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Em seguida, o autor trata das principais mudanças que ocorreram no sistema tributário
brasileiro ao longo do século XXI. Destaca-se primeiramente o governo de FHC, no qual foram
feitas alterações na legislação infraconstitucional trouxeram aos grandes benefícios ao grande
capital e acentuaram o caráter regressivo do sistema tributário. Em relação ao governo Lula o
autor destaca as duas tentativas falhas de reforma tributária, a primeira que buscava ampliar e
aprimorar a tributação direta devido ao seu caráter mais progressivo, e a segunda que buscava
simplificar o sistema tributário. Já no governo Dilma, as principais iniciativas direcionadas ao
sistema tributário consistiram nas desonerações concedidas a setores industriais que também
favoreceram o aumento da regressividade. Em resumo, ao longo do século XXI, as medidas
adotadas que buscavam reduzir as desigualdades sociais no âmbito do sistema tributário
foram muito pontuais.
Para concluir, o estudo cita algumas mudanças muito importantes que são necessárias para
tornar o sistema tributário brasileiro mais progressivo e justo. São elas: os tributos devem
incidir mais sobre aqueles que recebem mais; os bens supérfluos precisam ser mais tributados
e os produtos essenciais menos; revogação das leis que favoreceram a renda do capital em
detrimento da renda do trabalho; a tributação precisa ser reorientada para incidir
majoritariamente sobre o patrimônio e a renda dos contribuintes; o IR precisa ser o pilar do
sistema tributário, pois é o mais importante dos impostos diretos, visto que determina a
contribuição de acordo com a capacidade econômica do contribuinte; deve ser implementado
o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que irá onerar o patrimônio dos mais ricos no país e
promover justiça social; e deve ser ampliada a tributação sobre o IPVA, de modo que este
incida sobre a propriedade de embarcações e aeronaves particulares.
Para que isso ocorra é extremamente necessário que a administração tributária seja
fortalecida e que haja governantes dispostos a promover justiça social, a combater fraudes,
sonegação e evasão fiscal, pois, somente assim essa realidade pode ser melhorada. Além disso,
em cenários de crise econômica, torna-se mais difícil promover alterações nas alíquotas do IR
de acordo com a inflação, visto que, isso implica em redução do montante arrecadado. Com
isso, vemos que diversos são os desafios a serem enfrentados na busca por um sistema
tributário mais progressivo e que promova ajustes na distribuição de renda.