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As 5 Escolas de Apologética

Este texto é sobre um vídeo do YouTube intitulado “Seminário Apologético:


Encontro com as 5 Escolas de Apologética”. Este texto inclui informações não
trazidas nesse seminário, mas que, de alguma forma, são relevantes para o
estudo dessas escolas. Boa leitura!

Escola Clássica (defesa de Gilberto Santos)

Visite o site: Associação Brasileira dos Cristãos na Ciência:


http://www.cristaosnaciencia.org.br/

Alister McGrath:
Um dos responsáveis pelo ressurgimento da discussão da Teologia Natural nos
últimos anos. Ele apresenta um panorama de 6 maneiras de se entender o termo
“Teologia Natural”:

1. A Teologia Natural é o ramo da filosofia que investiga o que a razão humana


sem a ajuda da revelação pode nos dizer a respeito de Deus. É aqui
entendida como uma tentativa de determinar as características de Deus sem
recorrer à revelação divina (escritura ou experiência mística) ou à qualquer
ideia que não seja “natural”. Neste caso, não se trata de olhar para a beleza
da natureza ou evidências de design, mas sim de através da razão humana
apenas, do pensamento e de nada que não seja “natural”, se chegar a Deus.
2. Teologia Natural é uma demonstração ou afirmação da existência de Deus
baseada na regularidade e complexidade do mundo natural. Esta formulação
específica da Teologia Natural é frequentemente referida como theologia
physica, por causa de seu apelo a um discernimento a posteriori da
regularidade da natureza, que serve então como evidência ou implica
existência divina, ao invés de ideias a priori sobre Deus. É a maneira clássica
de entender Teologia Natural de Isaac Newton, William Paley, sobre a qual
falaremos mais adiante: a beleza, ordem e complexidade da natureza
revelando Deus como criador.
3. A Teologia Natural é o resultado intelectual da tendência natural da mente
humana para desejar ou ser inclinado em direção a Deus. Haveria um
“instinto natural” no ser humano de se buscar “algo maior”, uma busca para
além dos limites da razão e da ciência. Esta abordagem tradicionalmente
apela ao “desejo natural de ver Deus”, desenvolvido por Tomás de Aquino,
embora a recente ciência cognitiva da religião abriu outras formas de
desenvolver este tema bastante interessantes.
4. A Teologia Natural é a exploração de uma analogia ou de uma ressonância
intelectual entre a experiência humana da natureza de um lado e o evangelho
cristão de outro. Ela se limita a estabelecer a possibilidade de coerência ou
congruência entre as alegações específicas do evangelho de Cristo e um
conhecimento do mundo derivado de outras disciplinas ou áreas da vida.
Estas duas áreas da experiência humana são diferentes, mas elas dialogam
em harmonia e ressonância. Esta abordagem é encontrada nos trabalhos de
John Polkinghorne, um dos mais importantes eruditos na área dos estudos
entre ciência e religião.
5. A Teologia Natural é uma tentativa de demonstrar que as descrições
puramente “naturalistas” do mundo e as realizações das ciências naturais são
intrinsecamente deficientes, e que é necessária uma abordagem teológica
para dar uma interpretação abrangente e coerente da ordem natural. Esta
abordagem, presente nos escritos de Alvin Plantiga (principalmente em seu
“Where the conflict really lies”), vai de encontro às proposições puramente
naturalistas ou materialistas de descrição da realidade, como as do
movimento neo-ateísta, em que apenas o que pode ser sujeito ao método
científico é considerado real. Segundo esta abordagem, uma visão teísta da
natureza e da existência provê uma descrição muito mais satisfatória
intelectualmente do que apenas uma descrição naturalista.
6. A Teologia Natural deve ser entendida principalmente como uma “teologia da
natureza” – ou seja, como uma compreensão especificamente cristã do
mundo natural, refletindo os pressupostos fundamentais da fé cristã, o que
deve ser contrastado com os relatos seculares ou naturalistas da natureza. O
movimento aqui é oposto ao da segunda abordagem: parte-se da fé cristã, da
tradição de fé de um grupo, em direção à natureza. Em outras palavras, é
como se apresenta o mundo natural a nós quando o olhamos de uma
perspectiva cristã. A filosofia da ciência será a primeira a dizer que na
verdade, qualquer observação do mundo natural não é uma mera observação
neutra, mas está imersa em um pressuposto teórico, uma “lente” com a qual
observamos. Observar é na realidade interpretar, e a Teologia Natural faz isso
de uma perspectiva cristã.

Muitos confundem Teologia Natural com apologética clássica.


Para a Teologia Natural não se prova a existência de Deus porque quem a defende
entende que Deus é uma entidade metafísica e qualquer metodologia naturalista
seria incapaz de chegar a uma conclusão exata a priori ou a posteriori da existência
de um ser metafísico e transcendental. Mas isso também não é suficiente para
cairmos no fideísmo, abandonando completamente a razão.
Os apologistas clássicos acreditam que não se prova a existência de Deus, mas
acreditam que é possível provar logicamente que a crença na existência de Deus é
racional. Não se prova Deus da mesma forma que se prova a gravidade. Tais
apologistas também acreditam que para estarmos convencidos de que Deus existe,
é necessário que tenhamos a confirmação interna do Espírito Santo.

Alvin Plantinga (na introdução do seu livro: Deus, a liberdade e o mal) faz a seguinte
distinção:
•Saber que Deus existe
Para que saibamos disso, é necessário que tenhamos o trabalho do Espírito Santo,
e não argumentos e provas.

João 16 - 8. Quando, então, Ele vier, convencerá o mundo do seu pecado, da


justiça e do juízo.

Para quem defende a Teologia Natural, a experiência interna do Espírito Santo é


verídica e inconfundível, embora não necessariamente irresistível. Não é preciso
argumentos ou provas complementares.
Essa experiência pessoal não funciona como premissa de um argumento, mas sim
como uma constatação pessoal que o Espírito Santo traz. Os defensores da
Teologia Natural acreditam que essa experiência não vem para provar uma doutrina
ou uma ortodoxia cristã. Acreditam que essa experiência vem para experimentar o
cristão da convicção de que o cristianismo é verdadeiro.

•Acreditar em Deus
Isso é possível por causa de argumentos que apontam para o fato de que a crença
em Deus é racional.

O método clássico é uma abordagem que começa empregando a Teologia Natural


para estabelecer o teísmo como a cosmovisão correta. Após a existência de Deus
ter sido demonstrada, o método clássico parte para a apresentação das evidências
para a divindade de Cristo, para a confiabilidade das Escrituras, etc., a fim de
mostrar que o cristianismo é a melhor versão do Teísmo.
Um dos maiores defensores dessa escola é o filósofo William Lane Craig.

Outros defensores da apologética clássica:


Robert Charles Sproul;
Stephen D.;
Richard G. Swinburne.

Antes de alguém discutir as evidências históricas, a existência de Deus já deverá ter


sido estabelecida, pois a cosmovisão de uma pessoa é uma grade através da qual
os milagres, fatos históricos e outros dados empíricos são interpretados.
Sem um contexto teísta, jamais poderia ser demonstrado que um evento histórico foi
um milagre divino. O outro lado da moeda de tal afirmação é que ninguém pode
apelar para supostos milagres a fim de provar a existência de Deus.

Somente sob a evidência anterior de que Deus existe é que um milagre se torna
possível. Contudo, Craig e os demais apologistas clássicos concordam que a
metodologia clássica não precisa insistir na necessidade teórica da ordem dos 2
passos seguintes (apesar de ser uma ordem interessante):
1. Demonstrar a existência de Deus
2. Demonstrar as evidências históricas do cristianismo

Para nós, uma pessoa não vai se converter ao cristianismo por causa de um
argumento, mas pelo trabalho do Espírito Santo.
Escola Evidencialista (defesa de Douglas Levita)

Basta os métodos que auxiliem alguém a chegar a um conhecimento a respeito de


Deus.
O que o apologista busca são as evidências que possam demonstrar ou pelo menos
sustentar uma ideia.
O apologista não provará que Deus existe porque conceitos abstratos não podem
ser provados. Mas você pode ter evidências que apontam que aquela situação
abstrata, ideia abstrata ou conceito abstrato exista.
Ex: a matemática é um conceito abstrato. Mas é bem aceito que a matemática existe
por causa das evidências.
A preocupação do apologeta evidencialista é demonstrar que a crença dele é
verdadeira e não falsa.
De acordo com o Douglas Levita, nenhuma religião no mundo é verdadeira, nem
mesmo o próprio cristianismo, visto que algumas partes do cristianismo não podem
ser evidencializadas/comprovadas.
Segundo Douglas, a apologética evidencialista é a base de todas as apologéticas.
Para ele, não existe apologética sem evidência.
O grande problema que muitos têm em relação ao evidencialismo é o quanto isso
pode bater de frente com dogmas e com tradições e doutrinas que eles vêm
recebendo ao longo dos anos.
Os evidencialistas também se preocupam em tentar ver as bases que sustentam a
existência de Deus.
Romanos 1 - 20. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus,
seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido observados claramente, podendo
ser compreendidos por intermédio de tudo o que foi criado, de maneira que tais
pessoas são indesculpáveis;

Os evidencialistas procuram encontrar a verdade através de evidências.


Escola Pressuposicionalista (defesa de Gabriel)

Cornelius Van Til, nascido em Grootegast, Holanda, foi um filósofo cristão,


apologista pressuposicional, e teólogo reformado.
Foi o principal proponente do pressuposicionalismo. Ele chamava o
pressuposicionalismo de apologética reformada.

Apologética vantiliana:
Van Til estudou pessoas de uma corrente filosófica que busca justificar como o
conhecimento é possível e quais são as condições necessárias para o conhecimento
humano. Isso segundo o transcendentalismo de Kant.

Van Til saiu da Universidade de Pryncenton defendendo um tipo de método


transcendental cristão.
Ele observou na Escritura que Deus é toda a fonte da realidade e, por conseguinte,
de toda a verdade, de todo o conhecimento, de toda a racionalidade, de todo o
significado, de toda possibilidade, etc. Para ele, tal princípio não era somente um
fato, mas também um argumento a favor da existência de Deus.
Leia 1 Pe 3:15.
Uma apologética que constrói o seu fundamento em qualquer outra coisa que não
seja Cristo não honra a grandeza da sabedoria divina, mas é sensata quando
erguida sobre as areias movediças da autoridade humana.
A tarefa da apologética deve ser exercida na autoridade infalível e pressuposta das
palavras do Deus da Escritura.
A apologética não pode reverenciar as filosofias humanas e então avançar para
incluir Deus nessa esfera de reverência. O cristão não pode nem deve tomar uma
posição neutra no que diz respeito à sua fé, a fim de ganhar o descrente para a
autoridade de Cristo.
A apologética cristã deve ter o formato de uma total conformidade com a sabedoria
do logos como expressa na revelação de Deus. Uma vez que Deus é fiel a nós, a
nossa apologética deve ser fiel a Ele. A apologética deve começar e terminar com
aquele que é o alfa e o ômega.
A apologética pressuposicional repousa sobre a autoridade do Deus bíblico e não do
raciocínio humano independente.
O único ponto de partida adequado para uma teologia e para uma apologética,
segundo Gabriel, é a revelação especial de Deus.

A apologética tradicional tem colocado Deus no banco dos réus e colocado o


incrédulo ímpio como juiz. Essa é uma atitude pecaminosa que deve ser corrigida.

O fideísmo diz que a crença no cristianismo não é uma questão de razão. Mas a
crença no cristianismo é racional e, portanto, não é fideísta.
A fé cristã não é uma fé razoável entre todas, mas é a única fé razoável para os
homens.

Livreto: Jerusalém e Atenas:


"O método tradicional baseia-se no pressuposto de que o homem tem, em alguma
medida, autonomia."
A fé em Cristo e na Escritura é o princípio, e não o resultado final da sabedoria.

1. A nossa apologética deve tomar cuidado para apresentar o nosso Senhor como
Ele realmente é, isto é, como soberano Senhor do céu e da terra, como criador de
todas as coisas.
Nós não devemos enganar os incrédulos supondo que eles conseguem
compreender adequadamente qualquer fato sem Deus.
Nossos métodos científicos devem se submeter à revelação de Deus, sem a qual
tudo está perdido.
2. Nosso argumento deve ser transcendental. Ou seja, deve ser apresentado o Deus
bíblico como sendo não apenas a conclusão do argumento, mas também aquele que
faz o argumento possível. Também devemos apresentá-lo como a fonte de toda a
comunicação significativa, de toda validade lógica e de todo fato empírico.
3. Podemos chegar a uma conclusão transcendental por vários tipos de argumentos
específicos, incluindo os tradicionais.
4. Nós não devemos dizer as coisas para o incrédulo de modo a reforçar a sua
pretensa autonomia e neutralidade.
Kant era axiomático que a razão nunca deveria aceitar qualquer conclusão sobre a
base de uma revelação religiosa.
Hume defendia a impossibilidade de qualquer ocorrência de milagres. Eles eram
descartados completamente.
Somente um raciocínio baseado nos pressupostos bíblicos é um guia confiável para
a verdade.
Escola da Epistemologia Reformada (defesa de Johnny)

É um esforço para demonstrar que alguém pode ter uma crença apropriadamente
básica em Deus sem precisar ter razões evidenciais para a sua crença. E a pessoa
que crê em Deus sem evidências é racional em fazer isso.
Alvin Plantinga é o principal filósofo defensor da epistemologia reformada.
Em um dos seus artigos ele diz:
"Eu argumentei no livro "Crença cristã garantida" que qualquer número de
argumentos teístas não requer nem argumento nem justificação para se crer. A
crença teísta pode ser justificada mesmo sem estar fundamentada embaixo de
argumentos.”

Desafio contemporâneo da apologética

Antony Garrard Newton Flew foi um filósofo e professor britânico. Era ateu e depois
se tornou cristão.
Livro: A presunção para o ateísmo.

Flew acredita que conhecimento é crença verdadeira + a posse de razões para se


tê-la. E essas razões devem ser apresentadas em termos evidenciais. E alguém que
não apresenta razões, mesmo que tenha uma crença verdadeira em algo, terá uma
crença sem o status de conhecimento, pois, para se ter conhecimento, é necessário
se ter evidências, segundo Flew.
Flew defendia basicamente 2 coisas:
1. Não é racional aceitar a crença em Deus sem razões ou evidências suficientes;
2. Não temos qualquer evidência ou prova suficiente para acreditarmos
racionalmente que Deus existe.

A epistemologia refomada critica a posição 1, enquanto a escola clássica, a


evidencialista e a do caso cumulativo criticam a posição 2.
Plantinga tenta fornecer uma resposta para 1 sem que 2 necessite ser respondida.

Bertrand Arthur William Russell, 3.º Conde Russell foi um dos mais influentes
matemáticos, filósofos e lógicos que viveram no século XX. Em vários momentos na
sua vida, ele se considerou um liberal, um socialista e um pacifista.
Ele defende que não existe nenhum argumento convincente o suficiente para se crer
que o universo não foi criado há 5 minutos, apenas aparentando ser velho, com
todas as nossas memórias imputadas no nosso cérebro. Não existe nenhum tipo de
argumento a favor da existência do passado.
René Descartes (do período iluminista) foi um filósofo, físico e matemático francês.
Durante a Idade Moderna, também era conhecido por seu nome latino Renatus
Cartesius.
Argumentou que não existe nenhum argumento a favor da existência de um mundo
externo cognoscível. Mas não é por isso que vamos deixar de acreditar que existe
um mundo externo, um passado, etc.

Mas se nós somos racionais em sustentarmos certas crenças sem termos


absolutamente nenhuma evidência para elas, por que não podemos ser racionais
em acreditarmos no teísmo sem também possuirmos evidências?
Mas aqui a epistemologia reformada se depara com uma posição
chamada fundacionismo clássico. Para essa posição, todas as nossas crenças
devem ser apoiadas em determinados fundamentos, também chamados de crenças
apropriadamente básicas (aquelas nas quais não acreditamos com base em
argumentos).
Por exemplo: a lógica, a nossa existência (essa é uma conclusão que faz parte do
“cogito ergo sum”), etc.
Observação: “Cogito, ergo sum” é uma frase de autoria do filósofo e matemático
francês René Descartes (1596 - 1650). Em geral, é traduzida para o português como
“penso, logo existo”; entretanto, é mais correto traduzi-la como “penso, portanto
sou”.

Crenças apropriadamente básicas:


΃Elas não são aceitas com base em evidências;
΃Há dois tipos de crenças apropriadamente básicas:
1. As proposições sobre nossos próprios estados mentais. Ex: parece que estou
vendo um quadro.
2. Proposições auto evidentes. Ex: 2+2=4.

Plantinga argumenta que não é uma crença apropriadamente básica a crença de


que só existem esses dois tipos de crenças apropriadamente básicas. Então
Plantinga critica o fundacionismo clássico dizendo que este tem um erro de auto
referência.
O testemunho interno do Espírito Santo é auto autentificador.
Para Plantinga, se a crença cristã for verdadeira, então ela é garantida. Ou seja, se
o cristianismo é verdadeiro, então qualquer pessoa que acredite que ele é
verdadeiro é racional em fazer isso com base apenas no testemunho interno do
Espírito Santo, pois, se tal testemunho é verdadeiro, tal testemunho existe, e ele é
confiável. Ninguém precisa ter conhecimento do que é alguma das 5 escolas de
apologética para ser salvo, nem de qualquer argumento teísta. Basta ter o
testemunho interno do Espírito Santo para isso.

Leia o livro de Alvin Plantinga “Onde conflito realmente está? Ciência, religião e
naturalismo”, em que Plantinga argumenta que, apesar de existirem conflitos
alegados entre a fé cristã e a ciência, não existem verdadeiras dificuldades quando
você analisa essas questões.
Diga-se de passagem, Plantinga argumenta nesse livro que naturalismo e
evolucionismo são incompatíveis.

Exemplos de crenças apropriadamente básicas trazidas pelo Espírito Santo:


-Nossos pecados podem ser perdoados;
-Somos pecadores e precisamos de perdão;
-Deus fez alguma coisa por mim.

Não há muitas bases bíblicas a favor da epistemologia reformada, segundo Johnny.


Para Plantinga, pelo fato de a Bíblia não oferecer um suporte exclusivo para um
determinado tipo de apologética, ele (Plantinga) deseja que todas apologéticas
floresçam.
Escola do Caso Cumulativo (apresentada por Gilberto Santos)

Apologética cumulativa é a didática de apologética que diz que os argumentos a


favor da existência de Deus devem ser concebidos como um pacote de argumentos
e evidências que vão mostrar que Deus existe.
Ex: Um advogado que é contratado para defender um réu. Como é que ele vai fazer
para defender que o réu é inocente? Ele certamente vai acumular o maior número
de argumentos e evidências possíveis e vai defender o caso cumulativo.

O apologista do caso cumulativo se vale do (a):


História;
Arqueologia;
Filosofia;
Moral;
Sentido da vida;
Ontologia;
etc.

#Cite uma exclusividade dessa escola.


R-> Para ela, não existem argumentos para a apologética. A própria apologética é o
argumento. É o que Norman Geisler chama de argumento da apologética.

Exemplo perfeito de apologética do caso cumulativo é o livro “Não tenho fé suficiente


para ser ateu”, de Norman Geisler.

#Por que a escola do caso cumulativo surgiu?


R-> Por causa da insatisfação de alguns filósofos com o tipo de método
evidencialista.

O método do caso cumulativo


O terceiro dos Quatro Grandes é o método do caso cumulativo. O termo “caso
cumulativo” é usado por apologistas de maneiras diferentes daquela que estamos
usando neste contexto, mas Basil Mitchell, um antigo proponente dessa visão, deu a
esse método tal nome, e assim o usaremos aqui. O leitor cuidadoso sem dúvida
observará que esse método pertence à mesma família ampla do método evidencial
(e talvez clássico). Contudo, ficará evidente também que como uma estratégia
argumentativa, o método do caso cumulativo tem algo distinto a oferecer. De fato,
essa abordagem apologética surgiu por causa da insatisfação que alguns filósofos
tinham com os outros métodos do tipo evidencial (i.e., os dois primeiros dos Quatro
Grandes).

De acordo com os defensores da apologética do caso cumulativo, a natureza do


caso em favor do cristianismo não é em nenhum sentido estrito um argumento
formal como uma prova ou um argumento de probabilidade. Nas palavras de
Mitchell, o método do caso cumulativo “não se conforma ao padrão ordinário de
raciocínio dedutivo ou indutivo”. O caso é mais parecido com o resumo que um
advogado apresenta num tribunal ou que um crítico literário faz para uma
interpretação particular de um livro. É um argumento esclarecido que reúne várias
linhas ou tipos de dados numa espécie de hipótese ou teoria que explica de forma
abrangente esses dados e faz isso melhor do que qualquer hipótese alternativa.
Paul Feinberg (no livro “Five views on apologetics”), o metodologista do caso
cumulativo nesse volume, diz que “os teístas cristãos estão insistindo que o
cristianismo faça melhor uso de toda a evidência disponível do que qualquer outra
cosmovisão alternativa em oferta, quer essa alternativa seja alguma oura visão
teísta ou o ateísmo”. (…) Os dados que o caso cumulativo procura explicar inclui a
existência e a natureza do cosmo, a realidade da experiência religiosa, a
objetividade da moralidade, e outros fatos históricos, tais como a ressurreição de
Jesus.

Além de Feinburg e Mitchell, a escola do caso cumulativo incluiria provavelmente


C.S. Lewis C. Stephen Evans, Norman Geisler, etc.

Essa metodologia não necessita ser dirigida a estabelecer o cristianismo como única
explicação, mas simplesmente como a melhor explicação.

Ao contrário de alguns métodos indutivos, a abordagem do caso cumulativo não é


inerentemente preditiva. Em vez disso, o foco é histórico e de diagnóstico.

Exemplos:

-Um advogado acumula evidências para defender o réu;

-Como detetive, um apologista do caso cumulativo se move a partir de depoimentos


de testemunhas e de um conjunto provas circunstanciais à teoria;

-Como mecânico, um apologista se move a partir da identificação de problemas


mecânicos para buscar e aplicar soluções encontradas graças ao método
cumuativo.

#Cite algo que o caso cumulativo tem em comum com a Teologia Natural e com o
pressuposicionalismo.

R-> Essas três coisas concordam que não se pode negar a experiência pessoal e a
soberania de Deus em relação à razão.
Críticas

Sabatinando a Escola Clássica

Douglas Levita

A apologética clássica não é válida porque cai numa petição de princípio.

Quando Paulo diz:

2 Timóteo 3 - 16. Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ministrar
a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira
certa de viver;

...ele (Paulo) está se referindo ao Pentateuco, às obras dos profetas.

Mas muitos usam esse versículo para dizerem que ele se refere a toda a Bíblia.

Apocalipse 22 - 19. Se alguém tirar alguma palavra deste livro de profecia, Deus
tirará dele a sua parte na árvore da vida e na Cidade Santa, que são descritas neste
livro.

Essa passagem se refere à própria carta da revelação, e não à Bíblia em si.

Resposta de Gilberto

O evidencialista usa o argumento cosmológico, por exemplo, como prova da


existência de Deus. Pelo menos é isso o que diz o livro "Five views on apologetics".

A apologética clássica não se baseia no evidencialismo, mas usa evidências, assim


como, por exemplo, usar a razão não é ser necessariamente ultrarracionalista.

Novamente, os apologistas clássicos não apelam para o fideísmo.

Na Teologia Natural, fideísmo é diferente de crença apropriadamente básica. O


Douglas confunde esses termos.

Observação: teologia sobrenatural é teologia sistemática, soteriologia, angelologia,


escatologia, etc.

A Teologia Natural é uma teologia que não é fideísta, porém está à parte da
dimensão da teologia sobrenatural. Não é usar a Bíblia para provar a Bíblia.

Para a Teologia Natural, Deus é a base da lógica.

Johnny

Primeiramente, os epistemólogos reformados creem que a apologética Clássica se


sai melhor por causa dos 2 passos que ela usa:

1. Tentar demonstrar que Deus existe.


2. Tentar demonstrar que Jesus foi ressuscitado por Deus dentre os mortos.

Então é compreensível que a ressurreição se torna muito mais plausível para muitos
dada a existência de Deus.

Uma segunda crítica que a epistemologia reformada fornece é a de que um cético


pode ser racional em rejeitar todos os argumentos a favor da existência de Deus
apresentados pela apologética clássica.

As concordâncias entre a epistemologia reformada e a apologética clássica estão


em como saber que Deus existe e não em como demonstrar que Deus existe.

A epistemologia reformada e a apologética clássica admitem a função do Espírito


Santo como testemunho interno das nossas crenças a favor da existência de Deus.

Resposta de Gilberto

Sobre essa segunda crítica, na verdade, para a Teologia Natural, o cético


primeiramente teria que justificar o porquê de ele não acreditar que milagres não
existem.

Observação: segundo a maioria dos filósofos, conhecimento é crença verdadeira


justificada.

Se o cético tem dificuldades em crer, o problema é dele.

Gabriel

A Teologia Natural, do modo que o Gilberto apresentou não atribui nenhum papel
distinto da Escritura sobre a epistemologia.

Gabriel acredita que o entendimento do Gilberto é um equilíbrio de 2 fatores:

1. Argumento da prova

2. Testemunho do Espírito Santo

Como podemos julgar entre concepções concorrentes de racionalidade, fato,


verdade e conhecimento? Por mais provas? Mas como podemos racionalmente
avaliar essas provas adicionais sem cairmos em uma regressão infinita? E como
podemos distinguir entre a verdadeira e a falsa impressão subjetiva? Então me
parece que precisamos de um terceiro elemento além do objetivo e subjetivo, que
podemos chamar de normativo.

A normatividade são os conjuntos de regras para pensar e conhecer para o uso das
evidências e razões, e isso inclui coisas como a "lei da não contradição" e outras leis
básicas do pensamento.

O conhecimento humano de Deus não é um conhecimento autônomo que define as


regras e determina os critérios para se acreditar em Deus.
Os incrédulos suprimem a verdade, que se torna inútil e desconhecida no seu
pensamento. Eles trocam a verdade de Deus pela mentira, já que eles não acham
que valha a pena reter a verdade de Deus.

Para Gabriel, parece que a Teologia Natural não compreende que os incrédulos se
opõem a muitos princípios racionais para os quais a mesma apela.

Precisamos de um argumento transcendental, demonstrando que Deus é o próprio


pressuposto do significado de razão e que a racionalidade sem esse pressuposto
está destruída.

Descrença é errada porque viola a norma da racionalidade humana.

Pressupostos também são normas.

Assim, a principal crítica do Gabriel contra a Teologia Natural pode se resumir no


fato de que ela não diz sobre a natureza e importância das normas do conhecimento
humano, especialmente no pensamento cristão.

Resposta de Gilberto

Na verdade, para a Teologia Natural, há 2 tipos de normatividade:

-normatividade geral (a razão, que foi dada por Deus ao homem);

-normatividade especial (a Bíblia).

Não existe subjetividade na experiência com o Espírito Santo. A crença


apropriadamente básica é objetiva.

Outra crítica é a mesma que o Gilberto dará mais à frente, usando o exemplo do
suspeito de cometer crime que sabia que era inocente, mas não tinha como provar
isso (nem pelo método empirista).

Gilberto acredita que, para Craig, Deus não é demonstrado por argumentos. Se
Craig defendesse o contrário, então ele seria um evidencialista.

O ímpio só pode trocar a verdade pela mentira se, a priori, ele tiver antes conhecido
a verdade. E é impossível se rejeitar algo ao qual nunca se teve acesso.

O Gilberto também concorda com o argumento transcendental. Só que para ele,


esse argumento vai até o teísmo. E, para os apologistas clássicos, esse argumento
é filosófico. O pressuposicionalismo pega um argumento filosófico, extrapola os
limites da filosofia entrando na teologia, extrapola os limites da teologia e entra na fé
cristã e nas escrituras.

Mas qualquer um pode muito bem aceitar o argumento transcendental e rejeitar a


inerrância do livro de Hebreus (mesma crítica que Johnny fará mais à frente).
O pressuposicionalismo sai da filosofia, ultrapassa para a teologia, depois vai para a
fé e depois para a ortodoxia.

Para Gilberto, o argumento transcendental, enquanto defesa do teísmo, é um


argumento poderoso. Mas enquanto defesa de uma religião específica, ele não vai
muito longe.

O que demonstra que a alegação dos cristãos de que o cristianismo é verdadeiro é


mais plausível do que a alegação de pessoas de outras religiões de que sua religião
é a verdadeira são as evidências que apontam para a veracidade do cristianismo.

Jonas

Um pressuposicionalista não necessariamente nega que Deus possa ser conhecido


através da natureza. Aliás, o ser humano não foi criado com a palavra de Deus. Esta
passa a surgir a partir do pecado. O homem passa a não ter mais a capacidade
natural de se chegar a Deus, de conhecer a Deus, uma vez que o conhecimento
natural que ele tinha de Deus foi manchado pelo pecado. Então o homem precisa da
Bíblia para lembrá-lo do que ele deve ser.

Mas formar uma apologética baseada apenas na revelação natural é cair no erro de
ignorar que o homem é pecador e que ele deturpa a natureza.

Romanos 1 - 20. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus,


seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido observados claramente, podendo
ser compreendidos por intermédio de tudo o que foi criado, de maneira que tais
pessoas são indesculpáveis; 21. porquanto, mesmo havendo conhecido a Deus,
não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças; ao contrário, seus
pensamentos passaram a ser levianos, imprudentes, e o coração insensato deles
tornou-se em trevas.

Gilberto (crítica do caso cumulativo para a Teologia Natural)

A crítica é unicamente a questão da concepção da noção de apologética. Para o


caso cumulativo não existem argumentos na apologética. A própria apologética é o
argumento.
Sabatinando a Escola Evidencialista

Gilberto Santos

O evidencialismo tem uma dependência fraca do empirismo.

É possível sim saber coisas sem evidências.

Exemplo: Imagine você andando na rua e aí está ocorrendo um assalto. Dentro


desse assalto o assaltante sai e vai embora. Aí o dono da casa que foi assaltada liga
para a polícia. Esta chega, mas é você quem está no local do crime. De repente, do
nada, você se torna o principal suspeito desse crime e você é incriminado. Os
policiais, ao chegarem, veem que você está na frente da casa e logo você se torna
suspeito de ter cometido um crime. Mas você sabe que você é inocente. Isso é uma
crença apropriadamente básica.

A única crítica que o Gilberto tem ao evidencialismo é essa total dependência das
evidências, do empirismo. Essa é também uma crítica que um epistemóogo
reformado faria ao evidencialismo.

Resposta de Douglas

O exemplo do Gilberto é também um exemplo perfeito da falácia da mudança de


planos. A questão é que, se você leva a apologética no sentido de convencer o
incrédulo, nenhuma escola de apologética terá sucesso nisso, porque nenhuma
dessas escolas tem o poder de convencimento. A apologética evidencialista também
não tenta "provar" a existência de Deus.

Gabriel

Gabriel acredita que a escola evidencialista se diferencia da clássica não em


método, mas em ênfase. Por isso todas as suas críticas sobre a necessidade do
aspecto normativo (a escritura) para governar o raciocínio humano também vale
para a apologética evidencialista.

Deus não pode ser igualado a conceitos abstratos. Além do mias, Deus não é um
conceito abstrato.

Douglas diz que o cristianismo não pode ser considerado uma verdade absoluta, e
que não existem religiões verdadeiras, nem mesmo o cristianismo.

Douglas é pastor, mas como é possível se pastorear uma igreja e dizer que o
cristianismo não pode ser considerado uma verdade absoluta?

Douglas diz que não podemos provar que uma religião é verdadeira por causa de
aspectos subjetivos.
Mas você pode apresentar uma evidência que é totalmente lógica, correspondente
aos fatos e mesmo assim a outra pessoa ignorar a evidência, como demonstra
Romanos 1.

Douglas diz que a apologética evidencialista é a base de toda apologética. Segundo


ele, não existe uma apologética sem evidências. Para ele, toda apologética se
sustenta no evidencialismo.

Resposta: Essa conclusão é terrível. Podemos fazer uma analogia do seguinte tipo:

1. Espíritas respiram

2. Eu respiro

3. Logo, eu sou espírita.

Da mesma forma, o fato de haver evidências no método evidencialista e de os


demais métodos apologéticos usarem evidências não implica que os apologistas
desses outros métodos dependam do método evidencialista.

Para Gabriel, a apologética pode ser feita em uma única etapa porque todo o fato da
criação revela Deus. Portanto, o apologista pode começar de qualquer lugar. Tanto a
ordem causal do universo como a ressurreição de Jesus Cristo provam a existência
de Deus porque nenhum fato faz sentido à parte de Deus.

Gabriel concorda que as evidências históricas pressupõem a existência do Deus


cristão. Mas ele acredita que a cosmovisão teísta cristã deve vir antes mesmo de
qualquer prova. Sem o Deus bíblico, não há nenhuma razão para se pressupor que
existe uma ordem racional e causal que nos leva a uma primeira causa.

Última crítica: é a necessidade que é capaz de responder a epistemologias


incrédulas. Os evidencialistas devem responder a pessoas como David Hume, que
rejeita qualquer explicação sobrenatural? Hume diz que relatos extraordinários
exigem extraordinária quantidade de evidências para serem credíveis.

Resposta de Douglas

Quando o Douglas diz que o cristianismo não pode ser uma verdade, ele está
querendo dizer que o próprio cristianismo não tem consciência do que ele acredita.
Católicos se dizem cristãos e dizem que a igreja evangélica é uma seita.
Evangélicos dizem o mesmo dos católicos. Então o próprio cristianismo não tem o
consenso a respeito de sua base religiosa.

Mas Douglas acredita que Cristo é a verdade. Ele também acredita na veracidade da
doutrina cristã. Porém, para ele, o cristianismo em si não representa Cristo em sua
totalidade.

Johnny
Explicação da explicação leva a uma regressão infinita de explicações. Então é
absurdo pensar que toda visão requer evidência.

Johnny concorda que as evidências têm um papel na vida humana.

O Douglas defendeu o superevidencilismo.

Johnny nega o fideísmo. Ele concorda que talvez uma evidência possa converter
uma pessoa. Deus poderia usar argumentos, ou não usar nenhum. Alguém pode
simplesmente ver uma floresta e acabar se deparando com a crença em Deus.

A maioria dos cristãos nem conhece os argumentos a favor da existência de Deus.


Mas isso não é motivo para que eles sejam condenados.

Jonas

O evidencialismo parte para uma prova tanto científica como histórica. Se apelarmos
para a evidência histórica, poderemos cair no erro de desobedecermos à palavra de
Deus.

Outras religiões também têm os seus sinais e milagres.

A Bíblia diz:

Deuteronômio 13 - 1. Quando surgir em teu meio um profeta ou um intérprete de


sonhos, e te apresentar um sinal ou um prodígio, 2. se essa obra maravilhosa que
ele anunciou se realiza e ele te exorta: ‘Vinde e sigamos outros deuses (que não é o
Deus que tu conheceste) e passemos a servi-los!’ 3. Não deis ouvidos às palavras
desse pregador ou sonhador. Porquanto é Yahweh, vosso Deus, que vos está pondo
à prova para aflorar diante de todos o quanto, de fato, amais ao SENHOR de todo o
coração e com toda a alma.

O fato é que a Bíblia nos manda interpretar esses sinais tomando a sua palavra
como base, como pressuposto.
Sabatinando a Escola Pressuposicionalista

Gilberto (crítica da Teologia Natural)

Pressupor aquilo que você quer demonstrar para demonstrar aquilo que você
pressupõe não é um método interessante para a apologética.

Gilberto acredita que simplesmente mostrar as razões da "fé que há em vós" já é


estar se santificando a Cristo.

Se nós podemos fazer o pressuposicionalismo cristão, então como é que a gente vai
poder provar que o método pressuposicionalista ateu, judeu ou islâmico está errado?

Gilberto acredita que, como método (e não como veracidade), o


pressuposicionalismo não é válido.

Para ele, o real objetivo de se fazer apologética é ser fiel no sentido original do
grego de apologética (demonstrar razões perante os tribunais). Um
pressuposicionalista poderia rebater dizendo que o incrédulo deturpa a verdade.
Mas isso não importa! O nosso objetivo não é convencer o incrédulo, e sim
comunicar o evangelho.

Na linha arminiana, se alguém quiser distorcer, ele distorce, e, se ele quiser aceitar,
ele aceita.

Na linha calvinista, se ele for um eleito, então ele não vai distorcer, mas vai se
render. Se ele não for um eleito, ele vai distorcer.

Na visão da apologética clássica, não se coloca Deus como réu e o ímpio como juíz.

Observação:

Graça preveniente é uma teologia cristã enraizada em Agostinho de Hipona, porém


foi defendida por inúmeros pais da igreja antes do bispo de Hipona, que hoje
chamamos de constituintes da Patrística. Ela é abraçada primeiramente pelos
cristãos arminianos que são influênciados pela teologia de Jacó Armínio ou John
Wesley. Wesley tipicamente referiu-se a ela na linguagem do século XVIII
como graça preventiva. Em português moderno, a frase graça precedente deve ter
um significado similar.
Graça preveniente é divina graça que precede a decisão humana. Ela existe antes
de e sem referência a qualquer feito humano. Como os homens foram corrompidos
pelo efeito do pecado, a graça preveniente permite as pessoas exercerem o
seu livre-arbítrio dado por Deus, podendo então, escolher a salvação oferecida por
Deus em Jesus Cristo ou rejeitar a oferta salvífica. Agostinho disse que a graça
preveniente não pode ser resistida, arminianos wesleyanos acreditam que ela
permite, mas não assegura a aceitação pessoal do dom da salvação.
Gilberto diz que pela graça preveniente nós acreditamos que o ímpio pode ter
capacidade de ouvir, de entender, de rejeitar ou não.

Resposta de Gabriel
Sobre a interpretação de 1 Pe 3:15, quando dizemos "santificar a Cristo como
senhor" estamos dizendo em se ter Cristo como Senhor. Somente a apologética
pressuposicionalista consegue colocar Cristo como Senhor. Parafraseando Abraham
kuyper:

"Não existe um centímetro da existência da vida humana no qual Cristo, que é


soberano e Senhor, sobretudo, não diga: é meu!"

Para Jonh Frame, tomar Deus, tomar a crença em Deus e a escritura de Deus como
critério último é meramente uma aplicação do senhorio divino. Ele diz:

"Pressuposição é uma crença que toma precedência sobre outra que, portanto,
serve como critério em relação a outro. Uma pressuposição última ou suprema é
uma crença sobre a qual nenhuma outra toma precedência. Para o cristão, o
conteúdo da escritura deve servir como sua pressuposição suprema. Essa doutrina
é meramente a efetivação do senhorio de Deus na área do pensamento humano..."

Respondendo à crítica da circularidade:

Comumente, o pressuposicionalismo é acusado de circularidade. É acusado de


pressupor aquilo que está sendo demonstrado para demonstrar aquilo que se está
pressupondo. Muitos críticos fazem uma confusão. Eles confundem a pressuposição
de uma discussão ou de um sistema com a premissa de um argumento. Dessa
forma, alguns diriam que o argumento transcendental assume Deus a fim de prova-
lo. Na verdade, a pressuposição de que, por exemplo, Deus criou o mundo, não faz
parte da premissa do argumento cosmológico quando ela é defendida por um
pressuposicionalista.

O argumento transcendental toma a seguinte forma:

1. Se X não fosse o caso, então Y não seria possível

2. Y é possível

3. Portanto, X é o caso

Tal argumento, de fato, pressupõe a existência de Deus, porque se a primeira


premissa é verdadeira, então a existência de Deus é uma condição necessária para
toda argumentação, incluindo esse argumento acima.

Nenhum sistema pode evitar a circularidade, porque todas as epistemologias


baseiam-se em pressuposições que as controlam.

Ex: um racionalista só pode provar o primado da razão pelo uso de uma


argumentação racional, ou seja, pressupondo aquilo que ele está demonstrando
para demonstrar aquilo que ele está pressupondo. Um empirista não pode deixar de
pressupor a sua experiência sensorial.

#Como se prova que um pressuposicionalismo ateu, judeu ou islâmico está errado?

R-> Simplesmente fornecendo argumentos. Isso é porque o pressuposicionalismo


visa dois aspectos:
1. Demonstrar o reductio at absurdum para o incrédulo, de forma que este entenda
que ninguém é capaz de conseguir justificar qualquer coisa.

2. Apresentar o teísmo cristão (a autoridade do teísmo cristão, visto como uma


unidade, e não como parte fragmentada, consegue justificar porque essas pessoas
que não acreditam no cristianismo estão erradas).

Os pressuposicionalistas, como afirma o Johnny, não somente falam, mas também


procuram demonstrar aquilo que de fato está pressuposto no seu sistema.

Richard P. Junior comentou o seguinte:

"A circularidade cristã e a circularidade não cristã são radicalmente diferentes.


Aquela (cristã) provê o cumprimento dos propósitos do homem na terra, enquanto
esta (a não cristã) lança ao incrédulo um turbilhão de inconsistências e
autocontradições."

Toda visão é pressuposicional em seu caráter e principalmente em seu método. Isso


inclui o método das cinco escolas de apologética.

Quando o Gabriel diz que colocamos Deus como réu e o incrédulo ímpio como juiz,
ele não está meramente falando em apresentarmos evidências ao incrédulo e se ele
não quiser aceitar ele não aceita. O que ele quer dizer é que, quando há essa
alegação do aspecto normativo de que a escritura rege e governa os meios em que
chegamos até Deus, e não com os nossos próprios meios, aí sim nós acabamos
colocando Deus no banco dos réus porque nós achamos que precisamos do selo de
validade para isso.

Gilberto (crítica da apologética do caso cumulativo)

O apologista do caso cumulativo perguntaria: por que eu devo pressupor a verdade


só para Deus?

O caso cumulativo vê a apologética mais como uma pedagogia de ensinamento do


que como evangelismo. É simplesmente uma didática pedagógica.

Para evangelizar, o certo é pressupor a Bíblia, e não fazer apologética. Gilberto


acredita que todo cristão é pressuposicionalista quando evangeliza, e não quando
faz apologética.

Resposta de Gabriel

#Por que é necessário pressupor a verdade somente para Deus?

R-> Porque Deus fornece as condições de possibilidade, conhecimento, etc.

#Por que não podemos aplicar o método pressuposicional a qualquer coisa?

R-> Se entendemos como funciona o método pressuposicional, então essa pergunta


não tem cabimento.
Se eu nego a demonstração das coisas pressupondo que o outro vai deturpar
proclamando a vitória no início, isso não será um bom método pedagógico da
apologética.

No caso cumulativo, a apologética não é evangelismo. Mas Gabriel crê que a


apologética é sim evangelismo porque ela convoca pessoas para o arrependimento
intelectual.

Uma crítica: A Teologia Natural pensa em manter a neutralidade em relação à


escritura. Ela raciocina de forma autônoma a partir de fundamentos lógicos ou
empíricos para ir até Deus. Isso resulta em uma exclusão da necessidade
revelacional e da autoridade de Deus, porque estaríamos endossando a autoridade
de alguma outra filosofia ou padrão, que é a mente humana. A cada revelação de
Deus na constituição da natureza é suprimida a injustiça e, por essa razão, nós não
devemos basear nossos esforços em um entendimento rebelde do mundo ou da
história, argumentando de forma independente até mesmo a verificação da
revelação escrita de Deus.

Vemos como resultado os cientistas desconsiderando milagres, a sociologia


positivista relativizando a moral, a dialética transcendental de Kant invalidando a
revelação cognitiva. O idealismo fez Deus finito. O pragmatismo deu relevância ao
existencialismo. Este (o existencialismo) pôs o próprio homem como o ser que se
esforça para se tornar Deus.

Quando apelam meramente para a probabilidade da existência de Deus, os


apologistas cristãos colocam o cristianismo no museu das meras possibilidades
religiosas, ao invés de abraçarem a verdade real de Deus no que também consiste
em uma alegação da clareza da revelação de Deus como declarada em Romanos 1.

Quando alegamos uma posição neutra, estamos dizendo uma mentira para o
incrédulo. Quando reivindicamos neutralidade, estamos afirmando que somos nós
que, em última análise, decidimos o que é verdadeiro ou falso, que nós estamos no
trono intelectual.

Douglas Levita

O pressuposicionalismo seria válido se fosse usado de cristão para cristão.

A apologética pressuposicionalista é a defesa da fé cega (fideísmo).

O pressuposicionalismo não é nem capaz de se auto defender, que dirá defender a


fé cristã.

Resposta de Gabriel

Como é que os pressuposicionalistas caem no fideísmo se eles dizem que Deus é a


prova apenas para a possibilidade de predicação? Como é que o Gabriel apresenta
uma prova transcendental e cai no fideísmo? Isso é um desconhecimento total do
Douglas do que consiste a filosofia, segundo Gabriel.

Em certa medida, o evidencialismo toma algumas coisas emprestadas da Teologia


Natural.
O pressuposicionalismo não é uma paixão cega pela religião. Mas o evidencialismo
que o Douglas propôs é uma paixão cega pela autonomia humana, achando que o
pensamento humano consegue ser maior do que Deus.

Isaías 11 - 1. Eis que um ramo surgirá do tronco de Jessé e das suas raízes um
rebento brotará!1 2. O Espírito de Yahweh, o SENHOR, repousará sobre ele, o
Espírito que dá sabedoria e entendimento, o Espírito que traz conselho e poder, o
Espírito que proporciona o verdadeiro saber, o amor e o temor do SENHOR.

Esse Espírito é chamado por Jesus de "Espírito da verdade". Esse filho é chamado
de "verdade" por João. Paulo acrescenta:

Colossenses 2 - 3. Nele estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do


conhecimento.

Johnny

Citando Van Til (livro: Por que creio em Deus?):

"Eu sustento que a crença em Deus não é meramente tão provável quanto outra
crença. Eu sustento que, a menos que você creia em Deus, você logicamente não
poderá crer em mais nada."

Essa alegação é extremamente poderosa e requer um argumento extremamente


poderoso que seja capaz de refutar qualquer outra cosmovisão.

Observação: argumento lógico contra o naturalismo=argumento transcendental para


a existência de Deus. Tal argumento é totalmente compatível com a crença de
alguém que, por exemplo, acredita na inerrância bíblica, menos na inerrância do livro
de Hebreus.

Resposta de Gabriel

Sobre essa citação do Van Til, que requer um argumento extremamente poderoso, é
possível, por exemplo, usarmos o argumento contemporâneo, a intencionalidade.
Esta pressupõe que existe uma alma imaterial que não está redutível à matéria.
Sabatinando a Escola da Epistemologia Reformada

Gilberto

Observação: as críticas do caso cumulativo são idênticas às críticas da Teologia


Natural.

Para Gilberto, a epistemologia reformada funciona do mesmo jeito da Teologia


Natural. A diferença é que elas divergem na hora das evidências.

A Teologia Natural se divide em 2 dimensões:

1. A dimensão da crença apropriadamente básica (saber pelo testemunho do


Espírito Santo que, por exemplo, Deus existe);

2. A dimensão das evidências de que a crença em Deus é racional.

Na primeira parte, a epistemologia reformada concorda com a Teologia Natural. Na


segunda, não necessariamente (não como metodologia).

Para o Gilberto, parece que a epistemologia reformada diz que não se precisa
necessariamente de evidências para se crer em certas coisas. Mas para ele, existem
certas coisas que necessariamente precisam de evidências para se crer na
veracidade delas.

Kant faz a seguinte divisão:

-Juízos Analíticos: são juízos em que o predicado (B) pode estar contido no sujeito
(A) e, por isso, ser extraído por pura análise. Isto significa que o predicado nada
mais faz do que explicar ou explicitar o sujeito. Ex.: “Todo triângulo tem três lados”;

-Juízos Sintéticos a posteriori: são aqueles em que o predicado não está contido
no sujeito, mas relaciona-se a ele por uma síntese. Esta, porém, é sempre particular
ou empírica, não sendo universal e necessária, portanto, não servem para a ciência.
Ex.: “Aquela casa é verde”;

-Juízos Sintéticos a priori: são juízos em que também o predicado não é extraído
do sujeito, mas que pela experiência forma-se como algo novo, construído. No
entanto, essa construção deve permitir ou antever a possibilidade da repetição da
experiência, isto é, a aprioridade, entendida como a possibilidade formal de
construção fenomênica, que permite a universalidade e a necessidade dos juízos. A
experiência aqui não é a mera deposição de fenômenos na mente em razão da
sequência das percepções, mas sim a organização da mente numa unidade sintética
daquilo que é recebido pela intuição. Kant concorda com Leibniz que “nada há na
mente que não tivesse passado pelos sentidos, exceto a própria mente”.

Exemplos de coisas que não precisamos provar para crermos: Dizer que um
triângulo tem três lados. Dizer que o todo é maior que a parte. Dizer que ninguém
pode ser mais alto do que si próprio. Ninguém pode ser mais velho do que si próprio.
Ninguém pode ser o seu próprio pai. Nenhum ser contingente pode gerar a si
mesmo.
Alvin Plantinga argumenta no seu livro "Warrant Christian Belief" (Crenças Cristãs
Garantidas) que você pode ter a convicção de que Deus existe e de que o
cristianismo é verdadeiro pela crença apropriadamente básica.

Mas o problema é o seguinte: os mórmons, por exemplo, também têm a noção de


crença apropriadamente básica (noção que eles chamam de ardor no peito). Então
quem está certo? Os cristãos ou os mórmons?

Resposta de Johnny

Leia a resposta que o Johnny faz ao Gabriel mais à frente.

Douglas Levita

A epistemologia reformada não pode nem ser considerada apologética, ainda mais
apologética cristã. Isso é porque ela é tão relativa que não consegue cumprir o papel
de defender o cristianismo porque ela abre margem para outros tipos de crença.
Douglas diz que a epistemologia reformada tenta provar a existência de Deus.

A crítica do Douglas é que tal visão é muito embaraço filosófico. É muito falaciosa.

Resposta de Johnny

Você, leitor, vai perceber que uma das respostas é a mesma que ele dará para o
Gabriel mais à frente.

Respondendo a este trecho:

"A epistemologia reformada não pode nem ser considerada apologética, ainda mais
apologética cristã."

A apologética consiste em fornecer uma defesa para o cristianismo. Acontece que a


epistemologia reformada oferece uma defesa ao cristianismo contra, por exemplo,
Marx e Freud.

Marx defendia que a crença cristã ou a crença em Deus surge a partir de classes
sociais. É apenas algo criado pela burguesia para fazer com que alguém acredite
que Deus existe e se preocupe menos com a realidade.

Freud defendia que a crença em Deus não é confiável porque ele faz a crítica da
ausência de um pai maior. A crença dos cristãos em Deus é baseada na ausência
do pai, segundo Freud.

O tipo de apologética da epistemologia reformada é chamado de apologética


negativa ou apologética defensiva.

Johnny discorda do Douglas que a epistemologia reformada cai no fideísmo.

Os fideístas procuram se esquivar de qualquer tipo de argumentação para que


possam apoiar sua fé em Deus sem qualquer tipo de racionalização. Os fideístas
abandonam totalmente o uso da razão. Mas esse não é o papel da epistemologia
reformada. Lembre-se: os epistemólogos reformados defendem crenças racionais.
Gabriel

Gabriel concorda que é totalmente racional acreditar em Deus sem argumentos.

Observação sobre o Douglas: O Douglas parece que confundiu algo sobre a


epistemologia reformada. Esta não se propõe a provar Deus, mas a garantir a
racionalidade da crença em Deus sem argumento.

Para Gabriel, de fato, para uma crença ser justificada, ela não precisa ser baseada
num argumento, mas na verdade e na realidade. É por isso que a crença em Deus
não é infundável.

A primeira crítica dele à epistemologia reformada é que ela faz uma fraca
reivindicação. Sim! Ela reivindica muito pouco em relação a outras reinvindicações
tradicionais da apologética.

Para Anselmo, Deus é uma verdade necessária. Para Craig, Deus é demonstrado
por provas e evidências. Para outros, Deus é extremamente provável. Para os
evidencialistas, Deus é a melhor explicação.

Para os epistemólogos reformados, há meramente uma credibilidade racional da


crença em Deus. Eles dizem que podemos acreditar no teísmo cristão sem sermos
irracionais até prova em contrário.

Na opinião de Gabriel, a apologética deve reivindicar bem mais do que essa


credibilidade racional. Na verdade, a ideia de Anselmo ainda não satisfaz Gabriel
totalmente. Para Gabriel, a nossa defesa não deve ser somente de que a existência
de Deus é necessária, mas sim de que a revelação de Deus é necessária, até
mesmo para acoplarmos um predicado a um sujeito, dizendo que algo é ou não é.

O problema da epistemologia reformada é que, para ela, a crença em Deus e no


cristianismo é falseável. Ela pode ser derrubada se houver evidências suficientes
que apontem o contrário. Mas a fé cristã não ê falseável nesse sentido. Nós não
somos meramente permitidos a acreditar racionalmente em Deus até que estejamos
convencidos do contrário. Em vez disso, nós somos obrigados a acreditar nele.
Ademais, a escritura governa a nossa razão. Ela serve como critério último do crente
para a verdade e para a falsidade.

Devemos perguntar não só se estamos racionalmente justificados em acreditar, mas


também devemos perguntar em que somos obrigados a acreditar. Quais são as
crenças que Deus requer de nós? E quais são as crenças que devem reger a
aceitação e rejeição de outras crenças?

Algumas observações de Gabriel:

-De fato o raciocínio deve começar de algum lugar. Há algumas crenças sem
evidências que podemos aceitar e ainda sermos racionais, como a crença em Deus.

-Paulo deixa claro que a criação divina tem o poder de persuadir a todos. Mas
muitos suprimem a verdade.

Resposta de Johnny
Johnny concorda com Gabriel que algumas coisas precisam de evidências para
terem credibilidade.

A defesa da epistemologia reformada é que uma pessoa pode acreditar


racionalmente em Deus mesmo sem ter evidências para a sua crença. Tal visão é
também compatível com a suposta objeção do Gilberto de que algumas coisas
precisam de evidências para serem cridas.

Respondendo ao problema do pluralismo religioso, que diz que qualquer pessoa de


qualquer religião poderia alegar o ardor no coração:

Se o cristianismo for verdadeiro, então esse tipo de experiência que os maçons,


islâmicos, budistas, etc. alegam sobre uma suposta ação de um pseudo espírito
santo na vida deles que os convença daquelas verdades é falso. Então, na medida
em que alguém ganhar confrontadores (defeaters - termo usado por Plantinga), esse
tipo de experiência simplesmente vai esvair.

Ex: Davi passou por momentos em que ele teve dificuldades na crença em Deus.
Ele diz que foi abandonado por Deus, que Deus não dá resposta, etc.

Respondendo à crítica de que a epistemologia reformada faz uma fraca


reivindicação:

Os epistemólogos reformados apenas reivindicam que é racional crer em Deus.


Eles, de fato, não ousam fazer a forte reinvindicação de que, por exemplo, Deus é
um ser necessário, como reivindicava Aquino, ou de que devemos ter a crença
pressuposicional (a crença de que, a não ser que você acredite em Deus, você não
pode crer em mais nada).

O pressuposicionalismo faz uma argumentação tão forte, que nem consegue


argumentar a favor de si mesmo. Então, para Johnny, os epistemólogos reformados
são sensatos em, de certa forma, limitarem a sua defesa.

Respondendo à crítica do Gabriel de que a epistemologia reformada cai numa


espécie de relativismo porque as pessoas podem racionalmente crer em coisas
falsas:

De fato, as pessoas podem racionalmente crer em coisas falsas. Não está claro o
porquê de a epistemologia reformada cair em relativismo.

Deus não quis dar a todos os cristãos tamanho fardo para eles conhecerem
determinadas evidências e crerem nele. Ter fé é muito simples.

Respondendo à crítica de que a epistemologia reformada desconsidera de certa


forma o papel das Escrituras:

Isso pode até ser verdade, segundo Johnny. Mas Johnny crê que é mais correto
você enfatizar mais a palavra de Deus do que as escrituras. Isso é porque há, por
exemplo, cristãos que não possuem a Bíblia, mas têm a palavra de Deus. Ex: a
proposição de que "Jesus é Deus" é implicitamente uma palavra de Deus. Não é
necessário ter uma Bíblia para saber disso.

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