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Avaliação de artigos por pareceres:

Caro parecerista, primeiramente, muito obrigada por sua colaboração!

Nossa avaliação de artigos é feita da seguinte maneira: ao recebermos uma contribuição


de artigo ou resenha enviamos o texto a ser avaliado para dois pareceristas, que não
terão contato entre si, nem com o outro parecer feito sobre o mesmo texto. Conforme a
decisão desses pareceres, podemos enviar o texto a um terceiro parecer, ou não, para
decidirmos sobre publicação do artigo ou resenha, segundo o critério:
● 1 parecer favorável ou favorável com modificação e 1 parecer
desfavorável → pede-se terceiro parecer
● 2 pareceres favoráveis e/ou favoráveis com modificações → sem
terceiro parecer
● 2 pareceres desfavoráveis → sem terceiro parecer

Pedimos ao parecerista que leve em conta que, em se tratando de uma revista que recebe
com freqüência colaborações enviadas por estudantes de pós-graduação, alguns dos
autores ainda estão em processo de formação intelectual. Mesmo no caso dos que não
estão, a submissão de um artigo a uma revista sempre representa exposição e
disponibilidade para o diálogo intelectual. Por isso, a Revista Proa espera que os
pareceres evitem, na medida do possível, juízos de valor e excessos de adjetivos e
procurem ressaltar, tanto os aspectos negativos, como os positivos em cada texto.

Também aconselhamos aos pareceristas apagarem as possíveis informações pessoais


que automaticamente o programa Word pode gravar neste arquivo. Para isso, clique em
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Critérios para o Parecer de Artigos

Título do artigo: A personagem hôxwa da Festa da Batata

1. Os objetivos propostos pelo autor são alcançados?

Sim. O autor disserta sobre a figura dos hôxwa contextualizando-os a partir de


referências presentes na literatura etnológica que tratam da onomástica, ritual, mito
e ações corporais que realizam, e argumenta de maneira convincente sobre as
relações de alteridade engendradas a partir da dança dos hôxwa em torno da
fogueira em um determinado momento da festa, especialmente com artistas não
indígenas, palhaças e palhaços que passam a levar a dança ao contexto do
espetáculo.

2. Qual a relevância acadêmica ou informativa do tema tratado?

O estudo de manifestações estéticas ameríndias por si é de extrema relevância para


a antropologia e áreas artísticas em diálogo. Mas para além disso, o artigo traz outra
série de questões na medida em que trata, também, do diálogo entre o que
poderíamos chamar de “campo artístico” ou “estético” ameríndio e o campo artístico
não-indígena. O modo como o texto aborda esse encontro cultural é muito
interessante. Ancorado na etnografia Krahô, o artigo mostra como o ritual é o lugar
das relações de alteridade e que existem aproximações entre as práticas realizadas
pelos hôxwa e pelos palhaços, mas sobretudo limites e diferenças bastante claras
entre elas.

3. O título contempla de forma clara e suficiente o conteúdo do artigo?

Não. O título não contempla o alcance do artigo que não se contenta em tratar da
figura dos hôxwa na Festa da Batata. Sugere-se que o autor repense este título
incorporando a ideia de alteridade e o contato com artistas urbanos.

4. O desenvolvimento da argumentação é coerente?

Sim. De maneira bastante densa, baseando-se na literatura etnológica Krahô, em


referências das artes cênicas e em discussões teóricas importantes como
multinaturalismo (Viveiros de Castro, 2002), noção de “construção
cultural” (Tassinari, 2003) e cultura com aspas (Carneiro da Cunha, 2009), além da
referência às Mitológicas de Levi-Strauss, o artigo disserta acerca da personagem
hôxwa que se destaca por sua participação na Festa da Batata ao realizar mimeses
dos comportamentos de agentes externos à cultura krahô. Tais mimeses denotam um
caráter cômico identificado também por não-indígenas que são profissionais do riso –
palhaços e palhaças que passam a buscar o contato com os Krahô na aldeia além de
levarem os hôxwa aos palcos das cidades. De maneira interessante o autor vai
mostrar como os hôxwa são figuras articuladoras das relações de alteridade (o que
inclui também os não-indígenas mas não apenas), tanto tradicionalmente durante a
Festa da Batata, como no contexto interétnico marcado pelo interesse dos artistas
urbanos em suas práticas tradicionais.

5. É necessário incluir algum item para aperfeiçoar o artigo?

Sim. O artigo não possui uma introdução adequada. É preciso incluir informações que
apresentem ao leitor as principais questões a serem trabalhadas e o caminho pelo
qual percorrerá o texto. Na verdade, sugere-se a reformulação e ampliação do
parágrafo que inicia “Krahô é um povo indígena (...)” para o texto ser introduzido de
maneira mais completa.

6. É necessário reduzir ou excluir alguma parte do artigo?

Não.

7. As referências são adequadas e necessárias?

Sim. Mas é necessário fazer uma revisão dos títulos citados para ver se todos constam
na bibliografia.

8. A organização e tamanho do artigo são satisfatórios?

Sim.

9. Gostaria de comentar outros aspectos?

Sim. Algumas observações pontuais:

- Sugere-se revisar o modo como introduz o resumo e também como inicia o texto
com “A seguir...”. Geralmente o “a seguir” é usado para dar prosseguimento a um
texto ou ideia que já foi apresentado e soa estranho iniciar uma reflexão com esta
expressão.

- 1º. Parágrafo do texto – rever o que quis dizer com “prerrogativa ritual”. Em todas
as outras ocorrências da palavra “prerrogativa” o autor se refere a direitos no âmbito
ritual que conferem prestígio aos hôxwa , mas aqui não aparece com este sentido
explícito. Talvez seja o caso apenas de falar em “ritual da etnia krahô”, pois a
palavra “prerrogativa” aqui dificulta a compreensão.

- Padronizar todas as ocorrências de hôxwa em itálico;

- 1º. Parágrafo da seção: “Da festa mítica e da festa ritual” inserir recuo de
parágrafo.
- 3º. Parágrafo da seção: “Da festa mítica e da festa ritual” explicar o que entende
por predação, com referência ou nota de rodapé pois não falou anteriormente e não
explica adiante. Embora a ideia de predação seja bastante conhecida pelos
etnólogos, não é dado que o público mais ampliado da revista saberá do que se trata.

-1°. Parágrafo da seção: “Um corpo da festa ritual ao palco”, revisar a parte abaixo
que está sem sentido:
“Tanto que as fronteiras da cultura krahô são marcadas muitas vezes pela assimilação
dos elementos minimamente semelhantes entre o interior e o exterior da cultura do
que pela afirmação da diferença – essa já declarada e afirmada no próprio discurso
que reconhece as partes interna e externa”.

-3°. Parágrafo da seção: “Um corpo da festa ritual ao palco”, revisar a parte abaixo
que está sem sentido (falta complemento à frase):
“O termo “representação”, entendido como o conjunto de ações físicas e vocais
ligadas entre si com a intenção de que o espectador identifique o que deve ser
comunicado, ou uma mimese, não a reprodução exata, mas a captura e reprodução
da afecção de “um corpo físico vivo” que chama a atenção do espectador, segundo
Ferracini (1998, 200), e seus movimentos e capacidade de manipulação do tempo e
do espaço, como apontado por Lepecki (2011).”

- Último parágrafo da seção: “Um corpo da festa ritual ao palco”, corrigir “outras
questões antropológicos”.

- Sugestão: Na seção: “A festa ritual pela onomástica, pelo mito e pelo corpo” pode
ser produtivo trabalhar também com a definição de mímesis de Taussig, que está no
livro Mymesis and Alterity. A obra é citada no texto, mas para falar da figura do
trickster.

- Inserir Ferracini, 1998 na bibliografia.

Parecer quanto à publicação do artigo:


( ) Desfavorável

( ) Favorável

( X) Favorável, desde que atendidas as reformulações acima indicadas

Se assinalada a última opção:

( X) poderia receber e avaliar a versão pós-parecer ( ) Não

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