz respeito ao fim
do mundo presente e ao mundo vindouro”. Ou seja, é o estudo sobre o que acontecerá
nesta vida e o que está por vir. Já Miranda (MIRANDA, 2004), define escatologia como
“[...] uma parte da teologia que se preocupa com o fim. O nosso fim, bem como o fim
do mundo”.
Uma boa definição de Escatologia é dada por Figueiredo (FIGUEIREDO,
2011) “O termo escatologia origina-se de duas palavras gregas, “éskhatos” e “logos”.
“Éskhatos” significa: último de uma série, fim de uma era, extremo de uma jornada,
alvo a ser atingido, meta. A palavra “logos” tem variadíssimo uso, mas, aqui, é tomada
no sentido de estudo”.
Compreende-se, então, que Escatologia é o estudo das últimas coisas, o fim
de uma era, dos acontecimentos futuros, o termo final da atual ordem mundial e da
história humana.
Assim, o termo Escatologia tem origem em duas palavras gregas (éschatos =
"último", e logos = "estudo"). Portanto, a tradução da palavra seria algo como: "A
Doutrina (ou estudo) das Últimas Coisas".

2.2 A ESCATOLOGIA NO ANTIGO TESTAMENTO

Com relação ao Antigo Testamento - AT, a quase totalidade dos textos e


passagens que tratam de Escatologia está intimamente relacionada com a pessoa de
Jesus Cristo, isto é, apresenta um claro direcionamento Cristocêntrico, ou seja,
apontam inequivocamente na direção da gloriosa volta do Senhor.
15

Ademais, a maioria das profecias referentes a Jesus e a tudo que ele realizou,
contidas no Antigo Testamento, não fazem, via de regra, distinção entre os fatos
referentes ao primeiro e ao segundo advento, o que só se tornou mais compreensível
mais tarde, como é o caso, por exemplo os textos encontrados em Is 7:14; 9:1-6; Jl
3:9-17; Jó 19:5-26.
Além disso, expressões como: "tempo do fim" (Dn. 11:1-4), "naquele dia" (Is.
24:21; 25:9; 27:1), "últimos dias" (Is. 2:2; Os. 3:5), "dia do Senhor" (Jl. 2:28-32; Am.
5:18-20; Ml. 4:5), "dia da sua vinda" (Ml. 3:1-2), foram largamente utilizadas para
indicar o tempo da segunda vinda de Cristo, com todos os eventos a ela relacionados.

2.3 A ESCATOLOGIA NO NOVO TESTAMENTO

A implantação do Reino de Deus na terra deve começar nos corações dos


homens e envolverá uma série de ações e acontecimentos naturais e sobrenaturais
que ocorrerão através da intervenção divina no plano físico natural é o aspecto
essencial da Escatologia no Novo Testamento.
Assim, a implantação do Reino de Deus deve ocorrer na terra com todas suas
características próprias e, posto que é de Deus e de caráter justo, é claro, que
implicará para os inimigos do Reino, o desfazimento do mal e de seus agentes, com
a consequente aplicação da justiça e do juízo divinos e, para os que os crentes que
buscam e anseiam por ele, o estabelecimento da paz tão almejada trará todos os
benefícios contidos nas promessas divina. Implicará, pois, na destruição do reino
atual, perverso, mal e corrupto, que é o de Satanás, e na implantação do justo e
perfeito Reino do filho de Seu Amor.
Por isso, o teólogo Frederick. F. Bruce (Bruce, 1965) afirma que a pregação
de Jesus, resumida em Mc 1.15 "O tempo está cumprido e o Reino de Deus está
próximo; arrependei e crede no evangelho", declara o cumprimento da visão de
Daniel: "E veio o tempo em que os santos possuíram o Reino" (Dn 7.22), isto é, em
certo sentido, o Reino já estava presente no ministério de Jesus: "se, porém, eu
expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus
sobre vós" (Lc 11.20; cf Mt 12.28). Mas, em outro sentido, o Reino ainda estava no
futuro. Jesus ensinou seus discípulos a orar: "Venha o teu Reino" (Lc 11.2).
16

Em contraponto, para C. H. Dodd (DODD, 1979), com o que ele chamou de


Escatologia Realizada, o Reino de Deus não seria escatológico futurístico e que já
havia chegado com a primeira vinda de Jesus, ou seja, na época do ministério de
Jesus na terra foram cumpridas todas as promessas sobre o fim.
Para George E. Ladd (Ladd, 1993) a percepção distinta de textos que
guardam coerência com as palavras e ensinos de Jesus e com todo o Novo
Testamento sobre: O período da encarnação de Cristo, sua vida, paixão, exaltação, o
derramamento do Espírito Santo, o chamado dos gentios para se integrarem ao Novo
Israel (o povo de Deus), e o cumprimento das predições proféticas a respeito do fim
é, de fato, a Escatologia Bíblica (Escatologia Inaugurada). Assim, o resumo de tudo é
que, o "tempo do fim", "os últimos dias" começou com a encarnação de Jesus e vai
até o início do estado eterno futuro, e disso falaram todos os profetas. De acordo com
o Pastor Shedd (SHEDD, 1985), o Reino de Deus veio na pessoa de Jesus Cristo e
seu ministério, de forma legítima, mas não na sua totalidade.
Finalmente a questão do estabelecimento do Reino de Deus na terra, no qual
existe uma tensão até que tudo se cumpra, é o que alguns chamam de "já", mas "ainda
não", da esperança cristã, isto é, já se iniciou a sua implantação, mas ainda não de
forma completa.
17

3. CORRENTES TEOLÓGICAS DE INTERPRETAÇÃO:

3.1 CONCEITOS MILENISTAS:

Dizem respeito às correntes teológicas sobre a natureza, duração e época do


que se denomina de “milênio”:

E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande


cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo
e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou,
e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil
anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.
(Apocalipse 20:1-3)

Várias são as interpretações da história e de sua relação com o futuro. Alguns


admitem que sejam cíclicas; outros relembram com saudade de épocas passadas.
Alguns afirmam que ela progride conforme as "leis da natureza"; outros acreditam que
está regredindo por causa dessas mesmas leis. A Palavra de Deus aponta claramente
para um plano de Redenção do homem.
Assim, a Bíblia dá uma resposta clara e certa às perguntas sobre o futuro. A
história e os eventos humanos têm uma direção e haverá um reino futuro glorioso. As
orações dos crentes serão respondidas e o próprio Deus, na Pessoa de Jesus Cristo,
a segunda pessoa da Trindade, reinará e governará na terra durante 1000 anos no
Milênio. O melhor ainda está por vir!

3.2 PÓS-MILENISMO

Para essa corrente, não existe uma data especifica para o início desse
período. Segundo essa concepção, o milênio já foi inaugurado e a chegada do Reino
de Deus se dá de forma gradual e lenta;

3.3 AMILENISMO

Para essa outra corrente não haverá um milênio terrestre propriamente dito,
em que Cristo reinará;
18

3.4 PRÉ-MILENISMO

Para aqueles que creem em um reino literal de Cristo na face da terra por um
período de mil anos, que se iniciará com a sua vinda, inaugurando-o. Ele se entende
também como o ponto de vista que situa o arrebatamento e a vinda de Cristo
antecedendo o Milênio.

3.5 CONCEITOS TRIBULACIONISTAS:

Diz respeitos as correntes teológicas sobre a natureza, duração e época do


que denomina-se de “grande tribulação”:

"Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do


mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais" (Mt 24.12).

Essas palavras do Senhor Jesus esclarecem aos seus discípulos e à Igreja


sobre o tempo em que será intensificada a tribulação sobre os homens, mencionando
vários acontecimentos que ocorrerão (estão ocorrendo) nos últimos tempos, tais
como, guerras, rumores de guerra, fomes, perseguições e terremotos, revelados como
sinais indicativos do período que ele chamou de "o princípio das dores".

3.5.1 Pré-Tribulacionismo

Corrente teológica que defende a ideia que ocorrerá o arrebatamento da igreja


antes da grande tribulação, colocando-a fora de cena no período tribulacional;

3.5.2 Pós-Tribulacionismo

Corrente teológica que defende a ideia que a igreja passará necessariamente


pela grande tribulação e que Jesus, quando de sua vinda para inaugurar o milênio e
o seu Reino eterno, a livrará;
19

3.6 A GRANDE TRIBULAÇÃO

3.6.1 Duração e Natureza da Grande Tribulação

A Grande tribulação é um período de aflição sem precedentes, de alcance


mundial, que introduzirá a “Parousia”, a volta de Cristo a terra em grande glória e
descrita em diversas passagens do Novo Testamento (Mc 13.19; Lc 21.23; Ap 3.10)
e do Antigo Testamento (Jr 30.5-7; ver Dn 12.1). A Palavra de Deus nos alerta que tal
evento afetará a terra e o céu com eventos catastróficos.
Há quem atribua uma duração de quarenta (40) anos para esse período, com
base em que este número sempre simbolizou provação: o dilúvio; os dois jejuns de
Moisés; desafio de Golias a Israel; anúncio de Jonas a Nínive e a tentação de Jesus.
Outros, como os pré-tribulacionistas, pensam que a tribulação durará sete (7) anos.
De fato, tomando como referência a profecia das setenta semanas de Daniel 9.24-27,
resta, ainda, uma semana profética de 7 anos para completar os acontecimentos
descritos pelo profeta Daniel.

3.6.2 O Anticristo

Em 2Tessalonicenses 2:3-10 lemos que:


Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que
antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da
perdição,O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou
se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus,
querendo parecer Deus. Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia
quando ainda estava convosco? E agora vós sabeis o que o detém, para que
a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera;
somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; E então será
revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e
aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a
eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com
todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o
amor da verdade para se salvarem.

Durante a Grande Tribulação entrará em cena um personagem de grande


destaque, o Anticristo, comumente conhecido como “A Besta” do Apocalipse. Esse
personagem, que será a própria personificação do mal, foi descrito pelo apóstolo
Paulo como o Homem da Iniquidade, o Filho da Perdição, o Iníquo, o opositor de Deus,
20

o qual o Senhor Jesus matará pelo assopro de sua boca e o aniquilará pelo esplendor
de sua vinda.
A citada “última semana profética de Daniel” começará quando o Homem da
Iniquidade (o Anticristo) iniciará seu reinado presumivelmente trazendo soluções para
problemas políticos, econômicos, religiosos e, gradativamente, ganhará a simpatia do
mundo e dos poderosos, adquirindo autoridade e poder, implantará o seu domínio (Ap
13.1-8). Daniel 9.25-27, fala que o Anticristo “[...] um príncipe que há de vir [...] ele [...]
fará firme aliança com muitos” (provavelmente líderes da nação de Israel) por uma
meia semana, mas na outra metade da semana ocorrerá a quebra desse pacto e o
homem da iniquidade estabelecerá o domínio através de terror e perseguição, tanto
de Israel quanto da Igreja.
Assim, o sofrimento da Igreja, causado pela perseguição satânica, durará um
tempo definido de três (3) anos e meio (meia semana), ou seja, a Grande Tribulação
propriamente dita ou o período mais intenso dela.
Dessa forma, a Palavra de Deus no revela que o período da Grande
Tribulação terá como personagem terrível, o Anticristo e será um dos tempos mais
difíceis da história do homem. Cenas indescritíveis na linguagem humana se
desenrolarão em todo o planeta.
Aquele será o tempo em que Satanás, na pessoa do Anticristo, agirá com
maior liberdade e grande ferocidade contra o povo de Deus e tomará as rédeas
políticas, religiosas e econômicas, com as quais deverá comandar algo a semelhança
do Império Romano que, provavelmente, (re)surgirá naqueles dias, composto de dez
nações confederadas (Dn 7.7; 23-26; Ap 17.8-18). A Besta (Ap 13 e 19); o Homem da
iniquidade (2Ts 2).
Ainda de acordo com a Palavra de Deus, nesse tempo, a crueldade de
Satanás somente não exterminará a igreja pela intervenção divina e pelo testemunho
que ela terá de dar. Posto que foi dado a ele, manifestado na besta, fazer guerra contra
os santos e vencê-los (Dn 7.21e Ap 13.7). As duas testemunhas serão martirizadas
(Ap 11.3-14). Será um tempo de martírio dos fiéis, até onde for permitido pelo Senhor,
justificando plenamente o julgamento de Deus e a ira divina sobre o reino das trevas.
Jesus disse que, se o tempo não fosse abreviado nenhuma carne se salvaria, tão
grande e apertado será aquele tempo.
Nessa época, quando o Anticristo detiver todo o poder mundial em suas mãos,
deverá controlar todo o sistema mundial do comércio e comunicações. Ninguém
21

poderá comprar ou vender sem a sua marca, nome ou número do seu nome - através
do computador ou chip.
Após essa tribulação sofrida pela igreja, Jesus, vindo em defesa dos seus
escolhidos, descerá dos céus com grande poder e glória ocorrendo a Parousia,
colocando fim na Grande Tribulação, executará o seu juízo na terra, com todos os
fatos dele decorrentes, tais como os descritos em Zacarias (4.1-7, 12-15, 2Pe 3.7, 10-
13; Ap 19.11-21). Esse dia apanhará muitos de surpresa, porquanto, os ímpios
inimigos de Deus se acharão seguros e donos da situação, supondo terem dominado
a igreja, quando lhes sobrevirá repentina destruição à qual não haverão de escapar
(1Ts 5.3), de forma semelhante aos dias de Noé, anteriores ao dilúvio (Mt 24.37-39).

3.6.3 Armagedom, Gogue e Magogue

Vários acontecimentos relacionados com a Grande Tribulação, mencionados


nas passagens já descritas, terão lugar naquele tempo e correspondem aos
denominados “ais” e “as pragas” e todos os acontecimentos que estão previstos no
livro de Apocalipse, que são descritos como os seis primeiros selos, as sete trombetas,
e as sete taças da ira de Deus. Jesus se referiu a essa ocasião como um tempo de
catástrofes mundiais, tumultos de toda ordem, sinais nos céus, no sol, nos oceanos,
na lua e nas estrelas, grandes terremotos e o abalo as potências dos céus.
Nesse tempo, a nação de Israel será invadida por Gogue e se dará a grande
Batalha do Armagedom “Ar Megido” (Ap 16.16; 19.17-21), com a destruição dos
exércitos dos inimigos de Israel e do povo de Deus, que o profeta Ezequiel (38.2-
39.20) e o apóstolo João (Ap 20.8) chamaram de Gogue e Magogue, nos montes da
Palestina.

3.6.4 A Conversão de Israel

Ainda como consequência da Grande Tribulação e logo após o rompimento


da aliança com o Anticristo, Israel finalmente reconhecerá o Seu Messias na figura de
Jesus Cristo, a quem tinham rejeitado (Zc 12.10,11). Então se cumprirá a palavra de
Jesus a respeito de sua aceitação por parte dos filhos de Israel (Mt 23.37-39). De Sião
virá o libertador (Rm 11.26) Jesus e, com a conversão de Israel (Ez 39.21-29), os
22

israelitas, juntamente com a igreja, desencadearão um testemunho poderoso e eficaz,


empreendendo uma ação missionária provavelmente nunca havida até aquele tempo.

3.6.5 Os principais fatos, que ocorrerão na Grande Tribulação:

1) Domínio e revelação de Satanás, através da Besta e do falso profeta;


2) A grande apostasia (rebelião) contra Deus e Jesus;
3) Ira da Besta e perseguição contra Israel e os Cristãos que testemunharão
enfrentando a própria morte (Ap 12.11);
4) Juízos de Deus contra a Besta, o falso profeta e os ímpios (nações). Influência
na atmosfera: escurecimento do sol e lua, queda das estrelas, estrepitoso estrondo, grande
cataclismo no globo terrestre (2 Pe 3.7-13).

3.7 AS RESSURREIÇÕES:

3.7.1 A Primeira Ressurreição:

A primeira ressurreição compreende duas fases e uma ordem: a de Jesus,


como as primícias (1Co 15.20-24); a de todos os salvos, mortos em Cristo, tanto os
do Antigo Testamento, como os de toda a história da igreja e os que forem mortos
durante da Grande Tribulação. Ela é chamada de ressurreição dos justos (Lc 14.14).
Com exceção da de Jesus, que já aconteceu, a primeira ressurreição ocorrerá
no momento exato da Parousia (vinda) de Cristo, antes do Milênio de paz – por isso,
pré-milenista, (Mt 24.29-31; Jo 5,28; Ap 20.4-6).
O caráter da ressurreição não será simbólica nem espiritual, como alguns
afirmam, porém, literal e física ou corpórea. Is 60.8; Dn 12.2; 1Co 15; 1Ts 4.13-18. Ela
será uma ressurreição "dentre os mortos".

3.7.2 A Segunda Ressurreição:

Essa é denominada de ressurreição do juízo e envolve os ímpios perdidos de


todos os séculos. A sua ocasião será após o período de mil anos de paz na terra, o
milênio (Dn 12.2; Ap 20.5,11-13).
23

3.8 O ARREBATAMENTO:

Lemos em 1Tessalonicenses 4:13-17 que:

Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem,
para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.
Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que
em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemos-vos, pois, isto,
pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do
Senhor, não precederemos os que dormem.Porque o mesmo Senhor descerá
do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os
que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos
vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o
Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.

Na verdade, esse acontecimento se confunde muito com o evento da


ressurreição, porque os fatos são intimamente ligados entre si. Com efeito, o termo
“ressurreição” significa “surgir novamente”; ressurreição é o fato de alguém, ou algo,
voltar à vida que já havia sido perdida; o arrebatamento é a ação de algo ou alguém
ser transportado de um lugar para outro. Esses dois acontecimentos se misturam
porque ocorrerão simultaneamente.
Até mesmo porque, transformados em corpos incorruptíveis e arrebatados até
às nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, serão todos os salvos (1Co 15.51; 1Ts
4.17) mas, ressuscitados serão apenas “os que já dormem”.
Muitos cristãos, com base nos ensinamentos pré-tribulacionistas, estão
aguardando o arrebatamento como o primeiro acontecimento a ter lugar na história a
qualquer momento. No entanto, segundo ensina a Bíblia (Mt 24.29-31 e 2Ts 2.1-3), o
que precisamos esperar com vigilância, perseverantes e firmes na fé, como os
próximos eventos a ocorrerem em todo o mundo, são: o aparecimento do anticristo e
a Grande Tribulação. O arrebatamento será um evento literal, visível, de dimensões
mundiais, catastrófico e, juntamente com o retorno de Jesus e todos os fatos que o
acompanharão, marcará o fim desta era tenebrosa (2Pe 3.10-13).
24

4. A SEGUNDA VINDA DE JESUS CRISTO

A Segunda Vinda de Cristo é o ponto central do Plano Salvífico de Deus para


o homem, É seguramente a doutrina escatológica em relação a qual os teólogos
ortodoxos têm maior concordância e é a base da esperança dos cristãos, é o evento
que marcará o início da complementação do Plano de Deus.

4.1 ETIMOLOGIA DA PALAVRA PAROUSIA

Na língua grega, existem três termos técnicos para indicar a vinda de Jesus:
Apocalipse, Epifania e Parousia sendo que, destes três, o mais frequentemente
utilizado é Parousia.

1) Apocalipse: o significado literal dessa palavra é “revelação”, como em “a


revelação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 1.7). “Revelação de Jesus Cristo” (Ap
1.1). De acordo com 2Ts 1.6-7 e 1Pe 4.13, essa revelação parece ser um tempo de
alívio das grandes provações que produzirá alegria e regozijo nos salvos.

2) Epifania: este termo significa “manifestação”. Expressa a vinda de Cristo no


fim da tribulação e envolve o julgamento do mundo e do Anticristo. A esperança dos
crentes é colocada nessa manifestação, quando esperam a recompensa e serem
recebidos por Cristo (1Tm 6.14; 2Tm 4.8).

3) Parousia: é um termo grego que significa “Presença”, “Aparecimento”,


“Advento”, “Chegada”. É a “vinda” de alguém, a fim de “estar presente” (Mt
24.3,27,37,39; 1Co 15.23, 16.17; 2Co 7.6-7; 10.10; Fp 1.26; 2.12; 1Ts 2.19; 3.13; 4.15;
5.23; 2Ts 2.1,8-9; Tg 5.7-8; 2Pe 1.16; 3.4,12; 1Jo 2.28).

4.2 AS PROFECIAS SOBRE A PAROUSIA

Diversos são os textos bíblicos que sustentam claramente esse


acontecimento, no Evangelho de Mateus, o próprio Senhor Jesus fala:
25

Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra


se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu,
com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de
trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de
uma à outra extremidade dos céus. (Mt. 24,30 a 31).

No livro de Atos dos Apóstolos está escrito:

E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o
recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu,
enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de
branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando
para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de
vir assim como para o céu o vistes; (At 1.9-11).

E o autor da Carta aos Hebreus nos fala:

E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso
o juízo, Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados
de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para
salvação. (Hb 9.27,28)

4.3 A NATUREZA DA PAROUSIA

No Novo Testamento temos o testemunho de Jesus e de Seus apóstolos


sobre a natureza da Parousia:

4.3.1 O testemunho de Jesus

Jesus declarou que voltaria pessoalmente (Jo 14.3; 21.20-23),


inesperadamente (Mt 24.32-51; 25.1-13; Mc 13.33-36), repentinamente (Mt 24.25-28),
na glória de seu Pai com seus anjos (Mt 16.27 19.28; 25.31-46), e triunfantemente (Lc
19.11-27).

4.3.2 O testemunho dos apóstolos

O testemunho dos apóstolos é bastante intenso. Far-se-á apenas parte dele:


Pedro testifica que Ele virá em pessoa (At 3.19-21; 2Pe 3.3,4), e inesperadamente
(2Pe 3.8-10). Paulo testifica que Ele virá em pessoa (1Ts 4.16,17; Fp 3.10,21) e
repentinamente (1Co 15.51,52), em glória e com os anjos (Tt 2.13; 2Ts 1.7-10).
26

A epístola aos Hebreus testifica que Ele virá pessoalmente (9.28) e com
presteza (10.37). Tiago testifica que Ele virá em pessoa (5.7,8). João testifica que Ele
virá em pessoa (1Jo 2.28; 3.2,3), repentinamente (Ap 22.12), e publicamente (Ap 1.7).
E Judas, cita Enoque para demonstrar que Ele virá publicamente (v. 14,15).
Alguns entendem a vinda do Senhor como sendo: a vinda do Espírito Santo
no Pentecostes, a conversão da alma, a destruição de Jerusalém, a morte física, a
conversão do mundo, a ressurreição de Jesus, etc. Tais posições são errôneas. A
vinda de Jesus é literal e inconfundível. Ap 1.7 diz que “todo olho O verá”.

4.3.3 As Profecias sobre a Parousia

Assim, a volta de Jesus está prevista e é próxima, Ela é predita e descrita por:

1) Daniel

Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens
do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram
chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos
os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno,
que não passará, e o seu reino tal, que não será destruído. (Dn. 7:13-14)

2) Cristo, em seus Evangelhos segundo:


a) Mateus 25:31: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e
todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória”;
b) João 14:3: “E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos
receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”.

3) Pelos Apóstolos:
a) Epistola de Judas 1:14: “E destes profetizou também Enoque, o
sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de
seus santos”;
b) Atos dos apóstolos 3:19-21:

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos


pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor,
E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que
27

o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou
pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio.

c) Primeira Epístola a Timóteo 6:14

Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de


nosso Senhor Jesus Cristo; A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado,
e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; Aquele que
tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos
homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno.

4) Pelos Anjos:
a) Atos dos apóstolos 1:9-11:

E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o
recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu,
enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de
branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando
para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de
vir assim como para o céu o vistes ir.

4.3.4 As Denominações da Parousia

Essa volta do Senhor da Glória é denominada de:

a) “Tempo de Refrigério”, conforme está escrito no Livro dos Atos dos


Apóstolos 3:19-20: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que
sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos
do refrigério pela presença do Senhor, E envie ele a Jesus Cristo,
que já dantes vos foi pregado”.

b) “Tempo de Restauração”, conforme está registrado Livro dos Atos


dos Apóstolos 3:21: “O qual convém que o céu contenha até aos
tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de
todos os seus santos profetas, desde o princípio”. Posto que,
conforme afirma o Apóstolo Paulo na Epístola aos Romanos 8,21
“Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da
servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus”;
28

c) “Últimos Tempos”, de acordo com a primeira Epístola de Pedro 1:5


temos: “Na esperança de que também a mesma criatura será
libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos
filhos de Deus”.

d) “Revelação de Jesus”, de acordo com a Primeira Epistola de Pedro


1:13 “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede
sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na
revelação de Jesus Cristo”.

e) “Dia vindouro de Deus”, conforme Segunda de Pedro 3:11-12

Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser
em santo trato, e piedade, Aguardando, e apressando-vos para a vinda do
dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo,
se fundirão?

f) “Dia de Nosso Senhor Jesus”, conforme 1Co 1:7-9

De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso


Senhor Jesus Cristo, O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes
irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual
fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.

4.3.5 Características da Parousia

De acordo com a Sagrada Escritura, A Volta do Senhor Jesus Terá as


seguintes características:

4.3.5.1 Ocorrerá entre nuvens

A Palavra de Deus revela que a volta do Senhor Jesus ocorrerá nas nuvens
como está claramente explicitado no Livro de Apocalipse 1:7 “Eis que vem com as
nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos
da terra se lamentarão sobre ele”, e em Mateus 24:30 “Então aparecerá no céu o sinal
do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do
homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”.
29

4.3.5.2 Envolta na Glória de Deus

Da mesma forma tem-se que a volta do Senhor Jesus ocorrerá em Glória


como está escrito nas passagens de:

a) Mateus 16:27 “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os
seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras”.

b) Mateus 25:31 “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os


santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória”;

c) Mateus 24:30 “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas


as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do
céu, com poder e grande glória”.

4.3.5.3 Sob a forma de labareda de fogo

Da mesma forma temos que a volta do Senhor da Glória será na forma de


uma labareda de fogo como está escrito na Segunda Carta aos Tessalonicenses 1:8
“Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que
não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo”.

4.3.5.4 Acompanhada por santos e anjos

A Bíblia nos fala que na Sua volta Gloriosa, Jesus Cristo estará acompanhado
por grande multidão de santos e anjos como está escrito em Mateus 16:27 e 25:31;
Marcos 8:38; e na Segunda Epístola aos Tessalonicenses 1:7 “Porque o Filho do
Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada
um conforme as suas obras”. E em:

a) Primeira aos Tessalonicenses 3:13 “Para confirmar os vossos corações,


para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo com todos os seus santos”.
30

b) Segunda aos Tessalonicenses 1:10 “Quando vier para ser glorificado nos
seus santos, e para se fazer admirável naquele dia em todos os que crêem (porquanto
o nosso testemunho foi crido entre vós)”.

c) Judas 1:14 “E destes profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão,


dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos”.

4.3.5.5 Como relâmpago, súbita e inesperada

A Bíblia nos fala que a volta de Jesus Cristo ocorrerá de forma súbita e
inesperada como está registrado em:

a) Primeira aos Tessalonicenses 5:2; “pois vós mesmos estais inteirados com
precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite”.

b) Mateus 24:44; Lucas 12:40; Primeira aos Tessalonicenses 5:2; Segunda de


Pedro 3:10; Apocalipse 16:15 “Por isso vocês também fiquem vigiando, pois o Filho
do Homem chegará na hora em que vocês não estiverem esperando”.

c) Mateus 24:27 “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra


até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem”.

4.4 ARREBATAMENTO E RESSUREIÇÃO DE MORTOS

Primeira Epístola aos Tessalonicenses 4:16-17 nos declara que:

Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do


arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os vivos, os que ficarmos,
seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do
Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
31

4.5 O PROPÓSITO DA PAROUSIA

A vida do crente não teria nenhum significado do ponto de vista de sua


esperança, se não fosse a promessa e a espera certa e confiante na vinda de Cristo.
Por isso, é que esse tema é tão enfatizado e o próprio Senhor dá a este assunto tão
grande ênfase. Atente-se para alguns motivos que são reveladores desse intenso
tratamento.

a) Trazer a justiça eterna conforme Daniel 9:24 “Setenta semanas estão


determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a
transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça
eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo”.

b) Estabelecer diferença entre justos e injustos, de acordo com Malaquias


3:18 “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a
Deus, e o que não o serve”.

c) Vingar dos que não se importaram de conhecer a Deus.

d) 2Tessalonicenses 1:8 “Como labareda de fogo, tomando vingança dos que


não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus
Cristo”; e Romanos 1.21 “Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram
como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o
seu coração insensato se obscureceu”.

e) Estabelecer, em sentido pleno, o Reino de Deus, conforme:

Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando
houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém
que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o
último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. Porque todas as coisas
sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão
sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.
E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo
Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja
tudo em todos. (1Coríntios 15:24-28).

Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus,
e na terra, e debaixo da terra, E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:10-11)
32

f) Destruir a morte que está sobre todos os homens, de acordo com Hebreus
2:14 “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou
das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte,
isto é, o diabo”; e 1Coríntios 15:26 “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a
morte”.

g) Dar posse no Reino de Deus a todos os salvos, segundo Mateus 25:34


“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí
por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”.

h) Completar a salvação dos santos, como descrito em Hb 9.28 “assim


também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de
muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação”;
e em 1Pe 1.5 “que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação
preparada para revelar-se no último tempo”.

i) Trazer à luz as coisas ocultas das trevas como em 1Co 4.5 “Portanto, nada
julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena
luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações;
e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus”.

j) Julgar, de acordo com Sl 50:3-4 “Virá o nosso Deus, e não se calará; um


fogo se irá consumindo diante dele, e haverá grande tormenta ao redor dele. Chamará
os céus lá do alto, e a terra, para julgar o seu povo”; e João 5:22 “E o Pai a ninguém
julga, mas ao Filho confiou todo julgamento”; além de 2Tm 4.1 “Conjuro-te, perante
Deus e Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo
seu reino”.

k) Reinar, segundo Isaias 24:23 “A lua se envergonhará, e o sol se confundirá


quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; perante os seus
anciãos haverá glória”; Daniel 7:14 “Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que
os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio
eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído”; E Apocalipse 11:15 “O
sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do
33

mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos
séculos”.

l) Destruir a morte, como em 1Co 15:25-26 “Porque convém que ele reine até
que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. Ora, o último inimigo a ser destruído
é a morte”.
34

5. CONCLUSÃO

A segunda vinda de Cristo é a cumeeira da História; é o apogeu, a apoteose,


o ponto culminante, a consumação de todas as coisas. A História não caminha sem
rumo nem está à deriva. A História não é cíclica, repetitiva, como pensavam os gregos,
nem caminha para o desastre como ensinam os existencialistas modernos. A História
é teleológica (ela tem uma finalidade) e linear. Ela caminha para uma consumação,
em que a vitória será de Cristo e da Sua Igreja.
O mesmo Jesus que nasceu numa manjedoura, cresceu numa carpintaria e
morreu numa cruz, também ressuscitou gloriosamente. Ele está assentado em um
trono, reina absoluto e soberano sobre todo o universo e voltará majestosamente para
julgar as nações e viver com a Sua Igreja.
No início do cristianismo, esta esperança permaneceu, desde o dia da
ascensão, quando o anjo proclamou para os que assistiam: “Homens da Galileia, por
que ficais aí a olhar para o céu? Este Jesus, que vos foi arrebatado para o céu, há de
vir do mesmo modo como vistes partir” (At 1,11). Sendo assim, toda aquela geração,
inclusive o apóstolo Paulo, estava certa de que viveria este momento único.
Os Tessalonicenses recusaram-se a trabalhar e a fazerem projetos futuros
esperando a qualquer momento o “fim do mundo”. Paulo em 2Ts 2,3, adverte-os
alertando que antes do fim deve advir a ‘apostasia’ (perca da fé). O Espírito Santo
acompanhou a todos, os iluminando para que, enquanto aguardavam o reencontro
com o mestre, procurassem viver na fé, buscando a conversão através de obediência
aos Seus ensinamentos.
Oravam, vigiavam e anunciavam a Boa Nova, sempre esperando conforme
afirma Ap 22,20: “Vem, Senhor Jesus!”. Depois disto, muitos foram os homens que,
desconhecendo a Palavra de Deus, foram além, chegando a fixar datas para este
acontecimento colocando, na maioria das vezes, o medo, o pavor, evidenciando a
grande tribulação, mostrando interesse no aspecto humano e não no espiritual que
seria o de preparar cada um, individualmente, evangelizando-os, formando-os para
que fortalecidos na fé enxerguem o essencial que vem depois. Porque “Hoje vemos
como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço
em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido” (1Cor 13,12).
35

Esta preocupação em marcar datas vai contra a palavra de Deus, onde o


próprio Jesus diz que: “Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe, nem mesmo
os anjos do céu, mas somente o Pai” (Mt 24,36).
O estado final dos crentes, que será precedido pelo passamento do presente
mundo e pelo surgimento de uma nova criação (Mt 19.28), fala da “regeneração” e At
3.21, da “restauração de todas as cousas”. Em Hb 12.27 lemos: “Ora, esta palavra:
Ainda uma vez por todas, significa a remoção dessas cousas abaladas (céus e terra),
como tinham sido feitas, para que as cousas que não são abaladas (o reino de Deus)
permaneçam”.
Segundo Pedro: “Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos
céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2Pe 3.13, cf. v. 12); e João teve uma visão
dessa nova criação (Ap 21.1). Somente depois que a nova criação estiver
estabelecida é que a nova Jerusalém descerá dos céus, da parte de Deus, o
tabernáculo de Deus será montado entre os homens e os justos adentrarão o seu
gozo eterno.
Muitas vezes é levantada a questão sobre se essa criação será inteiramente
nova ou se será uma renovação da presente criação. Os teólogos luteranos apóiam
fortemente a primeira posição acima, recorrendo a 2Pe 3.7-13; Ap 20.11 e 21.1, ao
passo que os teólogos reformados (calvinistas) preferem a segunda ideia, para a qual
encontram apoio em Sl 102.26,27; Hb 1.10-12; e Hb 12.26-28;
Muitos concebem também o céu como uma condição subjetiva, que os
homens podem desfrutar no presente e que, seguindo a justiça, naturalmente se
tornará permanente no futuro. Mas, a Escritura apresenta o céu como lugar. Cristo
ascendeu ao céu, o que só pode significar que ele foi de um lugar para outro. O céu é
descrito como a casa de nosso Pai, onde há muitas mansões (Jo 14.1), e esta
descrição dificilmente seria válida para uma condição.
Além disso, diz a Escritura que os crentes estão dentro, enquanto que os
incrédulos estão fora (Mt 22.12,13; 25.10-12). A Escritura nos dá motivos para
acreditarmos que os justos herdarão, não somente o céu, mas a nova criação inteira
(Mt 5.5; Ap 21.1-3).
Assim, a recompensa dos justos é descrita como vida eterna, isto é, não
apenas uma vida sem fim, mas a vida em toda a sua plenitude, sem nenhuma das
imperfeições e dos distúrbios da presente vida (Mt 25.46; Rm 2.7). A plenitude dessa
vida é desfrutada na comunhão com Deus, o que é realmente a essência da vida
36

eterna (Ap 21.3). Eles verão a Deus em Jesus Cristo face a face, encontrarão plena
satisfação nele, alegrar-se-ão n’Ele e O glorificarão.
Contudo, não se deve pensar que as alegrias do céu são exclusivamente
espirituais. Haverá alguma coisa correspondente ao corpo. Haverá reconhecimento e
relações sociais num plano elevado. Também é evidente na Escritura que haverá
alegrias na bem-aventurança do céu (Dn 12.3; 2Co 9.6). As boas obras serão a
medida da recompensa que todos receberão pela graça, embora ninguém as mereça.
Apesar disso, porém, a alegria de cada indivíduo será perfeita e completa.
37

6. BIBLIOGRAFIA

BETIATO, M. A., Escatologia Cristã: entre ameaças e a esperança. Petrópolis: Ed.


Vozes. 2008.

BRUCE, F. F., Merece confiança o Novo Testamento?. São Paulo: Ed. Vida Nova,
1965.

DODD, C. H., Segundo as Escrituras: estrutura fundamental do Novo


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