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ETEC SYLVIO DE MATTOS CARVALHO

DAVID LUCAS DA SILVA


GREICE BONINE DOS SANTOS
ISABELA DE FÁTIMA PEREIRA
MARIANA CAROLINE DOS SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DA ERGONOMIA PARA A


QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Matão, SP
2018
DAVID LUCAS DA SILVA
GREICE BONINE DOS SANTOS
ISABELA DE FÁTIMA PEREIRA
MARIANA CAROLINE DOS SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DA ERGONOMIA PARA A


QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à


Escola Técnica Estadual Sylvio de Mattos
Carvalho, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Técnico em Recursos
Humanos.

Orientadora: Profa Me Ariela Fernanda Polido

Matão, SP
2018
DAVID LUCAS DA SILVA
GREICE BONINE DOS SANTOS
ISABELA DE FÁTIMA PEREIRA
MARIANA CAROLINE DOS SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DA ERGONOMIA PARA A


QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Trabalho de Conclusão do Curso apresentado à


Escola Técnica Estadual Sylvio de Mattos
Carvalho, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Técnico em Recursos
Humanos.

Orientadora: Profa Me Ariela Fernanda Polido

BANCA EXAMINADORA:
1. Presidente e Orientador:
Profa Me Ariela Fernanda Polido
_________________________________________________________

2. Prof. _________________________________________________________

3. Prof. _________________________________________________________

Validado em: _____/_____/______


RESUMO

Este artigo aborda a temática da ergonomia e sua contribuição para a qualidade de vida do
trabalhador. A ergonomia é o estudo científico entre o homem e seus meios e espaços de
trabalho, onde o trabalho deve se adaptar ao homem. Cabendo à ergonomia modelar essas
interações e buscar formas de adequação para o desempenho confortável, eficiente e seguro
face às capacidades, limitações e demais características da pessoa em atividade. Assim a
ergonomia está relacionada com as condições do ambiente para a realização das atividades
laborais, a saúde física e mental dos colaboradores. O objetivo da ergonomia é viabilizar
mudanças no sistema de trabalho a partir de uma compreensão elaborada da realidade da
atividade. Desta forma, o programa de melhorias deve estar relacionado com a satisfação dos
colaboradores, pois, através desse processo será possível compreender a percepção dos
trabalhadores sobre os fatores interventores na qualidade de vida no trabalho da organização.

Palavras-chave: Ergonomia. Atividades laborais. Qualidade de vida.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 6
OBJETIVOS .......................................................................................................................................... 7
1 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................................... 7
2 ERGONOMIA .................................................................................................................................... 7
2.1 Ergonomia Física ............................................................................................................................. 8
2.2 Ergonomia Cognitiva ...................................................................................................................... 9
2.3 Ergonomia Organizacional........................................................................................................... 10
3 A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ............................................................................... 11
3.1 Impactos positivos da ergonomia na qualidade de vida no trabalho ........................................ 13
4 AÇÕES DE MELHORIAS .............................................................................................................. 14
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 15
6

INTRODUÇÃO

O presente artigo traz o contexto da ergonomia e suas contribuições para a qualidade


de vida no trabalho possibilitando a adequação do trabalho ao ser humano, qualidade de vida,
neutralização ou controle dos riscos ocupacionais observáveis no ambiente de trabalho,
relações de trabalho e produtividade, carga física e mental para a realização de cada atividade
laboral.
De acordo com Bellusci (2012) o trabalho tem seu desenvolvimento baseado nas
condições de higiene e segurança determinadas: pelo ambiente físico, pela presença de
substâncias tóxicas no ambiente, pela presença de agentes biológicos e pelas características da
organização do trabalho que determinam a divisão do trabalho.
As atividades laborais preconizadas com o modelo tayloristafordista, sofreram ações
de reestruturação produtiva e organizacional, no mundo do trabalho para atender as
necessidades dos novos cenários produtivos. Assim, a reestruturação evidencia a
transformação necessária para resultar em estratégias organizacionais competitivas, com
repercussões no âmbito administrativo, tático e operacional das empresas.
É nesse contexto, que a organização do trabalho humano também tem sido
considerada como um dos fatores na análise e no projeto ergonômicos. Sendo assim,
considera-se não somente a execução ou tarefa a ser realizada, mas sim a representação que
essa tarefa ou trabalho causa impacto na vida e no bem estar do trabalhador.
Sob essa perspectiva, Ferraz (2000) destaca que a adaptação do trabalho ao ser
humano tem sido vista pela Ergonomia com bases nos meios físicos, cognitivos, ambientais e
psicossociais. A partir dos métodos científicos, a racionalização do trabalho tem como
objetivo elevar a produtividade sem afetar a qualidade de vida do trabalhador na realização
das atividades do cotidiano.
As contribuições das ciências demonstram que a sociedade como um todo vive novos
paradigmas sobre os modos de vida dentro e fora do trabalho, caracterizando uma cultura que
atenda às demandas relativas à Qualidade de Vida no Trabalho (FRANÇA, 2011).
A atuação do trabalhador no campo profissional, e a qualidade de seu desempenho,
dependem muito da sua vida diária, da sua postura, do desenvolvimento de suas atividades
laborais e especialmente, do funcionamento de seu organismo, isto é, de todos os sistemas que
fazem parte de seu corpo. Assim, a ergonomia, a cada dia é disseminada nas organizações
com o objetivo de promover a qualidade de vida, de trabalho e de ambiente.
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OBJETIVOS

O trabalho tem como objetivo apresentar as principais contribuições que a ergonomia


proporciona quando aplicada no ambiente de trabalho e seu impacto direto na qualidade de
vida do trabalhador.

1 METODOLOGIA DE PESQUISA

Este artigo foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas com base nos
pressupostos teóricos de diversos autores, por meio de informação documental, livros e sites
que abordam a temática deste estudo (PRODANOV e FREITAS, 2013).

2 ERGONOMIA

Segundo Falzon (2007) a Ergonomia é o estudo da área que tem como objetivo
compreender as relações do corpo com o ambiente tendo como base, dados, princípios
teóricos e métodos focando-se no principal objetivo de potencializar e trazer melhorias no
bem-estar do indivíduo com o seu posto de trabalho.
Para Pinheiro e França (2006) a ergonomia é a ciência multidisciplinar que estuda o
homem em relação aos meios de produção buscando alcançar conforto, segurança e
eficiência. Levando em conta fatores como arquitetura, engenharia, psicologia, administração,
sistemas de informação e até mesmo medicina. Ainda de acordo com os autores destaca-se
que:
A ergonomia estuda as adaptações do trabalho ao homem (e vice versa) e as suas
interrelações. Para se aliar os conhecimentos da autonomia, da fisiologia, da
psicologia, das características, das habilidades e das limitações do homem, observa-
se o ambiente de trabalho, os objetos, os equipamentos e as atividades, na solução
dos problemas surgidos dessas adaptações. Visa-se, com isso, o bem-estar, a
segurança, a qualidade de vida, a satisfação, a postura adequada, a redução da
fadiga, o aprendizado mais rápido e a adaptação, ajustados às capacidades e às
limitações humanas. (PINHEIRO E FRANÇA, p. 3, 2006).

A abordagem ergonômica tem como princípio a relação entre espaço físico e homem
em seu trabalho. Onde é necessário ocorrer o equilíbrio e a harmonia, o que propicia ganhos
para a organização e para a qualidade de vida do trabalhador. Tudo isso para humanizar o
trabalho, determinar regras, normas e precauções. O foco da ergonomia é beneficiar o homem
de atenção e cuidados. Assim a ergonomia visa melhorar as condições de vida do ser humano,
em qualquer atividade por ele desenvolvida. Vale ressaltar que a adaptação ao trabalho se faz
8

necessário, para diminuir os riscos de acidentes, além de contribuir com a produtividade e


melhor rendimento na execução das atividades (FALZON, 2012).
Pinheiro e França (2006) afirmam que nos dias atuais as organizações se preocupam
cada vez mais com o aumento da produtividade e eficiência, e desta forma aplicam as ações
voltadas para a ergonomia para a melhor adaptação ao trabalho e a racionalização do sistema
produtivo, surgindo como consequências benéficas para as organizações e para os
colaboradores.
A Ergonomia se divide em diferentes tipos, sendo os três principais: Física, Cognitiva
e Organizacional.

2.1 Ergonomia Física

De acordo com a ABERGO (2000) a ergonomia física está relacionada aos aspectos
físicos de uma situação de trabalho. Ocupa-se das características da anatomia humana,
fisiologia, biomecânica relacionada com a atividade física. Onde os tópicos mais relevantes
são: a postura, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios relacionados ao
trabalho, assim como, segurança e saúde do trabalhador e projeto de postos de trabalho. Para
tanto são essenciais diversos conhecimentos sobre o corpo e o ambiente físico onde a
atividade se desenvolve.
A ergonomia física envolve os estudos relacionados a posturas desfavoráveis, força
excessiva demandada, movimentos repetitivos e transporte de cargas. Assim, por tratar dos
aspectos físicos de uma situação de trabalho a organização deve buscar adequar o ambiente
realizando estudos que possibilitem um melhor desempenho humano nas tarefas, visando
sempre a saúde e motivação do colaborador (MATEUS JÚNIOR, 2009).
O confronto de capacidades humanas e exigências físicas e ambientais dos postos de
trabalho podem trazer consequências ao trabalhador e a empresa empregadora. Citamos aqui
alguns fatores que afetam a capacidade humana na realização das suas atividades são:
relacionados aos padrões ambientais que estabelecem níveis de ruído, temperatura,
iluminação e qualidade do ar; já os relacionados com os aspectos físicos é que o posto de
trabalho, seus utensílios e elementos estejam de acordo com as dimensões do colaborador
ocupante do posto de trabalho (PINHEIRO E FRANÇA, 2006). Portanto, quando não
observado esses aspectos ambientais e físicos, a atividade laboral pode ficar comprometida
ocasionando doenças ocupacionais, levando a perdas de produtividade e até mesmo ao
9

afastamento do colaborador. Veja abaixo alguns exemplos de intervenção da ergonomia


física:
- Adequação regulamentada do mobiliário;
- Uso dos equipamentos de segurança;
- Uso adequado dos computadores e dispositivos;
- Aplicação na iluminação, ruídos e temperatura;
- Investigação e identificação de riscos de acidente;
- Conscientização sobre como levantar pesos, deslocar e descarregar caixas;
- Adequação do ambiente de trabalho.
Portanto, segundo Moraes e Mont’alvão (2003) é essencial um acompanhamento das
atividades e do ambiente físico da organização para que os ajustes necessários ao
desenvolvimento laboral possam fluir de acordo com cada função e ou área de trabalho para
proporcionar a execução das atividades sem prejudicar a saúde e a qualidade de vida do
trabalhador.

2.2 Ergonomia Cognitiva

Para Lida (2003) a ergonomia cognitiva trata dos processos mentais, como a
percepção, o raciocínio, memória, concentração, emoções e resposta motora. Os aspectos com
maior relevância são: a carga mental, tomada de decisões, interação entre homem-
computador, estresse e treinamento. Desta forma os aspectos cognitivos são compostos por
modos operativos e operadores, sequências de ações, gestos, tratamento de informações,
formas de comunicação, perturbações que motivam a tarefa efetiva realizada pela pessoa.
Segundo Vidal (1997) a ergonomia cognitiva mobilização operatória das capacidades
mentais do ser humano em situação de trabalho. Ainda de acordo com o autor este ramo da
ergonomia tem como programa mínimo os seguintes fatores:
- Inovações nos equipamentos, sobretudo que no que tange à usabilidade das
interfaces entre o operador e os equipamentos;
- Confiabilidade humana na condução de processos, prevenindo as consequências
dos erros humanos no controle de sistemas complexos e perigosos;
- Otimização na operação de equipamentos informatizados e seus softwares,
prevenindo seu funcionamento inadequado ou bloqueios;
- A construção da formação de novos empregados na implantação de novas
tecnologias e/ou novos sistemas organizacionais;
- Estabelecimento e manutenção de sistemas seguros, confiáveis e eficientes de
comunicação e de cooperação. (VIDAL, p. 20, 1997).
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Vale ressaltar que a ergonomia cognitiva se subdivide em dois campos: a cognição


individual e a cognição coletiva ou social. Assim, definimos que a cognição individual
relaciona-se ao raciocínio e tomada de decisão que têm serventia na elaboração de
procedimentos e normas operacionais.
Para Moraes e Mont’alvão (2003) a ergonomia cognitiva deve ser inserida nas
organizações a partir do processo de recrutamento e seleção, quando é aplicada uma avaliação
psicológica nos candidatos a fim de analisar a atenção, memória, inteligência e raciocínio.
Também podemos aplicar a ergonomia cognitiva em treinamento e desenvolvimento de
pessoas; organização do tempo (aplicando intervalos de descanso estratégicos); ginástica
laboral; organização do ambiente de trabalho; outros tipos de ergonomia (a integração de
diversos aspectos acaba por influenciar os processos cognitivos).

2.3 Ergonomia Organizacional

A ergonomia organizacional está relacionada a melhorias nas estruturas


organizacionais, políticas e de processos dentro da empresa, como por exemplo; a falta de
parcelamento adequado das atividades, participação, gestão, jornada de trabalho com
avaliação de horários, turnos e escalas, bem como a falta ou má gestão na seleção e
treinamento de pessoal visando a capacitação para as atividades produtivas (PINHEIRO E
FRANÇA, 2006).
Para Vital (1997) a ergonomia organizacional fundamentam-se na determinação da
tecnologia física sobre a organização do trabalho e as condições de trabalho, elementos que
irão compor a equação dos resultados da empresa. As maiores aplicações da ergonomia no
campo organizacional têm sido:
(i) Modelagem de processos para a elaboração de cenários e roteiros para as
mudanças organizacionais;
(ii) Análise dos requisitos das novas propostas organizacionais em termos de
capacidades, limitações e demais características, especificando necessidades de
treinamento e de novas competências;
(iii) Construção de roteiros de implementação para evitar a descapitalização ou
desaproveitamento do capital de competência (know-how) existente, sobretudo no
nível operacional;
(iv) Perícia e prevenção de acidentes. (VITAL, p. 24, 1997).

Neste contexto, a ação ergonômica é formada por um conjunto de princípios e


conceitos eficazes para viabilizar as mudanças necessárias para a adequação do trabalho às
características, habilidades e limitações dos indivíduos no processo de produção de bens e
11

serviços. Assim, de acordo com Lida (2003) destacamos os aspectos relevantes da ergonomia
organizacional:
- Clima organizacional; - Cultura organizacional; - Comportamento humano nas
instituições; - Modo de trabalho; - Condições ambientais de trabalho; -
Recrutamento e seleção; - Qualidade de vida no trabalho; - Fiscalização da
segurança no trabalho. (LIDA, p. 35, 2003).

A contribuição da ergonomia organizacional na segurança do trabalho está relacionada


a melhoria do clima organizacional, evitando doenças relacionadas ao trabalho, melhorando
também o relacionamento interpessoal, assim como a adesão dos funcionários às regras da
empresa. No que diz respeito a recrutamento e seleção ajuda a selecionar melhor os futuros
colaboradores, buscando pessoas com características como cautela, atenção, correta em
relação às regras, responsabilidade, e entre outros. Podemos ainda aplicar as contribuições da
ergonomia organizacional para:
- Correção; detectar onde deve-se fazer as mudanças necessárias referente a todos os
tipos de ergonomia. - Concepção; planejamento de onde devem ocorrer as
mudanças. Ex: físico - com melhor estruturamento do local de trabalho; cognitivo -
palestras; organizacional - treinamento, plano de carreira. - Conscientização; ensinar
e promover reflexões nos colaboradores para que eles tenham uma maior aceitação
dos métodos propostos pela empresa. - Participação Ativa; desenvolver o trabalho
em equipe, onde cada um cuide não somente da sua segurança, mas também dos
demais colaboradores. (LIDA, p.36, 2003).

Desta forma, percebemos que os tipos de ergonomia estão interligados com o


propósito de melhorar os aspectos físicos e ambientais, promovendo a atuação do colaborar na
organização.

3 A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

O termo Qualidade de vida no trabalho (QVT) surgiu na década de 50 na Inglaterra,


através de pesquisas realizadas por Eric Trist1 e alguns colaboradores, constatando que para o
trabalhador ter um bom rendimento na empresa, um aspecto fundamental é a realização do
mesmo no trabalho, e o reconhecimento de suas tarefas. Visando uma melhoria na
organização do trabalho com o intuito de diminuir os efeitos negativos na saúde e bem estar
dos colaboradores, tanto dentro quanto fora da empresa (CASADO, 2002).
Apenas em meados dos anos 60 que a temática de Qualidade de Vida no trabalho
começou a ganhar espaços, quando cientistas sociais, sindicalistas e empresários notaram que
1
Eric Lansdown Trist: foi um cientista britânico e figura de destaque na área de desenvolvimento organizacional
(DO). Nasceu em 11 de setembro de 1909, em Dover na Inglaterra e faleceu em 04 de junho de 1993, em Carmel
nos Estados Unidos da América.
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a qualidade de vida tinha grande influência na produtividade e no rendimento das pessoas e


que o bom resultado de uma empresa era garantido por meio da motivação dos colaboradores
minimizando efeitos negativos. Nesse sentido Chiavenato (2002) destaca que:

“a QVT tem o objetivo de assimilar duas posições antagônicas: de um lado, a


reivindicação dos empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho, do
outro, o interesse das organizações quanto a seus efeitos sobre a produção e a
produtividade”. (CHIAVENATO, p. 39, 2002).

No entanto com o desenvolvimento do mundo e a sua globalização, as organizações


passaram a ver que não mais são as tecnologias que possuem os fatores preponderantes para o
seu sucesso, mas sim o capital intelectual que possuem faz toda a diferença nesse contexto.
A Qualidade de vida no trabalho atua nas diversas variáveis ambientais,
comportamentais e organizacionais que possibilitam os colaboradores do setor produtivo
obter resultados mais eficazes e satisfatórios. As organizações sabem que sua produtividade
está relacionada com o bem estar dos seus colaboradores e para que eles continuem
produzindo, investem em palestras, exercícios de alongamento, apresentações de teatro e entre
outros, que contribuem para melhorar o relacionamento e a integração entre os funcionários e
a empresa. Assim, Souto (2007) afirma que:
“para que possa haver mudanças referentes a qualidade de vida no trabalho, têm que
estar garantidas as seguintes condições:
- reconhecimento da necessidade de mudança – sem haver uma vontade expressa de
mudar, tendo em conta a obtenção de uma melhoria das condições de trabalho, tal
não é possível;
- cooperação nas relações profissionais inter-hierárquicas – a informação, bem
essencial de qualquer organização, deve circular nos vários níveis quer horizontal,
quer verticalmente;
- implicação dos trabalhadores no processo de melhoria contínua – a empresa passa
a ser vista como um bem comum – e não uma entidade abstrata – suscita uma maior
identificação e participação ativa no seu seio.
- permanente controle dos resultados – não basta elaborar um diagnóstico e fazer
uma proposta de melhorias, há que testá-las continuamente, e adaptá-las sempre que
for necessário, tendo em conta as alterações de equipamentos, de instalações, da
organização do trabalho, do ambiente de trabalho”. (SOUTO, p. 22, 2007).

Umas das ações mais relevantes cujo objetivo é garantir a qualidade de vida dos
colaboradores são os indicadores de segurança e saúde no trabalho, pois contribuem na
promoção de programas e ações relacionadas com a Ergonomia na melhora da postura
evitando lesões, Ausência de Insalubridade e Preconceito, Direitos Legais garantidos,
Ginastica Laboral, melhorando a integração com o grupo diminuindo o absenteísmo,
Treinamento e Desenvolvimento dos trabalhadores aperfeiçoando atividades, Higiene e
Segurança, promovendo um ambiente mais saudável, Horário Razoável para maior
produtividade, Liberdade de Expressão onde o funcionário se sente importante e acolhido na
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organização sabendo que sua opinião também é fundamental, e entre outras situações (GIL,
2014). Com isso as medidas de prevenção para proteger os colaboradores, tanto no aspecto
psíquico ou saúde física são eliminar os riscos ergonômicos. Assim em um ambiente saudável
atua positivamente para o bem estar do colaborador.

3.1 Impactos positivos da ergonomia na qualidade de vida no trabalho

Para Falzon (2007) a ergonomia é um estudo multidisciplinar, que busca no ambiente


de trabalho um equilíbrio para uma experiência prazerosa e sem danos à saúde. Em qualquer
lugar que trabalhamos necessitamos ter cada vez mais um ambiente em que fisicamente e
mentalmente esteja de forma estruturada e harmoniosa, tendo em vista que passamos um terço
do dia neste local onde a qualidade de vida está interligada ao nosso trabalho.
Proporcionar um ambiente seguro e agradável vai muito além da saúde do
colaborador. Pois impacta no rendimento de suas atividades, e consequentemente nas metas e
objetivos que a empresa impõe. Os empregadores ainda desconhecem os fatores que colocam
em risco a saúde do colaborador, e até mesmo o próprio empregado. Esses danos são
chamados de AMERT (Afecções Musculoesqueléticas Relacionadas ao Trabalho), o que
provoca o afastamento e até o desligamento da organização dependendo da lesão tanto física,
quanto metal, sendo alguns irreversíveis (PINHEIRO E FRANÇA, 2006).
A ergonomia atualmente nas empresas ainda resistem em melhorias no ambiente
corporativo. Para que essas melhorias sejam realizadas, é necessária uma avaliação minuciosa
de cada posto de trabalho dentro da organização, desde a iluminação até a temperatura do
ambiente. Pois cada um desses fatores tem impacto direto na qualidade de vida.
Segundo Lida (2003) para toda área de trabalho há uma melhoria a ser feita, seja em
um escritório, onde a maior parte do dia os funcionários passam sentados, e se faz necessário
uma boa postura, com um auxílio de apoio de pé e outros equipamentos para evitar lesões
desse tipo; ou então em uma área de produção, onde se pode melhorar a sonoridade dos
equipamentos em execução.
Porém a ergonomia vai muito além de equipamentos e máquinas, pode-se realizar ao
longo do dia atividades como ginastica elaborar para prevenir lesões, acidentes e desgastes,
proporcionando assim uma integração social, onde a mente é estimulada e o colaborador pode
se sentir em um lugar agradável e harmonioso.
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A ergonomia é um conjunto de técnicas de gestão onde o melhor planejamento do


trabalho se resulta na economia de custos, de esforços, de tempo e melhoria na qualidade dos
resultados (FALZON, 2007).
Segundo França (2011) o impacto da ergonomia na qualidade de vida é mais do que
ter uma boa saúde física ou mental. É estar bem com você, com a vida, com as pessoas
queridas, estar em equilíbrio. O que vai muito além das horas trabalhadas, onde o cotidiano de
cada colaborador requer muitos cuidados: hábitos saudáveis, cuidados com o corpo, atenção
para a qualidade dos seus relacionamentos, balanço entre vida pessoal e profissional, tempo
para lazer, saúde espiritual, entre outros. Dentro desse enfoque, a qualidade de vida no
trabalho como fator primordial, passa a ser uma preocupação latente, pois a saúde do
trabalhador influencia diretamente na saúde da empresa.
A humanização do trabalho e responsabilidade social das empresas, envolvendo o
atendimento das necessidades e aspirações dos trabalhadores. Assim, a qualidade de vida no
trabalho é a preocupação com determinados valores humanísticos e ambientais, de certa
forma, negligenciados pela sociedade industrializada em favor da tecnologia avançada, da
produtividade industrial e do crescimento econômico. Para Chiavenato (2002) os requisitos
ergonômicos, bem como a segurança do trabalho são conjuntos de medidas técnicas,
educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as
condições inseguras do ambiente quer instruindo ou promovendo a implantação de práticas
preventivas.
O impacto dessa responsabilidade nas empresas vem justificando seus objetivos
adequando as condições de trabalho para proporcionar maior eficiência e eficácia, onde as
empresas que adotam essas práticas estão se destacando no mercado e com a satisfação de
seus colaboradores na realização das atividades laborais.

4 AÇÕES DE MELHORIAS

Para Gil (2014) as constantes mudanças no sistema produtivo, aliadas à diversidade de


situações de trabalho, com o advento das novas tecnologias, de métodos gerenciais que
prejudicam as relações de trabalho, podem trazer consequências à saúde do trabalhador.
As ações de melhorias no ambiente organizacional ocorrem da necessidade de ajustar
as possíveis mudanças a atividade desenvolvida pelos colaboradores, desta forma Pinheiro e
França (2006) destacam as seguintes ações:
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- Rotação nos postos de trabalho: essa atitude tem como o objetivo a redução de uma
repetitividade na execução de tarefas, para prevenções de eventuais lesões como a LER
(Lesão por esforços repetitivos).
- Treinamento dos funcionários: o treinamento visa integrar o colaborador no seu ambiente
organizacional. Pois o treinamento contribui para a melhoria do desempenho e adequações de
maneira eficácia na execução das tarefas.
- Ginástica Laboral: é uma atividade que propõe uma interação da equipe de trabalho e
melhora o rendimento da equipe, através da aplicação de exercícios de alongamento
proporcionando o bem estar na execução das atividades.
- Pausas durante o trabalho: as pausas podem ser realizadas em curto tempo, apenas para
descontrair o ambiente, deixando o colaborar mais relaxadas ao longo do dia. O que pode ser
feito em horários como café da manhã e tarde.
Para Casado (2002) a Qualidade de Vida no Trabalho é um assunto estratégico e
necessário para que as organizações busquem uma forma que promova a qualidade de vida do
trabalhador reduzindo os impactos negativos de baixa produtividade. Assim, as contribuições
são diversas, tais como: redução de custos, aumento da produtividade, a cultura interna de
valor da organização e melhor engajamento dos colaboradores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo mostrou, em termos gerais, que a ergonomia representa um papel de


extrema importância na vida do trabalhador, pois reflete em sua saúde física e mental. A
organização do posto de trabalho, com boa iluminação, temperatura agradável e de fácil
acesso contribui para que o colaborador tenha um melhor desempenho e com isso há uma
diminuição de afastamentos ocasionados por doenças ocupacionais.
A qualidade de vida no trabalho nem sempre foi prioridade nas empresas, porém isso
tem mudado com o avanço da globalização e tecnologia, na qual as empresas estão investindo
mais no seu capital intelectual visando diminuir a rotatividade e o absenteísmo e
consequentemente aumentando sua lucratividade. Desta forma as organizações passam a
investir programas de incentivo visando motivar seus colaboradores, contribuindo para que
eles tenham uma melhor qualidade de vida dentro da organização fazendo com que isso se
reflita na sua vida pessoal e profissional. Assim, o objetivo é proporcionar um ambiente de
trabalho adequado para a realização das atividades laborais e melhor integração do
colaborador e da eficácia organizacional.
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REFERÊNCIAS

ABERGO, 2000. A certificação do ergonomista brasileiro - Editorial do Boletim 1/2000,


Associação Brasileira de Ergonomia.

BELLUSCI, Silva Meirelles. Doenças profissionais ou do trabalho. São Paulo: Editora


Senac São Paulo, 2012.

CASADO, Tania. A motivação e o trabalho. In: Fleury e colaboradores. As pessoas na


organização. 2. Ed. São Paulo, Gente, 2002.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. Edição compactada. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

FERRAZ, Fernando T.; LIMONGI-FRANÇA, Ana C. Qualidade e comprometimento.


2000. Tese (Doutorado) – Coppe, UFRJ, Rio de Janeiro.

FALZON, Pierre. Ergonomia. São Paulo: Blucher, 2007.


FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos,
ferramentas e procedimentos. 1. ed. - 6. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2011.

GIL, Antonio Carlos. Gestão de Pessoas – enfoque nos papéis Profissionais. 1. ed. – 15.
reimpr. São Paulo: Atlas, 2014.

MATEUS JÚNIOR, J. R. Estudo das ferramentas de avaliação física em ergonomia,


Equação NIOSH e RULA. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
Universidade Federal de Santa Catarina: Florianópolis, 2009.

MORAES, Anamaria; MONT’ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: Conceitos e Aplicações.


Editora 2ab: São Paulo. 2003.

PINHEIRO, Ana Karla da Silva.; FRANÇA, Maria Beatriz Araújo. Ergonomia aplicada à
anatomia e à fisiologia do trabalhador. Goiânia: AB Editora, 2006.

PRODANOV, Cleber Cristiano.; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho


científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo
Hamburgo: Feevale, 2013.

SOUTO, Daphnis Ferreira. Saúde no Trabalho: uma revolução em andamento. 2. ed. Rio
de Janeiro: Senac, 2007.

VIDAL, Mário César - Ação Ergonômica na Empresa - Apostila de mini-cursos do


ENTE/COPPE, 1997.

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