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História de Rûthgar

A mentira que desencadeou a Ira

Meu pai Balder o sábio desceu a Midgard com o intuito de compreender os humanos,
em sua empreitada ele conheceu minha mãe Martha, eles se apaixonaram e do amor
entre um deus e uma mortal eu Rûthgar nasci, meu pai foi presente em minha vida e
educação até eu me tornar apto a comandar a nossa aldeia a qual graças ao meu pai
prosperara grandemente.
Ao retornar a Asgard ele incumbiu-me do dever de comandar nossa aldeia e de ser
seu representante na terra dos homens, meu dever era propagar os preceitos da
justiça e da sabedoria, seguindo seus ensinamentos eu exerci minha tarefa, conheci
minha esposa Ygritte, nos casamos e vivemos uma vida feliz até então.
Por sermos uma aldeia relativamente pequena constantemente sofríamos ataques de
reinos maiores, mas como as batalhas eram sempre travadas em nosso território
tínhamos a vantagem estratégica e saiamos vitoriosos.
Em uma dessas muitas defesas de nossas terras, houve uma batalha árdua, muitos
de meus homens caíram perante os inimigos, mas no fim saímos vitoriosos assim
como o esperado.
Ao retornar a aldeia ansioso para reencontrar Ygritte eu me deparei com uma cena
chocante, Ygritte jazia sem vida deitada em nossa cama com uma adaga em sua mão,
seus pulsos cortados e envolta em uma poça de sangue, naquele momento eu sabia
que nada poderia ser feito por ela, me curvei em prantos e chorei lágrimas que ardiam
em minha face, aquilo gerou em mim a pior sensação que já senti na vida, uma
impotência profunda, não pude entender o que levou ela a fazer aquilo e o pior, não
fiz nada para impedi-la. Sentindo-me culpado por aquilo eu tentei tirar minha própria
vida assim como ela havia feito, porém fui incapaz de fazer daquela forma.
Apesar de ser filho do deus da sabedoria, naquele momento eu me senti mais humano
do que nunca eu me senti envolto em uma ira profunda, um ódio de mim mesmo e de
todos à minha volta uma coisa forte e profunda a qual eu não sabia para onde
direcionar, sentindo aquilo me consumir parti em direção ao reino que nos atacará. —
Se aqueles malditos não tivessem nos atacado pela pura ganância de possuir nossas
terras eu estaria com Ygritte e ela não teria feito aquilo. Agora eu tinha um alvo para
direcionar minha fúria.
Parti como estava, havia acabado de voltar de uma batalha e partira para outra com
uma espada e um machado em punho e envolto em um estupor de fúria, chegando a
frente do portão da pequena fortaleza eu ordenei que todos guerreiros aptos a lutar
saíssem e me enfrentassem, tomado por um louco que buscava a morte mandaram
um pequeno pelotão para me conter, em menos de 30 segundos jaziam todos caídos
no chão, — É só isso que tens para mim? Vociferei.
Entenda que naquele momento a vida perdera o sentido para mim, em parte eu
buscava vingança, mas em meu oculto eu buscava somente acabar com aquele
sofrimento, porém não cairia perante a qualquer guerreiro medíocre.
Estupefatos com o que eu acabara de fazer mandaram um batalhão inteiro contra
mim, naquele momento eu soube que minha vida estava prestes a chegar ao fim, em
um breve momento de lucidez eu tive uma visão de meu pai falando comigo em
pensamento.
— Filho, a ganância é parte da natureza humana, esses homens não são seus
verdadeiros inimigos, eles apenas seguiram sua natureza.
— Pois bem pai, senão eles qual foi o motivo da morte de minha amada?
— Loki o deus da mentira, buscando me prejudicar tirando meu único filho, ele armou
um plano ardiloso para acabar com sua vida.
— Foi ele quem matou minha esposa? — Indaguei incrédulo.
— De certa forma sim, ele fez sua amada crer que você havia morrido em batalha,
não podendo suportar a dor de sua perda ela tirou a própria vida. — Informou Balder
com certo pesar em sua voz. — Me desculpe filho.
Naquele momento eu senti de certa forma um alívio, afinal não havia sido por minha
culpa que Ygritte havia morrido, porém ao mesmo tempo uma nova ira se instaurou
dentro de mim. O que somos para os deuses? Simples peças de um jogo, podemos
ser descartados para assim suscitar seus anseios? Creio que não!
Agora com a chama da fúria já branda contra aqueles homens eu só desejava sair
dali, entremeio ao choque de espadas eu fui recuando da melhor forma possível,
cheguei as árvores da floresta ao mesmo tempo em que uma patrulha que estava a
minha procura me avistou, com sua cobertura consegui fugir.
Agora já não havendo mais sentido em permanecer em minha aldeia, fiz os
preparativos para a entrega da alma de minha amada Ygritte, designei um novo líder
e parti em busca de minha vingança.
Certa vez meu pai me disse: — “Lembre-se de que há três coisas que todo sábio teme:
o mar na tormenta, uma noite sem luar, e a ira de um homem gentil”. Aparentemente
Loki não é um deus muito sábio, pois ele despertou minha ira e estou indo atrás dele!

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