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Introdução

O estudo dos fenômenos elétricos é importante para compreensão dos


complexos processos físicos e químicos que envolvem a vida, são chamados de
fenomenos eléctricos os fenómenos que envolvem a eletricidade como a tensão, a corrente, o
campo magnético, a eletrostática a eletrólise, os trovões, os raios, os condutores, os isolantes
etc.

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Fenómenos eléctricos

O mais antigo fenómeno eléctrico que se conhece, citado já por escritores gregos
da antiguidade (Tales de Mileto séc.VII a.C.), é a propriedade de o âmbar amarelo atrair
pequenos corpos depois de friccionado (electrização). A Antiguidade conheceu também
o fenómeno magnético da atracção exercida sobre o ferro por um íman natural de
magnetite e Aristóteles (séc.IV a.C.) chegou mesmo a notar a magnetização passageira
do ferro macio sob a influência deste íman natural. Mas não se sabe quando se terá
descoberto que um íman livre de rodar em volta de um eixo toma sempre a mesma
orientação, nem a época mais recente em que se começou a aplicar tal propriedade na
navegação.
No começo do século XVIII, os conhecimentos sobre a electricidade pouco
tinham avançado; generalizara-se a todos os corpos (isoladores e condutores) a
propriedade de atracção conhecida no âmbar; reconhecera-se a existência de dois tipos
diferentes de electrização, levando à distinção entre electricidade positiva (ou vitrea) e
negativa (ou resinosa); construira-se a primeira máquina electrostática que ampliou
muito o campo das experiências e levou à descoberta da electrização por influência;
concebera-se o primeiro aparelho de medida do poder de atracção dos corpos a que se
deu o nome de electroscópio.
No decorrer do mesmo século, os progressos são já sensiveis: faz-se circular pela
primeira vez uma carga eléctrica entre dois corpos electrizados através de um fio
metálico; aparecem os condensadores; verifica-se o fenómeno conhecido por poder das
pontas e assiste-se à primeira realização prática no campo da electricidade. Entretanto,
surgem as primeiras interpretações teóricas dos fenómenos: admite-se que o atrito não
cria a electricidade mas modifica a sua distribuição nos corpos se friccionam;
demonstra-se que se podem estender ao magnetismo os resultados teóricos válidos para
a electrostática. Dos estudos quantitativos de Coulomb sobre as forças de atracção e
repulsão entre corpos electrizados prova-se que as mesmas são inversamente
proporcionais ao quadrado da distância que os separa (Lei de Coulomb ou das acções
mútuas entre cargas pontuais, 1759); das experiências de Galvani e de Volta e da
controvérsia surgida entre ambos sobre as causas das contracções veificadas nos
músculos de uma rã ao contacto de dois materiais diferentes, resultou a descoberta da
pilha eléctrica (pilha de Volta, 1800) com que se dá inicio ao estudo da corrente
eléctrica. Um ano depois, realiza-se a primeira experiência de incandescência de um fio
metálico, demonstrando-se o efeito calorifico da passagem da corrente eléctrica.
Apesar dos esforços desenvolvidas durante este século no estudo da interacção
dos fenómenos eléctricos e magnéticos, só em 1919 Oersted verifica que uma agulha
magnética é desviada pela passagem de uma corrente eléctrica; e Faraday descobre,
alguns anos mais tarde, o fenómeno da indução magnética (1831). Prosseguindo as
experiências e desenvolvendo os estudos teóricas, Ampere, Biot, Savart, Lenz, Gauss e
Laplace lançam os fundamentos da electrostática e do electromagnetismo, cujas
expressões matemáticas gerais só mais tarde são deduzidas por Maxwell (1873).
Entretanto, é introduzida a noção de resistência eléctrica de um circuito e estabelecida a
relação entre diferença de potencial e corrente eléctrica (Lei de Ohm, 1827),
generalizando-se mais tarde os resultados a circuitos fechados com derivações
(Kirchhoff, 1838) e concebendo-se a primeira ponte de medição de resistência
(Wheatstone, 1844). Joule estuda os efeitos térmicos da corrente eléctrica e deduz a lei
que tem o seu nome (1841), o que irá permitir a Clausius a medição do equivalente
mecânico da caloria (1852) ; Faraday define as leis quantitativas da electrólise (1833),
cuja explicação Arrhenius encontrará mais tarde com a sua teoria da ionização (1857).

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As aplicações práticas da electricidade são cada vez maiores: nasce a
galvanoplastia (1837) e fabricam-se os primeiras acumuladores (Planté, 1859); Morse
constrói o seu primeiro aparelho (1843), Bell realiza a primeira experiência de
tranmissão a distância da voz humana (1876) e Baudot apresenta o telégrafo impressor
(1878). Após as máquinas eléctricas experimentais, surgem em 1860 os primeiros
geradores industriais de energia eléctrica em corrente alternada e, em 1869, Gramme
constrói o primeiro dínamo. O transporte de energia a distância, realizado pele primeira
vez em 1873, sofre um enorme desenvolvimento a partir de 1884 com a invenção do
transformador. Ferraris estuda as correntes polifásicas e Tesla concebe o motor de
campo girante ou de indução (1885). Nos fins de século preconiza-se a utilização da
hulha branca e inicia-se a construção das primeiras centrais hidroeléctricas sobretudo
depois da invenção da lâmpada incandescente com filamento de carvão (Edison, 1882),
mais tarde substituido pelo tungsténio (1904), ter facilitado a iluminação dos grandes
centros populacionais. No domínio da electrónica verifica-se a existência dos raios
catódicos (1868) e das radiações devidas a partículas positivas (1886) e põe-se em
evidência a sua natureza corpuscular; descobrem-se os raios X (Roentgen, 1895) e
demonstra-se a sua natureza ondulatória. A invenção da célula fotoeléctrica, do
oscilógrafo catódico, das lâmpadas diodos e triodos torna possível a radiodifusão, o
cinema sonoro, a televisão, o radar. A teoria unificada de Maxwell (1881) deixava supor
a existência de ondas electromagnéticas, que Hertz obtém e estuda (1889), permitindo a
Marconi, após a invenção da antena, realizar a primeira transmissão de sinais T.S.F.
(1895).
Os progressos mais recentes no estudo da electricidade acompanham as
descobertas no domínio da constituição da matéria: Becquerel descobre a
radioactividade (1896); Milikan determina a carga do electrão (1912). O emprego do
espectógrafo de massa leva ao conhecimento da mossa dos átomos e dos iões e à
descoberta de novas partículas (positão, neutrão). Novas teorias (relatividade, quanta,
mecânica ondulatória, supercondutividade) completam os conhecimentos sobre a
natureza da electricidade e alargam continuamente o seu campo de aplicação, tornando-
a um factor essencial do progresso da Humanidade.

Electricidade

A eletricidade abrange uma variedade de fenômenos resultantes da presença e


do fluxo de carga elétrica. Esses incluem muitos fenômenos facilmente reconhecíveis,
tais como relâmpagos, eletricidade estática, e correntes elétricas em fios elétricos. Além
disso, a eletricidade engloba conceitos menos conhecidos, como o campo
eletromagnético e indução eletromagnética.
A palavra deriva do termo em neolatim "ēlectricus", que por sua vez deriva do
latim clássico "electrum", "amante do âmbar", termo esse cunhado a partir do termo
grego ήλεκτρον (elétrons) no ano de 1600 e traduzido para o português como âmbar. O
termo remonta às primeiras observações mais atentas sobre o assunto, feitas esfregando-
se pedaços de âmbar e pele.
No uso geral, a palavra "eletricidade" se refere de forma igualmente satisfatória
a uma série de efeitos físicos. Em um contexto científico, no entanto, o termo é muito
geral para ser empregado de forma única, e conceitos distintos contudo a ele

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diretamente relacionados são usualmente melhor identificados por termos ou expressões
específicos.
Alguns conceitos importantes com nomenclatura específica que dizem respeito à
eletricidade são:
Carga elétrica: propriedade das partículas subatômicas que determina as
interações eletromagnéticas dessas. Matéria eletricamente carregada produz, e é
influenciada por, campos eletromagnéticos. Unidade SI (Sistema Internacional de
Unidades): ampère segundo (A.s), unidade também denominada coulomb (C).
Campo elétrico: efeito produzido por uma carga no espaço que a contém, o qual
pode exercer força sobre outras partículas carregadas. Unidade SI: volt por metro
(V/m); ou newton por coulomb (N/C), ambas equivalentes.
Potencial elétrico: capacidade de uma carga elétrica de realizar trabalho ao
alterar sua posição. A quantidade de energia potencial elétrica armazenada em cada
unidade de carga em dada posição. Unidade SI: volt (V); o mesmo que joule por
coulomb (J/C).
Corrente elétrica: quantidade de carga que ultrapassa determinada secção por
unidade de tempo. Unidade SI: ampère (A); o mesmo que coulomb por segundo (C/s).
Potência elétrica: quantidade de energia elétrica convertida por unidade de
tempo. Unidade SI: watt (W); o mesmo que joules por segundo (J/s).
Energia elétrica: energia armazenada ou distribuída na forma elétrica. Unidade
SI: a mesma da energia, o joule (J).
Eletromagnetismo: interação fundamental entre o campo magnético e a carga
elétrica, estática ou em movimento.
O uso mais comum da palavra "eletricidade" atrela-se à sua acepção menos
precisa, contudo. Refere-se a:
Energia elétrica (referindo-se de forma menos precisa a uma quantidade de
energia potencial elétrica ou, então, de forma mais precisa, à energia elétrica por
unidade de tempo) que é fornecida comercialmente pelas distribuidoras de energia
elétrica. Em um uso flexível contudo comum do termo, "eletricidade" pode referir-se à
"fiação elétrica", situação em que significa uma conexão física e em operação a uma
estação de energia elétrica. Tal conexão garante o acesso do usuário de "eletricidade" ao
campo elétrico presente na fiação elétrica, e, portanto, à energia elétrica distribuída por
meio desse.
Embora os primeiros avanços científicos na área remontem aos séculos XVII e
XVIII, os fenômenos elétricos têm sido estudados desde a antiguidade. Contudo, antes
dos avanços científicos na área, as aplicações práticas para a eletricidade permaneceram
muito limitadas, e tardaria até o final do século XIX para que os engenheiros fossem
capazes de disponibilizá-la ao uso industrial e residencial, possibilitando assim seu uso
generalizado. A rápida expansão da tecnologia elétrica nesse período transformou a
indústria e a sociedade da época. A extraordinária versatilidade da eletricidade como
fonte de energia levou a um conjunto quase ilimitado de aplicações, conjunto que em
tempos modernos certamente inclui as aplicações nos setores de transportes,
aquecimento, iluminação, comunicações e computação. A energia elétrica é a espinha
dorsal da sociedade industrial moderna, e deverá permanecer assim no futuro.

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Condutores e isolantes elétricos

Conforme antes definido, chama-se corrente elétrica o fluxo ordenado de


elétrons em uma determinada seção. A corrente contínua tem um fluxo constante,
enquanto a corrente alternada tem um fluxo de média zero, ainda que não tenha valor
nulo todo o tempo. Esta definição de corrente alternada implica que o fluxo de elétrons
muda de direção continuamente.
O fluxo de cargas elétricas pode gerar-se no vácuo ou em meio material
adequado, caso no qual o material é então caracterizado como um condutor elétrico,
mas não existe ou mostra-se completamente desprezível nos materiais ditos isolantes.
Em um fio, há a presença dos dois tipos de materiais: a capa do fio encerra em seu
interior, visto ser os metais por definição bons condutores de eletricidade, tipicamente
um metal dúctil, a exemplo o cobre ou o alumínio, ao passo que a capa em si, dadas as
funções práticas inerentes esperadas, é feita de material pertencente à classe dos bons
isolantes elétricos.
Sobre materiais isolantes há de se ressalvar que na prática não há isolante
elétrico perfeito. Os materiais isolantes são aqueles cujas estruturas químicas implicam
todos os portadores de carga fortemente presos em suas posições, de forma que
portadores de carga não podem mover-se livremente através das estruturas desses
materiais. São tipicamente compostos covalentes, onde os elétrons encontram-se
fortemente ligados aos respectivos orbitais de ligação ou aos orbitais mais internos aos
átomos da molécula, ou ainda sólidos iônicos, onde algo similar ocorre, não se
encontrando, contudo, orbitais ligantes nesse caso. Embora quando sujeitos a um campo
elétrico moderado a localidade dos portadores de carga na estrutura material isolante se
preserve, sob intensos campos elétricos as forças associadas podem ser suficientes para
superar as forças que mantêm os elétrons ligados aos núcleos ou moléculas, caso no
qual há uma ruptura súbita na capacidade isolante do material. Este ioniza-se e, em um
processo quase instantâneo, deixa de ser isolante, tornando-se um bom condutor elétrico
mesmo que por um curto intervalo de tempo. O campo elétrico limite acima do qual o
material isolante torna-se condutor é conhecido como rigidez dielétrica do material.
A origem dos raios durante tempestades fundamenta-se basicamente no princípio
citado. As nuvens acumulam cargas elétricas até que a rigidez dielétrica do ar úmido
seja atingida. No momento em que o material se torna condutor, as cargas fluem em um
processo de avalanche entre o solo e a nuvem, ou entre nuvens, dando então origem ao
efeito visual e sonoro característicos do fenômeno.

Princípios da eletrostática
Átomos que possuem um número igual de elétrons e prótons são considerados
eletricamente neutros. Quando um átomo perde elétrons, torna-se um íon positivo
(cátion), quando recebe elétrons torna-se um íon negativo (ânion). A carga elétrica
quantizada tem como a menor carga a de um elétron ou de um próton. A unidade de
carga no Sistema Internacional é o coulomb (C) e equivale a aproximadamente 6,24 ×
1018 vezes a carga elementar. Materiais condutores, como os metais, em função dos
elétrons livres de sua última camada eletrônica são capazes de interagir eletricamente e
possuem tendência ao equilíbrio eletrostático. A transferência de carga por indução é

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facilitada em condutores. Os isolantes possuem forte energia de ligação com seus
elétrons, o que dificulta a transferência. A forma mais eficiente de eletrizar um isolante
é através do atrito.
Segundo o princípio da conservação da carga elétrica, num sistema eletricamente
isolado é constante a soma algébrica das cargas elétricas.
No estudo da eletrostática, a superposição é um fato experimental e podemos
dizer que o princípio da superposição mostra que a interação entre duas cargas Q e q ou
cargas quaisquer não é modificada pela presença de outras. Uma carga elétrica q, onde
sua posição é dada em função do tempo exerce uma força F em outra carga Q de
trajetória a ser calculada, em geral as cargas q e Q estão em movimento. Se
considerarmos um caso especial da eletrostática no qual as cargas Q são estacionárias e
as cargas q possam estar em movimento, então podemos calcular a força F entre duas
partículas isoladamente e no caso de varias partículas faremos a soma vetorial de todas
essas forças individuais:

A princípio a força em Q depende da distância entre q, da velocidade e da


aceleração dessa partícula em algum instante de tempo. A Lei de Coulomb e o Princípio
da superposição são fundamentos físicos da eletrostática.

TEORIA ELECTROMAGNÉTICA

A teoria de Fresnel, segundo a qual a luz consiste na propagação de uma


vibração transversal num meio elástico - o éter - satisfizera plenamente à explicação dos
fenómenos luminosos então conhecidos. A sintese magistral desse grande fisico,
verificada por inúmeras experiências sobre interferências, difracção e dupla refracção,
estabelecera assim a natureza ondulatória da luz, confirmada quando Foucault, em 1850,
provou que a luz se propaga mais lentamente nos meios opticamente mais densos,
contrariamente a qualquer teoria corpuscular. Mas mantinha-se misteriosamente o
problema desse éter que, parecendo possuir as propriedades mecânicas de um metal, era
ao mesmo tempo tão subtil que escapava a toda a tentativa de se deixar observar. Para
mais, já em 1845, Faraday descobrira a rotação (incompreensivel no quadro da teoria de
Fresnel) do plano de vibração da luz sobre a acção de um campo magnético. Por outro
lado, a variação de um campo magnético, como provou o mesmo Faraday, cria um
campo eléctrico, o qual, variando, também cria um campo magnético; e Maxwell
continuando a obra de Faraday demonstrou teoricamente que tal onda electromagnética
se propaga ondulatoriamente com celeridade num meio isótropo. Ora, para o caso do
vazio, a celeridade calculada segundo a teoria coincide precisamente com a da luz. Por
isso, em 1864, o próprio Maxwell propôs que se reconhecesse a luz como uma radiação
electromagnética; e que se identificasse o vector luminoso de Fresnel com um dos
vectores do campo, ambos transversais; e que assim, excepto no que diz respeito à
natureza desse vector, se integrassse todo o edificio óptico construido por Fresnel no
mais vasto do electramagnetismo, que ele próprio acabara de concluir. O cepticismo dos
físicos desvaneceu-se universalmente quando em 1888 Hertz verificou,
experimentalmente, as previsões teóricas de Maxwell: uma descarga eléctrica oscilante
de alta frequência emite uma onda polarizada cuja existência em qualquer ponto pode
ser detectada por um receptor regulado de forma a dar uma descarga com a mesma

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frequência; outras experiências de Hertz provaram que essas ondas hertzianas se
refletem, se refratam, são difractadas e interferem como as radiações luminosas - só
diferindo delas por ser muito maior o seu comprimento de onda. Pouco mais tarde,
Wiener provou que se deve identificar o vector de Fresnel, isto é, o que é responsável
pela sensação luminosa, com o vector eléctrico do campo - mais precisamente com a
indução eléctrica que é transversal mesmo nos meios anisótropos. A teoria
electromagnética permitiu não somente apreender mais profundamente o mecanismo
dos fenómenos integrados na teoria de Fresnel, mas também, toda a série dos efeitos
electro e magneto-ópticos. Mas, para descrever, quantitativamente, mesmo esses
fenómenos, a teoria electromagnética clássica teve de abandonar a sua concepção de
continuidade da matéria e adaptar-se à realidade granular do universo com moléculas,
iões, electrões.
Essa adaptação foi obra dos físicos da passagem do século, em especial Lorentz,
que, considerando os constituintes da matéria como osciladores electromagnéticos,
réplica à escala microscópica dos de Hertz, conseguiu explicar satisfatoriamente a
dispersão, a absorção, a difusão, a dupla refracção, a reflexão e absorção pelos metais.
Mas, mesmo assim, a teoria electromagnética mostrou-se impotente para explicar o
conjunto da emissão espectral por um átomo ou uma molécula, o efeito fotoeléctrico
(que o próprio Hertz descobrira), a radiação do corpo negra, o efeito Compton, e de um
modo geral o mecanismo das trocas entre a radiação e a matéria. 0 estudo do corpo
negro levou Planck a admitir que essas trocas só se podem efectuar por verdadeiros
átomos de energia, por quanta.
A mecânica quântica, que em consequência se desenvolveu, permite
compreender cabalmente esses fenómenos, mas ela aparece como um regresso a uma
teoria corpuscular, embora estranha, pois ao quantum de luz, o fotão, está associada
uma onda de probabilidade. O que complica ainda mais as coisas é que essa onda
também é electromagnética, pois a teoria electromagnética não pode ser abandonada,
tanto mais que, em 1923, Nichols e Tear conseguiram realizar ondas hertzianas muito
curtas que, estudadas por meios ópticos, se revelaram indiscerníveis dos raios
infravermelhos com o mesmo comprimento de onda. Uma sintese dos dois efeitos
complementares da luz foi efectuada por Dirac na teoria quantificada do campo
electromagnético que, uma vez ultrapassado o obstáculo dos cálculos, parece no estado
actual da ciência, resolver correctamente todos os problemas da óptica.

 ELECTROMAGNETISMO
São três os fenómenos fundamentais do electromaqnetismo:
1) Criação de campos magnéticos por correntes eléctricas
Se fizermos passar uma corrente eléctrica num circuito próximo de uma agulha
magnética verifica-se que a agulha roda, o que mostra que a corrente cria um campo
magnético, fenómeno este observado, pela primeira vez, por Oersted, em 1820. O
sentido em que roda a agulha é dado pela regra de Ampere. O fenómeno de Oersted
é regido pela lei de Biot e e Savart; para um circuito elementar dx, situado no ponto Q,
percorrido por uma corrente I, o campo magnético dH, criado no ponto P, é dado por
dH = Idx ^ u/4r2
em que u é o vector unitário de QP e r designa adistância entre os pontos Q e P.
Desta expressão obtém-se, por integração, o campo magnético criado em casos
particulares, aliás, importantes.

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2)Acções electromagnéticas
Se tivermos um circuito percorrido por corrente eléctrica I e situado num campo de
indução magnética , cada elemento dx do circuito fica sujeito a uma força dF dada pela
lei de Laplace: dF = I dx ^ . A força dF depende do meio que se considere do facto de
 também depender. No caso de se tratar de um circuito rectilineo de comprimento x,
percorrido por corrente I, e situado num campo de indução uniforme , o módulo da
força q que fica sujeito é F = i x  sin , em que  representa o ângulo do circuito, no
sentido da corrente, com ; se  for perpendicular ao circuito o módulo da força é F = I
x . São particularmente importantes as interacções entre dois circuitos rectilíneos
paralelos, percorridos por corrente eléctrica; cada um dos circuitos fica sujeito ao campo
magnético criado pelo outro (acção das correntes entre si). Um circuito plano fechado
de área S, percorrido por corrente I e situado num campo de indução , fica sujeito a um
binário cujo momento é L = IS ^ . À grandeza m = IS chama-se momento magnético
do circuito. A lei de Laplace aplica-se também a uma carga eléctrica e em movimento
com velocidade v; a forga F a que a carga fica sujeita é dada por F=ev ^ .

3) Indução Electromagnética

O terceiro fenómeno fundamental do electramagnetismo é a indução


electromagnética, que foi descoberta por Faraday em 1831 e consiste na criação de
forças electromotrizes induzidas pela variação do fluxo de indução através de uma
superfície. Se o contorno da superfície for condutor, esse fenómeno electromagnético
originará uma corrente induzida. O fenómeno da indução electromagnética é regido por
duas leis: a lei de Lenz e a lei de Faraday.

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Conclusão

De acordo o estudo feito, concluímos que são fenômenos elétricos todos aqueles
que envolvem cargas elétricas em repouso ou em movimento, as cargas em movimento
são usualmente os elétrons. A importância da eletricidade advém essencialmente da
possibilidade de se transformar energia da corrente elétrica em outra forma de energia:
mecânica, térmica luminosa, etc.

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Bibliografia

Griffiths, David J. (2011). Eletrodinâmica. São Paulo: Pearson Education do Brasil Ltda. p. 42 a
74. ISBN 978-85-7605-886-1
http://www.estgv.ipv.pt/paginaspessoais/quental/trabs/cad/introducao.htm

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