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Direito Processual do Trabalho – Profª Roseméri Simon Bernardi – Aula 12

ESPÉCIES DE PROVAS

Sugestão de leitura: MARTINS, Sergio Pinto. Direito Processual do Trabalho. Ed. Atlas. p. 291-325.

Conceito de Prova: a palavra prova deriva do latim probare, convencer, tornar crível, estabelecer uma
verdade, comprovar.

O ensinamento do ilustre doutrinador Alexandre Freitas Câmara conceitua prova como ”todo elemento que
contribui para a formação da convicção do Juiz a respeito da existência de determinado de fato”.

A prova tem como fim convencer o magistrado, principal destinatário do instituto. É da prova, portanto, que
nasce a certeza jurídica do julgador.

Como no processo civil prevalece o livre convencimento na apreciação da prova, ou o princípio da


persuasão racional da prova. NCPC, art. 371. Motivação na sentença.

Princípios informadores da prova

a) Necessidade da prova: Não basta fazer alegações em juízo. É preciso que a parte faça a prova de suas
afirmações. Aquilo que não consta do processo não existe no mundo jurídico.

b) Unidade da prova: A prova deve ser apreciada em seu conjunto, em sua unidade, globalmente, e não
isoladamente.

c) Lealdade da prova: As provas devem ser feitas com lealdade. O inciso LVI do art. 5º da Constituição
determina que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. A lealdade da prova
decorre do inciso I do art. 77 do NCPC.

d) Contraditório: Apresentada uma prova em juízo, a parte contrária tem o direito de sobre ela se
manifestar, impugnando-a. Em qualquer processo judicial é assegurado o contraditório, inclusive pelo inciso
LV do art. 5º da Constituição

e) Igualdade da oportunidade de prova: Todos têm os mesmos direitos de apresentar a prova nos
momentos adequados.

f) Oportunidade da prova: A prova deve ser produzida nos momentos próprios para esse fim. Em situações
de perigo de que a prova não venha a ser realizada, poderá ser antecipada.

g) Comunhão da prova: Diz respeito a ambas as partes

h) Legalidade: O contraditório e a ampla defesa serão assegurados de acordo com as provas que estiverem
previstas na lei (art. 5º, II, da Constituição)

i) Imediação: O juiz é quem tem a direção do processo e principalmente das provas a serem produzidas pelas
partes, É diante do juiz que a prova será produzida.

j) Obrigatoriedade da prova: A prova é de interesse não só das partes, mas também do Estado, que
pretende o esclarecimento da verdade. Tem o juiz ampla liberdade na direção do processo (art. 765, CLT),
podendo determinar que seja feita a prova que julgar necessária.

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Ex: quando o juiz determina a juntada dos cartões de ponto por parte da empresa
Objetivo da Prova: demonstrar a verdade de um argumento.

Desnecessária a prova em se tratando de (NCPC, art. 374):


 Fatos notórios, que são do conhecimento de todos;
 De fatos afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária.
 Admitidos no processo como incontroversos.
 Em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade -confissão ficta

Desvantagem (empregado x empresa) é notada principalmente no campo das provas, onde a empresa, além
de ter grande parte delas em seu poder antes do processo (controles de jornada, recibos de pagamento,
atestados médicos, etc.), tem uma maior facilidade na produção de outras provas na instrução processual,
como acontece com as testemunhas, perícia técnica, etc.

Destaca-se ainda que algumas das provas utilizadas no processo são produzidas numa fase pré-processual,
quando o direito do empregado começa a ser lesado.

Isso acontece especialmente com os controles de jornada e registros de vendas/comissões, quando o


empregado é compelido à anotar, não necessariamente a realidade, mas sim aquilo que lhe é determinado por
seu empregador. Essa prova, apesar de não ser absoluta (trata-se de presunção juris tantum) tem plena
validade, se não produzida prova em contrário no processo.

Sucede que essa contraprova, além da dificuldade em sua produção, muitas vezes não possui a "clareza"
esperada pelo juiz. Isso porque, o documento apresenta dias e horários precisos ou valores expressos.

Por outro lado, a prova do empregado muitas vezes é falha, imprecisa e até mesmo confusa, justamente
porque ele tem de utilizar meios inadequados para provar (ou melhor, desmentir a prova da empresa) fatos e
situações discutidas no processo.

É por isso que a maior prova de que dispõe o empregado é a testemunhal.

Embora seja um tipo de prova arriscada – afinal de contas o ser humano normalmente inclui a sua própria
visão dos fatos ao relatar um acontecimento – muitas vezes é a única disponível. Também é sabido que a
testemunha nem sempre age como um anjo da guarda, acompanhando o obreiro durante toda sua jornada de
trabalho, ou mesmo estando atento a cada detalhe, por mais insignificante que possa lhe parecer.

O que muitas vezes acontece é a exigência de que a testemunha diga aquilo que o julgador quer ouvir ou que
esclareça os fatos segundo a ótica da justiça, e não dela própria. Tal comportamento é inaceitável. Primeiro,
porque dispõe o juiz dos meios necessários para evitar as testemunhas "preparadas", bem como para coibir
aquelas que vão à juízo para faltar com a verdade.

Em segundo lugar, deve-se ter em mente que a testemunha normalmente relata os fatos da forma por ela
percebida. Embora nem sempre possa precisar exatamente se a tese do empregado ou da empresa é a correta,
as informações por ela prestadas servem como base para que o juiz possa estabelecer um raciocínio lógico e
com isso alcançar a verdade.

Ao lado da prova testemunhal existe a confissão da empresa, que pode ser espontânea (quando a própria
empresa reconhece como verdadeira a tese do empregado) ou provocada (através do desconhecimento de
certos fatos pertinentes ou mesmo da incongruência das afirmações prestadas).

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Deve assim o depoimento pessoal do representante da empresa ser sabiamente explorado, tanto pelo juiz
quanto pelo patrono do empregado, pois muitas ações são julgadas com base na confissão extraída da parte.

Da mesma forma, o depoimento pessoal do empregado nunca deve ser dispensado, pois com ele também é
possível desmascarar pretensões infundadas e descabidas.

ÔNUS DA PROVA - Ônus, do latim onus, que tem significado de carga, fardo, peso.

Onus probandi é o dever de a parte provar em juízo suas alegações para o convencimento do juiz.Não basta
somente alegar, tem-se que provar.

ÔNUS DA PROVA NA JUSTIÇA DO TRABALHO


Na justiça do trabalho, a CLT estatui em seu artigo 818 que “a prova das alegações incumbe à parte que as
fizer”, consagrando semelhante critério adotado pelo CPC, não se podendo falar em aplicação subsidiária do
diploma processual civil, por não ser a norma processual trabalhista omissa quanto à matéria.

Por sua vez, colhe-se do NCPC:


Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I – Ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito.
II – Ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.(...)

Observe-se que, a aplicação da regra do artigo 818 da CLT no processo do trabalho, apesar da semelhança
com a norma do NCPC, não ocasiona as mesmas conseqüências para as partes no processo civil.

Ex: pedido de horas extras, em que alega o empregado que realiza trabalho em jornada extraordinária, mas
não produzindo prova quanto às referidas alegações. Sob a égide do artigo 373 do CPC, teria seu pedido
rejeitado pelo órgão judicante, pois o encargo de provar os fatos constitutivos de direito incumbe a quem
alega ser titular desse direito.

Contudo, apreciando-se a matéria sob a ótica do artigo 818 da CLT, o empregador, ao contestar a pretensão
do autor firmando que ele não trabalhou em jornada extraordinária, atraiu para si, automaticamente, o ônus
da prova, visto que expôs uma alegação relevante e substitutiva da anterior; não o fazendo, ter-se-ia como
verdadeira a alegação do empregado.

Verifica-se, também, a diferença entre a sistemática das provas no processo civil, e no processo trabalhista,
quando da análise da existência ou não de vinculo empregatício, com base no art. 3º da CLT, nesse caso, a
prova da existência da relação de emprego é do empregado, porém, quando o empregador nega o vínculo de
emprego e afirma que o trabalho foi prestado a outro título, ao empregador cabe o ônus da prova.

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Conforme já demonstrado é dever de cada parte comprovar suas alegações, através dos meios permitidos em
lei.

No entanto, existem algumas exceções, nas quais é invertido o ônus da prova para que o empregador
comprove tais fatos.

Estabelece o Enunciado 6 do TST que: “VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo,
modificativo ou extintivo da equiparação salarial”.

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O empregado irá fazer a prova de exercer a mesma função que o paradigma (fato constitutivo) e a empresa a
maior produtividade, perfeição técnica, etc.

Estabelece o Enunciado nº 16 do TST Enunciado: Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito)


horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui
ônus de prova do destinatário.

E, o Enunciado 212 do TST, diz que: “O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados
a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de
emprego constitui presunção favorável ao empregado”.

Quanto às horas extras:

Enunciado do TST. Nº 338: É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da
jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não apresentação injustificada dos controles de
freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova
em contrário.

CLT, art. 74, parágrafo 2º

Há ainda outras orientações a respeito de ônus da prova. O art. 429, do NCPC determina que ônus da prova
incumbe:

 À parte que arguir o documento de falso;


 À parte que produziu o documento, em se tratando de contestação de assinatura.

Momentos da Produção da Prova: é composto de três fases ou três momentos:

1) Proposição - fase postulatória - na petição inicial ou contestação - não há outro momento para propor.

2) Admissão - quando o juiz deferir/indeferir as provas que podem ser produzidas. Se não se concordar com o
despacho do juiz na admissão deve-se consignar o protesto em ata.

3) Produção – as provas serão produzidas em sua grande maioria na audiência de instrução.

Se as partes não celebrarem acordo, iniciar-se-á a instrução do processo.

MEIOS DE PROVA
São meios de prova todos os especificados no CPC e também os moralmente legítimos. (NCPC, art. 369)

Preceitua a Constituição Federal de 1988, no artigo 5°, LVI: "São inadmissíveis no processo as provas
obtidas por meios ilícitos."

“Um meio legítimo poderá tornar-se ilícito se obtido ou for produzido fora dos ditames morais; mas o
meio ilícito será sempre, evidentemente, ilegítimo, porque, além de não ser estatuído em lei ainda está
maculado por qualquer ato do interessado”. (Alcides de Mendonça Lima, in Revista de Processo, nº 43, pag.
138)

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INTIMIDADE DAS PESSOAS
Não existe no ordenamento jurídico brasileiro atual ou pretérito qualquer dispositivo que obrigue o réu ou
quem quer que seja a submeter-se ao exame pericial solicitado.

Diz a Constituição Federal de 1988 no art. 5º, II: "Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer
alguma coisa senão em virtude da lei."

E-MAIL: Divergências na doutrina e jurisprudência


Distinção entre e-mail pessoal e corporativo (ferramenta de trabalho)
Há três vertentes:
a) quem entenda que o monitoramento pode ser feito (poder de fiscalização do empregador)
b) que o monitoramento não pode ser feito em nenhuma hipótese (inviolabilidade das comunicações)
c) monitoramento com restrições

O Decreto nº 1295, de 10/06/96, promulgou a Convenção Interamericana sobre prova e informação acerca do
direito estrangeiro.

São meios de prova:


 Depoimento pessoal (NCPC, art. 385 a 388),
 Exibição de documentos ou coisa (NCPC, art. 396 a 404),
 Prova documental (NCPC, art. 405 a 438),
 Confissão (NCPC, art. 389 a 395),
 Prova testemunhal (NCPC, art. 442 a 463),
 Inspeção judicial (NCPC, art. 481 a 484) e
 Prova pericial (NCPC, art.464 a 480).

Vale lembrar que a efetivação da justiça depende da correta noção dos fatos que envolvem a lide, e se a prova
existente no processo não for devidamente analisada, este objetivo não será alcançado.

RELAÇÃO EMPREGATÍCIA DOMÉSTICA - ANÁLISE DA PROVA - Em face da excessiva dose de


fidúcia inerente à toda relação empregatícia doméstica, decorrente da própria convivência da empregada com
o lar de seu empregador, cumpre ao julgador analisar com cautela redobrada a prova, abandonando os
formalismos para buscar a correta sintonia com a realidade e atingir a querida verdade real. Emergindo da
prova testemunhal e dos demais elementos dos autos que a empregada sempre percebeu as férias e os 13º
salários, é de se atribuir validade a recibo genérico de quitação firmado pela obreira, máxime quando
confessado a inexistência de vício de consentimento e a empregada apresenta discernimento suficiente para
bem entender o teor do que estava a assinar. (TRT 10ª R - RO 2.052/93 - Ac. 3ª T. 1.064/93 - Rel. Juiz
Bertholdo Satyro - DJU 25.03.94)

Orientação Jurisprudencial da SDI-1 nº 301 do TST. FGTS. DIFERENÇAS. ÔNUS DA PROVA. LEI Nº
8.036/90, ART. 17. DJ 11.08.03
Definido pelo reclamante o período no qual não houve depósito do FGTS, ou houve em valor inferior,
alegada pela reclamada a inexistência de diferença nos recolhimentos de FGTS, atrai para si o ônus da prova,
incumbindo-lhe, portanto, apresentar as guias respectivas, a fim de demonstrar o fato extintivo do direito do
autor (art. 818 da CLT c/c art. 373, II, do NCPC).

PROVA. TESTEMUNHA ÚNICA. Princípio da persuasão racional do julgador. De acordo com o princípio
da persuasão racional do julgador, este pode basear a decisão no depoimento de uma única testemunha, ainda
que outras tenham sido ouvidas, prevalecendo o critério qualitativo da prova e não o quantitativo. Aplicação
do art. 131 do Código de Processo Civil. (TRT – 18ª Reg. – Pleno – Ac nº 7147/98 – Rel. Juiz Daniel Viana
Junior – FJGO -4.11.98 – pág. 71)

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DEPOIMENTO PESSOAL
A Consolidação das Leis do Trabalho afirma, em seu artigo 844, que "o não comparecimento do reclamante
à audiência importa o arquivamento da reclamação; e o não-comparecimento do reclamado importa revelia,
além de confissão, quanto à matéria de fato".

Da solicitação. No âmbito processual trabalhista as partes possuem a faculdade de requerer e obter, em


audiência, o depoimento do adversário.
Deve ser expressamente requerido antecipadamente, na contestação pelo réu, e na petição inicial pelo autor,
sob pena de não ser deferido tal pedido de oitiva da parte contrária.

Momento da produção: O depoimento da parte é colhido pelo juiz em audiência, ao tempo da instrução.
Contudo, havendo interesse das partes, ou a critério do magistrado, o depoimento pode ser colhido na
primeira audiência, ainda que ocorra o adiamento da audiência.

O enunciado 74 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe: PENA DE CONFISSÃO PELO NÃO


COMPARECIMENTO À AUDIÊNCIA DE PROSSEGUIMENTO. Aplica-se pena de confissão à parte que,
expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer a audiência em prosseguimento, na qual
deveria depor.

Da Confissão
O depoimento pessoal do autor, bem como do representante do réu, é prova a ser requerida pela parte
adversa, visando extrair deste a confissão. De qualquer sorte, este também pode ser requerido de ofício pelo
Juiz, na tentativa de esclarecer as alegações feitas nas peças escritas.

As declarações prestadas em Juízo sobrepõem-se às argumentações feitas na inicial e contestação, em


prejuízo da parte depoente.

CONFISSÃO REAL - A confissão real obtida em Juízo, através de depoimento pessoal do autor, é a melhor
das provas (rainha das provas) e dispensa a exibição requerida, de qualquer documento que possa ter relação
com objeto de confissão. A confissão real é absoluta, sobrepondo-se a todos os demais elementos integrantes
dos autos.

CONFISSÃO FICTA - A confissão ficta gera mera presunção que deve ser cotejada com as outras provas
produzidas. Ocorre a confissão ficta quando o preposto alega esquecimento ou desconhecimento de fatos que
teria a obrigação legal de lembrar/conhecer já que representa a empresa em juízo.

Prevalecerá enquanto não houver elementos conflitantes nos autos, por ser apenas uma presunção de
veracidade dos fatos alegados pela parte adversa.
A confissão não é pena, e sim conseqüência do não-uso do direito de defesa pela parte, que leva o Estado,
pragmaticamente, a preferir que os fatos narrados pela outra sejam, sem mais, considerados como admitidos
(Chiovenda).

Antecipação. Se a parte tiver que se ausentar, ou caso haja o temor de que esta não estará mais em vida no
momento da audiência, os depoimentos podem ser antecipados. Mesmo se antecipado o depoimento, as
partes devem comparecer na próxima audiência designada, sob pena de confissão.

Nomenclatura: No Direito do Trabalho emprega-se a locução "depoimento pessoal" em vez de "depoimento


da parte".

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O artigo 820 da Consolidação das Leis do Trabalho menciona que as partes e as testemunhas serão inquiridas
pelo juiz, podendo ser reinquiridas.

Ordem: A ordem da oitiva dos depoimentos, vem prevista no artigo 452, inciso II, do Código de Processo
Civil Brasileiro, o qual prevê que primeiramente será colhido o depoimento do autor, e, somente depois, será
colhido o depoimento do réu.

Advogado: O advogado não pode inquirir seu cliente, mas pode intervir para que sejam indeferidas questões
formuladas pelo advogado da parte adversa como para consignar as respostas dadas pela parte no termo de
audiência.

PROVA TESTEMUNHAL
Por força do artigo 769 da CLT, o Direito Processual Civil somente será fonte no Direito Processual do
Trabalho, quando este for omisso em razão da matéria, devendo ser utilizado de forma subsidiária. Essa
omissão não diz respeito à prova testemunhal, pois há disposições próprias na CLT tratando dessa
modalidade de prova, disposta nos artigos 819 a 825 e 828 a 829 deste diploma legal.

Utilização: É o meio de prova que traz menos segurança para a parte que a apresenta (prostituta das provas),
entretanto, é a prova mais utilizada na Justiça do Trabalho, na tentativa de demonstrar o quão controversos
são os fatos alegados. Trata-se de um serviço público realizado pelo cidadão.

Conceito: A prova testemunhal é aquela produzida através do depoimento de pessoas distintas às partes do
processo, ou seja, é o depoimento prestado por pessoa que não integra a lide processual, indicada por uma ou
pelas partes, e/ou até mesmo pelo juízo.

A pessoa deve ser convocada na forma da lei, como tendo ciência de fatos ou atos relevantes para a solução
da lide, e deve depor sob compromisso, em juízo, para atestar a veracidade de suas alegações.

João Monteiro, conceitua a testemunha como sendo a "pessoa, capaz e estranha ao feito, chamada a juízo
para depor o que sabe sobre o fato litigioso.”

Negativa: Aqueles que se recusarem a depor como testemunha, sem motivo justificado, incorrerão em multa
de três a trinta vezes o valor de referência, conforme dispõe o artigo 730 da Consolidação das Leis do
Trabalho.

Ausência injustificada: As testemunhas que não comparecerem espontaneamente serão intimadas, ex officio
ou a requerimento da parte, ficando sujeitas à condução coercitiva, além das penalidades do referido artigo
730 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Rol de testemunhas: As partes devem comparecer à audiência acompanhada de suas testemunhas (artigo
825, da CLT). Se, no entanto, a parte, por uma razão qualquer, concluir que as testemunhas não se
apresentarão espontaneamente, deverá requerer a sua notificação, podendo o autor fazê-lo na própria petição
inicial, e ambos os litigantes em petição específica.

Número de testemunhas: No rito ordinário do processo trabalhista, cada parte pode arrolar até três
testemunhas, sendo que este número é reduzido para duas testemunhas no processo de rito sumaríssimo.
Nos inquéritos para apuração de falta grave, que visam a dispensa de empregados estáveis, cada litigante
pode arrolar até seis testemunhas.

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Cumpre mencionar que, além das testemunhas arroladas pelas partes (testemunhas numerárias), o juiz pode
ouvir outras, referidas nos depoimentos já prestados pelas partes, por peritos, por testemunhas, ou
mencionadas em documentos constantes dos autos.

Quem pode ser testemunha: Poderá depor todo aquele que esteja em pleno gozo das suas faculdades ou
para quem a falta de alguma faculdade não seja fato inibidor para prestar depoimentos. Apenas podem depor
como testemunha as pessoas que não sejam incapazes, impedidas ou suspeitas, nada obstante (e desde que
seja estritamente necessário) ao juiz seja facultado ouvir, como meras informantes, pessoas impedidas ou
suspeitas (artigo 405, §4o, do Código de Processo Civil Brasileiro); nunca porém, as incapazes.

Quando a testemunha for impedida ou suspeita, a parte poderá contraditá-la, requerendo ao juiz que mande
consignar no termo de depoimento a contradita (artigo 457, §1º, do NCPC).

Contraditar significa apresentar óbice ao depoimento que poderá estar viciado com a suspeição, o
impedimento ou a incapacidade da parte.
Assim, antes de prestar compromisso legal, toda a testemunha será qualificada, podendo a parte contrária
oferecer contradita.

O artigo 829 da CLT menciona que: "A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou
inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples
informação".

Se a testemunha nega os fatos argüidos, com a contradita, a parte argüinte poderá, incidentalmente, fazer
prova do alegado através de documentos ou testemunhas. Se negar, o juiz permitirá que o interessado faça
prova do alegado, mediante documentos, testemunhas, etc. e, então, conforme o teor da prova produzida,
ouvirá ou não a pessoa impugnada, tomará seu depoimento como de testemunha ou informante.

Se a testemunha confirmar uma possível inimizade, o juiz deferirá a contradita e a testemunha será ouvida
como simples informante ou não será ouvida, conforme o caso.

Segundo o CPC, o maior número de testemunhas que podem ser usadas para prova de contradita é de três.

Menores. Segundo o disposto no artigo 447 do NCPC, o menor de dezesseis anos é considerado incapaz,
sendo que o parágrafo quarto do mesmo artigo permite, apenas excepcionalmente, o depoimento sem
compromisso das testemunhas impedidas ou suspeitas.

Na Justiça do Trabalho cremos que não se possa ser aplicada literalmente tal norma eis que aquele é
considerado constitucionalmente apto para adquirir um emprego, bem como as responsabilidades daí
advindas, a partir dos quatorze anos de idade (artigo 7o, inciso XXXIII, da Constituição Federal de 1988).

Preposto indicado como testemunha. Quem já figurou como testemunha em um procedimento não pode
passar a preposto e a recíproca é também verdadeira na Justiça do Trabalho.

Não seria conveniente viesse a funcionar, ora como preposto, ora como testemunha, em processos diversos
em que se discutisse a mesma matéria.

O preposto somente não estaria impedido de funcionar como testemunha em processo diverso, desde que a
matéria discutida não seja a mesma.

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Acareação de testemunhas - Acarear significa colocar frente a frente, vis a vis, duas ou mais pessoas.
Somente deve ser efetuada entre testemunhas que depuseram na mesma ação pois inviável em processos
distintos. NCPC, no artigo 461, inciso II (divergências nos depoimentos)

Falso testemunho. Advertida será a testemunha pelo juiz, de que está sujeita a sanção penal, caso venha a
fazer afirmações faltas, calar ou ocultar a verdade. Quando, intencionalmente, praticar falso testemunho, após
reduzido o depoimento a termo e assinado, consuma-se o delito de falsidade. Da mesma forma, na acareação,
admitindo a testemunha haver falseado a verdade, estará cometendo crime de falso testemunho.

Falso testemunho ou falsa perícia


CP, art. 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor
ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

PROVA DOCUMENTAL
Os escritos, assim como os monumentos, permanecem; as palavras, como o vento, voam.
Pela sua segurança, os documentos constituem importante meio de prova, mas não excluem outros, no
sistema de livre convicção, devem ser examinados em cotejo com as demais provas dos autos.

Conceito: Documento é o instrumento representativo de um fato ou acontecimento. Conquanto possa


apresentar defeitos, inegavelmente se constitui, em consequência de sua estabilidade, como a forma mais
segura de perpetuar a história dos fatos e as cláusulas dos contratos celebrados pelas partes.

O conceito de documento foi ampliado, modernamente, para abranger outros elementos de convicção que
não apresentam as características tradicionais. Em sentido amplo, são considerados também como prova
documental as fotografias, fotocópias, xerox, telegramas, impressos, mapas, e os desenhos.

A CLT, na seção dedicada às provas, reserva um único artigo o 830 a fim de regulamentação dos documentos.

Diante da omissão da CLT, deve o aplicador do direito ao fazer sua interpretação valer-se, subsidiariamente,
da regulamentação do Código Civil e de resto tem inteira aplicação ao processo trabalhista as disposições do
CPC atinentes à prova documental.

Forma: No processo do trabalho os documentos só são aceitos se no original ou em certidão autenticada, ou


quando conferida a respectiva pública-forma ou cópia perante ao juiz ou tribunal (art. 830 da CLT). E na
eventualidade de estarem redigidos em idioma estrangeiro, desde que acompanhados das respectivas
traduções.

Tem-se entendido por força da Orientação Jurisprudencial SDI nº 36, que os documento comum as partes
(instrumento normativo ou sentença normativa), cujo o conteúdo não foi impugnado mesmo em fotocópia
não autenticada tem validade.

"A vida moderna reclama visão participativa do Magistrado na condução do processo, exercitando, sem
ingenuidade os poderes que a lei lhe faculta. Documento sem autenticação, comum as partes, propiciam
concessão de prazo para a formalidade e o desestímulo à impugnação maliciosa e vazia: melhor do que a
abrupta extinção do processo sem julgamento". Valentim Carrion

Momento
 Os documentos deverão ser juntados pelo autor com a petição inicial (art. 787 da CLT c/c art. 442 do
NCPC).

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 A contestação deverá trazer os documentos em que se fundar a defesa (art. 845 da CLT c/c arts. 335 e
434 do NCPC).

Fatos novos
Não é permitida a juntada de documentos pelas partes fora desses prazos, salvo se se tratar de documento
novo, quando destinado a fazer prova de fatos depois dos já alegados, ou para contrapô-los aos que foram
produzidos nos autos, mas mesmo assim devem ser documentos novos (art.397 do CPC) e não documentos
que a parte já possuía e tinha conhecimento.

O documento novo também poderá ser juntado quando na oportunidade processual adequada a parte estava
impossibilitada, face a não existência do mesmo.

Cerceamento de defesa
Muitas vezes, a parte pretende juntar documentos após a audiência inaugural, com nítido objetivo de
surpreender a parte adversa. Não ira constituir cerceamento de defesa o indeferimento por parte do juiz da
juntada do referido documento. O documento que for oferecido após a inicial, ou após a resposta, será
sempre ouvida a parte contraria, no prazo de cinco dias (NCPC, art. 438).

Em grau de recurso só se justifica a juntada de documentos quando provado o justo impedimento para sua
oportuna apresentação ou se referir a fato posterior a sentença. Enunciado nº 8 do TST.

Exibição de documentos (medida cautelar)


O juiz poderá determinar que a parte exiba documentos em juízo, desde que se ache em seu poder (art. 396
do NCPC).

Via de regra cabe à parte interessada fazer a solicitação da exibição de documentos que estejam em poder da
parte adversa.

O pedido deverá ser formulado indicando:


a) o documento ou coisa que se ache em poder da parte contrária, individualizando-o;
b) a finalidade da prova, especificando os fatos que serão provados com o documento;
c) as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento se encontra com a
parte contrária e de que realmente existia (art. 397 do NCPC).

A parte contraria deverá se manifestar em cinco dias sobre as alegações do requerente. Afirmando que não
possui o documento, o juiz permitirá que o requerente faça prova de suas afirmações (art. 397 do NCPC).

Não se admitirá a recusa se:


a) o requerido tiver obrigação legal de exibir;
b) o requerido aludiu ao documento no processo com o intuito de constituir prova; c) o documento for
comum às partes em relação a seu conteúdo (art. 399 do NCPC).

O juiz admitirá como verdadeiros os fatos que se pretendia provar pelos documentos ou coisa quando:
a) o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo de cinco dias;
b) se a recusa for tida por ilegítima (art. 400 do NCPC).

Estando o documento em poder de terceiro, o juiz determinará a citação dessa pessoa para responder no
prazo de dez dias (art. 401 do NCPC).

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Se descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial,
tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência.

PROVA PERICIAL
Como os demais meios de prova, a perícia funciona como elemento que contribui para a formação da
convicção do juiz sobre a existência ou não de determinado fato.

A prova pericial, na sistemática processual civil, pode ser classificada de três formas:
a) exame (inspeção de coisa ou pessoa, na busca de aspectos técnicos e científicos);
b) vistoria (inspeção de bem imóvel) e
c) avaliação (atribuição de valores pecuniários à bens jurídicos - coisas, direitos ou obrigações).

No sistema de normas positivadas, as regras processuais trabalhistas devem ser complementadas pela
sistemática da legislação processual comum (art. 769, CLT).

O PERITO: O perito judicial é o profissional de nível universitário, com registro no Órgão de classe
competente (art. 156, NCPC), designado pelo juiz para que se pronuncie sobre determinado fato, com a
apresentação de um laudo - conclusão da perícia judicial.

ARBITRAMENTO DOS HONORÁRIOS PERICIAIS - Ao tratar da remuneração do perito, o prof. José


Augusto Rodrigues Pinto afirma que “é um dos aspectos mais espinhosos no estudo do procedimento do
dissídio individual de cognição, graças a uma conjunção perversa de fatores, que seriam fáceis de remover,
mas persistem até hoje”.

 São eles as omissões da lei trabalhista, a incompatibilidade dos sistemas processuais trabalhista e
civil, em matéria de despesas obrigatórias das partes, a ausência de reflexão sobre o problema e, resumindo, a
ausência de busca de soluções para os impasses que surgem.

Fundamentação das decisões de arbitramento


Como garantia do Estado Democrático de Direito, todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas (art.
93, IX, CF, arts. 489, NCPC, art. 832, CLT), inclusive as que fixarem o valor dos honorários advocatícios,
sob pena de nulidade absoluta.

Portanto, inaceitável a decisão judicial, interlocutória ou não, que se limita a fixar valores, sem justificá-los,
deixando de expor os motivos de convicção do juízo.

No processo do trabalho, conforme o caso, caberá interposição de: MANDADO DE SEGURANÇA ou


AGRAVO DE PETIÇÃO

Os problemas que envolvem o arbitramento dos honorários periciais não se restringem à Justiça do Trabalho,
eis que, como meio de prova, a perícia pode se realizar perante a Justiça, em qualquer jurisdição (comum ou
especial), ou mesmo fora dela (prova pré-constituída).

Vinculação dos honorários periciais ao salário mínimo: Não é incomum encontramos decisão judiciais
fixando a verba honorária pericial em salários mínimos. Contudo, muitos têm aduzido que a fixação com
referência no salário mínimo não é possível, ante a vedação expressa do texto constitucional de vinculação do
salário mínimo para qualquer fim (art. 7º, IV).

Ao se pronunciar sobre questão análoga, o Tribunal Superior do Trabalho afirmou não ser inconstitucional a
fixação do valor de alçada com base no salário mínimo.

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Lei n. 5.584/70 (Enunciado n. 356, TST).

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
O critério que deve prevalecer na fixação da verba honorária pericial é o princípio da razoabilidade, também
conhecido com princípio da racionalidade.

Os honorários periciais são fixados a critério do juiz.

Os honorários periciais devem ser fixados pelo Juiz, em seu prudente arbítrio, sem excessos, mas levando-se
em conta o trabalho desenvolvido, sua maior ou menor complexidade, a qualidade e o alcance da perícia, o
tempo demandado, a necessidade de deslocamento e, ainda, a natureza e a especialidade do expert, não se
esquecendo o múnus público exercício pelo perito, de maneira a não afastar as partes da Justiça.

INSPEÇÃO JUDICIAL
Diz o art. 481 do NCPC que, em qualquer fase do processo, de ofício ou a requerimento da parte, pode o juiz
inspecionar pessoas ou coisas a fim de se esclarecer sobre fatos que interesse à decisão da causa.

Inspeção judicial é meio de prova, entretanto, calcada na percepção direta do juiz da causa, quando busca
recolher diretamente as suas impressões pessoais sobre pessoas ou coisas, que também irão servir pela
percepção do homem comum, para a solução da causa.

O juiz vai ao local, observa coisas, inquire pessoas, enfim pratica atos sensoriais que possam lhe auxiliar no
julgamento. A inspeção, contudo, não pode ser mero capricho ou curiosidade. Trata-se de ato excepcional,
que somente deve ser praticado quando for verdadeiramente indispensável e ter nitidamente delimitado o que
será seu objeto.

Ulderico Pires dos Santos lamenta a raridade com que ocorrem as inspeções judiciais, geralmente
conseqüência do excesso de trabalho dos juízes, do grande acúmulo de serviço e da carência de magistrados,
tornando praticamente impossível o deslocamento necessário à inspeção judicial, quando não exibida no
próprio juízo.

Difere da perícia, pois nesta o exame é feito por um técnico que apresenta um laudo, ao passo que o juiz, na
inspeção, extrai suas conclusões de leigo, com as percepções de um homem comum, ainda que se possa fazer
acompanhar de um ou mais peritos, como acena o art. 482 do NCPC, mas apenas a presença direta e pessoal
do magistrado identifica a prova como “inspeção judicial.”

Nulidade: ao juiz não pode sair para a diligência sem prévio despacho, com ciência das partes, sob pena de
nulidade.

Fundamentação: A inspeção judicial é um importante meio de prova, estando disciplinada nos artigos 440 e
seguintes, do Código de Processo Civil, podendo, inclusive, ser efetivada em qualquer fase do processo.

Auto Circunstanciado: Ao se concluir a inspeção, será lavrado auto circunstanciado do ocorrido, que será
juntado aos autos (NCPC, art. 484). O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.

PROVA EMPRESTADA - A prova de um certo fato que foi produzida num processo pode ser copiada para
outro, mediante certidão.

É o que ocorreria em relação a um documento, aos depoimentos testemunhais ou pessoais, ao exame pericial,
etc. A essa prova transferida de um processo para outro dá-se o nome de prova emprestada.

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A juntada de cópias de instrução havidas em outro processo, tanto pelo autor quanto pelo réu, vem sendo
cada vez mais comum, principalmente em decorrência das facilidades do computador e da internet, havendo
amplo acesso das partes ao conteúdo das instruções através de sites de Tribunais ou o envio via e-mail das
Atas de Instrução e Julgamento.

É a única forma de produção de prova em relação a testemunha que já houvesse falecido, ou se o local onde
se pretende fazer prova pericial de insalubridade ou periculosidade não é mais o mesmo, em razão de
algumas mudanças que lá ocorreram (neste caso específico depende da concordância da parte adversa).

A utilização da prova emprestada, especificamente no que se refere a instruções em audiência, é recurso de


grande valia para a aceleração de julgamentos, desobstrução de pautas e, principalmente, diminuição do
tempo de espera nas salas de audiência, evitando-se, outrossim, a repetição de depoimentos idênticos.

Hipóteses: Para a utilização de instruções havidas em outros processos como prova emprestada no caso sob
julgamento, podem ocorrer três hipóteses: na primeira, ambas as partes concordam na utilização das referidas
instruções como prova emprestada; na segunda, o autor concorda e a ré não; e, na terceira, a ré concorda e o
autor não.

Na primeira hipótese, a utilização da prova emprestada não sofre qualquer controvérsia. É que se as partes
expressamente fizeram expressar seu consentimento não havendo qualquer prejuízo ou nulidade que possa
ser arguida posteriormente, tendo a instrução seu curso regular, com a dispensa do interrogatório das partes e
da oitiva de testemunhas. emprestada nos presentes autos".

Nesses casos, pode-se expressamente registrar em ata: "dispensados os interrogatórios das partes bem como a
prova testemunhal, tendo em vista que as partes concordam em utilizar as instruções havidas nos processos
tais e tais como prova

O problema, então, surge apenas e tão somente na hipótese em que alguma das partes não concorde com a
utilização da prova emprestada, ocasião em que a análise deverá ser mais detida.

Nessa hipótese, não pode uma parte argüir o prejuízo da parte contrária, face a ausência de interesse jurídico
em tal declaração. Ou seja, se o autor junta aos autos ata de instrução processual com outro autor em
processo contra a ré, não pode essa última argüir a impossibilidade de juntada da prova emprestada ao
argumento de que não são as mesmas partes.

É que tal requisito tem por fundamento a necessidade de observância do contraditório e se a ré esteve
presente naquela instrução, então o contraditório foi devidamente observado.

PRESUNÇÃO – fato conhecido, não é prova mas processo mental (raciocínio lógico). Absoluta ou relativa.
Absoluta (CLT, art. 447); Relativa (declaração de pobreza)

INDÍCIO – fato ignorado. Mostra circunstâncias que conduzem à admissibilidade de outras situações.

USOS E COSTUMES – Na falta de disposições legais ou contratuais. CLT, art. 8º e art. 460

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