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CAPITULO 4 Neste capitulo, vocé aprendera que: Socializacdo A visio de que aiteragio s0- cia liberaeapacidades hue sanas€ apoiada por estudos mostrando que eviangas cri das em isolamento no desen volvem linguagem normal ¢ coutras habilidades soci, > Ao passo que a inluénca so- cialzadiora da fa suiu no século XX, cresceu a influéncia das escola, dos gra- pos de colegase dos meios de comunicaglo de massa AAldentidade das pessoas muda _mais ripido, com mais freqién- ia dirmi- cin ¢ mais completamente do que bi algumas décadas; 0 self | tomou-se mais xiv | As principais instiuigtes so- ialicadoras feqitentemente cnsinam lies conteidité- sas 2 ciangas ¢ adolescents, tornando a socializagio um processo mais confis e stee- sante do que costumava se. A diminuigéo da supersi- so da orientacio dos pais, © aumento da adogio de res- ponsabilidedes de adulto por parte dos jovens ec deciinio da participaczo cm atsidades cotracurriculares extéo ans: formando @ nacureza da infin cia c de adolescéncia nos dias deoje. 108 Olsolamento Sociale aCristaliza- | Fscolas ¢40 da Identidade de Self Grupos de Colegas (Des}Contruindo Remo Meios de Comunicagéo de Massa Ressocializagdo e Instituigées Totais Teorias da Socializacao Infantil Freud A Socializacao do Adulto a0 Cooley Longo da Vida Mead Piagee 0 Seif Flexivel Kohlberg Vygorsky Dilemas da Socializacao na Gilligan, Infancia e na Adolescéncia ‘A Bmergéncia da Infancia e da Adolescéncia Agentes de Socializacao Problemas da Socializagio na Infancia e na Familias Adolescéncia nos Dias de Hoje Ii © Isolamento Social e a Cristalizagao da Identidade de Self Em 1800, um menino aparentando 10 ou LI anos surgiu do meio de um bosque no Sul da Fran- «a. Ele estava sujo, nu, era incapas. de falar e no aprendera a usar 0 sanitério. Levado pela policie. para ura orfanato local, o menino tentou fugir vérlas vezes se recusava a usar roupas. Nenhum pai ou mée jamais o procurou. Tornow-se conhecido como “o menino selvagem de Aveyron”, Um cxame médieo completo nao encontrou quaisquer anormalidades fisicas ou mentais importantes. Por que, entio, o menino parecia mais animal que humano? Porque, até sair do bosque, ele eres cera isolado de outros seres humanos (Shattuck, 1980). ‘Outros relatos draméticos levarama & mesma concluséo. Ocasionalmente, uma erianga é en- contrada presa em um sétio ou em um porZo, no qual tinha conrato com outras pessoas por ape- nas pequenos periodos didtios, para receber alimento. A semelhanga do menino de Aveyron, tais criangas raramente se deseavolvem de maneira normal, Em geral, ngo se interessam por brincadei- 145, no podem construir relagdes sociais intimas com outras pessoas e desenvolvem apenas as ha bilidades mais bdsicas da linguagem. Algumas dessas criangas podem softer de inteligéncia subnormal congénita, Nao se sabe a0 certo quanto e que tipo de consato social tiveram antes de serem descobertas. Algumas podem ter sido malratadas; portanto, sua situagao pode néo ser, de fato, resultante do isolamento social. En- rretanto, esses exemplos sugerem que nossa capacidade de aprender cultura ¢ de nos tornarmos hhumanos é apenas potencial, Para que ocorta, a socializagio deve liberar esse porencial humano. Socializagio é o processo pelo qual as pessoas aprendem a sua cultura. Blas o fzem (1) adotando € abandonando uma série de papéis ¢ (2) tornando-se conscientes de si préprias enquanto intera- gem com outros. Um papel é 0 comportamento esperado de uma pessoa que ocupa uma determi- nada posiglo ma sociedade. CAPITULO 4 - SoctAUzAcho << Evidéncias convincentes da importancia da socializacao em liberar as potencialidades hu- ssanas foram apresentadas por um estudo condurido por René Spitz (Spitz, 1945; 1962). Spite =smparou criangas que estavam sendo criadas em um orfanato com outras que, por razées mé cas, estavam sendo criadas em uma enfermaria. As duas inscicuigées era higidnicas e fo =m boa alimentacio ¢ cuidados médicos. Entretanto, as mies das criangas cuidavam delas na matia, 20 passo que apenas seis enfermeiras tomavam conta dos 45 . Ao privar as criangas de estimalos sociais pela maior parte do dia, elas aparentemente fica- menos exigentes A privacio social também teve outros efeitos. Devido aos dois padrées de cuidados previa- -xe descritos, em torno de 9 a 12 meses de idade, os érfios eram mais suscetiveis a doengas iosas e apresentavam uma taxa de mortalidade maior do que a das criancas da enfermaria, “nando chegavam & idade de dois a tés anos, todas as criangas da enfermaria estavam andando ¢ -=do, comparados com menos de 8% dos érfies. Criangas normais comegam a explorar a ge- ia ao fir do primeito ano de idade. Spitz descobriu que os érfios se dedicavam a esse tipo de dade apenas no quarto ano de vida. Ble tomou esse comportamento como um sinal de que iam ter a vida sexual prejudicada quando chegassem 4 maturidade, Esse resultado também soservado entre macacos-resos criados em isolamento. O experimento natural de Spitz conduz, santo, a evidéncias bastante convincentes acerca da importancia da socializacio na infancia icesso de nos tornarmos completamente humanos. Sem a socializagéo infantil, muito de nos- -tencial humano permanece subdesenvolvide. A formagao de um sentido de selfprossegue na adolescéncia — um perfodo particularmen- 2 corbulento e intenso de desenvolvimento da personalidade, Conseqientemente, muitas pessoas, -guem se lembrar de experitneias da juventude que ajudaram a cristalizar sua identidade. Voce ‘segue? Remo Mutzenberg relembra um desses momentos, Des)Construindo Remo — Historia Pessoal ssagem da infincia para a adolescéncia foi um periodo bastante marcante em minke vida’, exbra Remo. “Foi mais ou menos nessa época que eu e minha familia nos mudamos da peque- »priedade rural, na qual viviamos cercados por outras familias de colonos alemies, para um 20 centro urbano fundado por imigrantes italianos.” A passagem do meio rural para 0 ur- >. juntamente com a mudanga da lingua utilizada na vida cotidiana, colocou diversos desafios a =vem Remo. Nas palavras dele préprio, “aquela era uma época de grande desprestigio do mundo rural’ ido ao meu starus de camponés — aliado ao meu pouco conhecimento do porrugués, utili na escola, edo italiano, falado encre meus colegas —, fui surilmente condenado a0 ostracis- 72 0 que gerou em mim um grande retraimento. Em alguns aspectos da minka vida, era camo 107

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