Você está na página 1de 6

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso de Psicologia, campus Poços de Caldas

Juliana Cardillo Pereira

TRABALHO SOBRE GRAFISMO INFANTIL

Poços de Caldas
2019
Juliana Cardillo Pereira

TRABALHO SOBRE GRAFISMO INFANTIL

Trabalho desenvolvido de análise de desenhos


sobre o grafismo infantil para a matéria de Processos
Cognitivos, no curso de Psicologia na Faculdade
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
campus Poços de Caldas.

Professora: Fernanda Resende

Poços de Caldas
2019
INTRODUÇÃO

O interesse do presente trabalho é entender o que acontece quando a criança


desenha, bem como seu desenvolvimento por meio do grafismo. Ainda mais quando
se percebe que nas escolas este universo não é reconhecido como meio de
desenvolvimento.
Parte-se do pressuposto que os professores são os principais observadores
deste processo, na qual podem assegurar por meio de conhecimento da análise dos
desenhos as hipóteses que as crianças têm ao utilizar o desenho como meio de
representação simbólica.
Dessa forma, ficar preso em uma única proposta, como modelos estereotipados
não desenvolverão o senso criativo das crianças.
Pensando na temática do desenho e no desenvolvimento infantil, foi
estabelecido para o trabalho as etapas dos desenhos que tem como estudo os
grafismos infantis.
Parte-se do pressuposto que os professores são os principais observadores
deste processo, na qual podem assegurar por meio de conhecimento da análise dos
desenhos as hipóteses que as crianças têm ao utilizar o desenho como meio de
representação simbólica.
A importância de considerar o desenho como o primeiro meio em que a criança
se expressa significativamente no papel, vem primeiramente por meio dos rabiscos,
que são seus registros e que mostram sua particularidade, isto é, seu modelo próprio
de expressão.
Os autores utilizados para classificar as etapas do trabalho foram, PIAGET,
VYGOTSKY e LUQUET. Cada um desses autores conceitua diferentes fases do
desenho.
Foram analisados quatro desenhos de duas crianças, “João” de seis anos e
onze meses e “Ana” de seis anos e sete meses ( ambos nomes fictícios), o trabalho
foi realizado dentro do ambiente escolar, em uma escola municipal. Foi disponibilizado
folhas de papel ofício a4 e lápis de cor, os alunos ficaram sentados na sua própria
carteira e assim tiveram o tempo que necessitaram individualmente para a confecção
de cada desenho.
DESENVOLVIMENTO

O primeiro desenho observado foi de João (nome fictício) de seis anos e 11


meses. Durante a confecção dos desenhos, o mesmo ficou muito agitado, levantava
e sentada da carteira e conversava muito com seu amigo que estava ao seu lado.
Nesse desenho foi identificado a fase de Piaget do pré- esquematismo.

Esta fase faz parte da segunda metade da fase pré operatória, indo
normalmente até os sete anos quando ocorre a descoberta da relação entre
desenho, pensamento e realidade. Observa-se que os elementos ficam
dispersos e não são relacionados entre si. (ALEXANDROFF, 2010, p.
27).

No desenho 01 (um) está claro a formação do chamado “ homem girino” e


algumas figuras desconectas com as pessoas desenhadas, ele desenhou algumas
outras formas que foi identificado por ele como um pião.
No desenho 02 (dois) também foi identificado a mesma fase, mas, parece que
a figura humana está ganhando mais forma, onde existe, cabeça, corpo, braços,
mãos, pernas e pés. Há também, algumas figuras desenhadas totalmente
desconectas, como um mar que foi desenhado da cor vermelha, corações e outras
formas, como um triângulo.
Nota-se que ele se encontra na fase operatório concreta, durante esse estágio
a criança atinge o uso das operações completamente lógicas pela primeira vez. O
pensamento deixa de ser dominado pelas percepções e a criança torna-se capaz de
resolver problemas que existem ou existiram em sua experiência.
De acordo com Vygotsky “ João “ se encontra na etapa simbólica, é a fase que
a figura humana aparece de modo resumido, onde a criança desenha os objetos que
se encontram em sua memória, onde desenham coisas aleatórias. Essa etapa esta
bem visível nos dois desenhos.
Para Luquet, o mesmo se encontra na fase do realismo fracassado quando a
criança chega ao desenho propriamente dito, quer ser realista, mas a sua intenção
choca-se com obstáculos gráficos e psíquicos, que dificultam a sua manifestação
nota-se no desenho 01 (um) a falta de partes, com no primeiro desenho, a falta da
mão e dos pés.
Agora vamos analisar os desenhos de “Ana” de seis anos e sete meses. No
momento em que ela estava desenhando, ela se manteve o tempo todo em sua
carteira e com total atenção no que estava fazendo.
No desenho 01 (um) e 2 (dois) de “Ana” estão claras as etapas do pré
esquematismo em transição para o esquematismo segundo Piaget, ela desenhou si
própria, sua mãe e seu padrasto. Destaca-se nessa etapa a desconecção entre os
desenhos, isso aparece mais no segundo desenho, essa etapa também está evidente
nos animais desenhados, carro, casa, mas a figura humana não está tão em evidencia
como no primeiro desenho.
Segundo Vygotsk a mesma se encontra na etapa simbólica, é a fase em que
a criança desenha coisas aleatórias, dá para notar que a figura humana aparece de
forma reduzida.
De acordo com Luquet nos dois desenhos ela enquadrou na etapa do realismo
fracassado que ocorre quando a criança chega ao desenho propriamente dito, quer
ser realista, mas a sua intenção choca-se com obstáculos gráficos e psíquicos, que
dificultam a sua manifestação.

Conclusão

Diante do trabalho e da análise exposta a cima, percebe-se que as duas


crianças se encontram em fases bem parecidas, dessa forma, conclui-se com esse
estudo que as mudanças ocorreram sobre o modo de olhar para o desenho infantil
como algo natural de seu desenvolvimento e também como meio de expressão. A
partir desta constatação, defende-se a ideia de que as crianças precisam ter liberdade
de criação, invenção e imaginação, direcionando-os para a formação do
desenvolvimento das mesmas, pois, para a criança passar para a etapa da escrita é
necessário que ela passe por todas essas fases adequadamente para uma boa
evolução.
Referência bibliográfica

ALEXANDROFF, Marlene Coelho. Os caminhos paralelos do desenvolvimento


do desenho e da escrita. Construção psicopedagógica 2010, vol.18, n.17, pp. 20-41.
ISSN 1415-6954.

Você também pode gostar