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REVISTA ENGENHARIAS E ARQUITETURA

vol. X N. X
(2012) ISSN 1647-7308
http://revistas.ua.pt//index.php/ilcj/index

SOFTWARE PARA DIMENSIONAMENTO DE PILARES


RETANGULARES EM CONCRETO ARMADO

SOFTWARE FOR DIMENSIONING RECTANGULAR PILLARS IN ARMED CONCRETE

theus Oliveira Fernandes 1 1, Artur Lenz Sartorti 2 2

Resumo: A pesquisa consistiu na elaboração de uma ferramenta computacional para


dimensionamento de pilares retangulares (λ≤90) em concreto armado denominada iColumn.
A linguagem de programação utilizada foi o Visual Basic com auxílio da IDE Visual Studio 2017.
A ferramenta dimensiona tais elementos estruturais a partir de dados informados pelo
usuário, seguindo critérios da NBR 6118:2014. A partir da pesquisa foi possível também a
elaboração de ábacos adimensionais para flexão composta normal e oblíqua, o que é
necessário para determinação da coerência e efetividade do código fonte. Os resultados
obtidos pelo iColumn foram comparados com pesquisa já existente e com resultados de um
software comercial. Os ábacos adimensionais existentes e os elaborados pela pesquisa
apresentaram alta semelhança, sendo os últimos de maior aplicabilidade e inovadores.
Quando comparado os resultados de dimensionamento e detalhamento emitidos para três
pilares, o iColumn apresentou resultados semelhantes aos do software Eberick. Apresentando
assim o software um bom desempenho, validado por análises comparativas.

Palavras-chave: concreto armado, ábacos, flexão composta.

Abstract: The research consisted in the elaboration of a computational tool for dimensioning
rectangular pillars in reinforced concrete called iColumn. The programming language used was
Visual Basic with the help of the IDE Visual Studio 2017. A data scaling tool was used to
understand user data, following the criterion of NBR 6118: 2014. From the date of the search
also an adaptation was made for normal and oblique flexion, which is necessary for the
determination of the coherence and effectiveness of the source code. The results were
compared with the existing research and the results of commercial software. The existing
dimensionless abacuses and those elaborated by the research are of high similarity, being the
last ones of greater applicability and innovators. When we compared the sizing and detailing
results issued for three pillars, iColumn obtained results. Thus, presenting the software a good
performance.

Keywords: armed concrete, abacuses, composite bending.

1 Atividade profissional ou acadêmica, instituição, 0000-000 Local, País. E-mail:;


2
Atividade profissional ou acadêmica, instituição, 0000-000 Local, País. E-mail:;
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1 INTRODUÇÃO

Em geral as estruturas convencionais em concreto armado utilizam pilares para a


transferência de esforços, até que tais esforços sejam finalmente destinados aos elementos
de fundação. A sua importância na distribuição dos esforços e na estabilidade global da
estrutura, requer que tal elemento estrutural seja dimensionado de forma correta e segura.
De acordo com KIMURA [1], pilar é um elemento estrutural linear que se encontra
disposto na vertical e que se encontra predominantemente comprimido. KIMURA [1], destaca
que um pilar apresenta funções como a resistência a esforços verticais e transmissão dos
mesmo até os elementos de fundação, resistência as solicitações oriundas de esforços
horizontais e a contribuição do mesmo para a estabilidade global de uma estrutura.
Segundo SANTOS [2], o dimensionamento e verificação de peças em concreto armado
que estão submetidas a flexão composta normal tem sido feita com uso de fórmulas
desenvolvidas para seções fixas, em geral seções retangulares e circulares. A complexidade do
dimensionamento de peças de concreto armado submetidas a flexão composta normal é
menor quando comparada a complexidade de dimensionamento de peças de concreto
armado submetidas a flexão composta oblíqua. Fato que se explica pela fácil determinação da
posição da linha neutra na flexão composta normal, pois a mesma em caso de peças simétricas
se encontrará sem inclinação.
Conforme SANTOS [3], a dificuldade do dimensionamento de peças de concreto
armado submetidas à flexão oblíqua se dá pela não existência de ortogonalidade entre o plano
de momento e a linha neutra, esta última deverá ter sua posição definida variando-se os
valores de inclinação e profundidade da mesma. A configuração ideal igualará dentro de uma
certa tolerância os valores resistivos e de cálculo.
A pesquisa desenvolvida trata de um estudo sobre o dimensionamento de pilares
retangulares sujeitos a flexão composta oblíqua e normal. Que teve como objetivo principal a
elaboração do software iColumn, que verifica seções retangulares de concreto armado e
dimensiona pilares no máximo medianamente esbeltos conforme normatização atual. Como
consequência da pesquisa houve também a elaboração de materiais (ábacos) que auxiliam no
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dimensionamento manual de seções retangulares submetidas a flexão composta normal e


oblíqua.

2 METODOLOGIA

O software desenvolvido funciona como um combo de dimensionamento de pilares


vinculados nas duas extremidades onde o usuário pode dimensionar e detalhar pilares,
verificar seções retangulares e consultar ábacos de flexão composta normal e oblíqua. Esta
última funcionalidade é feita com auxílio do Microsoft Excel. A linguagem de programação
utilizada para a elaboração da ferramenta foi Visual Basic através da IDE Visual Studio 2017.

Figura 1 – Visão geral iColumn


Fonte: Autor, 2018.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES

Os pilares em concreto armado podem ser classificados de acordo com sua posição em
planta e quanto a sua esbeltez.
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2.1.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A POSIÇÃO

Segundo ALVA et al. [4], os pilares podem ser classificados de acordo com sua posição
na planta de forma em: pilares intermediários ou de centro, pilares de extremidade ou de
borda, e pilares de canto. Tal classificação permite definir de forma simplificada o tipo de
solicitação que está sendo imposta ao elemento estrutural.

2.1.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ESBELTEZ

Quanto a esbeltez os pilares podem ser classificados em: pilares curtos (λ≤λ1), pilares
medianamente esbeltos (λ1<λ≤90), pilares esbeltos (90<λ≤ 140) ou muito esbeltos e pilares
excessivamente esbeltos (140<λ≤ 200). Segundo a NBR 6118:2014 [5], o índice de esbeltez de
um pilar de concreto armado é a razão entre seu comprimento equivalente e o raio de giração
da seção. Para seções de pilares retangulares a esbeltez é definida pela Equação 1.

𝑙𝑙𝑒𝑒 . √12
𝜆𝜆 = (1)

Sendo: le a distância entre as faces internas dos elementos que vinculam o pilar; h a altura da
seção transversal do pilar na direção considerada.

De acordo com a NBR 6118:2014 [5], a classificação dos pilares quanto a esbeltez deve
ser feito em relação ao coeficiente λ1, definido pela Equação 2.

𝑒𝑒1
25 + 12,5.
𝜆𝜆1 = 35 ≤ ℎ ≤ 90 (2)
𝛼𝛼𝑏𝑏

Sendo: e1 a excentricidade de primeira ordem.

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O coeficiente αb é obtido por meio de considerações normativas que também são


consideradas pela ferramenta desenvolvida. O iColumn considera também a atuação de
cargas transversais no pilar, o que influenciará no coeficiente αb.

Figura 2 – Consideração de cargas transversais iColumn


Fonte: Autor, 2018.

2.2 EXCENTRICIDADES

A ferramenta desenvolvida considera as seguintes excentricidades: iniciais, acidentais,


de segunda ordem e mínimas. A determinação de todas as excentricidades é feita de forma
rigorosa pela ferramenta, conforme normatização. Os esforços informados pelo usuário
determinam de forma direta tais excentricidades.

Figura 3 – Consideração dos esforços solicitantes iColumn


Fonte: Autor (2018).

Os métodos utilizados pela ferramenta para consideração dos efeitos de segunda


ordem são: método do pilar-padrão com curvatura aproximada e o método do pilar padrão

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com rigidez κ aproximada. O último está disponível na ferramenta apenas para pilares
intermediários.

Figura 4 – Consideração dos efeitos de segunda ordem iColumn


Fonte: Autor (2018).

2.3 PROCESSO COMPUTACIONAL PARA DETERMINAÇÃO DA TAXA MECÂNICA DE ARMADURA EM CASO DE


FLEXÃO COMPOSTA NORMAL EM SEÇÕES RETANGULARES

A taxa mecânica de armadura define o valor da área de aço necessária para um pilar e
é definida pela Equação 3.
𝐴𝐴𝐴𝐴. 𝑓𝑓𝑦𝑦𝑦𝑦
𝜔𝜔 = (3)
𝐴𝐴𝐴𝐴. 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐

Sendo: As a área de aço calculada para o pilar; Ac a área da seção transversal; fyd a tensão de
escoamento de cálculo do aço (para CA-50 A vale 43,478 kN/cm²); fcd a resistência compressão
de cálculo do concreto.

De acordo com VENTURINI e RODRIGUES [6], é admitido ao concreto, no estado limite


último, uma relação tensão/deformação no concreto que é representada por um diagrama
parábola-retângulo.
Conforme VENTURINI e RODRIGUES [6], a ferramenta desenvolvida também considera
para tensões e deformações de compressão o sinal negativo e para tensões e deformações de
tração, sinal positivo.

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Figura 5 - Diagrama parábola-retângulo


Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014, 2014.

O software considera o diagrama simplificado que é representado por apenas um


trecho retangular (λ.x) com tensão constante. Tal simplificação torna a rotina de cálculo mais
simples, reduzindo o tempo de execução do algoritmo.

Figura 6 - Digrama tensão/deformação aço CA50-A


Fonte: Adaptado de NBR 6118:2014, 2014.

O roteiro para determinação da taxa mecânica de armadura executado pela


ferramenta desenvolvida segue os seguintes passos:

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a. Adota-se uma profundidade inicial para a linha neutra (0,001 cm).


b. Para esta profundidade o iColumn identifica o domínio de deformação e determina
as deformações existentes nas barras de aço e consequentemente suas respectivas
tensões.
c. Iguala-se a equação normal adimensional resistente ao valor da normal
adimensional de cálculo e isola-se o valor de ω.
d. Com o valor de ω, calcula-se o valor do momento resistente com uso da equação
de equilíbrio do momento adimensional.
e. Verifica-se se o valor do momento adimensional resistente calculado no item
anterior está abaixo da tolerância de 0,01% em relação ao momento adimensional
de cálculo. Caso respeite a tolerância, o valor obtido de ω é o procurado, caso
contrário retorna-se ao primeiro passo com uma nova profundidade da linha
neutra (a ferramenta soma mais 0,001 cm a última profundidade da linha neutra).
O iColumn possibilita ao usuário a consideração de qualquer arranjo simétrico para a
seção de um pilar. Possibilitando também um preview do arranjo em tempo real.

Figura 7– Escolha do arranjo de um pilar iColumn


Fonte: Autor, 2018.

2.3.1 DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÕES E EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO

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De acordo VENTURINI e RODRIGUES [6], o problema das deformações pode ser


analisado com uso de três regiões: Região I, Região II, Região III. A posição da linha neutra
definirá em qual região a peça se encontra.
Os valores de εcu e εc2 são obtidos com uso das Equações 4, 5 e 6.
• Concretos C20-C50:
𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 = −0,35% 𝑒𝑒 𝜀𝜀𝑐𝑐2 = −0,2 % (4)
• Concretos C55-C90:

𝜀𝜀𝑐𝑐2 = −(0,2% + 0,0085%. (𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 − 50)0,53 ) 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 (5)

90 − 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 4
𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 = − �0,26% + 3,5%. � � � 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 (6)
100

O coeficiente 𝛽𝛽𝑥𝑥 define os limites entre as regiões (usa-se valores positivos para
deformações):
𝛽𝛽𝑥𝑥 = 𝑥𝑥/𝑑𝑑 (7)

• Região 1 ( 0 < 𝛽𝛽𝑥𝑥 < (𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀/(0.01 + 𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀) );


• Região 2 ( (𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀/(0.01 + 𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀𝜀) ≤ 𝛽𝛽𝑥𝑥 < (ℎ/𝑑𝑑) );
• Região 3 ( 𝛽𝛽𝑥𝑥 ≥ (ℎ/𝑑𝑑) ).

Figura 8 - Deformações na Região I (domínio 2)


Fonte: Autor, 2018.

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Aplicando-se regra de três simples o valor de qualquer deformação na Região I


(domínio 2) pode ser obtido pela Equação 8.
1%. (𝑑𝑑𝑖𝑖 − 𝑥𝑥)
𝜀𝜀𝑖𝑖 = (8)
𝑑𝑑 − 𝑥𝑥
A tensão no aço é obtida pelo produto da deformação encontrada pelo módulo de
elasticidade do aço CA50-A que vale 21000 kN/cm².
Á Região II pertence os domínios 3,4 e 4a.

Figura 9 - Deformações na Região II


Fonte: Autor, 2018.

Aplicando-se regra de três simples o valor de qualquer deformação na Região II é


obtido pela Equação 9.
𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 . (𝑑𝑑𝑖𝑖 − 𝑥𝑥)
𝜀𝜀𝑖𝑖 = (9)
𝑥𝑥
A Região III corresponde ao domínio 5.

Figura 10 - Deformações na Região III


Fonte: Autor, 2018.
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Aplicando-se regra de três simples o valor de qualquer deformação na Região III é


obtido com uso da Equação 10.
−𝜀𝜀𝑐𝑐2 . (𝑥𝑥 − 𝑑𝑑𝑖𝑖 )
𝜀𝜀𝑖𝑖 = 𝜀𝜀 − 𝜀𝜀 (10)
𝑥𝑥 − 𝑐𝑐𝑐𝑐𝜀𝜀 𝑐𝑐2 . ℎ
𝑐𝑐𝑐𝑐

Para seções submetidas a flexão normal composta as equações de equilíbrio são


definidas pelas Equações 11 e 12.
𝑛𝑛

𝑁𝑁𝑟𝑟 = � 𝜎𝜎𝑐𝑐 𝑑𝑑𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 + � 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝐴𝐴𝑠𝑠𝑠𝑠 (11)


𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑖𝑖=1
𝑛𝑛

𝑀𝑀𝑟𝑟 = � 𝜎𝜎𝑐𝑐 . 𝑦𝑦 𝑑𝑑𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 + � 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝐴𝐴𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝑦𝑦𝑖𝑖 (12)


𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑖𝑖=1

Sendo: Acc a área comprimida de concreto; σc a tensão resistente de compressão do concreto;


σsi a tensão em uma barra de aço qualquer; Asi a área de uma barra de aço qualquer; yi a
distância do centro de gravidade de uma barra qualquer ao centro de gravidade da seção; y a
distância de um elemento infinitesimal de concreto ao baricentro da seção.

Será utilizado o diagrama simplificado para determinação da parcela de resistência do


concreto a compressão. O coeficiente λ que determina a profundidade da linha neutra é
obtido pela Equação 13.
𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 − 50
𝜆𝜆 = 0,8 − ≤ 0,8 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀 (13)
400

As Equações adimensionais finais, assim como os termos necessários para o processo


de dedução são definidos pelas Equações 14, 15, 16, 17 e 18. O processo se dá pela divisão
dos termos da Equação 11 por 𝐴𝐴𝐴𝐴. 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 e da Equação 12 por 𝐴𝐴𝐴𝐴. ℎ. 𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓.

ℎ 𝜆𝜆. 𝑥𝑥 𝑛𝑛
𝜆𝜆. 𝑥𝑥. �2 − 2 � . 𝛼𝛼𝑐𝑐 𝜔𝜔 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝑦𝑦𝑖𝑖
µ= + .� (14)
ℎ² 𝑓𝑓𝑦𝑦𝑦𝑦 . 𝑛𝑛 ℎ
𝑖𝑖=1

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𝑛𝑛
−𝜆𝜆. 𝑥𝑥. 𝛼𝛼𝑐𝑐 𝜔𝜔
𝜈𝜈 = + . � 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 (15)
ℎ 𝑓𝑓𝑦𝑦𝑦𝑦 . 𝑛𝑛
𝑖𝑖=1

𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝛼𝛼𝑐𝑐 . 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 (16)


𝜔𝜔. ℎ. 𝑏𝑏. 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐
𝐴𝐴𝑠𝑠𝑠𝑠 = (17)
𝑓𝑓𝑦𝑦𝑦𝑦 . 𝑛𝑛

𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 − 50 (18)
𝛼𝛼𝑐𝑐 = 0,85. �1 − � ≤ 0,85 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑒𝑒𝑒𝑒 𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀𝑀
200

Sendo: x a profundidade da linha neutra; b a base da seção transversal na direção considerada;


n o número total de barras.

2.4 PROCESSO COMPUTACIONAL PARA DETERMINAÇÃO DA TAXA MECÂNICA DE ARMADURA EM CASO DE


FLEXÃO COMPOSTA NORMAL EM SEÇÕES RETANGULARES

Conforme SANTOS [3] denomina-se a flexão como oblíqua quando não se conhece
previamente a direção da linha neutra. Segundo o autor a flexão sempre será oblíqua quando
a seção transversal não apresentar eixo de simetria.
A NBR 6118:2014 [5], especifica que em caso da largura da seção, medida de forma
paralela a linha neutra, apresente redução no sentido desta para a borda comprimida
considere-se a Equação 19.
𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,9. 𝛼𝛼𝑐𝑐 . 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 (19)

Figura 11 - Exemplos largura de seção reduzida no sentida da borda comprimida


Fonte: Autor, 2018.
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Conforme SANTOS [3], a ferramenta desenvolvida também considera para tensões e


deformações de compressão o sinal positivo e para tensões e deformações de tração, sinal
negativo. Essa adoção é contrária a adoção feita nas considerações sobre flexão composta
normal.
Devido à alta complexidade de uma resolução geral para a flexão composta oblíqua a
ferramenta utiliza-se do diagrama retangular simplificado para todas as classes de concreto
(C20-C90).
A rotina para determinação da taxa mecânica de armadura é descrita:
a. Adota-se uma inclinação inicial para a linha neutra;
b. Para esta inclinação varia-se a profundidade da linha neutra e determina-se as
deformações e tensões atuantes na armadura;
c. Um valor de taxa mecânica de armadura é calculado igualando-se a equação de
momento adimensional resistente ao momento adimensional solicitante de
cálculo em y;
d. Verifica-se se o valor do momento resistente em x atende a uma tolerância já
definida em relação ao momento adimensional de cálculo em x. O mesmo é feito
para o valor da normal adimensional resistente em relação ao valor da normal
adimensional de cálculo;
e. Verifica-se se o valor do momento resistente em x atende a uma tolerância já
definida em relação ao momento adimensional de cálculo em x. O mesmo é feito
para o valor da normal adimensional resistente em relação ao valor da normal
adimensional de cálculo; caso ambas as verificações atendam as tolerâncias, o
valor atual da taxa mecânica de armadura calculado é o valor que atende as
solicitações impostas. Caso contrário retorna-se ao primeiro passo somando-se
0,01 a inclinação anterior da linha neutra e zera-se a profundidade da linha neutra.

2.4.1 DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÕES E EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO

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O problema de determinação das deformações na flexão oblíqua não é tão simples.


Para cada inclinação da linha neutra haverá uma nova altura útil e uma nova altura da seção,
o que também é válido para a posição das barras. SANTOS [3], utiliza do conceito de curvatura
para determinação das deformações conforme a inclinação da linha neutra e sua
profundidade. Nesta pesquisa optou-se por utilizar um processo mais simples: rotaciona-se o
sistema calculando-se uma nova altura da seção e uma nova altura útil para cada barra de aço.
Agora a situação se torna semelhante a flexão composta normal.
O valor da altura (h) da seção para uma determinada inclinação α vale:

ℎ𝑦𝑦 ℎ𝑥𝑥
ℎ = 2. � . cos(𝛼𝛼) − �− . 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝛼𝛼)�� (20)
2 2

Figura 12 - Seção submetida a flexão composta oblíqua (adotado pelo software)


Fonte: Autor, 2018.

O valor da altura útil (d) da seção é dado pela posição da barra inferior direita e para
uma determinada inclinação α vale:

ℎ ℎ𝑦𝑦 ℎ𝑥𝑥
𝑑𝑑 = − ��− + 𝑑𝑑′ 𝑦𝑦 � . cos(𝛼𝛼) − � − 𝑑𝑑′ 𝑥𝑥 � . sen(𝛼𝛼)� (21)
2 2 2

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O valor da altura útil de cada barra de aço vale:


𝑑𝑑𝑖𝑖 = − �𝑦𝑦𝑖𝑖 . cos(𝛼𝛼) − 𝑥𝑥𝑖𝑖 . 𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝛼𝛼)� (22)
2

As regiões de deformações sãos as mesmas definidas no caso de flexão composta


normal.
O valor de qualquer deformação na Região I (domínio 2), II e II pode ser obtido pela
Equações 23,24 e 25 respectivamente. Os valores de 𝜀𝜀𝑐𝑐2 e 𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 são os mesmos apresentados
no caso de flexão composta normal, mas de sinais contrários.

𝜀𝜀𝑖𝑖 = [−1%. (𝑑𝑑𝑖𝑖 − 𝑥𝑥)]/(𝑑𝑑 − 𝑥𝑥) (23)

𝜀𝜀𝑖𝑖 = [−𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 . (𝑑𝑑𝑖𝑖 − 𝑥𝑥)]/𝑥𝑥 (24)

𝜀𝜀𝑖𝑖 = [𝜀𝜀𝑐𝑐2 . (𝑥𝑥 − 𝑑𝑑𝑖𝑖 )]/[𝑥𝑥 − (𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 −𝜀𝜀𝑐𝑐2 ). ℎ/𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 ] (25)

Para seções submetidas a flexão composta oblíqua as equações de equilíbrio são


definidas pelas Equações 26, 27 e 28.
𝑛𝑛

𝑁𝑁𝑟𝑟 = � 𝜎𝜎𝑐𝑐 𝑑𝑑𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 + � 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝐴𝐴𝑠𝑠𝑠𝑠 (26)


𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑖𝑖=1
𝑛𝑛

𝑀𝑀𝑥𝑥𝑥𝑥 = � 𝜎𝜎𝑐𝑐 . 𝑥𝑥 𝑑𝑑𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 + � 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝐴𝐴𝑠𝑠𝑠𝑠. 𝑥𝑥𝑠𝑠𝑠𝑠 (27)


𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑖𝑖=1
𝑛𝑛

𝑀𝑀𝑦𝑦𝑦𝑦 = � 𝜎𝜎𝑐𝑐 . 𝑦𝑦 𝑑𝑑𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 + � 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝐴𝐴𝑠𝑠𝑠𝑠. 𝑦𝑦𝑠𝑠𝑠𝑠 (28)


𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴𝐴 𝑖𝑖=1

Sendo: Acc a área comprimida de concreto; σc a tensão resistente de compressão do concreto;


σsi a tensão em uma barra de aço qualquer; Asi a área de uma barra de aço qualquer; ysi e xsi
as distâncias do centro de gravidade de uma barra qualquer em x e y ao centro de gravidade.

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Será utilizado o diagrama simplificado para determinação da parcela de resistência do


concreto a compressão e ao momento.
O processo de dedução das equações adimensionais finais é análogo ao caso de flexão
composta normal; há termos semelhantes. As equações adimensionais finais assim como os
termos necessários para a dedução estão dispostos nas Equações 29, 30, 31, 32 e 33.
𝑛𝑛
0,9. 𝛼𝛼𝑐𝑐 . 𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 𝜔𝜔
𝜈𝜈 = + . � 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 (29)
ℎ𝑥𝑥 . ℎ𝑦𝑦 𝑓𝑓𝑦𝑦𝑦𝑦 . 𝑛𝑛
𝑖𝑖=1
𝑛𝑛
0,9. 𝛼𝛼𝑐𝑐 . 𝑆𝑆𝑦𝑦𝑦𝑦 𝜔𝜔 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝑥𝑥𝑠𝑠𝑠𝑠
µ𝑥𝑥 = + . � (30)
ℎ𝑥𝑥2 . ℎ𝑦𝑦 𝑓𝑓𝑦𝑦𝑦𝑦 . 𝑛𝑛 ℎ𝑥𝑥
𝑖𝑖=1
𝑛𝑛
0,9. 𝛼𝛼𝑐𝑐 . 𝑆𝑆𝑥𝑥𝑥𝑥 𝜔𝜔 𝜎𝜎𝑠𝑠𝑠𝑠 . 𝑦𝑦𝑠𝑠𝑠𝑠
µ𝑦𝑦 = 2
+ .�
ℎ𝑦𝑦 . ℎ𝑥𝑥 𝑓𝑓𝑦𝑦𝑦𝑦 . 𝑛𝑛 ℎ𝑦𝑦 (31)
𝑖𝑖=1
𝑛𝑛
1
𝑆𝑆𝑥𝑥𝑥𝑥 = . �(𝑦𝑦𝑖𝑖 + 𝑦𝑦𝑖𝑖+1 ). (𝑥𝑥𝑖𝑖. 𝑦𝑦𝑖𝑖+1 − 𝑥𝑥𝑖𝑖+1. 𝑦𝑦𝑖𝑖 ) (32)
6
𝑖𝑖=1
𝑛𝑛
1
𝑆𝑆𝑦𝑦𝑦𝑦 = . �(𝑥𝑥𝑖𝑖 + 𝑥𝑥𝑖𝑖+1 ). (𝑥𝑥𝑖𝑖. 𝑦𝑦𝑖𝑖+1 − 𝑥𝑥𝑖𝑖+1. 𝑦𝑦𝑖𝑖 ) (33)
6
𝑖𝑖=1

Sendo: Syc e Sxc os momentos estáticos da área comprimida de concreto em y e x


respectivamente.

3 RESULTADOS

O primeiro resultado foi a geração de ábacos, para flexão composta normal e oblíqua.
Havendo uma comparação entre ábacos existentes e elaborados pela pesquisa, com o
objetivo de reforçar a qualidade do código que determina a taxa mecânica de armadura,
conforme Figura 14. A segunda análise foi a comparação de resultados referentes ao
dimensionamento de três pilares de uma estrutura modela no software Eberick. Os dados de
solicitações necessários para inserção no iColumn foram obtidos pela análise dos esforços na
estrutura através do processo de pórtico espacial via software Eberick. Os resultados de

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dimensionamento dos três pilares para os dois softwares são exibidos na Figura 14. A
ferramenta possibilita ao usuário a visualização da situação crítica de dimensionamento, a que
gerou o maior valor de taxa mecânica de armadura.

Tabela 1: Dados pilares analisados

SEÇÃO DMC SEGUNDA


PILAR TIPO fck (Mpa) DMC (mm) CAA
(cm) (mm) ORDEM

P1 20x40 19 CANTO 25 19 II CA
P2 20x50 19 EXTREMIDADE 25 19 II CA
P3 20x50 19 INTERMEDIÁRIO 25 19 II RA

Mkx Mkx lex


PILAR Mky TOPO Mky BASE Nk (kN) ley (cm)
TOPO BASE (cm)

P1 -3067,14 1357,14 -461,43 252,86 153,85 400 400


P2 1514,28 -922,86 0 0 193,07 500 500
P3 0 0 0 0 595,07 500 500
RA: MÉTODO DA RIGIDEZ KAPPA APROXIMADA, CA: MÉTODO DA CURVATURA APROXIMADA. MOMENTO (kN.cm)

Fonte: Autor, 2018.

Figura 13 – Inserção de dados no iColumn para a segunda análise


Fonte: Autor, 2018.

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ÁBACO 17-A PINHEIRO et. al. [7]

ÁBACO A-10 VENTURINI e RODRIGUES [6]

2,6
ν
2,4

2,2

2,0
LIM. 4A/5
1,8 LIM. 4/4A

1,6

1,4

1,2

1,0

0,8
1.5 1.7 LIM 3/4
1.1 1.3
0,6 0.9
0.5 0.7
0.1 0.3
0,4

0,2
µ
0,0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
0,2

0,4

0,6 LIM 2/3

0,8

1,0

1,2

1,4
LIM 1/2
1,6

1,8

Figura 14 - Comparação entre ábacos existentes (esquerda) e elaborados pela pesquisa (direita), FCO e FCN
Fonte: Adaptado de PINHEIRO et. al. [7] e VENTURINI e RODRIGUES [6], 2018

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Figura 15 - Resultados iColumn e Eberick e situações críticas de dimensionamento via iColumn


Fonte: Autor, 2018

4 ANÁLISE DE RESULTADOS

Os resultados obtidos apresentaram-se bastante semelhantes quando os ábacos


próprios da pesquisa foram comparados aos ábacos existentes. Os ábacos para flexão
composta oblíqua propostos atualmente são apenas para concretos C20-C50, e se encontram
desatualizados. A NBR 6118:2014 [5], orienta que seja considerada a Equação 19; os ábacos
propostos atualmente utilizam a Equação 34 para consideração da tensão de cálculo do
concreto.
𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = 0,8. 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 (34)

A pesquisa desenvolvida possibilita ao usuário através do Microsoft Excel a


funcionalidade de gerar ábacos para ambos os tipos de flexão para qualquer relação 𝑑𝑑 ′ /ℎ e
para qualquer arranjo simétrico de armaduras. Tais possibilidades são revolucionárias devido

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alta limitação dos ábacos existentes e por muitos não mais atenderem especificações
normativas atuais.
Portanto essa primeira análise foi satisfatória: os ábacos desenvolvidos são coerentes
e inovadores; logo o código que determina a área de aço para um pilar é eficiente. Há então
uma contribuição muito significativa ao meio acadêmico através da confecção de novos
ábacos que também atendam a concretos com fck acima de 50 MPa e que estejam de acordo
com a normatização mais atual.
Quando feito a análise de uma estrutura simétrica comparando-se os resultados de
armadura longitudinal necessária obtidos pelo iColumn e o Eberick todos os resultados foram
iguais. Houve diferenciação apenas na consideração dos estribos suplementares no P3, isso
foi devido ao Eberick considerar a proteção de barras adjacentes por um estribo suplementar;
o iColumn não faz essa consideração.

5 CONCLUSÃO

Os bons resultados dão credibilidade e confiabilidade a ferramenta desenvolvida.


Porém cabe ao usuário entender como funciona o dimensionamento de pilares para um
melhor aproveitamento da ferramenta, podendo usá-la como um método de validação e
análise de resultados de softwares mais robustos. Conclui-se que a ferramenta desenvolvida
apresenta um bom desempenho, havendo coerência e eficiência do código fonte
desenvolvido.

6 REFERÊNCIAS

[1] KIMURA, A. E. Cálculo de Pilares de Concreto Armado: Introdução, Visão Geral & Exemplos., São
Paulo: TQS, 2014.

[2] SANTOS, L. M. dos., Cálculo de Concreto Armado, Vol. 1., São Paulo, LMS, 1983.

[3] SANTOS, L. M. dos., Cálculo de Concreto Armado, Vol. 2., São Paulo, LMS, 1981.

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[4] ALVA, G. M. S.; El DEBS, A. L. H. de C. E.; GIONGO, J. S., Concreto armado: projeto de pilares de
acordo com a NBR 6118:2003., Notas de Aula, Departamento de Engenharia de Estruturas, Escola de
Engenharia de São Carlos, São Carlos 2008.

[5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto –
Procedimento, Rio de Janeiro, 2014.
[6] VENTURINI, W. S.; RODRIGUES, R. de O., DIMENSAIONAMENTO DE PEÇAS RETANGULARES DE
CONCRETO ARMADO SOLICITADAS À FLEXÃO RETA., Notas de Aula, Departamento de Engenharia de
Estruturas, Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos 1987.

[7] PINHEIRO, L.M.; BARALDI; L.T.; POREM, M.E., Concreto armado: Ábacos para flexão
oblíqua., São Carlos, EESC-USP, 1994.

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