SEMINÁRIO BRAZILIAN FRUIT

AVANÇOS NA PÓS-COLHEITA DE FRUTOS TROPICAIS

Prof. ADIMILSON BOSCO CHITARRA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS

 A FRUTICULTURA COMO POTENCIAL DE
DESENVOLVIMENTO

• Geração de 3-6 empregos diretos / ha plantado

• Pode gerar renda superior a 2000 dólares / ha

• Aumento da receita tributária do Poder Público

• Aumentar possibilidade de exportação

• Emprego no campo reduzindo êxodo rural

• Uso intensivo de mão-de-obra feminina

 CAUSAS DO AUMENTO
DO CONSUMO DE FRUTAS

• Preocupação das pessoas com saúde e estética

• Tendência a desprender-se dos horários e costumes procurando

refeições rápidas

• Busca das pessoas pela longevidade

• Consumidor atento à qualidade e novidades

 MERCADO INTERNACIONAL

O Mercado Mundial de frutas frescas movimenta

aproximadamente 20 bilhões de dólares por

ano sendo 90 % de frutas de clima temperado e

10 % de frutas tropicais.
 Comércio mundial de frutas tropicais

Frutas Principais Importadores Principais Exportadores

Abacaxi EUA, França, e Japão Costa Rica, Costa do Marfim e
Filipinas
Banana EUA, Alemanha e Bélgica Equador, Costa Rica e Colômbia
Mamão EUA, Japão e Canadá México, Malásia e Brasil
Manga EUA, Holanda e França México, Filipinas e Índia
Melão EUA, Reino Unido e Canadá Espanha, México e EUA
Uva EUA, Alemanha e França Itália, Chile e EUA
 SITUAÇÃO DO BRASIL NO CONTEXTO MUNDIAL

Produção de 32 milhões de toneladas / ano, em uma área

de 2 milhões de ha, representa o maior produtor mundial de

frutas tropicais. A laranja, representa metade da produção,

seguida pela banana, em 20 %.

 PROBLEMAS

• Qualidade

• Diversificação suficiente para atender mercado

internacional - variedades adequadas

• Planejamento oferta / demanda

• Melhor aplicação de tecnologias pós-colheita

 QUALIDADE

A qualidade de frutas e hortaliças corresponde ao conjunto de atributos ou

propriedades que os tornam apreciados.

 QUALIDADE

MÃO-DE-OBRA

TECNOLOGIA
GERENCIAMENTO
 SISTEMA INTEGRADO DA CADEIA PRODUTIVA

PRODUTO

COMÉRCIO PRODUTOR

Dinâmica
 AMPLIAÇÃO DO MERCADO

• Campanha agressiva de MARKETING

• Custo competitivo
• Variedades adequadas ao consumidor

• Observar atentamente o uso de BPA

• Observar atentamente o conceito de QUALIDADE através da utilização correta de

tecnologias pós-colheita

• Estar preparado para aplicar corretamente a logística comercial

 O QUE QUEREM OS IMPORTADORES

Produtos Exigências dos Melhores Principais Problemas

Importadores Variedades

•Frutos pequenos FUERTE •Variedades inadequadas

•Frutos rígidos HASS •Tamanhos grandes
•Ausências de marcas •Consistência mole
na casca Proibição de entrada nos EUA
e Japão
•Cor amarela SMOOTH •Cor verde
•Frutos de 0,500 a 1,5 CAYENE •Coroa grande
kg •Deterioração rápida (ficam
marrons por dentro)
•Fusariose
 O QUE QUEREM OS IMPORTADORES

Produtos Exigências dos Melhores Principais Problemas

Importadores Variedades

Frutos rígidos POLPA BRANCA •Amolecimento rápido

•Vida útil curta
•Proibição de sua entrada nos
EUA e Japão

•Frutos até 400 g SOLO (SUNRISE) •Antracnose

Dependendo do mercado, •Podridão peduncular
coloração verde a ¼ amarela •Consistência mole
•Frutos limpos •Falta de definição de
•Nos EUA: atendimento do tratamento pós-colheita para
tratamento fitossanitário pós- entrada nos EUA.
colheita exigido pelas
autoridades legais.
 O QUE QUEREM OS IMPORTADORES

Produtos Exigências dos Melhores Variedades Principais Problemas

Importadores

•Frutos até 500 g HADEN •Antracnose

•Coloração vermelha a TOMMY ATKINS •Coloração inadequada
brilhante KEITH (verdosas)
•Ausência de marcas ou •Tamanhos grandes
manchas na casca •Falta de definição de
•Frutos rígidos tratamento pós-colheita para
•Nos EUA: Atendimento do entrada nos EUA.
tratamento fitossanitário pós-
colheita exigido pelas
autoridades legais.
 ALGUNS PROBLEMAS PÓS-COLHEITA

• Danos mecânicos

• Desordens fisiológicas

• Danos por microrganismos

• Danos pelo frio

Dano mecânico em banana
causado por abrasão
Dano mecânico interno causado por abrasão
em bananas, com conseqüente comprometimento do
tecido interno
Sintoma de dano mecânico de impacto em banana
a região assinalada mostra o escurecimento sofrido pelo
fruto em decorrência do impacto sofrido
Dano mecânico de compressão em banana
a área assinalada mostra o amolecimento da região
submetida ao dano mecânico
Dano mecânico de corte em banana causado pelas unhas dos colhedores
Dano mecânico de corte em banana - a área assinalada mostra o dano interno
provocado na polpa do fruto.
“ Nariz mole ” ( soft nose ) em manga
“Jelly seed” – desordem fisiológica
Danos causados por microorganismos na casca e na polpa da goiaba
Cicatrização de ferimento e manchas causadas por batimentos na casca de goiaba
Depressão na casca da goiaba causada por lesões na fase de formação do fruto
Lesão física, com escurecimento da casca, causada por compressão do fruto
 MÉTODOS MODERNOS DE TRATAMENTOS
PÓS-COLHEITA

• Calor

•Água quente (imersão)

•Vapor quente

•Ar quente forçado

• Frio

•Atmosferas controlada e modificada

•Radiações ionizantes

•1-MCP
 TRATAMENTO HIDROTÉRMICO PARA MANGAS

Imersão dos frutos à 46,1 ºC / 75 minutos para frutas com peso até 425 g

e 90 minutos com peso de 426 g a 650 g, seguido de resfriamento com

água, acima de 21,1 ºC.

 Resumo condições de AC recomendadas
durante transporte e/ou armazenamento de
algumas frutas.

Produto T ºC AC Potencial Comentários

%O2 %CO2 Benéfico

Kiwi 0-5 2-5 1-3 A Algum uso comercial;C2H4

deve ser mantido abaixo de
20 ppb
Caqui 0-5 3-5 5-8 B Uso comercial limitado
Abacate 5-13 2-5 3-10 B Uso comercial limitado
Banana 12-15 2-5 2-5 A Algum uso comercial durante
o transporte
Limão 10-15 5-10 0-10 B Não se usa comercialmente
Laranja 5-10 5-10 0-5 C Não se usa comercialmente
Mamão 10-15 3-5 5-10 C Não se usa comercialmente
Abacaxi 8-13 2-5 5-10 C Não se usa comercialmente
 Sensibilidade ao chilling, temperatura de
armazenamento pós-colheita recomendada
e vida pós-colheita de algumas frutas tropicais.

Fruta Sensibilidade ao Temperatura ideal Vida pós-colheita

chilling (ºC) nas condições
ótimas (dias)

Abacate IV 4-13 14-28

Banana Y 12-16 7-28
Goiaba I-V 5-10 14-21
Manga V 10-15 14-28
Mamão V 13 7-21
Maracujá I 7-10 14-21
Abacaxi I-V 7-12 7-21
Dano por frio.
 MÉTODOS MODERNOS DE TRATAMENTOS
PÓS-COLHEITA

• Calor

•Água quente (imersão)

•Vapor quente

•Ar quente forçado

• Frio

•Atmosferas controlada e modificada

•Radiações ionizantes

•1-MCP
Doses que podem ser aplicadas em frutas sem causar danos

Fruta Dose (Gray)

Abacate 150

Manga 1000

Laranja 300

Mamão 750

Banana 500
 MÉTODOS MODERNOS DE TRATAMENTOS
PÓS-COLHEITA

• Calor

•Água quente (imersão)

•Vapor quente

•Ar quente forçado

• Frio

•Atmosferas controlada e modificada

•Radiações ionizantes

•1-MCP
 ATUAÇÃO

O 1-MCP bloqueia a ligação do etileno ao seu receptor, impedindo

sua ação na célula, e consequentemente retardando o amadurecimento.

 FATORES DE INFLUÊNCIA

• Concentração

• Suficiente para saturar os receptores e competir com o etileno

• Tempo

• Suficiente para liberação do gás e penetração nos tecidos

• Temperatura

• Adequar para cada fruta

• Maturidade

• Frutas muito maduras não é efetivo

 1-MCP APLICADO EM KIWI

Quando aplicado na concentração de 1 ppm, imediatamente

após a colheita, e armazenado à 1,1 ºC por 4 semanas, verificou-se

ser efetivo na redução do amaciamento

 1-MCP APLICADO EM ABACATE CV. HASS

Condições: Temperatura: 6 ºC e 15 ºC
Concentração: 0; 50; 100; 250; 500 e 1000ppb
Duração: 0; 6; 12 e 24 horas
Tempo pós-colheita: 2; 4; 6 e 8 dias
Conclusões: As frutas apresentaram boa coloração e firmeza
em ambas temperaturas durante uma semana, sendo as menores
concentrações as mais efetivas.
1- MCP APLICADO EM BANANAS PARCIALMENTE MADURAS

Condições: Temperatura: 14 ºC e 20 ºC
Concentração: 100, 300 e 1000ppb
Duração: 6, 12 e 24 horas
Tempo pós-colheita: 8 dias
Conclusões: A exposição de bananas GRAND NAIN, à concentração
de 1000 ppb por 6 horas, tanto à 14 ºC como à 20 ºC, retardaram
o amadurecimento dos frutos quando no pré-climatério (estádio 2 e
3 de cor). Quando aplicado no estádio 4, não foi efetivo.
 APLICAÇÃO DO SISTEMA APROACH PARA
EXPORTAÇÃO DE MAMÃO

• Sistema que integra práticas de pré e pós-colheita

• Monitorar e controlar pragas

• Colher frutos antes que 1/4 da superfície da casca esteja amolecida

• Manter plantas de campo de produção livres de frutos com maturação acima

desse estádio

• Manter plantas de campo de produção em boas condições de sanidade e

livres de plantas com viroses, devendo ser imediatamente erradicados
no início do aparecimento do sintoma
 APLICAÇÃO DO SISTEMA APROACH PARA
EXPORTAÇÃO DE MAMÃO

• Retirar da lavoura e destruir frutos refugados e caídos

• Levar os frutos colhidos imediatamente para a packinghouse, totalmente

protegida contra a entrada de pragas

• Transportar os frutos em “pallets” telados e lacrados ou “containers” lacrados

 Procedimentos para assegurar a qualidade
de frutos durante o manuseio pós-colheita
Passos do manuseio Procedimentos

Colheita Treinamento eficiente aos colhedores, voltado

para seleção apropriada das frutas quanto à
maturidade e qualidade, manuseio cuidadoso e
proteção do produto contra o sol.
Operações nas - Checar a maturidade das frutas, qualidade e
packinghouses temperatura no momento de chegada;
-treinar os operadores adequadamente para a
classificação das frutas (defeitos, cor e tamanho),
embalagem e outras operações;
-Inspecionar sempre, através de amostra
aleatória, o produto final embalado;
-Monitorar sempre a temperatura local e das
frutas;
-Estar sempre em contato com os inspetores de
qualidade para identificar problemas e corrigi-los.
 Procedimentos para assegurar a qualidade de frutas
durante o manuseio pós-colheita

Passos do manuseio Procedimentos

Transporte -Inspecionar a limpeza dos veículos antes do
carregamento;
- Treinar os carregadores para o manuseio
adequado;
- Monitorar a temperatura sempre.
Manuseio no destino -Checar a qualidade do produto no ato da recepção
e descarregá-lo rapidamente para área apropriada
de armazenamento;
- transportar o produto do centro de distribuição
(atacado) ao varejo sem demora e sempre na base
do FIFO (first in / first out).

Fonte: Kader (2001)