Aula 01
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Conversa Inicial
Olá, aluno!
Seja bem-vindo à disciplina “Contabilidade das organizações”.
Na aula de hoje vamos estudar a Informação Contábil!
Vamos ver como elas são formadas, como podem ser apresentadas e
como ela serão usadas no dia a dia!
Gostou?
Então, vamos começar!
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Contextualizando
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Pesquise
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A causa ou origem era representada por meio de um crédito, originando
uma obrigação a ser realizadas. Já o efeito era representado por um lançamento
de débito, acrescentando assim os direitos do comerciante.
A obrigatoriedade de registrar os acontecimentos por meio de uma
relação causa e efeito foi disseminada pela primeira vez pelo frei Luca Paccioli
no livro Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità
(Coleção de conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e
Proporcionalidade) em 1494 em Veneza (Itália). No capítulo Particulario de
computies et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas) Luca Paccioli
descreve que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos
números positivos e negativos.
O método possui esse nome pois prega que em cada lançamento, o valor
total das contas a débito deve ser sempre igual ao total das contas a crédito, ou
seja, não há devedor sem credor correspondente. Desta forma, o registro de um
evento apresentará sempre um débito e em contrapartida crédito de igual valor
(e vice-versa). Daí o termo partidas “dobradas”. A ideia se espalhou rapidamente
e é aceita e adotada até os dias atuais por estudiosos e profissionais da área.
A tamanha difusão da obra de Paccioli levou muitos europeus, ao se
referirem as Partidas Dobradas, intitularem como o “método italiano” ou o
“método de Veneza”, admitindo ter sido Luca Paccioli o inventor das partidas
dobradas. O monge nasceu em 1445, foi matemático, viveu na Europa durante
a Idade Média e, segundo historiadores, teria aprendido este método com povos
do oriente com quem teve contato. Favero et al. (2009, p.8) relatam que a partir
desta obra a Contabilidade passa a ter um grande crescimento na Europa,
iniciando um período de domínio da escola italiana de Contabilidade:
A Contabilidade teve um desenvolvimento extraordinário na Europa a
partir do século XIII até o início do século XX. […] Foi nessa época que teve
início e, também, domínio, a escola italiana de Contabilidade, que acabou
influenciando praticamente todo o mundo até o começo do século XX (FAVERO
et al., 2009, p.8).
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Diante de tantas explicações, a lógica do método das Partidas Dobradas
resume-se de forma simples: cada débito deverá apresentar um crédito
correspondente de mesmo valor. Assim entendemos que na realização de
operações estamos retirando recursos de uma conta (origem) e transferindo para
outra (aplicação).
Importante
O débito representa as funções que acrescentam valor aos ativos, ou sejam,
somam o valor dos bens e direitos da empresa. Já os lançamentos devedores
nas contas do passivo reduzirão os seus valores. Em contrapartida, os
lançamentos a crédito aumentarão o valor do passivo e reduzirão os ativos da
organização.
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Conforme apresentado, a utilização das Partidas Dobradas permite que
por meio de um único lançamento duas alterações sejam registradas: 1 – a
redução da conta de salários a pagar (representando a aplicação/destinação
dos recursos) e 2 – a redução nos valores da conta banco (representando a
origem dos recursos). Observe que neste caso o evento contábil representa
somente alterações em somente uma conta de débito e crédito, porém mais de
uma conta pode ser alterada. Imagine se o proprietário não possua todo o
dinheiro em banco para pagamento e use parcialmente os valores em caixa,
neste caso, a situação seria apresentada da seguinte forma:
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BREDA, 2014), melhorando o controle patrimonial e contribuindo com
alternativas para melhor subsidiar os tomadores de decisão da empresa.
Dica de Leitura
Para saber mais sobre o “Método das Partidas Dobradas” leia esse o texto
a seguir que fala sobre “O método das partidas dobradas no século XXI: A Era
da Informação”.
Disponível:
(https://cgg-amg.unb.br/index.php/contabil/article/download/177/pdf_79)
Saiba mais
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=MKHkCUPHXJk
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=VnGjnv_Cg50
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Lançamentos Contábeis
O registro de operações ou eventos que ocorrem diariamente na empresa
é realizado por meio de lançamentos em livros contábeis. Antes de realizar um
lançamento é importante você saber a diferença entre atos administrativos e
fatos administrativos.
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Lembre-se que todos os fatos que originam o lançamento contábil devem estar
suportados por uma documentação hábil e idônea (contratos, notas fiscais).
Recapitulando a Rota 01.... Os lançamentos contábeis são compostos por quatro
elementos:
Histórico: Valor ref. a aquisição do veículo GOL 1.0 MI 8V FLEX 4P, Volkswagen,
chassi 9AZVC05R3DF057890, conforme NF nº 40580, de 07/10/2015, de
WebMotors Ltda.
Bem, já de antemão devemos entender que não existe uma fórmula que
possa resolver o problema, mas existe uma lógica muito simples. Continue lendo
e verá...
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De onde veio o dinheiro para pagar os funcionários?
Ao contrário:
Logo, a conta de aplicação de recursos, ou seja, meu débito (D) será a conta
salários a pagar.
Os registros dos fatos podem não ser representados somente por uma
conta debitada e uma creditada. Na Contabilidade o registro dos fatos contábeis
pode também envolver:
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Fórmula simples 1ª fórmula: uma conta debitada e uma conta
creditada;
Observe os exemplos:
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Para facilitar a transcrição do histórico do fato contábil, comumente
utilizamos algumas abreviaturas para alguns termos. Veja alguns que
podem ser usados:
Cfe. = Conforme Ch. =
Cheque
Dep. = Depósito Dp. =
Duplicata
Fat. = Fatura NF = Nota
Fiscal
Vlr. = Valor Pg. = Pago
Ref. = Referente Transf. =
Transferência
Saiba mais
Tire suas dúvidas sobre os lançamentos contábeis aqui:
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=n0Duo8dSAQo
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Veja o Blog do Professor José Eduardo Scarpin e consiga mais detalhes:
Disponível: http://aulasprofscarpin.blogspot.com.br/
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As duas primeiras atualmente encontram-se em desuso, sendo a última
atualmente aplicada na Contabilidade. Vejamos a essência de cada uma delas.
Teoria Personalista
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pessoas. São exemplos: Duplicatas a receber, Clientes a receber, Impostos a
recuperar (direitos), Fornecedores, Salários a pagar, Dividendos a distribuir
(obrigações).
Teoria Materialista
Teoria Patrimonialista
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A mesma classifica as contas em dois grupos, que você verá logo a seguir!
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Observação: existem também as chamadas Contas de compensação.
Elas representam um controle à parte do sistema patrimonial, destinado a
finalidades internas na empresa.
Seu registro é comumente aplicado para possíveis alterações patrimoniais
futuras, como exemplo: Contratos de arrendamento mercantil, avais ou
aluguel, Contratos de seguros ou garantias, ou ainda, Consignação de
mercadorias.
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mercadorias. Além disso, muitas vezes adota-se um código numérico a cada
conta a fim de facilitar seu ordenamento e lançamento no software.
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E a professora Neusa Higa, o que será que ela tem a falar sobre estes
critérios? Confira no material on-line.
Dica de Leitura
Para saber mais sobre os lançamentos contábeis - Tipos de fatos
contábeis, fórmulas contábeis e erros de escrituração – leia esse material:
https://www.editoraferreira.com.br/Medias/1/Media/Professores/ToqueDeMestre
/HumbertoLucena/HumbertoLucena_toque_04.pdf
Saiba mais
Seria muito bom se você tirasse algumas dúvidas sobre as contas
contábeis, não é mesmo? Faça uma revisão de alguns pontos principais a partir
desse vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=JcjUqaRdtKs
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Contabilidade (IFRS). A fim de atender ao padrão internacionalizado, o Conselho
Federal de Contabilidade editou Pronunciamentos Técnicos (CPC) sobre
procedimentos a serem adotados.
Complementarmente aos pronunciamentos (que na verdade tratam-se de
indicações promovidas a fim de convergir as demonstrações contábeis), as
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) dispõem de Normas Técnicas Gerais
(TG) que orientam a divulgação de informações em nosso país.
Conforme a NBC TG 26 R2 e NBC TG 09, as empresas brasileiras devem
obrigatoriamente divulgar ao final do período:
O Balanço Patrimonial
A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
A Demonstração do Resultado Abrangente do exercício
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do exercício
(DMPL)
Os fluxos de caixa do período
A Demonstração do Valor Adicionado do período
As Notas Explicativas
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Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Contábil e tem
como função apresentar a posição financeira da empresa por meio do seu
Patrimônio. O BP apresenta os saldos das contas patrimoniais (aquelas
apresentadas no Plano de Contas) em um determinado período, normalmente
ao final de cada ano.
A estrutura do BP é composta por três grandes grupos: o Ativo, o Passivo
e o Patrimônio Líquido.
ATIVO PASSIVO
Obrigações com terceiros
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Ao estruturar o Balanço Patrimonial as contas do Ativo são dispostas no
lado esquerdo do “quadro”, sendo classificadas em grau decrescente de liquidez,
ou seja, conforme sua facilidade para conversão em dinheiro. Já as contas do
Passivo apresentam-se no lado direito, sendo organizadas em ordem
decrescente de exigibilidade, isto é, conforme a prioridade de vencimento/
liquidação.
Por fim, o Patrimônio Líquido (PL), também no lado direito do BP, é
composto por contas organizadas conforme a fonte de recursos. No PL são
elencados os investimentos aplicados pelos sócios, as reservas de lucros que
ela possui ou ainda os prejuízos acumulados.
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De forma complementar, a Demonstração do Resultado Abrangente é
apresentada de forma agregada a DRE, e consiste na diferença entre todas as
receitas e todas as despesas.
Neste momento você deve estar se perguntando:
Bem, a principal diferença entre DRE e DRA é que a última agrega no seu
relato as mudanças que ocorrem no Patrimônio Líquido resultantes de eventos
não originados dos sócios. São exemplos dessas transações: os efeitos / ajustes
na correção de erros e mudanças de políticas contábeis, os ganhos e perdas
atuariais ou provenientes da conversão de Demonstrações Contábeis em
operações no exterior, ou ainda, as alterações nos valores de instrumentos de
hedge (você irá aprender mais sobre isso ao longo do seu curso).
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São exemplos de acontecimentos que alteram as contam dos PL:
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A DFC apresenta-se pelo método direto e indireto, sendo os fluxos de
caixa classificados em aplicações de três tipos: atividades operacionais, de
investimento e de financiamento.
1) Atividades operacionais: são as principais atividades geradoras de receita.
Exemplo: Receitas com vendas, pagamento de fornecedores, despesas
operacionais.
2) Atividades de investimento: são as atividades referentes a aquisição de
investimentos ou venda de ativos. Exemplo: Investimentos realizados.
3) Atividades de financiamento: são atividades que geram alterações nas suas
obrigações com terceiros ou no capital próprio da entidade. Exemplo:
empréstimos e financiamentos.
Notas explicativas
As Notas Explicativas visam fornecer informações necessárias e
complementares ao entendimento da atual situação patrimonial (conta, saldo,
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transação) ou de valores relativos a fatos que podem altera-la futuramente. As
mesmas podem ser relacionadas a quaisquer uma das Demonstrações
Contábeis mencionadas.
Sua utilização provê informações adicionais que não tenham sido
apresentadas nas demonstrações contábeis, porém que sejam relevantes para
sua compreensão (NBCTG 26 R2/2014). Além disso, as notas explicativas
podem ser apresentadas tanto quanto necessário, desde que de forma
sistemática, ou seja, o item a ser explicado deve conter a referência cruzada
respectiva a informação.
Comumente as notas explicativas são ferramentas auxiliares. Elas são
aplicadas em diversos contextos, dentre eles: na apresentação das políticas
contábeis significativas adotadas pela entidade; de bases de mensuração
utilizadas nas demonstrações contábeis; dos métodos aplicados na reavaliação
de ativos; de dividendos propostos ou declarados antes da data, ou ainda, de
informações explanatórias ou comparativas com o
período anterior (NBC TG 03 R2/2014).
Dica de Leitura
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Apresentação do fluxo de caixa: NBCTG03(R2). Demonstração dos fluxos
de caixa. Altera a NBC TG 03 (R1) que dispõe sobre demonstração dos fluxos
de caixa. Diário Oficial da União, 17 de abril de 2014, Brasília.
Disponível:
http://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2014/NBCTG03(R
2)
Leitura complementar
Está disponibilizado como material complementar as demonstrações
contábeis reais, divulgadas ao final de 2014 da empresa Marisa S.A. Documento
denominado:
Saiba mais
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Disponível:
http://www.copel.com/hpcopel/root/sitearquivos2.nsf/arquivos/distribuicao2014/
$FILE/distribuicao2014.pdf
Relatório Gerenciais
A exigência por controles cada vez mais eficazes é uma realidade
vivenciada por muitas empresas que pretendem manter-se no mercado.
A Contabilidade, com o objetivo de atender aos diversos usuários e nos
mais diversos cenários, aprimora seus instrumentos conforme os problemas e
necessidades organizacionais. Lembre-se que apresentar dados ao governo ou
elaborar as demonstrações anuais não são as finalidades únicas das
demonstrações contábeis.
Os controles internos são elementos da Contabilidade e propiciam aos
gestores informações que auxiliam potencialmente nas operações de
planejamento, execução e controles das atividades. Além disso, devido seu
papel de subsídio à tomada de decisão, por meio deles é também possível
maximizar o resultado econômico da organização.
Os relatórios gerenciais, por sua vez, são documentos que dispõem de
importantes informações sobre as operações internas (de gestão) da empresa.
Os mesmos são de uso interno na organização, principalmente devido ao seu
perfil estratégico e individualizado. Por meio dele é possível apurar e
acompanhar indicadores de produtividade setorial/departamental da empresa,
sua parcela de mercado, questões como ociosidade, retrabalho e perdas,
elaborar estimativas com base nas análises de eventos passados, e ainda
realizar projeções ou sugestões para ações futuras.
Além disso, sua elaboração deve ter como foco a operacionalidade
informativa, ou seja, dispor de forma prática e objetiva dados [verdadeiros] que
retratem a realidade da empresa.
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Sua utilidade está em atender os níveis de gerência na organização,
auxiliando-os para execução de suas funções e frente à necessidade de
esclarecimentos sobre “o que fazer” em uma situação (PADOVEZE, 1997).
Quando elaborados com qualidade, estes documentos são de extrema
importância para uma boa gestão. A fim de atender e adaptar-se aos variados
níveis de gerência, deve-se considerar que os interesses podem voltar-se para
informações de caráter global e estratégico ou setorial analítico. Deste modo, os
relatórios podem abordar diversos segmentos, permitindo análises e oferecendo
informações precisas sobre uma situação (IUDÍCIBUS, 1987).
A Contabilidade pode fornecer informações periódicas (diárias, semanais)
como a posição de caixa, faturamento ou produção por meio de relatórios
gerenciais. Todavia, rapidez e tempestividade são elementos imprescindíveis a
serem considerados na apresentação destes resultados e das posições
patrimonial e financeira da entidade. Sua apresentação no momento correto
pode auxiliar no reconhecimento de falhas no sistema e apresentando
alternativas tempestivas para solucioná-las, evitando assim decisões errôneas
(IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2000).
Os relatórios gerenciais seguem algumas características a fim de atender
seu principal objetivo – atender as necessidades dos usuários e gestores
internos. Vejamos:
1) Saber para quem o relatório está sendo feito: como os relatórios gerenciais
são de uso interno, é importante que os dados e informações estejam dispostas
conforme a necessidade do usuário. Saber quem é o destinatário, principalmente
em casos confidencias (informação sigilosa), é de extrema importância. Desta
forma é possível apresentar de forma clara, objetiva e correta o que “realmente
interessa. ”É possível também que sejam um ou mais usuários (departamentos,
pessoas), neste caso uma boa alternativa é relacionar no relatório quem são os
destinatários.
2) Saber o que se espera do relatório: ao estruturar um relatório você deve
imaginar que as informações contidas são apresentadas com uma finalidade. O
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que se espera é que o usuário esclareça sua “dúvida” ou a solucione por meio
destas informações. Mas qual a dúvida? Sobre algum departamento ou
operação da empresa? É importante conhecer o(s) objetivo(s) do relatório e, se
necessário, descrevê-lo(s) formalmente por uma nota inicial.
3) Apresentação do conteúdo: ao desenvolver o relatório procure dispor de
informações com maior potencial possível de utilização. Este processo envolve
a seleção de dados que estejam realmente vinculados à pauta a ser discutida.
Indica-se a evidenciação de alguns aspectos comumente usados, como
exemplo, produção, receitas, custos, despesas, metas traçadas, dentre outros.
É importante você lembrar que apresentar as tendências ao longo do tempo pode
ser bastante útil na análise de uma evolução histórica, ou seja, a comparação
entre períodos, meses, anos.
4) Formato dos relatórios: procure inserir o que se quer apresentar de forma mais
prática e comunicativa possível. Dependendo do tipo de relatório, expor o
conteúdo geral em tópicos ou seções (Introdução, Objetivos, Sumários,
Recomendações, Anexos) é bastante útil. Vale lembrar que a sequência de
abordagens deve ser em estilo “pirâmide”, ou seja, primeiramente as pautas mais
relevantes e, em seguida, suas peculiaridades, detalhes e justificativas. Incluir
nas apresentações recursos como ilustrações, tabelas ou gráficos dinamizam a
apresentação e auxiliam na interpretação das informações. Dados
complementares ao entendimento podem também ser inseridos na seção
Anexos. Além disso, datas e assinaturas, quando necessárias, devem ser
impreterivelmente apresentadas. Costuma-se:
Ao elaborar o relatório lembre-se da sua utilidade na tomada de decisão
ou identificação de oportunidades de melhoria (redução de custos, despesas,
aumento de vendas). Conselheiros, gestores e diretores necessitam de
levantamentos objetivos e de fácil acesso.
A apresentação de indicadores econômico-financeiros, e principalmente
da análise deles, pode auxiliar a identificar prioridades a serem adotadas. Alguns
detalhamentos importantes podem ser adicionados na estrutura, como exemplo,
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margem de contribuição por departamento/operação/produto/cliente, despesas
por unidade/centros de custo, investimentos previstos e realizados, dentre
outros.
Os relatórios gerenciais não são compulsórios, ou seja, não há
obrigatoriedade em estrutura-los ou divulga-los. Todavia, sua principal função é
auxiliar os gestores com algumas informações. Como não seguem uma estrutura
específica (modelo padrão) as informações são selecionadas e apresentadas
para um fim específico, atender as necessidades internas do responsável pela
tomada de decisão.
Esta característica permite que estes instrumentos sejam adaptados às
necessidades da empresa. Os usuários podem aplica-los em diversas
finalidades, como auxílio para traçar estratégias, realizar planejamentos,
acompanhar o desempenho da empresa, ou ainda, reestabelecer objetivos.
Dica de Leitura
O que os gestores acham sobre os relatórios gerenciais?
O estudo abaixo trata deste assunto. É imprescindível você ler.
Disponível:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_TN_STO_137_872_19312.pdf
Saiba mais
Para que um relatório gerencial seja útil é necessário ter dados e índices
a serem analisados. Evidenciar tendências, como o aumento de ganho ou
margens brutas, redução de custos e despesas são elementos frequentemente
utilizados. É também possível evidenciar indicadores ou características que
podem ser melhoradas, por exemplo, horas extras, percentuais de materiais
defeituosos ou desperdiçados, despesas.
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planilhas e gráficos com estes e outros indicadores. Por meio dele é possível
criar uma base de dados que pode ser frequentemente atualizada, apurando
valores por meio de funções automáticas. Além disso, o software disponibiliza a
criação de diferentes gráficos, transmitindo o significado de planilhas ou tabelas
complexas de uma forma mais simples.
O SEBRAE fornece modelos que auxiliam na elaboração de relatórios
gerenciais para empresas de menor porte, você sabia?
Disponível:
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/AABA27FA43CD38C183257589005C3406/$File/NT0003FD3E.pdf
TROCANDO IDEIAS
Confira: http://zaghetigerencial.blogspot.com.br/2011/05/relatorios-gerenciais-
base-para-tomadas.html
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NA PRÁTICA
Diariamente eventos ocorrem na organização. Aplicações de valores por
sócios e acionistas, vendas de produtos, recebimentos de clientes, depósitos,
dentre outros. Propomos que você realize o registro de fatos contábeis que
ocorreram na organização. Lembre-se de apresentar os quatro elementos
contábeis:
(1) Data e local, (2) Contas (conforme o modelo Matriz de Referência - Plano de
Contas disponibilizado), (3) Valores e (4) Histórico.
Os sócios da empresa Aprendendo Contabilidade decidiram que no mês
de novembro de 2015 realizariam alguns investimentos na empresa. A
Aprendendo Contabilidade, localizada em Curitiba/PR, passou por alguns atos
administrativos e fatos contábeis. Identifique-os e realize a contabilização das
operações quando necessário.
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Protocolo de Resolução da situação proposta
SÍNTESE
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2) Lançamentos contábeis: a ocorrência de fatos contábeis devem ser
obrigatoriamente registrados. Lembre-se que os fatos contábeis são eventos que
alteram o patrimônio da empresa de forma qualitativa ou quantitativamente. Os
lançamentos são apresentados em ordem cronológica de ocorrência,
subsidiados por uma documentação idônea, registrados em livros contábeis e
compostos por quatro elementos: (1) data e local, (2) contas, (3) saldos e (4)
histórico.
3) Matriz referencial – Plano de contas: a estrutura usada para organizar as
contas na escrituração dos fatos contábeis é chamada de Plano de Contas. O
mesmo funciona como um parâmetro de ordenação das contas que irão compor
os demonstrativos contábeis. A ordenação das contas que compõem esta matriz
de referência deve ser personalizada conforme as necessidades da organização.
Sua composição é formada pelas contas patrimoniais e de resultado, com
naturezas devedora e credora.
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5) Relatórios gerenciais: são documentos de cunho interno que apresentam
informações relevantes para avaliação de situações e possíveis tomadas de
decisões. Sua estrutura é diversificada conforme a necessidade informacional e
adaptada às necessidades dos usuários. Ao estruturar relatórios gerenciais é
importante você lembrar de algumas características, como (1) saber para quem
o relatório está sendo feito, (2) saber o que se espera do relatório (atender as
expectativas dos usuários), (3) apresentar informações úteis à pauta a ser
analisada / discutida e (4) dispor informações de forma prática e comunicativa.
Lembre-se que ao estruturar relatórios gerenciais vale a pena investir em
gráficos e tabelas, auxiliando a apresentação de dados.
Veja o resumo de tudo que foi abordado nesta aula, na síntese elaborada
pela professora Neusa Higa disponível no material on-line.
Referências
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PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema
de informação contábil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
SÁ, Antonio Lopes. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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