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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

CARLOS ALBERTO MOURA

DESIGN INSTRUCIONAL DO CURSO VIRTUAL


“CARTOGRAFIA BÁSICA PARA GEOPROCESSAMENTO”

Boa Esperança – MG
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

CARLOS ALBERTO MOURA

DESIGN INSTRUCIONAL DO CURSO VIRTUAL


“CARTOGRAFIA BÁSICA PARA GEOPROCESSAMENTO”

Monografia submetida à banca examinadora do curso de pós-


graduação lato sensu em Design Instrucional para EaD Virtual
como requisito para obtenção do título de Especialista em
Design Instrucional.

Orientador: Prof. Dr. Bruno Tardiole Kuehne.

Boa Esperança – MG
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

CARLOS ALBERTO MOURA

DESIGN INSTRUCIONAL DO CURSO VIRTUAL


“CARTOGRAFIA BÁSICA PARA GEOPROCESSAMENTO”

Monografia aprovada por banca examinadora em 9 de novembro de 2018.

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Bruno Tardiole Kuehne (Orientador)
Prof. Dr. Rogério Melloni
Profa. Paloma Alinne Alves Rodrigues Ruas

Boa Esperança – MG
2017
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família:

Meus pais Fábio e Anna Lúcia, presentes em todos os momentos, com amor e
compreensão;

Minha esposa Sandra, por apoiar os meus sonhos, projetos, desafios e escolhas,
nesta nova etapa da minha vida;

Rafael e Raquel (filhos), Lívia e Lúcio, jovens que me fazem uma pessoa melhor ao
compartilhar suas experiências e visões de mundo;

Minhas irmãs Adriana e Juliana, pelo carinho;

In memoriam, Rodrigo e Luciana;

Giovanna, Cecília (afilhada), Anna Carolina, Victor Augusto (afilhado), Lucas, Thais,
Priscila, Victória e Bruna (afilhada).
Os jovens sobrinhos, a nova geração. Lembrem-se: estudar é para sempre.

“A educação modela as almas e recria os corações. Ela é a alavanca das mudanças


sociais.” Paulo Freire.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer aos professores, tutores, entidades e equipe multidisciplinar


envolvidos no curso de especialização em Design Instrucional para EaD Virtual:

- Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) por organizar, planejar, desenvolver e


compartilhar o curso;

- Equipe do Núcleo de Educação a Distância (NEAD) e pessoal de apoio


administrativo;

- Professores Ana Paula Silva Figueiredo, José Hamilton Chaves Gorgulho Júnior,
Luiz Lenarth Gabriel Vermaas, Rogério Melloni; tutora Maristela Gulla Silva;
orientador prof Bruno Tardiole Kuehne; DIs Daysemara Simone Santana Trindade
e Luciana Mendonça;

- Universidade Aberta do Brasil (UAB), que custeia o curso;

- Prefeitura Municipal de Boa Esperança, por disponibilizar as salas de aulas para os


encontros presenciais; Equipe administrativa do polo de Boa Esperança;

- Colegas da turma de Boa Esperança, pelo respeito, amizade e colaboração.

Também gostaria de agradecer às pessoas que me ajudaram ao longo do curso,


com seus conhecimentos, críticas e sugestões:

- Carlos José de Andrade, Alexander Gonçalves da Silva e Jorge Machado


Quintanilha Neto, do Núcleo de Engenharia e Geoprocessamento da Cemig, onde
as ideias iniciais foram discutidas;

- Geraldo Luiz Rodrigues, da área de RH da Cemig, gestão do conhecimento;

- Júlio Giovanni da Paz Ribeiro, diretor do Grupo MKT Tecnologias (Market


Knowledge Trends) e empresa GeoEduc;

- Fernanda Storck Leroy, Designer Educacional e diretora da empresa Coruja EaD;

- prof Marcelo Pereira de Mendonça e equipe, da PUC Minas Virtual;

- Rúbia Spíndola, Adriana Oliveira, Jacqueline e Silvia, da Gerência de


Desenvolvimento Humano Organizacional do Grupo Hermes Pardini;

- Daniel Lorentz Oliveira (DTZ), especialista em geoprocessamento.

Muito obrigado a todos!


“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Fernando Pessoa
Do poema Mar Português
RESUMO

As empresas brasileiras de energia elétrica investem em recursos de


geoprocessamento com o objetivo de utilizar essa tecnologia para melhor gerenciar
os seus sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Uma
das principais preocupações dessas empresas é com a capacitação especializada
de seus funcionários, que necessitam constantes atualizações das tecnologias de
geoprocessamento. O objetivo principal da monografia é detalhar o design
instrucional (planejamento) do curso virtual “Cartografia básica para
Geoprocessamento”. Para destacar esses assuntos, a monografia foi dividida em
dois grandes módulos. O Módulo I faz abordagem com a visão empresarial,
sistêmica, mais abrangente. Mostra como é estruturada a empresa de energia
elétrica, de forma simplificada. Também traz conceitos sobre educação empresarial,
educação corporativa a distância, a Universidade Corporativa e apresenta definição
sobre Trilhas de aprendizagem. O Módulo II trata especificamente das atividades do
Designer Instrucional (DI), que é o profissional que possui formação interdisciplinar e
é responsável por analisar, planejar, desenvolver, implementar, gerenciar, executar
e avaliar os cursos virtuais de EaD. O planejamento do curso virtual é baseado na
metodologia ADDIE (análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação)
e apresenta informações sobre o projeto e o curso, bem como o cronograma de
atividades do projeto e o orçamento inicial (levantamento dos custos). Além disso,
detalha os recursos de Design Instrucional para planejamento do curso virtual: o
Mapa de Atividades, a Matriz de Design Instrucional e o Storyboard.

Palavras-chave:
Educação corporativa. Educação a distância. Designer Instrucional.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama sobre a Geração, Transmissão e Distribuição de


energia elétrica .......................................................................... 16
Figura 2 - Exemplo de Usina Hidrelétrica ................................................... 17
Figura 3 - Exemplo de estruturas de Linhas de Transmissão .................... 18
Figura 4 - Estrutura geral de Sistema de Informações Geográficas ........... 21
Figura 5 - Visão geral - Educação corporativa e a proposta de
implantação de Plataforma Corporativa de EaD ....................... 23
Figura 6 - Diagrama com a visão geral da proposta de trabalho ................ 32
Figura 7 - Diagrama sobre Plataforma Corporativa de EaD para
capacitação em geoprocessamento .......................................... 36
Figura 8 - Diagrama sobre as Trilhas de aprendizagem ............................. 41
Figura 9 - Diagrama das integrações da Plataforma Corporativa de EaD
com sistemas da empresa ......................................................... 42
Figura 10 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 1/6
Esboço da tela de abertura do curso - Tela 1 .......................... 76
Figura 11 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 2/6
Protótipo da tela de abertura do curso - Tela 1 ........................ 77
Figura 12 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 3/6
Esboço da tela de Componentes de Mapa - Tela 2 ................. 78
Figura 13 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 4/6
Protótipo da tela de „Componentes de Mapa‟ - Tela 2 ............. 78
Figura 14 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 5/6
Esboço da tela de componentes de mapas - Tela 3 ................ 79
Figura 15 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 6/6
Protótipo da tela de componentes de mapas - Tela 3 ............. 80
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais camadas de informações georreferenciadas


utilizadas nas áreas Geração, Transmissão e Distribuição .... 20
Quadro 2 - Empresas do setor elétrico e as respectivas Universidades
Corporativas ............................................................................ 27
Quadro 3 - Exemplo de Trilha de aprendizagem ....................................... 41
Quadro 4 - Dados do projeto do curso ........................................................ 47
Quadro 5 - Dados do curso ......................................................................... 50
Quadro 6 - Cronograma das atividades do projeto do curso ...................... 53
Quadro 7 - Composição dos custos do curso ............................................. 56
Quadro 8 - Mapa de Atividades .................................................................. 62
Quadro 9 - Resumo do planejamento das atividades do curso ................ 66
Quadro 10 - Estilos de aprendizagem ........................................................ 70
Quadro 11 - Características das atividades do curso, com estilos de
aprendizagem .......................................................................... 71
Quadro 12 - Matriz de Design Instrucional ................................................. 73
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADDIE - processo de design instrucional (análise, design, desenvolvimento, implementação


e avaliação)

AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem

BI - Business Intelligence (Inteligência Empresarial ou Inteligência nos Negócios)

CAD - Computer Aided Design (Desenho assistido por computador)

DI - Designer Instrucional

EaD - Educação a Distância

ECaD - Educação Corporativa a Distância

ERP - Enterprise Resource Planning (sistema de gestão empresarial)

ETL - extração, transformação e carga

GED - Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos

MOOC - Massive Open Online Courses (cursos online abertos e massivos)

OLAP - online analytical processing

RH - Recursos Humanos

SB - Storyboard

SIG - Sistema de Informações Geográficas

TI - Tecnologia da Informação

TIC - Tecnologias de informação e comunicação


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 12

1. GEOPROCESSAMENTO EM EMPRESA DE ENERGIA ELÉTRICA ............. 15

2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO AMBIENTE CORPORATIVO ....................... 23

3. PLATAFORMA CORPORATIVA DE EAD PARA CAPACITAÇÃO EM


GEOPROCESSAMENTO ............................................................................... 32

4. INFORMAÇÕES GERAIS DO PROJETO E DO CURSO ............................... 46

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS DE PLANEJAMENTO ..... 61

6. DIFERENCIAIS E RISCOS DO PROJETO .................................................... 81

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 89

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 92


12

INTRODUÇÃO

A globalização, que é fenômeno mundial de integração social e econômica, tem


transformado a sociedade em vários sentidos: no modo de pensar e de agir, na
forma de se organizar, no jeito de se comunicar, de ensinar e aprender.
Com isso, as empresas, de forma geral, estão passando por inúmeras
mudanças e vivem em permanente transição, o que se torna imprescindível a busca
constante por respostas rápidas às novas realidades.
Além disso, há o surgimento contínuo de novas tecnologias de informação e de
comunicação, que revolucionam os processos empresariais. As tecnologias vieram
para otimizar os processos produtivos, na diminuição dos custos, no apoio à gestão,
entre outras funções.
Todos esses fatores têm aumentado o nível de competitividade das empresas,
que ocasionam na busca por melhorias de gestão. O aperfeiçoar contínuo dos
processos viabiliza o ajuste das organizações às necessidades dos clientes e à
competitividade na área de atuação.
Premissa para o alcance de resultados sustentáveis das empresas é investir no
desenvolvimento de seu capital intelectual, na formação dos funcionários,
estimulando novos conhecimentos, habilidades e atitudes.
Resposta a essas mudanças nas grandes organizações foi o surgimento do
conceito de Educação Corporativa, por meio das Universidades Corporativas.
Os cursos presenciais têm dificuldades que estão sendo avaliadas pelas
empresas: possuem alcance restrito, limitações geográficas e de tempo, além do
alto custo de logística para organizar e ministrar, pois envolvem deslocamentos,
hospedagens, entre outras despesas. A partir dessas dificuldades e com o avanço
das tecnologias de informação e comunicação (TICs), novas possibilidades foram
avaliadas para a educação corporativa, principalmente a Educação a Distância
(EaD), por meio de cursos virtuais. Como consequência, as empresas têm investido
na formação dos seus profissionais por meio da Educação Corporativa a Distância,
oferecendo-lhes oportunidades de aprendizagem contínua e o desenvolvimento de
posturas, habilidades e atitudes, além da preocupação com o conhecimento teórico.
A EaD apresenta-se como modalidade capaz de contribuir para o
aprimoramento além dos limites da sala de aula convencional e vem para
democratizar o acesso ao conhecimento, pois permite alcançar locais e pessoas
13

onde em situação presencial não atingiria, tendo mais capilaridade na oferta dos
cursos. A EaD é o meio mais ágil de fazer com que os treinamentos atendam à
quantidade maior de funcionários, em menos tempo e com menor custo.
As empresas de energia elétrica utilizam diversas tecnologias e sistemas
informatizados em seus processos técnicos, financeiros e administrativos, com
objetivo de otimizar a gestão das atividades ligadas às áreas de geração,
transmissão e distribuição de eletricidade. Entre as várias tecnologias, o
geoprocessamento é muito utilizado em empresas de energia elétrica,
principalmente em suas áreas técnicas, que envolvem o manuseio de mapas e de
localizações geográficas. Uma das principais preocupações dessas empresas é com
a capacitação especializada de seus funcionários, que necessitam constantes
atualizações das tecnologias de geoprocessamento.
Esta monografia irá descrever proposta para implantar Plataforma Corporativa
na modalidade de Educação a Distância em empresa de energia elétrica e também
irá detalhar o design instrucional (planejamento) de curso virtual específico na área
de geoprocessamento.
Para destacar os assuntos citados e mostrar exemplo prático de uso de
técnicas de design instrucional em curso de geoprocessamento, a monografia foi
dividida em dois grandes módulos.
O Módulo I da monografia faz abordagem com a visão empresarial, sistêmica,
mais abrangente. De início, mostra como é estruturada a empresa de energia
elétrica, de forma simplificada. Apresenta a situação do geoprocessamento em tal
empresa. A seguir, a monografia traz conceitos sobre educação empresarial,
educação corporativa a distância e o envolvimento da Universidade Corporativa.
Após os conceitos, apresenta proposta para implantar plataforma de educação a
distância no ambiente corporativo, com ênfase nos cursos virtuais de
geoprocessamento.
O Módulo II detalha o design instrucional (planejamento) de curso de EaD
denominado “Cartografia básica para Geoprocessamento”, que servirá como
referência para os demais cursos a serem implantados. O curso virtual será
oferecido internamente pela Universidade Corporativa da empresa de energia
elétrica e irá apresentar os conceitos básicos de geoprocessamento para
profissionais envolvidos com projetos que utilizam dados georreferenciados,
localizações geográficas, mapas e demais informações correlatas.
14

A monografia está organizada na forma de capítulos, conforme descrição abaixo.

Módulo I - Plataforma Corporativa de EaD

Capítulo 1: Situação do geoprocessamento em empresa de energia elétrica.

Capítulo 2: Definições e esclarecimentos sobre a Educação a Distância (EaD), a


Educação Corporativa, a Universidade Corporativa e a Educação
Corporativa a Distância (ECaD), bem como conceitos de Design
Instrucional.

Capítulo 3: Proposta para implantar a Plataforma Corporativa de EaD em empresa


de energia elétrica. Serão detalhados nos componentes de Gestão de
cursos, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), as Trilhas de
aprendizagem e as integrações da Plataforma Corporativa de EaD com
sistemas computacionais da empresa.

Módulo II - Design Instrucional do curso

Capítulo 4: Planejamento do curso “Cartografia básica para Geoprocessamento”,


com informações gerais e específicas sobre o projeto e o curso, bem
como o cronograma de atividades do projeto e o orçamento inicial
(levantamento dos custos).

Capítulo 5: Recursos de Design Instrucional voltados para o planejamento do curso


de EaD “Cartografia básica para Geoprocessamento” - o Mapa de
Atividades, a Matriz de Design Instrucional e o Storyboard.

Capítulo 6: Considerações finais.


15

MÓDULO I - PLATAFORMA CORPORATIVA DE EAD

1. GEOPROCESSAMENTO EM EMPRESA DE ENERGIA ELÉTRICA

Este capítulo irá demonstrar como é estruturada a empresa de energia elétrica


e apresentar a utilização do geoprocessamento em suas áreas técnicas.

1.1. VISÃO GERAL

De forma geral, as empresas brasileiras de energia elétrica investem em


recursos de geoprocessamento, com o objetivo de utilizar essa tecnologia para
melhor gerenciar os seus sistemas de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica. Os sistemas de informações geográficas (SIG) visam a facilitar o
manuseio de dados corporativos georreferenciados, de consumidores, bem como de
dados ambientais e de infraestrutura, entre outros, aplicados sobre base de imagens
georreferenciadas. O SIG é eficiente ferramenta para efetuar consultas e análises
espaciais, planejar e integrar informações georreferenciadas, visando à melhoria dos
serviços prestados, bem como a identificação e planejamento de novos negócios.
Além dos dados georreferenciados da própria empresa de energia elétrica, esses
SIGs agregam também informações originárias de outras instituições federais,
estaduais e municipais, relativas aos dados atualizados de divisões político-
administrativas, meio ambiente, infraestrutura e transportes, de prefeituras, dentro
de processo de parceria de intercâmbio de dados.
A utilização de recursos de geoprocessamento possibilita às empresas de
energia elétrica gerir melhor os seus processos, ganhar agilidade na disponibilização
de informações, atingindo melhores índices de qualidade, reduzindo custos e prazos
ao atender às necessidades dos clientes.
A seguir são relacionadas as principais áreas da empresa de energia elétrica
envolvidas com projetos de geoprocessamento, pois são grandes usuárias de
informações georreferenciadas:
16

1.2. SISTEMA ELÉTRICO (GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE


ENERGIA ELÉTRICA)

Segue-se o diagrama do sistema elétrico que apresenta as áreas de Geração,


Transmissão e Distribuição de energia elétrica (Figura 1).

Figura 1 - Diagrama sobre a Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica


Fonte: http://www.canaldoengenheiro.com/geracao-transmissao-e-distribuicao-eletrica/

1.2.1. Geração de energia elétrica

A área de Geração é responsável por produzir energia elétrica e injetá-la nos


sistemas de transporte (transmissão e distribuição) para que chegue aos
consumidores.

Em CEMIG (2018), com adaptações:


A energia hidráulica (energia hídrica) é a mais comum de ser produzida. É a
energia obtida a partir da energia potencial de massa de água (rios e lagos) e
pode ser aproveitada mediante o desnível ou queda d'água. Ela é gerada pela
força da água do rio, que se transforma em energia elétrica por meio das usinas
hidrelétricas. A usina é construída no rio e formada por lago, barragem, casa de
força, subestação elevadora e linhas de transmissão. O lago, chamado de
reservatório, é formado pelo represamento das águas, o que é possível pela
construção da barragem. Na barragem é construído o vertedor da usina,
abertura por onde sai o excesso de água do reservatório em tempos de chuva.
Desse modo, para produzir a energia, a água sai do reservatório e é conduzida
com muita pressão por enormes tubos até a casa de força, onde ficam as
17

turbinas e os geradores. A turbina possui pás ligadas ao gerador. A pressão da


água movimenta as pás, que criam um campo magnético, produzindo
eletricidade. Em seguida, para que a energia chegue às cidades, é necessário
aumentar a tensão, trabalho feito pelos transformadores elevadores das
subestações. Dessa forma, a energia elétrica é transportada através das linhas
de transmissão. Entretanto, para alcançar as residências, a tensão é rebaixada
na subestação abaixadora e chega às residências por meio das redes de
distribuição, formada por postes, cabos e transformadores.

A Figura 2 mostra exemplo de Usina Hidrelétrica.

Figura 2 - Exemplo de Usina Hidrelétrica.

1.2.2. Transmissão de energia elétrica

A área de Transmissão é encarregada de transportar grandes quantidades de


energia elétrica provenientes das usinas geradoras.
No Brasil, o segmento de Transmissão se caracteriza por operar linhas em
tensão elétrica igual ou superior a 230 kV (por exemplo: 230 kV, 345 kV, 500 kV).

Eletrobrás (2018) descreve como a energia elétrica é transmitida:


As usinas de energia elétrica são, geralmente, construídas longe dos centros
consumidores (cidades e indústrias) e é por isso que a eletricidade produzida
18

pelos geradores tem de viajar por longas distâncias, em um complexo sistema


de transmissão. Ao sair dos geradores, a eletricidade começa a ser transportada
por cabos aéreos, revestidos por camadas isolantes e fixados em grandes torres
de metal. Chamamos esse conjunto de cabos e torres de rede de transmissão.
Outros elementos importantes das redes de transmissão são os isolantes de
vidro ou porcelana, que sustentam os cabos e impedem descargas elétricas
durante o trajeto. No caminho, a eletricidade passa por diversas subestações,
onde aparelhos transformadores aumentam ou diminuem sua tensão elétrica. No
início do percurso, os transformadores elevam a tensão, evitando a perda
excessiva de energia. Quando a eletricidade chega perto dos centros de
consumo, as subestações diminuem a tensão elétrica, para que ela possa
chegar às residências, empresas e indústrias. A partir daí, os cabos prosseguem
por via aérea ou subterrânea, formando as redes de distribuição. Depois de
percorrer o longo caminho entre as usinas e os centros consumidores nas redes
de transmissão, a energia elétrica chega em subestações que abaixam a sua
tensão, para que possa ser iniciado o processo de distribuição. Entretanto,
apesar de mais baixa, a tensão ainda não é adequada para o consumo imediato
e, por isso, transformadores menores são instalados nos postes de rua. Eles
reduzem ainda mais a tensão da energia que vai diretamente para as
residências, o comércio, as empresas e indústrias.

A Figura 3 ilustra exemplo de estruturas de Linhas de Transmissão.

Figura 3 - Exemplo de estruturas de Linhas de Transmissão.


19

1.2.3. Distribuição de energia elétrica

A área de Distribuição é a etapa final no fornecimento de energia elétrica, é


muito mais extensa e ramificada, pois deve chegar aos consumidores (domicílios e
empresas).

Segundo a Abradee (2018), que descreve o sistema de distribuição de energia:


O sistema de distribuição de energia é aquele que se confunde com a própria
topografia das cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar
fisicamente o sistema de transmissão, ou mesmo unidades geradoras de médio
e pequeno porte, aos consumidores finais da energia elétrica. A energia
distribuída, portanto, é a energia efetivamente entregue aos consumidores
conectados à rede elétrica de uma determinada empresa de distribuição,
podendo ser rede de tipo aérea (suportada por postes) ou de tipo subterrânea
(com cabos ou fios localizados sob o solo, dentro de dutos subterrâneos).
Assim como ocorre com o sistema de transmissão, a distribuição é também
composta por fios condutores, transformadores e equipamentos diversos de
medição, controle e proteção das redes elétricas. Todavia, de forma bastante
distinta do sistema de transmissão, o sistema de distribuição é muito mais
extenso e ramificado, pois deve chegar aos domicílios e endereços de todos os
seus consumidores.
As redes de distribuição são compostas por linhas de alta, média e baixa tensão.
Grande parte das linhas de transmissão com tensão entre 69 kV e 138 kV são de
responsabilidade das empresas distribuidoras. Essas linhas são também
conhecidas no setor como linhas de subtransmissão.
As distribuidoras operam linhas de média e baixa tensão, também chamadas de
redes primária e secundária, respectivamente. As linhas de média tensão são
aquelas com tensão elétrica entre 2,3 kV e 44 kV, e são muito fáceis de serem
vistas em ruas e avenidas das grandes cidades, frequentemente compostas por
três fios condutores aéreos sustentados por cruzetas de madeira em postes de
concreto.
As redes de baixa tensão, com tensão elétrica que pode variar entre 110V e
440V, são aquelas que, também afixadas nos mesmos postes de concreto que
sustentam as redes de média tensão, localizam-se a uma altura inferior. As redes
de baixa tensão levam energia elétrica até as residências, pequenos comércios e
indústrias por meio dos chamados ramais de ligação.
20

1.2.4. Informações georreferenciadas utilizadas no sistema elétrico

No Quadro 1 são apresentadas as principais camadas de geoprocessamento


utilizadas em Sistema de Informações Geográficas (SIG) que representam as áreas
de Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica:

Quadro 1 - Principais camadas de informações georreferenciadas utilizadas


nas áreas Geração, Transmissão e Distribuição
Áreas de atuação Camadas de informações
georreferenciadas
Geração Usinas hidrelétricas
Reservatórios
Transmissão Linhas de Transmissão
Estruturas
Vãos
Faixas de servidão
Grandes consumidores
Subestações
Distribuição Postes
Vãos
Transformadores
Equipamentos
Alimentadores
Consumidores (de baixa e de média tensões)
Arruamentos (em áreas urbanas)
21

1.3. TECNOLOGIAS DE GEOPROCESSAMENTO UTILIZADAS EM EMPRESA


DE ENERGIA ELÉTRICA

Sistema de Informações Geográficas (SIG) é o programa computacional


utilizado na aquisição, processamento e saída de informações geográficas. Realiza
a integração dos mais diversos tipos de dados, gera mapas temáticos, possui
funções de bancos de dados e de processamento de imagens, conforme Figura 4.

Figura 4 - Estrutura geral de Sistema de Informações Geográficas


Fonte: Câmara, Monteiro e Medeiros (2004)

Segue breve descrição das principais tecnologias de geoprocessamento


utilizadas em empresa de energia elétrica:

- SIG Desktop - Sistema de Informações Geográficas (SIG) em ambiente desktop -


trata-se do software que é instalado na estação de trabalho do usuário, e
que possui as funcionalidades que envolvem os dados georreferenciados:
gerenciamento, visualização, consultas, análises, pesquisas, impressão,
entre outros recursos.

- SIG Web - trata-se do SIG que foi desenvolvido para trabalhar no ambiente web.
22

- SIG Móvel - permite a visualização e coleta de dados georreferenciados em


campo.

- Banco de dados espaciais - permite o armazenamento dos dados


georreferenciados.

- CAD (Computer Aided Design) - Desenho técnico com auxílio do computador.

- Imagens georreferenciadas - imagens de satélite, ortofotocartas.

- Visualizador de imagens georreferenciadas na Web (Exemplo: Open Street


Maps, Google Maps).

- SIG para tratamento de imagens georreferenciadas - editor raster (editor de


imagens georreferenciadas).

- Gerenciador de imagens georreferenciadas - solução corporativa para


gerenciamento e visualização de grandes volumes de imagens, de
modelos digitais de elevação e de metadados.

- ETL espacial - software que executa a extração, transformação e carga de dados


espaciais.

Em Moura (1999) há maiores detalhes sobre a utilização dos recursos de


geoprocessamento em empresa de energia elétrica.
23

2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO AMBIENTE CORPORATIVO

Serão apresentadas as definições e os esclarecimentos sobre Educação


Corporativa, Universidade Corporativa e Educação a Distância (EaD) no ambiente
corporativo - Educação Corporativa a Distância (ECaD), bem como o conceito sobre
Design Instrucional.
Esses conceitos e definições servem como referência para melhor
entendimento da proposta de implantação da Plataforma Corporativa de EaD,
voltada para os profissionais da empresa de energia elétrica que utilizam recursos
de geoprocessamento e dados georreferenciados em seus processos de trabalho.
A Figura 5 apresenta a visão geral deste trabalho, com abordagem
principalmente dos itens em destaque: Educação Corporativa a Distância, a
Plataforma Corporativa de EaD, a integração com outros sistemas corporativos, bem
como a criação e disponibilização de cursos de geoprocessamento em formato de
EaD.

Figura 5 - Visão geral - Educação corporativa e a proposta de implantação


de Plataforma Corporativa de EaD
Fonte: próprio autor
24

A seguir serão detalhados os principais termos utilizados neste capítulo e os


itens destacados na Figura 5.

2.1. RECURSOS HUMANOS, GESTÃO DE PESSOAS E A EDUCAÇÃO


CORPORATIVA

De forma muito abrangente, o setor de Recursos Humanos (RH), responsável


pela gestão de pessoas, deve atender às necessidades dos funcionários e aos
interesses da organização, por meio de ações estratégicas alinhadas aos valores e
objetivos da empresa.

As principais funções da área de RH da empresa são:


- atuar na conciliação dos interesses da empresa e dos funcionários;
- atuar nos processos de recrutamento, seleção e integração dos funcionários, bem
como a demissão;
- ser responsável pela definição de salários e cargos;
- desenvolver planos de carreira;
- ser responsável pela folha de pagamento e administrar a aplicação de benefícios
aos funcionários (vale-transporte, assistência médica, férias);
- realizar e assegurar o cumprimento de todos os procedimentos relacionados com a
área trabalhista;
- garantir a saúde e segurança de seus funcionários no ambiente de trabalho;
- realizar o desenvolvimento profissional dos funcionários na empresa.

Investir em mão de obra qualificada é uma das principais razões para que a
empresa possa se desenvolver e se manter de forma competitiva no mercado. Para
tanto, é necessário que a empresa adote política de RH, denominada Educação
Corporativa.
As grandes empresas investem cada vez mais em recursos próprios na área
educacional para garantir a formação e o desenvolvimento dos funcionários, em
todos os níveis, de maneira continua. Com isso, transmitem aos seus funcionários
os conhecimentos, técnicas, conceitos e competências necessários para que
possam atingir os objetivos estratégicos da empresa.
25

Para Silva (2002), a Educação Corporativa é conceituada como o conjunto de


práticas educacionais esquematizadas que visam a dar oportunidades de
desenvolvimento aos funcionários, com a finalidade de torná-los mais efetivos nas
suas funções.
No ambiente empresarial, a Educação Corporativa tem papel muito amplo
ligado à gestão de conhecimento e de competências.

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (em Brasil. MICES,


2018) descreve que:
Educação Corporativa pode ser definida como prática coordenada de gestão de
pessoas e de gestão do conhecimento tendo como orientação a estratégia de
longo prazo da organização. Educação corporativa é mais do que treinamento
empresarial ou qualificação de mão de obra. Trata-se de articular coerentemente
as competências individuais e organizacionais no contexto mais amplo da
empresa. Nesse sentido, práticas de educação corporativa estão
intrinsecamente relacionadas ao processo de inovação nas empresas e ao
aumento da competitividade de seus produtos (bens ou serviços).

De acordo com Silva (2009), resposta ao novo cenário em que estão inseridas
as empresas alinhadas com a estratégia de gestão de pessoas foi o surgimento do
conceito de Educação Corporativa, por meio das Universidades Corporativas, que
são o resultado direto da evolução histórica da gestão empresarial.

A partir das informações acima, entende-se que a Universidade Corporativa é a


materialização das ideias relativas ao conceito de Educação Corporativa.
É na Universidade Corporativa que as ideias concebidas de forma conceitual
são aplicadas à empresa para o crescimento profissional de seus funcionários.
26

2.2. UNIVERSIDADE CORPORATIVA

A Universidade Corporativa é infraestrutura que oferece o aprendizado


contínuo, sustentando a vantagem competitiva inspirada em aprendizado
permanente e também em alto desempenho.

Pulcineli (2002) apresenta visão histórica das universidades corporativas:


A concepção estratégica e as bases pedagógicas das Universidades
Corporativas surgiram nos EUA, em meados da década de 50, quando a
multinacional General Eletric criou espaço educacional denominado „Controville‟,
que se utilizava de aulas presenciais e a distância para cursos superiores na
área de engenharia de produção, sendo priorizado os meios postais e
radiofônicos disponíveis à época, para ampliação do público-alvo constituído de
profissionais da linha de produção e vendas.
A partir da década de 80 assistiu-se, nos EUA, a impressionante aumento
desses novos espaços de formação. Conforme a associação norte-americana
CUX-Corporate University X-Change, em 1988 existiam 400 Universidades
Corporativas nos Estados Unidos e atualmente já são mais de 2 mil estruturas
assim definidas, estimando-se que em 2010 elas irão superar o número total de
universidades tradicionais naquele país.
Há também alguns exemplos europeus, tais como as Universidades
Corporativas do Grupo Fiat e da Telecom Itália, mas sem os grandes números
gerais observados nos EUA.
Com relação ao Brasil, a ideia começou a ganhar contornos e adeptos a partir da
introdução das bases legais da educação à distância, por meio da promulgação
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394, de 20.12.1996).
Essa lei vinha ao encontro dos anseios de modernidade da área educacional tão
almejada pela sociedade e representou a viabilidade das empresas estarem
presentes na linha profissional e 54 na linha educacional, desenvolvendo
programas específicos a fim de envolver funcionários, clientes e parceiros
voltados para sua cultura organizacional.

A Universidade Corporativa se torna hoje grande tendência para empresas que


buscam a valorização e capacitação dos seus funcionários, tendo como objetivo
oferecer cursos e treinamentos corporativos personalizados para os funcionários.
Para Eboli (2004), as Universidades Corporativas devem ser a ponte entre a
capacitação dos trabalhadores e as estratégias das empresas preocupadas com a
conquista e a manutenção da competitividade no mercado.
Normalmente a Universidade Corporativa oferece cursos em diversas
modalidades: presencial, totalmente a distância ou semipresenciais (blended
learning), que combinam momentos presenciais com momentos a distância
utilizando recursos virtuais, todos com aulas práticas e teóricas.
27

No âmbito do setor elétrico brasileiro, diversas companhias possuem


Universidades Corporativas, que são responsáveis pelo trabalho de educação
continuada, a capacitação, formação e treinamento de funcionários.

Segue o Quadro 2 com a relação de algumas empresas do setor elétrico e as


respectivas Universidades Corporativas.

Quadro 2 - Empresas do setor elétrico e as respectivas Universidades Corporativas


Empresas Universidades Corporativas
Companhia Energética de Minas Gerais Universidade Corporativa da Cemig
(Cemig) (UniverCemig)
Companhia Paranaense de Energia Universidade Corporativa Copel
(Copel) (UniCopel)
Companhia Paulista de Força e Luz Universidade Corporativa CPFL Energia
(CPFL)
AES Eletropaulo Universidade Corporativa da AES
Eletropaulo
Elektro Distribuidora de Energia Educação Corporativa Elektro (ECE)
Empresas do sistema Eletrobrás Universidade Corporativa das Empresas
(Chesf, Eletronorte, Furnas) Eletrobras (Unise)
Itaipu Binacional Universidade Corporativa Itaipu (UCI)

2.3. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

Os cursos presenciais apresentam dificuldades que estão sendo avaliadas


pelas empresas: possuem alcance restrito, limitações geográficas e de tempo, além
do alto custo de logística para organizar e ministrar os cursos presenciais, pois
envolvem deslocamentos, hospedagens, entre outras despesas.
A partir dessas dificuldades e com o avanço das tecnologias de informação e
comunicação (TICs), novas possibilidades foram avaliadas para a Educação
Corporativa, principalmente a Educação a Distância (EaD), que possibilita sua
realização por meio de cursos virtuais.
A modalidade Educação a Distância (EaD) surge, em meio a esse cenário, com
sua metodologia inovadora, transpondo barreiras geográficas, face às diversas
tecnologias de comunicação e informação utilizadas, como meio ágil, hábil e capaz
28

de levar a educação para número maior de funcionários, que podem estar em


qualquer lugar no mundo.
De acordo com o Ministério da Educação (em Brasil. MEC, 2018): “Educação a
distância é a modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados,
física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação.”
A EaD apresenta-se nesse quadro como modalidade capaz de contribuir para o
aprimoramento além dos limites da sala de aula convencional e vem para
democratizar o acesso ao conhecimento, pois permite alcançar locais e pessoas
onde em situação presencial não atingiria, tendo mais capilaridade na oferta dos
cursos. A EaD é meio mais ágil de fazer com que os treinamentos cubram número
maior de funcionários em menos tempo e com menor custo. A tecnologia contribuiu
sobremaneira para o desenvolvimento da Educação a Distância, pois as barreiras
até então apontadas que dificultavam os processos de aprendizagem foram
vencidos. As características essenciais da Educação a Distância são a flexibilidade
do espaço e do tempo, abertura dos sistemas e a maior autonomia do aluno.
Estratégia fundamental na EaD é o aluno vencer o desafio de estudar sozinho,
obtendo autonomia do seu ato de aprender e para isso precisa desenvolver a
habilidade de ter aprendizagem autônoma.
É possível oferecer os dois formatos de cursos aos funcionários, o chamado
„blended learning’, que utiliza as duas modalidades para potencializar os resultados
do treinamento (treinamento presencial e EaD).
O mais importante é ter bem definido o objetivo do treinamento e os resultados
que a empresa pretende obter ao oferecê-lo aos funcionários.
O foco deste trabalho é abordar os cursos que serão disponibilizados na
modalidade de EaD.
29

2.4. EDUCAÇÃO CORPORATIVA A DISTÂNCIA (ECAD)

As empresas vêm sentindo a necessidade de desenvolver sistema educacional


próprio, totalmente orientado para o mercado, bem como aprimorar suas relações
com os funcionários, clientes, fornecedores e comunidade em geral.
Santos et al. (2010) ressaltam que está aumentando a consciência das
empresas a respeito da relevância da Educação Corporativa na formação
continuada de seus profissionais, enfatizando que o conhecimento adquirido é fator
importante, pois traz vantagem competitiva, gera inovações e novos negócios.
Há algum tempo as empresas começaram a perceber que seu maior diferencial
competitivo encontra-se no nível de capacitação, conhecimento e comprometimento
de toda a equipe. Percebe-se que se o funcionário não se mantiver
permanentemente atualizado estará defasado em curto espaço de tempo.
Os programas tradicionais de treinamento já não atendem mais às
necessidades de capacitação e atualização exigidas pela dinâmica do mercado.
Como consequência as empresas enfrentam ambiente competitivo e buscam no
processo de aprendizagem contínua forma de construir a inteligência corporativa
competitiva, que possa responder proativamente às exigências do mundo
globalizado. O crescimento da EaD tem estimulado mais demanda por parte das
grandes empresas, que passaram a adotar o treinamento online como forma de
aumentar o conhecimento dos funcionários.
No caso especifico do mundo corporativo, a redução dos custos para capacitar
muitos funcionários e na possibilidade de propiciar a gestão do conhecimento na
empresa valorizando sua própria cultura e faz tudo isso sem que o funcionário tenha
que se deslocar para outro espaço, muitas vezes em outras cidades, estados e até
mesmo países.
Segundo Ferreira, Valério e Souza (2010) a Educação Corporativa a Distância
(ECaD) é forma de treinar e capacitar funcionários da empresa por meio de solução
de EaD. Nesse sentido, o grande desafio das empresas é a implementação de
cultura e política de EaD, que deve estar aliada aos princípios e práticas que
norteiam e fundamentam a Educação Corporativa. A Educação a Distância
apresenta muitas vantagens em relação aos tradicionais treinamentos presenciais,
entre elas destaca-se a velocidade na difusão de conhecimentos e informações,
bem como a facilidade em atingir quantidade maior de participantes.
30

2.5. DESIGN INSTRUCIONAL

O Design Instrucional, também conhecido como Design Educacional ou


gestão de projetos em tecnologia educacional, é termo bastante conhecido e
utilizado na área de educação, principalmente na modalidade de educação a
distância, onde diz respeito à engenharia pedagógica, e trata de conjunto de
técnicas, métodos e recursos que podem ser utilizados em processo de
aprendizagem em qualquer contexto, desde a modalidade de educação tradicional
até a tendência de ensino online.
O termo Design Instrucional é amplamente empregado para se referir às várias
etapas de criar e publicar cursos, em especial na modalidade de EaD, pois envolvem
os processos de planejar, organizar, formatar, avaliar, desenvolver e implementar
projetos educacionais, metodologias de ensino, materiais didáticos e atividades
pedagógicas de naturezas variadas.
De acordo com Filatro (2008), o Design Instrucional corresponde à „ação
intencional e sistemática de ensino, que envolve o planejamento, o desenvolvimento
e a utilização de métodos, técnicas, atividades, materiais, eventos e produtos
educacionais em situações didáticas específicas, a fim de facilitar a aprendizagem
humana a partir dos princípios de aprendizagem e instrução conhecidos‟.
Como será mostrado a seguir, o Designer Instrucional é o profissional que
executa o planejamento de atividades de aprendizado em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.

2.6. O DESIGNER INSTRUCIONAL E A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

O Designer Instrucional (DI) é o profissional que possui formação


interdisciplinar e é responsável por analisar, planejar, desenvolver, implementar,
gerenciar, executar e avaliar os cursos a distância.
Diante do processo de implantação de projeto EaD, as competências do
Designer Instrucional abrangem diferentes áreas do saber, principalmente, a
comunicação, a tecnologia, o design, as teorias da aprendizagem, a criatividade, o
gerenciamento de projetos e a avaliação online.
Segundo Kensky e Barbosa (2007) o Designer Instrucional é “o profissional
responsável por coordenar e desenvolver os trabalhos de planejamento,
31

desenvolvimento e seleção de métodos e técnicas mais adequadas ao contexto em


que será oferecido o curso. Sua atuação também engloba a seleção de atividades,
materiais, eventos e produtos educacionais de acordo com as situações específicas
de cada oferta educacional, a fim de promover a melhor qualidade no processo de
aprendizagem dos alunos em cursos ocorridos em ambientes virtuais (ou fora
deles)”.
O DI deve atuar juntamente com os demais membros da equipe
multidisciplinar, sempre analisando e propondo materiais didáticos de acordo com o
objetivo estabelecido para cada curso e de forma a atingir também os objetivos dos
alunos. Ele também deve usar os conhecimentos pedagógicos e socioculturais, dar
atenção às inteligências múltiplas, aos estilos de aprendizagem, às concepções de
avaliação, e assim organizar o curso e os materiais, ser criativo e dinâmico, além de
diversificar o uso de atividades e mídias para que tenha interatividade.
Gorgulho Júnior (2012) explica a relação do Designer Instrucional e a equipe
multidisciplinar responsável pelo desenvolvimento do projeto educacional baseado
em EaD, e faz comparação: o DI trabalha de maneira similar ao compositor /
maestro. Quando o Designer Instrucional está planejando o curso é como se fosse o
compositor criando sua sinfonia. Depois quando o curso está em andamento, o DI
passa a ser o maestro, com a batuta na mão, regendo a equipe de músicos. A
orquestra é a equipe multidisciplinar que o DI coordena.
São relacionados os componentes da equipe multidisciplinar, coordenados pelo
Designer Instrucional: conteudista (profissional que irá fornecer o conteúdo que será
ensinado), revisor (profissional responsável por analisar o material elaborado),
professores formadores / tutores (profissionais responsáveis pelo processo de
ensino durante a aplicação do curso), ilustrador, fotógrafo, web designer, designer
gráfico, animador, equipe de vídeo, editor de som, músico.

A partir das várias perspectivas citadas, o segue proposta para implantar


Plataforma de Educação a Distância em contexto corporativo, voltada para
cursos virtuais de geoprocessamento.
32

3. PLATAFORMA CORPORATIVA DE EAD PARA CAPACITAÇÃO EM


GEOPROCESSAMENTO

3.1. VISÃO GERAL

Segue-se a proposta de implantação da Plataforma Corporativa de EaD para


capacitação de tecnologias de geoprocessamento em empresa de energia elétrica.

A proposta consiste em estruturar a metodologia que irá abordar as etapas de


planejamento, implantação e uso de plataforma de EaD baseada em sistema
computacional a ser implantado no ambiente corporativo de treinamento virtual
(Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA), que irá atender aos profissionais que são
envolvidos com os processos técnicos que utilizam recursos de geoprocessamento
na empresa de energia elétrica.

Este capítulo apresenta as várias etapas da proposta metodológica a ser


utilizada para a implantação da Plataforma Corporativa de EaD, conforme Figura 6.

Figura 6 - Diagrama com a visão geral da proposta de trabalho


33

A seguir, a descrição dos componentes da Figura 6.

3.1.1. Tecnologias da Informação e Comunicações (TICs)

Para implantar a solução proposta é fundamental o envolvimento da área


responsável pelo uso das Tecnologias da Informação e Comunicações (TIC) da
empresa. Essa área é estratégica, alinhada aos negócios da empresa, pois lida com
o armazenamento e tratamento dos dados corporativos, bem como gerencia toda a
infraestrutura de informática e de telecomunicações utilizada pelos sistemas
técnicos, administrativos e financeiros.

As TICs podem ser definidas como o conjunto das atividades e soluções


providas por recursos computacionais que visam a permitir a produção, a obtenção,
o armazenamento, o acesso, a transmissão, a segurança, o gerenciamento e o uso
das informações da empresa. (LAUDON; LAUDON, 2007 - adaptado).

A solução proposta neste trabalho é baseada em sistema computacional a ser


implantado no ambiente de TIC da empresa, sendo necessária, portanto, a utilização
da infraestrutura de informática (hardware e software - servidores, redes, sistemas
operacionais, aplicativos, antivírus).

3.1.2. Geoprocessamento Corporativo

O setor de Geoprocessamento Corporativo é responsável por planejar,


desenvolver e implantar os projetos de geoprocessamento junto às áreas técnicas
da empresa. Também coordena o sistema corporativo de informações geográficas
(SIG), que disponibiliza dados georreferenciados para os usuários internos (dados
vetoriais, imagens georreferenciadas, modelos digitais de terreno, entre outros).
34

3.1.3. Plataforma corporativa de EaD

A Plataforma Corporativa de EaD é a materialização da política empresarial de


RH e está inserida no contexto da Educação Corporativa.

A Plataforma Corporativa de EaD é composta pelos seguintes componentes,


que serão detalhados ao longo deste capítulo :

- Metodologia - Trata-se do planejamento para a construção da Plataforma


Corporativa de EaD, com as especificações necessárias, ideias básicas,
propostas pedagógicas, entre outros requisitos.
Contém a documentação necessária para o devido funcionamento da
plataforma, com as características técnicas e operacionais.

- Aplicação (Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA) - É a sala de aula virtual.


É o sistema computacional que irá disponibilizar as aulas e gerenciar o
andamento dos alunos no curso específico.

- Conteúdo - Trata-se do material didático a ser fornecido aos alunos.

3.1.4. Funcionários (alunos) das áreas de Engenharia Elétrica

Os funcionários (alunos) dos cursos a serem implantados na Plataforma de


EaD são oriundos basicamente das áreas de Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica da empresa. São os técnicos, engenheiros, gerentes e
tomadores de decisões que necessitam ampliar seus conhecimentos sobre as
tecnologias de geoprocessamento para uso nos seus processos.
Nos itens abaixo serão detalhados os componentes da Plataforma de EaD
Corporativa para capacitação em geoprocessamento.
35

3.2. PLATAFORMA CORPORATIVA DE EAD PARA CAPACITAÇÃO EM


GEOPROCESSAMENTO

Sebrae (2014) aborda aspectos da capacitação:


Desenvolver competências nada mais é que fazer as pessoas adquirirem
conhecimentos, habilidades e atitudes para o bom desempenho de seus cargos,
funções e papéis.
Desenvolver competências é importante para a empresa e para o funcionário,
pois proporciona: excelência do trabalho; produtividade; qualidade; utilização
adequada dos equipamentos; satisfação pessoal de contribuir com a empresa e
de se tornar especialista no que faz.
A capacitação e o desenvolvimento de pessoas é o processo que se repete
como ciclo e é composto de quatro fases sequenciais: determinação das
necessidades de capacitação; programação da capacitação; execução da
capacitação; avaliação dos resultados da capacitação.
Após a empresa identificar as necessidades, é hora de elaborar o plano de
capacitação, que deve estabelecer:
- quem deve ser capacitado;
- o conteúdo da capacitação;
- como se deve ser a capacitação: aula, estágio, seminário;
- o período em que deverá ocorrer a capacitação;
- onde será a capacitação: interna ou externa;
- quem fará a capacitação - alguém da empresa ou entidade externa.

Os itens a serem abordados neste capítulo estão alinhados à capacitação e ao


desenvolvimento de pessoas.
A Plataforma Corporativa de EaD possui várias características que serão
apresentadas nos seguintes componentes:
- Gestão de cursos;
- Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA);
- Trilhas de aprendizagem para capacitação em geoprocessamento;
- Integrações da Plataforma de EaD com sistemas corporativos.

A Figura 7 apresenta o diagrama com os principais pontos da Plataforma


Corporativa de EaD para capacitação em geoprocessamento.
36

Figura 7 - Diagrama sobre Plataforma Corporativa de EaD para capacitação em


geoprocessamento

Os componentes da Figura 7 são descritos abaixo:

3.2.1. Gestão dos cursos

Este componente irá efetuar a devida gestão dos cursos de geoprocessamento


no ambiente de EaD.
A solução deverá gerenciar informações dos cursos a serem oferecidos e os
respectivos alunos.
Permitirá também elaborar análises dos dados disponíveis no AVA e emitir
relatórios gerenciais.
Este componente é responsável pela comunicação com o o Ambiente Virtual
de Aprendizagem e as Trilhas de aprendizagem, que serão descritos na sequência.
37

3.2.2. Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) é a sala de aula virtual. É o sistema


computacional que irá disponibilizar as aulas e gerenciar o andamento dos alunos
em cada curso específico, de forma individual.
O AVA é o sistema de gestão do ensino e aprendizagem (LMS - Learning
Management System), ou seja, é o aplicativo desenvolvido para ajudar os
educadores a criar cursos online, ou suporte virtual a cursos presenciais e
semipresenciais, de alta qualidade e com muitos tipos de recursos disponíveis.

3.2.3. Trilhas de aprendizagem para capacitação em geoprocessamento

O conceito de „Trilhas de aprendizagem‟ é um dos principais pontos da


proposta, pois apresenta ideias e implementações práticas associadas ao plano de
capacitação corporativo. O objetivo das Trilhas de aprendizagem é produzir
conhecimento necessário para desenvolver competências, o que engloba conteúdo
teórico, habilidades e atitudes, requeridas para o desempenho dos diferentes níveis
ocupacionais no dia a dia profissional. Continuamente, essas competências
aprimoradas é que viabilizarão o alcance dos objetivos estratégicos de negócios da
empresa.

Segundo Freitas e Brandão (2005):


As trilhas de aprendizagem são baseados em cursos específicos, sob demanda
para cada profissional, que irão promover o desenvolvimento das pessoas.
As trilhas de aprendizagem são sequências de cursos e atividades elaboradas
em diferentes mídias com o objetivo de serem complementares entre si e de
construírem o conhecimento a respeito de determinado tema.
Este assunto ganhou destaque porque representa estratégia de aprimoramento
inovadora e eficaz, que propicia ao funcionário o aprendizado contínuo por meio
de várias formas de aperfeiçoamento pessoal e profissional, integrado ao seu
planejamento de carreira.
As trilhas de aprendizagem são conjunto integrado e sistemático de ações de
desenvolvimento que recorrem a múltiplas formas de aprendizagem.
Além disso, são experiências de aprendizagem planejadas para tornar o
processo de absorção de conhecimento mais efetivo e adequado aos diferentes
perfis de profissionais.
Esse método confere autonomia aos profissionais, que concebem suas
respectivas trilhas de capacitação a partir de suas conveniências, necessidades,
experiências e objetivos que desejam alcançar. Com isso é possível integrar o
planejamento de carreira às expectativas da empresa.
38

O grande mote das trilhas de aprendizagem é dar suporte ao profissional, que é


o próprio protagonista da sua formação e qualificação. Alguém que almeja por
oportunidades de capacitação e necessidades de aperfeiçoamento poderá criar
seu mapa de aprendizagem, o seu itinerário formativo, e caminhará na sua
própria trilha.
Nada melhor do que desenvolver competências tendo como base em sequência
documentada dos cursos e indicações de conteúdos que o colaborador deve
seguir. Com as trilhas de aprendizagem, o caminho do treinamento e
desenvolvimento fica mais fácil e diversificado, pois além das tradicionais formas
de ensino, como cursos presenciais e a distância, o aluno recebe ainda
indicações de leituras, artigos e livros para se aprimorar mais.
Quando é definido o curso de ação a ser seguido para o crescimento
profissional, na prática, está sendo construída a trilha. A estruturação dos níveis
de complexidade das trilhas se pautou na compreensão do grau crescente de
habilidades cognitivas apresentados do mais simples para o mais complexo em
termos de profundidade do aprendizado, construídas pela experiência de forma
cíclica e gradual: conhecer, compreender, aplicar, analisar, sintetizar e avaliar.

Para entendimento da proposta sobre „Trilhas de aprendizagem‟ são


relacionados os seguintes elementos:

a) Perfis dos usuários (Público-alvo da Plataforma Corporativa de EaD)

Profissionais da empresa de engenharia:


- técnicos e engenheiros sem experiência em geoprocessamento;
- técnicos e engenheiros com experiência em geoprocessamento;
- analistas de geoprocessamento;
- analistas de sistemas;
- gerentes e tomadores de decisões - perfil genérico;
- gerentes e tomadores de decisões - com perfil mais técnico.

Características dos cursos: o diferencial dos cursos é abordar os conceitos


que envolvem o geoprocessamento de forma mais didática, para os profissionais da
empresa.

Pré-requisitos necessários para a realização do curso online: conhecimentos


básicos de informática, acesso ao computador e à internet.
39

b) Cursos a serem ofertados

Os cursos de geoprocessamento a serem oferecidos na modalidade EaD


possuem as seguintes características:
- Código do curso;
- Descrição do curso;
- Duração do curso (em horas);
- Tipo do curso - com mediação ou autoinstrucional.

Os cursos com mediação irão utilizar o AVA para que haja a interação entre os
alunos, professores e tutores. Esses cursos são normalmente teóricos e é
importante que ocorra a troca de conhecimentos entre os participantes. O AVA será
utilizado para consolidar as informações entre os participantes.
A mediação com os alunos é feita basicamente com o envolvimento do tutor,
que tem as seguintes atribuições: corrigir e comentar os trabalhos realizados pelos
alunos; ajudar os alunos a compreender os materiais do curso por meio de
discussões e explicações; ajudar os alunos no planejamento dos trabalhos;
acompanhar e supervisionar trabalhos práticos e projetos; atualizar informações
sobre o progresso dos alunos; fornecer feedback aos coordenadores sobre os
materiais dos cursos e as dificuldades dos estudantes; servir de intermediário entre
a instituição e os alunos.
O outro tipo de curso é o autoinstrucional, cujo resultado é produto fechado,
que não pode ser alterado na fase de execução e, em geral, dispensa a participação
de educador na sua execução. O foco do Designer Instrucional nesse caso deve
estar na utilização de multimídia que torne o conteúdo agradável, interessante e que
permita o aluno interagir com o mesmo.
A referência para esse tipo de curso é o MOOC, que é a sigla para Massive
Open Online Courses (cursos online abertos e massivos) − cursos ministrados a
distância, pela internet, e que suportam grande número de alunos.
Os cursos baseados em MOOC normalmente são cursos curtos, assíncronos.
Por sua dinâmica, não necessitam tutoria: eles focam na autonomia do estudante,
na sua independência, e não exigem que ele seja necessariamente ligado a alguma
instituição de ensino.
40

Normalmente os cursos do tipo autoinstrucional são vídeoaulas gravadas


para mostrar a sequência de operações e instruções a serem feitos em programas
de computador, no caso, aplicativos na área de geoprocessamento.

c) Abordagens pedagógicas

Serão utilizadas duas abordagens pedagógicas (teorias de aprendizagem) nos


cursos propostos:
- teoria Construtivista - treinamentos do tipo com mediação, para consolidar
conceitos teóricos, construção do conhecimento baseado em trabalhos em grupo,
trocas de experiências;
- teoria Behaviorista - os treinamentos do tipo Autoinstrucionais são baseados
principalmente em instruções de uso de software;

d) Trilhas de aprendizagem personalizadas

Cada aluno terá sua própria Trilha de aprendizagem, a ser negociada com o
Coordenador imediato. A Trilha de aprendizagem é individual, personalizada e é
baseada no modelo Construtivista, pois o próprio funcionário será o responsável por
construir seu conhecimento, sua formação, sua carreira.

Exemplos de cursos e atividades da Trilha de aprendizagem:


- cursos com mediação;
- cursos autoinstrucionais;
- videoaulas;
- livros (que poderão ser utilizados da Biblioteca Corporativa Digital);
- apostilas de cursos (disponíveis na internet ou na própria empresa);
- outros objetos de aprendizagem (disponíveis em repositórios diversos).
41

Segue Figura 8 com diagrama sobre as Trilhas de aprendizagem.

Figura 8 - Diagrama sobre as Trilhas de aprendizagem.

O Quadro 3 apresenta exemplo de Trilha de aprendizagem para o seguinte perfil dos


profissionais: técnicos e engenheiros sem experiência em geoprocessamento.

Quadro 3 - Exemplo de Trilha de aprendizagem


Sequência Código Descrição do curso Duração Tipo do curso
01 A-01 Cartografia básica para 28 h Mediação
Geoprocessamento
02 B-01 Sistemas de Informações 24 h Mediação
Geográficas (SIG) - Nível
básico
03 B-03 Aplicações / utilização do 4h Autoinstrucional
geoprocessamento
04 D-01 Análises espaciais 4h Autoinstrucional
(vetoriais)
05 D-03 Confecção e análises de 4h Autoinstrucional
mapas temáticos
06 F-01 SIG QGIS (básico) 4h Autoinstrucional
42

3.3. INTEGRAÇÕES DA PLATAFORMA CORPORATIVA DE EAD COM


SISTEMAS DA EMPRESA

Outra contribuição da proposta é a criação de „Ecossistema de recursos


educacionais e tecnológicos‟, que basicamente é a integração do ambiente virtual de
aprendizagem (AVA) com os diversos sistemas implantados na empresa. Os
sistemas serão instalados no ambiente da TI Corporativa.

A Figura 9 mostra diagrama das integrações da Plataforma Corporativa de EaD


com sistemas da empresa.

Figura 9 – Diagrama das integrações da Plataforma Corporativa de EaD com


sistemas da empresa
43

Seguem abaixo as descrições das principais integrações propostas:

3.3.1. Integração com a Biblioteca Virtual Corporativa

A Biblioteca Virtual Corporativa é a iniciativa tecnológica para disponibilizar o


acervo de livros digital composto por milhares de títulos, em várias áreas do
conhecimento, tais como: administração, marketing, economia, direito, educação,
filosofia, engenharia, computação, medicina, psicologia, entre outras.

A Biblioteca Virtual Corporativa possui acervos digitais, os quais possibilitam o


acesso às mais importantes bases de dados de conhecimento e informações da
atualidade e às versões eletrônicas de livros que estão no mercado.

O acervo digital inclui diversos tutoriais sobre sistemas corporativos e


processos organizacionais, além de conteúdos destinados a apresentar
conhecimentos específicos para os funcionários em suas áreas de atuação.

3.3.2. Integração com o Sistema de Gestão Empresarial (ERP)

O ERP (Enterprise Resource Planning) é o sistema de informação que integra


os dados e os processos da empresa em um único sistema. A integração pode ser
vista sob a perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos
humanos, fabricação, marketing, vendas, compras) e sob a perspectiva sistêmica
(sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais,
sistemas de apoio à decisão). É o sistema de gestão empresarial.
O ERP é a plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos
departamentos da empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas
as informações do negócio.
A integração da Plataforma de EaD com o ERP tem objetivo de manter
atualizados os dados dos funcionários, toda a parte contábil relativa aos custos dos
treinamentos, a frequência dos alunos, entre outros.
44

3.3.3. Integração com o Sistema Corporativo de Gerenciamento Eletrônico de


Documentos (GED)

O Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) é a tecnologia


que provê meio de facilmente gerar, controlar, armazenar, compartilhar e recuperar
informações existentes em documentos.

O sistema de GED permite que os usuários acessem os documentos de forma


ágil e segura, normalmente via navegador web por meio da intranet corporativa.

No caso da integração da Plataforma de EaD com o GED todos os documentos


relativos aos cursos oferecidos podem ser armazenados, acessados e gerenciados
pelo sistema.

3.3.4. Integração com o Sistema Corporativo de Business Intelligence (BI)

O termo Business Intelligence (Inteligência Empresarial ou Inteligência nos


Negócios) é o processo de organização, análise, coleta, compartilhamento e controle
de informações dirigidas aos negócios.
Trata-se de método que as empresas utilizam para tomar as melhores decisões
por meio de dados e informações obtidos geralmente de DataWarehouse com
auxílio de diversas tecnologias de ETL – extrating, transform and load (extração,
transformação e carga), de Data Mining – mineração de dados, OLAP – online
analytical processing, aplicativos de planilhas, relatórios, gráficos e mapas.

A integração da Plataforma de EaD com o Sistema de Business Intelligence


(BI) tem objetivo de extrair informações da base de dados dos cursos para gerar
relatórios e gráficos gerenciais sobre o andamento dos mesmos.
45

3.3.5. Integração com o Sistema de Geoprocessamento Corporativo

O Sistema de Geoprocessamento Corporativo gerencia os dados


georreferenciados da empresa.

A integração da Plataforma de EaD com o Sistema de Geoprocessamento


Corporativo permitirá efetuar diversas análises espaciais que envolvem a localização
dos alunos, mapeamento de possíveis polos de atendimento, elaboração de mapas
temáticos sobre quantidade de alunos por municípios, entre outras análises.

3.3.6. Integração com o Sistema de Gerenciamento de Imagens


Georreferenciadas

O Sistema de Gerenciamento de Imagens Georreferenciadas armazena e


publica o acervo de imagens da empresa, que são utilizadas em projetos de
geoprocessamento.

A integração da Plataforma de EaD com o Sistema de Gerenciamento de


Imagens Georreferenciadas permitirá que os alunos possam ter acesso a esse
acervo durante as aulas, para consultas, o que irá otimizar o entendimento prático
das atividades referentes ao uso de imagens georreferenciadas (imagens de satélite,
ortofotocartas).
46

MÓDULO II - DESIGN INSTRUCIONAL DO CURSO

Os próximos capítulos se referem ao design instrucional (planejamento) do


curso de EaD denominado “Cartografia básica para Geoprocessamento”, que será
oferecido internamente pela Universidade Corporativa da empresa de energia
elétrica aos profissionais que utilizam recursos de geoprocessamento em suas
atividades.
O objetivo do curso virtual é apresentar os conceitos básicos de
geoprocessamento para profissionais envolvidos com projetos que utilizam dados
georreferenciados, localização geográfica, mapas e demais informações correlatas.

4. INFORMAÇÕES GERAIS DO PROJETO E DO CURSO

O planejamento do curso “Cartografia básica para Geoprocessamento” é


apresentado a seguir, em forma de quadros, descrições com informações gerais e
específicas sobre o projeto e o curso.

4.1 - DADOS DO PROJETO

No Quadro 4 são mostrados os dados do projeto relativos ao curso “Introdução


ao Geoprocessamento / Mapas e Cartografia Básica”: definição do AVA a ser
utilizado, duração do projeto, recursos humanos (equipe multidisciplinar),
infraestrutura física necessária e custo total.
47

Quadro 4 - Dados do projeto


Ambiente Virtual O AVA sugerido é o Moodle, que é o ambiente de
de Aprendizagem aprendizagem a distância baseado em software livre.
(AVA) Moodle é o acrônimo de Modular Object-Oriented
Dynamic Learning Environment (ambiente modular de
aprendizagem dinâmica orientada por objetos).
Duração do 22 semanas
projeto

Recursos 1 Designer Instrucional


humanos 1 Professor Conteudista
1 Tutor
1 Web Designer / Programador
1 Roteirista
1 Produtor de mídias
1 Fotógrafo
1 Editor de vídeo e som
1 Ilustrador
1 Revisor

1 Suporte de TI (para o AVA)

1 Administrador / Financeiro (compartilhado)

Infraestrutura Sala com mobiliário (mesas, cadeiras, armário)


física 3 Computadores
Ponto de rede - acesso à internet
Telefone / celular

Custo total R$ 33.030,00 (trinta e três mil e trinta reais)

Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle


O Moodle é o ambiente virtual de aprendizagem modular (AVA), a sala de aula
virtual. Foi escolhido para este projeto de EaD porque possui muitas vantagens e
recursos. É gratuito, livre, tem código aberto (open source) e pode ser carregado,
utilizado, modificado e distribuído. Baseado em plataforma web, que facilita a
construção de conhecimento, a troca de informações e o desenvolvimento de
habilidades. Pode ser utilizado nos principais navegadores (browsers) de mercado:
Internet Explorer, Google Chrome, Firefox, Safari. É um sistema flexível, robusto e
48

escalonável, que permite a colaboração e comunicação. Possui compatibilidade com


diferentes plataformas e ferramentas.
Foi desenvolvido por comunidade de centenas de programadores em todo o
mundo, que contribuem dando suporte aos usuários, com acréscimo de novas
funcionalidades.
A fundação (www.moodle.org) e a empresa (www.moodle.com) fornecem,
respectivamente, o apoio para o desenvolvimento do software e sua tradução para
dezenas de idiomas, e apoio profissional à sua instalação. Possui mais de 100 mil
comunidades de aprendizagem e aproximadamente 130 milhões de usuários. Está
presente em mais de 230 países e com quase 80 idiomas.
No Moodle podem ser criados perfis de usuários diversos, salas de estudo,
atividades (fórum, chat, envio de tarefas, entre outras), permite o acompanhamento
de turmas e alunos por meio de relatórios, glossários, conteúdos em vários formatos.
O Moodle foi desenvolvido com princípios pedagógicos para apoiar o modelo
de educação construtivista.

Duração do projeto
A duração do projeto foi estimada em 22 semanas.
O projeto será elaborado conforme a metodologia ADDIE, que se inicia com o
levantamento inicial das informações técnicas (análise), passa pelo detalhamento da
proposta (design), desenvolvimento, implantação, acompanhamento e posterior
avaliação do curso.

Recursos humanos
O Quadro 4 também apresenta a relação dos componentes da equipe, com
objetivo de atender às várias etapas do projeto. Percebe-se que a equipe é
multidisciplinar, devido às características do projeto de EaD.
O Designer Instrucional (DI) é o responsável por analisar, planejar,
desenvolver, implementar, gerenciar, executar e avaliar o curso a distância. Ele irá
coordenar a equipe multidisciplinar e será o principal ponto de contato com o
professor conteudista. A equipe multidisciplinar será composta pelos principais
profissionais envolvidos na construção do projeto de EaD.
49

Foi relacionado o profissional que irá trabalhar no projeto de forma


compartilhada, isto é, estará envolvido em outros projetos simultaneamente. O custo
desse profissional será rateado entre os demais projetos.

Estrutura física
Para a execução do projeto foi prevista a utilização de sala com mobiliário
básico e recursos de informática, para que a equipe possa trabalhar de forma
conjunta. As atividades da equipe terão que ser feitas de forma planejada, de modo
a não sobrecarregar a ocupação da sala.

4.2 - DADOS DO CURSO

As empresas de energia elétrica investem em recursos de geoprocessamento


com o objetivo de utilizar essa tecnologia para melhor gerenciar os seus sistemas de
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, além de toda a infraestrutura
a eles agregadas. Os profissionais que utilizam esses recursos necessitam de
treinamentos constantes e especializados para se manterem atualizados.

O curso proposto, baseado em EaD e denominado “Cartografia básica para


Geoprocessamento” foi planejado para atender às demandas das áreas técnicas das
empresas de energia elétrica e é um dos cursos a serem desenvolvidos e ofertados
para os profissionais que utilizam esses recursos.

No Quadro 5 são apresentados os dados do curso: nome e objetivo do curso,


carga horária, número de vagas, duração, público-alvo, pré-requisitos,
acessibilidade, ementa, critérios de avaliação e justificativa.
50

Quadro 5 - Dados do curso


Nome do curso Cartografia básica para Geoprocessamento
Objetivo do curso Apresentar os conceitos básicos de geoprocessamento para
profissionais envolvidos com projetos de engenharia que
utilizam dados georreferenciados, localização geográfica,
mapas e demais informações associadas com as tecnologias
de geoprocessamento.
Carga Horária Presencial 0
Virtual 28 horas
Número de vagas 50 vagas em cada turma, sendo que há previsão de 1.500
(mil e quinhentas) pessoas a serem treinadas na empresa.
Duração do O curso terá duração de 4 semanas (1 mês).
Curso
Público-alvo O público-alvo são os técnicos, engenheiros, gerentes e
tomadores de decisões que necessitam ampliar seus
conhecimentos sobre as tecnologias de geoprocessamento
para uso nos seus processos.
Eles possuem bons conhecimentos de informática e não há
dificuldades na utilização de novas tecnologias da informação
e comunicação.
Pré-requisitos Pré-requisitos necessários para a realização do curso virtual:
conhecimentos básicos de informática, acesso ao
computador e à internet.
Acessibilidade Sim. O curso irá atender as pessoas com deficiências
auditivas e visuais.
Ementa Tópicos a serem apresentados no curso:
- A importância dos mapas na história da humanidade
- Principais componentes de mapas
- Mapas temáticos
- Conceitos de Cartografia Básica
Critério de Para ser aprovado, o aluno deverá ter nota mínima de 75%.
Aprovação
Justificativa e A utilização de recursos de geoprocessamento possibilita às
relevância empresas de energia elétrica gerir melhor os seus processos,
ganhar agilidade na disponibilização de informações,
atingindo melhores índices de qualidade, reduzindo custos e
prazos no atendimento às necessidades dos clientes.
Torna-se imprescindível a disseminação dos conhecimentos
sobre a utilização das tecnologias ligadas ao
geoprocessamento para os profissionais envolvidos com o
assunto.
Características do curso: o diferencial do curso é abordar os
conceitos que envolvem as técnicas de geoprocessamento
de forma didática.
51

Carga horária e duração do curso


O curso será oferecido na modalidade de EaD (virtual) e não terá aulas
presenciais. De acordo com o planejamento, o curso virtual terá carga horária de 28
horas de aulas, com duração de 4 semanas.

Sobre o público-alvo
A empresa de energia elétrica é composta basicamente por profissionais das
áreas técnicas, administrativas e financeiras.
Estima-se que haverá grande demanda pelo curso, principalmente por
profissionais das áreas técnicas e dos gerentes da empresa.
Os alunos do curso serão oriundos das áreas técnicas de Geração,
Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica da empresa, compostas por técnicos,
engenheiros, gerentes e tomadores de decisões que necessitam ampliar seus
conhecimentos sobre as tecnologias de geoprocessamento para uso nos seus
processos de trabalho.
Os seguintes profissionais da empresa de engenharia foram definidos como
público-alvo do curso: técnicos e engenheiros; analistas de geoprocessamento;
analistas de sistemas; gerentes e tomadores de decisões.
Os profissionais citados (público-alvo) possuem bons conhecimentos de
informática e não apresentam dificuldades na utilização de novas tecnologias da
informação e comunicação.

Acessibilidade
O curso a ser ofertado terá funcionalidades para pessoas com deficiências
auditivas e visuais. A equipe de desenvolvimento será responsável por implementar
os recursos de tecnologia assistiva, com as adaptações necessárias. No caso do
vídeo, serão utilizadas as legendas, que permitem a acessibilidade de pessoas com
deficiência auditiva. Será avaliada a utilização de linguagem de sinais. Para pessoas
com deficiência visual, pode-se utilizar a descrição do vídeo. Para textos, há aplicativos
que atendem aos deficientes visuais. No questionário, o recurso sugerido é o software
de leitor de telas.

Essas informações serão disponibilizadas no momento da divulgação do curso.


52

Ementa
O curso, considerado de média duração, foi dividido em 3 aulas, com
informações para entendimento inicial dos conceitos de cartografia aplicada ao
geoprocessamento. Os seguintes tópicos serão abordados:
a) A importância dos mapas na história da humanidade
- Reconhecer os principais conceitos sobre a história dos mapas e suas
particularidades.
- Destacar a importância da utilização de mapas nos tempos atuais.
b) Principais componentes de mapas
- Conhecer as principais características dos mapas (componentes do mapa), que
são utilizados em projetos de geoprocessamento.
c) Mapas temáticos
- Conhecer os principais recursos dos mapas temáticos.
d) Conceitos de Cartografia Básica
- Conhecer os principais conceitos de cartografia básica, que são aplicados em
projetos de geoprocessamento.
- Identificar o uso dos termos utilizados em cartografia.
53

4.3 - CRONOGRAMA

A cronologia e o sequenciamento das fases do projeto são apresentadas


abaixo, no Quadro 6.

Quadro 6 - Cronograma das atividades do projeto do curso (em semanas)

O cronograma das atividades do projeto do curso “Cartografia básica para


Geoprocessamento” é baseado no processo de design instrucional conhecido como
ADDIE, que segundo Filatro (2008), separa as fases de concepção e execução, a
saber: análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação.

O projeto do curso será executado em 22 semanas, distribuídos nas seguintes


fases:
54

Fase 1 - Análise
Nesta etapa, o Designer Instrucional será responsável pelas seguintes
atividades: efetuar o levantamento inicial de informações, elaborar o diagnóstico com
a necessidade do curso, identificar as necessidades de aprendizagem e delimitar o
público alvo. Com essas informações, terá condições de planejar os recursos
humanos a serem envolvidos. Todas essas informações serão documentadas,
discutidas e validadas com os responsáveis pela contratação do curso.
O prazo estimado para esta etapa é de duas semanas.

Fase 2 - Design
Após a fase de análise / diagnóstico, será iniciada a etapa de Design, que é
essencial para o projeto. Os trabalhos nessa etapa serão feitos em conjunto entre o
Professor Conteudista e o Designer Instrucional. Basicamente o Professor
Conteudista irá apresentar para o Designer Instrucional o material (conteúdo) a ser
disponibilizado no curso virtual. É importante ressaltar que o Designer Instrucional
não precisa conhecer do assunto que o Professor irá tratar no curso virtual. O
Professor Conteudista é o especialista no assunto e está acostumado a ministrar as
aulas em ambiente presencial.
Nessa etapa, serão aplicadas as técnicas de Design Instrucional para planejar
as atividades e as avaliações a serem implementadas no curso virtual, de acordo
com as necessidades de aprendizagem.
O Designer Instrucional será responsável por elaborar o Mapa de Atividades,
que é o principal recurso utilizado para efetuar o planejamento das atividades
teóricas e práticas do curso de EaD.
Para as atividades práticas (individuais ou em grupo) que possuem dinâmicas
mais elaboradas, o DI poderá utilizar, de forma complementar, a Matriz de Design
Instrucional.
O Storyboard é outra ferramenta que o Designer Instrucional poderá utilizar na
etapa de planejamento do curso de EaD.
O prazo estimado para esta etapa é de seis semanas. Esta duração se justifica,
pois, é nesta etapa que será feito o planejamento das atividades a serem realizadas
pela equipe multidisciplinar responsável pelo curso virtual. Quanto mais detalhado
for esse planejamento, mais precisos serão os desenvolvimentos. Com isso será
possível minimizar os erros e viabilizar o curso financeiramente.
55

Fase 3 - Desenvolvimento
Nesta etapa os materiais didáticos para o curso virtual serão produzidos pela
equipe multidisciplinar, coordenada pelo Designer Instrucional, composta por
especialistas em ambiente internet: Web Designer, Programador, Roteirista, Produtor
de mídias, Fotógrafo, Editor de vídeo e som, Ilustrador, Revisor.
O prazo estimado para esta etapa é de oito semanas, sendo que o início das
atividades irá ocorrer em paralelo com a etapa de Design.

Fase 4 - Implementação
Esta etapa será feita a partir da décima quinta semana e terá início após a
conclusão da etapa de desenvolvimento de todo o material do curso (Fase 3).
O Designer Instrucional também será o responsável por essa etapa.
Inicialmente ocorrerá a configuração do ambiente virtual de aprendizagem (AVA)
onde o material desenvolvido deverá ser implantado. Todo o ambiente (sistema,
conteúdos, links) deverá ser disponibilizado e testado, para que as aulas possam se
iniciar no tempo previsto.
Nesta etapa haverá o acompanhamento do tutor, que atuará na mediação do
curso, prestando atendimento personalizado aos alunos. O tutor tem papel muito
importante ao longo do curso, pois será o elo de ligação entre o aluno, que está
distante, e a organização do curso (Professor, DI e equipe).
O prazo estimado para esta etapa é de seis semanas, sendo que a
disponibilização das unidades de aprendizagem deve anteceder ao início do curso (2
semanas). O curso terá duração de quatro semanas.

Fase 5 - Avaliação da efetividade do curso


Ao final do projeto serão feitas as avaliações e análises sobre o andamento do
curso, pela equipe de coordenação, levando em conta as considerações dos
professores, tutores e as notas dos alunos.
Será feita também a avaliação financeira, que servirá como auditoria e servirá para
justificar a continuidade e oferta deste curso, bem como a criação de outros.
O prazo estimado para esta etapa é de duas semanas.
56

4.4 - ORÇAMENTO

A proposta de orçamento para o planejamento e execução do curso está


apresentada no Quadro 7.

Quadro 7 - Composição dos custos do curso


DESIGN / DESENVOLVIMENTO (1)

VALOR VALOR
ITEM QUANT.
UNITÁRIO FINAL
1 Designer Instrucional 160 h R$ 25,00 / h R$ 4.000,00
1 Professor Conteudista 80 h R$ 25,00 / h R$ 2.000,00
1 Web Designer / Programador 80 h R$ 20,00 / h R$ 1.600,00
1 Roteirista 20 h R$ 25,00 / h R$ 500,00
1 Produtor de mídias 40 h R$ 20,00 / h R$ 800,00
1 Fotógrafo 8h R$ 25,00 / h R$ 200,00
1 Editor de vídeo e som 60 h R$ 25,00 / h R$ 1.500,00
1 Ilustrador 40 h R$ 20,00 / h R$ 800,00
1 Revisor 40 h R$ 20,00 / h R$ 800,00
CUSTO DE DESIGN/DESENVOLVIMENTO R$ 12.200,00
APLICAÇÃO (2)

VALOR VALOR
ITEM QUANT.
UNITÁRIO FINAL
1 Designer Instrucional 80 h R$ 25,00 / h R$ 2.000,00
1 Tutor 160 h R$ 20,00 / h R$ 3.200,00
1 Suporte de TI (para o AVA) 80 h R$ 25,00 / h R$ 2.000,00
CUSTO DE APLICAÇÃO R$ 7.200,00
INFRAESTRUTURA DE TI (3)

VALOR VALOR
ITEM QUANT.
UNITÁRIO FINAL
Servidor / hospedagem 6 meses R$ 100,00 R$ 600,00
Computador (da equipe) 3 R$ 3.000,00 R$ 9.000,00
CUSTO DE INFRAESTRUTURA DE TI R$ 9.600,00
GESTÃO / ADMINISTRAÇÃO (4)

VALOR VALOR
ITEM QUANT.
UNITÁRIO FINAL
1 Administrador / Financeiro
6 meses R$ 500,00 R$ 3.000,00
(compartilhado)
CUSTO DE GESTÃO / ADMINISTRAÇÃO R$ 3.000,00
57

Quadro 7 - Composição dos custos do curso (continuação)


DESPESAS DE FUNCIONAMENTO (5)

VALOR VALOR
ITEM QUANT.
UNITÁRIO FINAL
6 meses
Material de escritório R$ 20,00 R$ 120,00
(verba)
Certificados (por turma) 50 R$ 5,00 R$ 250,00
Telefone / celular 6 meses R$ 100,00 R$ 600,00
Energia elétrica (compartilhado) 6 meses R$ 30,00 R$ 180,00
Água (compartilhado) 6 meses R$ 30,00 R$ 180,00
Serviço de limpeza (compartilhado) 6 meses R$ 100,00 R$ 600,00
CUSTO COM DESPESAS DE FUNCIONAMENTO R$ 1.930,00

CUSTO TOTAL R$ 33.030,00

(1) Observações sobre Custo de Design / Desenvolvimento


O custo com esses profissionais é calculado com base nas horas de trabalho.

Duração das etapas (superpostas):


Design: 6 semanas
Desenvolvimento: 8 semanas
Total de semanas contínuas: 12 semanas

Estimativa de custo do Designer Instrucional


Etapa de Design = 6 semanas x 5 dias/semana x 4 horas / dia = 120 horas
Etapa de Desenvolvimento = 40 horas (coordenar os trabalhos)
Design + Desenvolvimento = 120 + 40 = 160 horas

(2) Observações sobre Custo de Aplicação


Proposta do curso: com mediação do Tutor, que terá participação durante 8
semanas.
Foi informado o custo do suporte de TI, necessário para instalação,
gerenciamento e manutenção da infraestrutura de TI (hardware e software).
58

(3) Observações sobre Custo de Infraestrutura de TI


Pessoal e recursos necessários para manter o ambiente de TI: segurança de
rede, sistemas operacionais e softwares em geral.

(4) Observações sobre Custo de Gestão / Administração


Recurso humano relacionado à gestão e administração dos cursos virtuais.
O recurso será compartilhado entre os demais cursos.
Foi calculado o custo compartilhado durante 6 meses (duração do projeto).

(5) Observações sobre Despesas de funcionamento


As despesas de funcionamento são necessárias para apoiar as atividades de
desenvolvimento e aplicação, tais como materiais de escritório, emissão de
certificados, telefone, energia elétrica, água, serviço de limpeza. São custos
compartilhados.
Foram calculados os custos durante 6 meses (duração do projeto).
59

Viabilidade do orçamento

Conforme as especificações constantes no Quadro 7, a previsão orçamentária


do presente projeto está estimada em R$ 33.030,00 (trinta e três mil e trinta reais).
Esse valor estimado levou em consideração os valores de mercado, bem como
pesquisas bibliográficas preliminares de projetos semelhantes relativos aos custos
com recursos humanos e despesas com implementação, infraestrutura e gestão. O
custo inicial do projeto de EaD será diluído ao longo do tempo, com os demais
treinamentos, pois estima-se um público de 1.500 alunos ao longo de 3 anos.

Para realizar o curso presencial com o mesmo conteúdo em empresa de


treinamento no mercado, a estimativa é de R$500,00 (quinhentos reais) por pessoa,
acrescidos das despesas de transporte, alimentação e hospedagem, o que
inviabiliza a contratação para a quantidade de funcionários estimados (1.500).
Os valores a serem pagos para o desenvolvimento do projeto serão divididos entre
os participantes, isto é, entre as áreas técnicas da empresa que tem interesse em
capacitar os funcionários.

O orçamento para execução do projeto foi elaborado com base em pesquisa


salarial nos sites de empregos na internet, com valores atuais de mercado. Os
valores podem sofrer variações, dependendo da situação da empresa, pois pode ter
recursos próprios ou contratar os serviços.

Sites de empregos - links na internet:


https://www.vagas.com.br/
https://www.salario.com.br/
https://www.lovemondays.com.br/
60

Segundo Vermaas (2014), são as seguintes orientações para composição de


custos em cursos virtuais:
Custo de Design/Desenvolvimento
A fase de design e desenvolvimento do curso virtual envolve principalmente o
trabalho da equipe multidisciplinar composta por especialistas. A quantidade de
profissionais envolvidos nessa tarefa depende da dimensão do projeto em
questão. Em geral, o custo com esses profissionais é calculado com base nas
horas de trabalho considerando os encargos trabalhistas. Dois cenários distintos
podem ser considerados na contratação de recursos humanos para o design e
desenvolvimento de cursos virtuais. Esses profissionais podem ter vínculo
empregatício com a instituição que oferece o curso e receber um salário mensal,
ou podem ser profissionais contratados especificamente para o desenvolvimento
de um curso, e, nesse caso, receber uma remuneração pelo número total de
horas trabalhadas no projeto. A remuneração desses profissionais depende de
diversos fatores, tais como: cidade/região de atuação, experiência profissional e
tipo de instituição (pública ou privada).

Custo de Aplicação
Na fase de aplicação, alguns custos com pessoal podem ou não ser
considerados dependendo se o curso é autoinstrucional ou com mediação. É o
caso dos custos com professor conteudista, designer instrucional, revisor e tutor,
que não precisam ser considerados nos cursos autoinstrucionais.
Outros custos que devem ser considerados nessa etapa dizem respeito ao
suporte de Tecnologia da Informação, necessário para instalação, gerenciamento
e manutenção de toda a infraestrutura de TI (hardware e software).

Custo de Infraestrutura de TI
A infraestrutura de TI engloba: microcomputadores, servidores, rede de
comunicação de dados, segurança de rede, sistemas operacionais e softwares
em geral. Essa infraestrutura é, em geral, compartilhada entre os diversos cursos
oferecidos pela instituição. Um serviço essencial para cursos online é a
hospedagem de sites, ou seja, o armazenamento de conteúdo em servidores na
internet. Outro fator a ser considerado é o custo com software e licença.

Custo de Gestão/Administração
No nível institucional é necessário considerar também os recursos humanos
relacionados à gestão e administração dos cursos virtuais. Nesse item deve-se
calcular o custo com um ou mais administradores, coordenador de EaD,
coordenador pedagógico, secretária, departamento financeiro e pessoal de
marketing. Esses profissionais não atendem a demanda de apenas um curso
específico, mas de todos os cursos oferecidos pela instituição de ensino. Eles
fazem a gestão de todo o Núcleo de Educação a Distância.

Custo com Despesas de Funcionamento


As despesas de funcionamento são quaisquer gastos genéricos que não estão
relacionados diretamente ao desenvolvimento e à aplicação de um curso, mas
são necessários para apoiar essas atividades, tais como materiais de escritório,
emissão de certificados, telefone, energia elétrica, água, correio e serviço de
limpeza. Algumas dessas despesas, tais como energia elétrica, telefone, água e
serviço de limpeza são difíceis de calcular individualmente para um único curso.
Essas são despesas gerais da instituição de ensino para garantir a manutenção
de todos os cursos, tratando-se, portanto, de um custo a ser compartilhado.
61

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS DE


PLANEJAMENTO

Este capítulo irá abordar os recursos de Design Instrucional voltados para o


planejamento do curso de EaD denominado “Cartografia básica para
Geoprocessamento”, a ser implantado no ambiente virtual de aprendizagem (AVA),
em software livre Moodle.

Os recursos de Design Instrucional para planejamento são: o Mapa de


Atividades, a Matriz de Design Instrucional e o Storyboard, que serão detalhados a
seguir.

5.1 MAPA DE ATIVIDADES

Mapa de atividades é o principal recurso que o Designer Instrucional utiliza


para efetuar o planejamento das atividades teóricas e práticas do curso de EaD.
É apresentado em forma de tabela, que fornece informações importantes sobre as
aulas, os objetivos específicos, com foco na aprendizagem do aluno, as atividades
teóricas e práticas, as ferramentas que serão utilizadas, as respectivas mídias, a
duração de cada atividade e o tipo de avaliação.
No Mapa de Atividades há o local para que o Designer Instrucional possa
detalhar as atividades teóricas e práticas a serem feitas em cada aula. São
fornecidas as seguintes informações: número e descrição da atividade, se a
atividade é individual ou em grupo, qual ferramenta do Moodle que será utilizada, o
recurso, a mídia, a duração, o endereço na internet, se a atividade é avaliativa, o tipo
de avaliação (diagnóstica, formativa ou somativa), o valor (em pontos), o peso e a
duração.

O Quadro 8 focaliza o Mapa de Atividades elaborado para o curso virtual, feito


a partir das entrevistas realizadas com o professor conteudista e também nas
informações documentadas no Capítulo 4.
62

Quadro 8 - Mapa de Atividades


63

Quadro 8 - Mapa de Atividades (continuação)


64

Quadro 8 - Mapa de Atividades (continuação)


65

Quadro 8 - Mapa de Atividades (continuação)


66

O curso “Cartografia básica para Geoprocessamento” foi planejado para


ocorrer em 3 aulas: a primeira, com 12 horas de atividades, a serem feitas em 14
dias (2 semanas). A segunda terá 8 horas de atividades, a serem feitas em 7 dias (1
semana). E a terceira, com 8 horas de atividades, a serem feitas também em 7 dias
(1 semana). No total são 28 horas de aulas, com atividades teóricas e práticas, no
período de 28 dias (4 semanas).
O Quadro 9 apresenta o resumo do planejamento das atividades do curso.

Quadro 9 - Resumo do planejamento das atividades do curso


67

Na Aula 1 o tema principal é a importância dos mapas. O vídeo da atividade


teórica 1.2 (“A importância dos mapas na história da humanidade”) será
desenvolvido pela equipe multidisciplinar, coordenada pelo DI. Esse vídeo será
baseado no documentário “A grande história dos mapas”, disponível em
(https://www.youtube.com/watch?v=MFHIolbLjHc) e nas anotações do professor
conteudista. Na atividade prática 1.4 foi planejada a execução de dinâmica em
grupo, que será detalhada a seguir, no item sobre a Matriz de Design Instrucional.
Na Aula 2, o tema principal trata dos componentes de mapas e os mapas
temáticos. A atividade teórica 2.1 é objeto de aprendizagem a ser desenvolvido pela
equipe multidisciplinar, coordenada pelo DI. O vídeo da atividade teórica 2.2 também
será desenvolvido pela equipe multidisciplinar, com base nas anotações do
professor conteudista. A atividade prática 2.3 é o trabalho em grupo para elaborar
texto sobre construção de mapa hipotético.
E na Aula 3, o tema principal aborda os conceitos de cartografia para
geoprocessamento.
Foram planejadas três avaliações somativas ao final de cada aula, que são as
atividades práticas 1.4, 2.4 e 3.4.

Para cada aula foram definidos os objetivos específicos, com foco na


aprendizagem do aluno, isto é, no que ele será capaz de realizar após a execução
das tarefas propostas na aula (FRANCO; BRAGA; RODRIGUES, 2010, p. 101).

Os objetivos específicos de cada aula estão relacionados com as atividades


teóricas e práticas, que foram definidas no contexto da teoria pedagógica
construtivista, que fundamenta o curso e são baseados na Taxonomia de Bloom.
Ferraz e Belhot (2010, p. 421) apresentam as seguintes informações sobre a
Taxonomia de Bloom:
Na educação, decidir e definir os objetivos de aprendizagem significa
estruturar, de forma consciente, o processo educacional de modo a
oportunizar mudanças de pensamentos, ações e condutas. A Taxonomia de
Bloom é uma das ferramentas existentes para apoiar o planejamento didático-
pedagógico, considerando-se a estruturação, organização, definição de
objetivos instrucionais e ainda pode ser utilizada como instrumento de
avaliação dos objetivos de aprendizagem.
68

Teoria pedagógica construtivista

A teoria pedagógica construtivista procura explicar a construção de


conhecimento, ou seja, a aprendizagem deve considerar os processos cognitivos
que não são possíveis de observar diretamente, como os fatores pessoais,
ambientais e comportamentais.
No construtivismo, o professor tem novo papel. Ele é um facilitador, que orienta
os alunos a construir seus próprios conhecimentos, em vez de ser a única fonte de
conhecimentos e de direção da aprendizagem junto à sala de aula.
O aluno também tem novo papel, pois ele é o sujeito participante e ativo no processo
de aprendizagem. Nesse modelo, é importante oferecer oportunidades para que os
alunos participem ativamente do processo de construção do conhecimento e
descubram por suas próprias iniciativas os caminhos para aprender, de acordo com
os seus estágios de desenvolvimento mental e o contexto social em que atuam.
No projeto educacional baseado na teoria construtivista, o foco do Designer
Instrucional é a concepção do ambiente de aprendizagem onde o aluno possa
participar da criação de seu próprio conhecimento. A construção dos conhecimentos
é diretamente influenciada pelo ambiente de aprendizagem, que deve oferecer
desafios baseados no mundo real que sejam compreendidos pelos alunos e também
facilitar a construção coletiva dos conhecimentos por meio de atividades em equipe
e outras formas de interação que estimulem a troca entre todos os participantes.
O ambiente de EaD a ser criado pelo DI deve ser colaborativo e permitir a
disseminação do conhecimento. Deve também despertar a atenção dos alunos, que
terão motivação para utilizar os recursos tecnológicos e interagir com os objetos de
aprendizagem. O processo de aprendizagem a ser adotado busca a constante
execução de experimentos que estimulem a vontade do aluno de adquirir
conhecimento. O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio
aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo à dúvida
e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros. A partir de sua ação, estabelece as
propriedades dos objetos e constroi as características do mundo.

No curso “Cartografia básica para Geoprocessamento” verifica-se a proposição


de atividades com dinâmicas em grupos, que possibilitam a troca de experiências
69

entre os alunos e também a construção coletiva e cooperativa do conhecimento: as


atividades práticas 1.4 (discutir sobre os mapas nos tempos atuais), 2.3 (criar mapa
hipotético) e 3.3 (criar o glossário).

Os seguintes recursos disponíveis no AVA Moodle serão utilizadas no curso


virtual e são adequadas para a teoria construtivista, pois oferecem desafios
baseados no mundo real que são compreendidos pelos alunos e também facilitam a
construção coletiva dos conhecimentos (de forma colaborativa):
- Fórum de Discussões - trabalha as habilidades: conhecimento, compreensão,
aplicação, criação.
- Textos colaborativos - trabalha as habilidades: conhecimento, compreensão,
aplicação e criação.
- Glossário - atividade onde os alunos constroem verbetes colaborativamente;
trabalha as habilidades: conhecimento, compreensão, aplicação e criação.

O curso contará com a mediação do tutor, que facilita o processo de ensino-


aprendizagem a distância, auxilia os alunos nas atividades e esclarece dúvidas.

Estilos de aprendizagem

Estilo de aprendizagem diz respeito à forma como cada pessoa assimila e


processa as informações que recebe, ou seja, a forma como ela aprende alguma
coisa. Cada pessoa tem uma forma diferenciada de aprender, por isso é importante
que o educador conheça seus alunos e a si mesmo, podendo diversificar a maneira
de ensinar, atendendo a grande número de estilos de aprendizagem e trabalhando
com currículo de melhor qualidade. (MATTAR, 2018).
Segundo Silva (2006), os estilos de aprendizagem estão relacionados à forma
particular de adquirir conhecimentos, habilidades e atitudes por meio de experiência
ou tempo de estudo e seriam como um subconjunto dos estilos cognitivos. As teorias
de estilos de aprendizagem os consideram como resultados de hereditariedade
(código genético), educação, personalidade e da adaptação do indivíduo às
demandas do ambiente.
70

É importante conhecer os estilos de aprendizagem dos alunos para definição


das estratégias de ensino a serem utilizadas no curso em questão.
Senra (2009) apresenta os estilos de aprendizagem de Felder, usados no
planejamento de cursos virtuais e que foram consolidados no Quadro 10.

Quadro 10 - Estilos de aprendizagem


Estilos Características Atividades / Estratégias
Visual O aluno lembra mais o Criar mapas mentais, conceituais, esquemas,
que vê. fluxogramas, apresentações. Associar imagens,
Lembra menos o que esquemas aos textos e vídeos para apresentações
ouve ou lê. orais dos conteúdos.
Verbal O aluno lembra mais o Participar de chats, fóruns, resumos escritos,
que lê ou escuta. assistir palestras em vídeos. Propor atividades de
Lembra menos o que vê. escrita e leitura de textos, debates nas ferramentas
de comunicação síncrona e assíncrona, vídeos
para apresentações orais dos conteúdos.
Racional Aprende melhor com Propor chats, fóruns, experimentos em laboratório,
fatos e trabalhos práticos. a busca de exemplos no mundo real para ilustrar o
conteúdo e se possível fazer simulações.
Intuitivo Aprende melhor Propor chats, fóruns, mapas conceituais e mentais.
descobrindo Propor que alunos estabeleçam relações do novo
possibilidades e relações. conteúdo com o já aprendido inclusive em outras
disciplinas.
Ativo Aprendem discutindo, Propor chats, fóruns, webconferências, atividades
explicando, ensinando a em grupo e seminários.
alguém.
Reflexivo Aprendem melhor quando Elaborar resumos, reflexões nos fóruns, elaborar
tem oportunidade de mapas e esquemas. Promover paradas para
refletir sobre o assunto. reflexão sobre o conteúdo.
Sequencial Aprendem melhor com os Propor atividades de ordenação do conteúdo,
conteúdos ministrados de Relacionar conteúdo novo ao já conhecido.
forma lógica e Planejar o conteúdo, criar momentos de revisão do
encadeada. conteúdo, elaborar bom material de apoio.
Global Lidam aleatoriamente Ler o material antes para ter ideia do conteúdo.
com conteúdo e Relacionar o conteúdo com algo que seja familiar
compreendem por ao aluno.
insights.
Indutivo Aprendem melhor do Propor chats, fóruns, esquemas, mapas que
específico para o geral. foquem no específico e depois façam
generalizações. Focar nas situações individuais,
suas especificidades e depois partir para
generalizações.
Dedutivo Aprendem melhor Propor chats, fóruns, experimentos em laboratório,
partindo do geral para o palestras. Propor a busca de exemplos no mundo
específico. real para ilustrar o conteúdo e se possível fazer
simulações.
71

O Quadro 11, a seguir, mostra as características das atividades teóricas e


práticas do curso proposto, com os respectivos estilos de aprendizagem.

Quadro 11 - Características das atividades do curso, com estilos de aprendizagem


Ativida Breve descrição Características da Estilos de aprendizagem
des das atividades atividade

1.1 Elaborar texto Atividade prática. Verbal, Racional, Reflexivo,


Individual. Diagnóstica. Sequencial
1.2 Assistir ao vídeo Atividade teórica. Visual, Verbal, Racional,
Individual. Reflexivo, Global
1.3 Ler texto Atividade teórica. Verbal, Racional, Reflexivo,
Individual. Sequencial
1.4a Matriz de DI Atividade prática. Visual-Verbal, Racional,
Fórum Dinâmica em grupo. Intuitivo, Ativo, Global
Avaliativa Formativa.
1.4b Matriz de DI Atividade prática. Visual-Verbal, Racional,
Wiki Dinâmica em grupo. Intuitivo, Ativo, Global
Avaliativa Somativa.
2.1 Utilizar objeto de Atividade teórica. Visual, Racional, Reflexivo,
aprendizagem Individual. Global
2.2 Assistir ao vídeo Atividade teórica. Visual-Verbal, Racional,
Individual. Reflexivo, Global
2.3 Elaborar texto Atividade prática. Verbal, Racional, Reflexivo,
Tarefa em grupo. Sequencial
Avaliativa Formativa.
2.4 Responder Atividade prática. Visual, Racional, Reflexivo,
questionário Individual. Global, Dedutivo
Avaliativa Somativa.
3.1 Assistir ao vídeo Atividade teórica. Visual, Verbal, Racional,
Individual. Reflexivo, Global
3.2 Assistir Atividade teórica. Visual, Verbal, Racional,
apresentação de Individual. Reflexivo, Global
slides
3.3 Construir glossário Atividade prática. Verbal, Racional-Intuitivo,
Tarefa em grupo. Ativo, Global
Avaliativa Formativa.
3.4 Responder Atividade prática. Verbal, Racional, Reflexivo,
questionário Individual. Global
Avaliativa Somativa.

Foram utilizados vários estilos de aprendizagem nas atividades teóricas e


práticas, com objetivo de alcançar o aprendizado dos alunos.
Nas atividades teóricas predominam os estilos: Visual, Verbal, Racional,
Reflexivo e Global.
Nas atividades práticas predominam os estilos: Verbal, Racional, Reflexivo e
Global.
72

5.2 MATRIZ DE DESIGN INSTRUCIONAL

A Matriz de Design Instrucional é o outro recurso de planejamento que o


Designer Instrucional utiliza para detalhar as atividades práticas mais complexas,
que podem ser individuais ou em grupo, no formato de dinâmicas.
A Matriz de DI atua de forma complementar ao Mapa de Atividades e é utilizado
como veículo de comunicação entre a equipe multidisciplinar coordenada pelo
Designer Instrucional e os demais envolvidos no projeto.
A Matriz de DI é usada no planejamento e na elaboração de atividades
dinâmicas virtuais, que visa à motivação e efetiva aprendizagem colaborativa.
Atividades dinâmicas e interações são fundamentais para o curso a distância com
foco no aprendizado.
Na prática, a Matriz de DI é o desmembramento de algumas ações do Mapa de
Atividades.

O Quadro 12 apresenta a Matriz de Design Instrucional elaborada para o curso


virtual, como detalhe da atividade 1.4, da Aula 1.
73

Quadro 12 - Matriz de Design Instrucional


74

Quadro12 - Matriz de Design Instrucional (continuação)


75

5.3 STORYBOARD (SB)

O Storyboard é outra ferramenta que o Designer Instrucional utiliza na etapa de


planejamento do curso de EaD, pois fornece visão clara e objetiva da navegação, do
desenho do conteúdo no ambiente virtual e das atividades, o que possibilita a
compreensão, por parte da equipe multidisciplinar, do processo de produção, de
demonstração visual e das informações para equipe de produção (Ramos, 2018 -
adaptado).
O Storyboard é complementar às outras ferramentas do Design Instrucional
(Mapa de Atividades e Matriz de Design Instrucional) e é utilizado com o objetivo de
fornecer informações essenciais para o desenvolver de cada material pedagógico,
pois adota principalmente a linguagem visual, com o uso de gráficos, ícones e cores.
Segundo Filatro (2008, p. 60) “quando o produto multimídia envolve muita
interação e animação, a descrição textual pode ser insuficiente para representar a
síntese dos vários elementos que precisam ser visualizados. Assim, na fase de pré-
produção, anterior ao desenvolvimento do produto propriamente dito, o Storyboard
funciona como cenas que mostram visualmente a sequência de ações a se
desenrolar”.
Diante dos benefícios oferecidos pelo Storyboard, a qualidade do curso é
preservada durante a produção dos conteúdos. Com isso, os profissionais, das
diversas áreas envolvidas poderão trabalhar de forma integrada e aumentar a
qualidade do curso.
No Storyboard há informações para a equipe multidisciplinar que irá
desenvolver o objeto de aprendizagem e também há telas que simulam o que será
visto pelo aluno, no AVA.
O Storyboard que foi elaborado como exemplo para o curso virtual é relativo a
objeto de aprendizagem que será desenvolvido pela equipe de especialistas
coordenada pelo Designer Instrucional: professor conteudista, designer gráfico,
revisor, editor de vídeo e de som, programador, ilustrador.
O objeto de aprendizagem trata das Representações Cartográficas e
apresenta os principais „Componentes do Mapa‟: título, legenda, norte, escala,
fonte dos dados, área do mapa, grade de latitudes e longitudes, informações de
apoio geográfico (sistema de coordenadas, projeção cartográfica, datum).
76

As Figuras de 10 a 15 são exemplos de Storyboards elaborados para o curso


virtual “Cartografia básica para Geoprocessamento”, conforme mostrado na Matriz
de Atividades, atividade 2.1, da Aula 2.

No exemplo do Storyboard serão detalhadas 3 telas, com os respectivos


esboços e protótipos:
- Tela 1 - abertura do curso, com texto introdutório e informações gerais;
- Tela 2 - aborda os „Componentes do Mapa‟;
- Tela 3 - informações específicas sobre determinado componente do mapa, após
seleção na tela.

A Figura 10 mostra o esboço da tela de abertura do curso (Tela 1).


Na parte superior há o espaço destinado ao símbolo (logotipo) da instituição, o
título da tela e a respectiva identificação. No centro, há informações sobre o curso
(texto de abertura), imagem representativa do curso e vídeo institucional. Na parte
inferior da tela, foram definidos os botões de navegação de telas (retorno e avanço).
Ao lado direito, há informações para a equipe multidisciplinar que irá desenvolver o
objeto de aprendizagem.

Figura 10 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 1/6


Esboço da tela de abertura do curso - Tela 1
77

A Figura 11 indica o protótipo da tela de abertura do curso (Tela 1), construído a


partir do esboço feito na etapa anterior.

Figura 11 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 2/6


Protótipo da tela de abertura do curso - Tela 1

A Figura 12 mostra o esboço da tela para os Componentes de Mapa (Tela 2).


Na parte superior há o símbolo (logotipo) da empresa, o título da disciplina e a
respectiva identificação da tela. Na parte inferior foram definidos os botões de
navegação de telas (retorno e de avanço). Ao lado direito há informações para a
equipe multidisciplinar que irá desenvolver o objeto de aprendizagem. Na área
central da tela foram detalhados os principais componentes de mapa que servirão
para o estudo.
78

Figura 12 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 3/6


Esboço da tela de Componentes de Mapa - Tela 2

A Figura 13 focaliza o protótipo da tela de „Componentes de Mapa‟ (Tela 2),


construído a partir do esboço feito na etapa anterior.

Figura 13 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 4/6


Protótipo da tela de „Componentes de Mapa‟ - Tela 2
79

A Figura 14 mostra o esboço da tela de informações sobre os componentes de


mapas (Tela 3).

Após o aluno selecionar o componente de mapa na Tela 2, o sistema apresenta


as informações específicas sobre o mesmo (dados técnicos, imagens, links e
exemplos). Após a visualização das informações, a janela poderá ser fechada com o
botão “Fechar janela”.

Figura 14 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 5/6


Esboço da tela de informações sobre os componentes de mapas (Tela 3).
80

A Figura 15 contém o protótipo da tela de informações sobre os componentes


de mapas (Tela 3).

Figura 15 - Storyboard elaborado para o curso virtual - página 6/6


Protótipo da tela de informações sobre os componentes de mapas (Tela 3).
81

6. DIFERENCIAIS E RISCOS DO PROJETO

Na etapa de planejamento é importante efetuar a análise de diferenciais do


projeto e os riscos, de modo a identificar os aspectos positivos determinantes para o
sucesso do curso, bem como relacionar possíveis problemas que possam
comprometer o seu bom andamento e sua qualidade.

6.1 DIFERENCIAIS DO PROJETO - ASPECTOS POSITIVOS DETERMINANTES


PARA O SUCESSO DO CURSO

A empresa de energia elétrica faz grande uso de recursos e tecnologias de


geoprocessamento em seus processos técnicos.
O curso de EaD denominado “Cartografia básica para Geoprocessamento” é
uma iniciativa da empresa para capacitar a equipe multidisciplinar (profissionais de
diferentes áreas) que utilizam tecnologias de geoprocessamento em suas atividades
rotineiras.

A seguir, foram relacionados os principais diferenciais, benefícios e vantagens


do projeto.

a) Curso didático, acessível


O grande diferencial deste curso será abordar os conceitos que envolvem os
recursos de geoprocessamento de forma didática, direcionada ao público específico,
que são os profissionais (técnicos, engenheiros e gerentes) que necessitam de
conhecimentos especializados sobre os mapas, que são utilizados em suas
atividades rotineiras.

b) Curso em formato de EaD


O curso será feito na modalidade de EaD, pois no caso de treinamento
presencial há diversos fatores que influenciam no seu custo e na oferta: a
localização geográfica dos participantes e do local onde será realizado o curso
podem ser dificultadores. O alto custo financeiro para efetivação do treinamento
presencial foi avaliado, pois há deslocamentos, hospedagens, alimentações, entre
82

outros. A logística para realização do curso presencial envolve muitos detalhes:


confirmação de disponibilidade de instrutor, local de treinamento (sala e recursos de
informática), confecção de apostilas, agendamento com os participantes.
A proposta é oferecer este curso a distância, com simplificação de logística e
redução de custos, mantendo a alta qualidade do conteúdo a ser ministrado.
O treinamento corporativo por meio de EaD além de mais rentável para a
empresa, pode ser uma boa maneira de formar, agregar e estabelecer a base de
conhecimentos da organização, formando profissionais especialistas em suas áreas
de atuação.
A EaD proporciona ao profissional romper limites temporais e espaciais do
ensino presencial, o que permite disponibilizar cursos para grande quantidade de
pessoas dispersas geograficamente, como também beneficia a melhoria contínua
nos processos de gestão do conhecimento e no desempenho dos funcionários da
empresa de energia elétrica.

c) Distâncias geográficas
Em cursos presenciais, as empresas enfrentam grandes dificuldades para
deslocar funcionários e professores aos locais de treinamentos específicos. Em
geral, as distâncias são grandes e há muitas pessoas envolvidas com o curso
simultaneamente.
Grande vantagem dos cursos em EaD é que o funcionário pode realizá-los de
qualquer lugar.
A EaD permite aproximar as pessoas e possibilitar melhor aproveitamento da
disponibilidade de conteúdos por meios digitais. A forma de emprego das novas
tecnologias possibilita a quebra de barreiras e distâncias geográficas, já que é
possível sua utilização (pelos funcionários) em qualquer local, desde que tenham
acesso à internet, seja em suas casas, em ambiente reservado na estrutura
corporativa ou em qualquer outro lugar que seja possível a aplicação dos conteúdos
sem prejuízo de seu entendimento e qualidade.

d) Metodologias de ensino
Uma das vantagens da Educação Corporativa a Distância (ECaD) é a
possibilidade de utilizar diversos formatos de ensino. As plataformas de ensino a
distância permitem novas abordagens pedagógicas, utilizando recursos tecnológicos
83

mais inovadores. Além disso, há várias técnicas de transmitir o conteúdo, podendo


ser utilizados recursos lúdicos, videoaulas, web conferência, cursos personalizados,
jogos educativos (gamificação) entre outros, intercalando conteúdo com exercícios
práticos. Tudo isso para estimular o engajamento e melhorar a forma de
aprendizado.

e) Autodesenvolvimento
Os cursos baseados em EaD têm característica muito importante: o aluno
(funcionário da empresa) é o responsável pelo seu aprendizado. A empresa oferece
oportunidade de aprendizado ao funcionário, que contribui para o seu crescer
profissional, mas cabe a ele buscar o constante aprimoramento de suas habilidades,
pois o aprendizado adquirido o acompanhará para sempre.
A ECaD contribui para que o funcionário perceba a necessidade de se
autodesenvolver.
Os cursos de EaD necessitam que o funcionário tenha mais envolvimento, mais
disciplina e organização para acompanhar as atividades dentro do cronograma
previsto.
Segundo Faria e Lopes (2014), no curso baseado em EaD o aluno precisa ser
autônomo, organizado, disciplinado e responsável. Além disso, seguem outras
características que os autores relacionaram para esse aluno:
“Cultivar o pensamento crítico e aberto; organizar o tempo; estar pronto e
disponível para o novo; ser empreendedor; constituir metas, prazos e
estratégias; dar prioridade para as tarefas que exigem mais de si; buscar
respostas para as dúvidas; ter domínio dos meios de informação e
comunicação disponíveis; ser ativo e colaborativo no processo de
interação; expandir sua rede de contatos; organizar o material de estudo;
cumprir datas e prazos.”

f) Gestão dos cursos e mensuração dos resultados


A empresa pode efetuar a gestão dos cursos e a mensuração de resultados,
por meio do ambiente virtual de aprendizagem, que permite elaborar relatórios, bem
como ter o controle dos acessos e do desempenho dos funcionários nos cursos
ofertados. Isso contribui para tomadas de decisões estratégicas dos gestores.
84

g) Flexibilização de horários
O curso baseado em EaD permite que os funcionários realizem sua
aprendizagem nos horários que melhor se encaixam em sua rotina, até mesmo
durante o expediente de trabalho, se for o caso, conforme política da empresa.
Dessa forma, os funcionários ganham mais autonomia para a realização de
suas atividades e conseguem administrar melhor o tempo.
Com a flexibilização de horários, pode-se planejar a participação de mais
funcionários nos treinamentos, sem implicar perda de produtividade.

h) Valorização dos funcionários


Investir em capacitações é forma de mostrar para os funcionários que a
empresa se preocupa com desenvolvimento profissional. Eles conseguem perceber
essa oportunidade como benefício.
Para a empresa, priorizar o treinamento e a capacitação é promover o aumento
da satisfação dos funcionários, o que implica em diminuir os índices de rotatividade.

i) Custos da empresa
O curso realizado presencialmente necessita de investimentos financeiros mais
altos, pois há diversos custos envolvidos: com o profissional que ministra o
treinamento, o local, a logística, os materiais necessários para a realização das
atividades, o transporte, a hospedagem e a alimentação.
O curso baseado em EaD tem logística mais simples e custo menor. Ele pode
ser realizado apenas com computador, celular, ou tablet com acesso à internet,
possibilitando a participação de muito mais funcionários do que o presencial.
Em EaD há os custos de planejar, criar, desenvolver, implantar e acompanhar
os cursos virtuais, que têm que ser considerados. Mas há também economia de
escala, pois o mesmo treinamento poderá ser utilizado por diversos funcionários, o
que permite unificação dos conteúdos a serem transmitidos.

j) Reconhecimento do curso na carreira do funcionário


O curso será reconhecido internamente como instrumento para o crescimento
profissional e também utilizado para avaliar possíveis promoções.
Após conclusão do curso, será emitido certificado de participação.
85

k) Envolvimento da área de TI da empresa, com respectiva infraestrutura


A área de TI da empresa terá grande envolvimento na execução e
desenvolvimento do projeto, pois contará com o apoio de seus vários setores, que
irão trabalham de forma multidisciplinar: Geoprocessamento, Banco de Dados,
Desenvolvimento, Infraestrutura (redes, servidores), entre outros.
Para o curso, a empresa disponibilizará a infraestrutura de TI existente de
hardware e software, que é estável, atualizada, possui equipe completa de suporte e
manutenção.

l) Curso com mediação (tutor)


A mediação com os alunos será feita basicamente com o envolvimento do tutor,
que tem as seguintes atribuições: corrigir e comentar os trabalhos realizados pelos
alunos; ajudar os alunos a compreender os materiais do curso por meio de
discussões e explicações; ajudar os alunos no planejamento dos trabalhos;
acompanhar e supervisionar trabalhos práticos e projetos; atualizar informações
sobre o progresso dos alunos; fornecer feedback aos coordenadores sobre os
materiais dos cursos e as dificuldades dos estudantes; servir de intermediário entre
a empresa e os alunos.
86

6.2 RISCOS DO PROJETO

O gerenciamento dos riscos do projeto inclui os processos de planejamento,


identificação, análise, planejamento de respostas, monitoramento e controle de
riscos de determinado projeto. O objetivo é maximizar a exposição aos eventos
positivos e minimizar a exposição aos eventos negativos. (PMI, 2018)
A Universidade Corporativa da empresa de energia elétrica é o setor
responsável por efetuar a gestão de todas as etapas referentes ao curso de EaD:
planejar o projeto, contratar a equipe, acompanhar o desenvolvimento, divulgar,
implantar e disponibilizar o curso, acompanhar o andamento dos trabalhos, efetuar a
avaliação do curso, negociar com as demais áreas envolvidas, como por exemplo a
área de informática (TI), entre outras atividades. Os maiores riscos do projeto são
justamente associados ao grande esforço da equipe da Universidade Corporativa
em efetuar a gestão destas atividades.

Seguem abaixo as considerações sobre os riscos que foram identificados para


o projeto do curso “Cartografia básica para Geoprocessamento”.

a) Riscos de apoio da alta gerência


A empresa de energia elétrica é complexa, dinâmica, com prioridades que
sofrem mudanças frequentes. Para implementar o projeto de EaD há necessidade
de apoio gerencial, pois trata-se de alteração na política de treinamento corporativo.
Há mudanças culturais, tecnológicas, operacionais que necessitam do apoio
gerencial para que o projeto possa deslanchar.

b) Riscos financeiros do projeto


Os riscos financeiros existem, mas são baixos. O orçamento para o
planejamento, implementação e execução do curso foi feito e os valores estão
coerentes com o mercado. As despesas do curso serão divididas entre a
Universidade Corporativa (que tem recursos para efetuar o pagamento de parte do
projeto) e os setores interessados em participar do treinamento.
A Universidade Corporativa será responsável por efetuar a gestão financeira do
curso de EaD e a negociação com as partes interessadas.
87

A área de Geoprocessamento Corporativo da empresa também poderá


contribuir com parte das despesas de desenvolvimento do curso.

c) Riscos relacionados ao público-alvo


O público-alvo foi bem definido. Com relação aos funcionários essencialmente
técnicos (os engenheiros, técnicos e analistas) o curso irá atendê-los plenamente,
pois há demandas de treinamentos nessa área do conhecimento.
No caso dos gerentes, gestores e tomadores de decisões, que possuem
formação na área de administração, podem ocorrer pequenas dificuldades, devido
aos assuntos técnicos que serão abordados. Mas a proposta do curso é que seja
bem didático, para atender a todos os públicos.

d) Riscos associados a substituições da equipe multidisciplinar


A Universidade Corporativa irá efetuar a gestão da equipe multidisciplinar do
projeto, que será inicialmente composta por profissionais contratados no mercado e
que irão trabalhar em períodos predefinidos (de forma temporária).
Os possíveis casos de substituições de integrantes da equipe serão avaliados
pela coordenação da Universidade Corporativa, no intuito de diminuir os riscos de
atrasos no planejamento e na sua execução.
A proposta inicial será a contratação de pessoal por demanda e por projeto,
para minimizar os riscos ligados ao mercado e à evasão de profissionais.

e) Riscos de implementação (aspectos tecnológicos, infraestrutura)


Os riscos de implementação do curso, embora possíveis, são muito baixos,
pois a área de infraestrutura de TI da empresa tem equipe especializada com muita
experiência em implantar e dar suporte aos novos sistemas que são instalados no
ambiente corporativo. A infraestrutura de TI disponível é totalmente adequada e
atualizada para comportar o novo sistema. A equipe a ser contratada contará com
profissionais que irão acompanhar todo o processo de implementação, que irão
trabalhar em parceria com a equipe da TI.
88

f) Risco de obsolescência do curso


O curso é baseado em conteúdos atualizados (conceitos, teorias e técnicas),
que os profissionais da empresa normalmente usam nos seus processos. Estima-se
que o curso tenha muito tempo de vida.
No caso de possível desatualização tecnológica ou de conteúdo do curso, que
poderá ser detectada nas avaliações finais a serem feitas pelos alunos, a
Universidade Corporativa poderá contratar professor conteudista para efetuar a
devida correção, com acompanhamento do DI e equipe.
89

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

7.1. UTILIZAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO NA EMPRESA

Em seus processos de engenharia, a empresa de energia elétrica faz grande


utilização de recursos e tecnologias de geoprocessamento, o que justifica esta
proposta de capacitação em EaD para os profissionais envolvidos.
É importante salientar que o geoprocessamento tem característica muito
importante: é multidisciplinar. Espera-se que o envolvimento de profissionais de
diferentes áreas em projetos de geoprocessamento irá trazer ganho muito grande no
aprendizado profissional.
A área de TI da empresa terá grande envolvimento na execução do projeto,
pois contará com o apoio de vários setores, que irão trabalham de forma
multidisciplinar: Geoprocessamento, Banco de Dados, Infraestrutura (redes,
servidores), entre outros.

7.2. PROPOSTA DE EAD CORPORATIVA

A implementação deste projeto irá requerer esforço muito grande, pois é


sistema corporativo e envolverá praticamente todas as áreas técnicas da empresa
(Geração, Transmissão e Distribuição).
A proposta consiste em estruturar a metodologia e desenvolver o sistema
computacional, a ser implantado em ambiente de treinamento corporativo, com o
objetivo de disponibilizar os cursos e informações padronizadas para os profissionais
envolvidos com processos baseados em recursos e tecnologias de
geoprocessamento.
O presente trabalho se propôs a demonstrar a aplicabilidade dos recursos de
Design Instrucional no contexto do planejamento de curso virtual corporativo. A EaD
surge como importante instrumento para promover a educação continuada para
profissionais que estão geograficamente dispersos na área onde a empresa atua,
90

com redução significativa dos custos operacionais e dos prejuízos para as rotinas
diárias de trabalho.
A implementação da educação corporativa a distância depende de variáveis
administrativas, culturais, técnicas e financeiras, o que leva a proposta por etapas.
Serão utilizadas as melhores tecnologias disponíveis, as melhores práticas e
padrões.
Quanto aos aspectos gerenciais e culturais, haverá grande participação das
várias gerências envolvidas, para definição de papeis e responsabilidades, o que
provocará mudança na cultura da empresa.

7.3. CONCLUSÕES

Investir em educação corporativa e oferecer treinamentos para seus


funcionários, mais do que incentivar seu crescimento individual, é a forma de
impulsionar a estratégia da empresa. Há também melhorias consideráveis em
questões como clima organizacional, retenção de conhecimento, produtividade e
retorno financeiro.
Para implantar projetos de Educação a Distância é necessário planejamento
adequado, com apoio em projetos pedagógicos construídos com o auxílio de
profissionais qualificados e baseados nas principais teorias da aprendizagem.
O treinamento corporativo por meio de EaD é excelente maneira de formar,
agregar e estabelecer a base de conhecimentos da organização, formando
profissionais especialistas em suas áreas de atuação organizacional.
Neste trabalho buscou-se compreender o processo da Educação Corporativa a
Distância, como apoio na construção e compartilhamento do saber e na melhoria do
desenvolvimento profissional dos funcionários da empresa. A partir das informações
prestadas, pretende-se que as capacitações a serem promovidas por meio da
modalidade a distância possam trazer estímulos pela busca do conhecimento e seu
compartilhamento, sem que, para isso, seja necessário estar vinculado a
determinado espaço físico ou preso a horários definidos.
91

Ressalta-se, ainda, que a EaD proporciona ao indivíduo romper limites


temporais e espaciais do ensino presencial, possibilitando disponibilizar cursos para
grande quantidade de pessoas localizadas em várias regiões, como também
beneficia a melhoria contínua nos processos de gestão do conhecimento e no
desempenho dos funcionários da empresa de energia elétrica.

Após implantar essa proposta, a empresa poderá aprimorar as estratégias de


treinamento, na modalidade a distância, de forma a oferecer maior quantidade de
cursos, para envolver os funcionários nas atividades e proporcionar mais
flexibilidade de escolha do local e da hora de estudar, sobretudo para suprir lacunas
deixadas pelos cursos presenciais na capacitação e no desenvolvimento dos
funcionários da empresa por meio da otimização das novas tecnologias de
informação e comunicação.
92

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