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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4

1 CONCEITOS E TIPOS DE CONTABILIDADE ............................................ 5

1.1 Introdução ............................................................................................ 5

1.2 Evolução Da Contabilidade .................................................................. 6

1.3 A contabilidade no brasil ...................................................................... 8

2 ESTUDO DA TEORIA CONTÁBIL .............................................................. 9

2.1 Conceitos ........................................................................................... 10

2.2 Funções.............................................................................................. 10

2.3 Finalidades ......................................................................................... 10

3 A CONTABILIDADE APLICADA ............................................................... 11

3.1 Áreas de Atuação em Geral ............................................................... 13

3.2 Áreas de Atuação Específica ............................................................. 14

3.3 Usuários Da Contabilidade ................................................................. 15

4 OS FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DA CONTABILIDADE ..................... 16

4.1 Postulado Contábil da Entidade ......................................................... 16

4.2 Postulado Contábil da Continuidade .................................................. 16

5 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS........................................................................ 17

5.1 O Princípio da Entidade...................................................................... 18

5.2 O Princípio da Continuidade............................................................... 18

5.3 O Princípio da Oportunidade .............................................................. 18

5.4 O Princípio do Registro Pelo Valor Original ........................................ 18

5.5 O Princípio da Competência............................................................... 19

5.6 O Princípio da Prudência.................................................................... 20

6 CONVENÇÕES CONTÁBEIS ................................................................... 20


1
7 PATRIMÔNIO ........................................................................................... 21

8 BENS ........................................................................................................ 21

8.1 Bens Móveis ....................................................................................... 22

8.2 Bens Imóveis ...................................................................................... 22

8.3 Bens Tangíveis ................................................................................... 22

8.4 Bens Intangíveis ................................................................................. 22

9 DIREITOS ................................................................................................. 22

10 Obrigações ............................................................................................ 23

11 Patrimônio Líquido (PL) ......................................................................... 23

12 Balanço Patrimonial ............................................................................... 24

13 ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL ....................................... 25

13.1 Classificação das Contas no Balanço Patrimonial .......................... 26

14 CONTAS ................................................................................................ 28

14.1 Teoria das Contas ........................................................................... 29

14.2 Teoria Materialista ........................................................................... 30

14.3 Teoria Patrimonialista ..................................................................... 31

14.4 Classificação das Contas ................................................................ 31

14.5 Mecanismo Débito e Crédito ........................................................... 32

15 EQUAÇÕES PATRIMONIAIS ................................................................ 32

16 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO ......................................................... 33

16.1 Método das Partidas Simples.......................................................... 33

16.2 Método das Partidas Dobradas ....................................................... 34

17 DÉBITO E CRÉDITO ............................................................................. 35

18 LIVRO DIÁRIO....................................................................................... 37

19 LIVRO RAZÃO....................................................................................... 38

20 RAZONETEs ......................................................................................... 38
2
21 EXERCÍCIO ECONÔMICO ................................................................... 40

22 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ................................................... 41

22.1 Estoques ......................................................................................... 41

22.2 Custo de aquisição dos estoques ................................................... 42

22.3 Notas Fiscais................................................................................... 43

22.4 Contabilização ................................................................................. 43

23 SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES ....................................... 44

23.1 Ficha de controle de estoque .......................................................... 45

23.2 Critério do Custo específico ............................................................ 46

23.3 Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS) ............................ 46

23.4 Último que Entra é o Primeiro que Sai (UEPS) ............................... 47

23.5 Média ponderável móvel ................................................................. 47

24 ATIVO IMOBILIZADO ............................................................................ 48

24.1 Custo de Aquisição ......................................................................... 49

24.2 Gastos com Manutenção e Reformas ............................................. 49

24.3 Depreciação .................................................................................... 49

24.4 Exaustão ......................................................................................... 50

24.5 Ativo Intangível ................................................................................ 51

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 53

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 54

3
INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

A Rede Futura de Ensino, esclarece que o material virtual é semelhante ao da


sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta,
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse
aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.
No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão
ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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1 CONCEITOS E TIPOS DE CONTABILIDADE

1.1 Introdução

A Contabilidade é um dos conhecimentos mais antigos e não surgiu em função


de qualquer tipo de legislação fiscal ou societária, nem embasada em princípios
filosóficos, ou em regras estipuladas por terceiros, mas pela necessidade prática do
próprio gestor do patrimônio, normalmente seu proprietário, preocupado em elaborar
um instrumento que lhe permitisse, entre outros benefícios, conhecer, controlar, medir
resultados, obter informações sobre produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a
evolução de seu patrimônio. Esse gestor passou a criar rudimentos de escrituração
que atendessem a tais necessidades.
Muitas tentativas foram sendo elaboradas, ao longo dos séculos, até que o
método das partidas dobradas (que consiste no princípio de que para todo débito em
uma conta, existe simultaneamente um crédito, da mesma maneira que a soma do
débito será igual a soma do crédito, assim como a soma dos saldos devedores será
igual à soma dos saldos credores) mostrou-se o mais adequado, produzindo
informações úteis e capazes de atender a todas as necessidades dos usuários para
gerir o patrimônio.
Com a formação de grandes empresas, a Contabilidade passou a interessar a
grupos cada vez maiores de indivíduos: acionistas, financiadores, banqueiros,
fornecedores, órgãos públicos, empregados, além da sociedade em geral, pois a
vitalidade das empresas tornou-se assunto de relevante interesse social.
Assim, pode-se dizer que a Contabilidade surgiu ou foi criada em função de sua
característica utilitária, de sua capacidade de responder a dúvidas e de atender as
necessidades de seus usuários. Conjunto este de características que não só foi
eficiente para o surgimento da Contabilidade como também para sua própria
evolução.
A Contabilidade formatou-se em concordância com o ambiente no qual opera.
Como as nações têm histórias, valores, e sistemas políticos diferentes, elas também
têm padrões diferentes de desenvolvimento financeiro-contábil. A Contabilidade no
Brasil não é como a de outros países. De fato, o que se observa é a diversidade, pois
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os sistemas e métodos contábeis diferem muito em cada país devido, principalmente,
sua cultura e ao seu desenvolvimento econômico (o desenvolvimento de cada ciência
está intimamente ligado ao desenvolvimento econômico de uma nação).
Esta diversidade é uma pequena parte da variedade de ambientes empresariais
ao redor do mundo e a Contabilidade tem se mostrado sensitiva ao ambiente no qual
opera. É interessante notar, também, que quando o ambiente empresarial dos países
é similar, seus sistemas financeiro-contábeis também tendem a ser similares.
Em alguns países, tais como os Estados Unidos, a informação financeira é
dirigida principalmente às necessidades dos investidores e credores, e a “utilidade da
decisão” é o critério para julgar sua qualidade. Entretanto, em outros países, a
Contabilidade tem um enfoque diferente e desempenha papéis diferentes. Por
exemplo, em alguns países, esta é designada primeiramente para assegurar que o
montante apropriado do imposto de renda seja arrecadado pelo governo. Este é o
caso de muitos países sul americanos. No Brasil este enfoque ainda permanece, a Lei
nº 6.404/76 contempla o tratamento tributário, porém está mais voltada à proteção dos
credores da entidade. Em outros países (Europa continental e Japão), a Contabilidade
é designada para auxiliar no cumprimento das políticas macroeconômicas, tais como
o alcance de uma taxa pré-determinada de crescimento na economia nacional.
Dentre os vários modelos existentes, cada um com suas particularidades,
atendendo a interesses específicos, percebe-se que a Contabilidade tem uma
dinâmica e uma maleabilidade muito grande e se adapta perfeitamente em qualquer
contexto em que esteja inserida.

1.2 Evolução Da Contabilidade

 Pré-história: 8.000 a.C. até 1.202 d.C. (empirismo, conhecimento superficial):


experiências e práticas vividas pelas civilizações do mundo antigo, destacando-
se os estudos sumérios, babilônios, egípcios, chineses e romanos.
 Idade Média: 1.202 d.C., com a obra “Leibe Abaci”, de Leonardo Fibonacci:
período de sistematização dos registros.
 Idade Moderna: 1494, com a publicação da obra “Tratatus Particularis de
Computis et Scripturis” (Tratado Particular de Conta e Escrituração), do frei e
6
matemático Luca Paccioli, em Veneza, onde este fez o estudo sobre o método
das “Partidas Dobradas”, tornando-se um marco na evolução contábil.
 Idade Contemporânea: do século XVIII, é o período científico da Contabilidade,
quando esta deixa de ser mera “arte” para tornar-se “ciência”. A partir daí
surgiram várias doutrinas contábeis, como: Contista, Controlista, Personalista,
Aziendalista e Patrimonialista.

Na Contabilidade, como em todos os outros ramos, o saber humano distingue-


se em dois aspectos: pelo raciocínio através da investigação dos fatos e pela prática
através da aplicabilidade.
O primeiro aspecto corresponde à ciência como um sistema de conhecimentos
e o segundo à arte como um sistema de ações. A ciência depende da arte para ser
útil à vida e a arte torna-se esclarecida e consciente de seus fins e potencialidade com
o auxílio da ciência.
As doutrinas contábeis foram introduzidas por diversas escolas de época que
conceituaram a Contabilidade sob diversos aspectos.

 Contista: define a Contabilidade como a ciência das contas.


 Controlista: limita a Contabilidade em função do controle das entidades.
 Personalista: enfatiza a relação jurídica entre as pessoas como objetivo
da Contabilidade.
 Aziendalista: define a Contabilidade como a ciência da administração da
entidade.
 Patrimonialista: define a Contabilidade como a ciência que estuda o
patrimônio.
 Neopatrimonialista: consiste em uma nova corrente científica que
aplicou na direção de classificar e reconhecer especialmente as relações
lógicas que determinam a essência do fenômeno patrimonial, as das
dimensões ocorridas e, com ênfase “no porque ocorrem os fatos”, ou
seja, qual a verdadeira influência dos fatores que produzem a

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transformação da riqueza (e que são os dos ambientes interno e externo
que envolvem os meios patrimoniais).

1.3 A contabilidade no brasil

Até 1940
 Mercado incipiente com economia agrária;
 Profissão ainda muito desorganizada com o predomínio do “guarda-
livros”.
Decreto Lei nº 2.627 de 1940
 Influência da escola italiana;
 Em 1494, em Veneza (Itália), foi estabelecido o “Tratado particular de
conta e escrituração”, pelo frei e matemático Luca Paccioli;
 Sociedades formadas por familiares;
 Visão escritural: registro, controle e atendimento ao fisco.
Necessidades de Mudanças
 Evolução da economia: abertura do capital das empresas e influências
de firmas de auditoria;
 Ampliação da quantidade e maior confiabilidade nas informações.
Mudanças Significativas
 Contabilidade vista como sistema de informações;
 Aprimoramento das Demonstrações;
 Introdução da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados,
mostrando de forma clara o lucro ou prejuízo do exercício;
 Introdução da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos,
mostrando a eficiência da administração;
 Obrigatoriedade das Notas Explicativas para fornecer informações
complementares;
 Escrituração e registros desvinculados da legislação fiscal (mais
importante);
 Contabilidade elaborada para a entidade;

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 Valorização do profissional;
 Novas funções e áreas de atuação: gerencial, custos, auditoria, analista
financeiro, perito contábil, consultoria, tributarista, controller;
 Classificação das contas no Balanço;
 Horizonte temporal: distinção do curto e longo prazo;
 Definição do Exercício Social.

2 ESTUDO DA TEORIA CONTÁBIL

O estudo da Contabilidade a partir de qualquer das abordagens é igualmente


válido, desde que propicie o desenvolvimento da ciência contábil.

 Abordagem Ética: coloca em evidência a questão da ética, na qual a informação


deveria ter alto grau de fidedignidade e o profissional deve ser imparcial a
qualquer interesse.
 Abordagem da Teoria do Comportamento: está ligada à sociologia e à
psicologia do comportamento e enfatiza que a informação deve ser divulgada
de acordo com sua utilidade a cada usuário.
 Abordagem Macroeconômica: mostra a afinidade da Contabilidade com a
Economia, de acordo com estas a informação deve considerar as políticas
econômicas adotadas.
 Abordagem Sociológica: enfoca que a Contabilidade deve divulgar as relações
entre a entidade e a sociedade, fornecendo informações qualitativas que
demonstrem o favorecimento do bem-estar social.
 Abordagem da Teoria da Comunicação: mostra a importância de a
Contabilidade externar seus resultados, de forma clara e objetiva.
 Abordagem Pragmática: enfoca a praticidade, a utilidade e a relação custo x
benefício da informação.

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2.1 Conceitos

A Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio, objetivando


representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para sua
interpretação, análise e auditagem e servir como instrumento básico para a tomada
de decisões de todos os setores direta ou indiretamente envolvidos com a empresa.
Ë a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no
patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a
revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza
econômica.

2.2 Funções

As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar,


analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade
econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico.
 Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor
monetário;
 Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
 Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio
de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
 Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de
apuração dos resultados obtidos pela empresa;
 Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e
alertando para eventuais problemas.

2.3 Finalidades

Desde os seus primórdios que a finalidade básica da Contabilidade tem sido o


acompanhamento das atividades realizadas pelas pessoas, no sentido indispensável
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de controlar o comportamento de seus patrimônios, na função precípua de produção
e comparação dos resultados obtidos entre períodos estabelecidos.
A contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados e
a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar e
anotar as operações da entidade e de todos os fatos que de alguma forma afetam sua
situação econômica, financeira e patrimonial. Com esta acumulação de dados,
convenientemente classificados, a Contabilidade procura apresentar de forma
ordenada, o histórico das atividades da empresa, a interpretação dos resultados, e
através de relatórios produzir as informações que se fizerem precisas para o
atendimento das diferentes necessidades.
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da
administração das empresas no exercício de suas funções. Portanto a Contabilidade
é o controle e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica.
Controle: a administração através das informações contábeis, via relatórios
pode certificar-se na medida do possível, de que a organização está agindo em
conformidade com os planos e políticas determinados.
Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao
estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da Contabilidade e os planos
orçamentários, é de grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no
processo de decisão sobre que curso de ação deverá ser tomado para o futuro.

3 A CONTABILIDADE APLICADA

A Contabilidade, enquanto ciência que estuda o patrimônio das entidades,


encontra aplicações em todas estas, independentemente do tipo, ramo de atividade,
segmento econômico ou localização geográfica. Assim, a identificação do campo de
aplicação da Contabilidade também pode ser analisada através da definição do
patrimônio, como o conjunto de bens, direitos e obrigações relacionados a uma
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos.
A ideia de que a Contabilidade do setor público é diferente do setor privado ou,
ainda que a Contabilidade de uma entidade filantrópica é diferente da entidade

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privada, não é correta, pois cada entidade, dentro do seu ramo de atividade e das
suas peculiaridades apresenta especificidades próprias, só encontradas naquele
segmento, ou seja, em uma entidade filantrópica a Contabilidade será exercida
observando toda a legislação que envolve este tipo de entidade.
Se compararmos a Contabilidade pública com a Contabilidade privada,
observaremos que enquanto a pública não tem objetivo de apurar resultados (lucros),
a privada tem. O conjunto de bens da área pública recebe um tratamento contábil
específico, enquanto na área privada esses mesmos bens recebem outro tratamento.
Note-se que enquanto no setor público os bens não são depreciados e corrigidos
monetariamente, no setor privado estes bens têm objetivos de gerar resultados, ou
seja, são realizados através da depreciação e são corrigidos monetariamente para
manter o seu valor atualizado.
Muitos outros exemplos poderiam ser expostos para demonstrar que a
Contabilidade é igual em qualquer entidade, tendo como diferença entre elas as
especificidades de cada entidade. Assim, concluímos que independentemente do tipo
de atividade, do setor, da entidade, etc., a Contabilidade tem a mesma finalidade, o
mesmo objetivo e utiliza-se das mesmas técnicas e métodos para registrar e controlar
os patrimônios das entidades.
A entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade pública ou
privada, que tem como elementos indispensáveis: o trabalho, a administração e o
patrimônio, e tem finalidades: sociais, econômicas e socioeconômicas.
Sociais: que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins.
Ex: associações beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e religiosas
Econômicas: são as que têm a riqueza como meio e fim e têm como objetivo
aumentar seu patrimônio, obtendo lucro. Ex: empresas mercantis.
Socioeconômicas: que possuem a riqueza como meio e fim, porém o aumento
do patrimônio que possuem serve para beneficiar toda a comunidade.
Ex: instituto de aposentadorias e pensões e fundações.
A Contabilidade distingue-se em duas grandes ramificações: a pública e a
privada.
Contabilidade Pública: ocupa-se com o estudo e registro dos fatos
administrativos das pessoas de direito público e da representação gráfica de seus
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patrimônios, visando três sistemas distintos: orçamentário, financeiro e patrimonial,
para alcançar os seus objetivos, ramificando-se conforme a sua área de abrangência
em federal, estadual, municipal e autarquias.
Contabilidade Privada: ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos
das pessoas de direito privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da
representação gráfica de seus patrimônios, dividindo-se em civil e comercial.
 Contabilidade Civil: é exercida pelas pessoas que não têm como objetivo final
o lucro, mas sim o instituto da sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em:
 Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral,
individualmente ou em grupo.
 Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objetivo final o bem-
estar social da comunidade, tais como: clubes, associações de caridade,
sindicatos, igrejas, etc.
 Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram atividades
que objetivam o lucro. Divide-se em:
 Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objetivo social de compra e
venda direta de mercadorias. Ex: Supermercados, sapataria e açougues.
 Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objetivo social a
produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou da
transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de
riquezas. Ex: Indústria de móveis, pecuária, agricultura.
 Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objetivo
social a prestação de serviços. Ex: Estabelecimento de ensino,
telecomunicações e clínicas médicas.

3.1 Áreas de Atuação em Geral

Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos fiscalizadores, do


qual depende todo o planejamento tributário da entidade.
Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o governo
possui sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de

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orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a Contabilidade pública
registrar as transações em função deles, atuando como instrumento de
acompanhamento dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da
legislação financeira do País, estatui normas gerais para a elaboração e controle dos
orçamentos e balanços públicos.
Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos disponíveis na
entidade, através de um controle adequado do patrimônio.
Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para disponibilizar
informações aos usuários externos.
Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e
obtenção de informações, internas e externas, relacionadas com o controle do
patrimônio, objetivando mensurar a exatidão destes registros e das demonstrações
contábeis deles decorrentes.
Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais sobre
organizações com problemas financeiros causados por erros administrativos.

3.2 Áreas de Atuação Específica

Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora análises, através dos


relatórios contábeis, que devem demonstrar a exata situação patrimonial de uma
entidade.
Ambiental: informa o impacto do funcionamento da entidade no meio ambiente,
avaliando os possíveis riscos que suas atividades podem causar na qualidade de vida
local.
Atuarial: especializada na Contabilidade de empresas de previdência privada e
em fundos de pensão.
Social: informa sobre a influência do funcionamento da entidade na sociedade,
sua contribuição na agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais.
Agribusiness: atua em empresas com atividade agrícola de beneficiamento
inloco dos produtos naturais.

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3.3 Usuários Da Contabilidade

Os usuários são as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se


interessam pela situação da empresa e buscam nos instrumentos contábeis as suas
respostas. Podem ser divididos em: usuários internos e usuários externos.
Usuários Internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas
com a empresa e que têm facilidade de acesso às informações contábeis, tais como:
Gerentes: para a tomada de decisões;
Funcionários: com interesse em pleitear melhorias;
Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais.
O usuário interno principal da informação contábil na entidade moderna é a
alta- administração que pela proximidade à Contabilidade, pode solicitar a elaboração
de relatórios específicos para auxiliar lhe na gestão do negócio.
Os relatórios específicos podem, além de abranger quaisquer áreas de
informação (fluxo financeiro, disponibilidades, contas a pagar, contas a receber,
aplicações financeiras, compra e vendas no dia ou no período e os gastos gerais de
funcionamento), ser elaborados diariamente ou em curtos períodos de tempo
(semana, quinzena, mês, etc.), de acordo com as necessidades administrativas.
Usuários Externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade
de acesso direto às informações, mas que as recebem de publicações das
demonstrações pela entidade, tais como:
 Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de analisar a
concessão de financiamentos e medir a capacidade de retorno do capital
emprestado;
 Concorrentes: interessados em conhecer a situação da empresa para poder
atuar no mercado;
 Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as despesas
para poder atuar sobre o resultado operacional no que concerne a sua parcela
de tributação;
 Fornecedores: interessados em conhecer a situação da entidade para poder
continuar ou não as transações comerciais com a entidade, além de medir a
garantia de recebimento futuro;
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 Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a garantia de que
seu pedido será atendido nas suas especificações e no tempo acordado.

4 OS FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS DA CONTABILIDADE

Os postulados são uma proposição ou observação de certa realidade não


sujeita a verificação e constituem a lei maior da Contabilidade, pois definem o
ambiente econômico, social e político no qual está deve atuar, o seu objeto de estudo
e a sua existência no tempo. Os postulados contábeis, segundo alguns autores
consultados são: a entidade e a continuidade.

4.1 Postulado Contábil da Entidade

Define a entidade contábil, dando, a esta vida e personalidade própria, pois


determina que o patrimônio de toda e qualquer unidade econômica que manipula
recursos econômicos, independente da finalidade de gerar ou não lucros, de ser
pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, não deve se confundir com a
riqueza patrimonial de seus sócios ou acionistas, ou proprietário individual e nem
sofrer os reflexos das variações nela verificadas .Ex: quando uma firma individual paga
uma despesa é o caixa da firma que está desembolsando o dinheiro e não o dono da
empresa, embora materialmente, muitas vezes, as duas coisas se confundem.
Observa-se que este postulado é importante na medida em que ele identifica o
campo de atuação da Contabilidade, pois onde existir patrimônio administrável existirá
certamente a Contabilidade.

4.2 Postulado Contábil da Continuidade

Determina que a entidade é um empreendimento em andamento, com intenção


de existência indefinida, ou por tempo de duração indeterminado, devendo sobreviver
aos seus próprios fundadores e ter seu patrimônio avaliado pela sua potencialidade

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de gerar benefícios futuros, e não pela sua capacidade imediata de ser útil somente à
entidade.
Exemplo:
O balanço patrimonial somente reflete adequadamente a situação econômico-
financeira do patrimônio no momento de sua elaboração quando há presunção de que
a entidade prosseguirá no processo contínuo de realização de suas atividades, pois
se estas forem interrompidas, a realização dos valores patrimoniais não será
processada de acordo com o balanço, devido a motivos como a imediata interrupção
de suas receitas e não dos custos fixos, que prosseguem na fase de liquidação,
quando há cessação das atividades da entidade.

5 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS

Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias


relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos
universos científico e profissional.
A partir de 02/06/2010, os "Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)",
citados na Resolução CFC 750/1993, passam a denominar-se "Princípios de
Contabilidade (PC)", por força da Resolução CFC 1.282/2010.
Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de
ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.
São Princípios de Contabilidade:
 Princípio da Entidade
 Princípio da Continuidade
 Princípio da Oportunidade
 O da Atualização Monetária (Revogado pela Resolução CFC 1.282/2010)
 O da Competência
 O da Prudência

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5.1 O Princípio da Entidade

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da


Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de
um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente
de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição
de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.
Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles
dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

5.2 O Princípio da Continuidade

O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação


no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio
levam em conta esta circunstância.

5.3 O Princípio da Oportunidade

O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e


apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas.

5.4 O Princípio do Registro Pelo Valor Original

O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do


patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações,
expressos em moeda nacional.
Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e
passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou


equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos
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equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações
contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar
a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou


equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma
ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de
caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as
correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do


fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no
curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera
seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da
Entidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem
favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda


nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o
ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais.

5.5 O Princípio da Competência

O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros


eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do
recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe
a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

19
5.6 O Princípio da Prudência

O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os


componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
alterem o patrimônio líquido.

Observância Obrigatória:
A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da
profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC).
Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro das receitas e
despesas no período que ocorrerem, não pode ser substituído por adoção do regime
de caixa (onde as receitas e despesas são registradas somente por ocasião de seu
pagamento).

6 CONVENÇÕES CONTÁBEIS

As convenções são mais objetivas e têm a função de indicar a conduta


adequada que deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São:
convenção da objetividade, da materialidade, da consistência e do conservadorismo.
Convenção da Objetividade: o profissional deve procurar sempre exercer a
Contabilidade de forma objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou
expectativas de administradores ou qualquer pessoa que venha a influenciar no seu
trabalho e os registros devem estar baseados, sempre que possível, em documentos
que comprovem a ocorrência do fato administrativo.
Convenção da Materialidade: a informação contábil deve ser relevante, justa e
adequada e o profissional deve considerar a relação custo x benefício da informação
que será gerada, evitando perda de recursos e de tempo da entidade.
Convenção da Consistência: os relatórios devem ser elaborados com a forma
e o conteúdo das informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise
pelos diversos usuários. Obs.: Quando houver necessidade de adoção de outro
20
critério ou método de avaliação, o profissional deve informar a modificação e
apresentar os reflexos que a mudança poderá causar se não for observada pelo
usuário.
Convenção do Conservadorismo: estabelece que o profissional da
Contabilidade deve manter uma conduta mais conservadora em relação aos
resultados que serão apresentados, evitando que projeções distorcidas sejam feitas
pelos usuários. Assim, é preferível ter expectativa de prejuízo e a entidade apresentar
resultados positivos, ou seja, se houver duas opções igualmente válidas deve-se optar
sempre por aquela que acusa um menor valor para os ativos e para as receitas e o
maior valor para os passivos e para as despesas.

7 PATRIMÔNIO

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa


ou a uma entidade. É o objeto de estudo da contabilidade.
Abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e tudo aquilo que a
pessoa deve (obrigações).
Do ponto de vista contábil, são considerados apenas os bens, direitos e
obrigações que podem ser avaliados em moeda.
Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio, chamada Ativo e
as obrigações representam a parte negativa do Patrimônio, chamada Passivo.

8 BENS

São bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em
dinheiro, sendo utilizado na realização do objetivo principal de seu proprietário. São
as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas.
Os bens classificam-se em: Bens Móveis, Bens Imóveis, Bens Tangíveis e Bens
Intangíveis. Os bens fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto).

21
8.1 Bens Móveis

São móveis os bens passíveis de remoção sem danos, seja por força própria
ou por força alheia. Ou seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que não são fixos
ao solo. Ex.: dinheiro, veículos, móveis, utensílios, máquinas, estoques, animais (que
possuem movimentos próprios, semoventes), etc.

8.2 Bens Imóveis

São imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e
subsolo) sem destruição ou dano, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão
de ser total ou parcialmente destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios,
terrenos, construções, etc.

8.3 Bens Tangíveis

Também chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens


que constituem uma forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.:
veículos, terrenos, dinheiro, móveis e utensílios, estoques, etc.

8.4 Bens Intangíveis

Também chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os


bens que não constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.:
nome comercial (marca), patente de invenção, ponto comercial, o domínio de internet,
etc.

9 DIREITOS

São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios


presentes ou futuros. É o poder de exigir alguma coisa. Pode ser, por exemplo, o valor
que uma empresa receberá decorrente de uma venda a prazo. O comprador já levou
22
a mercadoria, porém ainda não pagou, então a empresa tem o direito de receber o
valor correspondente. Fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto).
Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários a receber, aluguéis a
receber, contas a receber, títulos a receber, etc.

10 OBRIGAÇÕES

São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física).


Fazem parte do PASSIVO.
Quando se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patrimônio a partir do
momento que o fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresa passa
a ter uma obrigação com o fornecedor, representada por uma conta a pagar
equivalente ao preço do bem. Assim como aumenta de um lado o Ativo (bem) da
empresa, de outro lado aumenta o Passivo (obrigação) da empresa.
Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis a pagar, contas a pagar,
Fornecedores ou Duplicatas a pagar (referente à compra de mercadorias a prazo),
impostos a pagar (ou impostos a recolher), etc.

11 PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)

A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações),


mas contém uma natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os
direitos dos acionistas, sócios ou titular da empresa individual em relação ao
patrimônio da pessoa jurídica.
Representa aquilo que, de fato, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efetiva, o que
lhe sobra depois de pagar todas as suas dívidas. O Patrimônio Líquido é a diferença
entre os valores do ativo (+) e do passivo (-) de uma entidade em determinado
momento, Exemplo:
Se a empresa tem um Ativo (bens + direitos) de R$100.000,00 e um Passivo
(obrigações) de R$40.000,00, o Patrimônio Líquido dessa entidade será de
R$60.000,00.

23
O PL também figura no lado do Passivo em virtude de o capital, reservas, etc.,
pertencerem aos proprietários da empresa (sócios, acionistas) e não deixa de ser uma
obrigação da empresa pessoa jurídica para com os proprietários pessoa física.

Conceitos importantes:

Curto prazo: Todos os bens e direitos realizáveis em moeda ou passíveis de


conversão e as obrigações com vencimento até o término do exercício social (ano)
seguinte.
Obs.: pode acontecer de a entidade ter o ciclo operacional com duração maior
do que o período de 12 meses, dessa forma a classificação como curto ou longo prazo
terá por base o prazo desse ciclo.
Longo prazo: Todos os bens e direitos realizáveis em moeda ou passíveis de
conversão e as obrigações com vencimento após o término do exercício social (ano)
seguinte.
Grau de liquidez: É o maior ou menor prazo no qual os Bens e
os Direitos podem ser transformados em dinheiro. Ex.: conta Caixa é a de maior
liquidez, por já ser dinheiro. Já a conta Veículos é de menor liquidez que a conta Caixa,
pois demora mais para se transformar em dinheiro (primeiro precisa-se vender o
veículo para depois ter o dinheiro em mãos).

12 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial (BP) é a principal Demonstração Financeira existente


(relatório contábil obrigatório por Lei). Ele mostra como de fato está o Patrimônio da

24
empresa, refletindo sua posição financeira em um determinado momento (no fim do
ano ou em qualquer data predeterminada).
No Balanço, o Patrimônio se encontra em equilíbrio, equilibra os bens e direitos
com as obrigações e as participações dos acionistas. Desta forma, ele é a igualdade
patrimonial. O BP mostra o Patrimônio da entidade tanto quantitativa quanto
qualitativamente (apresenta cada item que faz parte do Patrimônio e quanto se tem
de cada um).
O termo "Balanço" origina-se do equilíbrio:

Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido (PL)


Aplicações = Origens
Bens + Direitos = Obrigações

Parte da ideia de uma balança de dois pratos, onde sempre há a igualdade de


um lado com o outro (se não estiver em igualdade, significa que há erros na
contabilidade da entidade).
O BP demonstra, de maneira organizada, quais são (aspecto qualitativo) e
quanto valem (aspecto quantitativo) os bens, direitos e obrigações.
Em resumo, o Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a
evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição
patrimonial e financeira da entidade.

13 ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

O BP tem na sua constituição duas colunas: a coluna do lado esquerdo é a do


Ativo e a coluna do lado direito é a do Passivo (determinado por convenção).
No lado esquerdo são discriminados os bens e direitos, especificando-se
qualitativamente cada componente e indicando seu valor monetário (aspecto
quantitativo).
No lado direito são discriminadas as obrigações (dívidas) que a empresa possui
para com terceiros, por sua natureza e por sua expressão monetária.

25
Também no lado direito são discriminadas as contas do Patrimônio Líquido,
sendo as obrigações para com a empresa. São os recursos que os acionistas, sócios
investiram na entidade. Ex.: investimento feito pelos proprietários (dinheiro aplicado),
reserva de lucros, etc.

13.1 Classificação das Contas no Balanço Patrimonial

Todos as contas do Ativo encontram-se discriminadas no lado esquerdo do


Balanço Patrimonial e são classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez
dos elementos patrimoniais que representam. Ou seja, de acordo com a rapidez com
que podem ser convertidas em dinheiro (ordem de liquidar as dívidas, de pagar os
compromissos).
Os itens de maior liquidez aparecem no começo do Ativo, já os de menor
liquidez aparecem em último lugar. Ex.: a conta Caixa é a de maior liquidez,
encontrando-se no topo. Já a conta Máquinas e Equipamentos tem uma liquidez
menor, encontrando-se classificada mais abaixo, pois não possui o mesmo potencial
que a conta Caixa para ser convertida em dinheiro.
Todas as contas do Passivo encontram-se discriminadas no lado direito do
Balanço Patrimonial e são classificadas segundo a ordem decrescente de
exigibilidade. As contas são originadas de recursos de terceiros e são classificadas
de acordo com o seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais
rapidamente (curto prazo) aparecem no topo da coluna do Passivo, e as que serão
pagas em um prazo maior (longo prazo) aparecem mais para o final.

26
Já no Patrimônio Líquido (PL) (que faz parte do Passivo), também do lado
direito do Balanço Patrimonial, as contas são originadas de recursos próprios, como
investimentos feitos pelos proprietários (dinheiro aplicado) para abertura da empresa,
por reserva de lucros, prejuízos ou lucros acumulados, etc. Quando o saldo do PL
aumenta, significa que a empresa ficou mais rica. Quando o saldo do PL diminui,
significa que ela ficou mais pobre.
É importante saber que os Lucros Acumulados só podem existir em empresas
de pequeno porte. Nas Sociedades por Ações (SAs, Companhias, empresas de
grande porte), deve haver distribuição de lucros, sendo a conta Lucros Acumulados
uma conta transitória usada para a transferência do lucro apurado do exercício.
De acordo com a Lei 11.638/07, torna-se obrigatória a destinação total dos
Lucros nas SAs e empresas de grande porte.
De acordo com o artigo 178 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações),
as contas são classificadas nos seguintes grupos, segundo os elementos do
patrimônio que representam:

O artigo 179 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) fala sobre como
as contas deverão ser classificadas. Porém, podemos classificá-las da seguinte forma
para um melhor entendimento:

27
As contas que fazem parte dos grupos e subgrupos acima demonstrados se
classificam de formas diferentes. A partir da próxima página veremos qual o
significado de cada grupo (Ativo, Passivo Exigível e Patrimônio Líquido) e também
seus subgrupos e contas existentes.

14 CONTAS

Conta é o nome técnico que identifica cada componente do patrimônio (Bens,


Direitos e Obrigações ou Patrimônio Líquido) e cada elemento de resultado (Despesas
e Receitas).
A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove
no patrimônio da empresa. Todo fato mensurável em dinheiro é representado por uma
conta.

28
É através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu papel. Todos
os acontecimentos que ocorrem diariamente na empresa (como compras, vendas,
pagamentos e recebimentos) são registrados pela contabilidade em contas próprias.
Assim, toda movimentação de dinheiro efetuada dentro da entidade é
registrada em uma conta denominada Caixa, os objetos comercializados pela
entidade são registrados em uma conta denominada Mercadorias/Estoques, e assim
por diante.
Exemplo: Suponha que você vá ao banco e efetue um depósito em seu próprio
nome. Sendo correntista do banco, você terá uma conta aberta em seu nome, o que
significa dizer que o valor depositado vai ser anotado em um registro, destinado a
demonstrar todas as suas transações com o banco, chamado Conta. Da mesma forma
que o banco, as empresas utilizam contas para registrar as transações ocorridas.

14.1 Teoria das Contas

Ao longo da história da Contabilidade, a classificação das contas tem dividido


os doutrinadores entre várias respostas, resultando em formas diferentes de
classificação e interpretação das contas. Isto fez com que aparecessem várias escolas
defensoras de seus princípios para justificar os critérios adotados para classificação
das contas. Entre as teorias apresentadas pelas escolas, três delas se tornaram as
mais importantes: Teoria personalista, Teoria materialista e Teoria patrimonialista.
Para a escola personalista, as contas (elementos patrimoniais) podem ser
representadas por pessoas com as quais são mantidas relações jurídicas, ou seja,
que se relacionam com a entidade em termos de débito e crédito. Todos os débitos
efetuados nas contas dessas pessoas representam suas responsabilidades, enquanto
todos os créditos representam seus direitos em relação ao titular do Patrimônio.
Por essa teoria, as contas são classificadas segundo a natureza da relação
jurídica que essas pessoas mantêm com o titular do Patrimônio.
Na Teoria personalista, temos três tipos de contas (pessoas):
a) Proprietários: consiste nos responsáveis pelas contas do patrimônio líquido
e suas variações, como receitas e despesas. São, portanto, contas dos
proprietários: Capital social, Receita de vendas, Custo da mercadoria
29
vendida (CMV), ICMS sobre vendas, Devoluções de vendas, Receitas
financeiras, Reserva legal, etc.

b) Agentes consignatários: consiste nas pessoas (contas) a quem a entidade


confia a guarda os bens (Ativo), ou seja, que representam os bens. São,
portanto, contas dos agentes consignatários: Caixa, Banco, Veículos,
Móveis, Terrenos, etc.

c) Gentes correspondentes: consiste nas pessoas que representam as contas


de direitos (Ativo) ou obrigações (Passivo). São terceiros, que se situam na
posição de devedor ou credor da entidade. São, portanto, contas dos
agentes correspondentes as contas em que a entidade mantém esse tipo
de relação jurídica, como por exemplo, Clientes e Fornecedores. Os clientes
devem à empresa o valor correspondente a suas compras a prazo e os
fornecedores são credores da empresa em relação às vendas a prazo que
a esta foram feitas. Daí resulta que Clientes é conta devedora e
Fornecedores é conta credora.

14.2 Teoria Materialista

A escola materialista se opôs a teoria personalista, defendendo que as contas


representam entradas e saídas de valores e não simples relações de débito e crédito
entre pessoas (excluídas as relações com terceiros).
Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta, a relação entre as
contas e a entidade é uma relação material e não pessoal, de sorte que a conta só
deve existir enquanto houver também o elemento material por ela representado.
As contas dividem-se em:
a) Integrais (ou elementares): são as representativas dos bens, dos direitos e
das obrigações da entidade, ou seja, ativo e Passivo Exigível.
b) Diferenciais (ou derivadas): são as representativas do Patrimônio Líquido,
das receitas e das despesas da entidade.

30
14.3 Teoria Patrimonialista

É a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo ela, criada por Vincenzo


Masi, o objeto de estudo da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. A
contabilidade tem como finalidade controlar este patrimônio e apurar o resultado das
empresas.
Estas contas se classificam da seguinte forma:
a) Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (Ativo),
das obrigações (Passivo) e do Patrimônio Líquido (PL) da entidade.

b) Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas


da entidade.

14.4 Classificação das Contas

Em consequência da Teoria Patrimonialista, atualmente mais usada e aceita


como a mais adequada entre os contadores, as contas são classificadas em dois
grandes grupos: as contas patrimoniais e as contas de resultado.

Contas Patrimoniais

São aquelas contas que representam o Ativo (indica a existência de Bens e


Direitos) e o Passivo (indica a existência de Obrigações e Patrimônio Líquido da
entidade, formado pelo capital social, as reservas e os prejuízos acumulados). São
essas contas que representam o Patrimônio da empresa, através do Balanço
Patrimonial.

Contas de Resultado

São as Receitas e as Despesas do período, que devem ser encerradas no final


do exercício para que se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou
prejuízo, será incorporado ao Patrimônio através da conta Prejuízos acumulados
(quando o resultado for negativo), ou Reserva de lucros (quando o resultado for
positivo).

31
São acontecimentos que modificam a situação líquida da empresa e
representam variações no Patrimônio da entidade. Estas contas não fazem parte do
Balanço Patrimonial, mas permitem que o resultado do exercício seja apurado.

14.5 Mecanismo Débito e Crédito

Quanto a sua funcionalidade, as contas se dividem em:


Contas Unilaterais - são aquelas que sofrem variações somente em um sentido
(registro a débito ou registro a crédito). Ex: as contas de receitas serão via de regra
creditadas e as de despesas debitadas.
Contas Bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos,
aceitando tanto registro de débito quanto de crédito. Ex: Caixa, Banco Conta
Movimento, Duplicatas a receber, etc. Elas podem apresentar tanto saldo devedor
quanto saldo credor. Quando apresenta saldo devedor, é chamada de Conta bilateral
ativa e quando apresenta saldo credor, é chamada de Conta bilateral passiva.

15 EQUAÇÕES PATRIMONIAIS

O estado patrimonial de uma empresa pode apresentar-se de diferentes


maneiras na equação patrimonial:
a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido -Indica uma situação de normalidade
da empresa, pois o conjunto de bens e direitos supera as obrigações (há PL positivo).
É uma situação favorável, positiva ou superavitária.
b) Ativo = Patrimônio Líquido (sendo Passivo = 0) - Não existe obrigações para
com terceiros, o que geralmente ocorre na abertura da empresa, sendo o passivo igual
a zero.
c) Ativo = Passivo (sendo PL = 0) -Neste caso, não existe capital próprio, o que
significa que o ativo da empresa foi totalmente financiado com recursos de terceiros.
É um estado de alerta, pois a empresa está com dificuldades financeiras. É uma
situação nula ou compensada.

32
d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo - Nesta situação, a empresa se
encontra em estado de insolvência, uma parcela das obrigações ficará sem ser paga,
mesmo que a empresa venda todo o seu ativo. Ou seja, o ativo não é suficiente para
liquidar todas as dívidas. Para eliminar o déficit, deve-se aumentar o PL com o
acréscimo de capital por parte dos seus proprietários. Esta é uma situação
denominada Passivo a Descoberto. É uma situação desfavorável, negativa
ou deficitária.
Em resumo, os bens, direitos e obrigações podem ser chamados
de componentes patrimoniais, sendo o patrimônio representado da seguinte forma:

16 MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO

A palavra método vem do grego methodos (caminho) e se refere ao meio


utilizado para chegar a um fim. É o caminho pelo qual se atinge um objetivo. Método
de Escrituração é o meio pelo qual procedemos ao registro de fatos contábeis.
Embora haja diversas maneiras diferentes de escriturar os fatos contábeis,
todas elas procedem de dois métodos fundamentais: o método das Partidas Simples e
o método das Partidas Dobradas.

16.1 Método das Partidas Simples

Este método encontra-se em desuso por ser incompleto e deficiente. Nele,


registramos apenas as operações realizadas com pessoas, omitindo-se o registro de
elementos do patrimônio e do resultado. Todos os itens do patrimônio e do resultado

33
como mercadorias, veículos, imóveis, despesas, receitas, etc., são controlados extra
contabilmente. Nele, apenas uma das operações débito (D) ou crédito (C) é
contabilizada.

16.2 Método das Partidas Dobradas

Descrito pela primeira vez em 1494, na Itália, pelo frade Luca Pacioli no livro
“Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità” (Coleção de
conhecimentos de Aritmética, Geometria, Proporção e Proporcionalidade), no capítulo
“Particulario de computies et Scripturis” (Contabilidade por Partidas Dobradas), que
fala sobre um tratado da contabilidade. Neste capítulo, ele enfatiza que a teoria
contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos.
O método teve rápida difusão e foi universalmente aceito e adotado desde esta época,
sendo hoje considerado um dos pilares da contabilidade moderna.
Este método descreve que em cada lançamento, o valor total lançado nas
contas a débito deve ser sempre igual ao total do valor lançado nas contas a crédito.
Ou seja, não há devedor sem credor correspondente. A todo débito
corresponde um crédito de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve
consequentemente aumentar do outro lado também.
Como é mais comum uma transação conter somente duas entradas, sendo
uma entrada de crédito em uma conta e uma entrada de débito em outra conta, daí a
origem do nome "dobrado".

Maneiras que podem ser lançadas:

1 conta débito + 1 conta crédito


1 conta débito + Várias contas crédito
Várias contas débito + 1 conta crédito
Várias contas débito + Várias contas crédito

Sendo assim, seguem quatro verdades:

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Ativo = Passivo + PL
Saldo devedor = Saldo credor
Não há débito sem crédito
Não há crédito sem débito

Exemplo
A empresa XYZ possui $200.000,00 do item dinheiro no seu patrimônio. Em
determinado momento, foi apurada a necessidade de comprar um veículo para uso
da empresa no valor de $40.000,00. Realizada a compra, o item veículo aumentou em
$40.000,00 e o item dinheiro foi diminuído nesse mesmo valor.
A utilização das Partidas Dobradas permite que através de um único
lançamento, as duas alterações sejam anotadas:
Redução de $40.000,00 no dinheiro existente no patrimônio; e
Aumento de $40.000,00 aplicados em aquisição de veículo.
Em termos contábeis: Debita-se a conta veículos (representando a aplicação
de recurso) e credita-se a conta caixa (representando a origem dos recursos
aplicados).

17 DÉBITO E CRÉDITO

As palavras Débito e Crédito, na linguagem contábil, têm significados muito


diferentes daqueles que têm na linguagem cotidiana.
É errado associar o débito e o crédito da contabilidade, com “subtração” e
“adição” do financeiro. O correto é associá-los aos termos Destino e Origem,
respectivamente.
Debitar significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para aumentar o
seu valor (se a conta representa um Bem ou um Direito), ou para diminuir seu valor
(se a conta representa uma obrigação).
Creditar significa registrar uma importância na coluna de Crédito de uma conta,
para aumentar seu valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu
valor (se a conta representa um Bem ou Direito).

35
Há duas formas de os lançamentos débito e crédito serem feitos:

No primeiro caso, "D" e "C" significam débito e crédito, respectivamente. Já no


segundo caso, o "a" sinaliza crédito, sem a necessidade de colocar a letra "D" antes
da conta Estoque. Tem-se por mais usada a primeira opção.
Débito é a aplicação de recurso, enquanto Crédito é a origem do recurso
aplicado. Ou seja, quando um contador faz um lançamento a débito em uma conta,
significa que o dinheiro, o bem ou o serviço destina-se àquela conta. Agora, quando
ele faz um lançamento a crédito em uma conta, significa que o dinheiro, o bem ou o
serviço teve origem naquela conta.
Por exemplo: Uma empresa comprou um terreno do valor de $80.000,00. Para
pagar à vista, foi usado o dinheiro disponível no caixa da empresa. Lançamos o
registro destas duas contas da seguinte forma:
D- Imóveis (O terreno teve destino na conta em questão, já que faz parte dos
imóveis da empresa.)
C- Caixa (O lançamento teve origem na conta Caixa, já que foi pago à vista
com o dinheiro da empresa.)
Se uma conta recebe algo ou assume o compromisso de entregar algo,
é debitada. Se uma conta entrega algo ou adquire o direito de receber algo,
é creditada.

CONTAS NATUREZA AUMENTOS DIMINUIÇÕES


Ativo Devedora D C
Passivo Credora C D
Despesa Devedora D C
Receita Credora C D
Patrimônio Liquido Credora C D

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Obs.: Para corrigir um erro em um lançamento contábil, não se usa borracha
ou corretivo. Para corrigi-lo, faz-se o registro contrário. Um débito anula um crédito e
vice-versa (operação conhecida como estorno). Pode-se usar para corrigir os erros
em geral (inversão das contas, lançamentos em duplicidade, omissão de
lançamentos, erro no valor, etc.) vários tipos de métodos, como por exemplo, estorno
do lançamento, lançamento retificativo, lançamento complementar e ressalva por
profissional qualificado.

18 LIVRO DIÁRIO

É um livro contábil de preenchimento obrigatório (exigido por lei) e de maior


importância, onde são lançadas as operações diárias de uma empresa. Nele, são
registrados os fatos contábeis em partidas dobradas, ou seja, os totais débito e crédito
deverão ser sempre iguais, sendo a conta débito lançada SEMPRE antes da conta
crédito.
Suas principais características são: Obrigatório, Cronológico e Fundamental ao
processo contábil.
O livro Diário tradicional pode ser substituído por fichas (contínuas, em forma
de sanfona, soltas ou avulsas). Porém, a adoção desse sistema não exclui a empresa
de obediência aos requisitos intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial para o livro
Diário.
As empresas que utilizam fichas, são obrigadas a adotar o livro próprio para a
inscrição das demonstrações financeiras.
Em resumo, o Diário registra oficialmente todas as transações de uma
empresa. Sendo assim, é necessário que ele atenda determinadas exigências e
preencha certas formalidades. Estas formalidades têm a ver com sua apresentação
exterior (formalidades extrínsecas) ou com a escrituração (formalidades intrínsecas).
Obs: O livro Diário foi instituído pelo Decreto-Lei 486 de 03/03/69 e
regulamentado pelo Decreto-Lei 64.567 de 22/05/69.

37
19 LIVRO RAZÃO

O Razão é um livro fundamental ao processo contábil e exigido pela legislação


brasileira para empresas cuja tributação do Imposto de Renda seja com base no Lucro
Real. Em virtude de sua eficiência, ele é indispensável em qualquer tipo de empresa.
Por meio do razão é possível controlar separadamente o movimento de todas
as contas. O controle individualizado das contas é importante para se conhecer os
seus saldos, possibilitando a apuração de resultados e elaboração de demonstrações
contábeis, como o balancete de verificação do razão, balanço patrimonial, etc.
Ou seja, é o detalhamento por contas individuais dos lançamentos realizados
no diário, sendo usado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, estes
lançamentos.
Este livro agrega as contas Patrimoniais (contas do BP e da DRE), compostas
por ativo, passivo e patrimônio líquido e por receitas, despesas e custos.
Antigamente, o razão existia apenas em forma de livros, onde se atribuía o título
de uma conta para cada página. Desta forma, havia uma página para Caixa, outra
para Banco, outra para Estoque, e assim por diante. Com o passar do tempo, as folhas
avulsas foram substituindo as páginas do livro, sendo muito comum o uso das fichas
razão hoje em dia.
É dispensada a autenticação ou registro do livro pelos órgãos competentes, isto
porque o Razão é cópia autentica do que foi escriturado no Livro Diário. Porém, na
escrituração, deverão ser obedecidas as regras da legislação comercial e fiscal
aplicáveis aos lançamentos em geral.

20 RAZONETES

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Razão e razonete são a mesma coisa. O razonete deriva do razão, ele é uma
versão simplificada, uma forma didática do razão.
O razonete, também denominado gráfico ou conta em T, é bastante utilizado
pelos contadores e é por meio dele que são feitos os registros individuais por conta.
Ele foi criado para ser um recurso que ajude o entendimento da mecânica dos
lançamentos contábeis.
No lado esquerdo do razonete são lançados os débitos (saldos devedores) e
no lado direito são lançados os créditos (saldos credores), ficando o nome da conta
na parte de cima do T.
Sendo assim, de um lado do razonete registram-se os aumentos e do outro as
diminuições. A natureza da conta é que determina que lado deve ser utilizado para
aumentos e que lado deve ser utilizado para diminuições.
Toda conta de Ativo e todo acréscimo de Ativo são lançados no lado esquerdo
do razonete (lado do débito). Toda conta de Passivo ou Patrimônio Líquido, bem como
os acréscimos, serão lançados no lado direito do razonete (lado do crédito). Toda
diminuição de Ativo será lançada no lado direito e toda diminuição de Passivo será
lançada no lado esquerdo do razonete.

39
Em resumo, a importância dos razonetes é principalmente didática, para ajudar
a entender como as operações de uma empresa ou organização são processadas
pela contabilidade. Na prática, a fonte de dados para a obtenção do balancete (que é
a fonte do Balanço Patrimonial e da DRE), é o Livro Diário
No razonete da conta Veículos, o valor foi debitado (lado esquerdo) pois gerou
um aumento no ativo (bens e direitos) da empresa. Já no razonete da conta Bancos,
o valor foi creditado (lado direito) pois gerou uma diminuição de ativo (diminuiu o valor
disponível da conta).

21 EXERCÍCIO ECONÔMICO

A atividade de gestão administrativa das entidades é contínua, mas é


necessário estabelecer períodos, geralmente, de um ano, coincidindo com o ano civil,
para obter informações sobre a situação patrimonial, econômica e financeira em
determinados períodos.
A Lei nº 6.404/76 que regulamenta as entidades constituídas em forma de
sociedades por ações (S/A), estabelece que seus balanços devem ter periodicidade
de um ano, sem fixar a época em que devem iniciar e terminar os períodos
administrativos.
A legislação do imposto de renda estabelece que os balanços apresentados
com base no pagamento do imposto devem compreender o período de doze meses e
encerrar-se no dia 31 de dezembro de cada ano, podendo esse período ser inferior a
doze meses, caso a entidade tenha sido constituída no decorrer do ano-calendário.
O Banco Central exige que os bancos apresentem balanços a cada seis meses,
embora seus exercícios sociais continuem por 12 meses.
Dá-se o nome de exercício ao período no qual são registrados os fatos
contábeis, geralmente coincidindo com o ano civil, período em que se inicia,
desenvolve e conclui a ação da administração patrimonial.
Exercício econômico: é o período de gestão em que são registrados os fatos
de natureza econômica para informar sobre o resultado do desempenho
administrativo, evidenciando lucro ou prejuízo.

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As entidades sem fins lucrativos nas quais predominam registros contábeis de
pagamentos e de recebimentos, tais como: a União, os Estados e os Municípios,
trabalham com o período administrativo de gestão denominado exercício financeiro.

22 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

As empresas comerciais têm por finalidade a aquisição de mercadorias para


revenda servindo como intermediárias nas trocas entre fornecedores e clientes. O
controle da evolução do patrimônio dessas empresas é realizado pela Contabilidade
Comercial que registra através de lançamentos todas as operações relacionadas com
compras e vendas de mercadorias, despesas acessórias, descontos ou abatimentos
incondicionais, devoluções e incidência de impostos, tais como: o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias (ICMS).

22.1 Estoques

Fonte: blog.egestor.com.br

Dentre as muitas atribuições de um gestor, o controle de estoque é uma tarefa


primordial para o sucesso de um negócio. Esse gerenciamento é fundamental para

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garantir o suprimento de matéria-prima para a produção ou de mercadorias para o
consumidor, impedir desvios, evitar prejuízos por perda da validade de produtos, e até
mesmo, para ter a certeza de que o cliente receberá os produtos que comprou no
prazo definido.
No entanto, gerenciar o estoque é um desafio que pode consumir muito tempo
do gestor e inviabilizar outras ações de extrema importância para a produtividade e o
crescimento do negócio.
Os estoques são bens tangíveis ou intangíveis adquiridos ou fabricados pelas
empresas com o objetivo de venda ou de consumo no curso de suas atividades. O
Pronunciamento CPC nº 16 define que os estoques são ativos:
 Mantidos para venda no curso normal dos negócios;
 Em processo de produção para essa venda; ou
 Na forma de materiais ou suprimentos, a serem consumidos ou transformados
no processo de produção ou na prestação de serviços.
O momento de registro da compra de itens do estoque, regra geral, é quando
ocorre a transmissão de propriedade do bem para a empresa compradora, enquanto
que o momento do registro da saída do bem do estoque, por venda, é quando há a
transmissão de propriedade do ativo para o cliente.
São contas contábeis integrantes do grupo estoque:
 Estoque de matéria-prima ou de insumos;
 Estoque de produtos em elaboração (ou em fabricação);
 Estoque de produtos acabados;
 Estoque de mercadorias;
 Estoque de almoxarifado;
 Estoque de mercadorias entregues em consignação.

22.2 Custo de aquisição dos estoques

O valor pelo qual um item é registrado no estoque, ou seja, o custo de aquisição


dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros
tributos não recuperáveis pagos pela empresa compradora, bem como os custos de

42
transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos
acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, devoluções de compras e
abatimentos obtidos são deduzidos na determinação do custo de aquisição.

22.3 Notas Fiscais

De forma geral, a nota fiscal está presente em toda circulação de mercadoria.


Nota fiscal é um documento fiscal emitido quando ocorre uma transação de
transferência de propriedade de uma mercadoria, entre pessoas físicas e ou jurídicas,
seja por uma operação de venda, seja por transferência entre filiais ou por devolução.
As notas fiscais consignam importantes informações relativas à transmissão de
propriedade, tais como nome do remetente, do recebedor, valor da mercadoria, data
da transação, descrição da mercadoria, valor dos impostos incidentes na transação
etc. Também, as empresas prestadoras de serviços emitem notas fiscais para os
serviços prestados.

22.4 Contabilização

Dados das operações de compra e venda de mercadorias:


 Valor das mercadorias compradas, a prazo: $100.000;
 Valor da venda, a prazo, das mercadorias pela empresa revendedora:
$200.000;
No momento da compra:
D – Estoque $100.000
C – Fornecedores ou Duplicatas a pagar $100.000

No momento da venda Registro da baixa do estoque


D – CMV $100.000
C – Estoque $100.000

Registro da receita de venda


D – Clientes ou Duplicatas a receber $200.000
43
C – Receita bruta de vendas $200.000

23 SISTEMAS DE CONTROLE DE ESTOQUES

As empresas podem controlar as entradas (compras) e saídas (vendas ou


baixas) de itens de seu estoque com dois sistemas: Inventário periódico ou Inventário
permanente. A seguir, serão apresentadas as principais características desses dois
sistemas de controle.

Sistema de inventário periódico

O inventário periódico é adotado, normalmente, por empresas de porte menor


e que possuem poucos itens em estoque. Nas empresas que adotam este sistema, a
contabilidade não atualiza a conta contábil Estoque a cada compra, ou a cada venda
de mercadorias. No sistema de inventário periódico, as compras de mercadorias são
registradas em uma conta contábil transitória denominada “Compras”. A apuração do
estoque final e do custo da mercadoria vendida (CMV) somente é realizada ao final
de um período. Ao longo do período, o saldo da conta contábil Estoque permanecerá
com o saldo inicial (estoque inicial), sendo atualizado apenas no final do período. Para
a apuração do estoque final, deverá ocorrer inventário físico (contagem física) dos
itens em estoque e a utilização da seguinte fórmula:
CMV = Estoque inicial (Ei) + Compras líquidas (C) – Estoque final (Ef)

Sistema de inventário permanente

O inventário permanente é o sistema mais completo de controle de estoque,


por contabilizar tempestivamente todas as operações de compra, fabricação e de
venda de mercadorias. Este sistema mantém um controle constante da movimentação
dos itens em estoque, permitindo municiar os usuários internos das informações
contábeis com relatórios gerenciais atualizados e adequados para a tomada de
decisões. No sistema de inventário permanente, as compras de mercadorias são
registradas na conta “Estoque”, não existindo a conta contábil “Compras”.

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A apuração do custo da mercadoria vendida (CMV) é realizada a cada
transação de venda. Assim, ao longo do período, o saldo de estoque é atualizado a
cada operação de compra e de venda. O inventário físico dos itens em estoque não é
requerido para apurar o saldo final de estoque.

23.1 Ficha de controle de estoque

A ficha de controle de estoque tem como objetivos principais controlar esse


importante elemento do ativo que é o estoque, facilitar a valoração de cada entrada e
saída de itens no estoque, e de prover os usuários internos de informações
tempestivas quanto ao saldo físico e financeiro de cada item em estoque. A ficha de
controle de estoques deve possuir as seguintes colunas:
 Colunas de entradas: Nessas colunas, são preenchidos as quantidades e os
respectivos custos de aquisição das mercadorias quando de sua entrada em
estoque e, consequentemente, o custo unitário desses itens. As devoluções de
compras devem ser lançadas nessa coluna com sinal invertido, de forma a
diferenciar do registro das saídas de mercadorias por vendas, que devem ser
lançadas nas colunas de saída;
 Colunas de saídas: Nessas colunas, são preenchidos as quantidades e os
respectivos custos de saída das mercadorias quando de sua baixa do estoque
e, consequentemente, o custo unitário desses itens. As devoluções de vendas
devem ser lançadas nessa coluna com sinal invertido, de forma a diferenciar
do registro das entradas de mercadorias por compras, que devem ser lançadas
nas colunas de entrada;
 Colunas de saldo: Nessas colunas, são preenchidos o saldo físico (em
unidades) e o saldo financeiro das mercadorias em estoque e,
consequentemente, o custo unitário desses itens.

Modelo de ficha de controle de estoque:

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23.2 Critério do Custo específico

Segundo esse critério, o custo específico de entrada ou de produção de cada


item será aquele utilizado quando de sua saída do estoque. Assim, a saída de cada
unidade de estoque será valorada pelos custos efetivamente incorridos em sua
aquisição ou fabricação. Embora, em tese, o custo específico seja o critério mais
lógico, nem sempre é possível adotá-lo. Esse critério normalmente é adotado por
empresas que possuem quantidade não muito elevada de itens em estoque, ou que
cada unidade apresenta características e custos de aquisição ou de fabricação muito
divergentes entre si. Como exemplos, podemos citar empresas revendedoras de
automóveis usados e empresas que fabricam produtos sob encomenda, cujas
características e custos são bem distintos entre si.

23.3 Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS)

Segundo esse critério, a saída de um item de estoque será valorada pelo custo
de aquisição ou de fabricação do primeiro item que entrou em estoque.
Exemplo:

Informações:

- Dia 01/jan – Compra de 200 unidades de mercadoria pelo valor total de $4.000,00
- Dia 10/jan – Compra de 400 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00
- Dia 15/jan – Compra de 300 unidades de mercadoria pelo valor total de $12.000,00
- Dia 20/jan – Venda de 700 unidades de mercadoria pelo valor total de $30.00

46
23.4 Último que Entra é o Primeiro que Sai (UEPS)

Segundo esse critério, a saída de um item de estoque será valorada pelo custo
de aquisição ou de fabricação do último item que entrou em estoque.
Exemplo: (mesmos dados do item anterior)

23.5 Média ponderável móvel

Segundo esse critério, a saída de um item de estoque será valorada pelo custo
médio ponderado das entradas de todos os itens em estoque. O valor do custo médio
utilizado para valorar o custo de saída de cada item de estoque é alterado pelo custo
de entrada (compra). Esse critério também é conhecido como preço médio ou custo
médio, e é o mais adotado pelas empresas no Brasil.
Exemplo: (mesmos dados do item anterior)

Também existe o critério da média ponderável fixa para apuração do custo de


saída do estoque. Segundo esse critério, será calculado um custo médio único (fixo)
para todas as entradas (compras) de mercadorias no período (mês). Todas as saídas
de mercadorias no mês serão valoradas pelo mesmo custo médio. Assim, por

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exemplo, o custo de uma entrada ocorrida no dia 20 do mês influenciará a valoração
do custo de uma mercadoria vendida no dia 15, portanto, antes da citada compra.
Já pelo critério da média ponderável móvel, o custo médio utilizado para a
valoração da saída de estoque é aquele apurado até o momento da venda, não sendo,
portanto, influenciado por entradas (compras) posteriores de mercadorias naquele
mês. O valor do custo médio utilizado para valorar o custo de saída de cada item de
estoque é alterado a cada nova entrada (compra).
O critério da média ponderável fixa não é aceito pelo fisco para as empresas
que calculam o imposto de renda pela modalidade do lucro real.

24 ATIVO IMOBILIZADO

Fonte: investorcp.com

O item IV do artigo 179 da Lei nº 6.404/76 determina que no ativo imobilizado


serão contabilizados “os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens”. Exemplos: máquinas e equipamentos,
ferramentais, terrenos, instalações, móveis e utensílios, computadores, veículos,
edificações, jazidas minerais, florestamento, benfeitorias em imóveis de terceiros.
48
Resumidamente, os bens registrados no ativo imobilizado apresentam as
seguintes características:
 Bens corpóreos;
 Vida útil estimada superior a 1 ano;
 A companhia não tem intenção de aliená-lo;
 Destinados à manutenção das atividades da companhia.

24.1 Custo de Aquisição

O custo de aquisição de bens do ativo imobilizado compreende o preço de


aquisição (valor pago ao fornecedor), deduzido de descontos comerciais e
abatimentos, tributos incidentes na compra não recuperáveis (incluindo imposto de
importação), frete e seguros pagos na compra, gastos com a instalação do bem,
custos estimados de desmontagem e remoção do bem, e outros valores pagos na
aquisição e colocação do bem em condições de uso.
A contabilidade deve registrar esses custos até a data em que o bem entra em
operação. Após o início da operação, eventuais outros gastos deverão ser lançados
como despesa no resultado.

24.2 Gastos com Manutenção e Reformas

Gastos com manutenções periódicas, também denominadas “reparos e


manutenção”, devem ser contabilizados como despesa no resultado do exercício, não
sendo incorporados ao valor do bem. Esses gastos não aumentam a vida útil do bem,
mas apenas têm como finalidade mantê-lo em condições de funcionamento.

24.3 Depreciação

Sabemos que máquinas, veículos e outros itens do ativo imobilizado perdem


valor econômico durante sua vida útil, sofrendo desgaste pelo uso ou tornando-se
obsoletos.

49
A depreciação é a forma como a contabilidade registra, sistematicamente, a
perda do valor econômico dos itens registrados no ativo imobilizado, durante sua vida
útil estimada.
Para proceder ao cálculo da depreciação é necessário conhecer as seguintes
definições:
 Valor contábil: Valor do custo de aquisição do ativo imobilizado menos o saldo
da conta depreciação acumulada e do valor de eventual conta retificadora para
perda por redução ao valor recuperável. Também é conhecido como valor
contábil líquido;
 Valor depreciável: Valor do ativo imobilizado sujeito à depreciação. É a base
de cálculo da depreciação. Caso um valor residual seja estabelecido pela
empresa, o valor depreciável corresponde ao custo de aquisição do ativo
imobilizado deduzido do valor residual;
 Vida útil é:
- O período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou
- O número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a
entidade espera obter pela utilização do ativo.
 Taxa de depreciação: Percentual mensal ou anual aplicado sobre o valor
depreciável do bem, que varia de acordo com a vida útil estimada.

24.4 Exaustão

A exaustão tem como objetivo registrar a perda do valor econômico dos


recursos naturais registrados no ativo imobilizado, no período em que tais ativos são
extraídos ou exauridos.
O método de cálculo da exaustão é o das unidades produzidas ou extraídas, já
apresentado anteriormente. De acordo com esse método, deve-se calcular o
percentual da quantidade extraída (exaurida), em determinado período, em relação à
quantidade total do recurso natural.

50
24.5 Ativo Intangível

Os chamados "ativos intangíveis" são aqueles que não têm existência física.
Como exemplos de intangíveis: os direitos de exploração de serviços públicos
mediante concessão ou permissão do Poder Público, marcas e patentes, direitos
autorais adquiridos, softwares e o fundo de comércio adquirido.
Trata-se de um desmembramento do ativo imobilizado, que, a partir da vigência
da Lei 11.638/2007, ou seja, a partir de 01.01.2008, passa a contar apenas com bens
corpóreos de uso permanente.
Mensalmente deve ser contabilizada a amortização desses bens, em conta
redutora específica.
Um ativo intangível deve ser reconhecido apenas se:
 For provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao
ativo serão gerados em favor da entidade; e
 O custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade.
Os direitos classificados no intangível devem ser avaliados pelo custo incorrido
na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização, feita em função
do prazo legal ou contratual de uso dos direitos ou em razão da sua vida útil
econômica, deles o que for menor.
O fundo de comércio e outros valores intangíveis adquiridos são avaliados pelo
valor transacionado, deduzido das respectivas amortizações, calculadas com base na
estimativa de sua utilidade econômica.

Despesas Pré-Operacionais e de Reorganização

Não se consideram intangíveis as despesas pré-operacionais (aquelas


efetuadas antes da operação de novo empreendimento) e de reorganização
administrativa.

Pesquisa

Nenhum ativo intangível resultante de pesquisa (ou da fase de pesquisa de


projeto interno) deve ser reconhecido. Os gastos com pesquisa (ou da fase de

51
pesquisa de projeto interno) devem ser reconhecidos como despesa quando
incorridos.

Gastos Retroativos

Gastos com um item intangível reconhecidos inicialmente como despesa não


devem ser reconhecidos como parte do custo de ativo intangível em data
subsequente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATRILL, Peter; MCLANEY, Eddie. Contabilidade Gerencial para tomada de


decisão. Revista Brasileira de Contabilidade, n. 221, p. 93-93, 2016.

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RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica Fácil. Revista Brasileira de


Contabilidade, n. 205, p. 102-102, 2014.

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PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Geral. Curitiba: InterSaberes, 2016.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica – Série Em Foco - 30ª Ed. São Paulo:
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VICECONTI, Paulo; NEVES, Silvério das. Contabilidade Avançada E Análise Das


Demonstrações Financeiras - 18ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

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