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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA –
BACHARELADO EM QUÍMICA TECNOLÓGICA
Bioquímica – Professor Adriano Gonçalves Viana – 2019

pH e TAMPÕES – parte 3

Alisson Taborda de Andrade Paes; Bruna Maria Bevervanso Gonçalves; José Osmar
Castagnolli Junior; Julie Wisniewski; Kamila Grzebielucka; Magali Ferreira das Chagas

PARTE 3 – pH e tampões

3.1 – Escala de cores e pH

Inicialmente, preparou-se uma escala de cores colocando 1 ml de solução


tampão, iniciando em pH 3 até pH 9. Em cada tubo, adicionou-se 9 ml de H2O
destilada e cerca de 5 gotas de indicador universal. Geralmente, indicadores
universais são uma mistura de outros indicadores, os quais exponham suas cores em
suas determinadas faixas de pH. Abaixo estão listados os indicadores presentes e
suas faixas decores e seus pKa’s.

Tabela 1 - Indicadores de pH, faixas de cores e pKa

Indicador Faixa de cores pKa


Laranjado de metila Vermelho/amarelo 3,5
Vermelho de metilo Vermelho/amarelo 5,0
Azul de bromotimol Amarelo/azul 7,1
Fenolftaleina Incolor/Violeta 9,9

Após adicionar os indicadores, obteve-se a seguinte escala de cores:

Tabela 2 - Escala de cores e pH.

Tubo 3 4 5 6 7 8 9 10
Cor
pH 3 4 5 6 7 8 9 10

Pelas cores expostas, foi possível estimar, grosseiramente, o pH aproximado


em cada tubo, como mostra na tabela 2.

3.2 – Experimento 1

Em seguida, pegou-se 4 tubos e denominou-os de 1, 2, 3 e 4. Nos tubos 1 e 3


colocou-se 10 ml de água e cinco gotas de indicador universal. Nos tubos 2 e 4
colocou-se 1 ml de tampão pH 7, 9 ml de água e 5 gotas de indicador universal. Como
resultado, nos tubos 1 e 3, obteve-se uma coloração entre verde e amarelo ao
comparar com a escala de cores, estando o pH pouco abaixo de 7. Já nos tubos 2 e
4 obteve-se uma coloração verde, exatamente igual ao tubo 7, confirmando que o pH
no tubo é 7.
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3.3 – Experimento 2

Nos tubos 1 e 2 adicionou-se 1 gota de NaOH 0,1 mol L-1. Como resultado, no
tubo 1 a coloração obtida foi próxima do violeta, atingindo pH 10, segundo a escala
de cores. No tubo 2, com adição de base, não houve alteração na coloração. Isso
deu-se devido a faixa de tamponamento do tampão. A concentração de base
adicionada não foi suficiente para provar uma alteração brusca de pH e eleva-lo.
Enquanto que no tubo 1, o pH elevou-se a 10, devido não possuir um sistema
tamponante. Assim, o sistema tamponou a quantidade de base adicionada no tubo 2,
mantendo-o em equilíbrio.
Então, assoprou-se os tubos 1 e 2 por cerca de 1 minuto. O tubo 1 que possuía
coloração próxima do violeta, passou ter coloração amarela esverdeada, estando,
segundo a escala de cores, entre pH 5 e pH 6. Ao assoprar o sistema, injeta-se
continuamente CO2, oriundo da respiração celular, e então ocorre o seguinte
deslocamento de equilíbrio:

CO2 (g) + H2O (l)  H2CO3 (aq)  H+ (aq) + HCO3- (aq) (1)
H+ (aq) + OH- (aq)  H2O (l)

No tubo 1, ocorre a formação de ácido carbônico, o qual sofre hidrólise,


gerando íons H+. Com excesso de base, ocorre a reação com os íons H+ presentes
no sistema, deslocando o equilíbrio no sentido de formação de mais ácido, até
consumir toda a base adicionada ao sistema. Quando isso ocorre, há a formação de
H+ em excesso, abaixando o pH do sistema, observado pelo fato a coloração passar
de violeta para verde amarelado.
No tubo 2, após assoprar, não houve alteração da coloração, devido a
presença de solução tampão. Novamente, com adição de ácido ao sistema, não
houve uma mudança de pH aparente na solução, pois a concentração não foi
suficiente para extrapolar a faixa de tamponamento e diminuir o pH.

3.4 – Experimento 3

Nos tubos 3 e 4 adicionou-se 2 gotas de HCl 0,1 molL-1. Observou-se no tubo


3 a coloração resultante foi entre 3 e 4, segundo a escala de cores, sugerindo o pH
estar entre 3 e pH 4. No tubo 4, a adição de ácido não causou alterações na coloração
do tubo. Isso deu-se devido a faixa de tamponamento do tampão. A concentração de
ácido adicionada não foi suficiente para provocar uma alteração brusca de pH e
diminui-lo. Enquanto que no tubo 3, o pH caiu entre 3 e 4, devido não possuir um
sistema tamponante. Assim, o sistema tamponou a quantidade de ácido adicionada
no tubo 4, mantendo-o em equilíbrio, semelhante ao que ocorreu nos tubos 2, com
adição de base. Por fim, adicionou-se HCl no tubo com soluço tampão até o mesmo
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atingir a coloração do tubo 3, gastando-se 5 gotas de ácido. Como mencionou-se


anteriormente, os tampões possuem uma faixa em que resistem. Adicionando-se
excesso de ácido, a concentração de ácido é elevada e o sistema não resiste a
elevada variação de pH, ocorrendo a quebra do tamponamento.

Conclusão

Biologicamente, os sistemas tampões são extremamente importantes, pois


mantem o equilíbrio e funções do corpo constantes, quando há pequenas variação de
pH que adentram o sistema. Percebeu-se, por exemplo, a importância do sistema
tampão constituído pelo par (HCO3-)/(H2CO3) que possui características especiais nos
líquidos do organismo, especialmente no plasma sanguíneo. O ácido carbônico
(H2CO3) é um ácido bastante fraco e a sua dissociação em íons hidrogênio (H+) e íons
bicarbonato é mínima, em comparação com outros ácidos. Quando um ácido é
adicionado ao sangue, o bicarbonato do tampão reage com ele produzindo um sal,
formado com o sódio do bicarbonato e ácido carbônico. O ácido carbônico produzido
pela reação do bicarbonato do tampão, se dissocia em CO2 e água e é eliminado nos
pulmões.

REFERÊNCIAS

BERG, J. M.; STRYER, L.; TYMOCZKO, J. L. Bioquímica. 7. ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
LEHNINGER, A.L.; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. 6.
ed. São Paulo: Sarvier, 2014. p.77
MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica, 4ª ed., Ed. Guanabara
Koogan, 2015
REMIÃO, J.O.R.; SIQUEIRA, A.J.S.; AZEVEDO, A.M.P. Bioquímica: guia de
aulas práticas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. 50p.
ROBYT, J.F.; WHITE, B.J. Biochemical techniques: theory and practice.
Estados Unidos: Waveland Press, 1987. p. 226-2330.

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