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1
Escoamento ao redor de um cilindro
2
As equações de conservação que regem o
escoamento independem do regime de escoamento.
Porém o regime turbulento é sempre tri-dimensional e
transiente.
3
Considerando ser possível definir a
velocidade como a soma de um
valor médio mais uma flutuação
u u u
sendo u 0 já que
1 1 1
u u dt u dt u dt
t t t t t t
u zero
4
Somente a escala da turbulência não é suficiente
para caracterizar o escoamento turbulento. É
preciso ter uma noção sobre a "violência" do
movimento. O valor médio da velocidade não pode
ser uma medida da violência do movimento, pois é
exatamente a violência das flutuações em relação a
velocidade média que desejamos saber.
u (u)2
5
As equações de conservação de massa e
quantidade de movimento linear são não lineares e
acopladas.
Como o escoamento turbulento é transiente e
tridimensional, a solução numérica destas equações
traz muitas complicações porque características
importantes dos escoamento turbulentos estão
contidos nas recirculações que possuem apenas
alguns milímetros em tamanho para escoamento
com domínios de muitos metros.
Mesmo o problema mais simples necessitaria uma
malha muito fina.
Além disso, para captar a variação temporal dos
turbilhões, passos de tempo muito pequenos são
necessários.
6
Atualmente existem basicamente três
métodos para se analisar um escoamento
turbulento, os quais serão descritos a seguir.
100 % RANS
LES
0% DNS
Custo
extremadamente Computacional
baixo alto
alto
8
A análise estatística baseia-se no fato de que o
escoamento turbulento pode ser descrito por
um valor médio u e mais uma flutuação u’
(muitas vezes da ordem de 1% a 10% de u )
u'
u
u u u'
t
transiente permanente
9
Note que com relação ao valor médio, podemos
fazer a hipótese de regime permanente, pois
u / t 0
Observamos ainda que se o vetor velocidade é
dado por ,
V (u u) i (v v ) j w k
poderemos fazer a hipótese de 2-D com relação
aos valores médios.
11
Decomposição de Reynolds:
ui ui ui' p p p' ;
Φ Ψ
12
;
'; ' 0 Φ ;
Φ Ψ
ψ ψ ΦΨ
' ψ ' ψ 0
ds Φ ds Φ
s s
13
Correlação entre variáveis
Vimos que a média de uma flutuação é nula. No entanto, a média do
produto de duas flutuações só é diferente de zero, se estas forem
correlacionadas, se estas não forem correlacionadas, a média é nula.
14
De um modo geral, tem-se
u' v' 0
15
Uma vez que o divergente e o gradiente são
diferenciações, as regras acima podem ser estendidas para
um vetor com flutuação e sua combinação com um escalar
com flutuação
div a div A
div ( a) div ( a) div ( A) div ( a )
16
As equações de Navier-Stokes médias no tempo são apresentadas a
seguir:
Equação da continuidade uj
0
t x
j
uj
uj
para constante
xj
0 0
xj
17
Equação de Conservação de Quantidade de
Movimento Linear
u u j ui p u uj 2 u
i gi i k ij
t x
x j xi x
j j x xi 3 k
Para propriedades variáveis a equação média no tempo de Navier-Stokes é
u u j ui
i p gi
t x xi
j
ui u j 2 uk ( ui uj )
ij
x j x j xi 3 xk x j
O termo ui u j é denominado tensão de Reynolds, e envolve os
' '
componentes das flutuações da velocidade que não são conhecidas.
Com muita freqüência o tensor de Reynolds é definido ui' u'j
18
Tensão de Reynolds
A tensão viscosa corresponde a uma transferência de quantidade
de movimento a nível molecular.
A tensão de Reynolds corresponde a uma transferência de
quantidade de movimento devido ao campo de velocidades
flutuantes
O tensor de Reynolds ui' u'j u'j ui' é de 2a. ordem e é
simétrico
Os componentes da diagonal são as tensões normais, enquanto
as tensões fora da diagonal são as tensões cisalhantes
A energia cinética turbulenta é definida como a metade do traço
do tensor de Reynolds 1
ui' ui'
2
é a energia cinética por unidade de massa do campo de
velocidade flutuante
19
Modelos RANS
Determinar diretamente as Tensão de Reynolds,
através de suas equações de conservação
20
Modelos de Viscosidade Turbulenta
Os modelos de viscosidade turbulenta são baseados no conceito da
viscosidade turbulenta introduzido por Boussinesq em 1877. Boussinesq
propõe para o núcleo turbulento uma analogia entre as tensões
turbulentas e as tensões existentes no regime laminar.
Vimos que a tensão viscosa para um fluido Newtoniano é
2
[grad V (grad V ) ] div V I
T
3
ui uj 2 uk
ij ij
xj
xi 3 xk
21
Fazendo uma analogia entre a tensão laminar e turbulento, a tensão
turbulenta é definida como:
u u j 2 u
ui u j t i k ij 2 ij
x j xi 3 xk
t
3
onde t é a viscosidade turbulenta.
O termo é a parte isotrópica do tensor e é introduzido para
representar a pressão dinâmica associada aos turbilhões, em
analogia à pressão estática, termodinâmica. é a energia cinética
turbulenta, definida como
2
1 '2
ui
1 '2
u v'2 w'2
2
Com a substituição da expressão para a tensão de Reynolds na
equação média de quantidade de movimento, obtêm-se a seguinte
expressão para a equação de conservação de quantidade de
movimento linear para regime turbulento baseada no conceito da
viscosidade turbulenta
22
ui ui p
u j gi
t x x
j i
ui u j u u j 2
( ) u k
t i
2
ij ij
t
x j x j xi x j xi 3
xk 3
ui
ui P ui u j
uj ef gi
t
x j xi x j
j
x xi
(*)
onde P é a pressão modificada, definida como
2 u k 2
P p t
3 xk 3
23
A equação (* ) não constitui um modelo de turbulência por si só, mas
é a base para construção de um grande número de modelos de
turbulência simples e complexos, cujo ponto de partida é a avaliação
da viscosidade turbulenta t.
núcleo
turbulento
<< t
camada amortecedora
t
sub-camada laminar
> > t
24
Diferentes modelos têm sido propostos para a avaliação da
viscosidade turbulenta. Cada modelo apresenta um grau de
complexidade diferente e com uma abrangência diferente.
diferenciais
modelos de uma equação diferencial
25
VISCOSIDADE TURBULENTA
Interpretação física:
t Vc Lc
onde Vc e Lc são, respectivamente, a velocidade e o comprimento
característico ou típicos da escala de movimento.
26
Modelos Algébricos
27
Modelo de Comprimento de Mistura:
A Hipótese do Comprimento de Mistura foi desenvolvida por Prandtl
(1925), considerando um escoamento turbulento simples com
u u ( y) ; v w 0
Considere que em um escoamento turbulento ao longo de uma parede,
porções de fluido se juntam e se movimentam através de um
determinado comprimento m sem alterar sua quantidade de movimento
na direção x.
Vamos analisar o movimento de uma porção de
fluido começando em y = - m e se deslocando
u ( m ) com velocidade v positiva (v' > 0) até a posição
y =0. Sua quantidade de movimento por unidade
u (0 ) v' <0 de volume é u ( m ) . Considerando que o
fluido mantém sua quantidade de movimento, sua
u ( m ) v' >0 velocidade na nova posição y=0 é menor do que a
velocidade a existente lá. A diferença entre as
velocidades na nova posição será
u1 u ( 0 ) u ( m )
28
esta diferença de velocidades pode ser estimada utilizando uma
expansão em série de Taylor
u
u1 m
y y 0
u'
1
u1 u 2 m u
2 y y 0
29
Analisando a equação anterior, pode-se interpretar o comprimento de
mistura, como sendo a distância que deve ser percorrida por uma
porção de fluido com sua velocidade original de tal forma que a
diferença entre os valores de sua velocidade e o da velocidade na
nova região seja igual ao valor médio da flutuação de velocidade
naquela região.
u
v' c u' c m
y y 0
onde 0 < c < 1.
30
Para avaliar o produto u' v' , podemos notar que uma condição de
v' > 0 geralmente está associada a uma condição de u' < 0, já que
porções de fluido vindas de regiões com menores velocidades tendem
a produzir uma redução de velocidade (flutuação) no novo meio.
Usando o mesmo argumento, podemos associar à condição de v'<0
valores de u' > 0. Desta forma, a tensão cisalhante u' v' pode ser
escrita para o perfil de velocidade representado na figura como
31
A expressão anterior, deve ser modificada, para que o sinal da tensão
turbulenta seja coerente para diferentes perfis de velocidade, logo
u u
u ' v' 2m
y y
já que t Vc m
32
A distribuição de m deve ser especificada algébricamente.
1/ 2
u u j u i
t 2m i
x j xi x j
33
Distribuição do Comprimento de Mistura
O valor do comprimento de mistura m varia de acordo com
o tipo de escoamento:
m y para y (l / )
m l para y (l / ) y
35
escoamentos desenvolvidos em dutos: Neste caso, a
fórmula de Nikuradse é satisfatória (R é o raio da tubulação
e y é a distância à parede)
2
m 1 1, 25 r 1 d q
0 r
q
onde r é o comprimento do raio
desenhado a partir de um certo
ponto até a parede do duto ao
longo da direção q.
36
Comentários sobre o Modelo de Comprimento de Mistura
O modelo é limitado a escoamento simples, não sendo
capaz de responder a mudanças rápidas no escoamento, a
recirculação de escoamentos, a efeitos de turbulência na
corrente livre, etc.
O fato de t ser zero quando u/y é zero é uma implicação
inconveniente; causando a inexistência de fluxo de calor
turbulento através de planos com gradiente de velocidade
nulo.
Mesmo para escoamentos simples, a distribuição de m não
é universal. Dificuldades ocorrem quando uma camada de
mistura torna-se um jato, quando um jato encontra-se com
uma camada limite próxima a uma parede, etc.
Para escoamentos complexos, não existe esperança de se
prescrever uma distribuição útil para m .
37
Estrutura da Turbulência em
Escoamentos Junto à Superfícies Sólidas
38
A figura baixo, ilustra dados experimentais para a distribuição de
tensões de Reynolds ( u '2 , v '2 ,w'2 ; u ' v' ) e velocidade média ( u )
junto a uma parede sólida, onde U é a velocidade do escoamento
longe da parede. Como pode ser observado, as maiores
intensidades das flutuações de velocidade ocorrem na região
adjacente à parede, onde os gradientes de velocidades são muito
elevados e, como conseqüência a geração da turbulência Pk
também é elevada
39
A figura seguinte ilustra a distribuição de tensão total e turbulenta
para um escoamento turbulento em um canal formado por placas
paralelas, distantes entre si de H. Note que na maior parte do
escoamento as tensões se devem exclusivamente aos termos
turbulentos. Apenas junto à parede, onde as flutuações devem ir a
zero, as tensões laminares dominam.
l t
t u' v'
u ' v'
40
A figura a seguir ilustra os componentes de flutuação turbulenta em
um canal.
41
Para caracterizar a turbulência, além da distribuição das flutuações
da velocidade, pode-se utilizar a função de correlação
u1 u2
R
u1 2 u2 2
42
O comprimento característico da estrutura turbulenta do escoamento
ou comprimento de escala turbulento é
D/2
R( r )dr
0
43
Correlação de espaço-tempo consiste em avaliar dois
componentes da velocidade em diferentes posições e diferentes
instantes de tempo
44
Uma descrição alternativa da turbulência pode ser obtida com uma
análise da freqüência.
Espectro:
Seja n a freqüência e F(n) a fração da raiz quadrada da flutuação
longitudinal u 2 que existe no intervalo de freqüência de n a
n+dn.
F(n) é a distribuição espectral de u
2 . Representa a densidade
45
Distribuição de espectro de u 2 da camada limite sobre uma placa
plana
Os maiores valores de energia estão
associados as menores freqüências.
A medida que a freqüência cresce, o
espectro de energia varia de acordo
com a teoria de Kolmogorov,
F(n) n-5/3.
Para freqüências mais altas, o espectro
de energia decai mais rapidamente
devido a ação da viscosidade
cinemática. De acordo com
Heissenberg, F(n) n-7
A partir da distribuição do espectro de
energia, pode-se verificar que uma
corrente turbulenta possui turbilhões de
vários tamanhos, já que a freqüência é
inversamente proporcional ao
comprimento de onda.
46
Perfil de Velocidade na Região da Parede
Vamos agora estimar o perfil de velocidade em cada uma das
zonas na região próxima à parede, a partir das equações de
conservação.
uj
0
xj
ui
t
uj
ui
xj
xj
ui
xj xi xj
p ui' u 'j
Vamos definir velocidade e distância adimensionais como
u
u
u* y
y
u*
u* s /
47
Considerando que próximo a parede o gradiente de pressão é
desprezível p / x 0 , e que 0 ; u / x 0 , a equação de
quantidade de movimento linear se reduz a
u
u ' v' 0
y y
logo
u
u ' v' cte s
y
Numa vizinhança imediatamente adjacente à parede, na sub-camada
laminar, existe uma região onde os termos viscosos dominam,
u
s
y
integrando a equação, obtemos y
u s
48
A conclusão é que o perfil de velocidade de um escoamento turbulento
possui forma linear na região muito próxima à parede. Podemos
concluir ainda que u+ e y+ e são variáveis de similaridade para esta
região. Dados experimentais mostram que esta relação é válida para
y+ < 5.
u ' v' s
49
Infelizmente, não podemos integrar a equação acima, sem a introdução
de uma relação constitutiva que permita modelar o termo turbulento.
Assumindo que próximo a parede a aproximação do comprimento de
mistura se aplica, podemos reescrever a tensão turbulenta como
u ' v' t
u
y
u* u
y
u* k y uy
igualando a tensão turbulenta com a tensão cisalhante na parede
temos
u
u k y
* u
s
1
y y k y
50
A figura a seguir ilustra uma comparação entre os perfis para a região
da sub-camada laminar e região turbulenta e dados experimentais,
onde observa-se excelente concordância
51
Camada Limite Turbulenta: Placa Plana
1/ 7
Para estimar o perfil de velocidade médio turbulento sob u y
uma placa plana, pode-se utilizar expressões empíricas U
As expressões anteriores são de difícil utilização, pode-se então utilizar um perfil mais
simples, obtido empiricamente para avaliar a velocidade na região da camada limite no
A espessura da camada limite pode ser estimada a partir da seguinte
regime turbulento
correlação empírica
u 0,381
1 10270
/7
y
x Re1/5 Re x
U x
Infelizmente, este perfil não é adequado para avaliar a tensão cisalhante na parede, pois prevê
u / y na parede. Recomenda-se a utilização do seguinte perfil empírico
1/ 4
2
s 0,0233 U U para Rex > 5 x 105
52
A espessura da camada limite pode ser estimada a partir da seguinte correlação empírica
O coeficiente de atrito local pode ser obtido, sendo igual a
s (x) 0,0592
Cf ( x ) Cf ( x ) para 5 x 105 Rex 107
U
2 / 2 Re1x / 5
A variação da tensão ao longo da superfície encontra-se ilustrada na figura abaixo. Para determinar a força
resultante em uma placa é preciso levar em consideração que na parte anterior da plca, x < xc o regime é laminra
e a tensão cai com x - 1/2, e em xc ocorre uma mudança de regime, a transferência de quantidade de movimento
cresce, e a tensão cisalhante cresce substancialmente, passando a cair com x - 1/5 .
x-1/5
x-1/2 turbulento
laminar
xc x
53
A força sobre a placa é
U
2 U
2 L
F s A s s (x) d A s Cf ( x ) d A s Cf ( x ) b dx
2 A 2 0
s
2 x c
U L U2
Cf lam ( x ) b d x Cf turb ( x ) b d x Cf L A s
2 0 2
xc
L xc
1
Cf L Cf turb ( x ) d x [Cf turb ( x ) Cf lam ( x )] d x
L
0 0
0,074 1740
Cf L para 5 x 105 Rex 107
Re1L/ 5 Re L
0,455 1610
Cf L para 5 x 105 Rex 109 (**)
log Re L 2,58 Re L
54
Se xc< < L , a camada limite sobre a placa é praticamente toda turbulenta, pode-se então
aproximar o coeficiente de atrito médio para
0,074
Se xc< < L então Cf L para 5 x 105 Rex 107 (++)
Re1L/ 5
0,455
Se xc< < L então Cf L para 5 x 105 Rex 109 (##)
log Re L 2,58
(++)
(##)
(**)
1,328
Cf L
ReL
55
ESCOAMENTO HIDRODINÂMICAMENTE
DESENVOLVIDO TURBULENTO
nos escoamentos hidrodinâmicamente desenvolvidos em tubos
horizontais, tanto no regime laminar quanto turbulento, a queda de pressão
é somente devido às tensões tangenciais nas paredes da tubulação.
p 1
0 r
x r r
p r
x 2
p R
a tensão na parede é s (r R)
x 2
56
No entanto, o perfil de velocidade varia substancialmente para cada
regime de escoamento pois a relação entre a tensão cisalhante e o
gradiente de velocidade não é a mesma. Como já foi visto, no regime
turbulento.
u u
( t ) ef ; ef t
r r
Para avaliar o perfil de velocidade, precisamos de um modelo de
turbulência para determinar a viscosidade turbulenta.
57
Podemos também, assim como para a camada limite, utilizar dados
empíricos.
Para um tubo liso, o perfil de velocidade pode ser aproximado pela “lei de
potências” de forma análoga ao regime turbulento na camada limite
1/ n
u r
1
u max R
O expoente n depende do
número de Reynolds, baseado
na velocidade máxima
U u max
e no diâmetro, de acordo com a
figura
58
Conhecido o perfil de velocidade, a velocidade média pode ser facilmente obtida
R um 2 n2
Q u m AT u dAT u 2 r d r
AT 0 u max (n 1) (2n 1)
59
Na prática, com muita freqüência, especifica-se o expoente n =7 independente
do número de Reynolds.
O lei 1/n aproxima bem o perfil de velocidade em quase todo o domínio, com
exceção da região próximo à parede, não sendo possível estimar o atrito a partir
deste perfil.
Utiliza-se então dados empíricos para estimar o fator de atrito, o qual depende
não só do número de Reynolds, mas da rugosidade relativa da tubulação.
f f (Re, / D )
O fator de atrito nada mais é do que uma queda de pressão adimensional ou
tensão cisalhante na parede adimensional p
D
x 4 s
f
1 2 1 2
um um
2 2 60
Na prática, com muita freqüência, especifica-se o expoente n =7
independente do número de Reynolds.
61
A rugosidade relativa
depende do material
da tubulação e do
diâmetro da mesma
62
O fator de atrito pode ser avaliado a partir do diagrama de Moody
63
A representação gráfica é conveniente e facilita a determinação do fator
de atrito, no entanto, quando desejamos utilizar de forma sistemática em
um programa de computador por exemplo, é desejável, representar a
informação do diagrama de Moody por uma correlação.
1 / D 2,51
2,0 log
0,5 Re f 0,5
f 3,7
A correlação de Colebrook é uma equação transcendental, isto é, não é
possível explicitar o valor do fator de atrito. É necessário resolver de
forma iterativa. Miller recomenda como estimativa inicial para o processo
iterativo, a seguinte expressão
2
/ D 5,74
f o 0,25 log
3,7 Re
0,9
64
Dutos com seção transversal não
circular
p
D h
4s x
Fator de atrito f l
1 2 1 2
um um
2 2
4s
f l
1 2
um
2
p
Dh
x
f
1 2
um
2
66
Analisando curvas de iso-velocidades nestes dutos, observa-se altas
velocidades nas quinas.
O escoamento secundário continuamente transporta “momentum” do
centro para as quinas, gerando altas velocidades
67
Dutos rugosos
Fator de atrito para duto rugoso com areia:
4s
f l
1 2
um
2
p
Dh
x
f
1 2
um
2
1/ n
u r
1
u max R
69
Lei logarítmica de velocidade
u ln y 5 ; 0,4
u 1
Duto liso: u*
u
u y
5,75 log B
u* ks
B 5,5 2,5 ln( k s )
u 5,75 log y D
u
u*
D 8,5 5,75 log(k s )
70
Distribuição de Energia Turbulenta
O movimento oscilatório continuamente extrai energia do
movimento médio principal através das tensões turbulentas, sendo
que esta energia é completamente dissipada em forma de calor
devido à ação da viscosidade nas altas freqüências (pequenos
vórtices).
1
Energia cinética E ( x , t ) u u
2
1
< E ( x , t ) > u u < E ( x , t ) > E ( x , t )
2
1 1
E ( x, t ) u u , u u
2 2
71
A evolução da energia cinética instantânea pode ser obtida da equação
de Navier-Stokes
DU j ij 1 U i U j
onde ij p ij 2 Sij e Sij
Dt xi
2 x j xi
D E 1 D U U DU DE E
U ; (U E )
Dt 2 Dt Dt Dt t
U j ij 1 (U j ij )
DU j U j
Uj ij
Dt xi xi xi
1 (U j ij ) 1 U j U i
ij ji
xi 2 xi
x j
1 (U j ij )
ij Sij
xi
72
Vimos que para um fluido Newtoniano
DU j p p
Uj U j ij 2 Sij ij 2 Sij Sij
Dt xi
U i ( p / ) 2 U j Sij
p
Sii 2 Sij Sij
xi xi
Definindo Ti U i p / 2 U j Sij
DE
tem-se T 2 Sij Sij
Dt
E
(u E ) T 2 Sij Sij
t
Dissipação viscosa representa a conversão
de energia mecânica em energia térmica
73
Energia cinética média: calculando a média da equação de energia
< E >
(< u E >) < T > < 2 Sij Sij >
t
< E > ( E E ) E
t t t t
1 1
(< u E >) (< u u u >) (< ( u u)(u u) ( u u) >)
2 2
1 ui u j 1 ui u j
Sij ; Sij sij
2 x j xi 2 x j xi
75
Ti U i p / 2 U j Sij
Definindo:
Ti u j 2 Sij 2ui u j ui p /
Ti 2 u j sij ui u j u j ui p /
( u u u u E < T > ) T T
76
Dissipação viscosa
Definindo:
dissipação turbulenta:
2 sij sij
77
Energia cinética média
E
< > < (u E ) > < T > < 2 Sij Sij >
t
E
( u E ) ( u ) T T
t t
2 Sij Sij 2 sij sij
D E D
T T
Dt Dt
78
Energia Cinética do Escoamento Médio e Turbulenta
79
PRODUÇÃO
(i) Somente a parte simétrica do tensor gradiente de velocidade afeta a produção
ui uj Sij
(ii)Somente a parte anisotrópica do tensor de Reynolds afeta a produção
aij Sij 2
aij ui uj ij
3
(iii) De acordo com a hipótese de viscosidade turbulenta
a produção é 2 S S 0
t ij ij
DISSIPAÇÃO
Na equação de , o sorvedouro é a dissipação da energia cinética
turbulenta ou simplesmente dissipação.
O gradiente das velocidades flutuantes u’i / x i trabalha contra a
tensor deviatórico de flutuações ( 2 sij) e transforma a energia
cinética em energia interna.
A dissipação é sempre positiva.
80
Modelos de Turbulência
Diferenciais
Os modelos algébricos não são capazes de prever de
forma adequada escoamentos mais complexos. Desta
forma, surgiram os modelos de turbulência diferenciais
modelos de uma equação diferencial
modelos de duas equações diferenciais
modelos de n equações diferenciais
Além das flutuações das velocidades do escoamento,
todas as outras grandezas relevantes também flutuam,
dando origem a fluxo turbulento de grandezas escalares.
81
Modelos de Difusividade Turbulenta
Para avaliar o fluxo de difusão turbulento de uma grandeza escalar,
também é possível fazer uma analogia com o fluxo de difusão molecular.
u 'j ' G t
x j
ui' 1 / 2
2
1 '2
ui
1 '2
u v'2 w'2
2
83
a viscosidade turbulenta pode então ser avaliada por
t 1 / 2
D ui
T Ti ui uj uj ui p / 2 u j sij ui uj
Dt xj
84
Termo de produção Pk =
Este termo representa a taxa de transferência de energia do escoamento
médio para o mecanismo de turbulência
ui
P ui' u 'j
xj
Para os modelos baseados na hipótese de viscosidade turbulenta,
utiliza-se o modelo já apresentado para a tensão de Reynolds, e o termo
de produção pode ser escrito como
u u j 2 uk u
P t i ij i
x j xi 3 xk x
j
Para fluidos incompressíveis, como o divergente da velocidade é nulo,
temos
ui u j ui
P t
xj x xj
i
85
Termo de difusão Dk D T
1 ui uk
Ti ui uk uk ui p / 2 uk sik sik
2 xk xi
Tj
D e j Ti ei
xj xj
' p'
u
u j
2
D u j 2 k'
xj x
k 2
k x j
87
O transporte difusivo molecular de é
2
x 2j
88
Termo de dissipação de energia cinética turbulenta,
Vimos que o trabalho de energia por unidade de volume devido à
dissipação viscosa é definido como Φ : D ,logo trabalho de
energia por unidade de volume devido à dissipação viscosa de um
turbilhão, ou dissipação da energia cinética é ' : D ' , então
ui' ui'
xj xj
Para avaliar a dimensão da dissipação, vamos considerar que a
energia dissipada por um vórtice de dimensão L pode ser estimada da
seguinte forma
u2
area u u2 2
Potencia Forca u 2 L u
u3
2
massa L 3 L
3 / 2
c
89
Equação de Conservação de Energia Cinética Turbulenta
Vimos que o trabalho de energia por unidade de volume devido à
dissipação viscosa é definido como ,logo trabalho de
energia por unidade de volume devido à dissipação viscosa de um
turbilhão, ou dissipação da energia cinética é , então
ui u j ui
t
xj
uj t
xj
xi x j
2 3 / 2
t c
s xj
2
onde t
1/ 2
90
Modelos De Duas Equações
Estes modelos consistem na solução de duas equações
diferenciais para avaliar a viscosidade turbulenta. Na
elaboração de um modelo de duas equações, faz sentido
continuarmos utilizando a equação para a energia cinética
, devido ao pouco empiricismo usado na sua obtenção.
Como podemos utilizar qualquer combinação do tipo para
a segunda variável, várias propostas surgiram ao longo
dos anos:
Freqüência de vórtices f ( f = ½ -1) (Kolmogorov, 1942)
Produto energia versus escala de comprimento
(Rodi e Spalding, 1970)
Vorticidade w (w -2 ) (Wilcox, 1988)
Dissipação ( 3/2 -1 ) da energia cinética turbulenta
(Harlow e Nakayama, 1968 e Launder e Spalding, 1974)
91
Modelo
O modelo é sem dúvida o modelo que tem recebido maior atenção
devido, principalmente, aos trabalhos de Jones e Spalding (1972,
1973) e Launder e Spalding (1974). Neste modelo a velocidade
característica continua sendo Vc 1/2 e o comprimento característico
é obtido em função da dissipação ( u 3 / u 3 / 3 /2 / .
A viscosidade turbulenta é (t c 1/2 3/2 -1 ), ou melhor
c 2
t
2
ui'
xj
92
Equação de Conservação da Dissipação da Energia
Cinética Turbulenta
93
Os termos da equação de transporte de podem ser agrupados de
tal forma a representarem mecanismos físicos distintos
t
xj
uj D P d
Termo de difusão Dk
A difusão De de é aproximada usando o gradiente de :
t
D
x j s x j
onde s é o número de Prandtl de dissipação de energia cinética
turbulenta, sendo um parâmetro empírico.
94
Termo de Produção P
A produção de P de deve ser balanceada pela produção P de ,
para evitar um aumento ilimitado de . Assim
P P
95
Equações de Conservação do Modelo Padrão
t
xj
u j P
t
s
x j xj
t
u j
t
x j s
c1 P c2
xj
x j
ui u j ui 2
P t t c
xj x xj
i
96
O modelo é robusto, econômico e apresenta precisão razoável,
razão pela qual é muito usado industrialmente para simular
escoamentos. No entanto, existem diversas variantes em relação a
estas equações.
Pode-se simplificá-la ainda mais para escoamentos com altos números
de Reynolds. ef t t
97
Modelos de Viscosidade Turbulenta - Região da Parede
Como vimos, os modelos de viscosidade turbulenta se baseiam na
hipótese de Boussinesq, onde a tensão turbulenta é obtida por
u uj 2 u
ui u j t i k ij 2 ij
x j xi 3 t xk
3
e o escoamento pode ser determinado pela solução da equação média
de conservação dado por
ui
t
uj
ui
xj
xj
ui
p ui' u 'j
xj xi xj
A maioria dos modelos apresentados para a viscosidade turbulenta,
seja de zero equação, uma ou duas equações diferenciais são válidos
longe da parede. Na região da parede emprega-se a Lei da Parede ,
isto é a solução exata de u+ y+ válida para a região da parede.
Recomenda-se a utilização do perfil logaritmo para y+ > 11.
Para os modelos de uma ou duas equações diferenciais informações
adicionais relativas a energia cinética turbulenta e a taxa de dissipação
de k na região da parede devem ser obtidas.
98
Energia Cinética Turbulenta k
Na região próxima a parede (y+> 11) a produção da energia cinética se
iguala com a sua destruição, então P
99
Concluímos então que como a tensão cisalhante é aproximadamente
constante na região da parede, a energia cinética turbulenta também
o é. Como o valor da tensão cisalhante na parede não é conhecido,
uma condição de contorno conveniente para k é
0
y
s
u* u * c 1 / 4 1 / 2
100
Dissipação da Energia Cinética Turbulenta k
No caso dos modelos de duas equações, precisamos obter uma
expressão para a dissipação turbulenta na região da parede. Novamente,
vamos considerar equilíbrio entre a produção e destruição de k.
P
onde 2
u u u
P u ' v ' t
y y y
c 2
Neste caso a viscosidade turbulenta é t
u u*
u
c1 / 2 c 1 / 2
y /( u )
* y
101
Como já vimos na região turbulenta u 1
y k y
então
3 / 4 3 / 2
c
u* 1 1
c 1 / 2 c 1 / 2 u*
/( u * ) k y k y k y
c 1 / 4 1 / 2
3 / 4 3 / 2
c
finalmente, obtemos
k y
Precisamos estimar o comportamento do componente vertical de
velocidade na região da parede. Vimos que a equação da
continuidade é u v
0
x y
102
Escoamento Cisalhante Livre
São escoamentos afastados de
paredes.
Jatos, esteiras, camadas de mistura
Turbulência se desenvolve devido a
diferenças de velocidades
Freymuth, 1966
103
Exemplos de Todos os escoamentos ilustrados
apresentam uma direção de
escoamentos escoamento médio dominante podendo
ser analisado com as equações de
cisalhantes livres camada limite em vez das equações
completas de Navier- Stokes
104
Jato Circular
Regime permanente
Simetria angular
Escoamento governado pelo
número de Reynolds:
Re = Uj d /
x/d > 25
Região de
Campo de Velocidade Média desenvolvimento
0 < x/d < 25
<U> simétrico
<W>=0
<V> uma ordem de grandeza inferior
105
Velocidade da linha de centro: Uo
Velocidade na linha de centro <U(x,0,0)> =Uo (x) decai a medida que
se afasta do bocal.
106
Variação do inverso da velocidade da linha de centro ao longo da
direção axial
Uo ( x) B
Uj ( x xo ) / d
onde B é uma constante
empírica.
107
Taxa de alargamento S do jato r1/ 2
S
x
Estimativa:
D r1 / 2 D r1 / 2 u U
v' L r1 / 2 o U o
Dt Dt r r1 / 2
v' >0 D r1 / 2 r
Uo 1 / 2
Dt x
r1 / 2
então cte S
x
108
A taxa de alargamento na região auto-similar é
r1 / 2 ( x ) U o
O número de Reynolds local é definido por Reo ( x )
Reo independe de x.
109
A constante B e a taxa de alargamento S também independem do número de Reynolds
Panchapakekan e Hussein et al (1994) Hussein et al (1994)
Lumley (1993) hot wire data laser-doppler data
Re 11000 95500 95500
S 0,096 0,102 0,094
B 6,06 5,9 5,8
110
Tensões de Reynolds u = flutuação da velocidade
u2 u v 0 Simetria angular: uwv w0
ui u j u v v 2 0
Tensões normais são pares
0 0 w2
Tensão cisalhante é impar
No centro: v 2 w2
uo ( x ) u 2 em ( r 0)
uo ( x ) / U o tende para
um valor constante , logo
uo(x) e Uo (x) caem com x-1
Após a região de
desenvolvimento, as
tensões de Reynolds são
auto-similares
111
Uma vez que a tensão de Reynolds é positiva quando <U>/r é
negativo, e tende a zero quando <U>/r tende a zero, pode-se
definir uma viscosidade turbulenta positiva t=t/ tal que
U
u v t
r
Como os perfis de <u v> e <U>/r são
auto-similares, o perfil da viscosidade
turbulenta também é
t Uo ( x ) r1 / 2 ( x ) ˆt ( )
112
Schlichting (1933) resolveu as eqs. de U r
f ( ) ;
monentum e continuidade definindo Uo ( x xo )
A solução é 1
f ( ) ; a ( 2 1) / S 2
(1 a 2 )2
viscosidade turbulenta t S
ˆt
U o ( x ) r1 / 2 8( 2 1)
S 8( 2 1) ˆt
S 0,094 se ˆt 0,028
número de Reynolds turbulento
Uo ( x ) r1 / 2 ( x ) 1
Ret 35
t ˆt
113