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OPERAÇÕES EM PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS

TRANSPORTE DE PRODUTOS
BOMBAS CENTRÍFUGAS E ROTATIVAS
NO PROCESSO DE ALIMENTOS

http://tecalim.vila.bol.com.br
2010
2010
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CONTEÚDO

NTRODUÇÃO .............................................................................................
I 3

B OMBA CENTRÍFUGA .................................................................................. 3

B OMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO ....................................................... 4


BOMBA DE PISTÃO ................................................................................... 4

BOMBA DE PALHETA ................................................................................. 5

BOMBA DE ENGRENAGEM ......................................................................... 6

BOMBA DE LÓBULO ................................................................................... 6

BOMBA DE PARAFUSO OU FUSOS .............................................................. 7

BOMBA DE DIAFRAGMA ............................................................................. 7

BOMBA HELICOIDAL .................................................................................. 8

B OMBAS DE AR – COMPRESSORES ............................................................... 9


COMPRESSOR DE AR DE PARAFUSO .......................................................... 10

COMPRESSOR DE AR DE PALHETA ............................................................. 10


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TRANSPORTE DE PRODUTOS
BOMBAS CENTRÍFUGAS E ROTATIVAS NO
PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS

INTRODUÇÃO

O problema da elevação ou transporte de um local para outro de líquidos e


sólidos são preocupações desde os primeiros tempos da civilização. O problema
era resolvido através de rodas (como no moinho); de rosário; de noras (rodas
onde se prendiam vários baldes). Com o tempo estes mecanismos foram sendo
aperfeiçoados até se chegar as bombas para as mais variadas funções.
O transporte de produtos através de bombeamento em processos industriais é
uma operação unitária constantemente necessária nas diversas fases do
processamento. As necessidades de transportar de um nível a outro mais elevado
ou mesmo alimentar um equipamento ou tanques de mistura que se encontram
sob pressão mais elevada que o ambiente, é normalmente realizado por bombas.
As bombas são, portanto, máquinas geratrizes cuja finalidade é realizar o
transporte ou deslocamento de um produto (líquido, pastoso ou sólido) por
escoamento, sendo classificadas em função de suas características físicas e de
seus princípios de trabalho.
A maioria das bombas são normalmente classificadas em; bombas de
deslocamento positivo, e bombas centrífugas. As bombas de deslocamento
positivo, transporta uma quantidade definida de produto em cada golpe ou volta;
as bombas centrífugas ao contrário, transporta um volume que depende da
pressão de descarga.

PRINCIPAIS MODELOS E UTILIZAÇÃO DE BOMBAS

São vários os modelos de bombas empregados para a transferência de produtos.


As principais utilizadas nas indústrias de alimentos e sucos são:

BOMBA CENTRÍFUGA

As bombas centrífugas são amplamente usadas nas indústrias de processamento


de alimentos e sucos em virtude da simplicidade de modelo, do pequeno custo
inicial, da manutenção barata e da flexibilidade de aplicação.
Na sua forma mais simples, a bomba centrífuga consiste em uma carcaça fechada,
que se comunica com os tubos de aspiração e saída e seu interior, é constituído
por um rotor dotado de palheta (figura-1). O produto entre na bomba nas
vizinhanças do eixo do rotor propulsor e é lançado para a periferia pela ação
centrífuga. Na bombas centrífugas, o rotor pode ser aberto ou fechado. A bomba
com rotor fechado são mais utilizada para produtos líquidos (sucos, vinagre,
óleos, shoyu); as de rotor aberto já pode ser utilizada no bombeamento de
produtos líquidos com sólidos em suspensão, e pastas de produtos não muito
denso tais como: xaropes de açúcar, salmouras, molhos, etc.).
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Figura-1: Bomba Centrífuga e Tipos de Rotores

As bombas centrífugas também podem ser do tipo auto-escorvante, que se


caracteriza por sua capacidade em succionar produtos líquidos com grande
quantidade de ar envolvido. Isto é possível neste tipo de bomba pois possui o seu
rotor aberto, com um canal lateral ao longo de todo o perímetro do rotor. Com a
rotação da bomba, o produto que esta na carcaça é forçado a entrar nesse canal,
criando um anal de selagem e fazendo o produto entrar em suas lâminas, criando
o efeito sucção para a transferência do produto. Este tipo de bomba é bastante
utilizado para: ovo líquido, cremes, molhos, glicerina, e também em sistemas CIP.

BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO

São divididas em bombas rotativas e bombas recíprocas. As características das


bombas de deslocamento positivo é que para cada rotação (rotativa) ou pulsação
(recíproca), uma quantidade de produto é deslocado independentemente da altura
monométrica total. As bombas de deslocamento positivo são indicadas em casos
onde se requer vazão constante independente de variação da carga sobre a
bomba e também onde o volume deve ser medido com precisão. A descarga é
proporcional à velocidade do propulsor da bomba. São em geral empregadas para
líquidos de grande viscosidade como: maionese, molho de mostarda, ketchup,
extrato de tomate, etc. Os principais modelos mais utilizados são:

BOMBA DE PISTÃO

Neste tipo de bomba, o eixo motor possui dois exéntricos C defasado de 1800
que movimentam cada qual, um tambor contendo um êmbolo A que se desloca
num pino rotativo P articulado (figura-2). Ao girar o tambor, o êmbolo oscila ora
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subindo, ora baixando, funcionando desta forma como uma válvula de controle
do produto que esteja sendo transportado, da boca de aspiração até a boca de
recalque da bomba.

Figura-2: Bomba de Pistão e seu funcionamento

BOMBA DE PALHETA

As bombas de palheta produzem uma ação de bombeamento fazendo com que as


palhetas acompanhem o contorno de um anel ou carcaça. O mecanismo de
bombeamento de uma bomba de palheta consiste de: rotor, palhetas, anel e uma
placa de orifício com aberturas de entrada e saída.
O rotor de uma bomba de palheta suporta as palhetas e é ligado a um eixo que é
conectado a um acionador principal. À medida que o rotor é girado, as palhetas
são expulsas por inércia e acompanham o contorno do cilindro (o anel não gira).
Quando as palhetas fazem contato com o anel, é formada uma vedação positiva
entre o topo da palheta e o anel. A figura-3 mostra um esquema deste tipo de
bomba.

Figura-3: Esquema de funcionamento de Bomba de Palheta


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BOMBA DE ENGRENAGEM

As bombas de engrenagem, destina a bombeamento de produtos líquidos e


viscosos, mas que não contenha partículas sólidas em suspensão (pode ser
utilizadas para mostarda, molhos de tomate, ketchup, etc. Uma das vantagem
desse tipo de bomba é que conserva-se a textura (viscosidade) do produto final
(figura-4).

ENTRADA DE
PRODUTO ENGRENAGEM
EIXO

ENTRADA SAÍDA
SAÍDA DO
PRODUTO

Figura-4: Esquema da Bomba de Engrenagem

Quando as engrenagens giram, o produto penetra no espaço entre cada dois


dentes que se encontram ao lado da aspiração e é aprisionado e conduzido até a
boca de recalque da bomba. Na aspiração cria-se um vácuo na entrada pelos
dentes da engrenagem que deixam de estar em contato. O produto vem do
reservatório e é transportado pelo alojamento na câmara formada entre os dentes
e as placas laterais é forçado para fora com pressão na medida que os dentes das
engrenagens volta a estar em contato.

BOMBA DE LÓBULO

As bombas de lóbulo tem dois rotores, cada qual com dois ou três e até quatro
lóbulo. Esse tipo de bomda se característica pela suavidade com que transporta os
produtos. Este bombeamento é realizado mediante os dois rotores que giram sem
e não se tocam entre si e são movimentados por um conjunto de engrenagem que
ficam em um compartimento independente. O movimento giratório dos lóbulos
ou rotores, cria sucessivas câmaras que produzem a aspiração e a movimentação
do produto sem que haja quebra das partículas do mesmo. Este tipo de bomba é
usada para bombear qualquer tipo de produto de variada viscosidade tais como:
molho de tomate, ketchup, polpas de frutas, mostarda, maionese, xaropes
concentrados, sorvetes, manteiga, yogurtes, geléias, etc., (figura-5). A bomba de
lóbulo tem a vantagem de poder funcionar em duplo sentido, facilitando a sua
instalação e flexibilidade de operação.
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ENTRADA DO SAÍDA DO
PRODUTO PRODUTO

LÓBULO

Figura-5: Bomba de Lóbulo e o processo de funcionamento

BOMBA DE PARAFUSO OU FUSOS

Numa carcaça são dispostos 2 ou mais fusos sem fim. O fuso central, com rosca à
direita, é accionado por meio de um eixo e transmite o movimento de rotação aos
dois fusos externos, com rosca à esquerda (figura-6).
Desta maneira, formam-se câmaras fechadas entre fusos externos, a carcaça e o
fuso central, cujo volume não se altera, mas desloca-se continuamente com a
rotação dos fusos da conexão de sucção (azul), até ao lado da pressão (vermelho).
Assim se obtém um fluxo constante continuo, e sem pulsações do fluido.

SAÍDA ENTRADA

ROTOR
PARAFUSO OU
FUSO

Figura-6: Bomba de Parafuso ou Fusos

BOMBA DE DIAFRAGMA

As bombas de diafragma pneumática (necessita de ar comprimido para o seu


funcionamento), funcionam pela ação de um diafragma que são membranas de
borracha resistente e de grande flexibilidade (figura-7). Este tipo de bomba
oferece a vantagem de não haver contato com o produto que está sendo
bombeado e o sistema de acionamento, o que elimina o risco de vazamento e
incorporação de ar no produto. A desvantagem é que a sua capacidade
manométrica é limitada não atingindo grande altura na elevação do produto.
Mesma assim é bastante utilizada no transporte de produtos com viscosidade não
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muito elevada como: maionese, xaropes de açúcar, molhos de tomate, cremes,


polpas de frutas.

A e B são
os Diafragma

Figura-7: Esquema de Bomba de Diafragma

BOMBA HELICOIDAL

Bombas Helicoidais, constam de um estator de borracha cuja parte interna tem a


forma de um parafuso de duas entradas (hélice dupla) com passo elevado e
grande profundidade de rosca. O rotor é um parafuso simples (helicóides), cujo o
passo é metade do passo da rosca do estator. O rotor gira em torno de seu eixo
principal e com este, forçosamente em torno do eixo do estator, realizando-se um
movimento exéntrico deslizante com ação mecânica. Deste modo, os espaços que
se formam entre a parte interna do estator e o rotor deslocam-se axialmente e de
forma contínua com o movimento do rotor, da boca de aspiração para a de
recalque, sem que haja modificações em sua forma nem em seu volume (figura-8).

Figura-8: Bomba Helicoidal e o Esquema de Funcionamento


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Este tipo de bomba pode ser empregada no bombeamento de qualquer tipo de


produto, inclusive aqueles de alta viscosidade tais como: extrato de tomate,
polpas concentradas de sucos, frutas inteiras como ameixa, pêssego, ketchup,
cremes, massa de pão, geléias, etc. Uma característica neste tipo de bomba, é que
a ela não pode funcionar a seco, isto é, sem produto pois, como o estator é de
borracha haverá um superaquecimento do mesmo devido ao atrito ocorrendo a
queima do mesmo prejudicando a eficiência da bomba.

BOMBAS DE AR - COMPRESSORES

No processo industrial, há produtos que são transportados por tubulações


impelidos por ar comprimido através de compressores de ar. O compressor é
basicamente um equipamento eletro -mecânico, capaz de captar o ar que está no
meio ambiente e armazena – lo sob alta pressão num reservatório próprio do
mesmo, ou seja, eles são utilizados para proporcionar a elevação da pressão do
ar. O Transporte Pneumático se refere ao movimento de sólidos suspensos em (ou
forçado por) um fluxo de gás através de tubos horizontais e/ou verticais. É um
dos métodos mais populares para deslocar sólidos na indústria química, em
curtas distâncias. Os transportadores pneumáticos podem ser usados para
partículas que variam de pós finos (acima de 100µm) até grãos de cerca de 1 cm,
com densidades aparentes de 15 a 3200 kg/m3. O princípio básico é a fluidização
do sólido com um fluido que geralmente é o ar ou um gás inerte. O Transporte
Pneumático de sólidos constitui uma aplicação recorrente em processos
industriais, sobretudo devido a sua grande flexibilidade, facilidade de automação,
controle, segurança e baixos custos de instalação e manutenção. O espectro de
materiais que podem ser transportados é bastante grande, incluindo pós,
partículas e grãos. O espectro de materiais que podem ser transportados é
bastante grande, incluindo pós, partículas e grãos. A figura-9, mostra um
fluxograma de transporte de açúcar cristal no processo de produção para
preparado que pode ser para mistura para bolos, refresco em pó, achocolatados.

Figura-9: Fluxograma de Transporte de Açúcar por Bombas de Ar (compressor)


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São vários os modelos de compressores dependendo do tipo de produto a ser


transportado: Compressores de palheta e de parafuso são os mais empregados
para o transporte pneumático de produto.

COMPRESSOR DE AR DE PARAFUSO

Os compressores de ar de parafuso são utilizados para fornecer ar sob alta


pressão para várias aplicações diferentes. Nesse projeto, dois rotores encadeados
giram em direções opostas dentro de um encapsulamento. No lado de sucção do
compressor, o ar é puxado para dentro da abertura de sucção do encapsulamento
e para dentro da cavidade entre a parede do encapsulamento e os dois rotores.
Conforme os rotores giram em direções opostas, a cavidade aumenta de tamanho
e se move para frente, puxando mais ar, até que cavidade tenha passado pela
abertura de sucção no encapsulamento. Nesse ponto, a cavidade começa a
diminuir de tamanho à medida que se move para frente no compressor. Conforme
a cavidade atinge o lado de descarga do compressor, o ar comprimido é
descarregado através da abertura de descarga no encapsulamento. A função dos
rolamentos em um compressor de parafuso é proporcionar um posicionamento
radial e axial preciso dos rotores e apoiar a carga sobre os rotores (figura-10).

PARAFUSO DUPLO PARAFUSO SIMPLES

Figura-10: Compressor de Ar de Parafuso

COMPRESSOR DE PALHETA

O compressor de palhetas possui um rotor ou tambor central que gira


excentricamente em relação à carcaça, conforme mostra a figura-11 abaixo. Esse
tambor possui rasgos radiais que se prolongam por todo o seu comprimento e
nos quais são inseridas palhetas retangulares, conforme é mostrado no detalhe
da figuras abaixo. Quando o tambor gira, as palhetas deslocam-se radialmente
sob a ação da força centrífuga e se mantêm em contato com a carcaça. 0 gás
penetra pela abertura de sucção e ocupa os espaços definidos entre as palhetas.
Novamente observando a figura acima, podemos notar que, devido à
excentricidade do rotor e às posições das aberturas de sucção e descarga, os
espaços constituídos entre as palhetas vão se reduzindo de modo a provocar a
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compressão progressiva do gás. A variação do volume contido entre duas


palhetas vizinhas, desde o fim da admissão até o início da descarga, define, em
função da natureza do gás e das trocas térmicas, uma relação de compressão
interna fixa para a máquina. Assim, a pressão do gás no momento em que é
aberta a comunicação com a descarga poderá ser diferente da pressão reinante
nessa região. 0 equilíbrio é, no entanto, quase instantaneamente atingido e o gás
descarregado.

ROTOR

Figura-11: Compressor de Palheta

O fluxograma da figura-12 mostra um descarregamento de açúcar líquido pelo


processo pneumático. Um compressor opera descarregando do caminhão e outro
compressor opera enviando produto a linha de processamento.

1-compressor
2-filtro
3-aeração
4-válvula
5-compressor

Figura-12: Fluxograma de descarregamento pneumático de produto

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