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CURITIBA
2016
RAFAEL VALENTE ODIA DE LACERDA CRUZ
CURITIBA
2016
TERMO DE APROVAÇÃO
RAFAEL VALENTE ODIA DE LACERDA CRUZ
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Bacharel em Direito
no Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do
Paraná.
Curso de Direito
Universidade Tuiuti do Paraná
___________________________________________
Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite
Coordenador do Núcleo de Monografias
Orientador:
_______________________________________
Prof. Roberto Aurichio Junior
Universidade Tuiuti do Paraná – Departamento de Ciências Jurídicas
Banca Examinadora:
_______________________________________
Professor
Universidade Tuiuti do Paraná – Departamento de Ciências Jurídicas
_______________________________________
Professor
Universidade Tuiuti do Paraná – Departamento de Ciências Jurídicas
RESUMO
Este trabalho científico tem como foco principal demonstrar a contextualização histórica
e a adequação do sistema penal brasileiro ao instituto de audiência de custódia, advindo
do Pacto de São José da Costa Rica, cuja o qual o Brasil faz parte, deflagrando em seu
interino senso pontos de procedimentos formais deste instituto e as pretensões do
mesmo no resguardo aos Direitos Humanos e principalmente a Dignidade da Pessoa
Humana em casos de flagrante delito praticados no território nacional. Bem como
apontará a beneficência ou não da audiência de custódia ao sistema prisional brasileiro,
seus reflexos na sociedade e a capacidade ou não do Brasil de instituir de forma efetiva,
ágil e legítima este tipo de audiência com a estruturação real que o país possui nos
tempos atuais.
RESUMEN
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 7
5 OBJETO JURÍDICO.............................................................................. 22
8 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL............................................................ 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 52
7
1 INTRODUÇÃO
que poderão gerar esta adequação, os reflexos sociais aos direitos do cidadão e analisará
também capacidade estrutural ou negativa neste sentido do Brasil para efetiva, ágil e
legitima aplicação do novo instituto com os recursos que o pais provem nos dias atuais.
Será este trabalho subdividido em com referências as regulamentações,
implementações, princípios e garantias constitucionais inerentes ao assunto em questão,
bem como observará o objeto jurídico em tela apresentado avaliando os procedimentos
formais da audiência de custódia, toda via aprofundará a eficiência e aplicabilidade da
norma jurídica e seus efeitos ao sistema prisional brasileiro.
9
[...] a) direito de toda pessoa a um nıv́ el de vida adequado para si pró prio e sua
famıĺ ia, inclusive à alimentaç ão, vestimenta e moradia, nos termos do art. 11 do
10
Foi após a Segunda Guerra Mundial que foram criados institutos direcionados à
preservação dos direitos humanos e à manutenção da paz e da segurança internacional.
Assim, o Conselho da Europa, a mais antiga instituição política e associação de Estados
deste continente, a partir do que a Declaração Universal dos Direitos Humanos prevê,
criou a Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades
(CEDH). Firmada em Roma, em 1950, e estabeleceu a necessidade da condução sem
demora de toda pessoa detida ou presa à presença de um juiz ou autoridade habilitada
por lei a exercer tais funções.
Esta apresentação tinha como objetivo servir de mecanismo de controle sobre a
persecução penal realizada pelo Estado, as instituições responsáveis pelos atos
anteriores ao ajuizamento da ação penal condenatória, aquelas que executariam atos de
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1
http://justificando.com/2015/03/03/na-serie-audiencia-de-custodia-conceito-previsao-normativa-e-
finalidades/
13
seguir.
É importante ressaltar que, conforme bem pontuado por Nestor Távora e Rosmar
Rodrigues Alencar (2015), o princípio da ampla defesa não se confunde com o princípio
do contraditório, posto que o primeiro possui destinatário certo, qual seja: o acusado, ao
passo que o segundo é uma garantia assegurada a ambas as partes no processo.
De acordo com Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves
(2012, p. 79), "[...] o princípio da ampla defesa obriga o juiz a observar o pleno direito de
defesa aos acusados em ação penal. Em razão disso, ainda que o réu diga que não quer
ser defendido, o juiz deverá nomear -lhe defensor".
Ademais, Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar (2015, p. 52/53) subdivide
a ampla defesa em defesa técnica, que é aquela feita mediante a intervenção de uma
profissional habilitado, e a autodefesa, que é aquela feita pelo próprio acusado.
A defesa pode ser subdividida em: (1) defesa técnica (defesa processual ou
específica), efetuada por profissional habilitado; e (2) autodefesa (defesa material
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De acordo com José Afonso da Silva (2007, p. 112), "[...] O Estado Democrático
de Direito reúne os princípios do Estado Democrático e do Estado de Direito, não como
simples reunião formal dos respectivos elementos, porque, em verdade, revela um
conceito novo que os supera [...]".
É, portanto, um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil,
conforme expõe Gustavo Tepedino (2001, p. 500):
Sobre o tema Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar (2015, p. 46) explicam
que:
Vale destacar ainda que o princípio da presunção de inocência tem sido encarado
como sinônimo de presunção de não culpabilidade. São expressões
equivalentes. Esta é a nossa posição. Não podemos desmerecer, contudo, que
em face da redação esboçada no inc. LVII do art. 5º da CF, ensaiou-se uma
distinção entre presunção de inocência e presunção de não culpabilidade.
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O autor Norberto Avena (2015, p. 27) explica que cabe ao Estado efetivar o
princípio da presunção da inocência, de modo que o Poder Legislativo proceda à criação
de uma normatização com vistas a equilibrar a pretensão punitiva do poder estatal com
a liberdade do indivíduo; ao Poder Executivo, sancionando as normas provenientes do
Poder Legislativo; e, por fim, ao Poder Judiciário, elidindo a aplicação de determinados
dispositivos que não mantenham correlação com os preceitos instituídos pela Carta
Republicana.
Para Norberto Avena (2015), o princípio da presunção da inocência deve ser visto
em três situações distintas, quais sejam: durante a instrução processual, de modo que
seja possível inverter o ônus probatório; no momento em que for feita a avaliação das
provas, eis que caso haja alguma dúvida, a mesma será valorada em prol do réu; e, por
fim, durante o processo penal, utilizando-se como parâmetro no tratamento do indivíduo
que esteja sendo acusado.
18
Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de
um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem
direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade,
sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada
a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
Pelo referido Pacto de São Jose da Costa Rica, onde o foco principal está nas
garantias dos direitos humanos e devidamente ratificado pelo Brasil em 1992, que
garante entre outros aspectos, a obrigatoriedade da audiência de custodia, nos casos de
prisão em flagrante, justamente para corroborar tal instituto nas normas internacionais
com efeitos diretos aos seus signatários.
Este instituto tem como base principal garantir a preservação da dignidade da
pessoa humana bem como repelir eventuais abusos ao preso, a de saber que como
signatário deste Pacto o Brasil protelou em mais de 20 anos desde a ratificação, os
tratados internacionais que versam sobre a audiência de custódia.
Foi verificada no tempo presente a necessidade de adequação do Brasil nesses
casos, e a partir deste ponto para garantir a estabilidade legal necessária o Brasil passou
a aderir a audiência de custodia através da resolução 213 do Conselho Nacional de
Justiça.
Só após o consolidado projeto do Conselho Nacional de Justiça que regulou as
audiências de custodias advindas do Pacto de São Jose da Costa Rica através da
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resolução n. 213 de 2015, junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que deu início em
Fevereiro do mesmo ano nas apresentações de presos em flagrante a uma audiência de
custodia, visando repelir abusos de poder e denúncias de tortura por parte da autoridade
policial, e ratificou algumas formalidades protocolares, dentre elas a análise da legalidade
e necessidade da prisão no caso concreto.
Após dado início em Fevereiro de 2015 as audiências de custodia pelo TJSP,
chegou ao Supremo Tribunal Federal uma Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF) 347, proposta pelo PSOL, que em sessão realizada no dia 9 de
Setembro de 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu parcialmente cautelar
solicitada na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347,
determinando
[...] aos juízes e tribunais que passem a realizar audiências de custódia, no prazo
máximo de 90 dias, de modo a viabilizar o comparecimento do preso perante a
autoridade judiciária em até 24 horas contadas do momento da prisão. Os
ministros também entenderam que deve ser liberado, sem qualquer tipo de
limitação, o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional para utilização na
finalidade para a qual foi criado, proibindo a realização de novos
contingenciamentos.2
Ementa:
Altera o § 1º do art. 306 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
de Processo Penal), para determinar o prazo de vinte e quatro horas para a
apresentação do preso à autoridade judicial, após efetivada sua prisão em
flagrante.
Explicação da Ementa:
Altera o §1º do artigo 306 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal) para dispor que no prazo máximo de vinte e quatro
2
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=299385.
21
3
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/102115.
22
5 OBJETO JURÍDICO
Oportuno registrar que a prisão em flagrante delito está prevista no artigo 5.º,
inciso XI, da Constituição Federal, dispondo que "a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial".
De acordo com Norberto Avena (2015, p. 981/982), mostra-se um ato causal, na
medida em que o agente é surpreendido no momento do cometimento do crime, ou logo
após. Portanto, é um ato administrativo, posto que somente se converterá em ato judicial
a partir do momento em que o Poder Judiciário restar comunicado.
O art. 301 do Código de Processo Penal trata deste tema dispondo que qualquer
do povo pode prender quem se encontre em flagrante delito enquanto as
autoridades policiais e seus agentes têm o dever de fazê -lo. Daí por que a
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De acordo com Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves
(2012), o flagrante próprio está atrelado a determinada situação na qual o sujeito é visto
cometendo a prática de determinada infração, ou auxiliando o agente. Ainda, considera-
se flagrante próprio os casos em que o agente for preso após deixar o local dos fatos.
Por sua vez, no flagrante impróprio há perseguição do agente logo após o cometimento
da conduta típica e, por fim, ocorre o flagrante presumido nas hipóteses nas quais o
indivíduo é encontrado com objetos que foram utilizados na prática delituosa.
Ainda, conforme esclarece Guilherme de Souza Nucci (2014), o flagrante poderá
ser forjado, constituindo-se, assim, um fato atípico, pois o agente não quis agir daquela
forma; em flagrante esperado, nos casos em que houver a iminência da prática do crime;
e, ainda, flagrante diferido, nos casos em que a autoridade policial retarda a possibilidade
do flagrante delito, com o escopo de colher maiores informações acerca do caso.
O artigo 310, do Código de Processo Penal, dispõe acerca de determinadas
24
Ainda, o artigo 306, do Código de Processo Penal, dispõe que "A prisão de
qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada".
Por consequência, vale ressaltar que, uma vez recebido o auto de prisão em
flagrante, caberá ao magistrado efetuar uma análise minuciosa no referido instrumento,
de modo que a prisão ilegal seja relaxada, seja convertida a prisão em flagrante em prisão
preventiva, ou efetue a concessão da liberdade provisória. Tudo conforme dispõe o artigo
310, do Código de Processo Penal:
Para Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves (2012, p.
371), o auto de prisão em flagrante "É o documento elaborado sob a presidência da
autoridade policial a quem foi apresentada a pessoa presa em flagrante e no qual
constam as circunstâncias do delito e da prisão".
Ainda, não se pode esquecer que conforme ensina Norberto Avena (2015, p.
1.001), o auto de prisão em flagrante incumbirá "[...] à autoridade policial do local onde
for realizada a prisão, a qual não será, necessariamente, a do 1 lugar em que foi
perpetrada a infração penal".
25
Salienta-se que o artigo 5.º, inciso LIV, da Constituição Federal, dispõe que
"ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal".
O autor Pedro Lenza (2009, p. 713) explica que:
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Corolário a este princípio, asseguram-se aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral o contraditório e a ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes.
O autor Norberto Avena (2015, p. 23) dispõe sobre o tema, esclarecendo que a
inobservância do devido processo legal poderá acarretar, inclusive, a nulidade de atos
processuais.
Portanto, não paira dúvida de que o princípio do devido processo legal se mostra
de fundamental importância, eis que a sua inobservância poderá acarretar, inclusive, a
nulidade do processo.
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http://justificando.com/2015/03/03/na-serie-audiencia-de-custodia-conceito-previsao-normativa-e-
finalidades/
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medida extrema que se aplica somente nos casos expressos em lei e quando a hipótese
não comportar nenhuma das medidas cautelares alternativas.
Desta feita, visa o combate à superlotação carcerária, já que a apresentação
imediata da pessoa detida ao juiz possibilita a apreciação da legalidade da prisão,
minimizando portanto, a possibilidade de prisões manifestamente ilegais, bem como a
repressão de práticas de tortura no momento em que ela é realizada. Desta forma,
assegura àqueles submetidos à custódia estatal o direito à integridade física e
psicológica.
A não observância da realização da audiência de custódia na esfera nacional,
conforme Badaró citado na obra de Alfen e Andrade (2016, p. 124), torna a prisão ilegal,
sendo digna de relaxamento. “A realização da chamada audiência de custódia é etapa
procedimental essencial para a legalidade da prisão. [...] A ilegalidade da prisão que não
observe tal regra é evidente e a mesma deverá ser imediatamente relaxada”.
Assim, o entendimento da jurisprudência da Corte Intermericana de Direitos
Humanos é pacífico no sentido de que caso não ocorra a condução do preso à autoridade
judicial competente sem demora, as consequências seriam: se procede a apresentação
imediata ao juiz, esteja sem processo ou em investigação; ou se coloca o preso em
liberdade prontamente, conforme Alfen e Andrade (2016, p. 90).
Tem o início com o fogo ardendo (está cometendo a infração penal – inc. I), passa
por uma diminuição de chama (acaba de cometê-la – inc. II), depois para a
perseguição direcionada pela fumaça deixada pela infração penal (inc. – III) e,
por último, termina com o encontro das cinzas ocasionadas pela infração penal
(é encontrado logo depois – inc. IV).
A luz desse entendimento como cita Andrade e Alflen (2016, p. 139): “Tal
disposição se restringiu a fazer menção a hipótese de flagrante-delito, dando a entender,
à primeira vista, que não teria abarcado as demais espécies de prisões cautelares
previstas na ordem processual penal vigente, a exemplo da prisão preventiva”
Portanto deixa clara a intenção da resolução 213 da CNJ em apenas designar
apresentação do preso a audiência de custodia somente nos casos de prisão em
flagrante, assim continua: “[...] não se admitindo, em nenhuma circunstância, sua
realização nos casos em que a privação da liberdade se desse em virtude de qualquer
outra prisão cautelar ou até mesmo definitiva, conforme Andrade e Alfen (2016, p. 139).
No mesmo sentido se mostra clara a flexibilização da Resolução com exceções
que podem ocorrer em casos concretos e os Tribunais superiores, já decidem que mesmo
sendo o prazo de vinte e quatro horas não atendido, e extrapolado em algumas horas,
isso não configuraria prejuízo aos direitos do acusado, e classificam o caso como “mera
irregularidade” portanto nesse sentido entende os Tribunais em suas jurisprudências:
[...] não pode ela [a confissão da pessoa presa na audiência de custódia] ser
considerada prova irrepetível, pois o réu terá, obrigatoriamente, disponibilizada a
oportunidade de ser interrogado em juízo quando da ação penal oferecida. Ele
não perde seus direitos processuais fundamentais por ter agora declarado, ainda
que fuja – ou seja, revel –, pois o direito ao interrogatório remanescerá, inclusive
em sede de apelação nos termos do artigo 616 do Código de Processo Penal [...].
5
http://emporiododireito.com.br/audiencia-de-custodia-limites-a-oitiva-do-preso-por-fernanda-teixeira-de-
medeiros/
38
Todo preso tem direito a sua defesa, isto está vinculado ao anteriormente citado
princípio fundamental da ampla defesa, portanto sobre esta ótica o direito a defesa está
baseado nos preceitos fundamentais da Constituição Federal.
Nesse mesmo compasso a Resolução 213 do CNJ garante ao preso esta
representação e determina que sejam notificados o advogado do preso, “por meios
comuns”, para que tome ciência e compareça a audiência, isso ocorre antes mesmo da
lavratura do auto de prisão, cita assim o art. 5o da mesma:
Art. 10. A aplicação da medida cautelar diversa da prisão prevista no art. 319,
inciso IX, do Código de Processo Penal, será excepcional e determinada apenas
quando demonstrada a impossibilidade de concessão da liberdade provisória
sem cautelar ou de aplicação de outra medida cautelar menos gravosa,
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Porém o CPP não discorre sobre o prazo máximo que a prisão preventiva poderá
ter, sendo a mesma propensa a revogação ou prolongamento da decisão e deixa assim
a critério do juiz ou autoridade judicial para motivadamente o faze-lo.
Essa decisão motivada poderá ser sentenciada com o objetivo de garantir a
ordem pública ou econômica, por estar atento e conveniente a instrução criminal, se a
mesma tiver provas e fortes indícios de autoria do crime, resguardando a aplicação da lei
penal.
Poderá ainda o juiz ou autoridade judicial, se vislumbrado com descumprimento
de medidas cautelares existentes, definir por adotar esse tipo de medida.
Na falta de qualquer desses requisitos, e embasado pelo artigo 321 do CPP,
devera o juiz ou autoridade judicial, garantir o direito à liberdade provisória do preso, e se
necessária impor medidas cautelares.
Tais medidas cautelares, as chamadas alternativas penais provenientes do artigo
319 do CPP deverão estar de acordo com a necessidade e real adequação, proferidas
com prazo a serem reavaliadas em tempo oportuno, o dispositivo artigo 9o da referida
Resolução é explicativo neste sentido;
8 ANÁLISE JURISPRUDENCIAL
6
JUSBRASIL. Tribunal de Justiça do Piauí. Habeas Corpus n.º 00032288320158180000. Disponível em:
<http://tj-pi.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/292085580/habeas-corpus-hc-32288320158180000-pi-
201500010032284>. Acesso em: 16 out. 2016.
45
7
JUSBRASIL. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Apelação Cível n.º 04025336820148190001.
Disponível em: <http://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/275017152/apelacao-apl-
4025336820148190001-rj-0402533-6820148190001>. Acesso em: 16 out. 2016.
8
JUSBRASIL. Tribunal de Justiça do Paraná. Habeas Corpus n.º 13313358. Disponível em: <http://tj-
pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/190536253/habeas-corpus-hc-13313358-pr-1331335-8-acordao>.
Acesso em: 16 out. 2016.
46
Brasil, é objeto do Projeto de Lei do Senado, o PLS 554 de 2011, que tem por
finalidade a alteração do § 1º, do artigo 306 do Código de Processo Penal, para,
instituindo a audiência de custódia, determinar o prazo de vinte e quatro horas
para a apresentação do preso à autoridade judicial, após efetivada sua prisão em
flagrante.9
9
JUSBRASIL. Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Habeas Corpus n.º 00489103420158190000.
Disponível em: <http://tj-rj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/364014968/habeas-corpus-hc-
489103420158190000-rio-de-janeiro-belford-roxo-1-vara-criminal>. Acesso em: 16 out. 2016.
10
JUSBRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Habeas Corpus n.º 20150020158608. Disponível
em: <http://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/201851154/habeas-corpus-hbc-20150020158608>. Acesso
em: 18 out. 2016.
47
11
JUSBRASIL. Tribunal de Justiça do Paraná. Habeas Corpus n.º 15024092. Disponível em: <http://tj-
pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/322914243/habeas-corpus-hc-15024092-pr-1502409-2-acordao>.
Acesso em: 16 out. 2016.
12
JUSBRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus n.º 330532. Disponível em:
<http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/266512942/habeas-corpus-hc-330532-sp-2015-0173977-8>.
Acesso em: 18 out. 2016.
48
maneira favorável sobre o tema, nos casos em que o instituto da audiência de custódia
não tenha sido implementada de maneira efetiva.
13
JUSBRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Ordinário em Habeas Corpus n.º 63424. Disponível
em: <http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/329305557/recurso-ordinario-em-habeas-corpus-rhc-63424-
mg-2015-0214377-3>. Acesso em: 18 out. 2016.
49
14
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/80037-parana-podera-economizar-r-75-milhoes-ao-ano-com-
audiencia-de-custodia.
51
10 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AVENA, Norberto. Processo penal esquematizado. 7. ed. São Paulo: Método, 2015.
JUSBRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus n.º 330532. Disponível em:
<http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/266512942/habeas-corpus-hc-330532-sp-
2015-0173977-8>. Acesso em: 18 out. 2016.
_____. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Ordinário em Habeas Corpus n.º 63424.
Disponível em: <http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/329305557/recurso-ordinario-
em-habeas-corpus-rhc-63424-mg-2015-0214377-3>. Acesso em: 18 out. 2016.
_____. Tribunal de Justiça do Paraná. Habeas Corpus n.º 13313358. Disponível em:
<http://tj-pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/190536253/habeas-corpus-hc-13313358-pr-
1331335-8-acordao>. Acesso em: 16 out. 2016.
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53
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NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 5. ed. rev.,
atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
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PIOVESAN, Flá via, Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. São Paulo:
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da-implantacao-da-audiencia-de-custodia-no-brasil.
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fernanda-teixeira-de-medeiros/.
http://justificando.com/2015/03/03/na-serie-audiencia-de-custodia-conceito-previsao-
normativa-e-finalidades/.
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=299385.
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/102115.