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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0101689-16.2016.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BIANCA BRITO DE JESUS PEREZ

Recorrido(s) : BANCO ITAU S A


EDITORA GLOBO S A

Origem : 15ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. ALEGAÇÃO DE


PROPAGANDA ENGANOSA. OFERTA DE BENEFÍCIO DE MILHAGENS
E PONTOS NO CARTÃO CONDICIONADA A CONTRATAÇÃO E
ASSINATURA DE REVISTA DO PORTFÓLIO DA RÉ. AUSÊNCIA DE
PROVAS. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DA PARTE AUTORA
NÃO DEMONSTRADO. ( ART.373, INCISO I DO CPC. ) INEXISTÊNCIA
DE ATO ILÍCITO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado manejado contra sentença proferida pelo


Juízo de 1º grau que julgou improcedentes os pedidos contidos na exordial, por
entender o magistrado sentenciante que: “ Os documentos trazidos pela parte Autora não
corroboram a suposta alegação de má prestação dos serviços a ser imputada em desfavor das
demandadas, uma vez que a suplicante mencionada a suposta perpetração de propaganda
enganosa atinente ao acumulo de pontos de programa de milhagem, contudo deixa de anexar
prova mínima capaz de demonstrar a existência da referida propaganda ou contratação com
fornecimento de pontos, sendo ausentes os documento que teria aptidão de atestarem a conduta
supostamente lesiva por parte das demandadas, uma mácula ao teor do artigo 373, inciso I do
NCPC.”
2. A parte recorrente pugna pela reforma da sentença , reiterando as razões
pelas quais entende ter ocorrido na hipótese propaganda enganosa, consistente no
benefício da cumulação de pontos e milhas advindo da contratação e assinatura da
revista pertencente à ré.
1. A sentença vergastada não merece reforma. A demonstração do fato
básico para o acolhimento da pretensão é ônus do autor, segundo o entendimento
do art. 373, inciso I, do CPC, partindo daí a análise dos pressupostos da ocorrência
do dato gerador do direito que alega fazer jus.

2. Com efeito, a despeito das alegações da acionante, de tudo quanto exposto


nos autos, não houve a prova da oferta do benefício alegado pela acionante, o que
se faz imprescindível para a constituição do seu direito e caracterização da prática
abusiva e propaganda enganosa. A mera juntada de protocolos, quando
desacompanhada de elementos de prova , não são suficientes para a
comprovação da oferta , nos termos em que alega a autora ter sido ela realizada.

3. Insta salientar que a regra da inversão do ônus da prova não opera de modo
automático na seara das relações de consumo, nos termos do quanto disposto no
art.6º, inciso VIII da lei 8078/90, devendo existir requisitos próprios elencados na
lei e jurisprudência para a sua plena incidência,tais quais a verossimilhança das
alegações da parte autora, bem como a sua hipossuficiência técnica, ante a
insuficiência de meios técnicos para a comprovação do direito alegado pelo
consumidor. Tal não é o caso devendo o caso ser apreciado de acordo com as
normas ordinárias do ônus da prova, prevista no art.373, inciso I do CPC.

4. A conduta narrada, assim, não se subsume à categoria prevista no CDC de


falha na prestação dos serviços, eis que a conduta supostamente ilegal não pode
ser imputada ao hospital, inexistindo regra de direito que o obrigue a arcar com o
procedimento cirúrgico no caso em tela.

5. Nestes termos, não se aplica ao caso a inversão do ônus da prova, sendo


dever processual da parte autora a prova do fato constitutivo de seu direito, nos
termos do art.373, inciso I do CPC, o que, ademais, estaria ao seu alcance, sendo
prova de fácil constituição,. que todavia não logrou fazer no presente caso, não
apontando nenhuma conduta praticada pelo réu que tenha o condão de causar o
dano que alega a parte autora ter sofrido, sendo insuficiente para a formação da
convicção desta julgadora meras alegações, quando o contexto fático-probatório
não se revela suficiente para embasar a pretensão formulada.
6. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO E NEGAR-
LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos próprios
fundamentos. Sem custas processuais e honorários advocatícios por ser a
parte beneficiária da justiça gratuita.

7. Salvador, Sala das Sessões, 13 de Abril de 2017.


8. BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
9. Juíza Relatora
10. BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
11. Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0101689-16.2016.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : BIANCA BRITO DE JESUS PEREZ

Recorrido(s) : BANCO ITAU S A


EDITORA GLOBO S A

Origem : 15ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata
do julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios por ser a parte
beneficiária da justiça gratuita.

Salvador, Sala das Sessões, 13 de Abril de 2017.


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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