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Porto
Alegre: Penso, 2017.
Introdução
O currículo é entendido como algo que adquire forma e significado educativo à medida
que sofre uma série de processos de transformação dentro das atividades práticas que o
tem mais diretamente por objeto.
Neste livro, capítulo a capítulo, irão sendo abordadas as fases ou processos fundamentais,
por meio dos quais o currículo se configura como prática realizada em um contexto. A
cultura desenvolvida por uma sociedade ganha significado no processo educativo através
das práticas e dos códigos que a traduzem em processos de aprendizagem para os alunos,
relacionando-se intrinsecamente com a qualidade da educação e do ensino. Para
Sacristán, p. IX, “não há sentido na renovação de conteúdos sem a correspondente
mudança de procedimentos e tampouco a fixação em processos educativos sem os
respectivos conteúdos de cultura”.
A prática escolar num determinado momento histórico está relacionada com os usos,
tradições, técnicas e perspectivas dominantes em torno da realidade do currículo. Assim,
reformas que busquem alterações na qualidade do ensino, normalmente são instituídas
inicialmente no currículo, para que a partir das alterações nos conteúdos e formas
possibilitem a mudança do sistema educativo.
As decisões sobre o currículo têm sido patrimônio de instâncias administrativas que
monopolizam um campo que deveria ser proposto e gestionado de forma democrática. A
qualidade da educação está relacionada aos professores e a cultura escolar. Então, para
melhorar a qualidade no ensino deve-se mudar os conteúdos, os procedimentos e os
contextos de realização dos currículos. Para mudar o contexto deve-se formas os
professores na perspectiva do novo currículo.
p. 16. “A teorização sobre o currículo deve ocupar-se (…) da reflexão sobre a ação
educativa nas instituições escolares. (…). Por isso, a importância da análise do currículo,
tanto de seus conteúdos, como de suas formas, é básica para entender a missão da
instituição escolar em seus diferentes níveis e modalidade”.
p. 18. “O ensino não é mais do que o processo desenvolvido para cumprir o esquema
socializador, formativo e cultural que a instituição escolar tem. Algo que se esquece
muitas vezes quando se quer analisar os processos de ensino-aprendizagem a partir de
uma determinada perspectiva científica e técnica, esquecendo seu verdadeiro encargo.”