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INTEGRADO – COLÉGIO E FACULDADE

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Karen Jaqueline da Silva

Projeto Integrador

CAMPO MOURÃO
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2013

INTEGRADO – COLÉGIO E FACULDADE


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Recuperação Extrajudicial

Karen Jaqueline da Silva

Trabalho apresentado pela acadêmica Karen


Jaqueline da Silva, do 5º período, Turma B, como
requisito parcial para a aprovação na disciplina
Projeto Integrador, do Curso de Direito da Faculdade
Integrado de Campo Mourão, ministrada pela
Professora Luciana de Lima Torres Cintra.
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CAMPO MOURÃO
2013

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................8

2 DIREITO FALIMENTAR.................................................................................11

2.1 RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL.............................................................15

2.1.1 CONCEITO.................................................................................................21

2.1.2 REQUISITOS..............................................................................................21

2.1.3 JUIZO.........................................................................................................21

3 PETIÇÃO INICIAL............................................................................................21

3.1 CONCEITO....................................................................................................21

3.2 REQUISITOS.................................................................................................21

4 CRIMES CONTRA A HONRA....................................................................... 15

4.1 CALÚNIA.................................................................................................... 12

4.2 DIFAMAÇÃO................................................................................................ 12

4.3 INJÚRIA.........................................................................................................12

5 CONSTRATOS DE COMPRA E VENDA.........................................................12

5.1 REQUISITOS.................................................................................................12

6 CONCLUSÃO...................................................................................................12

7 BIBLIOGRAFIA................................................................................................12
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Introdução

O presente trabalho trata da recuperação extrajudicial de empresas,


visando a
aperfeiçoar tal instituto como ferramenta eficaz e, potencialmente, capaz de
reestruturar as dívidas e os vencimentos de uma empresa, trazendo de volta a
saúde financeira e a superação da crise empresarial falência, passando a
discorrer acerca da recuperação extrajudicial, mostrando, pormenorizadamente
como proceder no plano da recuperação, em relação a como reunir os credores,
propor o plano, discuti-lo. Além de apontar as várias formas de alcançar a
recuperação pelo meio extrajudicial, dedicamo-nos, ainda, a um aprofundado
estudo da verificação da viabilidade da empresa, concluindo que a inviável não
merece recuperação.
Ainda levando em consideração o tema de recuperação judicial,
abrangeremos os requisitos para a validade da petição inicial, com a sua
importância no processo, juntamente com o juízo competente, pormenorizando
os requisitos para a eficácia da recuperação judicial.
Também abordaremos os requisitos essenciais para a existência de um
contrato de compra e venda
5

Desenvolvimento

2- Direito Falimentar – Lei 11.101 de 2005

Para os credores a única certeza da conclusão satisfatória do


compromisso realizada com o devedor, é que este tenha um patrimônio que
salde as dividas realizadas. Ocorrendo inadimplemento as obrigações pela parte
devedora, o parte ativa poderá promover a integral satisfação a divida. Segundo
Fabio Ulhoa Coelho1

A execução processar-se-á, em regra, individualmente com um


exeqüente se voltando contra o devedor para dele haver o cumprimento
da obrigação devida.
Quando, porém, o devedor tem, em seu patrimônio, bens de valor
inferior à totalidade de suas atividades da execução torna-se injusta. Isto
porque não da aos credores de uma mesma categoria e credito as
mesmas chances.

2.1– Recuperação Extrajudicial

2.1.1 – conceito

Para Fabio Ulhoa Coelho2


A lei falimentar impõe ao próprio empresário devedor o dever de
requerer a autofalência, quando não atender as condições legais
para obter a recuperação judicial (art. 105). O descumprimento
deste dever não acarreta sanção nenhuma, e por isso, a
previsão da lei é ineficaz.

A recuperação extrajudicial possibilita a reabilitação do devedor, propondo uma


renegociação parcial, onde o devedor poderá escolher apenas os credores que
a ele achar conveniente diante da situação, como uma primeira tentativa de
solução amigável entre a parte devedora e as partes credoras, não existindo que
haja a participação de todos os credores para que possa se dar continuidade ao
processo de recuperação. Esses credores serão citados extrajudicialmente para

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negociar a divida existente com a empresa em estado falimentar. Estes credores


assumem por livre e espontânea vontade um acordo com o devedor de
renegociação, ensejando a estabilidade deste.

2.1.2 – Requisitos

Ulhoa3 traz que:

O pedido de falência segue rito diferente em função de seu autor.


Quando pedido pelo próprio devedor, segue o rito da autofalência
abrigado nos arts. 105 a 107, nos demais casos, o rito previsto no art. 98
a LF.

Para que o devedor proponha esta negociação com seus credores, aquele
deverá preencher os requisitos que são exigidos elencados no artigo 48 da lei
11.101 de 2005 – a Lei Falimentar. Os requisitos são:

I - exercício de suas atividades por mais de dois anos, de forma regular;

II - não ser falido ou, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;

III – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido


concessão de recuperação judicial;

IV – não ter, há menos de 8 anos, obtido concessão de recuperação judicial,


com base no plano especial de que trata a lei;

V – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio-controlador,


pessoa condenada por qualquer dos crimes capitulados nesta lei.

Importante frisar que os credores que aderirem a essa negociação do pedido de


falência, salvo com a anuência do outros signatários, após a distribuição do
pedido de homologação, poderão desistir do negocio realizado.

Para Fabio Ulhoa4

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7

O credor para legitimar-se ao pedido de falência deve exibir o seu título,


mesmo que não-vencido. De inicio a hipótese parece referir-se somente
ao pedido fundado em ato de falência, visto que a impontualidade e a
execução frustrada pressupõe o vencimento. Contudo, ela também se
aplica ao pedido de falência fundado no art 94, I, da LF, quando o credor
deve exibir o seu titulo não-vencido e também a prova a impontualidade
do devedor relativamente à obrigação terceiro seja titular, por meio de
certidão de protesto.

2.1.3– Juízo

É de grande importância a entrega da ação ao juízo competente, sob pena que


se feita a escolha errada deste juízo, não será possível a continuidade do
processo, tornado-se nulos os atos praticados, até mesmo ocorrera de extinguir
o processo.
Esta escolha é feita por meio de uma eliminação dos requisitos do artigo 86 ao
111 do código de processo civil.
A fixação da competência tem dificuldades na hipótese de uma empresa possuir
vários estabelecimentos e em cada um deles, exercer grande número de
atividades ou concentra administradores, em cada um deles, com poder amplo
de decisão. Para isso o artigo 3º da Lei 11.101 de 2005, estabelece quem é
competente para homologar o plano de recuperação judicial ou decretar a
falência do juízo principal estabelecimento, definido não pelo domicilio civil nem
estatutário, mas sim pela localização real do domicilio, a matriz.

3 - Petições Inicial

3.1 – Conceito
A petição inicial é a primeira peça a compor um processo judicial, sendo esta de
grande importância para o caminhamento dos autos. este instrumento em um
momento inicial declara a de vontade a parte apta a produzir efeitos. A petição
inicial de recuperação judicial será instruída com a exposição das causas da
situação patrimonial e razões da crise econômica da organização. O pedido terá
como base as demonstrações contábeis dos últimos três exercícios, alteração
da antiga lei que se limitava a exigir apenas as demonstrações do último
exercício social. Ainda no que se refere aos documentos da petição, a nova lei
não exige o ‘Demonstrativo de Lucros ou Prejuízos Acumulados’ e exige o
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Relatório Gerencial de Fluxo de Caixa e de sua Projeção. Tal demonstração


contribui para a análise da “saúde financeira”, uma vez que o regime de caixa
proporciona o conhecimento das entradas e as saídas de dinheiro, atuais e
futuras, em uma instituição, com seus respectivos saldos (positivo ou negativo)

3.2 – Requisitos

Elencados no artigo 282 do Código de Processo Civil, os requisitos para que


esta peça inicial tenha eficácia são:
Endereçamento – no que diz respeito a Competência, deve-se conhecer o juízo
que se destina o processo.
Qualificação das partes – devem-se identificar as partes, contendo, Nome;
Prenomes; estado civil; domicilio; RG e CPF.
Causa de pedir – explica-se aqui o motivo para que se ajuíza a ação, qual a
razão que o fizeram ar inicio ao processo.
Especificação do pedido – podendo ser pedido MEDIATO (requer-se obtenção
de bem jurídico material ou imaterial) ou IMEDIATO (requer a tutela
jurisdicional).
Requisitos dos pedidos – CERTO: o pedido deve ser certo e implícito, com
exceções de juros monetários, pagamento e custas, honorários advocatícios.
DETERMINADO – o pedido deve ser especificar a quantidade e a qualidade do
que esta ensejando. Existe uma EXCEÇÃO, é o caso e pedido genérico, trazido
pelo art. 286 e incisos do CPC, onde as ações universais; quando não for
possível determinar as conseqüências do ato; quando depender de ato a ser
praticado pelo réu; e nas hipóteses criadas pelas jurisprudência.
Concludente – o pedido deve ser uma conclusão da causa de pedir.

4 – Crimes Contra a Honra

4.1- Calunia – art. 138 CP


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A calunia consiste em imputar a alguém de maneira falsamente, um fato definido


como crime, bastando que o sujeito saiba da falsidade do fato que esta
imputando a outrem. Podendo esta falsidade recair sobre o fato ou sobre a
pessoa. Luiz Regis Prado5 traz que:

“A conduta típica consiste em imputar (atribuir) a alguém


falsamente a prática de fato definido como crime. (...) Frise-se,
ainda, que o fato imputado deve ser determinado. Tal não implica a
necessidade de descrição pormenorizada, isto é, não é preciso que
o agente narre em detalhes, sem omitir suas mais específicas
circunstâncias. Basta que na imputação se individualize o delito
que se atribui, mesmo que o relato não seja minuncioso. Os fatos
genericamente enunciados, porém, não configuram calúnia, mas
injúria”

No parágrafo primeiro do artigo 138 CP traz em seu texto sobre a divulgação do


falto mentiroso

Este crime contra a honra é objetiva, e se consuma quando um terceira toma


ciência do fato. Devendo o agente ter consciência e e vontade de atinger a
honra do sujeito passivo.

4.2– Difamação – art. 139CP

Punível com detenção de três meses a um ano mais multa, o crime de


difamação ocorre quando o agente prejudica a boa reputação da vitima,
observando que mesmo que a imputação a respeito do sujeito passivo seja
verdadeira, ainda assim ocorrera o crime. Para Luiz Regis Prado 6

“O fato deve ser endereçado à pessoa determinada, ou a grupo


determinado de pessoas, desnecessária a designação nominal do
ofendido, se possível sua identificação”.

O sujeito ativo deve agir com dolo, causando um olhar e desprezo e de


reprovação pela condita que foi atribuída ao sujeito passivo pela sociedade.
Neste crime o legislador permite ao agente se retratar pela ofensa praticada, fica
isente e ser punido pelo direito penal.

4.3 – Injúria – art. 140 CP

Injuriar alguém ofendendo dignidade ou decoro, ressaltando que não é qualquer


forma de decoro, existem determinados fatores que devem ser levados em
consideração para que esse fato seja tomado como punível. O sujeito ativo pode
ser qualquer pessoa assim como o sujeito passivo que pode ser qualquer
pessoa física, sendo impossível a injúria contra as pessoas jurídicas e o tipo

5
PRADO, Luiz Régis. Curso de direito penal brasileiro: parte especial – arts. 121 a 183. 1ª ed.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002, volume 2.
6
Prado, 2010, p 201
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subjetivo é integrado pelo dolo e pelo elemento subjetivo do injusto que é o


animus injuriandi.

Neste tipo de delito, leva-se em consideração o grau e afinidade as partes, o


meio em que convivem e os sentimentos que a vitima tem de si mesma. Desta
forma Luiz Regis Prado7 traz o crime de injuria da seguinte maneira:

Assim, por exemplo, tem-se que, entre amigos que habitualmente se


tratam com aspereza e com palavras de baixo calão, as palavras
objetivamente ultrajantes perdem esse sentido; uma expressão pode
assumir significado diverso em uma região ou ter seu sentido original
ampliado, com o passar do tempo.

O delito se consuma quando a vítima toma ciência da ofensa feita pelo sujeito
ativo, sendo que essa ofensa pode ser executada de vários meios, seja por
forma escrita, oral, imagens, sinais, cabendo também a tentativa na mesma
modalidade que os outros delitos contra a honra. O legislador prevê a causa
extintiva a punibilidade do perdão judicial.

5 – Contratos de Compra e Venda

Contrato é o acordo de vontade de duas ou mais partes na conformidade do


nosso ordenamento jurídico com o intuito de estabelecer uma regulamentação
entre as partes interessadas. Neste acordo o devedor compromete-se a entregar
bem ou coisa alienável ao comprador, este por sua vez, obriga-se a pagar o
preço determinado ou determinável. Sendo esse um dos mais importantes
contratos utilizados. A respeito Luiz de Salvo Venosa 8 traz que,

“A compra e venda caracteriza-se, portanto, entre nós, como contrato


consensual, que se completa pelo mero consentimento, com efeitos
exclusivamente obrigacionais, tornando-se perfeita e acabada mediante
o simples acordo de vontades sobre a coisa e o preço, nos termos do
art. 482”.

Este contrato de compra e venda, é um contrato oneroso, translativo, bilateral ou


sinalagmático e geralmente cumulativo. Podendo ser um contrato de execução
simultânea ou diferida, que depende da vontade das partes. devendo as

7
PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 8. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2010. p. v.2.
8
Nenosa, pag 6
11

prestações serem consideradas una, mesmo que as partes avencem o


pagamento.

“(...) o inadimplemento o contrato de compra e venda por parte do vendedor


resolve-se por meio de ação pessoal para a entrega da coisa. O adquirente de
coisas móveis ou imóveis para acionar o vendedor para entregá-la. Cuida-se de
fazer cumprir obrigação de dar coisa certa. Pacta sunt servanda. Não se deve
entender que o inadimplemento do contrato de compra e venda dê origem
sistemática a indenização. Esta é substitutivo da prestação de entregar a coisa
vendida e não objeto e obrigação facultativa em prol do vendedor, se assim
fosse, qualquer obrigação não cumprida em espécie poderia ser substituída por
um valor indenizatório. É intuitivo que o ordenamento almeje em primeiro plano
o cumprimento das convenções. Cuida-se de principio contratual fundamental”.
Na impossibilidade de isso ocorrer, por que a coisa foi transferida validamente a
terceiro ou porque de qualquer forma não mais existe mais no patrimônio do
devedor ou por que não pode ser alienada, a obrigação converter-se-á em perdas
e danos.

5.1 – Requisitos

Para que este acordo firmado entre as partes interessadas tenha validade, é
necessário que cumpra-se os requisitos elencados no artigo 82 do código civil,
sendo requisitos subjetivos, objetivos e formais.

Requisitos subjetivos – existência de duas ou mais pessoas; a capacidade


genérica para praticar os atos da vida civil; aptidão especifica para contratar e
consentimento das partes contratantes.

Requisitos objetivos – licitude do objeto do contrato; possibilidade física ou


jurídica do objeto do negocio jurídico; determinação do objeto do contrato;
economicidade de seu objeto.

Requisitos formais - elencados nos artigo 129 e 1.079 do Código civil


Brasileiro vigente.

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