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TRILHO DE FORMAÇÃO - FRUTIFIQUE

Publicação da Câmara Regional de Discipulado


Igreja Metodista 4ª Região Eclesiástica

Bispo Presidente
Revmo. Roberto Alves de Souza

Câmara Regional de Discipulado


Coordenadora: Maria Rosângela de Oliveira Donato.
Assessor Episcopal: Osman de Oliveira Ferraz.

Distrito Sul de Belo Horizonte e Norte de Minas Gerais: Anna Karolyna Moraes Pontes
Distrito Norte de Belo Horizonte, MG: Bruno Henrique Rios
Distrito de Caparaó, ES: Carlos Eduardo Porfirio Serafim
Distrito Sul de Minas Gerais, MG: Douglas Franco Bortone
Distrito Vale do Rio Doce, MG: Edgar Fernandes Neres
Distrito Zona da Mata, MG: Eduardo Furtado de Oliveira
Distrito Vale do Aço, MG: Eliézer Pessoa Wendling
Distrito Centro, ES: Erlon Martins dos Santos
Distrito de Juiz de Fora, MG: Fernando Lopes Balthar
Distrito Norte do Espírito Santo, ES: Marcílio Gonçalves Pereira Filho
Distrito Sul do Espírito Santo, ES: Marcone Cristiano de Carvalho
Distrito Leste da Zona Da Mata, MG: Robert José Cruz Da Costa
Distrito Litoral, ES: Varney de Assis Fernandes

Revisão
Maria Rosângela de Oliveira Donato.

Capa
Rodrigo do Rio

Sede Regional da Igreja Metodista 4ª Região Eclesiástica


Rua Iribá, 68 - Cachoeirinha - Belo Horizonte - MG - Cep 31130-700
(31) 3241.4459
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................................. 4

LIÇÃO 1 - AUTORIDADE E SUBMISSÃO ........................................................................................................... 5

LIÇÃO 2 - LIDERANÇA EFICAZ ......................................................................................................................... 7

LIÇÃO 3 - ACONSELHAMENTO E VISITAÇÃO ................................................................................................ 11

LIÇÃO 4 - CUIDADOS E PREVENÇÃO ............................................................................................................. 15

LIÇÃO 5 - SEJA UM/A LÍDER QUE MOTIVA ................................................................................................... 17

LIÇÃO 6 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO .................................................................................................... 19

LIÇÃO 7 - MULTIPLICANDO A LIDERANÇA .................................................................................................... 26

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................................. 29
APRESENTAÇÃO

Uma liderança frutífera é resultado da compreensão e propósitos de Deus. Se a liderança da igreja é


submissa à autoridade de Deus, se ela é uma liderança eficaz, cheia do Espírito Santo e de caráter, os frutos
acontecem de forma natural e saudável.
É por isso que, na visão de Discipulado há um grande investimento com a capacitação dos/as líderes, os
quais estarão preparados/as para enfrentar quaisquer desafios, pois eles/as possuem uma direção e têm no
coração a paixão. O/a líder eficaz está sempre apto/a para aconselhar, visitar, ser um/a motivador/a, e um/a
multiplicador/a, porque ele/a está sempre servindo.
É verdade que o/a líder vai enfrentar os conflitos da igreja, da célula e dele/a próprio/a. Por isso a
necessidade de pastoreio e cuidado com nossa liderança.
O Frutifique traz para nós sete temas para sermos líderes eficazes: Autoridade e submissão. O
reconhecimento do princípio de autoridade e submissão rege as ações da liderança. Saber que Deus é a nossa
fonte de autoridade nos leva a entender que Deus estabeleceu diante da igreja uma autoridade espiritual e
pastoral a qual devemos amar e respeita. Liderança eficaz. O/a líder eficaz é aquele/a cheio/a do Espírito Santo,
que exerce influência, que dá frutos, que serve com amor e tem paixão por Jesus e pelas pessoas. Uma pessoa de
influência gera outros influenciadores. Aconselhamento e visitação. Discipular é aconselhar, é relacionar-se com
as pessoas. Todo/a líder deve estar comprometido/a e treinado/a para realizar um aconselhamento, que é o
cuidado com as pessoas na área emocional e espiritual, para que o mentoreamento seja eficaz e contínuo.
Cuidados e prevenção na vida do líder. O/a líder necessita da busca constante pela presença de Deus, de um
mentoreamento responsável para que o pastoreio mutuo seja uma realidade. Desenvolvendo o cuidado, mas
desfrutando do mesmo. Seja um líder que motiva. Ninguém consegue motivar alguém se ele/a próprio/a não
estiver motivado. Motivar é inspirar, é dar o exemplo, permanecer na Visão e vivenciá-la constantemente,
estimular o/a outro/a sempre. Planejamento estratégico. Todo planejamento começa com uma Visão. Definir
metas e estratégias, com objetivos claros, desafiadores, junto com a liderança, com a finalidade principal que é a
multiplicação das células. Multiplicando a liderança. A formação do/a líder é essencial para a multiplicação da
liderança. E o processo é a Escola de Discípulos e Formação continuada, onde os/as líderes vão estar
preparados/as para gerarem novos/as líderes.

Câmara Regional de Discipulado – 4ª RE

FRUTIFIQUE - 4
LIÇÃO 1 - AUTORIDADE E SUBMISSÃO

Todo/a líder precisa entender o princípio de autoridade e submissão. Esse é o princípio que rege muitas
ações da liderança. Negligenciá-lo é um terrível erro. Existe em nosso meio uma série de deturpações acerca
desses conceitos e, justamente por isso, observá-los na essência bíblica é fundamental.

1 - CONCEITO DE AUTORIDADE ESPIRITUAL

Autoridade no seu conceito é o direito de quem determina o poder, ou seja, é a simples fonte de poder.
Após ter vencido a morte e o pecado, Jesus afirmou aos seus discípulos: “Todo o poder me foi dado no Céu e na
terra...” Mateus 28.18. Todo o poder está nas mãos de Deus. O trono de Deus está estabelecido sobre Sua
autoridade. A autoridade de Deus representa o próprio Deus. Toda a autoridade vem a partir de Deus, porque
Deus é autoridade. Em todo o Universo só existe uma autoridade: a que procede do próprio Deus e do seu trono;
nada e ninguém é maior do que a autoridade. Todas as outras autoridades são nomeadas e constituídas por Deus.

2 - DOIS PRINCÍPIOS DE AUTORIDADE

O Princípio de Lúcifer - Dois textos bíblicos, falam especificamente a respeito da queda de Satanás, tanto
Isaías 14.12-15 quanto Ezequiel 28.13-17. Esses textos nos mostram claramente um princípio instituído por
Satanás. O princípio de Satanás é o da autoexaltação. Existem apenas dois caminhos no universo, o caminho de
Satanás e o de Jesus, e o ser humano deve escolher entre esses dois caminhos.
Satanás, não sendo Deus, quis ser igual a Deus e disse consigo mesmo: subirei acima das mais altas nuvens e
serei semelhante ao Altíssimo. Quis usurpar o trono de Deus, por isso foi lançado no mais profundo abismo.

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra tu que
prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus
exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte;
subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo, levado serás para
o mundo dos mortos, ao mais profundo do abismo”. - Is 14.12-15.

O Princípio de Jesus - Jesus, sendo Deus, não usurpou a igualdade do Pai-Deus, antes esvaziou-se de si
mesmo e assumiu a forma de servo morrendo morte de Cruz. Abandonou a sua glória, todavia recebeu um nome
acima de todos os outros e um trono sobre todo o universo. O resultado da humilhação foi a exaltação.
“Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em
forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de
homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que
também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome.” Fl 2.5-9.

3 - VIOLAÇÃO DA AUTORIDADE

A autoridade, às vezes, é exercida com intenções não genuínas por líderes que estão no caminho de Lúcifer,
não no de Cristo. É fácil exercer o poder, difícil é tomar a cruz. Jesus não recebeu autoridade simplesmente
porque repreendeu o diabo, mas porque ele passou pela cruz.
Se violarmos a autoridade, seguiremos o princípio de Lúcifer. Ele questionou e violou a autoridade de Deus.
Não aceitou se submeter a Ele. Nosso serviço a Deus não é uma questão de sacrifício, negação do ego ou
realização de grandes obras, mas sim de submissão à vontade D’Ele.
Portanto, se desejamos servir a Deus, nunca podemos violar a questão da autoridade pelos seguintes
motivos:
▪ Porque fazê-lo é seguir o princípio de Satanás;
▪ Na obra de Deus é impossível estar com Satanás em princípio (Atitude) e Jesus em doutrina
(pensamentos);
▪ Porque pregar o Evangelho é trazer as pessoas para debaixo da autoridade de Deus;
▪ Porque Satanás não teme nossas palavras, mas teme a nossa submissão;
▪ Somente aqueles que se submetem à Sua autoridade podem ser ou ter autoridade.

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4 - EXEMPLOS DE VIOLAÇÃO DE AUTORIDADE NA BÍBLIA

a) A queda de Adão e Eva (Gn 2.16,17 e 3.1-6; Rm 5.19) - Essa foi a primeira situação de rebelião contra
Deus. Quando Eva e Adão resolveram desobedecer a Deus, rebelaram-se contra Ele. Rebelar-se contra a
autoridade representativa de Deus é rebelar-se contra o próprio Deus.
Sem submissão não há trabalho ou serviço. Tudo o que fazemos é por submissão e direção de Deus. Nada é
por nossa própria iniciativa, tudo é responsivo. Tudo é iniciado por Deus e nada deve ser iniciado por nós.
A primeira lição de um obreiro/a é submeter-se à autoridade. Precisamos ver que há autoridade em todo
lugar: em casa, na escola, no trabalho, na sociedade, etc. O problema é que muitos veem a submissão como um
castigo ou punição porque Deus disse que Eva deveria se submeter a Adão, depois do pecado. Precisamos ver que
a autoridade já existia antes e, portanto, a submissão também.
Por outro lado, vemos que Adão não soube exercer autoridade. Diante disso, concluímos que três coisas são
vitais na questão de autoridade:
● Precisamos adquirir um espírito de submissão;
● Precisamos ser treinados para a submissão;
● Precisamos trabalhar nossa autoridade representativa e expressá-la.

b) A rebelião de Cam (Gn 9.20-17) - Outro exemplo é o do filho de Noé, Cam, que diante de uma situação
constrangedora expôs a nudez de seu pai. Com esse fato aprendemos:

- A falha do/a líder é um teste de submissão dos/das liderados/as – No plano de Deus o pai é a autoridade
na família. Podemos dizer que Noé fora estabelecido como autoridade naqueles dias.
- Cam expôs a nudez do líder. Expor, no caso dele, é falar, denegrir e espalhar – A atitude de Cam foi expor
o pai, mas a de Sem e Jafé foi de encobrir a nudez dele. A falha de Noé tornou-se um teste para Sem, Cam e
Jafé.
- Noé, mesmo estando errado, se posicionou para zelar pelo princípio da autoridade – Um dia, Noé se
embriagou e ficou nu em sua tenda. A carne gosta quando a autoridade falha, porque sente que pode ficar
livre da restrição da submissão.
- A consequência da rebelião é maldição – Observe que o resultado da rebelião é a maldição. Cam foi
amaldiçoado e a maldição se cumpriu. Sem e Jafé, por sua vez, foram abençoados.

5 - AS AUTORIDADES ESTABELECIDAS POR DEUS

Deus é a fonte de toda autoridade no universo. Toda autoridade humana é estabelecida por Ele e representa
a sua autoridade divina. Deus estabeleceu três esferas de autoridade:

a) No mundo (Rm 13.1; 1Pe 2.13,14; Ex 22.28) - Não há autoridade que não proceda de Deus. As autoridades
que existem foram instituídas por Ele. Quem se submete a elas jamais será desonrado. Não devemos olhar
para o homem e sim reconhecer a autoridade de Deus sobre eles. Quando rejeitamos a autoridade que nos
foi delegada, rejeitamos o próprio Deus.

b) Na Igreja (I Ts 5.12,13; 1Tm 5.17; 1Pe 5.5; 1Co 16.15,16) - Deus ordena a submissão aos presbíteros da
Igreja. Se o/a líder falhar, Deus tratará diretamente com ele, mas a submissão do/a liderado/a será lembrada
por Deus. Devemos observar o que nos mostra 1Pedro 5.5, que a primazia depende da idade física; embora
haja indicações, em 1Co 16.15,16, de que a idade espiritual é mais importante. Portanto, devemos nos
submeter às autoridades eclesiásticas, sejam elas quem forem.

c) Na família (Ef 5.22-24; 6.1-3, Cl 3.18, 20 e 22; 1Co 11.3) - Deus estabeleceu uma cadeia de autoridade na
família. Primeiramente o pai, depois a mãe e só então os filhos. Os pais devem temer a autoridade conferida
por Deus, porque representam o Senhor. Os maridos devem amar suas esposas, que, por sua vez, devem ser
submissas; os filhos devem honrar os pais.

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LIÇÃO 2 - LIDERANÇA EFICAZ

A liderança estabelecida por Deus é diferente daquela exercida pelo mundo. Cada ser humano foi criado
para sujeitar e para dominar (Gn 1.28), ou seja, cada um foi criado para ser um/a líder. Compreender isso é mudar
sua mentalidade que, por falta de revelação, o leva a crer que os/as líderes sempre eram os/as mais
carismáticos/as, os/as mais bem treinados/as, os/as mais temperamentais. Rejeite esses conceitos equivocados.
Você nasceu e foi criado para liderar.
John Maxwell afirma que liderança é influência, sendo assim, o homem e a mulher que, através do Espírito, é
cheio de poder e autoridade, influenciará a muitos. Assim, alguém que não exerce influência, é alguém que não é
sal, porque quem é sal influencia.
Falsos mitos sobre liderança afetam a nossa mentalidade e bloqueiam o espírito de liderança em nós. Você
nasceu para liderar, mas ainda precisa tornar-se um/a líder. O espírito de liderança foi colocado dentro de todo/a
homem/mulher, pois fomos criados/as à imagem e semelhança de Deus. Mas esse potencial tem que ser
despertado. Para isso, alguns mitos precisam ser destruídos:
● O mito de que líderes nascem líderes e não são feitos;
● O mito de que a liderança é a vontade de Deus apenas para alguns;
● O mito de que líder é aquele/a com a personalidade mais carismática;
● O mito de que líder é aquele/a com temperamento mais autoritário ou poderoso;
● O mito de que a liderança é resultado de um treinamento super especial;

É preciso que tenhamos claro na mente que a liderança, da forma como Deus planejou, é algo que fluirá
espontaneamente se entrarmos dentro dos princípios da palavra de Deus

1 - O CRESCIMENTO DA INFLUÊNCIA DE UM/A LÍDER

Liderança é influência; nada mais, nada menos. Quando Josué foi enviado para espiar a terra ele já era um
líder em sua tribo (Efraim). No relato de Números vemos que foram enviados para explorar Canãa apenas os
cabeças de cada tribo (Nm 13.3). Todavia Josué não tinha uma influência muito significativa. Talvez, como ele,
você seja hoje um/a líder que não tem ainda muito reconhecimento. Vamos analisar agora o caso de Josué.

A liderança de Josué no início (Nm 13.25-33; 14.1-12)

a) Não tinha influência – Josué, juntamente com Calebe, se levantou e tentou mostrar que a terra poderia
ser conquistada, mas ninguém lhe deu crédito. Você diz que é possível conquistar, que é possível
multiplicar, mas as pessoas da célula preferem não acreditar. Não fique desanimado/a se a sua influência é
pequena;

b) Ninguém acreditava nele – O relatório de Josué a respeito da terra foi positivo, mas as pessoas não
criam nas suas palavras. É angustiante quando os membros da célula simplesmente não acreditam na
possibilidade da vitória pelo poder de Deus;

c) Ninguém o seguiu – Os outros dez espias conseguiram que todo o povo os seguisse, mas Josué não
conseguiu nem mesmo um seguidor. Ele não parecia ser um líder promissor;

d) Ninguém o respeitou – Observe que, além de não ter o reconhecimento do povo, Josué nem sequer
tinha o respeito deles, pois, depois de ouvi-lo, as pessoas queriam apedrejá-lo (Nm 14.10). Muitos/as
líderes de célula se sentem desrespeitados, mas não tente se defender. Deixe que a glória de Deus se
levante e defenda você (verso 10).

Como Josué Cresceu em Influência

a) O reconhecimento vem pela constância. A influência é resultado da unção e caráter. Josué não ficou
desanimado por ter de caminhar 40 anos no deserto por causa do povo. Ele poderia ter entrado na terra
rapidamente, mas caminhou com o povo por todos aqueles anos;

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b) O reconhecimento e a influência cresceram por causa do relacionamento com Moisés (Dt 31.1-8; 23) –
Um/a líder somente pode ser formado/a por outro/a líder. Ninguém pode se tornar um/a líder apenas
estudando numa sala de aula. É preciso acompanhamento e discipulado;

c) O reconhecimento cresceu com o tempo (Js 18.1-10) – A palavra de Josué no verso três foi a mesma de
Números 14, mas agora a sua influência e a geração para quem ele falava eram outras. Agora ele tinha
reconhecimento para levá-los adiante. Nada pode substituir o tempo. Josué e Calebe eram os mais velhos
da nação quando entraram em Canaã (Nm 26.65);

d) O reconhecimento vem pelo caráter e a busca do Senhor (Ex 33.11) – Enquanto Moisés orava, Josué
não se apartava da porta da tenda. Quem deseja crescer busca estar com seu/sua discipulador/a. Observe
que Josué é chamado de servidor de Moisés. O serviço mostra o caráter.
Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés para o/
arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava da tenda. (Ex 33.11).

2 - LIDERANÇA ESPIRITUAL

Então, se chegou a ele a mulher de Zebedeu, com filhos, e, adorando-o, pediu--lhe um favor.
Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se
assentem, um à direita, e outro à tua esquerda. Mas Jesus respondeu: Não sabeis o que pedis.
Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos. Então, lhe disse:
Bebereis o meu cálice; mas o assenta-se à minha esquerda não me compete concedê-lo; é, porém,
para aqueles a quem está preparado por meu Pai. Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra
os dois irmãos. Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os
dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário,
quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser o primeiro entre
vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e
dar a sua vida em resgate por muitos. (Mt 20.20-28).

No texto acima, podemos observar alguns princípios da liderança espiritual demonstrada e ensinada por
Jesus. Quando a mãe de Tiago e João pediu ao Senhor que seus filhos se assentasse ao seu lado no Reino,
ela tinha em mente uma posição de domínio e liderança. Evidentemente, eles desejavam apenas a
posição e o status da liderança. Na resposta do Senhor podemos ver a verdadeira essência da liderança
espiritual.

a) A liderança não é uma preferência pessoal (v.21) - A mulher pediu que o Senhor mandasse. Isso
significa que a liderança é predeterminada por Deus. É preciso que o Senhor determine, mande. Não
escolhemos se vamos liderar ou não. Nós apenas obedecemos ao chamamento de Deus. Não somos
voluntários, somos chamados;

b) A liderança é uma posição preparada (v.23) - A resposta de Jesus é que o Pai já preparou alguém para
cada posição. Ser preparado por Deus significa que temos as ferramentas, os dons e as habilidades
necessárias para desempenharem a função de liderança na qual fomos colocados;

c) A liderança exige um preço (v.22) - Cada posição de liderança possui seu próprio preço. Você nunca
alcançará o propósito se falhar em pagar o preço. Falaremos mais sobre o preço da liderança,
posteriormente;

d) A liderança está dentro de todo homem e mulher (v.24) - O fato dos demais discípulos se indignarem
mostra o anseio por liderança que havia em todos eles. Como naquela época, hoje os discípulos se
revoltam contra os que desejam ser grandes líderes. Jesus não disse a seus discípulos: “Não tentem ser
grandes porque isso é soberba”. Ele não lhes disse que a aspiração deles era errada. Ele lhes disse como
chegar lá, como se tornar um grande líder;

e) O anseio por liderança não desagrada a Deus - Não sabemos o motivo pelo qual Tiago e João estavam
entre os três discípulos mais próximos de Jesus, mas podemos supor que o desejo deles de se tornarem
grandes líderes era uma das razões.
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Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. (1Tm 3.1);

f) Liderança não é para seu benefício, mas para o benefício dos outros (v.28) - Servir é buscar o interesse do
outro. Portanto, o alvo do/a líder não é tirar vantagens ou proveito dos/as liderados/as, mas descobrir como
contribuir para que o pleno potencial de cada um/a seja alcançado;

g) liderança é para cumprir o propósito de beneficiar os outros (v.28) - A maneira como o Senhor serviu foi
cumprindo o propósito de Deus. Servimos aos/as irmãos/as quando servimos a Deus, e não o contrário.
Dificilmente alguém diria que o Senhor estava servindo seus/suas discípulos/as morrendo na cruz. Contudo,
ali Ele estava servindo a Deus e fazendo a sua vontade.

Os resultados naturais dessa liderança são:


● Autenticidade (a autoridade vem pela autorização do chamado)
● Originalidade (o chamado de Deus é individual)
● Confiança genuína (baseada na convicção de que aquele que chama também capacita e equipa)
● Realização pessoal (porque a realização vem quando cumprimos o propósito)
● Senso de valor (pois todo chamado de Deus é um propósito que tem implicações eternas)
● Ausência de competição (por causa da singularidade do chamado de cada um)
● Ausência de ciúme (porque cada chamado tem seu próprio valor)
● Ausência de medo (por causa da convicção de tudo isso).

3 - O PODER DA PAIXÃO

Quando fazemos algo por paixão, um poder é liberado. O que faz a diferença num/a líder frutífero/a é a
paixão, a força motriz de um coração. O que ferve por dentro, cheira por fora. A paixão é fogo de um desejo
profundo que atrai outras pessoas. Quando temos paixão, atraímos outros para andar conosco.
A Paixão pode ser mal interpretada, mas, para nós, a paixão é representada por algumas atitudes chaves.
Não as manifestamos o tempo todo, mas, se temos paixão, elas estarão presentes em algum momento: fervor,
intensidade, perseverança e tenacidade, prazer e alegria no trabalho, desejo de inovação e novas experiências,
encargo, desejo profundo, sonho do coração.

a) Por que a paixão é tão importante?


● É o primeiro passo para qualquer realização;
● Ativa o potencial;
● Impacta a vida de outras pessoas, mudando-as;
● Estabelece e mantém as nossas prioridades;
● Faz o impossível acontecer;
● É uma proteção espiritual.

b) Quando perdemos a paixão?


● Perdemos a paixão quando deixamos que uma visão se torne comum e sem valor - Não podemos
falar dela em vão. Tão pouco devemos transformá-la em alvo de brincadeiras ou associá-la com
coisas banais e sem importância;
● Perdemos a paixão quando somos dominados/as pela rotina - Para evitar esse domínio da rotina
sobre a paixão, devemos quebrar o poder da rotina. Isso é feito por meio de uma renovação dos
ciclos, pelo estabelecimento de alvos novos e maiores. Não fuja dos desafios. Saia da zona de
conforto;
● Perdemos a paixão quando começamos a depender de uma motivação externa - É quando o
aplauso se torna o nosso combustível. Nossa motivação deve estar em Cristo. A competição com
outros destrói a nossa paixão original;
● Perdemos a paixão quando nos permitimos ser contrariados/as pela apatia do mundo - Não
busque o seu conforto pessoal acima de tudo. Vivemos uma geração sem ideais, cujo padrão é o
videogame, a internet, a televisão e a passividade diante do mundo. Queremos terminar tudo
rapidamente apenas para ficar na ociosidade, sem fazer absolutamente nada. Sentimos que
estamos aproveitando a vida quando não estamos fazendo nada. Essa é a morte que o diabo
injetou no mundo sem Deus;

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c. Como manter a paixão e o fervor?

● Creia que a paixão é algo decisivo para romper como discípulo;


● Reative a sua comunhão com Deus. Se pedimos paixão o Senhor nos ouvirá;
● Ande com pessoas que possuem a mesma paixão;
● Reconheça a necessidade de ligações espirituais. Santas conexões nos protegem;
● Paixão é coisa contagiosa;
● Renove a convicção do seu chamado para servir a Deus nessa visão;
● Ative os seus dons espirituais;
● Não atue em áreas para as quais você não foi chamado.

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LIÇÃO 3 - ACONSELHAMENTO E VISITAÇÃO

A fim de ajudar as pessoas, o aconselhamento busca estimular o desenvolvimento da personalidade; ajudar


os indivíduos a enfrentarem mais eficazmente os problemas da vida, os conflitos íntimos e as emoções
prejudiciais; prover encorajamento e orientação para quem tenha perdido alguém querido ou esteja sofrendo
uma decepção; e para assistir as pessoas cujo padrão de vida lhes cause frustração e infelicidade. Seu alvo é
ajudar outros/as a se tornarem, primeiramente, discípulos/as de Cristo e depois discipular os/as demais.

1 - A BÍBLIA NO PROCESSO DE ACONSELHAMENTO

Será, porém, que a Bíblia foi realmente escrita como um manual de aconselhamento? Ela trata de solidão,
desânimo, problemas conjugais, tristeza, relações entre pais e filhos, ira, medo e inúmeras outras situações de
aconselhamento. Como Palavra de Deus, ela tem grande e duradoura importância para o trabalho do conselheiro
e as necessidades dos aconselhados, mas não reivindica ser (nem é esse o seu propósito) a única revelação de
Deus sobre a ajuda às pessoas.
A humanidade teve permissão para aprender muito a respeito da criação de Deus por meio da medicina, do
ensino e em campos de assistência centrados na pessoa, pelo desenvolvimento da ciência e do estudo acadêmico.
Assim sendo, a fim de aumentar a eficácia no aconselhamento, muitos líderes de igreja têm procurado as opiniões
de psicólogos e outros profissionais que cuidam da saúde mental. A psicologia é, naturalmente, um campo de
estudo altamente complexo e popular hoje em dia, tratando tanto do comportamento animal como humano.
Porém, um ponto de crucial importância são os/as líderes aceitarem a inspiração e autoridade da Bíblia
como padrão pelo qual toda a psicologia deve ser testada, assim como em seu papel de Palavra escrita de Deus,
com a qual todo conselho válido deve concordar.

2 - ALVOS DO ACONSELHAMENTO

O/a conselheiro/a, que é um/a seguidor/a de Jesus Cristo, tem o mesmo alvo que o Mestre de mostrar às
pessoas como ter uma vida abundante e apontar aos indivíduos a vida eterna prometida aos crentes. Se levarmos
a sério a grande comissão, desejaremos ansiosamente ver todos os/as nossos/as aconselhados/as se tornarem
discípulos/as de Jesus Cristo. Se levarmos a sério as palavras de Jesus, provavelmente chegaremos à conclusão de
que uma vida plena e abundante só é concedida às pessoas que buscam viver em conformidade com os seus
ensinos. O/a conselheiro/a deve ser aquele/a que se entrega ao Senhor para ser seu instrumento para tocar
vidas, para modificá-las, para levá-las em direção à maturidade, a serem capazes de suportar as dificuldades.
Vamos reconhecer, porém, que existem muitos/as cristãos/ãs sinceros/as que terão uma vida eterna nos
céus mas não gozam de uma vida muito abundante na terra. Essas pessoas precisam de aconselhamento que
envolva mais do que evangelização ou educação cristã tradicional. A evangelização e o discipulado são, portanto,
os objetivos do/a conselheiro/a, embora não sejam os únicos.
Quais são alguns dos demais alvos? Qualquer lista pode incluir, pelo menos ,os seguintes:

a) Autocompreensão - Compreender a si mesmo é, no geral, o primeiro passo para a cura. Muitos problemas são
autoimpostos. Mas a pessoa que está sendo ajudada talvez não reconheça que suas percepções são
preconceituosas, suas atitudes prejudiciais e seu comportamento autodestrutivo. Considere, por exemplo, o
indivíduo que se queixa: "Ninguém gosta de mim", mas não percebe que sua reclamação é uma das razões de ser
rejeitado por outros. Um dos alvos do aconselhamento é que o/a ajudador/a, de modo objetivo e alerta, auxilie
os que estão sendo assistidos a obter um quadro real do que se está passando em seu íntimo e no mundo que os
rodeia.

b) Comunicação - É bem conhecido que muitos problemas no casamento estão relacionados a uma falta de
comunicação entre os cônjuges. O mesmo se aplica a outros problemas. As pessoas são incapazes ou não estão
dispostas a comunicar-se. O/a aconselhado/a precisa aprender a comunicar sentimentos, pensamentos e
atitudes, correta e eficazmente. Tal comunicação envolve a expressão da pessoa e a capacidade de receber
mensagens corretas por parte de outros.

c) Aprendizado e Modificação de Comportamento - Quase todo (se não todo) o nosso comportamento é
aprendido. O aconselhamento, portanto, inclui ajuda no sentido de fazer com que o aconselhado desaprenda o

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comportamento negativo e aprenda meios mais eficientes de agir. Tal aprendizado vem através da instrução, da
imitação de um/a conselheiro/a ou outro modelo, e da experiência e erro. O/a ajudador/a deve encorajar a
pessoa que está auxiliando a "avançar", praticando o que aprendeu. Algumas vezes será também necessário
analisar o que houve de errado quando ocorrer um fracasso e recomendar uma nova tentativa por parte do/a
aconselhado/a.

d) Autorrealização - Escritores humanistas recentes têm enfatizado a importância do indivíduo aprender a


alcançar e manter o seu potencial máximo. Isto é chamado de "autorrealização", sendo proposto por alguns
conselheiros como o alvo de todos os seres humanos. Para o cristão, poderíamos dizer que se trata de uma
"Cristo realização", pois o nosso alvo na vida se completa em Cristo. Ele é que nos conduz ao desenvolvimento de
nosso mais elevado potencial, mediante o poder do Espírito Santo que nos leva à maturidade espiritual.

e) Apoio - As pessoas conseguem alcançar um dos alvos acima e funcionar eficazmente, salvo em períodos
temporários de tensão ou crise incomuns. Tais pessoas podem beneficiar-se de um período de apoio,
encorajamento e "divisão de fardo", até que sejam capazes de reorganizar seus recursos pessoais e espirituais, a
fim de enfrentar eficientemente os problemas da vida.

Em qualquer tipo de aconselhamento, geralmente é útil quando conselheiro/a e aconselhado/a estabelecem


alvos ou objetivos definidos para o aconselhamento. Esses alvos devem ser específicos e não vagos, realistas e (no
caso de serem vários) organizados em alguma sequência lógica que identifique os pontos a serem atingidos em
primeiro lugar e, talvez, por quanto tempo.

3 - QUALIFICAÇÕES DO/A CONSELHEIRO/A:

É fundamental que a pessoa que aconselha tenha habilidades e ajude as pessoas aconselhadas com
sabedoria. Se as orientar bem, obterá resultados mais úteis, tanto na área emocional quanto na área espiritual. O
seu sucesso nesta tarefa dependerá diretamente do seu conhecimento de algumas técnicas de aconselhamento e
da ajuda do Espírito Santo.
O que faz de alguém um/a bom/boa conselheiro/a? Num estudo de quatro anos conduzido com pacientes
hospitalizados e vários conselheiros/as, foi descoberto que os/as pacientes melhoravam quando seus terapeutas
mostravam um nível elevado de cordialidade, sinceridade e compreensão empática correta. As qualificações do
conselheiro são:

a) Cordialidade - Este termo implica cuidado, respeito ou preocupação sincera, sem excessos, pelo
aconselhado/a, sem levar em conta seus atos ou atitudes. Jesus mostrou isso quando se encontrou com a mulher
junto ao poço. As qualidades morais dela talvez deixassem a desejar, e Ele certamente jamais aprovou o seu
comportamento pecaminoso, mas Jesus a respeitou e a tratou como pessoa de valor. Sua atitude calorosa,
interessada, deve ter sido aparente onde quer que fosse.

b) Sinceridade - O/a conselheiro/a sincero/a é "real", uma pessoa aberta, franca, que evita o fingimento ou
uma atitude de superioridade. A sinceridade implica espontaneidade sem irreflexão e honestidade sem
confrontação impiedosa. Isto significa que quem aconselha demonstra o que é, verdadeiramente. Ele ou ela não é
do tipo que pensa ou sente uma coisa e diz outra.

c) Empatia - Como a pessoa aconselhada pensa? Mostra-se sensível aos sentimentos mais profundos. É o
"sentir com", mostrando-se interessada pelo caso do outro, da outra, com empenho para ajudar. Quais os
valores, crenças, conflitos íntimos e mágoas do/a aconselhado/a? O/a bom/a conselheiro/a mostra-se sempre
sensível a essas questões, capaz de entendê-las e comunicar eficazmente essa compreensão (por palavras e
gestos) ao aconselhado. Esta capacidade "de sentir com" o/a aconselhado/a é o que queremos dizer com
compreensão empática correta. É possível ajudar as pessoas, mesmo quando não entendemos completamente,
mas o/a conselheiro/a que consegue estabelecer empatia (especialmente no início do aconselhamento) tem mais
probabilidade de tornar-se um/a ajudador/a eficaz de pessoas. O/a aconselhado/a deve experimentar o alívio
com o "desabafo".

FRUTIFIQUE - 12
4 - TÉCNICAS DE ACONSELHAMENTO

O aconselhamento é, primariamente, uma relação, em que uma pessoa ajudadora busca assistir outro ser
humano nos problemas da vida. Podemos resumir algumas das técnicas mais básicas utilizadas numa situação de
ajuda.

a) Atenção - O/a conselheiro/a deve tentar conceder atenção integral ao/a aconselhado/a. Isto é feito
mediante:
● Contato de olhos - olhar sem arregalar os olhos, como um meio de transmitir interesse e
compreensão;
● Postura - que deve ser relaxada e não tensa;
● Gestos naturais - mas não excessivos ou que provoquem distração.
O/a conselheiro/a deve ser amável, bondoso/a, fortemente motivado/a à compreensão. Ele/a deve estar
sempre vigilante quanto a algumas distrações íntimas que nos impedem de oferecer atenção integral: fadiga,
impaciência, preocupação com outros assuntos, devaneios e inquietação. A ajuda às pessoas é naturalmente
difícil, sendo uma tarefa exigente que envolve sensibilidade, expressões genuínas de cuidado e estar sempre
vigilante para atender.

b) Ouvir - Isto abrange mais do que uma recepção passiva de mensagens:


● Evitar expressões verbais (começar a falar antes da hora) ou não-verbais (com gestos faciais, com
barulhos) dissimuladas, de desprezo ou juízo com relação ao conteúdo da história do aconselhado,
mesmo quando esse conteúdo ofenda a sensibilidade do conselheiro;
● Aguardar pacientemente durante períodos de silêncio ou lágrimas, enquanto o/a aconselhado/a se
enche de coragem para aprofundar-se em assuntos penosos ou faz pausas para reunir seus
pensamentos ou recuperar a compostura;
● Ouvir não apenas o que o/a aconselhado/a diz, mas aquilo que ele ou ela está tentando dizer ou
deixou de dizer;
● Usar os dois olhos e ouvidos para captar as mensagens transmitidas pelo tom de voz, postura, e
outras pistas não verbais;
● Evitar desviar os olhos do aconselhado enquanto este fala;
● Sentar-se imóvel (não devemos aconselhar andando);
● Controlar os sentimentos em relação ao/a aconselhado/a que possam interferir com uma atitude
de aceitação, simpatia, que não faz juízos antecipados (não podemos escolher quem vamos
aconselhar).
● Compreender que é possível aceitar a pessoa sem concordar com os erros dela. É fácil ignorar tudo
isto e escorregar rapidamente para a oferta de conselhos e falação excessiva. Isto impede o
aconselhado de expressar realmente suas mágoas, esclarecer um problema através de conversa,
partilhar todos os detalhes de uma questão ou experimentar o alívio que vem com o desabafo.
Quando não ouvimos, mas aconselhamos falando, esta é, com frequência, uma expressão da
própria insegurança do/a conselheiro/a ou de sua incapacidade para tratar de situações ambíguas
(de duplo sentido), ameaçadoras ou emocionais.

c) Responder - Não se deve supor, porém, que o/a conselheiro/a nada faz além de ouvir. Jesus era um bom
ouvinte, mas a sua ajuda também se caracterizava pela ação e respostas verbais específicas. Deve-se:
● Orientar - ajudar a pessoa a se expressar melhor, perguntando o que realmente ela quer dizer. Ex.:
o que é isso para você? Você pode dar mais detalhes?
● Refletir o sofrimento da pessoa (o que ela sente, nós também podemos sentir) - "Eu sei o que
você está passando, realmente é difícil";
● Perguntar e interpretar - Não perguntar quando a resposta é sim ou não. Com a pergunta iremos
atrás da necessidade da pessoa. Em vez de perguntar "por quê?" devemos perguntar "o quê?" - Ex.:
Em vez de: "Por que você fez isso?" usar "O que levou você a fazer isso"?
● Confrontar - Pensamentos e comportamentos errados; falta de consistência entre o fazer e o falar.
Nunca devemos ser ásperos com alguém que se humilha. Com os que são duros, perversos,
devemos ser firmes e mostrar o erro na Palavra (Sl 18.25,26);
● Informar - ser diretivo (segundo a Palavra). Só não devemos ser quando a Bíblia não for. Ex.: não
podemos dizer a alguém com quem se casar ou não.

FRUTIFIQUE - 13
● Apoiar - apoiar não é concordar com o outro. É servir de suporte, dar encorajamento, amá-lo no
momento difícil. É dividir o fardo (Rm 12.15), é orar pelo/a aconselhado/a.

d) Ensinar - O/a conselheiro/a é um/a educador/a, ensinando pela instrução e orientando o/a aconselhado/a
à medida que ele ou ela aprende a enfrentar problemas da vida. Da mesma forma que outros tipos pessoais de
educação, o aconselhamento é mais eficaz quando as discussões são específicas e não vagas, focalizando
situações concretas em lugar de alvos nebulosos.

5 - VISITAÇÃO

Todo/a líder de célula deve aprender que uma de suas tarefas mais pontuais no processo de discipulado com
os visitantes e membros de sua célula é a visitação. Se você deseja que sua célula cresça e se multiplique, uma
chave fundamental para o evangelismo eficaz é o contato imediato com os visitantes. Quando alguém novo vier
para o grupo, agende uma visita logo em seguida, envie um cartão ou pegue o telefone e faça uma ligação. O
ditado é verdadeiro: “As pessoas não se importam com o quanto você sabe, até que elas saibam o quanto você se
importa.”

a) Objetivos da Visitação
● Conhecer as pessoas, suas dúvidas, preocupações e queixas;
● Melhorar o trabalho da comunidade de acordo com as necessidades;
● Consolar aos que estiverem em qualquer angústia;
● Consolidar novos membros, visando integrá-los à comunidade;
● Ir ao encontro dos afastados, procurando saber as razões do afastamento e oferecendo auxílio;
● Divulgar as atividades da Igreja e dos ministérios específicos.

b) Como fazer uma Visita


● Estabeleça uma relação de confiança com o visitado;
● Aprofunde o diálogo;
● Veja se algo pode ser feito;
● Observe o que lhe chamou atenção;
● Forme duplas de visitadores;

FRUTIFIQUE - 14
LIÇÃO 4 - CUIDADOS E PREVENÇÃO

E quando caímos na rotina, o que fazer? Certamente essa é uma de nossas maiores crises enquanto
liderança. A rotina, além de trazer desmotivação, ela pode depor contra o nosso crescimento. Para isso,
precisamos estar bem atentos e buscarmos a vencer sempre.

1. VENCENDO A DESMOTIVAÇÃO

A desmotivação ministerial é causada por vários motivos e cada vez mais tem assolado nossas equipes. Como
consequência atinge toda uma geração. Quando ela bate à nossa porta, torna-se necessário avaliar o nosso
coração e a nossa motivação. Algumas causas que podem gerar desmotivação:

● A falta de um sonho gera desmotivação e apatia.


● Expectativas exageradas acerca da realidade;
● Esperar que os outros venham reagir como nós;
● Deixar-se ser levado simplesmente pelos números;
● Falta de experiência na nossa tarefa;

Um/a bom/boa líder é aquele/a que antes de pensar nos resultados, busca inspirar sua equipe. Uma equipe
ajustada e alinhada em uma visão não sentirá a desmotivação bater em sua porta. A visão de uma Igreja em
discipulado é muito dinâmica e exigirá do/a líder sempre sua atualização. Use sua criatividade e não deixe, por
exemplo, que o encontro da célula se torne uma reunião monótona e faça da inspiração uma ponte para plantar
um sonho e propósito na vida de cada discípulo/a (Reflita: Colossenses 3.23)

● Seja um/a líder proativo/a - A proatividade o livrará da desmotivação;


● Viva para um propósito e se mova por ele;
● Olhe às dificuldades como oportunidades;
● Busque a revelação da vontade de Deus para sua vida;

2. VENCENDO A ROTINA

Outro grande perigo da liderança é a rotina. Isso acontece quando a função do/a líder entra no estado
automático. Seja pela sua capacidade ou pela repetição das atividades, o/a líder já não mais se prepara como
antes e se acomoda em suas ações. E como vencer a rotina?

a) Mantenha a sua vida de oração: A oração é uma ferramenta indispensável para a pessoa que deseja
manter-se motivada e assim poder ministrar a outros. Nós nos ocupamos demais. Nós nos distraímos.
Ficamos desanimados e não oramos o suficiente. A oração é uma das coisas mais simples que podemos
fazer. Tudo que precisamos fazer é sentar (ou ajoelhar) e buscar a presença de Deus. O Salmo 19 diz que “
A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma”. Quando oramos o Senhor renova a nossa confiança, a nossa
motivação e a nossa alma.

b) Planeje suas atividades: Só colheremos os frutos do que foi anteriormente planejado. Além disso, a
falta de planejamento poderá sugar toda a energia do/a líder, além de comprometer a qualidade do
ministério;

c) Não deixe que o discipulado se limite ao dia da Célula ou GD: Às atividades extra-célula e GD além de
fortalecer vínculos pode proporcionar uma quebra na rotina, trazendo uma motivação para os/as
discípulos/as;

d) Não se limite há uma única forma: Essência e forma são conceitos que precisam ser desassociados.
Use a criatividade e inove em suas formas. A essência precisa permanecer, mas às formas podem ser
alteradas conforme a sua criatividade. Esteja sensível ao que Deus deseja realizar na sua célula ou GD, Ele
pode te surpreender com resultados maravilhosos;

FRUTIFIQUE - 15
e) Esteja sempre se atualizando: Uma boa liderança é ensinável e valoriza todas às oportunidade para se
reciclar e aprender coisas novas. A visão de uma Igreja em discipulado é ativa e bastante dinâmica; não se
trata de ferramentas para “segurar” os discípulos, mas sim estar atento às demandas e às oportunidades
que o cercam. Os congressos, Dia da Visão, seminários e etc são excelentes oportunidades para alimentar
a visão no nosso coração.

f) Sonhe: Tenha um sonho, sonhar ajuda a conservar a motivação. Nós alcançamos aquilo que
primeiramente sonhamos. Ter um sonho ajuda a manter o foco e canalizar energia. Sem alvos nós
perdemos o foco. Ter um sonho aumenta o valor do grupo. Ter um sonho prenuncia positivamente o
futuro. Estudo realizado com graduandos da Universidade de Harvard revelou que 40 anos depois da
formatura - 5% fez mais que outros 95% juntos. Os 5% tinham algo em comum: Registraram por escrito
seus alvos quando estudantes. Ter um sonho motiva os/as líderes a continuar persistindo. Seus sonhos os
ajudam a continuar em frente

3. VENCENDO A INCONSTÂNCIA - 1 Co 15.58

A inconstância tem impedido vários/as líderes de crescerem em Deus e em seus próprios alvos. Ela é o que
nos priva de vivermos nossos propósitos em Deus. Nosso amor e a nossa motivação tem se igualado há uma
cerração, que vem e logo passa (Oséias 6.4). Nosso desafio à maturidade é buscar em Deus a perseverança, a
estabilidade de nossa fé e convicções. Ao contrário disso, ela nunca nos deixará vivermos uma vida plena.

a) Tenha clareza da sua identidade em Deus: A nossa clareza acerca de quem somos em Cristo certamente
nos fará caminhar acima de nossas inconstâncias. Nossa carência existencial sempre nos levará a falta de
instabilidade e está só será suprida quando tomarmos como verdade o fato de que Cristo nos amou
primeiro. Amar a Deus sobre todas às coisas e saber que somos amados/as no Pai é a chave que suprirá
toda nossa carência - João 1.12; Marcos 12.30;

b) Viva além das circunstâncias: Enquanto às circunstâncias forem limitadores em nossas vidas, nunca
iremos experimentar coisas novas da parte de Deus. Elas tampouco revelam nosso futuro e tem o poder de
nos estacionar no presente. O futuro é o alvo de um/a líder, para lá ele/a caminha - Romanos 8.18;

c) Se mova por aquilo que você crê: Crer é uma certeza que nasce de nosso coração. Se aproximar de Deus
também exigirá de nós (Hebreus 11.6) essa certeza. Fé é uma questão de obediência na palavra é se mover
por ela. O que cremos é na Palavra Viva e inspirada por Deus, nosso único manual de fé e prática cristã. É
somente na Palavra, e quando a orarmos, que encontramos respaldo para a ação de Deus em nossas vidas.
Ela nos dá autoridade para irmos, alcançarmos e ministrarmos o que ela já nos assegurou. Tudo quanto
fizermos, se não tiver a fé como base, não terá nenhum sentido. A Bíblia diz que aquilo que não se faz por
fé constitui-se pecado (Romanos 14.23). 'Sem fé é impossível agradar a Deus' (Hebreus 11.6). Por que a fé é
tão importante na vida cristã? Porque se ela não estiver operando, a incredulidade predomina, gerando
incertezas e fracassos. Quem duvida jamais realiza qualquer coisa para Deus. Este sentimento deixa o/a
crente indeciso, o que compromete o seu caminhar vitorioso, pois poderá agir como Pedro que, ao
primeiro momento, deu passadas firmes sobre as águas do mar, mas logo começou a afundar. A dúvida
deixou-o sem saber se olhava somente para Jesus ou para as circunstâncias adversas à sua volta.

d) Mantenha Uma Devocional Pessoal: Desenvolva um relacionamento pessoal com Deus, e não leia a sua
bíblia só em busca de pregações e estudos bíblicos. Desenvolva um relacionamento seu com Deus
diariamente porque isso renova o seu ânimo e a sua coragem.

FRUTIFIQUE - 16
LIÇÃO 5 - SEJA UM/A LÍDER QUE MOTIVA

“Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo
por onde quer que andares” - Josué 1.9

Uma das maiores falas que motiva nosso coração está nessa passagem, onde Deus fala ao coração de Josué e
dá a ele o encargo para a missão. A motivação é o que pavimenta o caminho da realização. A palavra na vida de
Josué foi extremamente importante para a sua conquista; ainda mais revela que a motivação que podemos
exercer sobre a vida de outro, repousa no próprio Deus. Força, coragem e presença de Deus é o que nos faz andar
nos trilhos de um propósito.

1 - MOTIVAR É INSPIRAR PARA CUMPRIR UM PROPÓSITO

Motivar nossa equipe é inspirar para o cumprimento de um propósito. É levar o/a discípulo/a a encarar os
desafios sem perder a visão e a direção de Deus. Ter uma clareza de propósito, a motivação correta dará mais
significado à nossa jornada.

a) Motive para a maturidade: Precisamos avaliar o motivo do nosso coração. A motivação precisa ser correta
e baseada no serviço e no cumprimento da grande comissão. A base da motivação precisa estar na verdade de
que todo serviço é para honrar ao Senhor (Colossenses 3.23) e que tudo que recebemos é mediante o favor do
Pai.

b) Motivar é despertar o chamado na vida dos/as discípulos/as: Uma das principais tarefas na vida do/a
líder é levar ao seu/sua discípulo/a a cumprir seu destino; explorar as potencialidades que ainda não foram
descobertas; possibilitar com que cada discípulo/a sinta o seu chamado dentro do corpo.

c) Motivar é conduzir o/a discípulo/a para a frutificação (1 Ts 5.14): Muitos/as discípulos/as precisam de
receber uma palavra de esperança, ânimo, encorajamento e direção. A motivação faz com que cada discípulo se
sinta parte do corpo e também valorizado pelo/a seu/sua líder.

2 - MOTIVAR É LIDERAR COM BASE NO EXEMPLO

Nosso exemplo sempre irá falar mais alto que nossas palavras. Liderar exigirá integridade, compromisso e
responsabilidade. São três aspectos que mais estão em evidências na vida do/a líder e quando questionado/a
depõem contra o crescimento da equipe. Esses aspectos precisam ser vistos como uma virtude do/a líder e não
como uma obrigação. No livro, o Monge e o Executivo, o autor James Hunter afirma que “Liderança é a habilidade
de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como
sendo para o bem comum”.
Sendo assim, quando inspiramos os/as discípulos/as por meio do nosso exemplo também os motivamos.
Os/as discípulos/as serão motivados/as quando perceberem que o/a líder é alguém que os/as inspiram, como
alguém que frutifica e quem também é discípulo/a.

a) Seja um/a líder criativo/a: A criatividade pode nos levar à respostas extraordinárias. Josué Campanhã em
seu livro “O líder do amanhã” afirma que “o cérebro é o maior poço de criatividade já descoberto” apontando
que todos têm a possibilidade de sair da rotina da liderança e motivar a sua equipe. Seja criativo sem abrir mão
da essência!

b) Seja um/a líder sábio/a: Às palavras tem poder para vida e para morte (Provérbios 18.21). Elas podem
motivar, como também podem colocar por terra tudo o que foi construído. A forma de expressão verbal e não-
verbal também comunicam aos liderados.

c) Seja um/a líder que fala a mente e ao coração: Nosso desafio é falar à mente e aos corações dos/as
discípulos/as. A compreensão precisa levar os/as discípulos/as à uma ação de amor para com a visão. A visão

FRUTIFIQUE - 17
passa pelo entendimento e precisa ser lançada no coração para produzir frutos. É necessário que o/a discípulo/a
veja a grande comissão e o seu propósito como uma resposta de amor a Deus.

3 - MOTIVAR É ACESSAR O CORAÇÃO DOS/AS DISCÍPULOS/AS

Já mencionamos neste módulo, que um/a líder eficaz é aquele/a que fala à mente a ao coração dos/as
discípulos/as. No entanto, a motivação passa pelo coração. É Necessário sentir paixão pela visão, pois somente
assim produzirá frutos para o Reino de Deus. Dessa forma, é necessário que o/a líder busque algo que gere
afinidade com seus/suas discípulos/as, seja na reunião da célula ou no discipulado pessoal é necessário observar
além das palavras.

a) Mantenha um relacionamento extra-célula: Muitas células não se multiplicam e os/as discípulos/as


não são consolidados/as pois o contato se resumem ao dia da célula. É necessário manter um relacionamento
intencional, com a finalidade de ouvir os anseios, sonhos, alvos e inquietações do/a discípulo/a a fim de descobrir
o que eles/as precisam receber.

b) Perceba as oportunidades de mudança na vida dos/as discípulos/as: Quando estabelecemos um


relacionamento intencional com os/as discípulos/as, ouvimos além das palavras, observamos indicadores que
apontam para mudanças como por exemplo: situações, momentos, decepções e etc. Todos têm sonhos e
projetos, mas poucos estão motivados. Portanto, valorizar, reconhecer as potencialidades irão despertar o/a
discípulo/a para a mudança;

c) Descubra como encorajar os/as discípulos/as: A realeza da liderança está na capacidade que ela tem
de servir e transmitir um valor aos/as seus/as discípulos/as. John Maxwell em seu livro “25 maneiras de valorizar
uma pessoa” aponta um pequeno roteiro que poderá nos auxiliar na prática do discipulado. O autor diz que é
necessário: (1) Dividir os sonhos com às pessoas; (2) Encorajar às pessoas e seus sonhos; (3) Perguntar quais
obstáculos tem enfrentado; (4) Oferecer ajuda; (5) Conversar sobre os sonhos das pessoas; (6) Esforçar-se
diariamente para ser um/a construtor/a e não um/a destruidor/a.

FRUTIFIQUE - 18
LIÇÃO 6 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Planejar é uma das ações mais importantes na vida de um/a líder. É através do planejamento que podemos
alcançar uma grande colheita, experimentar uma célula frutífera e uma equipe de líderes capacitados/as para o
cumprimento da missão.
No evangelho de Lucas, um grande detalhista, apresenta para nós os exemplos clássicos de planejamento
estratégicos. O primeiro está em Lucas 10.1-24, onde Jesus demonstrou para nós um exemplo de planejamento
ao enviar os discípulos de dois em dois na missão dos setenta. Em seguida, Jesus conta a parábola da torre (Lucas
14.28-30) destacando essa importância.
Como o alvo da célula é o crescimento para a multiplicação, para que o/a líder se desenvolva com o seu
grupo estaremos estudando nessa lição estratégias básicas para o evangelismo e aumento das células.

1. OBSERVE AS NECESSIDADES

Muitos projetos não alcançam êxito em seus objetivos porque são elaborados distantes da realidade a qual
se almeja alcançar. Projetos só existem onde há uma necessidade a ser suprida. Portanto, para que o projeto
atinja seu objetivo, busque fazer essa leitura respondendo às seguintes perguntas:
● Quais as necessidades do meu grupo: pessoais e coletivo?
● Quais oportunidades e desafios eu posso gerar a partir da necessidade?
● Quais são os maiores obstáculos que preciso enfrentar?
● Quais oportunidades existem nesse momento e não posso deixar passar?

2 . SEJA CLARO COM SEUS OBJETIVOS

O segundo passo após identificar às necessidades, é ter uma visão clara acerca dos objetivos que servem
como balizadores da nossa missão. Se o objetivo for claramente definido, os/as discípulos/as tomaram para si
também a visão que será passada. O grande sucesso de uma visão é quanto o seu objetivo consegue ser
transferível, fazendo com que o outro se torne parte ativa desse processo. Por exemplo:
● Estabelecer relacionamentos;
● Gerar novos/as líderes;
● Promover a evangelização na célula;
● Levar os/as discípulos/as ao crescimento espiritual;

3. DEFINA SUAS ESTRATÉGIAS

Uma vez que nossos objetivos foram claramente definidos, chegou a hora de estabelecer uma estratégia e
essa é a função do/a líder! Às estratégias precisam ser flexíveis, catalisadores e com respaldo bíblico, capazes de
se deparar com situações inesperadas por exemplo e não se desviar da visão e dos seus objetivos. Veja algumas
estratégias que podem ser usadas:
● Projeto 1 + 1 igual a multidão (incentivando a evangelização);
● Primeiros Passos (levar os discípulos ao crescimento);
● Relógio de Oração na célula

O Evento Ponte - O evento-ponte é um evento realizado pela célula com a finalidade evangelística, em que o
foco é trazer o maior número de pessoas não crentes para um ambiente informal e de comunhão, onde será
dado um testemunho, sendo um ambiente propício para conversão. Cada célula deve realizar, pelo menos
um evento-ponte a cada três meses e para que ele alcance sucesso é necessário qualidade e foco na
interação com os não-crentes. Veja alguns exemplos e dicas para os eventos ponte:

● Aproveite aniversários, casamentos, batismos, chás e etc. para estreitar os laços;


● Aproveite as oportunidades para se divertir com sua célula, por exemplo: ir ao cinema, marcar
um jogo de futebol, realizar um churrasco. Além de fortalecer o grupo, ligar às pessoas à célula é
ideal para atrair novas pessoas;
● Busque conhecer às pessoas que estarão no evento;

FRUTIFIQUE - 19
4. O PLANEJAMENTO NA PRÁTICA

a - Qual é a necessidade que tenho?


b - Qual meu objetivo?
c - Qual minha estratégia?
- Como será feito?
- Onde será feito?
- Quando será feito?
d - Qual é o meu alvo?

5. AS 5 SUB-METAS PARA MULTIPLICAÇÃO DAS CÉLULAS

A célula possui quatro objetivos específicos: Comunhão, Edificação, Serviço e Evangelismo. Também possui
um objetivo geral: a Multiplicação de líderes. Trabalhar os objetivos específicos é uma estratégia para se alcançar
o objetivo geral. Nosso alvo não é multiplicar células para multiplicar líderes; mas multiplicar líderes para
multiplicar células. Quanto mais líderes tivermos, mais células serão geradas.
Sendo assim, traçar objetivos e estabelecer um planejamento mensurável e estratégias claras para alcançá-
los é extremamente necessário. Negligenciar isso é um grande erro, resultando em fracasso e frustração.
Todo planejamento da célula precisa ser baseado em cinco submetas, as quais serão trabalhadas em todo
seu ciclo de vida. Isso determinará o sucesso da multiplicação da célula e por conseguinte de líderes, as quais são:

01 - Definir Data
02 - Aumentar a presença de Deus
03 - Levantar um novo/a líder
04 - Firmar novos membros
05 - Encontrar um/a novo/a anfitrião/ã

Vale lembrar que o objetivo principal da Célula é

Multiplicar a célula em uma nova célula


saudável uma vez ao ano.

5.1. Sub-meta: Definir Data


Definir, no prazo de um mês após o início da célula, uma data adequada para a multiplicação.

Especificação: “adequada” - deve:


(A) Participativa
(B) Viável
(C) Clara e bem divulgada

A. PARTICIPATIVA

Ações Necessárias para ser “participativa”


• Compartilhar a visão da Igreja e o porquê da multiplicação no início da nova célula;
• Reunir os/as líderes, líderes em treinamento e equipe principal para proporem uma data para a
célula;
• A multiplicação é da célula - envolver todos para orar, planejar e trabalhar para alcançá-la.

B. VIÁVEL

Ações Necessárias para ser “viável”


• Respeitar o prazo máximo de um ano.
• Respeitar as fases de crescimento e amadurecimento do grupo.
• Respeitar o tempo necessário que as outras sub-metas sejam alcançadas.
• Evitar proximidade com férias.
FRUTIFIQUE - 20
• Deve ser aprovada pelo/a discipulador/a.

C. CLARA E BEM DIVULGADA

Ações Necessárias para ser “clara e bem divulgada”


• Definir dia / mês / ano
• Divulgá-la na célula constantemente (usar cartazes, e-mails, contagem regressiva)
• Cronograma de ações e eventos deve ser de conhecimento da célula.
• Deve ser sempre associada à vitória, ao sucesso (planejar festa da multiplicação com foco
evangelístico)

5.2. Sub-meta: Aumentar a Presença de Deus


Tornar a presença de Deus tão real que qualquer um que participar da célula perceba algo sobrenatural na
reunião e na vida das pessoas.

Especificação: “algo sobrenatural na reunião” - deve-se sentir:


(A) Paz no local.
(B) Expectativa da manifestação de Deus (dons, curas, salvação, milagres, consolo, perdão, adoração).
(C) Autoridade espiritual da liderança.
(D) Liberdade para compartilhar.
(E) Demonstração de amor às pessoas novas que chegam.
(F) Salvação e transformação de vida.
(G) Relacionamentos verdadeiros entre os membros.

A. PAZ NO LOCAL

Ações Necessárias para se ter “Paz no local”


• A anfitrião/ã deve arrumar o ambiente pelo menos 30 minutos antes do horário (TV desligada/ cd
c/louvor)
• A liderança da célula (Líderes, líderes em treinamento, equipe principal e anfitrião) deve chegar
pelo menos 20 minutos antes para orar, focar na célula e estar pronto para receber as pessoas.

B. EXPECTATIVA DA MANIFESTAÇÃO DE DEUS

Ações Necessárias para se ter “Expectativa da manifestação de Deus”


• Ter um tempo especial de oração na reunião (individual, duplas, dinâmicas).
• Desenvolver o hábito de oração diária e jejum com os/as participantes comprometidos/as.
• Estimular o uso dos dons espirituais entre os participantes.
• Promover vigílias, oração no monte e outros eventos de oração.

C. AUTORIDADE ESPIRITUAL

Ações Necessárias para se ter “Autoridade espiritual” a liderança deve:


• Preparar as lições com antecedência (pelo menos 3 dias).
• Consagrar a vida a Deus com jejum regulares.
• Demonstrar que ouvem a voz de Deus e a obedecem (compartilhar).
• Manejar bem a Palavra da Verdade.
• Interceder pelos/as discípulos/as diariamente (necessidades, crises, desafios, pedidos de oração).

D. LIBERDADE PARA COMPARTILHAR

Ações Necessárias para se ter “Liberdade para compartilhar” deve-se:


• Criar um ambiente de confiança (sigilo sobre o compartilhar) e aceitação.
• Iniciativa da liderança de contar dificuldades e lutas, confessar pecados e pedir perdão.
• Promover dinâmicas de grupo para ajudar as pessoas a se abrirem.

E. DEMONSTRAÇÃO DE AMOR
FRUTIFIQUE - 21
Ações Necessárias para se ter “Demonstração de amor às pessoas novas que chegam” deve-se:
• Receber bem as pessoas na reunião, desenvolvendo ações de boas-vindas (cumprimentos, cartões,
dinâmicas).
• Desenvolver um ambiente sem preconceitos e acolhedor

F. SALVAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO

Ações Necessárias para se ter “Salvação e transformação de vida ” deve-se:


• Haver grande intercessão em favor dos participantes e dos perdidos (alvos de oração).
• Haver ministração de fé da Palavra de Deus, tanto na reunião quanto nos encontros individuais e
visitas.
• Desafios ao final de cada reunião para que haja decisões de mudança.

G. RELACIONAMENTOS VERDADEIROS

Ações Necessárias para se ter “Relacionamentos verdadeiros entre os membros” deve-se:


• Estimular a amizade fora do ambiente da reunião (dinâmicas de encontros).
• Estimular as conversas edificantes e evitar as profanas e vazias.
• Promover o cuidado dos membros pela célula atendendo às necessidades específicas.

5.3. Sub-Meta: Novo/a Líder


Ter um/a líder preparado/a para assumir uma nova célula até a data da multiplicação.

Especificação: “preparado” - deve:


(A) Ser comprometido/a com a célula
(B) Ser comprometido/a com Deus
(C) Ser comprometido/a com a Igreja
(D) Ter bom testemunho de vida
(E) Ter capacidade de liderança
(F) Ser membro da Igreja Metodista (batismo/Confissão de fé /Assunção / Votos)
(G) Completar o Treinamento - EDD (Escola De Discípulos)

Ações Necessárias - preliminares


• Escolher os/as candidatos/as a líderes em treinamento com aprovação do/a discipulador/a;
• Convidá-los/as para serem líderes em treinamento da célula;
• Comunicar à célula a escolha do/a líder principal e demais líderes em treinamento.
• Começar o discipulado individual agendando encontros a cada 15 dias para trabalhar na formação da
sua liderança.

A. COMPROMETIMENTO COM A CÉLULA

Ações Necessárias para “Ser comprometido com a célula”


• Compartilhar a visão da Igreja
• Ensinar sobre o funcionamento da célula.
• Envolvê-los no cuidado dos participantes.
• Distribuir os novos para os LTs consolidarem.
• Delegar atividades da reunião (lanche, louvor, estudo).
• Desafiar a leitura de livros sobre células.
• Envolvê-los na gestão da célula (planejamento, programação e solução de problemas).

B. COMPROMETIMENTO COM DEUS

Ações Necessárias para “Ser comprometido com Deus”


• Ensinar a ter regularidade com a vida devocional.
• Desafiar a leitura de livros inspirativos.
• Ensinar as Disciplinas Espirituais (jejum, intercessão, confissão, dizimar, etc).

FRUTIFIQUE - 22
C. COMPROMETIMENTO COM A IGREJA

Ações Necessárias para “Ser comprometido com a Igreja”


• Incentivar a participação nos cultos de domingo e outros eventos.
• Incentivar a generosidade (dízimos e ofertas).
• Incentivar o envolvimento em eventos e campanhas da Igreja

D. BOM TESTEMUNHO

Ações Necessárias para “Ter bom testemunho de vida”


• Desenvolver a prática de andar na luz com prestação de contas para eliminar hábitos pecaminosos.

E. CAPACIDADE DE LIDERAR

Ações Necessárias para “Ter capacidade de liderança”


• Apresentar desafios de leitura sobre liderança e participação em seminários (Dia da Visão, etc)
• Oferecer oportunidades de liderança (organizar eventos, cuidar de pessoas, participar da gestão da
célula).
• Liderar micro-célula.

F. SER MEMBRO DA IGREJA

Ações Necessárias para “Ser membro da Igreja Metodista (Batismo/Confirmação/Assunção de Votos)”


• Encaminhar os/as líderes em treinamento para o Curso Inicie após sua consolidação.
• Acompanhar sua formação.

G. COMPLETAR O TREINAMENTO

Ações Necessárias para “Completar o Treinamento”


• Encaminhar os/as líderes em treinamento a completarem o programa do trilho de formação: INICIE
– INSPIRE – PRATIQUE – FRUTIFIQUE.
• Acompanhar, incentivar, apoiar os/as líderes em treinamento durante os cursos.
• Cooperar com os desafios propostos durante os módulos (atividades práticas na célula).

5.4. Sub-meta: Firmar novos/as membros

Firmar “x” novos/as membros comprometidos até a data da multiplicação.

Especificação: “novos/as e comprometidos/as” devem:


(A) Ser atraídos/as de fora da célula
(B) Ter compromisso com a célula
(C) Ter compromisso com Deus
(D) Ter compromisso com a Igreja

A. NÃO CRENTES

Ações Necessárias para “ser atraído/a para fora da célula”


• Compartilhar a visão e missão aos/as membros atuais e orar pelos alvos.
• Desenvolver esforços de evangelismo pessoal e programar eventos.
• Desafiar a todos constantemente a trazer visitantes (definir metas).

B. COMPROMISSO COM A CÉLULA

Ações Necessárias para “ter compromisso com a célula”


• Desafiar os/as membros atuais a firmar os/as novos/as na célula (contatos telefônicos, visitas e
encontros individuais).
FRUTIFIQUE - 23
• Promover atividades sociais extra-reunião da célula.
• Delegar atividades da célula para novos/as.

C. COMPROMISSO COM DEUS

Ações Necessárias para “ter compromisso com Deus”


• Fazer as lições de consolidação com o/a novo/a frequentador/a da célula.
• Ensinar e desafiar os/as novos/as a respeito da vida devocional, jejum e oração.
• Promover a leitura de livros e artigos inspirativos entre os/as novos/as.

D. COMPROMISSO COM A IGREJA

Ações Necessárias para “ter compromisso com a Igreja”


• Compartilhar a visão e missão da Igreja.
• Envolvê-los no EMPacto, EDD e eventos especiais da Igreja.
• Atraí-los/as aos cultos e atividades regulares da Igreja.
• Conduzi-los/as a se tornarem membros da Igreja.

5.5. Sub-meta: Encontrar um/a novo/a Anfitrião/ã


Encontrar um/a anfitrião/a adequado/a para receber uma nova célula.

Especificação: “adequado” - deve ser:


(A) Comprometido/a com Deus, célula e igreja.
(B) Possuir características pessoais como ser hospitaleiro/a, amável e generoso/a.
(C) Aprovado/a pela família.
(D) Boa localização (de fácil acesso aos membros).
(E) Possuir espaço físico adequado para receber a célula.

Ações Necessárias - preliminares deve-se:


• Honrar o/a anfitrião/ã atual.
• Zelar pela manutenção e limpeza da casa atual (durante e após a reunião).
• Não permitir que o/a anfitrião/ã se sinta responsável/constrangido em oferecer/completar o lanche.
• Respeitar os vizinhos (evitar barulho e bagunça).
• Respeitar os horários de início e término da reunião (evitar deixar pessoas p/traz).
• Abrir oportunidades para novos/as anfitriões/ãs.

A. COMPROMETIMENTO

Ações Necessárias para ser “Comprometido com Deus, célula e igreja” deve-se:
• Promover as mesmas ações da sub-meta “Firmar novos membros”.

B. AGRADÁVEL

Ações Necessárias - “Possuir características pessoais como ser hospitaleiro/a, amável e generoso/a”
deve-se:
• Ensinar na célula o que a Bíblia diz sobre a hospitalidade, o amor aos/as irmãos/ãs e a
generosidade.
• Consultar os pais e/ou responsáveis e demais moradores da casa antes de se definir.
• Periodicamente fazer reuniões da célula e/ou eventos especiais nas casas dos membros, a fim de
que as famílias conheçam o grupo.

C. APROVAÇÃO

Ações Necessárias para ser “aprovado pela família” o/a líder deve:
• Certificar-se de que a família ou demais moradores do local estejam de acordo.
• No caso de adolescentes, um dos pais deve ser convertido e estar presente em casa no horário da
reunião.
FRUTIFIQUE - 24
D. LOCALIZAÇÃO

Ações Necessárias para ter “Boa localização (de fácil acesso aos membros)” o/a líder deve:
• Havendo candidatos/as, conhecer as casas, e se aprovada marcar pelo menos uma reunião da
célula no local antes da multiplicação.
• Obter a aprovação do/a discipulador/a.

E. ESPAÇO ADEQUADO

Ações Necessárias para ter “Possuir espaço físico adequado para receber as células (pares)” o líder deve
avaliar:
• Recintos disponíveis.
• Assentos disponíveis.
• Ambiente arejado e bem iluminado.
• O nível de poluição sonora.
• A presença de animais.

FRUTIFIQUE - 25
LIÇÃO 7 - MULTIPLICANDO A LIDERANÇA

Estamos chegando ao final de uma etapa da nossa formação e agora chegou o momento de trazermos à
nossa mente conceitos e princípios para multiplicar a visão que recebemos e assim, multiplicar novos/as líderes.
Joel Comiskey disse: “o fator determinante para o máximo de impacto de uma igreja não é o seu ministério
pastoral ou determinado modelo ministerial, mas o desenvolvimento de sua liderança”.

1. A FORMAÇÃO DO/A LÍDER

A formação do/a líder é essencial para multiplicação do discipulado. É o papel do/a discipulador/a incentivar
o/a novo/a líder a investir seu tempo em formação ministerial, para que ele/a desenvolva seus dons e se torne
habilitado/a para o exercício do ministério.

a) A célula - Como já vimos anteriormente, a célula é muito mais que uma reunião semanal, é vida
jorrando e sendo compartilhada o tempo todo. É neste contexto que as pessoas são chamadas, treinadas
e enviadas, de forma natural, para cumprir a grande comissão. A célula é um celeiro de formação de
líderes!

b) A Escola de Discípulos - A formação do/a líder é algo que não deve ser negligenciado e para isso temos
a Escola de Discípulos. A Escola é discípulos é o coração da visão do discipulado e células; é através dela
que a visão prospera e vive, pois o treinamento de líderes habilita a Igreja e multiplica ministros/as. Ela é
o centro de formação e treinamento para a liderança e tem como objetivo, num curto espaço de tempo,
treinar os/as discípulos/as para a prática eficaz da vida cristã e liderança.

c) A supervisão - Visando um alto nível de paixão, comprometimento, zelo, frutificação, alinhamento e


encargo, a supervisão trabalha na vida do/a líder em como manter essa chama acesa e sempre influente,
afinal, segundo John Maxwell, “a visão vaza”, ou seja, todo/a líder precisa ser abastecido
constantemente, para isso o/a pastor/a deve se reunir com seus líderes pelo menos uma vez a cada
quinze dias para este momento.

d) A formação continuada - Além do trilho de formação, o/a discípulo/a é desafiado/a a continuar


investindo em sua vida por meio do programa de formação continuada da Escola de Discípulos. São temas
de caráter específico que irão subsidiar o/a líder em sua prática na Igreja local, além dos encontros que
fazem parte da visão do discipulado, como: O Dia da Visão, Congressos, Seminários, Encontros para
reciclagem.

2. MENTORIA – o papel do/a discipulador/a:

O primeiro princípio da multiplicação da liderança é o mentoreamento, o papel fundamental do/a


discipulador/a. É este processo que trará a luz e direção para o/a discípulo/a, levando-o a perceber suas
potencialidades, fragilidades; bem como superar desafios que a jornada da liderança pode apresentar. Na bíblia
podemos observar o processo de mentoria. Lá encontramos exemplos como: Moisés e Josué (Ex 24.13); Elias e
Eliseu (1 Rs 19. 19-21); Barnabé e Saulo (Atos 9.26-30); Paulo e Timóteo (Atos 16.1-3);
Portanto, mentoreamento é um processo pelo qual um/a discípulo/a mais experiente auxilia o outro, através
de um relacionamento profundo à atingir o estado desejável e muito mais que isso, levando-o a ser a pessoa que
Deus sonhou que fosse.

Princípios da Mentoria:

a) A mentoria não pode ser gerencialista: Ela nasce, principalmente, quando o/a discípulo/a percebe na
vida do/a líder um exemplo e inspiração para sua vida. Ela não deve acontecer somente por meio de
relatórios e prestação de contas, mas sim com o ministério da presença – vida na vida. É inspirativo!

FRUTIFIQUE - 26
b) Relacionamentos de confiança: A confiança é o que traz vínculo no processo de mentoria. Os/as
discípulos/as só abrirão seus conflitos pessoais se tiverem confiança no/a líder. Sendo assim, a prestação de
contas surgirá naturalmente nesse processo;

c) Autoridade: Reconhecer a autoridade abre caminhos. A unção que está sobre a vida do/a líder recai
sobre o liderado quando este, em seu coração, reconhece essa autoridade. A autoridade aqui é
comprovada uma vez que o/a mentor/a também se submete à mentoria. Um princípio muito importante
no discipulado é ser discípulo antes de fazer;

d) Visão de continuidade: O processo de mentoria na visão do discipulado não é o fim em si mesmo e não
termina quando um objetivo foi alcançado, mas algo que tem uma proposta de continuidade, englobando
assim todas às áreas da vida.

3. OUTRAS CONSIDERAÇÕES

a) Líder é a chave para a multiplicação das células


O valor dos/as Líderes:
● Jesus dedicou mais da metade de seu ministério para treinar seus discípulos;
● Destinou 51% de seu ministério para capacitar seus discípulos, e o resto, ou seja, 49% para atender o
público.

b) A base do modelo de igreja em discipulado é o líder


● O crescimento de uma igreja em discipulado está diretamente ligado ao número de líderes que
capacita;
● Não se deve cometer o erro de focalizar no número de células;
● O enfoque deve ser o número de líderes;
● O crescimento de uma igreja em discipulado consiste no resultado de sua eficiência em manter
novos/as líderes;
● As igrejas em discipulado bem-sucedidas são as que ganham virtude treinando todos os santos para a
obra do ministério;
● Todo/a membro deve ser visto como um/a futuro/a líder;

c) O ciclo da Célula
Novos/as líderes = mais células = mais pessoas = novos/as cristãos/ãs = novos/as candidatos/as = novos/as líderes
= mais células.
● Para se ter um viveiro de líderes é necessário cuidar de cada um dos elementos do ciclo;
● O descuido com qualquer elemento conduz a um rompimento e trará como consequência um
estancamento no crescimento.

d) Para conservar o ciclo de reprodução das células


● Convide novas pessoas para a célula;
● Ore pela conversão dos/as convidados/as;
● Cuide dos novos/as convertidos/as;
● Faça de cada recém-convertido/a um/a candidato/a a líder;
● Faça de cada candidato/a um/a novo/a líder;
● Delegue uma nova célula para cada novo/a líder.

e) Princípios fundamentais para se obter novos/as líderes


● Tome a decisão de ser um/a gerador de novos/as líderes;
● Proponha-se transformar cada membro de sua célula em um/a novo/a líder;
● Tenha como alvo acompanhá-los bem de perto, tornando-se um/a discipulador/a de novos/as líderes.

f) O alvo da liderança
Os/as que levam outros à grandeza buscam desenvolver e acertar. Os/as líderes são pioneiros/as, gente
disposta a aventurar-se no desconhecido, a correr riscos, a ser inovador/a para encontrar novas e melhores
formas de fazer as coisas.

FRUTIFIQUE - 27
g) Você está disposto a aceitar o desafio?
1) Comece com aqueles membros da célula que tenham as seguintes características:
a) dependência de Deus;
b) caráter piedoso;
c) atitude de servo/a;
d) disposição para trabalhar.
Se nenhum dos/as discípulos/as da sua célula tem essas características, você deve começar a promover isso
neles/as.
2) Adote como sua principal tarefa desenvolver o/a seu/sua líder em treinamento. O/a líder pode levar
convidados/as à célula, mas seu trabalho principal é identificar e treinar o/a próximo/a líder.

h) Formas de ver a célula


● Os/as membros vêm a célula como o ambiente adequado para alcançar outros/as para Cristo;
● O/a líder vê a célula como o ambiente que favorece a formação de novos/as líderes.

Permita que os membros de sua célula realizem ações significativas.


● Você pode permitir que seu/sua líder em treinamento faça a oração inicial, dirija o louvor e em
algumas ocasiões, dê a lição da célula.

Certifique-se de que seu/sua líder em treinamento esteja recebendo o treinamento adequado.


● Acompanhe-o nos cursos para que receba as ferramentas que o transformarão em um novo/a líder;
● Uma vez que seu/sua líder em treinamento já esteja capacitado/a, incentive-o/a a assumir uma nova
célula e inicie o processo com uma nova pessoa.

Todo o processo de formação de um/a novo/a líder deve estar regado de oração.
● Ore diariamente por seus/suas candidatos/as a líderes para ajudá-los a formar-se e a superar suas
fragilidades.

i) Além do necessário
● Treine mais candidatos/as a líder do que o necessário para multiplicar sua célula;
● Não poupe tempo nem recursos na motivação dos/as futuros/as líderes.

j) O caminho do cristianismo
● Na visão de uma igreja em discipulado, a ideia que a capacitação do/a líder começa já no momento de
sua conversão;
● A atenção que se é dada imediatamente após a conversão deve estender-se até culminar com a
formação do/a novo/a líder.

k) Uma nova ideia de fé


● Na organização da igreja, chegar a ser líder deve ser um fato natural para todos os/as crentes;
● Toda pessoa que se converte um dia chegará a ser líder de célula.

l) Resumindo os princípios
● Disponha-se a ser um/a gerador/a de novos/as líderes;
● Tenha como tarefa principal gerar novos/as líderes;
● Permita que os membros de sua célula exerçam funções significativas;
● Ore diariamente pelos/as seus/suas candidatos/as a líderes.

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BIBLIOGRAFIA

Apostila do Centro de Capacitação Ministerial, Curso Treinamento, Igreja Batista Central de Belo Horizonte, 2011.

Apostila do Centro de Capacitação Ministerial, Curso Aconselhamento Cristão, Igreja Batista Central de Belo
Horizonte, 2011.

Apostila do Centro de Capacitação Ministerial, Curso Lidere, Igreja Batista Central de Belo Horizonte, 2016.

CAMPANHÃ, Josué. Vida de Líder: os desafios do dia a dia da liderança. Edi.Hagnos, São Paulo. 2008.

CAMPANHÃ, Josué. Líder do Amanhã: formando a nova geração de líderes da sua organização. Ed. Hagnos, São
Paulo. 2008.

CAMPANHÃ, Josué. Luz! Plano! Ação!: Como planejar à luz da realidade e agir para criar a visão de futuro. Ed.
Hagnos, São Paulo. 2010.

COMISKEY, Joel. Crescimento Explosivo Da Igreja Em Células. Curitiba: Ministério Igreja em Células, 1997.

COMISKEY, Joel. Multiplicando a Liderança. Curitiba: Ministério Igreja em Células, 2008.

COMISKEY, Joel. Liderar: levando um grupo pequeno a experimentar a vida com Cristo. Curitiba: Ministério Igreja
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MAXWELL, John; PARROTT, Les. 25 maneiras de valorizar pessoas: como fazer todos à sua volta se sentirem
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MAXWELL, John. Arte de influenciar pessoas: sozinho não se chega a lugar nenhum. Ed. Mundo Cristão, 2007.

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