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2.3.1.
A Vício no
negócio B Cheque
continua valído C
Subprincípio da abstração
Por este subprincípio, com a circulação, o título de crédito se DESVINCULA do negócio jurídico que
lhe deu origem. Deste modo, o que autoriza a ação de execução é EXCLUSIVAMENTE o título e
não a obrigação que o gerou.
2.3.2. Subprincípio da inoponibilidade de exceções pessoais a terceiros de boa-fé
Trata-se de uma garantia daquele que recebe um título como pagamento de ter seu crédito
satisfeito pelo devedor. Assim, não é dado ao devedor primário do título opor defesas processuais
contra outrem que não seja aquele a quem emitiu o título.
Exemplo: Caio vende celular para Renato. Renato paga com nota promissória (500 reais) com
vencimento em 30/11/2015. Caio (credor da venda do celular) transfere a nota para Maria por
meio de endosso, como instrumento de compra de uma bicicleta. Na data do vencimento, Maria
vai atrás do Renato cobrando.
Suponhamos que o celular estivesse com um vício. O Renato não pode opor esse vício em face do
terceiro de boa-fé (Maria) para não pagar a dívida, como poderia fazer em face do Caio, credor
primitivo (em eventuais embargos à execução). Ao contrário, Renato deverá pagar o crédito à
Maria, e posteriormente demandar ressarcimento em face do Caio.
Essa é mais uma decorrência da autonomia. É uma garantia de pagamento daquele que recebe um
título de crédito. Se não houvesse essa garantia, ninguém se arriscaria a receber um título de
crédito como pagamento.
2.4 CONCLUSÃO
Com efeito, existe todo um aparato jurídico armado (o regime jurídico-cambial) que garante ao
comerciante credor receber com segurança valor constante num título que lhe tenha sido
transferido. Vejamos:
1) Aquela pessoa que lhe transfere o título (o seu devedor) não poderá cobrá-lo mais
(PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE);
2) Todas as relações jurídicas que poderão interferir com o crédito adquirido são apenas
aquelas que constam, expressamente, do título e nenhuma outra (PRINCÍPIO DA
LITERALIDADE);
3) Nenhuma exceção pertinente à relação da qual ele não tenha participado terá eficácia
jurídica quando da cobrança do título (PRINCÍPIO DA AUTONOMIA, INOPONIBILIDADE
CONTRA TERCEIROS, ABSTRAÇÃO).
Tendo, então, todas estas garantias, o comerciante se sentirá seguro em receber, em pagamento
de seu crédito, um título de responsabilidade de um desconhecido. Desta forma, o direito protege
o próprio crédito comercial e possibilita a sua circulação com mais facilidade e segurança,
contribuindo para o desenvolvimento da atividade comercial. Trata-se de exemplo de
determinação jurídica do modo de produção (Ulhôa).
3.0 SOLIDARIEDADE NOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Difere da solidariedade aplicada no direito civil.
SISTEMA DE REGRESSIVIDADE
Devedor principal Codevedor
Aceitante Endossantes
Emitente Avalistas
Sacado
5. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
Depende do título de crédito:
1) Letra de câmbio e nota promissória Dec. 57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra - LUG).
2) Duplicata Lei 5.474/68.
3) Cheque Lei 7.357/85.
E o CC/2002 não é aplicável, visto que tem um capítulo ESPECÍFICO sobre isso? O art. 903 do CC
define essa questão:
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos
de crédito pelo disposto neste Código.
Ou seja, a aplicação do CC é SUBSIDIÁRIA.
CONTRATOS EMPRESARIAIS
1) FONTE DE OBRIGAÇÕES
A) LEI
B) ATO ILÍCITO
C) ATO JURÍDICO STRICTO SENSU -> Difere dos negócios jurídicos, já que não escolhe os
efeitos. Ex.: adoção
D) NEGÓCIOS JURÍDICOS
A) Unilaterais: escolho os efeitos, ex.: promessa de recompensa e o título ao portador.
B) Bilaterais: contratos. Efeito pode ser simples (envolvimento patrimonial/obrigacional
de um só) ou sinalagmático (envolve patrimônio de dois, ex.: compra e venda)
2) Classificação / tipos
A) “Simplesmente cíveis” – não envolvem empresários
B) Consumeristas – CDC - hipossuficiência do consumidor.
C) Trabalhistas – assimetria
D) Administrativos – envolvem a administração pública.
E) CONTRATOS EMPRESARIAIS
Nos contratos empresarias, pelo menos um dos polos deve ser uma sociedade empresária.
TEORIA DA IMPREVISÃO
Onerosidade excessiva. Exceção à Rebus Sic Stantibus
STJ: alteração da moeda/economia é previsível, fato inerente à atividade econômica.
Princípio do equilíbrio econômico
Princípio da relatividade dos efeitos do contrato.
A vulnerabilidade, diferente do consumidor, não é presumida, deve ser provada pela empresa
que pretende aplicação do CDC;
Não há no CDC diferença entre bens de consumo (consumer goods) e bens de produção (capital
goods);
Cabe caracterizar a “natureza jurídica” dos atos de insumo:
Se o bem ou serviço é insumo da atividade empresarial, incorporando-se na atividade econômica
do adquirente, não se trata de relação de consumo;
Para Ulhoa Coelho, se o bem ou serviço não for indispensável ao desenvolvimento da atividade
econômica, pode ser aplicado o CDC;