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Sino macabro: Retrospectiva de sangue

O sino que bate não é sagrado. Seu som ecoa pelos séculos e retorna sempre mudo aos
ouvidos não atentos.

O tempo é de guerra, as ideologias políticas se transmutam em fanatismos sociais, frases


pequenas resumem em forma de absurdo o que cientistas demoram anos para entender.
Terrorismo se disfarça de religião usam dogmas como justificativa ideológica.

Cabeças decapitadas, o sangue escorre pelo chão, mártires não religiosos morrem diariamente
pelo deus que não acreditam existir. As utopias se fazem distantes.

A trombeta apocalíptica toca todos os anos e ninguém percebe. Os mundos individuais não
considerem a existência de outros mundos, e no aparente conforto não enxergam o sangue
que escorre das gólgotas modernas. Frei Damião não seria santo se pregasse no mundo de
hoje, a desgraça que nos faz enxergar a miséria. O capitalismo conhecendo esta verdade criou
uma peça, onde todos comungam em uma mesa farta, globalizados e interligados.

Mas as distâncias aumentaram, viramos ilhas, um grande conjunto de Patmos reunidas com um
grande número de joãos.

Os meios de comunicação ganham mais credibilidade social do que as Universidades. As Redes


sociais é a rota de fuga Que sempre termina em lugar nenhum.

As minas de Rei Salomão não foram encontradas, ninguém descobriu por quem os sinos
dobram, e o mundo líquido parece não encontrar um mar para desaguar. Não é preciso
nenhum oráculo ou algum Gandalf da vida para perceber que não é festa o que vivemos.

Hoje não é um novo dia de um novo tempo que começou. O tempo não segue a cronologia dos
nossos relógios e é mais imaginário do que concreto. O novo tempo não chegou, nenhum
profeta anunciou a sua vinda, A plateia não percebeu que a peça era a mesma, ninguém saiu
do teatro.

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