Você está na página 1de 4

A maior parte dos grupos heme provém das hemácias senescentes, que são

capturadas pelo sistema retículo endotelial, e sofrem degradação enzimática. No


organismo humano cerca de 1 a 2 milhões de hemácias são destruídas por hora, gerando
6 gramas de hemoglobina para degradação e posterior formação de 300 miligramas de
bilirrubina por dia.

A hemoglobina é degradada em globina e grupos heme, onde a primeira é


quebrada e transformada em aminoácidos para reutilização no organismo e, o segundo é
fagocitado principalmente no fígado, baço e medula óssea, que são componentes do
sistema retículo endotelial, até a formação de bilirrubina.

A degradação do grupo heme e formação da biliverdina

A degradação do heme ocorre com a abertura do anel de tetrapirrol da porfirina pela


ação da enzima heme oxigenase, onde há quebra da ponte entre os pirróis I e II. Nesta reação
ocorrem duas oxigenações e o NADPH, com seu poder redutor, libera Fe2+, CO e biliverdina,
um pigmento verde. /É UMA CURIOSIDADE : Tem sido estimado que mais de 86% do monóxido
de carbono endógeno é derivado da quebra enzimática do heme, e a quantidade de monóxido
de carbono respiratório tem sido usada como um mensurador indireto da produção de
bilirrubina/.

Redução da biliverdina e formação da bilirrubina

Logo, através da enzima biliverdina redutase ocorre a formação de bilirrubina. Essa


enzima adiciona um hidrogênio fornecido pelo NADPH reduzindo a dupla ligação entre os
pirróis III e IV.
Conjugação da bilirrubina

A bilirrubina sai do macrófago e vai para o sangue, onde se liga à albumina, o que é
denominado de bilirrubina livre ou indireta, circulando por todo o organismo. Essa
porção da bilirrubina não é excretada pelos rins, pois não consegue ultrapassar o
glomérulo renal devido ao tamanho (a albumina é uma molécula grande). A bilirrubina
sérica se liga fortemente à albumina plasmática, sendo transportada por todo o
sangue e fluido intersticiais. A bilirrubina ligada às proteínas plasmáticas é denominada
"livre", a fim de distinguir-se da forma conjugada.

Quando chega ao fígado, via sangue, a bilirrubina livre ou indireta depreende-se


da albumina e é captada pelo órgão, onde é então conjugada ao ácido glicurônico, pela
ação de enzimas microssomais (UDP glicuroniltransferase) com uma ou duas
moléculas de ácido glicurônico, formando um composto mais polar e hidrossolúvel, a
bilirrubina livre passa a ser chamada de bilirrubina conjugada ou direta.
Numa etapa posterior a conjugação parte dessa bilirrubina liberada nos
hepatócitos pode-se ligar a uma proteína citoplasmática denominada ligandina, que
impede o efluxo dessa substância do hepatócito para o plasma. Por último, a bilirrubina
conjugada sai dos hepatócitos para os canalículos biliares por transporte ativo primário,
entra no ducto biliar e é armazenada na vesícula biliar (bile).

(O caminho percorrido desde a síntese da bilirrubina a partir do grupo heme no


sistema retículo endotelial até o fígado e encaminhamento para a vesícula biliar, esse
mecanismo numa situação de hiperbilirrubinemia ajuda explicar a colecistite)
(A mesma coisa que a imagem anterior só que em fluxograma)

A super produção de bilirrubina é causador da icterícia, NO CASO DA ANEMIA FALCIFORME,


existem outras formas de haver icterícia, como a deficiência da síntese da enzima responsável
por conjugar a bilirrubina, tornando o plasma sanguíneo repleto de bilirrubina.

Você também pode gostar