Você está na página 1de 28

UNIVERSIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO

DANIEL ROGATO BISCOITO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA SUBSTITUIÇÃO DE


EQUIPAMENTOS COM APLICAÇÃO DO MÉTODO DO
CUSTO ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE: UM ESTUDO
DE CASO DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA

BAURU
2018
DANIEL ROGATO BISCOITO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA SUBSTITUIÇÃO DE


EQUIPAMENTOS COM APLICAÇÃO DO MÉTODO DO
CUSTO ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE: UM ESTUDO
DE CASO DE UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da
Universidade do Sagrado Coração, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Especialista em MBA Gestão Financeira e
Controladoria, sob orientação do Prof. Me.
Fred Aparecido Matano.

BAURU
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com
ISBD
Biscoito, Daniel Rogato
B6218a
Análise da viabilidade da substituição de equipamentos com
aplicação do método do custo anual uniforme equivalente: um
estudo de caso de uma indústria metalúrgica/Daniel Rogato
Biscoito.-- 2018.
28f. : il.

Orientador: Prof. Me. Fred Aparecido Matano.

Monografia (Especialização MBA Gestão Financeira e


Controladoria) - Universidade do Sagrado Coração - Bauru - SP

1. Custos. 2. Empilhadeiras. 3. Engenharia Econômica. 4.


Manutenção. 5. Vida Econômica. I. Matano, Fred Aparecido. II.
Título.

Elaborado por Laudeceia Almeida de Melo Machado – CRB-8/8214


DANIEL ROGATO BISCOITO

ANÁLISE DA VIABILIDADE DA SUBSTITUIÇÃO DE


EQUIPAMENTOS COM APLICAÇÃO DO MÉTODO DO CUSTO
ANUAL UNIFORME EQUIVALENTE: UM ESTUDO DE CASO DE
UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da
Universidade do Sagrado Coração, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Especialista em MBA Gestão Financeira e
Controladoria, sob orientação do Prof. Me.
Fred Aparecido Matano.

Bauru, 02 de agosto de 2018.

Banca examinadora:

___________________________________________________
Prof. Me. Fred Aparecido Matano
Universidade do Sagrado Coração

___________________________________________________

___________________________________________________
RESUMO

Este artigo demonstra a importância de se analisar a substituição de equipamentos sob


a ótica da engenharia econômica. E assim contribuir com os gestores na tomada de decisão de
escolha da melhor alternativa de investimento em um projeto, possibilitando a redução de
gastos com manutenção dos equipamentos. Através dos resultados obtidos foi possível
analisar sua viabilidade. A pesquisa foi baseada em um estudo de caso realizado em uma
indústria metalúrgica, em que foi analisada a viabilidade de substituição de suas
empilhadeiras através do método do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE).
Primeiramente foram coletados os dados constando as características das empilhadeiras, o
momento de aquisição das mesmas, seus custos com manutenção, a vida útil estimada, os
valores de mercado e as condições em que operam. Posteriormente foi aplicado o método
CAUE, e através dos resultados encontrados foi possível concluir que estes equipamentos já
atingiram sua vida econômica e a tendência com os custos de manutenção é aumentar a cada
ano e neste caso seria viável a aquisição de novos desde que sejam implantados melhorias no
processo de manutenção das empilhadeiras. Sendo esta pesquisa um estudo de caso a
metodologia foi baseada em referências bibliográficas extraídas de livros, artigos científicos e
periódicos que elucidam de forma objetiva o tema em questão. Através deste estudo,
constatou-se que a empresa não possui nenhum critério de avaliação ao optar por investir em
seus equipamentos, bem como uma política correta de administração de manutenção dos
mesmos. Dessa forma foi possível afirmar que a viabilidade da aquisição de novas
empilhadeiras somente será rentável se aplicado as melhorias sugeridas neste estudo, caso
contrário o investimento continuaria sendo prejudicado pelos resultados atuais.

Palavras-chave: Custos. Empilhadeiras. Engenharia Econômica. Manutenção. Vida


Econômica.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6
2 ANÁLISE DA VIABILIDADE DE INVESTIMENTOS .............................................. 7
2.1 MÉTODOS DE ANÁLISE DA ENGENHARIA ECONÔMICA (E.E.) ............................ 8
2.1.1 Taxa Mínima de Atratividade (TMA) ............................................................................... 9
2.1.2 Método do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE) ............................................... 10
2.1.3 Método do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE) ............................................... 10
2.2 SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS ....................................................................... 12
2.2.1 Vida Útil .......................................................................................................................... 13
2.2.2 Vida Econômica .............................................................................................................. 13
2.3 HISTÓRIA DA EMPRESA .............................................................................................. 13
3 METODOLOGIA........................................................................................................... 14
3.1 ESTRUTURA METODOLÓGICA .................................................................................. 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 16
4.1 INFORMAÇÕES TÉCNICAS DAS EMPILHADEIRAS ............................................... 16
4.2 CUSTOS COM MANUTENÇÃO .................................................................................... 16
4.3 VALOR DE REVENDA E VALOR RESIDUAL ............................................................ 17
4.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO CAUE ............................................................................... 18
4.5 ANÁLISE DA VIABILIDADE ........................................................................................ 21
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 23
ANEXOS ................................................................................................................................. 27
6

1 INTRODUÇÃO

A administração de uma empresa implica em tomadas de decisões a todo o momento.


Longe de ser novidade, o cenário econômico atual, a convergente evolução da tecnologia e a
competitividade de mercado, incubem aos gestores novos desafios. Desafios estes
concernentes à redução de gastos, rentabilidade dos recursos financeiros e viabilidade de
investimentos na substituição de ativos para suas atividades. (PEDRAZZI e VIEIRA, 2009).
Neste contexto, a atual situação econômica em que o país vem enfrentando, e a
retração do mercado afetaram diretamente as empresas, e isso faz com que os gestores tendem
a pensar melhor como gerir os investimentos, tendo a capacidade para interpretar as
informações que as análises oferecem e interferir na tomada de decisões que gerem ações
futuras mais assertivas. Para isso, essas decisões devem ser tomadas levando em consideração
técnicas adequadas que demonstrem sua viabilidade a fim de agregar valor à empresa.
(ASSAF NETO e LIMA, 2011).
Deste modo a substituição de equipamentos pode se tornar um tema crítico, uma vez
que em muitos casos as decisões tomadas não retratam as melhores opções podendo resultar
até a falência da empresa (DE LA VEGA et al, 2014 apud CONTADOR et al, 1998).
Diante disso a realidade é que as empresas trabalham com escassez de recursos
financeiros o que torna necessária uma análise específica a fim de demonstrar a rentabilidade
de um projeto, e também reduzir gastos desnecessários (STRELOW et.al, 2017).
Para Motta e Calôba (2002), a partir do momento em que o custo com manutenção de
equipamentos torna-se elevado, este também acaba por ser inviável economicamente,
permitindo que se obtenha vantagem com a aquisição de novos.
Já Hischfeld (2010) evidencia algumas situações em que há a necessidade da
substituição de equipamentos. Sendo elas as principais: o surgimento de alternativas mais
vantajosas; a inadequação das funções para as atividades das empresas; custos de
manutenção/e operação excessivos e obsolescência tecnológica.
Diante do exposto, o processo de tomada de decisões exige uma visão crítica
concernente aos aspectos relevantes e assim surge o desafio: será permitido aos gestores um
melhor entendimento do valor econômico dos equipamentos e máquinas da empresa?
(ASSAF NETO, 1997).
Por consequência o presente estudo tem por objetivo analisar a viabilidade econômica
da substituição das empilhadeiras utilizadas no processo produtivo de uma indústria
metalúrgica com o auxílio de um dos métodos da Engenharia Econômica. Com a aplicação do
7

método do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE) será possível evidenciar se o


investimento na aquisição de novas empilhadeiras será mais rentável que os desembolsos
gerados atualmente com a manutenção dos mesmos (STORTTE e JACOMETTI, 2016, p. 2 e
14).
Especificamente como objetivos serão fundamentados os assuntos envolvidos com o
tema; apresentados os gastos com manutenção das empilhadeiras; a aplicação do método
CAUE a fim de obter os resultados da pesquisa; análise da viabilidade da substituição das
empilhadeiras de acordo com os resultados obtidos; considerações acerca dos resultados da
viabilidade econômica e rentabilidade da aquisição de novas empilhadeiras, evidenciando
dessa forma se será vantajoso este investimento.
Para a elaboração deste trabalho utilizou-se de referências bibliográficas para
fundamentar o tema exposto. Além de conhecimentos adquiridos em aulas ministradas na
grade do curso de finanças e controladoria da Universidade do Sagrado Coração de Jesus
(USC), Bauru/SP.
Depois de delimitado e fundamentado o tema, foram utilizados os dados de pesquisa
para aplicação do método CAUE a fim de obter os resultados para análise da viabilidade de
substituição das empilhadeiras.
Através da análise será possível tomar uma decisão mais assertiva em investir na
aquisição de novos equipamentos contribuindo para otimização dos processos e
principalmente evitando desembolsos desnecessários. Portanto este estudo é uma das
alternativas econômicas para auxiliar a viabilidade da substituição das empilhadeiras em uma
indústria metalúrgica, agregando valor ao patrimônio da empresa e melhorando o desempenho
na produtividade.

2 ANÁLISE DA VIABILIDADE DE INVESTIMENTOS

O processo de tomada de decisões na maioria das vezes está atrelado diretamente à


gestão financeira da empresa. Uma vez que todo investimento envolve recursos financeiros, a
análise de investimento deverá ser avaliada quanto ao retorno que essa aplicação oferece.
Pode-se dizer desta forma que em determinado momento os gestores deverão analisar um
investimento de um projeto com o objetivo de gerar riqueza e minimizar os desembolsos
financeiros, contribuindo assim com o crescimento econômico da empresa. (ASSAF NETO,
1992).
8

Mas Zanata (2012), afirma que a análise de investimentos consiste em aplicar técnicas
específicas embasadas nos princípios da administração financeira, entre diversas
possibilidades de um investimento, com o intuito de identificar dessa forma a melhor opção
de escolha. Ou seja, o objetivo da análise é mensurar a viabilidade de um investimento,
evidenciando se este será rentável ou não.
Neste contexto, fica claro que uma boa análise de investimento, depende da utilização
de critérios e técnicas rigorosas para a rentabilidade do projeto. O mais preocupante, contudo,
é constatar que os gestores ainda não possuem o entendimento destas técnicas, e assim utiliza-
se de bases empíricas para a tomada de decisões imediatas e que muitas vezes não indicam na
melhor alternativa. (MARQUEZAN e BRONDANI, 2006).
Para Ehrlich e Moraes (2013) a tomada de decisão é um problema de comparar as
diversas possibilidades de investimento e considerar a que for mais favorável. Pois quando há
mais de uma alternativa, é fundamental a correta avaliação e optar pela qual for mais
vantajosa, caso contrário o resultado desta escolha pode ser uma fatalidade.
Assim para a viabilidade da análise de investimento é essencial tomar conhecimento
de alguns métodos utilizados no âmbito da administração financeira, oriundos da Engenharia
Econômica, uma vez que esses métodos apontam os benefícios do projeto e oferecem suporte
e credibilidade na tomada de decisão. (STRACHOSKI, 2011).

2.1 MÉTODOS DE ANÁLISE DA ENGENHARIA ECONÔMICA (E.E.)

Pode-se dizer que a Engenharia Econômica é o estudo que evidencia através de um


conjunto de princípios e técnicas na melhor escolha da alternativa econômico-financeiro de
um projeto. Ela tem por objetivo analisar os aspectos econômicos e a viabilidade sobre as
inúmeras alternativas de investimentos em projetos. A aplicação da E. E. é bastante ampla,
podendo auxiliar os gestores financeiros de empresas, governos e até projetos particulares. No
contexto empresarial sua contribuição auxilia os gestores internos na tomada de decisões
mostrando numericamente a viabilidade de um projeto, beneficiando economicamente a
empresa. Assim ao analisar investimentos é fundamental o emprego de critérios financeiros
que possam ser convertidos em valores monetários, tais como a rentabilidade do investimento
e a disponibilidade dos recursos financeiros, sendo que esses fatores têm efeitos significativos
na situação financeira da empresa (CASAROTTO FILHO; KOPITKKE, 2000).
Para Torres (2004, p. 23) dentre os vários aspectos a serem considerados para que seja
possível montar um modelo de decisão se dá quando:
9

a) Não há possibilidade de se analisar uma única alternativa, ou seja, a tomada de


decisão deve considerar a escolha mais viável dentre as opções oferecidas, caso
contrário a decisão já estará tomada;
b) Só poderão ser comparadas as alternativas que apresentem características do
bem semelhante, pois assim é possível ter credibilidade na escolha devido à
homogeneidade dos critérios comparados;
c) O fator decisivo na escolha será a relevância na diferença das alternativas, pois
se os resultados obtidos forem uma série de custos semelhantes não
evidenciará benefício na escolha;
d) Os critérios a serem verificados devem considerar o valor do dinheiro no
tempo, ou seja, igualar o tempo de vida útil e utilização do bem em questão;
e) A análise deve considerar os aspectos qualitativos que não seja possível
quantificar monetariamente. Esses aspectos devem ser especificados pelos
responsáveis quando forem relevantes na tomada de decisão.
Neste contexto, ficam evidentes alguns critérios essenciais para tornar possível essa
análise. Além da necessidade de utilizar alguns dos métodos clássicos da E.E. para a busca da
resposta da melhor escolha do projeto em questão. Basicamente os métodos do Valor
Uniforme Equivalente (VAUE), o Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE) e a adoção da
taxa básica de juros denominada como Taxa Mínima de Atratividade (TMA) aplicados na
análise, demonstrarão os mesmos resultados entre si e levarão na escolha da melhor opção.

2.1.1 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)

Para Schoroeder, et. al. (2005, p. 35) e Megliorini e Vallim (2009, p.126) a TMA é
considerada uma taxa de juros que representa o mínimo que o investidor espera ser
remunerado ao investir em um projeto, ou seja, ela corresponde ao custo do capital do
investimento de um projeto em questão. Ela pode ser definida pelos gestores de acordo com a
política de cada empresa concernente aos critérios utilizados para o projeto. Sendo assim, a
determinação da TMA na análise de um projeto é de extrema importância para alocação dos
recursos investidos.
Assim, uma proposta de investimento será atrativa se a rentabilidade do mesmo for
igual ou maior que a TMA. Logo, a TMA pode ser considerada um indicador no momento em
que o empresário analisar um projeto, pois essa base demonstrará que o retorno do projeto
será mais vantajoso segundo os critérios analisados. (SETÚBAL, 2010, p. 30).
10

2.1.2 Método do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE)

Pode-se dizer que o Método do Valor Anual Uniforme Equivalente (VAUE), consiste
em encontrar uma série uniforme anual equivalente ao fluxo de caixa do investimento em
relação à TMA, considerando as despesas e receitas do investimento. Assim a opção do
melhor projeto será aquele em que o VAUE apresentar o maior resultado positivo
(CASAROTTO FILHO; KOPITKKE, 2000).
A aplicação desse método pode ser vantajosa em avaliar investimentos na aquisição de
equipamentos com vidas economicamente diferentes. Pois dessa forma, o VAUE será
determinado demonstrando o horizonte do projeto, não sendo necessário replicar as
alternativas. Neste contexto, o VAUE é indicado para investimento em projetos ou aquisição
de bens utilizados nas atividades operacionais da empresa e também quando estes
normalmente são repetidos no ciclo industrial (IGLESIAS, 1999, p. 12 apud KLIEMANN,
1997).
Além disso, Lima (2002, p. 20) complementa que a utilização desse método leva em
consideração como fator determinante para o resultado, a vida econômica dos equipamentos a
serem substituídos. Inclusive, quando os valores encontrados no VAUE forem negativos
(custos), esse método passará a ser denominado de Custo Anual Uniforme Equivalente
(CAUE), sendo assim a alternativa mais vantajosa será aquele que demonstrar o menor custo.

2.1.3 Método do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE)

O Método do Custo Anual Uniforme Equivalente (CAUE) é uma das técnicas também
utilizadas para a substituição de equipamentos. A aplicação deste método é cabível em
determinadas situações de análises, onde envolvem o equilíbrio financeiro da empresa e
outros fatores em relação aos custos operacionais além dos custos com manutenção dos
equipamentos (BLANK e TARQUIN , 2012 apud TUSI, 2017, p. 7).
Segundo Maria et. al. (2016, p. 6), o método CAUE é semelhante ao método VAUE,
pois enquanto o objetivo do primeiro é fazer uma comparação entre os custos do projeto, o
segundo evidencia os componentes do fluxo de caixa das alternativas. E para sua utilização
algumas informações serão necessárias, sendo elas: o valor da aquisição do equipamento; o
valor de revenda do equipamento atual; os custos operacionais bem como a TMA. Sendo
assim o projeto que apresentar o menor custo anual equivalente será a alternativa ideal para a
substituição do equipamento.
11

Além disso, o período em que ocorre o menor custo anual equivalente encontra-se
concomitante a alternativa ideal de substituição, a vida econômica do equipamento. Neste
caso é correto afirmar que este será o momento ideal para selecionar o projeto analisado.
(VIANA, 2015, p. 9).
Conforme Casarotto Filho e Kopittke (2010), a aplicação deste método se dá através
da equação:

CAUE = CI x (A/P, TMA, VU) + CO (1)

Onde:
CAUE = Custo Anual Uniforme Equivalente;
CI = Custo Inicial, ou seja, o valor do investimento;
A/P= Corresponde ao fator demonstrado em tabelas financeiras;
TMA = Taxa mínima de Atratividade;
VU = Vida útil estimada do equipamento;
CO = Custos de operação/manutenção.
A seguir o gráfico representa a aplicação do CAUE e a demonstração do momento em
que o equipamento atinge sua vida econômica:

Figura 1 - Representação gráfica do CAUE

Fonte: Casarotto Filho e Kopittke (2010)

Observa-se que o ponto do fim da vida econômica do equipamento é exatamente o


período em que o CAUE é mínimo.
12

Dessa forma a priorização da escolha deste método para este estudo se dá pela
observação das possibilidades que ele oferece. Sendo esta a ser analisada, a substituição de
equipamento será economicamente viável por meio do resultado do CAUE. (ABENSUR,
2014, p. 5).

2.2 SUBSTITUIÇÃO DE EQUIPAMENTOS

A substituição de equipamentos pode se tornar um tema delicado devido os critérios a


serem utilizados não retratar a melhor opção de investimento, comprometendo dessa forma a
estabilidade financeira da empresa. Geralmente quando um ativo exige reparos de valor
significativo, o desembolso decorrente deve ser analisado e comparado com aquele exigido
para sua substituição e com seus benefícios esperados (GITMAN, 2010).
Para Casarotto Filho e Kopittke (2000) existem algumas das situações práticas que
devem ser analisadas para se substituir um equipamento:
a) A baixa sem reposição: leva-se em consideração que o equipamento já não se
adéqua aos processos da empresa e já não é mais viável economicamente;
b) Substituição idêntica: quando o equipamento é substituído por outro semelhante,
porém tecnicamente mais eficiente e economicamente viável;
c) Substituição não idêntica: neste o caso o equipamento será substituído por outro
totalmente diferente devido algum avanço tecnológico.
O foco neste caso será analisar a substituição de equipamentos por outro idêntico, pois
muitas vezes as empresas mantêm seus equipamentos por mais tempo que deveriam, e ao
invés de substituí-los, acabam desembolsando mais que o necessário para a manutenção dos
mesmos (BARACAT, 2009, p. 96).
Desse modo, acredita-se que há um potencial enorme em reduzir os custos com
manutenções, simplesmente desfazendo-se de equipamentos com tempos de operação muito
elevados. E devido à falta de interesse dos gestores as decisões sobre substituição acabam não
sendo analisadas por terem um estilo predominante de gestão em que os problemas são
resolvidos somente em última hora e não antecipados. (CASAROTTO FILHO; KOPITKKE,
2000).
Para a tomada de decisão no processo de substituição de empilhadeiras, Iman
Consultoria (2013), afirma que as empresas focam no tempo de operação e de parada destas,
já que empilhadeiras não produtivas resultam em perda de receita. Além disso, a vida útil é
13

relevante pelo fato de que algumas empilhadeiras podem resistir a décadas e não operarem
com eficiência econômica. Pois para cada uma existem limites para sua efetividade.
A fim de analisar a viabilidade da substituição de empilhadeiras é necessário conhecer
os conceitos de vida útil e econômica que implicam nesse processo.

2.2.1 Vida Útil

A vida útil de um bem se inicia a partir do momento de sua aquisição e é posto em


operação. Dentro desse período, estima-se o prazo de sua vida útil que poderá ser meses ou
anos e se espera que o mesmo cumpra de forma eficaz sua função técnica para o qual foi
destinado gerando benefícios econômicos (NASCIMENTO, 2013).
Dessa forma a vida útil de um ativo é o tempo em que a entidade espera usufruir deste
bem (CPC 27, 2009). Para a definição do prazo da vida útil de um bem é considerado diversos
fatores, sendo eles suas condições físicas, determinadas pelos aspectos temporais; seu uso, e
condições e situações funcionais.

2.2.2 Vida Econômica

Um equipamento economicamente ativo é capaz de operar gerando benefícios com


menores custos (SILVA, NOGUEIRA e REIS, 2015). No entanto é fundamental observar os
aspectos que impactam nesse conceito, especificamente em equipamentos de uso contínuo,
como o caso de empilhadeiras.
Para Iman Consultoria (2013), os fatores que implicam para as empilhadeiras operar
de forma econômica são o tipo e modelo; a forma de aplicação no processo; o número de
horas que operam por mês e ano; e a freqüência em que recebem manutenção. Portanto estar
ciente das condições físicas que se encontram os equipamentos na empresa será um bom
início para analisar as possibilidades posteriores, que consistem em fornecer ferramentas para
a viabilidade da substituição dos mesmos, contribuindo dessa forma na gestão financeira do
negócio.

2.3 HISTÓRIA DA EMPRESA

A empresa foco desta pesquisa é uma indústria do setor de metalurgia, e tem como
atividade a fabricação de peças e implementos para máquinas agrícolas, localizada no interior
do estado de São Paulo. Esta atua no mercado há oito anos e pode ser considerada de médio
14

porte, pois conta com um faturamento anual de aproximadamente R$ 15.600 milhões e um


quadro de cento e dez colaboradores. Conforme identificado, a empresa não possui um
procedimento analítico na tomada de decisões de investimentos em seus ativos, empregando
dessa maneira apenas o empirismo para aquisição de novos equipamentos, como o caso das
empilhadeiras.

3 METODOLOGIA

Tendo como premissa de que o método é um procedimento ou caminho com a


finalidade de alcançar um objetivo e, que pode ser usado na ciência ou não, pode-se dizer que
a metodologia científica trata-se de um conjunto de procedimentos que a ciência busca para
alcançar conhecimento. Neste contexto, a aplicação desse procedimento sistemático, permite
ao cientista ou pesquisador a busca de seu objetivo de forma eficaz e verdadeira, identificando
erros e auxiliando em suas decisões. Sendo assim, o pesquisador ao tomar ciência de um
problema, procura encontrar a solução e neste momento inicia-se o processo da pesquisa
científica. (MARCONI e LAKATOS, 2003, p. 83).
Assim o presente estudo pode ser classificado por uma pesquisa aplicada a um estudo
de caso, e a elaboração dos conceitos foram embasados em livros, artigos científicos e
periódicos que tratam do assunto de forma confiável. Desse modo a aplicação prática dos
conceitos se dá de forma imediata para a solução do problema identificado.
(BOAVENTURA, 2004).
Outra forma que determina o aspecto da pesquisa é a modalidade entre quantitativa e
qualitativa. Em uma pesquisa quantitativa o estudo é mensurado numericamente, revestindo-
se de formulações matemáticas e dados estatísticos. Já uma pesquisa qualitativa busca analisar
os aspectos relacionados a condições específicas do objeto, ou seja, suas características
peculiares que o qualificam tornando-se dessa forma relevantes no estudo. (SEVERINO,
2007, p. 118-119).
Já em relação à abordagem do presente estudo foi utilizada a abordagem quantitativa
para mensurar os dados coletados, tanto quanto a abordagem qualitativa a fim de considerar a
aplicação e as características peculiares do objeto em questão. Visto que a abordagem dessas
duas modalidades é complementar entre si, e depende do enfoque do pesquisador.
(PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 70-71).
Vergara (1998) define o cenário a ser estudado como universo e amostra, sendo estes
conhecidos como população, ou o conjunto de elementos como empresas, produtos ou
15

pessoas com características que possibilitam o estudo. No entanto, o cenário a ser analisado é
um ambiente empresarial, mais precisamente uma indústria metalúrgica.
Dessa forma, o objeto deste estudo refere-se a analisar a viabilidade de substituição de
empilhadeiras, devido ao fato dos elevados custos com manutenção. Sendo assim os dados
apresentados foram coletados através de controles gerenciais da empresa. Para análise e
interpretação dos dados, foi aplicado uma das ferramentas da E.E., o método CAUE, a fim de
observar a viabilidade de aquisição de novas empilhadeiras. Por fim a interpretação dos
resultados se dá embasados dos conceitos apresentados, elucidando a viabilidade da questão
levantada, e alcançando dessa forma o objetivo deste estudo bem como explanar acerca da
extensão das considerações. (GIL, 2002).

3.1 ESTRUTURA METODOLÓGICA

A elaboração deste trabalho está fundamentada na metodologia descrita anteriormente


e estruturado segundo as etapas a seguir:
 Identificação do problema: em uma indústria metalúrgica foi constatado os
custos elevados com manutenção das empilhadeiras e, verificou-se a possibilidade de avaliar a
viabilidade de aquisição de novas;
 Pesquisa de embasamento teórico: foram pesquisados os conceitos e métodos
de avaliação da viabilidade e escolhido o método CAUE para obtenção dos resultados;
 Coleta de dados: as informações foram extraídas através de relatórios
gerenciais da empresa, bem como informações das atividades empíricas praticadas pela
mesma;
 Aplicação do método: foi calculado o método CAUE de acordo com os dados
obtidos e encontrados os resultados para análise;
 Análise dos resultados: por fim realizou-se uma análise de acordo com os
resultados encontrados, definindo dessa forma a viabilidade da substituição das
empilhadeiras.
Desse modo com a aplicação da sistemática citada acima, será possível concluir com o
método utilizado a viabilidade da proposta de substituição de empilhadeiras. No entanto não
faz parte deste trabalho a discussão de que o método utilizado é o melhor para a avaliação.
Apenas limitou-se a utilização do princípio adotado e sua forma de aplicação. Sendo assim há
possibilidades de discussões futuras acerca de novas técnicas e outros fatores a serem
considerados.
16

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente trabalho foi elaborado através de um estudo de caso no que se refere à


substituição de equipamentos de uma indústria. Uma vez observado os desembolsos com
manutenção dos equipamentos, levantou-se a questão em até que ponto esses desembolsos
seriam considerados necessários para a operação eficaz destes equipamentos, considerando a
possibilidade de aquisição de novos, a fim evitar sacrifícios financeiros desnecessários.
Dessa forma este capítulo aborda, através dos dados coletados, a análise da viabilidade
de investimento na substituição das empilhadeiras em uma indústria, optando pela aplicação
do método CAUE, ferramenta da E.E. O estudo também sugere a forma de aplicação de
controles que auxiliam na aplicação deste método, tornando viável a análise e confiabilidade
na tomada de decisões.

4.1 INFORMAÇÕES TÉCNICAS DAS EMPILHADEIRAS

O objeto em estudo são as duas empilhadeiras, de propriedade da empresa, onde será


analisada a substituição idêntica das mesmas, devido aos elevados custos com manutenção.
As empilhadeiras são utilizadas no processo produtivo, para o manuseio de cargas, tanto de
matérias-primas recebidas (chapas e peças pesadas) quanto para o carregamento de caminhões
(peças produzidas e rack’s de metal para envio aos clientes). Portanto classificam-se as
empilhadeiras pelos modelos:
1) Empilhadeira CPC D35N-RV, ano de fabricação 2012 (definida como
empilhadeira N. 1 nesta pesquisa);
2) Empilhadeira Eletrc. Trac. PT 1654, ano de fabricação 2013 (definida como
empilhadeira N.2).

4.2 CUSTOS COM MANUTENÇÃO

Os custos desembolsados em relação à manutenção das empilhadeiras são realizados


conforme necessidade do momento, ou seja, somente ocorre a manutenção quando o
equipamento já está danificado. Como a empresa não possui um controle de manutenção para
cada empilhadeira, a seguir serão apresentados os custos anuais com manutenção referente
aos dois equipamentos:
17

Tabela 1 - Custos de Manutenção


Ano Custos Totais
2013 R$ 1.853,00
2014 R$ 2.622,00
2015 R$ 7.630,35
2016 R$ 18.102,51
2017 R$ 32.004,13
2018 R$ 16.100,00
Fonte: elaborado pelo autor

Graficamente os resultados encontrados são bem expressivos:

Gráfico 1- Custos com Manutenção

Custos com Manutenção


R$35.000,00

R$30.000,00
Valores em Reais

R$25.000,00

R$20.000,00

R$15.000,00

R$10.000,00

R$5.000,00

R$-
2013 2014 2015 2016 2017
Custos Manutenção R$1.853,00 R$2.622,00 R$7.630,35 R$18.102,51 R$32.004,13

Fonte: elaborado pelo autor

Como podemos observar os gastos aumentam consideravelmente desde ano de 2013,


até chegar em 2017 com um número muito elevado em relação aos anos anteriores.

4.3 VALOR DE REVENDA E VALOR RESIDUAL

Para a determinação do valor de revenda recorreu-se ao método de depreciação linear


com o intuito de identificar o valor residual das empilhadeiras. Dessa forma será possível
identificar a perda de valores no decorrer dos anos. Contudo, não identificamos nos controles
contábeis da empresa a depreciação individual desses equipamentos. Sendo assim para efeito
deste estudo, foi calculada a depreciação das empilhadeiras conforme a taxa de 10% ao ano ao
18

prazo de vida útil de 10 anos, segundo permitido pela legislação vigente. Como resultados
foram encontrados os seguintes valores residuais:

Tabela 2 - Depreciação das Empilhadeiras


EMPILHADEIRA 1 EMPILHADEIRA 2
Valor de Compra: R$ 33.881,55 Valor de Compra: R$ 52.000,00
Ano Depreciação Anual Valor Residual Ano Depreciação Anual Valor Residual
2014 R$ 3.388,16 R$ 30.493,39 2013 R$ 5.200,00 R$ 46.800,00
2015 R$ 3.388,16 R$ 27.105,23 2014 R$ 5.200,00 R$ 41.600,00
2016 R$ 3.388,16 R$ 23.717,07 2015 R$ 5.200,00 R$ 36.400,00
2017 R$ 3.388,16 R$ 20.328,91 2016 R$ 5.200,00 R$ 31.200,00
2018 R$ 3.388,16 R$ 16.940,75 2017 R$ 5.200,00 R$ 26.000,00
2019 R$ 3.388,16 R$ 13.552,59 2018 R$ 5.200,00 R$ 20.800,00
2020 R$ 3.388,16 R$ 10.164,43 2019 R$ 5.200,00 R$ 15.600,00
2021 R$ 3.388,16 R$ 6.776,27 2020 R$ 5.200,00 R$ 10.400,00
2022 R$ 3.388,16 R$ 3.388,11 2021 R$ 5.200,00 R$ 5.200,00
2023 R$ 3.388,11 R$ 0,00 2022 R$ 5.200,00 R$ -
Fonte: elaborado pelo autor

Observa-se que para o ano de 2018 o valor residual da empilhadeira n. 1 é de R$


16.940,75 e para a empilhadeira n. 2 o valor é de R$ 20.800,00. Para aplicação do método
consideramos esses valores como sendo o valor de revenda. O valor para revenda de uma
empilhadeira usada com as mesmas características deste estudo fica em média de R$
35.000,00. No entanto, devido às condições atuais em que se encontram as empilhadeiras na
empresa, foi verificado que os valores para uma possível revenda não ultrapassariam os
valores residuais apresentados anteriormente.

4.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO CAUE

A seguir serão demonstrados os resultados encontrados com a aplicação do CAUE


tanto para as empilhadeiras utilizadas na empresa do momento de aquisição até o período
atual quanto para a compra de uma nova. Para o cálculo foi utilizada uma TMA de 13% ao
ano resultante do dobro da taxa Selic1 em vigência. Na seqüência será demonstrado o cálculo
considerando a aquisição de uma nova empilhadeira.

1
Selic – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
19

Tabela 3 - Cálculo do CAUE - Empilhadeiras em Operação

Custos Empilhadeira 1 Empilhadeira 2


TMA Custos Totais Manutenção Ano Ano
Valor Valor
empilhadeira CAUE CAUE
Revenda Revenda
R$ 1.853,00 R$ 1.853,00 - - - 1 R$46.800,00 R$ 54.737,00
R$ 2.622,00 R$ 1.311,00 1 R$30.493,39 R$ 35.768,53 2 R$41.600,00 R$ 26.249,53
R$ 7.630,35 R$ 3.815,18 2 R$27.105,23 R$ 20.064,33 3 R$ 36.400,00 R$ 19.231,38
13%
R$ 18.102,51 R$ 9.051,26 3 R$23.717,07 R$ 19.095,96 4 R$ 31.200,00 R$19.540,51
R$ 32.004,13 R$ 16.002,07 4 R$20.328,91 R$ 22.836,52 5 R$26.000,00 R$ 23.394,26
R$ 35.000,00 R$ 17.500,00 5 R$16.940,75 R$ 22.316,51 6 R$ 20.800,00 R$ 22.703,18
Fonte: elaborado pelo autor

O gráfico a seguir evidencia notadamente o comportamento do CAUE ao longo do


período:

Gráfico 2 – Aplicação do Método CAUE

Fonte: elaborado pelo autor

Nota-se no gráfico apresentado anteriormente, desde o momento da aquisição das


empilhadeiras o resultado CAUE apresentou queda. Ao atingir o 3º ano o CAUE foi mínimo e
após esse período esse resultado foi aumentando gradativamente.
No caso de aquisição de uma nova empilhadeira, obteve-se o seguinte resultado do
CAUE de acordo com as informações:
20

Tabela 4 - Cálculo do CAUE - Aquisição de empilhadeira nova

AQUISIÇÃO DE EMPILADEIRA NOVA

TMA Vida Útil Estimada Valor de Aquisição Custo Anual de Manutenção CAUE

13% 10 anos R$ 80.000,00 R$ 3.000,00


R$17.743,20
Fonte: elaborado pelo autor

Como pode ser observado na tabela 3, o resultado do CAUE apresenta uma


perspectiva de queda até o ano 3 e a partir desse período se eleva gradativamente para ambas
as empilhadeiras. Isso se dá pelo fato do aumento dos custos a partir desse ano. Exatamente,
nesse momento define-se que o fim da vida econômica das empilhadeiras ocorre ao final
desse período (ano 3). Desse modo a partir do ano 4 a tendência dos custos com manutenção é
aumentar. Por isso a recomendação é de que essas empilhadeiras sejam substituídas. Isso se
confirma através do resultado do CAUE apresentado na tabela 4, para a aquisição de novas
empilhadeiras. É possível verificar que o valor encontrado é inferior ao do período analisado
na tabela 3. Vale ressaltar alguns pontos importantes observados que influenciam para a
redução da vida econômica das empilhadeiras:

Quadro 1 – Pontos relevantes observados na análise


PROBLEMAS IDENTIFICADOS MELHORIAS PROPOSTAS
 Falta de informações precisas sobre os  Implantação de controles de manutenção
gastos com cada empilhadeira; por empilhadeira e gastos com combustíveis a
fim de criar um histórico para análises futuras;
 Falta de manutenção preventiva;
 Criação de um cronograma de manutenção
 Local de tráfego das empilhadeiras muito preventiva com o objetivo de substituir os
distantes um dos outros; itens essenciais das empilhadeiras evitando
paradas desnecessárias e manutenções
 O solo onde trafegam as empilhadeiras é corretivas de alto custo;
irregular exigindo maior esforço do equipamento;
 Verificar a possibilidade de armazenar as
 Carregamento de materiais acima da mercadorias em um único depósito evitando
capacidade suportada das empilhadeiras. dessa forma trajetos longos das
empilhadeiras;

 Evitar o armazenamento das mercadorias em


terrenos inadequados e irregulares a fim de
evitar o esforço do equipamento;

 Orientar os operadores sobre a capacidade


máxima permitida que as empilhadeiras
suportam para evitar danos nas mesmas.
Fonte: elaborado pelo autor
21

Diante do exposto é possível identificar que a atual política da empresa na


administração da manutenção de suas empilhadeiras, influencia diretamente nos resultados
encontrados. Sendo assim sugere-se que a empresa adote os critérios acima para a
minimização dos custos com manutenção e dessa forma resultará no aumento da vida
econômica da nova empilhadeira bem como a economia financeira, contribuindo assim com a
efetividade de suas operações.

4.5 ANÁLISE DA VIABILIDADE

Através desta pesquisa foi possível realizar um estudo de análise de investimento de


um projeto, e optou-se pela utilização do CAUE por ser o mais indicado neste estudo de caso,
dentre os métodos existentes no arcabouço da E.E. Neste contexto ficou clara a viabilidade
em investir na aquisição das empilhadeiras. O mais preocupante, contudo, foi constatar que os
altos custos desembolsados para manter as empilhadeiras atuais em operação são oriundos de
falhas no processo de administração destes bens e as condições em que operam. Não é
exagero afirmar que a viabilidade deste investimento se dará levando em consideração as
melhorias a serem aplicadas no processo. Caso contrário o investimento não obteria sucesso,
sendo que as novas empilhadeiras estariam sujeitas as mesmas condições atuais o que
resultaria em custos com manutenção elevados.
Cabe ressaltar ainda, que a viabilidade deste investimento deve considerar o ponto de
vista financeiro, visto que para a aquisição de novas empilhadeiras deverá ser desembolsado
recursos financeiros que afetam diretamente o fluxo de caixa da empresa. Sendo assim os
gestores deverão avaliar as condições de desembolso, quanto ao custo do capital investido
sendo esse próprio ou de terceiros. Dessa forma a viabilidade deste investimento
proporcionará mais benefícios para a empresa.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta deste artigo foi a de analisar a viabilidade da substituição das


empilhadeiras utilizadas em uma indústria metalúrgica, sob a ótica da E.E., especificamente
com a aplicação do método CAUE. Optou-se pela utilização desse método pela sua
capacidade de demonstrar o momento ideal para substituição, a vida econômica do bem e a
viabilidade do investimento. O resultado encontrado permitiu concluir que o método aplicado
foi eficaz em elucidar o momento da vida econômica das empilhadeiras bem como
22

demonstrar a viabilidade da substituição das mesmas considerando os pontos destacados no


decorrer desta pesquisa.
Nota-se nos dados apresentados que a empresa tem um alto custo com manutenção das
empilhadeiras em curto prazo, e que o fim da vida útil das mesmas ocorreu em apenas três
anos, o que pode ser considerado muito baixo visto que a vida útil estimada foi de dez anos. A
influência destes resultados foi oriunda de diversas falhas em sua política de administração
dos bens, em que há ausência de critérios para a tomada de decisões para a conservação das
empilhadeiras.
Já ao ponto de vista da gestão financeira deverá ser considerado o custo do projeto, ou
seja, o quanto esse investimento custará para a empresa, mediante a taxa de retorno que se
espera obter. Neste caso, o investimento em novas empilhadeiras busca a redução dos custos
com manutenção e o aumento da vida econômica e conseqüentemente o aumento da
rentabilidade operacional.
Ao fim da pesquisa foram sugeridos alguns pontos de melhorias para que o
investimento na aquisição de novas empilhadeiras não seja comprometido pelos resultados
atuais. Pode-se dizer dessa forma que viabilidade da substituição das empilhadeiras somente
será bem sucedida levando em consideração os aspectos em conjunto aqui analisados e
sugeridos, caso contrário este estudo não seria relevante. No entanto, vale ressaltar que este
estudo não teve como objetivo destacar o método utilizado como sendo o melhor. Apenas
limitou-se a esta pesquisa por se adequar melhor as condições realizadas. Conseqüentemente
seus frutos estão abertos a novas pesquisas relacionadas à diminuição de custos e
rentabilidade das empilhadeiras.
Sendo assim acredita-se que esta abordagem permite aos gestores um melhor
entendimento do valor econômico-financeiro em relação aos equipamentos e máquinas
pertencentes ao patrimônio da empresa. Além de proporcionar benefícios financeiros,
competitividade e rentabilidade dos equipamentos.

ABSTRACT

This article demonstrates the importance of analyzing the replacement of equipment from the
point of view of economic engineering. Thus, to contribute with the managers in the decision
making to choose the best investment`s alternative in a project, allowing the reduction of
expenses with equipment maintenance. Through the results, it was possible to analyze its
viability. The base of this research was on a case study conducted in a metallurgical industry,
23

which analyzed the feasibility of changing its forklifts using the Equivalent Annual Cost
(EAC) method. Firstly, the data were collected, including the characteristics of the forklift
trucks, the moment of their acquisition, their maintenance costs, estimated useful life, market
values and the conditions in which they operate. After, the EAC method was applied, and
through the results found it was possible to conclude that these equipments have already
reached their economic life and the trend with maintenance costs is to increase every year and
in this case would be viable the acquisition of new ones since improvements are implemented
in the process of maintaining forklifts. Being this search a case study, the a methodology was
based in bibliographic references extracted of books, articles scientific and periodics that
clarify of form objective the subject in question. Then, it was verified that the company does
not have any evaluation criteria when choosing to invest in its equipment, as well as a correct
maintenance management policy. On this way, was possible to affirm that the feasibility of
the acquisition of new forklifts will only be profitable if the improvements suggested in this
study are applied, otherwise the investment would continue to be affected by the current
results.

Keywords: Costs. Forklifts. Economic Engineering. Maintenance. Economic Life.

REFERÊNCIAS

ABENSUR, E. O. A substituição de bens de capital: um modelo de otimização sob a


óptica da Engenharia de Produção. Revista Gestão Produção. Vol.22, no.3. São
Carlos. Jul./set. 2015 Epub 04-Set-2015. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
530X2015000300525&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em Março/2018.

ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas,
2011.

ASSAF NETO, A. Os métodos Quantitativos de Análise de Investimentos. Caderno de


Estudos nº 06, São Paulo, FIPECAFI, 1992.

ASSAF NETO, A. A dinâmica das decisões financeiras. Caderno de Estudos nº 16. São
Paulo, jul./dez. 1997. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
92511997000300001>. Acesso em agosto/2018.

BARACAT, D. E. Substituição de Equipamentos. Cap. 6. Centro Universitário Fundação


Santo André. Disponível em: <
http://www3.fsa.br/energia/Engenharia%20Econ%C3%B4mica/Cap%206%20Substitui%C3
%A7%C3%A3o%20de%20Equipamentos.pdf>. Acesso em Julho/2018.
24

BOAVENTURA, E. M. Metodologia da Pesquisa: monografia, dissertação e tese. São


Paulo: Atlas, 2004.

CASAROTTO FILHO, N.; KOPITTKE, B.H. Análise de investimentos: matemática


financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. 9. Ed. São
Paulo: Atlas, 2000.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 27 –


Ativo Imobilizado. Brasília, 2009.

CRUZ, V. N.; FERNANDES, J. M.; REIS, L. P. Análise do processo de substituição de


equipamentos por meio do método CAUE em uma mineradora de grande porte.
Fortaleza.XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção, 13 a 16 de outubro de 2015.

DE LA VEGA, R.; ABENSUR, E. O. Um modelo de roteamento de veículos aplicado à


decisão de substituição de equipamentos: um estudo de caso do mercado automobilístico
brasileiro. XXXIV Encontro Nacional de Engenharia de Producao (ENEGEP), 2014.

ERHLICH, P. J.; MORAES, E. A. Engenharia Econômica: avaliação e seleção de projetos


de investimento. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2013.

GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002 (p. 100-
101).

GITMAN, L.J. Princípios de Administração Financeira. 12 ed. São Paulo: Pearson, 2010.

HIRSCHFELD, H. Engenharia econômica e análise de custos. 7. ed. – 6. Reimpr. São


Paulo: Atlas, 2010.

IMAN CONSULTORIA. Iman Logística. Ed. N. 277. São Paulo, 24 de novembro de 2013.
Acesso em fevereiro/2018 https://issuu.com/revista_logistica/docs/revista-logistica-277.

IGLESIAS, D. T. E. Proposta de uma sistemática de avaliação de investimentos


utilizando o método ABC (Activity-BasedCosting).Universidade Federal do Rio Grande do
Sul – Escola de Engenharia – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Porto
Alegre/RS. Dezembro/1999.

LIMA, A. A.Uma metodologia para determinação do ponto econômico de substituição de


equipamentos de transporte. Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis/SC. 2002.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos da Metodologia Científica.5ª Ed. São


Paulo: Atlas 2003.

MARIA, R.C; PINTO, G. A.; ARAUJO, E. G.; PASSOS, R. R; RADIN, L. A. Utilização do


custo anual uniforme equivalente para o cálculo de vida útil de equipamentos: uma
aplicação em células de flotação. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO, 2016, João Pessoa. Anais eletrônicos. Disponível em:
25

<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_228_330_29184.pdf>. Acesso em: Março


de2018.

MARQUEZAN, L. F.; BRONDANI G.Análise de Investimentos. Revista Eletrônica de


Contabilidade Curso de Ciências Contábeis. UFSM VOL. III n. 1. Jan-Jun/2006.

MEGLIORINI, E.; VALLIM, M. A. Administração financeira: uma abordagem


brasileira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

MOTTA, Regis da Rocha; CALÔBA, Guilherme Marques. Análise de investimento:


tomada de decisão em projetos industriais. São Paulo: Atlas, 2002.

NASCIMENTO, S.V. A importância da substituição de equipamentos. Revista Techoje.


<http://www.techoje.com.br/site/techoje/artigos_autor/buscaAutor/S>. Acesso em
Março/2018.

PEDRAZZI, R. D.; VIEIRA, A. F. S. O processo de tomada de decisão de investimentos


de capital nas micro, pequenas e médias empresas: Um estudo de caso do setor
metalúrgico de Londrina-PR. Facesi em Revista Ano 1 – Volume 1, N. 1. Londrina/PR,
2009.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Trabalho Científico: Métodos e técnicas da Pesquisa


e do Trabalho Acadêmico. Universidade Feevale. Novo Hamburgo/RS. 2013. Disponível
em: <http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-
book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf>. Acesso em: Março/2018.

SILVA, B. A; NOGUEIRA, S. G; REIS, E. A. Determinação do momento ótimo para


substituição de equipamentos sob as óticas da gestão econômica e da engenharia econômica.
Revista de Administração e Contabilidade, Feira de Santana, v. 7, n. 1, p. 35-52,
maio/agosto 2015.

SETÚBAL, P. Viabilidade econômica e financeira da clínica de sono: goodsleep.


Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Centro Sócio Econômico Departamento de
Ciências Econômicas. Florianópolis/SC, 2010.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª Ed. 5ª Reimpressão. São Paulo:
Cortez, 2007.

SCHROEDER, J. T.; SCHROEDER, I.; COSTA R. P.; SHINODA, C.O custo de capital
como taxa mínima de atratividade na avaliação de projetos de investimento. Revista
Gestão Industrial, p. 33-42, 2005. Disponível em
<https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/download/163/159>. Acesso em março/2018.

STORTTE, J. M. C.; JACOMETTI, M. Aplicação do Custo Anual Uniforme Equivalente


na identificação do momento ótimo para a substituição de uma colhedora de cana-de-
açúcar. XXXVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Contribuições da Engenharia
de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB,
Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016. Disponível em
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_228_330_28855.pdf>. Acesso em
julho/2018.
26

STRACHOSKI, P. Análise de viabilidade econômica de um projeto de investimento em


uma indústria de artefatos de cimentos.Universidade do Extremo Sul Catarinense –
UNESC. Criciuma/SC, Julho/2011.
STRELOW, D. R.; TORRE, J. A. P. G. L. T.; LASTA, T. T. Economia. CentroUniversitário
Leonardo Da Vinci. Indaial/SC.UNIASSELVI, 2017

TORRES,P. Matemática Financeira e Engenharia Econômica: a teoria e prática.


Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis/SC. Junho/2004.
TUSI, M. L. Cálculo da vida econômica de um automóvel em uma empresa locadora de
veículos.Universidade Federal de Santa Maria - Centro de Tecnologia - Departamento de
Engenharia de Produção e Sistemas - Curso de Graduação em Engenharia de Produção. Santa
Maria/RS. 2017.

VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 2ª Ed. São Paulo:


Atlas, 1998.

VIANA, F. R.; Cálculo da vida econômica de caminhões de transporte em uma indústria.


Universidade Federal de Santa Maria - Centro de Tecnologia - Curso de Graduação em
Engenharia de Produção. Santa Maria/RS. 2015. Disponível em:
<http://w3.ufsm.br/engproducao/images/Filipe_R_Viana_-_92.pdf>. Acesso em Março/2018.

ZANATA, A. Análise de Investimento. Disponível em:


<http://alexandrefzanata.blogspot.com.br/2012/01/analise-de-investimento_16.html>.
Janeiro/2012. Acesso em Março/2018.
27

ANEXOS

Você também pode gostar